MEMÓRIAS DE UM
SARGENTO DE MILÍCIAS
Manuel Antônio de Almeida
Professora Rose- Curso Desafio
Apresentação I
ATENÇÃO

Resumos não servem para atingir
todo objetivo que a leitura de
bons livros nos proporcionam,
porém servem para estimular o
processo de estudo e
desenvolvimento, interligando
conhecimentos.
Sobre o Movimento Literário

Esquecido durante muito tempo, reavaliado
positivamente a partir de 1920, Memórias de um
sargento de milícias sempre constituiu um
problema para a visão tradicional da crítica
literária brasileira, que, quase sempre esteve
mais preocupada, em rotular e catalogar as
obras a partir das concepções idealistas próprias
da periodização por estilos. Assim se sentia
pouco à vontade diante da irreverência e da
desordem próprias de Manuel Antônio de
Almeida. Irreverência e desordem que fizeram, e
fazem, de ‘Memórias de um sargento de milícias’
um dos romances mais lindos de toda a ficção
brasileira.
Sobre o Movimento Literário

Como tantos outros romances de
sua época, a obra de Manuel
Antônio de Almeida foi publicada
originalmente em folhetins de
jornal. Cada um de seus
capítulos, à semelhança das
modernas telenovelas, devia
provocar no leitor a curiosidade
sobre o desenrolar subsequente
da história.
Sobre o Movimento Literário


Mas as semelhanças entre Manuel e
os romancistas brasileiros seus
contemporâneos, terminam aí.
Ao contrário destes, que
construíram mundos ideais,
impregnados dos valores da classe
dominante brasileira da época, ele
centra sua atenção sobre um grupo
social específico que poderia ser
identificado, forçando um pouco a
expressão, como a classe média do
Rio de Janeiro de então.
Sobre o Movimento Literário

Eram os homens livres, que, não
dispunham de poder econômico e
político, viviam, ou sobreviviam,
de acordo com suas
possibilidades, numa espécie de
zona de penumbra na qual os
limites entre os valores da ordem
vigente e da marginalização
completa se tornavam bastante
tênues.
Sobre o Movimento Literário

Por retratar com certa objetividade os
costumes e hábitos deste grupo social,
o romance foi qualificado, ainda no
século passado de realismo. Mais tarde,
por volta de 1920, ao ser reavaliado, foi
considerado um romance picaresco a
partir do argumento de que possuía as
características das obras de ficção
européia dos séculos XVI e XVII assim
denominadas: ausência de critérios
morais rígidos, um herói central de
origem social pobre, uma visão de
mundo ingênua e ao mesmo tempo
satírica.
Sobre o Movimento Literário
Por retratar com certa objetividade os
costumes e hábitos deste grupo social,
o romance foi qualificado, ainda no
século passado de realismo.
 Mais tarde, por volta de 1920, ao ser
reavaliado, foi considerado um romance
picaresco a partir do argumento de que
possuía as características das obras de
ficção européia dos séculos XVI e XVII
assim denominadas: ausência de
critérios morais rígidos, um herói
central de origem social pobre, uma
visão de mundo ingênua e ao mesmo
tempo satírica.

Sobre o Movimento Literário

A definição não é de todo aceita,
principalmente, porque há uma
diferença fundamental entre
Leonardo e os heróis do chamado
romance picaresco europeu:

Sua vida se limita ao espaço dos
homens livres do século XIX, sem
transitar através de vários grupos
sociais.
Sobre o Movimento Literário

Além disto, ciente da ineficiência
dos rótulos e catalogações da
crítica tradicional, a concepção
que predomina hoje na análise
da obra é a que, a partir de uma
perspectiva histórica, vê em
Leonardo o primeiro grande
‘malandro’ da ficção brasileira.
Sobre a sociedade descrita
nele

No “tempo Del rei”, a ordem
social definia-se a partir de dois
polos extremamente rígidos: o
escravo e o senhor de escravos.
No meio os homens livres sem
poder econômico e político
representavam um grupo
restrito, mas certamente de
algumas importância em termos
sociais.
Sobre a sociedade descrita
nele

A função social dessa classe era
definida fundamentalmente a partir
da necessidade de sobreviver
através de expediente raramente
ligados a uma atividade econômica
específica. Caracterizam-se antes
por exercem ocupações ocasionais,
pequenos serviços e alguns cargos
burocráticos subalternos, vendeiro,
barbeiro, parteira, miliciano,
sacristão.
Sobre o Movimento Literário

Apesar de estar classificado como
romântico, o romance Memórias de
um Sargento de Milícias apresenta
traços estéticos que ultrapassam o
Romantismo. Sua composição não
segue a trilha deixada pelos demais
ficcionistas desse estilo. A
fragmentação do enredo deixa
margens de dúvida se não seria um
precursor do estilo digressivo e
fragmentário de Machado de Assis.
Sobre o Movimento Literário

Suas personagens passam longe
das idealizações românticas,
estão mais próximas do
Realismo, não raro configurando
tipos, a ausência de um final feliz
definitivo é outro elemento fora
dos parâmetros românticos.
Romance de Costumes

Romances românticos direcionam
para a sociedade burguesa e os
Realistas, focalizam a sociedade
suburbana, gente humilde e
trabalhadora. Devemos enxergar
a presente obra como um
romance de costumes, que
apresenta também tendências à
novela picaresca pela presença
do anti-herói Leonardinho.
Estilo do autor

O estilo de Memórias, bem como
seu autor, apresentam tendências
bem pessoais e marcantes como:
emprego de linguagem bem
coloquial, marcada por incorreções
e linguajar lusitano, interiorano ou
das periferias de Lisboa, lembrando
que boa parte das personagens são
imigrantes portugueses ou gente
simples do provo.
Estilo do autor

Ausência de personagens
idealizados e a da análise
psicológica, o romance prefere
focalizar os costumes, hábitos e
cocoetes das pessoas de
camadas sociais inferiores, numa
construção mais realista da
sociedade suburbana do início do
século XIX.
Estilo do autor

Presença do humorismo, do
ridículo e do burlesco, o tom
geral da obra segue a tendência
da globalização, marcado pela
construção de personagens que
tendem para o caricatual, para o
mais absoluto ridículo. A essa
tendência chamamos
carnavalização.
Estilo do autor

A narrativa não segue a ordem
linear dos fatos, é episódica e
não raro, foge da história para
comentar fatos paralelos ou para
dar explicações sobre o próprio
livro.
Estilo do autor

Narrador intruso, o tempo todo
se intromete para dar
explicações, analisar fatos ou
personagens e conversar com o
leitor que estabelece essa
conversação: “pôr estas palavras
vê-se que ele suspeitaria alguma
coisa; e saiba o leitor que
suspeitaria a verdade”.
Estilo do autor

A obra deixa transparecer a
presença de diversas figuras de
linguagem, bem como,
hipérboles, comparações,
metáforas, perífrases,
trocadilhos, metonímias,
linguagem, linguagens forences,
sarcasmo, barbarismo, etc..
Estilo do autor

Retrato vivo dos costumes bem
brasileiros do início do século XIX, o
romance focaliza muitos tipos populares
do Rio de Janeiro suburbano. Esse
painel pitoresco retrata a alegria de
viver, a malícia da época, as fofocas, as
beatices, as crendices, as festas, as
profissões, os costumes e hábitos de
nosso povo. Leonardo é o tipo
malandro carioca, cheio de picardia,
esperteza, sarcasmo e desejo de
vingança.
Estilo do autor

Entre as temática centrais
podemos destacar as crises do
autoritarismo policial, à religião,
ao clero imoral, ao interesse
econômico, ao casamento como
meio de ascensão social e à
vadiagem como meio de vida.
Download

memórias de um sargento de milícias