Paulo Freire
e
Infância:
amorosidade e
construção da Paz
Franciele Clara Peloso
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Paulo Freire
A antropologia freiriana
• Inacabamento, inconclusão do humano;
• Historicidade: se constrói na história, que é aberta;
• Curiosidade que pode se fazer epistemológica;
• Nasce, vive e desenvolve-se na diferença (o outro);
• Capaz de ler, pensar e dizer o mundo;
• Capaz de humanização e desumanização;
• Capaz de autonomia e autoria;
• Ser político e produtor de cultura;
• Permanentemente provocado para SER MAIS;
• Dialogicidade.
A dialogicidade
• Amor (compromisso com os homens);
• Humildade;
• Fé nos homens;
• Esperança (fruto do inacabamento);
• Pensar crítico.
O desafio da amorosidade:
“Porque é um ato de coragem, nunca de medo, o amor é
compromisso com os homens. Onde quer que estejam estes,
oprimidos, o ato de amor está em comprometer-se com sua
causa (...) Como ato de valentia, não pode ser piegas: como
ato
de libertação,
não pode ser pretexto para
a
manipulação, senão gerador de outros atos de liberdade. A
não ser assim, não é amor”.
(Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido)
“O amor é uma tarefa do sujeito (...). O amor é uma intercomunicação
íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro,
como sujeito do seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro. Nesta
sociedade há uma ânsia de impor-se aos demais numa espécie de
chantagem de amor. Isto é uma distorção do amor (...). Ama-se na
medida em que se busca comunicação, integração a partir da
comunicação com os demais. Não há educação sem amor. O amor implica
luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados
não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto.
Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita. Não há
educação do medo. Nada se pode temer da educação quando se ama”.
(Paulo Freire em Educação e Mudança)
Implicações da
antropologia
freiriana na
Educação da
Infância
•
Paulo Freire não elaborou uma teoria específica sobre infância: elaborou sim uma
teoria revolucionária sobre educação, sobre pedagogia. Evidentemente nesta
concepção de educação está a criança e a infância contextualizadas.
•
Educar exige dialogo com o mundo e com os outros, quaisquer que sejam, onde nos
pomos, nos contrapomos e nos libertamos de qualquer forma de opressão.
•
Esta perspectiva de educação na relação com o mundo e os outros exige
consciência do inacabamento. O reconhecimento de sermos historicamente
condicionados a busca de autonomia, o sentir-se existencialmente solidário, a
humildade, tolerância e a não desistência da luta pelos direitos das pessoas, a
apreensão da realidade desvelando suas contradições exige alegria, esperança e
amorosidade.
•
Exige a convicção de que esta realidade poderá ser diferente no limite de nossa
força e de nosso comprometimento, contribuindo para a construção da Paz.
• Concepção de infância (como condição da experiência
humana);
• Entendimento de criança como alguém que é está sendo (o
ser humano como uma “inteireza”, que faz a História e ao
mesmo tempo se refaz, assim o que ocorre é a superação
de uma fase geracional por outra, o que não elimina a
continuidade da História no interior da mudança);
• Nessa direção é possível afirmar que a infância institui,
juntamente com o ser criança, a base de um projeto de
constituição da humanidade do ser humano.
•
O projeto educativo proposto por Freire é anunciador do ser humano
plural. Nesse sentido, seus pressupostos podem ser utilizados em
diversos
contextos
educativos,
principalmente naqueles
onde
os
mecanismos de opressão, de exclusão, de preconceito, de subordinação,
de miséria, dentre outros, se fazem presentes e impedem a vocação de
ser mais dos seres humanos: a humanização.
•
Nesse entender as crianças, inseridas em um projeto educativo
freiriano, poderiam constituir e ser constituídas por meio de suas
subjetividades. A partir dessa compreensão seriam autoras de suas
histórias, fundadas na autonomia, na amorosidade e na esperança,
seriam anunciadoras da construção da paz e da possibilidade de
transformação do mundo.
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