Informática em Psicopedagogia
Prof. Ronei Ximenes Martins Msc.
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Temas Abordados:
1 – Inovação Tecnológica e Paradigmas Educacionais
2 – Informática Aplicada à Educação.
Práticas:
Experimentação de diferentes tipos de software e as
possibilidades de uso na educação.
Ter a percepção do ponto de vista do aprendiz na utilização de
computadores em atividades de ensino-aprendizagem.
Entender a dinâmica de utilização de laboratórios de
informática.
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Organização do Trabalho e
Avaliações.
-Grupos de 3 cursistas.
-Material de apoio e textos de referência:
http://rxmartins.pro.br/teceduc/
Avaliações:
1 – Participação nas atividades
2 – Projeto
3
Por que estamos aqui ?
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Objetivos:
1 – Entender como as TIC são
aplicadas nas diversas
vertentes pedagógicas
2 – Aprender como utilizar
ferramentas da Informática na
educação
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Visão Filosófica da T.E.:
"Ninguém sabe tudo, todos sabem
alguma coisa, todo o saber está na
humanidade.
Não existe nenhum repositório de
conhecimento transcendente e o
saber não é nada além do que as
pessoas sabem...
Os novos sistemas de comunicação
deveriam oferecer aos membros de
uma comunidade os meios de
coordenar suas interações...“
(LÉVY P. Inteligência Coletiva. 1998, p.29)
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ALGUMAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
TECNOLOGIA: Ciência ou tratado acerca dos
ofícios e das artes em geral. Aplicação dos
conhecimentos científicos à produção em geral.
Diferente de:
TÉCNICA: Conhecimento prático; prática.
Conjunto dos métodos e pormenores práticos
essenciais à execução perfeita de uma arte ou
profissão.
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DEFINIÇÕES:
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: tudo aquilo que o
ser humano inventou - tanto em termos de artefatos
como de métodos e técnicas - para estender a sua
capacidade física, sensorial, motora ou mental, e que
pode ser utilizado no processo educacional para
oportunizar o aprendizado. (Eduardo Chaves)
Diferente de:
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: o uso de
computadores ou o uso de computadores em rede no
processo educacional para oportunizar o aprendizado.
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DEFINIÇÕES:
INFORMÁTICA: Ciência que estuda o
tratamento das informações quanto à sua coleta,
armazenamento, classificação, transformação e
disseminação.
INFORMAÇÃO: Conhecimento extraído de
dados. Resumo dos dados. Resultado de
Processamento.
DADO: Elemento para a formação de um juízo.
Elemento que serve de base para a resolução de
um problema. Matéria prima para a informação.
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O Real e o Virtual
“Bits e Átomos
A melhor maneira de avaliar os méritos e
as conseqüências da vida digital é
refletir sobre a diferença entre bits e
átomos.” (NEGROPONTE, 1995)
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Mundo Real
Átomos - Analógico
e
Mundo Virtual
Bits - Digital.
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Tecnologia e Sociedade.
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Estamos além do futuro descrito na ficção
científica…
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MaLuQuIcEs do
NossO tEmPo!
- Existe uma ruptura tempo/espaço;
-Existe uma busca frenética por
Interatividade;
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MaLuQuIcEs do NossO tEmPo!
- O volume de informação já produzida é
inadministrável pelo indivíduo;
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MaLuQuIcEs do
NossO tEmPo!
- Um novo tecido social está surgindo.
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- Enfrentamos as conseqüências da
globalização; (o que acontece em
qualquer lugar do mundo nos afeta)
- Existe uma busca constante por
capacitação. (saber cada vez mais para
manter o estado das coisas)
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Existe uma nova sociedade, digital (virtual), interconectada,
interagindo de forma on-line, que ultrapassa as fronteiras
geográficas.
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Os sete códigos da Modernidade
fonte: Fundação Social - Colômbia, Bernardo Toro
Habilidades mínimas para o cidadão do
século XXI
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1 - Domínio da leitura e escrita
2 - Capacidade de fazer cálculos e
de resolver problemas
3 - Capacidade de analisar, sintetizar
e interpretar dados e fatos
4 - Capacidade de compreender e
atuar no entorno social
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5 – Saber receber criticamente os
meios de comunicação
6 - Capacidade para acessar e usar
melhor a informação acumulada
7 - Capacidade de planejar,
Trabalhar e decidir em grupo
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REFLEXÕES SOBRE A ESCOLA
E A TECNOLOGIA
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Reflexão
Gaiolas e Asas de Rubem Alves
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Rubem Alves
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Os pensamentos me chegam de forma inesperada, sob
a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que
Lichtenberg,
William
Blake
e
Nietzsche
freqüentemente eram também atacados por eles.
Digo “atacados“ porque eles surgem repentinamente,
sem preparo, com a força de um raio. Aforismos são
visões: fazem ver, sem explicar.
Pois ontem , de repente, esse aforismo me atacou:
“Há escolas que são gaiolas.
Há escolas que são asas.“
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Escolas que são gaiolas existem para que
os pássaros desaprendam a arte do vôo!
Pássaros engaiolados são pássaros sob
controle. Engaiolados, o seu dono pode
levá-los para onde quiser. Pássaros
engaiolados sempre têm um dono.
Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos
pássaros é o vôo.
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Escolas que são asas não amam pássaros
engaiolados. O que elas amam são os
pássaros em vôo. Existem para dar aos
pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo,
isso elas não podem fazer, porque o vôo já
nasce dentro dos pássaros.
O vôo não pode ser ensinado.
Só pode ser encorajado.
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Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento:
sofri conversando com professoras de segundo grau, em
escolas de periferia.
O que elas contam são relatos de horror e medo.
Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças...
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E elas, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as
coisas que a burocracia determina que sejam feitas, dar o
programa, fazer avaliações...
Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres
famintos, dentes arreganhados, garras à mostra - e a
domadoras com seus chicotes, fazendo ameaças fracas
demais para a força dos tigres...
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Sentir alegria ao sair da casa para ir para escola? Ter
prazer em ensinar?
Amar os alunos? O seu sonho é livrar-se de tudo aquilo.
Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a
mesma porta que as fecha junto com os tigres.
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Nos tempos da minha infância eu tinha um prazer
cruel: pegar passarinhos.
Fazia minhas próprias arapucas. O pobre passarinho
vinha, atraído pelo fubá.
Ia comendo, entrava na arapuca, pisava no poleiro – e
era uma vez um passarinho voante.
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Cuidadosamente eu enfiava a mão na arapuca, pegava
o passarinho e o colocava dentro de uma gaiola.
O pássaro se lançava furiosamente contra os arames,
batia as asas, crispava as garras, enfiava o bico entre
nos vãos. Na inútil tentativa de ganhar de novo o
espaço, ficava ensangüentado...
Sempre me lembro com tristeza da minha crueldade
infantil.
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Violento, o pássaro que luta contra os arames da
gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende?
Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as
escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?
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Me falarão sobre a necessidade das escolas dizendo que os
adolescentes de periferia precisam ser educados para melhorarem
de vida.
De acordo. É preciso que os adolescentes, é preciso que todos
tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos
de uma vida melhor.
Mas, eu pergunto: Nossas escolas estão dando uma boa educação?
O que é uma boa educação?
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O que os burocratas pressupõem, sem pensar, é que os alunos
ganham uma boa educação se aprendem os conteúdos dos
programas oficiais.
E para se testar a qualidade da educação, criam mecanismos,
provas, avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo
Ministério da Educação.
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Mas será mesmo? Será que a aprendizagem
dos programas oficiais se identifica com o
ideal de uma boa educação?
Você sabe o que é “dígrafo“?
E os usos da partícula “se“? E o nome das
enzimas que entram na digestão? E o
sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas de um povo heróico o
brado retumbante“? Qual a utilidade da
palavra “mesóclise“?
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Pobres professoras, também engaioladas... São
obrigadas a ensinar o que os programas mandam,
sabendo que é inútil. Isso é hábito velho das
escolas.
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O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida.
É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens.
A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo
a viver.
Nietzsche dizia que ela, a inteligência, era “ferramenta“ e
“brinquedo“ do corpo. Nisso se resume o programa educacional do
corpo: aprender “ferramentas“, aprender “brinquedos“.
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“Ferramentas“ são conhecimentos que nos
permitem resolver os problemas vitais do dia a dia.
“Brinquedos“ são todas aquelas coisas que, não
tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão
prazer e alegria à alma.
No momento em que escrevo estou ouvindo o
coral da 9ª sinfonia. Não é ferramenta. Não serve
para nada. Mas enche a minha alma de felicidade.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos,
está o resumo da educação.
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Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São
asas. Ferramentas me permitem voar pelos
caminhos do mundo. Brinquedos me permitem
voar pelos caminhos da alma.
Quem
está
aprendendo
ferramentas
e
brinquedos está aprendendo liberdade, não fica
violento. Fica alegre, vendo as asas crescer...
Assim todo professor, ao ensinar, teria de se
perguntar: "Isso que vou ensinar, é ferramenta? É
brinquedo?" Se não for, é melhor deixar de lado.
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As estatísticas oficiais anunciam o aumento das
escolas e o aumento dos alunos matriculados.
Esses dados não me dizem nada. Não me dizem
se são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há
professores que amam o vôo dos seus alunos.
Há esperança...
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Atividade:
Fita de vídeo O Futuro da Escola:
Assistir e anotar informações relevantes.
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Atividade:
1 – Resuma, na forma de tópicos, os pensamentos de
Papert e Freire apresentados no Vídeo “O Futuro da
Escola”
2 – Faça uma análise comparativa entre a proposta
de Rubem Alves em “Gaiolas e Asas” e os
pensamentos destacados em 1.
3 – Registre as conclusões do grupo diante do
exposto, considerando a relevância (ou não) do uso
dos computadores e da Internet na educação de
crianças e adolescentes.
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REFLEXÕES SOBRE A ESCOLA
E A TECNOLOGIA
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Nós fomos projetados
para aprender...
Aprendemos a vida
inteira...
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Aprendemos em casa,
na escola, no trabalho...
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Com o tempo,
passamos a saber mais e
mais...
Captamos informações e as
transformamos em novos
saberes.
48
As informações chegam por vários
meios...
E a escola ??
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E a escola ?
“Resultado de Pesquisa realizada nos EUA.
Avaliada estatisticamente a aquisição de conhecimentos,
o homem adquire
•50% do que sabe, por meio de imagens.
•25% do que sabe, por meio de sons.
•15% do que sabe, por meio da comunicação social
•10% do que sabe, através da leitura de material
impresso.
Em contrapartida, 90% do ensino formal em escolas
no mundo inteiro permanece alicerçado em livros
didáticos e textos impressos.”
Publicado na Revista Veja em dez/95
50
Abordagens da aprendizagem na escola:
Tradicional.
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Abordagens da aprendizagem:
Interacionista.
52
Abordagens da aprendizagem:
Sócio-interacionista.
53
A tecnologia pode ser a mediadora dos
processos de aprendizagem numa perspectiva
sócio-interacionista
Tecnologia
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Nesta abordagem, a Internet passa a
ser:
MEIO,
LUGAR,
AMBIENTE DE APRENDIZAGEM,
MÍDIA PARA A EDUCAÇÃO.
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Com os computadores é possível criar
ambientes de aprendizagem cooperativa:
•Um lugar onde aprendizes podem trabalhar juntos e
se apoiarem uns nos outros à medida que buscam
produzir conhecimento.
•Ambientes informáticos de aprendizagem não são
apenas computadores e programas, são também (e
principalmente) contexto e metodologia.
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Atividades da Aprendizagem Cooperativa
desenvolvidas:
-Coordenação
-Organização e Distribuição de Tarefas
-Memória de Grupo
-Tomada de Decisão
-Representação do Conhecimento
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APRENDIZAGEM
O QUE É APRENDER?
58
dados
informações
conhecimento
sabedoria
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O cérebro humano:
Este pequeno computador afogado em água, que
possui em torno de 100 bilhões de células nervosas
(ou neurônios), é responsável pela notável habilidade
humana do pensar. O cérebro nunca se desgasta ou
exaure. Quanto mais usado, mais poderoso se torna.
Um dos grandes desafios da atualidade é simular o
funcionamento do cérebro em estruturas funcionais
capazes de produzir representações e inferências.
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Abordagem Conexionista - Redes Neurais.
61
Abordagem Cognitivista – modelo funcional (Fialho, 1999)
SITUAÇÕES
CONHECIMENTO
REPRESENTAÇÃO
RACIOCÍNIO
CONST.
DE
CONHEC.
ATIV. DE EXECUCÃO
AUTOMATIZADA
ATIV. DE EXECUCÃO NÃO
AUTOMATIZADA
RESOL. DE PROBLEMAS
SEQÜÊNCIA DE AÇÃO
AVALIAÇÃO
62
O QUE VOCÊ VÊ?
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Os artefatos de base
tecnológica podem criar
oportunidades para que a
aprendizagem aconteça,
pois oferecem meios
multisensoriais para
percepção, compreensão
e aplicação de inferência.
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Um Exemplo: Equipamentos de R.V.
Meios para a interação com o
conhecimento
65
OBRIGADO PELA ATENÇÃO
Contato:[email protected]
Site: http://rxmartins.pro.br
66
Bibliografia:
APARICI, Roberto et al. Nuevas Tecnologías, Comunicación y Educación.
Madrid, Espanha. UNED, 1999. [CD-ROM]
CHAVES, Eduardo O.C. Tecnologia e Educação: Futuro da Escola na
Sociedade da Informação. Mindware Editora. Campinas (1998).
HEIDE, Ann; STILBORNE, Linda. Guia do Professor para a Internet. Porto
Alegre. Artes Médicas. 2000.
Lévy, P., A Inteligência Coletiva: Por uma Antropologia do Ciberespaço.,
Edições Loyola, São Paulo, (1998).
Lévy, P., Cibercultura., Ed. São Paulo (1999) 34.
MARTINS, Ronei Ximenes. Redes Neurais Artificiais, o Aprendizado
Reproduzido em Máquinas. Revista InterAção. Varginha, Volume 5, número 5,
p. 26-33, 1º semestre 2002.
Martins, R. X., Pereira, A. T. C., Aprendizagem Cooperativa via Internet–A
Implantação de dispositivos Computacionais para a Viabilidade Técnica de
Cursos On-Line. Florianópolis, 2000. 134f.
(http://www.rxmartins.pro.br/down/disronei.pdf )
Moran, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo.
Ed. Papirus, 2000.
TEIXEIRA, João de Fernandes – Mentes e Máquinas Uma Introdução à
Ciência Cognitiva. Editora Artes Médicas,Alegre, RS, 1998.
67
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