DISCIPLINA: TEMAS DE
ATUALIZAÇÃO EM MEDICINA
PREVENTIVA
AULA :
QUESTÕES METODOLÓGICAS EM
EPIDEMIOLOGIA I: diagnóstico de
saúde de populações
Maria Ines Battistella Nemes
Departamento de Medicina Preventiva-FMUSP
• Com base no artigo distribuído:
• Moraes JC, Barata RB. A doença
meningocócica em São Paulo, Brasil,
no século XX: características
epidemiológicas. Cad. Saúde Pública,
Rio de Janeiro, 21(5):1458-1471, setout, 2005
•
•
•
•
•
•
•
•
Justificativas do estudo. Desenho.
Variáveis de tempo, lugar e pessoa
Definição de caso
Estimadores de riscos populacionais
Maior impacto do tratamento sobre?
Comportamento da letalidade.
Fontes de dados
Definição de epidemia e endemia
Justificativas do estudo. Desenho
• Justificativas: a- transformações da cidade
ao longo do século; b- avanços técnicocientíficos relacionados ao diagnóstico,
tratamento e prevenção
• Definição metodológica: estudo descritivo
das características epidemiológicas da
doença meningocócica em residentes na
cidade de São Paulo durante o século XX.
Variáveis de tempo, lugar e pessoa
• Tempo: tendência secular e variação
sazonal no ano
• Lugar : áreas ‘homogêneas’ da cidade
• Pessoa: sexo, idade
Definição de caso
• Casos classificados, por critérios clínicos,
como meningite cérebro-espinhal
epidêmica ou meningococemia, e aqueles
que apresentavam identificação de
diplococo gram-negativo no líquor,
isolamento de meningococo em cultura ou
identificação de meningococo em
contraimunoeletroforese
IMPORTÂNCIA DA DEFINIÇAO
DE CASO: Exs.
• Influenza A (H1N1): dos casos potenciais (
acute respiratory syndrome with cough,
dyspnea, and fever) 20% foram
confirmados
• Doença de Alzheimer: diagnóstico p/
exclusão
• Violência contra a mulher (física)
Ex de pergunta: inquérito de morbidade referida
Alguma vez, o seu atual marido/companheiro, ou qualquer
outro companheiro, tratou você da seguinte forma:
a. Deu-lhe um tapa ou jogou algo em você que poderia
machucá-la?
b. Empurrou-a ou deu-lhe um tranco/chacoalhão?
c. Machucou-a com um soco ou com algum objeto?
d. Deu-lhe um chute, arrastou ou surrou você?
e. Estrangulou ou queimou você de propósito?
f. Ameaçou usar ou realmente usou arma de fogo, faca ou
outro tipo de arma contra você?
Quais foram as principais
indicadores de saúde que estimam
riscos populacionais utilizados?
• COEFICIENTES DE INCIDENCIA,
MORTALIDADE ESPECIFICA (também
chamados de taxas)
Grupo etário mais atingido em 1987 (1-4) em 1997 ( >15)
Grupo etário de maior risco em 1987 (<1) em 1997 (<1)
Cálculo da medida que avalia qual é o grupo mais atingido
Proporção de casos: No casos na faixa/ no total de casos X 100
Cálculo da medida que avalia qual é o grupo de maior risco
Incidência: No casos na faixa/ população da faixa X 100 000 hab
COEFICIENTES
(mortalidade e morbidade)
Numerador : no de indivíduos com
(doença, incapacidade, óbito, etc)
(numerador contido no denominador)
Denominador: população sob risco
(de adoecer, tornar-se incapacitado, morrer,
etc)
TAXAS
(mortalidade e morbidade)
Sempre considera a função tempo como
medida de variação
Nas fontes de dados em saúde no Brasil:
As estimativas da probabilidade de morrer são
denominadas de TAXAS.
(nesta disciplina usamos os dois termos no
mesmo sentido)
FRAÇÕES
Numerador : no de indivíduos afetados
(doença, incapacidade, óbito, etc) com a
característica X
(numerador contido no denominador)
Denominador: no total de indivíduos
afetados (doença, incapacidade, óbito, etc))
Significados diferentes das
medidas
Coeficientes de mortalidade e de
morbidade indicam probabilidade
Proporções de mortalidade e de
morbidade indicam participação
relativa
RAZÕES
(mortalidade e morbidade)
A razão mede uma relação entre eventos
que se quer avaliar.
O numerador e o denominador são de
grupos diferentes: o numerador não
está incluído no denominador.
Ex: Razão de sexos (no homens/no de
mulheres X100)
Em inglês:
• RATE= TAXA
• RATIO= RAZÃO
• Ex.:
• HEARTH DISEASE MORTALITY RATE
• MATERNAL MORTALITY
RATIO
INDICADOR
MODO DE CÁLCULO
SIGNIFICADO (interpretação)
Coeficiente de
mortalidade
específica por
doença cérebrovascular (DCV)
No de óbitos por
DCV/ População X
10 n
Risco de um indivíduo da população
geral de morrer por doença cérebro
vascular
Taxa bruta de
mortalidade
específica por
neoplasia de ânus e
reto
a)No ÓBITOS P/
b) RISCO DE UM INDIVÍDUO DA
NEO RETO/
POPULAÇÃO GERAL DE MORRER
POPULAÇÃO X10n POR NEO DE RETO
MORTALIDADE
PROPORCIONAL
POR DIABETES
No de óbitos por
diabetes/ No total
de óbitos X100
Coeficiente
específico de
mortalidade por
diabetes da faixa
etária de 40-50
anos
e) No ÓBITOS
f) RISCO DE UM INDIVÍDUO DA FAIXA
POR DIABETES
ETÁRIA DE 40 A 50 ANOS MORRER
NA FAIXA DE 40 A POR DIABETES
50 ANO/
POPULAÇÃO DE
40 50 ANOS. X10n
d) PARCELA RELATIVA DO DIABETES
NO TOTAL DAS MORTES
Distribuição percentual (%) dos óbitos por aids na população de 15 a 49 anos, segundo áreas homogêneas
socioeconômicas e ambientais (AH*), Município de São Paulo, 1994 a 2001.
a) Qual foi a tendência geral do risco de morrer por aids na faixa de 15 a 49 anos nas áreas
de melhor nível socioeconômico (AH1 e AH2) no período estudado?
b) Qual foi a tendência geral do risco de morrer por aids na faixa de 15 a 49 anos nas áreas
de pior nível socioeconômico (AH4 e AH5) no período estudado?
Não há possibilidade de falar sobre risco/ não se conhece a população das áreas
c) Qual é a hipótese mais provável para explicar as diferenças entre as áreas mostradas no
gráfico?
População > nas áreas piores
Sobre qual destes indicadores os
avanços no diagnóstico e
tratamento tiveram maior impacto?
• Letalidade
• (Mais frequente para a maioria dos
agravos)
• Mortalidade: função da incidência e da
letalidada
Comportamento da letalidade na
epidemia
• Tendência de diminuição
• Cuidado: “taxa” de letalidade: “risco”
ou fração relativa?
FONTES DE DADOS
• Bancos de dados do sistema estadual de
vigilância epidemiológica da Secretaria de
Estado da Saúde.
• Para os óbitos, utilizados no cálculo das
taxas de mortalidade, e estimativas
populacionais: Fundação Seade.
Epidemia x Endemia
• Diagrama de controle
–  Coeficiente incidência mensal
• Média aritmética dos coeficientes de
incidência mensal (no mínimo 5 anos)
nos últimos 10 anos excluindo os anos
epidêmicos
• Desvio-padrão dos coeficientes de
incidência mensal
• Limite máximo e mínimo  Média + 1,96
(aproximadamente 2) desvio-padrão
Diagrama de controle de Doença Meningocócica (ano base - 1983 a 1992) - Incidência
Mensal 1993 - Brasil
0,400
0,350
0,300
0,250
0,200
0,150
Média
0,100
Limite máximo Esperado
0,050
1993
o
o
br
m
ze
de
ve
no
ou
t
ub
m
br
ro
o
em
br
se
t
to
ag
os
lh
o
ju
o
nh
ju
ai
o
m
il
ab
r
ço
m
ar
o
ve
re
ir
fe
ne
ir
o
0,000
ja
Coeficiente de incidência (por 100.000 hab.)
0,450
Mês
Tipos de Sistemas de Informação Morbidade
• Sistema de Vigilância Epidemiológica –
Doenças de Notificação Compulsória –
Sistema Nacional de Agravos de
Notificação - SINAN
• Registros de doenças – Câncer e
Transplantes
• Morbidade hospitalar
• Inquéritos populacionais
Registro do atendimento médico
• Prontuário Médico - atendimento ambulatorial e
hospitalar
– Motivo de procura e diagnóstico de entrada no
hospital
– História e evolução clínica
– Registro dos resultados dos exames
– Evolução
– Prescrição Médica
– Resumo de alta
– Diagnósticos e procedimentos no momento da
alta hospitalar
• Codificação dos diagnósticos
• Codificação dos procedimentos
INTRODUÇÃO À MEDICINA
PREVENTIVA- MPR 110
• CONTEÚDO
BASEADO NA
DISCIPLINA DO
3o SEMESTRE
DA
GRADUAÇÃO
CONTEÚDO
SITUAÇÃO DE SAÚDE E
DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS
NA POPULAÇÃO
• BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
• NEMES, MIB ; CARVALHO, HB ; NOVAES,HMD;
LITVOC, J; SCHOUT, D. ; GIANINI, RJ. Diagnóstico de
saúde de populações: o que todo médico deve
saber. In: Martins; MA, Carrilho; FJ, Alves VAF; Castilho
E A, Cerri GG, Wen. CL (Eds). Clínica Médica. São
Paulo: Manole, 2009, v. 1, p. 421-436.
• Todo o MATERIAL DIDÁTICO
(referências , aulas, exercícios e roteiros
de trabalhos) : site da FMUSP mediante
senha.
MATERIAL DIDÁTICO
•
•
•
•
•
•
HOME PAGE FMUSP: www.fm.usp.br
LOGIN
APOIO A COMUNIDADE
MATERIAL DIDÁTICO
CONSULTAR
MPR0110-2010
Bom final de curso e boa vida
como médicos !
Obrigada!
Maria Ines B Nemes
Download

CORREÇÃO DA PROVA 2- 2010