Investimento nas três frentes de expansão da economia brasileira : avanços e dificuldades . Apresentação na CEPAL Agosto de 2014 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ Exposição baseada em dois artigos • Bielschowsky, Ricardo “Estratégia de desenvolvimento e as três frentes de expansão no Brasil: um desenho conceitual. Economia e sociedade, v. 21, número especial, p. 729-747. Campinas: IE/UNICAMP, dez. 2012. Disponível em: < http://goo.gl/iyM6F5 >. • Bielschowsky, Squeff e Vasconcelos, “Evolução dos investimentos nas três frentes de expansão da economia brasileira na década de 2000”, no prelo. Apresentação em seis partes 1) Observações introdutórias 2) A evolução recente da formação bruta de capital fixo e a taxa requerida de investimento; 3) As três frentes de expansão desde meados dos anos 2000: são parte de um novo padrão de desenvolvimento ? 4) A disputa entre impulsos e freios aos investimentos – Questão geral: investimento no atual marco regulatório pós-reformas neoliberais – Impulsos – Freios 5) O maior desafio para o atual padrão de desenvolvimento brasileiro no campo da economia : ampliação dos investimentos na indústria de transformação; 6) Considerações finais. . Primeira parte Observações introdutórias UMA OBSERVAÇÃO CONCEITUAL : HÁ UMA REGRA BÁSICA DO DESENVOLVIMENTO (MÉDIO E LONGO PRAZOS): PIB, INVESTIMENTO E PRODUTIVIDADE SÃO FORTEMENTE CORRELACIONADOS PIB PRODUTIVIDADE PIB INVESTIMENTO INVESTIMENTO PRODUTIVIDADE OBS: causalidades à gosto de cada autor Taxas anuais de crescimento (%) do PIB, da Formação Bruta de Capital Fixo e da produtividade do trabalho 1950- 1981- 1994- 2004- 2004- 20111980 1993 2003 2013 2010 2013 PIB a/ 7,4 1,6 2,5 3,7 4,4 2,1 FBCFa/ 7,7 -1,9 1,9 6,8 9,2 2,0 0,7 1,7 2,1 0,5 0,7 2,1 Produtividade b/ Pessoas ocupadas Horas trabalhadas 4,2a/ -0,8 c/ - 0,2 c/ 2,4d/ 1,2 e/ Fontes: IBGE, Bacha e Bonelli (2001) relativamente a 1950-80 e demais períodos Barbosa e Pessoa (2013); a/ Taxas anuais, b médias aritméticas, b/ Taxas anuais médias geométricas ; d/ 1981-90 ; d/ 82-93;; e/2004-2010; e/ 2011-2012 TRÊS FASES DO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO, 1950-2014 ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO 1950-80 : Expansão acelerada, industrialização (ideologicamente uma “era desenvolvimentista”) 1950-80 : Industrialização e urbanização conduzidas pelo Estado, com concentração de renda (1950-80) 7,4%/ 7,7%/4,2 1981-2002: A era da instabilidade macroeconomica inibidora do crescimento e das idéias desenvolvimentistas (perplexidade, seguida de ascensão do neoliberalismo) • “Sobrevivencia” (1981-2003) 2,0 %/0 %/-0,2% 2003/- : Crescimento com redistribuição de renda, em fase de alivio exrerno por exportação de commodities • • (administração da instabilidade macro (19801994) Reformas neoliberais (19882002); Plano Real, conquista e priorização da estabilidade de preços, (1994-2002) 2003/- : NOVO ESTILO DE DESENVOLVIMENTO ? TAXAS DE CRESCIMENTO ANUAIS: PIB/ FBCF/ PRODUTIVIDADE (2004-13) 3,7 % / 6,8 / 1,7 Relatório anual de avaliação do PPA 2012-2015, ano-base 2013 (enviado pelo governo ao Congresso Nacional): • “Em sua dimensão social, a estratégia é de universalização e institucionalização dos direitos da cidadania, inclusão social das parcelas menos favorecidas da população e melhoria na distribuição de renda” (...) • “Em sua dimensão econômica, a estratégia caracteriza-se por: a) Praticar uma macroeconomia e um financiamento para o desenvolvimento, garantindo os objetivos de estabilidade macroeconômica e de crescimento com redistribuição de renda; b) Dar curso e velocidade às três frentes de expansão que se encontram atuantes na economia brasileira: • investimentos em produção e consumo de massa; • investimentos em infraestrutura econômica e social; • e investimentos em atividades intensivas em recursos naturais; c) Potenciar as três frentes de expansão por meio de avanços substanciais nos terrenos da educação, ciência, tecnologia e inovação – construindo uma “sociedade de conhecimento” – até o ponto em que o processo de inovação possa tornar-se uma quarta frente de expansão da economia; e potenciá-las,também, por meio do fortalecimento de encadeamentos produtivos;” (SPI/MPOG, 2013, pp.14-15)” Esquema analítico para organizar a reflexão sobre desenvolvimento nas dimensões social e econômica Estratégia (Tal como expressa nos documentos Acertos governamentais de “Avaliação do PPA”, anos-base de 2012 e 2013) “Universalizar e institucionalizar os direitos da cidadania, realizar a inclusão social das parcelas menos favorecidas da população e melhoria na distribuição de renda” “Praticar uma macroeconomia e um financiamento para o desenvolvimento, garantindo os objetivos de estabilidade macroeconômica e de crescimento com redistribuição de renda” “Dar curso e Produção e consumo de massa; velocidade às três frentes de expansão: Infraestrutura econômica Atividades intensivas em recursos naturais” “Potenciar as três Com encadeamentos produtivos frentes de expansão Com educação, C&T, inovação “ Insuficiência s/problemas TABELA 1 - INDICADORES DE BEM-ESTAR: Trabalho e renda, previdência e assistência 2002, 2006, 2010 e 2013 (valores a preços de 2013) 2002 2006 2010 2013 TRABALHO E RENDA PREVIDÊNCIA Salário mínimo (2002=100) 100 127 157 175 Salário médio (PME-IBGE) (2002=100) 100 107 123 134 Média da renda 50% de domicílios de domiciliar per capita menor renda (2002=100) 50% de domicílios de maior renda 100 124 155 179 100 110 124 136 Taxa de desemprego metropolitano (PME-IBGE) 11,7 10,0 6,7 5,4 Número de pessoas com vínculos formais de trabalho (milhões – RAIS/MTE) 28,7 35,2 44,1 48,2 Número de beneficiários de seguro desemprego 4,8 6,1 8,1 8,4 Numero de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, RGPS (milhões) 18,9 21,6 24,4 27,0 Valor médio real por beneficiário (2002=100) 100 131 146 154 Valor real total dos benefícios (2002=100) 100 149 188 221 TABELA 1 - INDICADORES DE BEM-ESTAR: Trabalho e renda, previdência e assistência 2002, 2006, 2010 e 2013 (valores a preços de 2013) 2002 Número de 2,3 BPC e RMV beneficiários (milhões) Valor médio real por 100 ASSISTENCIA beneficiário (2002=100) Número de famílias 3,6a/ BOLSA FAMÍLIA beneficiadas Valor médio real dos benefícios (em R$ de 2013) GASTO COM POLÍTICAS SOCIAIS NO ORÇAMENTO DA UNIÃO (% 12,7 PIB) DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ( COEFICIENTE DE GINI, FAMÍLIAS) 0,59 TAXA DE POBREZA (% de pessoas com renda Pobres 34,4 familiar média abaixo da linha de pobreza e de extrema pobreza) Extremamente 14,0 pobres 2006 2010 2013 2,9 3,7 4,2 127 157 175 11,0 12,8 14,1 81.7 105. 141. 4 8 14,1 14,6 16,8 0,56 26,8 0,54 0,53 19,9 15,9 b/ c/ 6,8b 5,3c / / 9,5 TABELA 2 - INDICADORES DE BEM-ESTAR: Saúde, Educação, Desenvolvimento Urbano e Desenvolvimento Agrário, 2002 e 2013 SAÚDE EDUCAÇÃO 2002 2013 Número de procedimentos ambulatoriais (bilhões) Número de atendimentos na atenção básica (bilhões) Número de atendimentos na atenção especializada (bilhões) Número de internações eletivas (milhões) Mortalidade infantil ( por 100 mil crianças nascidas) Esperança de vida ao nascer (anos) TAXAS DE FREQUÊNCIA À 4 e 5 anos de idade ESCOLA 6 a 14 anos de idade 15 a 17 anos de idade Matriculas na Educação Profissional de nível médio (milhões) 1, 8 0,9 0,15 1,5 26,1 70,3 61,5 a/ 96,1 a/ 81,9 a/ 0,3 3,8 1,2 0,45 2,2 14,6 74,5 78,5 b/ 98,2 b/ 84,2 b/ 0,45 Matrículas na rede pública de ensino superior (milhões) ANOS DE ESTUDO (MÉDIA) DE PESSOAS COM 25 ANOS E MAIS 1,1 6,1 1,7 7,6 b/ 3,8.(2005) 3,5 (2005). 3,4 (2005) 5,0 (2011) 4,1 (2011) 3,7 (2011) ÍNDICE DE 4ª série ensino fundamental DESENVOLV 8ª série ensino fundamental IMENTO DA 3ª série ensino médio EDUCAÇÃO BÁSICA (IDEB) DESENVOLVI-MENTO URBANO Moradias do PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA 36,8 (2001) 1,5 milhões no período 20112013 58,2 (2012) 0,9 (safra 2002- 2,2 (safra - DESENVOLVI-MENTO AGRÁRIO Percentual de pessoas que vivem em condições domiciliares satisfatórias d/ Número de contratos do PRONAF (milhões) . Segunda parte A evolução recente da formação bruta de capital fixo e a taxa requerida de investimento 2004-2013 Taxas anuais de crescimento (%) do PIB, da Formação Bruta de Capital Fixo e da produtividade do trabalho 1950- 1981- 1994- 2004- 2004- 20111980 1993 2003 2013 2010 2013 PIB a/ 7,4 1,6 2,5 3,7 4,4 2,1 FBCFa/ 7,7 -1,9 1,9 6,8 9,2 2,0 0,7 1,7 2,1 0,5 0,7 2,1 Produtividade b/ Pessoas ocupadas Horas trabalhadas 4,2a/ -0,8 c/ - 0,2 c/ 2,4d/ 1,2 e/ Fontes: IBGE, Bacha e Bonelli (2001) relativamente a 1950-80 e demais períodos Barbosa e Pessoa (2013); a/ Taxas anuais, b médias aritméticas, b/ Taxas anuais médias geométricas ; d/ 1981-90 ; d/ 82-93;; e/2004-2010; e/ 2011-2012 Taxa de Investimento : 2003-2013 (preços constantes de 2000) 21.0% 2011=19,8% 20.0% 19.0% 18.0% 17.0% 16.0% 2003=14,5% 15.0% 14.0% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 . Qual a taxa de investimento requerida para uma expansão do PIB de, digamos, 4 a 5 pontos percentuais ? • Em que nos ajuda a série histórica ? • Em que nos ajuda a comparação internacional ? 25.0% 15.0% 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Taxa de Investimento (preços constantes de 2000) - 1971-2013 30.0% 26,3% 1971-80 2010-13 19,3% 20.0% 19,0% 1981-93 2004-09 16,4% 16,9% 1994-2003 10.0% 25.0% 20.0% 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Taxa de investimento : 1971-2013 Preços correntes 30.0% 1971-1980 21,9% 21,1% 2010-13 18,8% 17,1% 17,2% 15.0% 10.0% Taxa de investimento (OBS: Gráfico elaborado por Nilson Teixeira, Crédit Suisse, 2013) Taxa de investimento (OBS: Gráfico elaborado por Nilson Teixeira, Crédit Suisse, 2013) Taxa de investimento emconstrução civil (OBS: Gráfico elaborado por Nilson Teixeira, Crédit Suisse, 2013) Taxa de investimento em equipamentos e em construção no período 2004-2013 • A taxa de crescimento do investimento em equipamentos foi, no período 2004-2013, cerca de duas vezes superior à do investimento em construção (em média, 9% anuais contra 4,8% anuais); • É bem provável que isto tenha sido resultante principalmente do menor crescimento do investimento em construção residencial, restando confirmar se nos anos 2010-2013 repetiu-se o fraco desempenho que comprovadamente o mesma teve nos anos 2000; • Vale notar que o investimento de famílias (majoritariamente em residências) pesa cerca de 25% do total da formação bruta de capital fixo da economia, e quase não contém máquinas e equipamentos; • Isto também ajuda a explicar que a expansão do investimento do setor privado tenha sido bem inferior à do setor publico no período 2004-2012, já que o investimento em construção residencial é privado. O investimento público (governos e estatais federais) cresceu de 16,7% a 24,0% do total da formação bruta de capital fixo entre 2003 e 2012 Pergunta: Mais 3 a 4 % seriam suficientes para um crescimento de 4 a 5 % ao ano ? • Resposta : O número parece razoável, como referencia genérica, mas não há como se saber ao certo • ADVERTENCIAS – Há muitas dúvidas sobre a correção dos dados do IBGE sobre formação bruta de capital fixo, muito especialmente no que se refere a “construção” (a parte referente a equipamentos não tem suscitado dúvidas); – A comparação internacional que ajuda a referida percepção deve ser tomada com cuidado porque a forma de contabilizar investimento varia de país para país; – O mais importante: Uma correta aproximação a “cenários” sobre “taxas de investimento requeridas” exige : • Construir um mapa de alternativas de composição do crescimento por setor de atividade da economia; • Conhecer o estoque de capital existente e a taxa de reposição do mesmo. . Terceira parte As três frentes de expansão desde meados dos anos 2000 Origem da proposição analítica : mapeamento da discussão (assistemática) no Brasil: sete grupos de formulações sobre desenvolvimento no campo sócio-econômico Tres formulações sao relativas a “motores de investimento”: Crescimento com redistribuição, via produção e consumo de massa (Planos Plurianuais) Matriz de expansão intersetorial centrada em infraestrutura e petróleo (PACs) Educação, inovação e competitividade (sociedade do conhecimento, melhor inserção internacional) - PITCE, PDP, Plano Brasil Maior Quatro formulações sobre dimensões criticas em qualquer estratégia de desenvolvimento Concretização dos direitos constitucionais da cidadania, e combate à pobreza e à concentração da renda Integração territorial (eixos de desenvolvimento) Sustentabilidade ambiental Reformas institucionais Reformulação proposta: Três frentes de expansão (motores do investimento: Crescimento com redistribuição, via produção e consumo de massa Matriz de expansão intersetorial centrada em infraestrutura e em petróleo Expansão pela uso adequado de recursos naturais; Dois “turbinadores” dos três motores Inovação, educação (sociedade do conhecimento) Encadeamentos produtivos tradicionais Quatro formulações sobre dimensões criticas em qualquer estratégia de desenvolvimento Concretização dos direitos constitucionais da cidadania, e combate à pobreza e à concentração da renda Integração territorial (eixos de desenvolvimento) Sustentabilidade ambiental Reformas institucionais Trilogia organizada segundo “fontes das decisões de investir” – Em infraestrutura : expansão autônoma dos investimentos públicos e da construção de Casa própria; – Em recursos naturais : ação (relativamente autônoma) da Petrobrás e demais petroleiras atuantes no país, e indução proveniente da expansão da demanda chinesa,; – Na produção de bens e consumo de massa : induzidos pela expansão da demanda resultante do crescimento da economia (de aumentos na renda e de sua melhoria distributiva) e do aumento do crédito. As três frentes refletem traços marcantes da atual fase por que passa a economia brasileira • As três frentes são historicamente “datadas”: – a primeira corresponde a um retorno do investimento público; – a segunda, à descoberta e exploração de petróleo em águas muito profundas e à expansão da demanda asiática por bens intensivos em recursos naturais; – a terceira ao aumento da renda da população por meio de políticas salariais e distributivas e da expansão do crédito ao consumo popular. ´ QUAL A VANTAGEM DESSA FORMA DE ABORDAR OS INVESTIMENTO S ? • Aderência à história real • Identificação das tendências, suas energias e dificuldades, para atuar sobre elas – confirmando seus elementos positivos e contrapondo-se aos negativos . A medição do investimento nas três frentes de expansão (com uso da matriz de investimento (MAI), elaborada por Fabio Freitas, da UFRJ). Três frentes de expansão, ou três motores do investimento, subdivididos em cinco grupos : • • • • • Infraestrutura Geral (exclusive residências/famílias); Infraestrutura de famílias (Residências) Recursos naturais (incluindo agroindústria de alimentos e celulose) Consumo de massa (serviços e bens industriais de consumo) Encadeamentos industriais para todos as frentes de expansão : Bens de capital e bens intermediários ADVERTENCIA : PESQUISA FOI COM DADOS DE FLUXO ANUAL DE INVESTIMENTO; SÓ AGORA ESTÁ SENDO ESTUDADO EVOLUÇÃO DO ESTOQUE DE CAPITAL (POR FABIO FREITAS E GABRIEL SQUEFF), QUE PODERÁ LANÇAR LUZES SOBRE VARIAÇÃO EM CAPACIDADE PRODUTIVA Taxas de crescimento do investimento nas frentes de expansão no ciclo 2004-2008 • • Total = 10 % ao ano, Cada uma das três frentes= 10% ao ano, • Infraestrutura = 10% ao ano • Geral (exceto residências) 16% ao ano • Residências 3,4% ao ano; • Recursos naturais = 10 % ao ano (agroindústria 9,5% ao ano) • Consumo de massa = 10% ao ano • Bens não duráveis de consumo = 8,7% ao ano • Bens duráveis de consumo = 9,8% ao ano • Serviços = 10,8 % ao ano • Bens de capital e bens intermediários = 12 % ao ano • Bens de capital = 13,1 % ao ano • Bens intermediários = 10,9% ao ano • Memo : (Indústria de transformação = 10,3 % ao ano) Investimento nas frentes de expansão : Composição e % do PIB, 2000-07 e 2008 (em %), a preços constantes de 2000 Composição do investimento (%) Investimento como % do PIB 2000-2007 23,8 2008 29,1 2000-07 3,8 2008 5,4 Famílias (residências) 26,4 22,3 4,2 4,1 Recursos naturais 17,8 18,1 2,8 3,3 Consumo de massa 21,0 20,4 3,3 3,8 Bens de capital e intermediários 10,8 10,2 1,7 1,9 Total 100,0 100,0 15,8 18,4 Infraestrutura Fontes: Miguez et al. (2013), Bielschowsky, Squeff e Vasconcelos (2014). Elaboração própria Memo : Indústria de transformação 22,2 21,5 3,5 4,0 Algumas perguntas ao governo e a atores sociais sobre tendências desfavoráveis nas frentes de expansão 1) Investimentos em recursos naturais : Com propriedade estrangeira ( e crescentemente chinesa)? Destruidora da natureza ? Com geração de “renda da terra” em favor dos acionistas; De tipo “ enclave”, sem encadeamentos produtivos locais e sem progresso técnico promovido nacionalmente ? 2) Investimento em infraestrutura sem encadeamentos produtivos ? Sem ocorrência de inovações ? 3) Consumo de massa no Brasil e produção em massa na China ? 4) Como aumentar a taxa de investimento ? QUARTA PARTE : A QUEDA DE BRAÇO ENTRE IMPULSOS E FREIOS AOS INVESTIMENTOS NAS FRENTES DE EXPANSÃO . • Advertência : O atual marco regulatório pós-reformas neoliberais • Impulsos • Freios • Aos investimentos autônomos • Aos investimentos induzidos Baixa propensão a investir no atual marco regulatório (pós-reformas neoliberais) ? . • A liberalização comercial reduziu a rentabilidade e aumentou os riscos e as incertezas para investimentos em expansão e diversificação produtiva nos setores de bens “tradables”; • A privatização significou maiores exigências de rentabilidade e maior aversão a riscos e incertezas; • A liberalização financeira e a volatilidade nos fluxos de capitais geraram grande instabilidade macroeconômica, que reduziram a confiança do investidor. • A retração do Estado fragilizou a capacidade do setor público de coordenar e de realizar investimentos em infraestrutura e de por em marcha blocos integrados de expansão multi-setorial; . Impulsos (reais e/ou potenciais) Impulsos (reais e/ou potenciais) ao investimento nas três frentes de expansão • As frentes de expansão permanecem ativas, apesar de sua desaceleração recente; • Inexistem barreiras estruturais ao crescimento em médio prazo (energia abundante, divisas sob controle, boa disponibilidade de força de trabalho, etc.); • O estado geral da macroeconomia é bastante razoável (inflação sob controle, baixa relação entre dívida pública e PIB e entre déficit externo e exportações etc.); • Há inédita capacidade de mobilizar recursos de longo prazo, públicos e privados: espaço fiscal, BNDES, Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB), Fundos de pensão, espaço de emissão primária de ações e debêntures, no Brasil e no exterior; Impulsos (reais e/ou potenciais) ao investimento nas três frentes de expansão • Estão em operação instrumentos importantes que podem estar ajudando a evitar maiores quedas na taxa de investimento, nas atuais circunstancias de baixa expansão do PIB e de dificuldades da economia mundial; – O PAC representa um importante programa de recuperação da capacidade de investimento do setor público, com significativa experiência acumulada; – O PBM (Programa Brasil Maior), com variados incentivos (crédito do PSI, desonerações fiscais, regimes de preferencia de compra por parte do Estado, proteção tarifária, etc.). Freios (reais e/ou potenciais) aos investimentos • Em infraestrutura; • Em recursos naturais • Em consumo de massa Freios (reais e/ou potenciais) aos investimentos em infraestrutura (geral e residencial) • Ortodoxia fiscal recorrente; • Dificuldades do setor público (para realizar préinvestimento, acelerar e fiscalizar licitações, contornar obstruções legais (ambientais, “judicialização”, etc.); • Inadequada oferta de serviços de construção civil (Queda de braços por preços entre governos e firmas, margens elevadas e problemas financeiros nas firmas na construção residencial, etc.) • Debilidade do mercado de crédito em longo prazo para construção residencial; Freios reais e/ou potenciais aos investimentos em recursos naturais • Desaceleração da demanda internacional; • Redução das disponibilidades financeiras da Petrobrás, devido a contenção de preços (?) Freios (reais e/ou potenciais) aos investimentos em bens e serviços de consumo de massa : restrições internas e externas • Parece haver, no empresariado brasileiro, uma percepção desde 2011 de que as condições para o crescimento e a rentabilidade futura voltaram a tornar-se relativamente desfavoráveis; • No caso de bens submetidos diretamente à concorrência internacional, as restrições externas – recessão e concorrência mundial - podem ter peso maior do que as internos, especialmente no caso da indústria de transformação Restrições internas • Memória de mais de vinte anos de baixo crescimento (1981-2003) tornaram cauteloso (“preguiçoso”) o acelerador (os animal spirits tardam a se recuperar). O período 2004-2010 foi o primeiro ciclo sustentado de expansão desde 1980, e em seus últimos anos a “queda de braços” parecia estar sendo ganha pelos impulsos favoráveis ao investimento, sobrepujando-se aos freios; mas a confiança do investidor sofreu dois golpes: – Em 2008 um primeiro golpe com a crise mundial, parcialmente contornado em 2010; – Um segundo a partir em 2011, com queda abrupta do crescimento, recorrentes sinais de cautela fiscal e monetária por parte do próprio governo (2011, 2013 e 2014) diante de supostas pressões inflacionárias • Percepção de inevitabilidade de políticas macroeconômicas restritivas em 2015 (por conta de ajuste de tarifas de energia (petróleo e elétrica), e de continuidade de efeito inflacionário de recente desvalorização do cambio; • Taxas de juros de curto prazo permanentemente estratosféricas, e percepção de taxas de cambio persistentemente apreciadas. Restrições externas (atuantes especialmente sobre os investimentos em bens industriais) • “Revolução” de queda de preços no mercado mundial, desde aproximadamente o início dos anos 2000, provocada pela engrenagem sino-asiática de produção que combina baixos salários, significativos aumentos de escala e forte introdução de progresso técnico, comandada por China, Japão e Coreia do Sul; adicionalmente • Menor expansão do comercio mundial a partir de 2008, e formação de grande capacidade ociosa mundial, especialmente na indústria de transformação; • Efeito de confirmação de baixa competitividade na indústria de transformação: Baixo investimento em expansão, modernização e inovação (examinado adiante) gera estagnação na produtividade e consequente queda de competitividade no setor, formando circulo vicioso de estagnação; Quinta Parte BAIXO INVESTIMENTO NA INDÚSTRIA: (O MAIOR DESAFIO) Indústria : Dois enigmas • Boa expansão dos investimentos, e pelo que mostram algumas fontes (por confirmar), boa rentabilidade nos anos 2000, (embora declinante nos anos mais recentes); mas expansão da oferta bem aquém da demanda, e “avalancha importadora” • Crescimento razoavelmente rápido do VA e do investimento, mal desempenho na produtividade Taxas anuais médias de expansão do valor adicionado, dos investimentos e da produtividade na indústria de transformação, 2008/2003 (a preços de 2000) , e variação na balança comercial entre 2003 e 2008 (US$ bilhões correntes) Variação anual média VA % FBCF % Produtividade 2003-08 2003-08 2003-08 Bens intermediários Variação na balança comercial : 2008/2005 (US$ bilhões) 3,3 10,9 -3,2 -20,9 3,3 8,7 -1,2 -5,8 Agroindústria Bens duráveis de consumo 2,5 9,5 1,7 -7,4 7,4 9,8 2,0 -11,1 Bens de capital 8,1 13,1 -0,9 -20,2 Total 4,5 10,3 -0,8 -65,4 Bens não duráveis de consumo Fontes Miguez et al. (2013) e Bielschowsky, Squeff e Vasconcelos (2014). Hipótese para o primeiro quebra-cabeças : • No período 2004-2008 (2004-2010?) o que houve foi um miniciclo de investimento em modernização (o segundo desde 1980); houve pouco investimento em expansão ( e em diversificação e inovação). Os determinantes básicos do investimento na indústria • O patrimônio que é fruto nos investimentos já realizados, já enraizados, produz alta rentabilidade, e corre baixo risco. Em sua maior parte já se encontra financeiramente amortizado. Por isto, fecham-se poucas fábricas. É bom negocio investir em sua modernização, e isso tem sido feito. • A rentabilidade esperada sobre novos investimentos é baixa, frente aos riscos e à percepção de incertezas. Por isso abrem-se poucas fábricas, e ampliam-se pouco as existentes. Os dois ciclos de modernização • Primeiro ciclo, confirmado : anos 1995-98 (Bielschowsky, 1998); • • “Ainda que os segmentos mais dinâmicos tenham estendido o investimento além da modernização, esse foi o movimento mais importante e generalizado (...). O processo foi viabilizado pelo fato de o investimento em modernização se caracterizar por alto rendimento, porquanto eleva a eficiência de todo o estoque de capital preexistente”. Segundo ciclo, anos 2004-2008 (ou 2004-2010) (Bielschowsky. Squeff e Vasconcelos); mesma natureza do primeiro, forte indicação devido a aumento do coeficiente de importação simultâneo a aumento nos níveis de utilização de capacidade. A conclusão se alinha com a que chegaram Kupfer e Laplane (2010), ao analisarem, três anos atrás, os investimentos nos anos 2000: • “A reticência na imobilização de capital em ativos de maior prazo de retorno é uma marca do sistema empresarial brasileiro, fortalecida durante os longos anos de instabilidade que sucederam as crises dos juros e da dívida na virada dos anos 1980”. Segundo de dois “enigmas” : como entender queda na produtividade industrial, apesar de boa expansão do VA e do investimento ? Algumas hipóteses : • • • As estatísticas de produtividade das contas nacionais são ruins (talvez a boa seja a da PIM, que mostra aumento de cerca de 15% no período 2004 a 2008); Já não se consegue mais adicionar produtividade às plantas herdadas do PND II (diferentemente do que ocorreu nos anos 1990). É preciso investir em expansão, diversificação e inovação, para obter aumentos significativos de produtividade, não basta “modernizar”. David Kupfer : há rendimentos decrescentes de escala porque as empresas mantêm suas plantas menos produtivas desligadas, e ocupam a capacidade quando o produto expande. OBS: São necessários engenheiros e tecnólogos para entender o estranho comportamento da produtividade no período, e realizar uma boa radiografia das operações produtivas, e do tipo de investimento realizado • A PERGUNTA-CHAVE SEGUINTE É : O QUE OCORRE COM RENTABILIDADE, RISCOS E INCERTEZAS QUE TORNA OS INVESTIMENTOS EM EXPANSÃO, DIVERSIFICAÇÃO E INOVAÇÃO TÃO BAIXOS ? • HIPÓTESE: A QUEDA DE BRAÇO ENTRE IMPULSOS E FREIOS AO INVESTIMENTO ESTÁ SENDO GANHA PELOS FREIOS Como reindustrializar? Com que orientação geral e com que políticas (macroeconômicas e industriais) ? Duas propostas problemáticas 1. Desvalorização cambial radical (Bresser Pereira-FGV-SP) 2. Neoliberais 1. Inserção em cadeias globais de valor (sem identificação de conteudo e de forma) 2. Aumento de concorrencia por queda de tarifas (desconsiderando que exportações e importações quadruplicaram, e desconsiderado possivel reapreciação cambial) Orientação geral para as políticas de apoio`a “reindustrialização” 1. Usar modelo de crescimento pelo mercado interno, com exportações incentivadas, e alimentadas pelas escalas para mercado interno (“growth-led export”). Baixa viabilidade de modelo exportador (ilusão de inserção em “cadeias produtivas globais”) 2. Aumentar rentabilidade e diminuir riscos dos investimentos em “greenfield” (ou em expansão considerável das plantas produtivas existentes), e com incentivos poderosos especialmente aos investimentos que promovem diversificação da produção em setores tecnologicamente densos e em inovação; 3. Diferenciar as políticas para os cerca de 10% do total do PIB e da FBCF brasileiro que precisam disso, em sua maior parte “muito tradables” da indústria de transformação. Como faze-lo de forma seletiva, evitando desvalorização cambial excessiva em função de seus seus efeitos inflacionários e redistributivos perversos 4. Reduzir a sensação de incertezas (“elevar o animal spirit”) com consistência e estabilidade nas políticas. Políticas macroeconômicas 1. Cambio: combinando competitividade a salario real alto. Piso (de 2,40, para começar) com flutuação suja, mas evitando excesso de desvalorização. porque isso traria mais inflação e afetaria os salários reais e a distribuição de renda, base do modelo de crescimento por produção e consumo de massa, com orientação de mercado interno. Compensar setores carentes em matéria de cambio com outros incentivos. 2. Ampliação do crédito de longo prazo com juros competitivos com o do resto do mundo (adotar juros reais norte-americanos, chineses e japoneses); 3. Redução drástica dos juros sobre o capital de giro, “campeôes mundiais” na categoria; 4. Firmeza na expansão dos investimentos em infraestrutura (e petróleo), que são uma responsabilidade publica, mesmo quando são executados por empresas privadas (e criadores de externalidades, redução de custoBrasil, e forte demanda por bens industriais) Políticas industriais • Incentivos ficais e credíticios ( PBM, PSI, etc) diferenciados em favor do investimentos e das exportações, especialmente dos que se destinam a expansão, diversificação e inovação (e preferencialmente aos que se destinam à produção e às vendas correntes); • Encomendas publicas em proporções bem mais significativas, ordenadas e previsíveis do que as atuais; • Inovação: – Radical aumento em parcerias publico-privadas no campo da tecnologia, inclusive com identificação e incentivos aos nichos de mercado mundial para inovações brasileiras (agenda, setorial, e vertical, com eleição de setores e parceiros que possam se tornar ganhadores no mercado nacional e mundial). – Ampliação radical do mecanismo de contratos de risco. Tratamento tem que ser vertical, caso a caso, com aceno de politicas integradas de recursos financeiros, encomendas estatais, e incentivos creditícos e fiscais. Provocação final • Quanto custa reindustrializar, e que benefícios de longo prazo traz ? • Façamos as contas do aumento necessário da massa de lucro para a indústria de transformação (como % da renda nacional). • Busquemos propostas radicais. Investimento nas três frentes de expansão da economia brasileira : avanços e dificuldades . Apresentação na CEPAL Agosto de 2014 Ricardo Bielschowsky, IE-UFRJ Relatório anual de avaliação do PPA 2012-2015, ano-base 2013 (enviado pelo governo ao Congresso Nacional): • “Em sua dimensão social, a estratégia é de universalização e institucionalização dos direitos da cidadania, inclusão social das parcelas menos favorecidas da população e melhoria na distribuição de renda” (...) • “Em sua dimensão econômica, a estratégia caracteriza-se por: a) Praticar uma macroeconomia e um financiamento para o desenvolvimento, garantindo os objetivos de estabilidade macroeconômica e de crescimento com redistribuição de renda; b) Dar curso e velocidade às três frentes de expansão que se encontram atuantes na economia brasileira: • investimentos em produção e consumo de massa; • investimentos em infraestrutura econômica e social; • e investimentos em atividades intensivas em recursos naturais; c) Potenciar as três frentes de expansão por meio de avanços substanciais nos terrenos da educação, ciência, tecnologia e inovação – construindo uma “sociedade de conhecimento” – até o ponto em que o processo de inovação possa tornar-se uma quarta frente de expansão da economia; e potenciá-las,também, por meio do fortalecimento de encadeamentos produtivos;” (SPI/MPOG, 2013, pp.14-15)” TABELA 1 - INDICADORES DE BEM-ESTAR: Trabalho e renda, previdência e assistência 2002, 2006, 2010 e 2013 (valores a preços de 2013) TRABALHO E RENDA 2002 2006 2010 2013 Salário mínimo (2002=100) 100 127 157 175 Salário médio (PME-IBGE) (2002=100) 100 107 123 134 Média da renda domiciliar per capita (2002=100) 50% de domicílios de menor renda 100 124 155 179 50% de domicílios de maior renda 100 110 124 136 Taxa de desemprego metropolitano (PME-IBGE) 11,7 10,0 6,7 5,4 Número de pessoas com vínculos formais de trabalho (milhões – RAIS/MTE) 28,7 35,2 44,1 48,2 Número de beneficiários de seguro desemprego 4,8 6,1 8,1 8,4 Numero de beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, RGPS (milhões) 18,9 21,6 24,4 27,0 Valor médio real por beneficiário (2002=100) 100 131 146 154 Valor real total dos benefícios (2002=100) 100 149 188 221 Número de beneficiários (milhões) 2,3 2,9 3,7 4,2 Valor médio real por beneficiário (2002=100) 100 127 157 175 3,6a/ 11,0 12,8 14,1 - 81.7 105.4 141.8 GASTO COM POLÍTICAS SOCIAIS NO ORÇAMENTO DA UNIÃO (% PIB) 12,7 14,1 14,6 16,8 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ( COEFICIENTE DE GINI, FAMÍLIAS) 0,59 0,56 0,54 0,53 Pobres 34,4 26,8 19,9b/ 15,9c/ Extremamente pobres 14,0 9,5 6,8b/ 5,3c/ PREVIDÊNCIA BPC e RMV ASSISTENCIA BOLSA FAMÍLIA Número de famílias beneficiadas Valor médio real dos benefícios (em R$ de 2013) TAXA DE POBREZA (% de pessoas com renda familiar média abaixo da linha de pobreza e de extrema pobreza) Investimento nas frentes de expansão : Composição e % do PIB, 2000-07 e 2008 (em %), a preços constantes de 2000 Composição do investimento (%) Taxas de crescimento, 20042008 Infraestrutura 2008 29,1 2000-07 3,8 2008 5,4 Famílias (residências) 22,3 4,2 4,1 Recursos naturais 18,1 2,8 3,3 Consumo de massa 20,4 3,3 3,8 Bens de capital e intermediários 10,2 1,7 1,9 Total 100,0 15,8 18,4 3,5 4,0 Memo : Indústria de transformação 21,5 Tabela 3: Indicadores de desempenho econômico : 1999-02, 2003-06, 2007-10, 2011-13 1999-2002 Taxa média crescimento do PIB Taxa média de crescimento do PIB per capita Taxa média de investimento (% do PIB, preços de 2003) Gastos com C&T&I (% do PIB) Taxa média de inflação Dívida líquida do setor público média (em % do PIB) Oferta de crédito (em % do PIB) Taxa real de juros ( ex-ante) Superávit primário médio (em % do PIB) Reservas externas médias (em US$ 2003-2006 2007-2010 2011-2013 2.1% 0.4% 3.5% 2.2% 4.6% 3.5% 2.0% 1.1% 17,0% 15.9% 19,0% 20,4% 1,0% c/ 1,0 8.8% 6.4% 52.9% 50.3% 1,1 5.2% 41.3% 1,2d/ 6.1% 35.1% 23,9%a 26,8% / 10,2% 10,0% 2.8% 3.5% 40,7 51,3b/ 6,6 % 2.9% 4,2% 2.5% 225.3 361.3 35.8 60.5