Prof. André Sales
Semiótica
Conceito:
Palavra proveniente da raiz grega Semeion (signo),
pode ser definida como “a ciência dos signos e dos
processos significativos (semiose) na natureza e na cultura”
É o estudo de como o objeto será entendido pelo "receptor"
considerando seu contexto social e natural.
Origem:
A semiótica surge quase simultaneamente em três paises:
 Estados Unidos, com Charles Sanders Peirce,
 União Soviética, com Viesse-Iovski e Potiebniá
 Europa Ocidental, com Ferdinand de Saussure
Entre o final do século XIX e inicio do século XX
Semiótica peirceana
(Peirce)
Foco de atenção: signo e linguagem não-verbal
Semiótica estruturalista/Semiologia
(Saussure; Lévi-Strauss; Barthes; Greimas)
Foco de atenção: signos verbais.
Semiótica russa ou semiótica da cultura
(Jakobson; Hjelmslev; Lotman)
Foco de atenção: linguagem, literatura e outros fenômenos
culturais, mito e religião.
Isso confirma a hipótese de que a proliferação de
mensagens através da linguagem e códigos, iniciada a partir
da Revolução Industrial, foi gradativamente atingindo grau
de maturidade através da reflexão, tendo chegado a uma
“consciência semiótica”.
A partir desta consciência verificou-se a necessidade
de uma ciência em condições de fornecer instrumentos de
questionamentos e métodos para entender
os fenômenos da linguagem.
Charles Sanders Peirce:
(1839 – 1914)
Era filho de um conceituado matemático de Harvard.
Formou-se em Química. Foi também físico, astrônomo.
Estudou Linguisitica, Filosofa, História, Arquitetura.
Era amigo de pintores e experimentador de vinhos.
Um cientista, mas acima de tudo um lógico.
Queria entender a lógica das coisas
Fenomenologia:
Estudando os fenômenos a sua volta criou a Fenomenologia,
Que pode ser conceituada como qualquer coisa que esteja
de algum modo e em qualquer sentido presente a mente
seja:
- Externa
(uma batida na porta, um raio de luz, um cheiro de jasmin),
- Interno
(dor no estomago, uma lembrança, expectativa ou desejo).
A Fenomenologia, meramente observa os fenômenos e,
através da análise, postula as formas ou propriedades
universais desses fenômenos. Devem nascer daí as
categorias universais de toda e qualquer experiência e
pensamento.
Para estudar os fenômenos é necessário :
- Contemplar, abrir as janelas do espírito.
- Saber distinguir, discriminar diferenças nessas observações
- Ser capaz de generalizar as observações em classes ou
categorias.
Pierce concluiu que tudo que aparece à consciência assim
o faz numa gradação de três propriedades que
correspondem aos três elementos formais de toda e
qualquer experiência.
Em 1867 estas categorias foram denominadas:
- Qualidade;
- Relação;
- Representação.
Batizadas posteriormente, por Peirce, de Primeiridade,
Secundidade e Terceiridade.
Onde:
Primeiridade – categoria da primeira impressão ou
sentimento (feeling) que recebemos no momento presente;
Secundidade – categoria do relacionamento direto
(visual e/ou sensorial) com o elemento físico (matéria),
o sentimento tem que estar encarnada numa matéria ;
Terceiridade – categoria de inter-relação entre o que
sentimos, visualizamos e identificamos dentro de nossas
leis, valores, convenções e cultura
Signo, segundo Peirce
“Um signo, ou representâmen, é aquilo que, sob certo
aspecto ou modo, representa algo para alguém.”
Portanto, o signo não é o objeto, é algo distinto dele, está ali
presente para designar ou significar alguma coisa.
Por exemplo: o cheiro de fumaça pode significar fogo.
A palavra “estrela” pode ser...
"Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que
vemos quando afastamos os olhos do alvo. "
Hannah More
O signo é composto por:
- Objeto
(que pode ser uma coisa ou fato);
- Representâmen
(aquilo que visualizamos do objeto ou corpo do signo);
- Interpretante
(interpretação que alguém venha a fazer do fato);
Por exemplo, todos conhecemos o conceito abstrato
CADEIRA sendo este socialmente reconhecido.
Este conceito pode ter inúmeras representações:
realistas, esquemáticas ou simbólicas.
Cada uma das representações deste conceito nos transmite
diferentes valores e leituras do mesmo conceito.
Organização dos signos segundo as características do próprio
signo (representamen), se divide em:
-
Quali-signo;
- Sin-signo;
- Legi-signo.
O quali-signo é uma qualidade, tal como a impressão
causada por uma cor.
O Sin-signo é o signo utilizado para representar ou indicar
algo não presente.
Este, por sua vez, pode gerar uma idéia universalizada,
uma convenção substitutiva do conjunto que a singularidade
representa, sendo assim um legi-signo.
Uma segunda forma de analise persiana,
diz respeito a relação do signo com seu objeto,
podendo ser um:
- Ícone;
- Índice;
- Símbolo.
No ícone o representamen evidencia um ou mais aspectos
qualitativos do objeto.
Existe semelhança entre representamen e objeto.
O ícone é um substituto de uma coisa a que
se assemelha.
No índice existe uma relação direta entre as duas partes do
signo (representamen e objeto) sem, no entanto, tratar-se
de similaridade.
Ele pode lembrar-nos diretamente, mas não é o objeto.
Um índice é uma representação que reenvia para o seu
objeto não pela semelhança,
mas por haver uma ligação dinâmica.
Os símbolos são arbitrários, no sentido de que são
socialmente convencionados e mutáveis.
Um símbolo não indica uma coisa em particular, denota um
gênero de coisa.
Primeiridade
Quali-signo
Ícone
Secundidade
Sin-signo
Índice ou Indicador
Terceiridade
Legi-signo
Símbolo
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