FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS
ANALISE DE
CONJUNTURA
PROF. DANIEL DA SILVA MARTINS
http://danielmartins.jimdo.com
[email protected]
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 Uma
análise de conjuntura é
um retrato dinâmico de uma
realidade e não uma simples
descrição de fatos ocorridos
em um determinado local e
período. Ela deve ir além das
aparências e buscar a essência
do real.
O que é análise de conjuntura?
• A análise de conjuntura é uma mistura
de conhecimento e descoberta, é uma
leitura especial da realidade e que se
faz sempre em função de alguma
necessidade ou interesse.
• Não há análise de conjuntura neutra,
desinteressada: ela pode ser objetiva
mas estará sempre relacionada a uma
determinada visão do sentido e do
rumo dos acontecimentos.
Categorias para análise de conjuntura
• Acontecimentos (fatos)
• Palco dos acontecimentos (local)
• Atores (quem)
• Relação de forças (políticas)
• Articulação (relação) entre
“estrutura” e “conjuntura”.
Acontecimentos
• Fato x Acontecimento
• Na vida real acontecem milhares de
fatos todos os dias em todas as partes
mas somente alguns desses fatos são
considerados como acontecimentos.
• Acontecimentos
são
fatos
que
adquirem um sentido especial para um
país, uma classe social, um grupo
social ou uma pessoa.
O desafio de qualquer análise de
conjuntura é compreender as
inter-relações das partes que
formam o todo, pois a totalidade
é um conjunto de múltiplas
determinações. Neste sentido, a
análise de conjuntura funciona
como um mapa que nos permite
“viajar” na realidade..
É a análise de conjuntura que
busca traçar um mapa da
correlação das forças econômicas,
políticas e sociais que constituem
a estrutura e a superestrutura da
sociedade, as quais se vinculam
através
de
relações
de
poder.
Análise
de
conjuntura
deve
compreender tanto a análise das
fraquezas quanto da solidez de
cada força que participa da disputa
política e econômica do dia a dia.
Uma análise de conjuntura não é a
descrição de um sonho. Por mais
que não se goste de determinadas
características
da
realidade
 EFICÁCIA,
 CUSTO/BENEFÍCIO,
 LIVRE
ESCOLHA
 DESCENTRALIZAÇÃO,
 MODERNIDADE
 CUSTO-BRASIL
 EFICIÊNCIA
 privatização
de
serviços
beneficiou os 20% mais ricos à
custa do bem-estar daqueles que
dependem dos serviços públicos;
 promoção
do individualismo e do
consumismo,
prejudicando
a
cultura da solidariedade;


ESTADO MÍNIMO PARA O SOCIAL
ESTADO MÁXIMO PARA O CAPITAL

Pela primeira vez na história da economia
mundial os Estados perdem poder.
O
poder das multinacionais
substituiu o poder dos Estados

Autores de esquerda como Susan George e
Eric Hobsbawm consideram a globalização
como a causa das crescentes desigualdade
e pobreza do mundo.


O QUE É?
O QUE FAZER?

É POSSÍVEL?
 Há
gastos do Estado, gastos
sociais, que não são feitos no
sentido da reprodução do capital.
São gastos determinados pela luta
de
classes,
com
finalidades
sociais. (Chico de Oliveira,1995)
É
a possibilidade de a sociedade
organizada intervir nas ações do
Estado,
no
gasto
público,
redefinindo-o na direção das
finalidades sociais, resistindo à
tendência
de
servir
com
exclusividade à acumulação de
capital. (Maria Valéria Costa Correia, 2000)
 Para
garantir o Controle Social
para o lado da sociedade é
necessário entender o verdadeiro
significado das palavras e dos
discursos.
O
Neoliberalismo travou essa luta
e,por enquanto, ganhou.
Dinheiro para pobre é
gasto, dinheiro para
rico é investimento!!
Expressões que tiveram livre e entusiasmado
trânsito na década de 90 como
• “estado mínimo”,
• “privatização”,
• “livre jogo dos mercados”,
• “globalização”
TIVERAM QUE SER SUBSTITUÍDAS.
As derrotas políticas e
econômicas de tais expressões e
seus significados obrigaram seus
formuladores a mudá-las.
“choque de gestão”
“corte de gastos correntes”
“melhorar o gasto público”
“o governo gasta muito e gasta mal”
“redução das despesas do governo”
“redução das despesas com pessoal”

Quando compramos café, arroz, feijão, alface e
iogurte, isso é gasto ou investimento?

Comprar livros é gasto ou investimento? E ir ao
cinema?

“Cortar gastos públicos correntes” costuma ser
“cortar investimentos em educação, saúde e
assistência social”.






Inorganicidade
Desinformação
Descrédito nas instituições
Demanda por ilegalidade
Distanciamento das lutas
transformadoras
Apatia, opacidade, desesperança
• 1º passo: identificar fatos e acontecimentos
– A partir da leitura diária dos jornais e revistas (impressos ou
eletrônicos) captar as notícias relacionadas com o tema em
estudo que se tornaram manchete na imprensa (recortar ou
imprimir).
– Ler atentamente as matérias procurando identificar:
• Os fatos mais importantes (nem sempre o título da matéria revela
o fato mais relevante; é preciso “ler nas entrelinhas”).
• Os principais atores em questão (países, governos, instituições,
pessoas).
– Ordenar os fatos por ordem de importância, distinguindo
“fatos” de “acontecimentos”, registrando-os na planilha 1.
– Arquivar o material original em uma pasta temporária, para
eventuais consultas posteriores.
Planilha 1 – Tema ....................................
Dia
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7
Fato
01
02
03
04
05
• 2º passo: relacionar fatos e acontecimentos
– Na medida em que a planilha for sendo preenchida, verificar se há
correlação de causalidade entre os fatos e registrar tais correlaçoes
por meio de setas. Nas análises sociais, a grande dificuldade é
identificar corretamente a relação e a correlação entre causa e efeito.
Como distinguir corretamente o que é causa e o que efeito de
determinadas conjunturas e estruturas socais.
– Exemplo:
• Num caso hipotético onde o objeto de estudo é a China, registra-se no D1
que houve eleições em Taiwan que foram vencidas por um partido
nacionalista pró-China.
• No D2 registra-se que houve manifestações separatistas no Tibet.
• No D3 registra-se que a China quer fazer dos Jogos de Pequim a vitrine da
China moderna.
• No D4 registra-se que o Congresso dos EUA quer aprovar uma tarifa de
importação sobre os produtos chineses para compensar uma taxa de
câmbio supostamente desvalorizada.
• Estes fatos podem estar correlacionados, ou não.
Planilha 1 – Tema ....................................
Dia
D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7
Fato
nonon
nonon
nonon
01
nonon
02
onon
nonon
03
nonon
04
05
• 3º passo: relacionar conjuntura e estrutura
– Na medida em a conjuntura for sendo identificada, é
necessário que o cenarista tenha bem claro a distinção entre
conjuntura e estrutura de forma a:
• Perceber o conjunto de forças e problemas que estão por trás dos
acontecimentos de modo a identificar o “sentido” dos
acontecimentos e o pano de fundo no qual se desenrola
determinada ação.
– No caso do exemplo anterior, o pano de fundo pode a preocupação
dos Estados Unidos e demais potencias do Ocidente com a ascensão
econômica da China e com a possibilidade da China vir a dominar o
cenário econômico mundial, desafiando a hegemonia americana.
• 4º passo: identificar os palcos dos acontecimentos
– É preciso olhar os palcos dos acontecimentos: espaços
sociais, lugares, onde estão ocorrendo os acontecimentos: se
é no Congresso, no Executivo, na sociedade civil; se é numa
cidade, região, no país como um todo, ou na esfera
internacional
• O palco dos dos acontecimentos podem se alterar rapidamente
alterando completamente o sentido e o rumo dos acontecimentos.
• Exemplos:
– Uma operação da política federal desencadeada supostamente para
investigar ações ilícitas de um empresário transformou-se num
evento político nacional pondo em confronto os poderes legislativo,
executivo e judiciário.
– As manifestações pró independência do Tibet ganharam uma nova
dimensão internacional com as Olimpíadas de Pequim.
• 5º passo: identificar os atores
– É preciso identificar corretamente os agentes sociais, políticos
e econômicos que estão agindo e interagindo. Quem são esses
agentes? São pessoas individuais, grupos organizados,
movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, os meios
de comunicação, grupos econômicos nacionais,
internacionais, países, blocos de países?
– A identificação correta das forças que estão por trás dos fatos
e acontecimentos é um elemento fundamental na análise de
conjuntura, pois a partir dessa identificação podemos
identificar corretamente o “sentido” dos acontecimentos.
• 6º passo: identificar a correlação de forças
– A correta avaliação da correlação de forças é decisiva para se tirar
conseqüências práticas da análise de conjuntura.
– No caso específico da construção de cenários prospectivos é preciso
estar atento para fatos, acontecimentos e novos atores, que mesmo
estando numa situação de pouca evidência no momento da análise,
podem representar “fatos portadores de futuro” que são elementos
fundamentais para a construção de cenários.
– Exemplo: pelos dados atuais, o uso da biomassa com alternativa
energética ao petróleo, tem uma importância quase insignificante;
isso não quer dizer, entretanto, que dentro de dez ou vinte anos essa
correlação não se altere e a biomassa se torna numa alternativa de
peso para a geração de energia.
• 7º passo: identificar os “fatos portadores de
futuro”
– A análise de conjuntura é sempre realizada com algum
propósito. Usualmente, seu propósito é o de orientar a ação
política prática, seja num sentido conversador (correções de
rota), seja num sentido transformador (definir um nova rota).
– No caso específico deste curso nosso propósito é o projetar
cenários futuros. Nesse sentido, a análise de conjuntura
deverá permitir:
• i) a identificação da situação no momento inicial do estudo
• ii) a visão clara das principais variáveis e dos indicadores
• iii) a identificação dos atores e a compreensão de seus
respectivos papéis
• iv) a tabulação das principais informações
• v) a identificação de rupturas
• vi) a identificação de fatos portadores de futuro
• vii) o refinamento dos limites da dimensão em estudo
• 7º passo: identificar os “fatos portadores de
futuro”
– No caso específico deste curso a identificação dos “fatos
portadores de futuro” é a questão mais importante, pois será a
partir desses fatos que os cenaristas definirão os eventos e
formularão as questões a serem submetidas ao painel de
especialistas com o propósito de definir os cenários
prospectivos.
– A identificação incompleta ou deficiente dos “fatos portadores
de futuro” levará à construção de cenários equivocados e
irrelevantes do ponto de vista da definição de estratégias.
• Bibliografia:
• SOUZA, H. J. (Betinho). Como se faz análise de
conjuntura. 26ª ed. Petrópolis: Editora Vozes,
2005.
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O QUE É? O que é análise de conjuntura?