FUNDAÇÃO UNIMED
PÓS GRADUAÇÃO – GESTÃO DE NEGÓCIOS EM SAÚDE
IMPACTO DA ADOÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE
GOVERNANÇA CORPORATIVA NA UNIMED VOLTA REDONDA
Andréia Aparecida Parente de Resende
Cristiane da Silva Gomes
Orientador
Professor: Walden Carvalho
Volta Redonda/RJ
2012
2
Andréia Aparecida Parente de Resende
Cristiane da Silva Gomes
IMPACTO DA ADOÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE
GOVERNANÇA CORPORATIVA NA UNIMED VOLTA REDONDA
Monografia apresentada ao curso de Pós
Graduação em Gestão de Negócios em
Saúde, da Fundação Unimed, como
requisito parcial para obtenção do título de
especialista.
Orientador: Prof. Walden Carvalho.
Volta Redonda/RJ
2012
3
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo destacar a importância das boas práticas de
Governança Corporativa não só dentro das organizações, como também das Cooperativas
de saúde. Para isso, faz-se importante mostrar todo o trabalho já desenvolvido pela Unimed
Volta Redonda em relação ao seu comprometimento com tais práticas, oportunizando um
melhor desempenho organizacional diante de um cenário tão competitivo, como o da área
de planos de saúde.
Um fator relevante que pode contribuir para a melhoria das boas práticas de
Governança Cooperativa, que neste caso está mais representativo na Unimed Volta
Redonda, seria a construção de um Portal de Governança, propiciando uma maior
transparência na divulgação e comunicação com seus cooperados, colaboradores e clientes.
Palavras-chave: Governança Corporativa – Unimed Volta Redonda – desempenho
organizacional – Governança Cooperativa – transparência.
Abstract
This paper aims to highlight the importance of good corporate governance practices
not only within organizations as well as in Health cooperatives. Thus, it becomes important
to present the whole work already developed by Unimed Volta Redonda regarding its
commitment to such practices, providing opportunities for a better organizational
performance in such a competitive scenario as the health plan sector is.
A relevant factor which may contribute for the improvement of good corporate
governance practices, which in this case is more related to Unimed Volta Redonda, would
be the construction of a Governance Web Portal providing greater transparency while
informing and communicating with cooperative members, collaborators and clients.
Key words: Corporate Governance – Unimed Volta Redonda – organizational performance
- Corporate Governance – transparency.
4
SUMÁRIO
PARTE 1- IMPORTÂNCIA DA
GOVERNANÇA CORPORATIVA
UTILIZAÇÃO
DA
BOA
PRÁTICA
DA
1 – Introdução.........................................................................................................................6
2 – Conceitos e definições......................................................................................................8
2.1 – Governança Corporativa................................................................................................8
2.2 – Governança Cooperativa.............................................................................................11
3 – Governança Corporativa no Brasil.................................................................................15
4 – Governança Corporativa em Cooperativa de Saúde no Brasil.......................................17
5 – Impactos da adoção da Governança Cooperativa na Unimed Volta Redonda...............19
5.1 – Planejamento Estratégico............................................................................................21
5.2 – Estatuto Social e Regimento Interno...........................................................................22
5.3 – Práticas de Governança de TI......................................................................................24
5.4 – Responsabilidade Social e Relações Humanas...........................................................26
5.5 – Publicação do Balanço Patrimonial e Balanço Social ................................................30
5.6 – Fale conosco – “Ouvidoria”........................................................................................31
PARTE 2 – INCLUSÃO DA GOVERNANÇA APLICADA NO PORTAL UNIMED
VOLTA REDONDA
6 – A necessidade do desenvolvimento de um espaço de Governança Corporativa no Portal
Unimed Volta Redonda........................................................................................................33
6.1 - Definição de Portal de Governança.............................................................................35
6.2 - Alinhamento do Portal com as Melhores Práticas de Governança Corporativa..........36
6.3 - Fases Recomendadas para a implementação do Portal................................................38
6.4 - Ações Recomendadas para Motivar o Público-Alvo...................................................39
Conclusão.............................................................................................................................41
Referências...........................................................................................................................42
5
PARTE 1
A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA BOA PRÁTICA
DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
6
Introdução
Nos últimos anos a importância da utilização de boas práticas de governança
corporativa no cenário das empresas que atuam na área da saúde vem ganhando maior
destaque, pois o ambiente organizacional de empresas do ramo financeiro já está inserido
nesse contexto há algum tempo.
A governança corporativa está relacionada à gestão de uma organização, sua
relação com os acionistas (shareholders) e demais partes interessadas (stakeholders):
clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, entre outros. Sua essência está baseada
em mecanismos de solução para o conflito de agência, decorrente da assimetria
informacional e conflito de interesses entre as partes envolvidas.
A importância da governança não se concentra apenas em disciplinar e harmonizar
as relações entre as diversas áreas de uma organização ou com partes externas, está
presente também na criação do conselho de administração, no qual deve ser o órgão
máximo da empresa, responsável pela definição dos objetivos e estratégias que serão
implementadas pela administração executiva.
A governança corporativa é um dos pilares do enfoque em sustentabilidade. Uma
empresa com boa governança corporativa é responsável e transparente para com seus
acionistas e outras partes interessadas tais como empregados, credores, clientes e a
sociedade em geral, contribuindo de várias formas para o crescimento sustentável em
longo prazo.
Apesar do aprofundamento nos debates sobre governança e da crescente pressão
para a adoção das boas práticas de Governança Corporativa, o Brasil ainda se caracteriza
pela alta concentração do controle acionário, pela baixa efetividade dos conselhos de
administração e pela alta sobreposição entre propriedade e gestão. O que demonstra vasto
campo para o incentivo ao conhecimento, ações e divulgação dos preceitos da Governança
Corporativa.
7
No ambiente das empresas privadas e também atualmente das cooperativas, as
denominadas “boas práticas” de governança corporativa passaram a ser perseguidas,
exigidas e vistas como uma forma de o investidor assegurar o tratamento adequado de seus
interesses, principalmente quanto ao retorno do investimento.
Como existem modelos organizacionais diferenciados em relação à distribuição do
controle de capital, as pesquisas sobre governança têm se orientado para propor soluções
para questões abrangentes, resultantes das integrações entre os grupos de influência sobre a
organização – proprietários, gestores, conselhos – e da forma como o poder é
compartilhado e as decisões são tomadas, inclusive quanto aos aspectos de prestação de
contas, transparência, representatividade, direitos e equidade.
Por isso, a importância de ajustar os interesses dos envolvidos, alinhando diferenças
entre expectativas dos grupos de proprietários e orientando e acompanhando os gestores, é
a razão principal das preocupações da governança nas organizações. Um sistema de
governança bem desenvolvido torna as relações mais transparentes, reduzindo riscos
diversos e melhorando a segurança de todas as organizações do sistema.
8
2. Conceitos e definições
2.1 - Governança Corporativa
O termo governança corporativa foi criado no início dos anos 90 nos países
desenvolvidos, mais especificamente nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, para moldar e
estabelecer as regras que regulamentam o relacionamento dentro de uma companhia, desde os
interesses de acionistas controladores e acionistas minoritários até dos administradores.
Governança Corporativa, de acordo com Antonio Carlos Vidigal1, é o que se pode
chamar de uma tradução malfeita de uma expressão inglesa corporate governance.
Segundo o professor:
A origem vem do verbo latino gubernare, que quer dizer “governar”, ou
“dirigir”, “guiar”. O significado, meio vago, é o sistema pelo qual os
acionistas de uma empresa (corporation, em inglês) “governam”, ou seja,
tomam conta de sua empresa.
Desde sua criação, apareceram várias definições para explicar o surgimento do
termo Governança Corporativa, como, apresenta-se na Tabela 1:
Exemplos de Definições de Governança Corporativa
Estudo Definição
Todo o conjunto de meios jurídicos, culturais e arranjos institucionais
que determina o que as empresas de capital aberto podem fazer, quem
(1995)
pode controlá-las, como seu controle é exercido, e como os riscos e
retornos das atividades das quais são responsáveis são alocados.
CVM Conjunto de práticas que tem por finalidade aperfeiçoar o desempenho
de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como
(2002)
investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital.
Relacionamentos explícitos e implícitos entre a corporação e seus
Fiss
constituintes, tão quanto o relacionamento entre esses grupos de
(2008)
constituintes.
OECD Envolve o conjunto de relacionamentos entre a gestão da companhia,
seus acionistas e seus stakeholders. A Governança Corporativa também
(2004)
provê a estrutura por meio da qual os objetivos da firma são realizados,
assim como determina as formas de atingir os objetivos e de monitorar
seus resultados.
Blair
Nota. Legenda: Comissão de Valores Mobiliários [CVM]; Organization for Economic Co-operation and
Development [OECD]. Fonte: Monografia: Institucionalismo Organizacional e Práticas de Governança Corporativa.
RAC, Curitiba, Edição Especial 2010, art. 7, pp. 177.
De modo geral, podem-se dividir os sistemas de Governança Corporativa no mundo
em:
1
Consultor e Administrador de empresas e ex-professor de “Governança Corporativa” no mestrado do
IBMEC-RJ.
9
- Outsider System (acionistas pulverizados e tipicamente fora do comando diário
das operações da companhia); Ex: Estados Unidos e Reino Unido.
- Insider System (grandes acionistas tipicamente no comando das operações diárias
diretamente ou via pessoas de sua indicação); Ex: Europa Continental e Japão.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC – antes
denominado IBCA (Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração), criado em 1995
pelo administrador de empresas Bengt Hallqvist e o professor e consultor João Bosco,
apresentou a seguinte definição, bastante abrangente e estabelecendo seus principais objetivos:
Governança Corporativa é o sistema que assegura aos sóciosproprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da
diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através do
conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal,
instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa
Governança
assegura
aos
sócios
eqüidade,
transparência,
responsabilidade pelos resultados (accountability) e obediência às leis do
país (compliance). No passado recente, nas empresas privadas e
familiares, os acionistas eram gestores, confundindo em sua pessoa
propriedade e gestão. Com a profissionalização, a privatização, a
globalização e o afastamento das famílias, a Governança Corporativa
colocou o Conselho entre a Propriedade e a Gestão.
Todas as definições apresentadas anteriormente servem para caracterizar o que vem
a ser “Governança Corporativa”, e de que maneira esses conceitos podem ser adaptados as
realidades das organizações brasileiras.
Assim, em resposta à crescente demanda por melhores padrões de governança nas
empresas, já no ano de 2000, a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) instituiu o
chamado Novo Mercado, bem como os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa.
O Novo Mercado caracteriza-se por ser um segmento destinado à negociação de ações
emitidas por empresas que se comprometem, de modo voluntário, com a adoção de boas
práticas de Governança Corporativa adicionais às previstas na legislação.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), lançou em 1999, o Código
Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, cujo principal objetivo é “indicar
caminhos para todos os tipos de sociedade comercial, visando a aumentar seu valor, melhorar
seu desempenho, facilitar o acesso ao capital a custos mais baixos e contribuir para sua
sustentabilidade de longo prazo”.
10
Dessa forma, o código do IBGC está baseado em quatro princípios:
Transparência – A transparência adequada resulta em um clima de confiança e não deve
restringir-se apenas ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os
demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à
criação de valor.
Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes
interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto,
são totalmente inaceitáveis.
Prestação de Contas (accountability) - Os agentes de governança devem prestar contas de
sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.
Responsabilidade Corporativa - Os agentes de governança devem zelar pela
sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações
de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
11
2.2 - Governança Cooperativa
A expressão “Governança Cooperativa” é relativamente nova no vocabulário do
cooperativismo, e por se basear nos princípios da “Governança Corporativa”, tem-se
mostrado um diferencial competitivo na gestão das cooperativas médicas.
Sendo as cooperativas caracterizadas como sociedade de pessoas, e não de capital,
têm na união de indivíduos pela adesão voluntária e livre, na gestão democrática, na
participação econômica dos membros e na autonomia e independência princípios basilares
de sua gestão.
Devido às particularidades do setor e respeitando as singularidades de cada tipo de
organização, o IBGC apresenta o conceito de Governança Cooperativa, como sendo:
“Conjunto de mecanismos e controles, internos e externos, que permite aos cooperados
definir e assegurar a execução dos objetivos da cooperativa, garantindo sua continuidade e
os princípios cooperativistas.”
De acordo com Roberto Rodrigues2, as cooperativas estão servindo de ponte entre o
bem-estar coletivo e o mercado, buscando melhores práticas de governança e gestão. Como
embaixador da ONU para as cooperativas, afirma Roberto Rodrigues:
“O cooperativismo se firma como motor de igualdade social e inclusão
econômica. Esse fato levou a ONU a promulgar 2012 o Ano
Internacional das Cooperativas, reconhecendo o papel das cooperativas
na promoção da paz. Cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo
são integrantes de cooperativas de diferentes ramos como o de crédito,
agricultura, saúde, entre outros, que geram mais de 100 milhões de
empregos em 100 países.”
Por isso, a importância da adoção das práticas de Governança Cooperativa, que
segundo o IBGC, são: representatividade, participação, direção estratégica, gestão
executiva e fiscalização (controle interno e externo).
2
Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex- ministro da
Agricultura.
12
Diante desse contexto, dentro do universo das cooperativas, esses elementos citados
podem contribuir para que se possam alinhar os sistemas de controle, monitoramento e
incentivos para que as decisões dos gestores sejam realizadas no melhor interesse dos
proprietários.
Seguindo essa linha, é certo que participar exige informação, conhecimento e
capacidade de decidir. O princípio da transparência define, nas práticas de governança, o
interesse dos gestores em assegurar que os proprietários, no caso os associados, tenham
pleno conhecimento das informações e dos resultados, de forma a melhorar sua opinião.
Isso conduz à necessidade de serem incluídas recomendações para a criação de canais
eficazes de informação e de recebimento de críticas e sugestões.
A Unimed do Brasil, dentro do seu PDO (Plano de Desenvolvimento
Organizacional), estabeleceu um modelo de Governança Cooperativa, contemplando:
Quadro 1
13
Quadro 2 – Figura adaptada, apresentada no projeto do PDO, desenvolvido pela Deloitte
Iouchelohmatsu, 2010.
Os stakeholders foram definidos quando da implementação do PDO (Plano de
Desenvolvimento Organizacional).
Uma Cooperativa tem como Natureza Jurídica: Sociedade Simples personificada e
é controlada pelos votos dos cooperados, que tem igual valor, independente do capital. A
Unimed do Brasil, nos termos da Lei nº 10.406, de 10/01/02, rege-se:
- Pela legislação especial das Sociedades Cooperativas (Lei nº 5.764, de 16/12/71);
- Pelo Estatuto Social;
- Pelas normas legais vigentes;
- Pela Constituição do Sistema Cooperativo Unimed; e
- Pelas demais normas integratórias pactuadas entre as Cooperativas do Sistema.
14
A estrutura de governança da Unimed do Brasil, utilizada para sua administração e
controle é composta pelos seguintes órgãos:
Quadro 3
Fonte: www.unimed.com.br
A Governança Cooperativa é uma tendência do novo mundo que está mais voltado
às questões humanitárias, resgatando no indivíduo e importância de estar inserido no
contexto da pluralidade e da coletividade, como meio proporcionar mais qualidade de vida
através de uma gestão participativa.
15
3 – Governança Corporativa no Brasil
No Brasil, os conselheiros profissionais e independentes surgiram em resposta ao
movimento pelas boas práticas de Governança Corporativa e à necessidade das empresas
modernizarem sua alta gestão, visando tornarem-se mais atraentes para o mercado. O
fenômeno foi acelerado pelos processos de globalização, privatização e desregulamentação
da economia, que resultaram em um ambiente corporativo mais competitivo.
Oligopólios, empresas exclusivamente de controle e gestão familiar com alta
concentração do capital, acionistas minoritários passivos e conselhos de administração
figurativos passaram a dar lugar a investidores institucionais mais ativos, maior dispersão
do controle acionário, maior foco na eficiência econômica e transparência da gestão.
Muitos elementos têm levado a mudanças nas empresas brasileiras, entre elas as
privatizações e o impacto da globalização, que acabaram influenciando o início das
primeiras experiências de controle compartilhado no Brasil, instituído por meio de acordo
de acionistas. Nessas empresas, os investidores participantes do bloco de controle
passaram a dividir o comando da empresa, estabelecendo contratualmente regras.
Os investidores institucionais - seguradoras, fundos de pensão e fundos de
investimentos, entre outros - assumiram uma postura ativa, passando a comparecer nas
assembleias gerais, a exercer os direitos de voto de suas ações e a fiscalizar de modo mais
próximo a gestão das companhias investidas.
O começo da abertura e consequente modificação na estrutura societária das
empresas também ocorreram no mercado financeiro, influenciadas pelo movimento
internacional de fusões e aquisições e a necessidade de captação de financiamentos
externos para suportar o crescimento. O surgimento do aumento de investimentos de
estrangeiros no mercado de capitais reforçou a necessidade das empresas se adaptarem às
exigências e padrões internacionais.
O Consultor e Administrador de Empresas, Antonio Carlos Vidigal entende a
questão da Governança Corporativa no Brasil, da seguinte maneira:
“A meu ver, a resposta é: a questão básica da Governança Corporativa no
Brasil é a preocupação com a melhoria da gestão. É como formar um
bom Conselho e como utilizá-lo, juntamente com a Auditoria Externa, e
16
em cooperação com o principal executivo, no sentido de obter uma gestão
o mais eficiente possível.”
Em resumo, o modelo empresarial brasileiro ainda vive um processo de transição,
onde um número cada vez maior de empresas se vêem obrigadas a adotarem as boas
práticas de Governança Corporativa para tornarem-se mais competitivas tanto no mercado
externo quanto interno.
Como resultado da necessidade de adoção das boas práticas de Governança, foi
publicado em 1999 o primeiro código sobre governança corporativa, elaborado pelo IBGC.
O código trouxe inicialmente informações sobre o conselho de administração e sua conduta
esperada. Em versões posteriores, os quatro princípios básicos da boa governança foram
detalhados e aprofundados.
Com o objetivo de estimular a disseminação das melhores práticas de Governança,
entre 2005 e 2006, o IBGC desenvolveu premiações nas instâncias empresarial, acadêmica
e imprensa.
17
4 – Governança Corporativa em Cooperativa de Saúde no Brasil
A partir de estudos feitos recentemente por especialistas no estudo de Cooperativas,
observam-se a importância cada vez maior de adaptações realizadas por empresas que
atuam nesse segmento as boas práticas da Governança Corporativa.
O consultor empresarial e presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil
Competitivo, Carlos Salles, é enfático ao frisar que: “... todas as empresas da área de
saúde, da mesma forma que as do varejo, organizações que lidam com educação ou
indústrias, precisam de uma Governança adequada: Não há por que diferenciar os serviços
de saúde das demais cadeias produtivas.”
Salles, ressalta a importância, dos bons exemplos da busca por boa gestão tomando
por exemplo as UNIMEDs, pois como cooperativas médicas, por sua própria natureza
sempre seguiram várias regras de Governança e que estão expressos na sua missão, visão,
princípios e valores.
Quadro 4
18
Por isso, os princípios da Governança Corporativa, como transparência, equidade,
prestação de contas e responsabilidade corporativa já estão atualmente sendo denominadas
no mundo das cooperativas como as boas práticas da Governança Cooperativa. O que
acaba aproximando os dois termos, através de condutas já praticadas há bastante tempo no
setor das cooperativas no Brasil, a exemplo do Sistema UNIMED.
Cabe reconhecer, por fim, que a melhoria das práticas de governança de uma
cooperativa representa não apenas benefícios individuais, mas para todo o segmento
cooperativista na área de saúde, por melhorar a segurança, reduzir custos de fiscalização e
controle, melhorar a imagem e fortalecer o espírito cooperativista da participação, ação
coletiva e de pertencimento.
19
5 – Governança Corporativa na Unimed Volta Redonda
De acordo com o manual de Governança Cooperativa 2012 da Unimed do Brasil,
pág. 10:
Todas as empresas e entidades que adotam o conceito de “governança
corporativa” ganham em troca o respeito dos seus colaboradores, o
reconhecimento do mercado, e passam a ser respeitadas nas sociedades e
comunidades onde estão inseridas. Todas as empresas e entidades,
portanto, tem um compromisso em buscar e aprimorar constantemente
esse conceito, assim como cada pessoa tem a oportunidade de evoluir
enquanto ser humano no decorrer de sua vida.
Diante desse cenário criado pela Unimed Brasil, as cooperativas do sitema também
vem adotando já há algum tempo, importantes práticas de governança com o objetivo de
aprimorarem o controle e a transparência dos resultados obtidos, sejam eles financeiros ou
organizacionais.
Sendo assim, em 22 anos de existência, a Unimed Volta Redonda tornou-se a maior
organização de trabalho médico do Sul Fluminense. Oferece um atendimento de qualidade
a mais de 55 mil clientes, aliando humanização e tecnologia e garantindo à Cooperativa
93% de satisfação dos clientes.
Além disso, existem conquistas que garantem sua posição única no mercado. Uma
delas, é o Selo de Responsabilidade Social conferido pela Unimed Brasil, por dez anos
consecutivos (2003 a 2012) além do reconhecimento local no evento Mérito Lojista como
Destaque Empresarial, com a inauguração do Hospital Unimed.
Com 93% de satisfação entre os mais de 55 mil clientes, investe-se em
empreendimentos próprios como o Centro de Vida Saudável, que está formado pela Sede
Administrativa, Pró Vida com suas unidades de Promoção e Gerenciamento em Saúde e
futura intalação para Atendimento Médico, Lojas de Conveniência com farmácia e um
Hospital próprio com ampla área de convivência ao ar livre. E com uma estrutura formada
por:
•
404 médicos;
•
Mais de 750 empregos diretos;
•
Mais de 3,5 mil empregos indiretos;
•
Maior cooperativa de trabalho médico da região;
20
•
Atualmente possuímos mais de 55 mil clientes;
•
Ampla rede credenciada com 05 Hospitais e 74 Clínicas e Laboratórios;
•
Rede Própria com:
01 Hospital próprio;
02 Postos de Coleta do Laboratório Unimed;
01 Centro de Diagnóstico por Imagem próprio;
01 Unidade de Atenção à Saúde - Pró Vida.
Ao ser escolhida como uma das 50 maiores empresas de planos de saúde do país,
segundo a pesquisa Valor 1000, do Jornal Valor Econômico; e uma das 150 Melhores
Empresas para se trabalhar no Brasil, segundo as Revistas Você S/A e Exame; que a
Unimed Volta Redonda vem se comprometendo com o passar dos anos com a
implementação de boas práticas de Governança Corporativa em sua unidade.
Para a Unimed Volta Redonda as características da boa governança são:
1.
Participação
2.
Estado de direito
3.
Transparência
4.
Responsabilidade
5.
Orientação por consenso
6.
Igualdade e inclusividade
7.
Efetividade e eficiência
8.
Prestação de conta
Considerando todos esses elementos como fundamentais, a Unimed Volta Redonda
entende a importância de manter e fortalecer em todos os momentos de sua trajetória o
compromisso de trabalhar a Governança Corporativa como uma estratégia fundamental
para alcançar o respeito e o reconhecimento de toda a comunidade.
21
5.1 – Planejamento Estratégico
O Planejamento Estratégico do Sistema Unimed Volta Redonda está alinhado as
questões relevantes quanto a importância da Governança Corporativa, pois a estrutura
organizada para a sua prática está composta das seguintes estratégias:
•
A manutenção dos Conselhos de Administração, Fiscal e Técnico atuantes e
efetivos, e que são eleitos pela maioria.
•
Auditoria Independente idônea e reconhecida pelo mercado.
•
Prestação de contas clara e constante através do balanço patrimonial publicado no
Jornal Diário do Vale.
•
Disponibilidade das informações contábeis e financeiras para os cooperados.
•
Participação dos Cooperados através de Assembleias, Oficinas, Reuniões e outros
eventos.
•
Decisões tomadas em consenso, avaliadas e aprovadas pelo Conselho de
Administração.
•
Investimento constante na profissionalização dos gestores.
•
Desde 2003, passou a adotar total transparência do planejamento e suas diretrizes,
envolvimento de Cooperados e Conselhos.
•
Planejamento Orçamentário desde 2003, com total controle de desembolsos e
investimentos.
•
Prestação de contas para os Conselhos e nas Assembleias.
•
Parceria com a Fundação Dom Cabral para aprimoramento da gestão, com ações de
monitoria e acompanhamento do planejamento e resultados.
A Unimed Volta Redonda criou um sistema próprio para o acompanhamento das
ações do Planejamento Estratégico da empresa que fica disponível no portal para o
acompanhamento de todos.
Todas essas estratégias se tornam muito valiosas, para que as boas práticas de
Governança Corporativa se tornem realidade no dia-a-dia da organização e de seus
colaboradores.
22
5.2 – Criação do Estatuto Social e Regimento Interno
O sistema Unimed Volta Redonda desde a sua criação, em 1989, vem crescendo e
se tornando referência em Plano de Saúde nesta cidade.
No início, o estatuto que regia a cooperativa já trazia de forma bem clara a
existência dos Órgãos Sociais, em seu capítulo V, que determinava a criação dos seguintes
órgãos da Cooperativa: a Assembleia Geral, o Conselho de Administração, o Conselho
Técnico e o Conselho Fiscal. Dessa forma, a Unimed Volta Redonda já se comprometia
com a transparência e melhor controle da cooperativa desde sua criação.
Cada um desses órgãos adotados podem ser descritos de acordo com sua
importância, no que diz respeito aos princípios da Governança Corporativa.
Tabela 2 - Definição geral de cada um dos órgãos sociais da Cooperativa:
Assembleia Geral – Capítulo VI
Art. 26 - A Assembleia Geral dos
Cooperados, que poderá ser Ordinária ou
Extraordinária, é o órgão supremo da
Cooperativa, tendo poderes, dentro dos
limites da Lei e deste Estatuto, para tomar
toda e qualquer decisão de interesse social,
e suas deliberações vinculam a todos, ainda
que ausentes e discordantes.
Conselho de Administração – Capítulo VII
Art. 41 – A Unimed Volta Redonda será
administrada por uma Diretoria Executiva,
que deverá ser supervisionada por um
Conselho de Administração.
Conselho Técnico – Capítulo VIII
Art. 51 – O Conselho Técnico será
composto por 03(três) membros efetivos e
três suplentes, quaisquer destes para
substituir quaisquer daqueles, todos
Cooperados, com mandato de 04(quatro)
anos, eleitos juntamente com o Conselho de
23
Administração, sendo permitida a reeleição
de apenas 02(dois) membros.
Conselho Fiscal – Capítulo IX
Art. 54 – O Conselho Fiscal será formado
03(três) membros efetivos e 03(três)
suplentes, quaisquer destes para substituir
quaisquer daqueles, todos Cooperados
eleitos pela Assembleia Geral Ordinária,
com mandato de 01(um) ano, sendo
permitida apenas a reeleição de 1/3(um
terço) dos seus componentes.
Fonte: Estatuto Social e Regimento Interno – Unimed Volta Redonda. Edição 2009.
Para a Unimed Volta Redonda, estabelecer esses critérios baseando-se nas boas
práticas de Governança Corporativa tornou o seu negócio na área de Saúde muito mais
atrativo para que entrem novos cooperados em seu sistema, e também mais fortalecida para
manter os que já fazem parte da cooperativa.
Isso traz um reconhecimento por parte dos cooperados, enquanto controle e
administração eficiente, o que possibilita maior competitividade no mercado de planos de
saúde.
24
5.3 - Práticas de Governança de TI
Governança de TI é “um braço” da Governança Corporativa e a sua atuação está
relacionada ao fato das informações financeiras das empresas estarem salvas em sistemas
de informação, os gestores de negócio precisam ter garantias que as informações nestes
sistemas são confiáveis. Para se ter uma idéia, após os escândalos de 2001, o congresso
americano aprovou uma lei chamado Sarbanes-Oxley, mais conhecida como SOX, onde os
executivos de empresas com ações na bolsa de Nova York são responsabilizados
criminalmente por desvios nas demonstrações financeiras, podendo além de levar multa ser
preso também. Mesmo que os executivos não tenham participação em fraudes das
demonstrações financeiras, caso for detectado alguma fraude, eles são penalizados.
A premissa mais importante da Governança de TI é o alinhamento entre as
diretrizes e objetivos estratégicas da organização com as ações de TI. A definição do
professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sr. João R. Peres, demonstra este conceito
de forma abrangente, atribuindo os papéis e as responsabilidades conforme abaixo:
“Governança de TI é um conjunto de práticas, padrões e relacionamentos
estruturados, assumidos por executivos, gestores, técnicos e usuários de
TI de uma organização, com a finalidade de garantir controles efetivos,
ampliar os processos de segurança, minimizar os riscos, ampliar o
desempenho, otimizar a aplicação de recursos, reduzir os custos, suportar
as melhores decisões e conseqüentemente alinhar TI aos negócios.”
Para garantir que os dados nos sistemas são fidedignos, a Governança de TI tem o
papel de criar estes controles de forma que a TI trabalhe de uma maneira o mais
transparente possível perante os stakeholders (executivos, conselho de administração,
acionistas).
O framework, ou guia de melhores práticas mais utilizado no mundo em se
falando de Governança de TI, e também utilizado pelo Sistema Unimed Volta Redonda, é
o COBIT, mantido pela ISACA, que está na sua versão 4.1. O COBIT sugere uma série de
processos a serem seguidos, chamados de objetivos de controle como: gerenciamento de
incidentes, problemas, segurança da informação, indicadores, auditoria externa entre outros
objetivos para que se possa garantir o controle das informações que se encontram em
sistemas de informação.
Atualmente, o Sistema Unimed Volta Redonda utiliza o ITIL V3 nos processos de
gestão de incidentes, onde desde sua implantação foi possível perceber um avanço com
25
relação a uma melhor análise das solicitações e melhor atendimento. Contudo, a gestão de
problemas ajuda a identificar os problemas crônicos e assim dar uma solução mais
eficiente em sua solução.
Importante destacar um capítulo especial para se falar da Governança em TI, pois
esta se mostra fundamental para mapeamento e integração de processos e sistemas
utilizados na área de saúde. Não existe no mercado de prestação de serviços em saúde um
sistema maduro que atenda de forma plena todas as complexas variáveis existentes no
ramo da Saúde Suplementar.
A Unimed Volta Redonda acaba de receber um novo título que corrobora com a sua
busca pela governança cooperativa: a gestão de TI da Cooperativa está entre as 100
melhores do Brasil, de acordo com o levantamento feito pela Revista Computer World,
edição 2012. O estudo tem o objetivo de valorizar a organização e os projetos em TI,
considerando investimentos e atuação dos líderes da área e o prêmio destaca o novo perfil
dos líderes de TI no Brasil, cada vez mais alinhados à estratégia e ao grupo de trabalho.
26
5.4 - Responsabilidade Social e Relações Humanas
A Unimed Volta Redonda tem trabalhado as questões pertinentes a
Responsabilidade Social com o objetivo de elaborar e apresentar um instrumento que
forneça a nossa cooperativa uma possibilidade de avaliar a extensão de nossas práticas
sociais, a partir de um conjunto de dimensões propostas. Nele, procuramos correlacionar
aspectos da gestão integrada com enfoque na responsabilidade social, encarado aqui, como
diferencial competitivo no acirrado ambiente de negócios e com o princípio da obtenção de
melhoria contínua.
Como exemplo de responsabilidade e comprometimento social, a Unimed Volta
Redonda tornou-se signatária da Carta de Compromisso da Rio+20, assinando um
documento que tem como objetivo reforçar os valores descritos no Pacto Global da ONU,
cujo valores esses que a Cooperativa já integra desde 2009. Através da Carta, a Unimed
Volta Redonda reafirma sua contribuição para o desenvolvimento de uma economia mais
verde e inclusiva.
Outro fator importante a ser destacado em relação a Responsabilidade Social, é o
fato do Sistema Unimed Volta Redonda ter recebido o seu 10º Selo de Certificação de
Responsabilidade Social, sendo que o referido Selo está em sua 10ª Edição e é entregue
pela Unimed do Brasil aos Sistemas que se destacam devido ao trabalho realizado.
O título é um reconhecimento ao trabalho realizado pela Cooperativa na
implementação da Responsabilidade Social como ferramenta de gestão, no fortalecimento
dos princípios do Cooperativismo e na construção de uma sociedade mais justa e
sustentável.
Em relação a área das relações humanas a Unimed Volta Redonda também
direciona seus esforços em vários projetos que serão apresentados a seguir:
Inimigos do Dodói
Cinco anos distribuindo alegria e boas risadas a crianças hospitalizadas de nossa
cidade. Faça chuva ou faça sol, dois colaboradores se vestem de palhaço,
transformam-se em Dr. Tourão e Dr. Batatinha e visitam crianças hospitalizadas em
Instituições da região. O projeto tem como principal objetivo ajudar na recuperação
27
da saúde emocional das crianças, através do amor, do humor e da alegria. São
"visitas médicas" semanais que promovem a diversão com jogos, brinquedos e
fantoches. Até hoje, os "doutores" visitaram mais de 3.000 crianças nos hospitais da
cidade.
Grupo de Voluntários
O grupo de voluntários tem a intenção de incentivar a doação de talento e o
desenvolvimento da comunidade. O grupo se reúne para arrecadar fundos e
descobrir novos voluntários. A Unimed Volta Redonda, além de incentivar as ações
de voluntariado, apoia, investe e oferece capacitação para os coordenadores do
grupo. Temos em nossa cooperativa cerca de 60 colaboradores voluntários. Dentre
eles, 25 formam o Grupo de Voluntários - que capta recursos financeiros e talentos
para as entidades filantrópicas da nossa cidade.
Projeto Hora Certa
Iniciativa que visa suprir a necessidade das escolas quanto à abordagem
específica/técnica de assuntos relacionados à sexualidade. Ele está amparado por
três pilares que atuam de forma conjunta: pais, professores e alunos, e suas
respectivas posturas responsáveis. O projeto acontece em parceia com a Secretaria
Municipal de Educação. Atuando em 6 escolas da rede municipal.
Profissionais do Futuro
O projeto oferece atividades de aprendizado técnico, social e cultural através da
participação nas rotinas da empresas. São contemplados alunos destaques do ensino
médio da rede pública de Volta Redonda. Ao final das atividades, que tem duração
de cinco meses, cria-se um banco de dados que fica a disposição dos médicos
cooperados com os currículos e referência dos alunos. Os estudantes que
apresentam boas notas e que são pró-ativos durante esse período de treinamento
também têm chance de conquistar uma vaga de emprego na Unimed Volta
Redonda. Desde 2006, cinco estagiários acabaram se tornando colaboradores.
Coral
Cantar para melhorar o próprio equilíbrio emocional e estimular a recuperação da
saúde de outras pessoas. Esse é maior objetivo do projeto coral: levar a magia do
28
canto aos pacientes de hospitais da cidade. É uma doação de carinho, arte e saúde.
Nos últimos dois anos, mais de 900 pacientes já foram visitados. Pessoas da
comunidade e colaboradores da Unimed Volta Redonda compõem o coral.
Por isso, ele está baseado em temas como Valores, Transparência e Governança,
Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Comunidade e Governo e Sociedade. O
Selo está em sua 10ª edição e desde o primeiro ano a Unimed Volta Redonda mantém a sua
certificação. Neste ano de 2012, a Cooperativa aumentou sua pontuação em relação ao ano
passado.
Outra importante iniciativa dentro dessa temática foi promover o plantio de mudas
nativas do Palmito Juçara na área de sua sede administrativa, no Jardim Belvedere, em
parceria com o Instituto Educa Mata Atlântica. As duas instituições querem fazer mais. Em
uma ação promovida nas redes sociais, a Unimed Volta Redonda e o Instituto Educa Mata
Atlântica pretendem plantar outras duas mil mudas de espécies nativas na comunidade.
Para isso, bastou curtir os posts da Semana do Meio Ambiente na página da Unimed Volta
Redonda. A data do plantio será divulgada posteriormente. O local será na Reserva da
Cicuta, às margens do Rio Brandão.
Todos esses exemplos mostram o quanto envolvido se encontra a Unimed Volta
Redonda com questões que ultrapassam as relações internas da organização e vão até a
comunidade da cidade em que está sediada. O que causa impacto na qualidade de vida não
só de seus clientes, como também de toda a população que vive em Volta Redonda e
depende das boas práticas utilizadas pelas empresas que estão dispostas a se
responsabilizarem pela construção de uma sociedade melhor.
A Superintendência de Desenvolvimento Humano empenha-se em propiciar um
ambiente onde haja o desenvolvimento das melhores práticas de gestão e governança
cooperativa para a organização, buscando sempre tirar o máximo de rendimento dos
colaboradores, valorizando as qualidades e habilidades de cada um para a área que se
identifica, ou seja, usar a ferramenta certa para cada operação, e com isso atender os
requisitos básicos de uma gestão responsável focando o desenvolvimento de pessoas.
29
Dentre as práticas de Governança de RH desenvolvidas pela Unimed Volta
Redonda podemos citar:
Programa de formação de lideranças através de cursos de aperfeiçoamento e pósgraduação ministrados pela Fundação Dom Cabral e Fundação Unimed;
Auxilio Educação para graduação aos funcionários da Cooperativa;
Programa de Coaching para as lideranças.
30
5.5 – Publicação do Balanço Patrimonial e Balanço Social
Várias empresas na atualidade tem adotado a prática de publicação do Balanço
Patrimonial, pois entendem que se trata de uma forma transparente de divulgar
informações importantes para seus acionistas, colaboradores e comunidade. A Unimed
Volta Redonda publica anualmente seus Balanços Patrimonial e Social no Jornal Diário do
Vale (jornal de circulação da Cidade).
Com a criação do espaço “Governança Cooperativa” estas demonstrações também
passarão a ficar disponíveis em tempo integral no site da Unimed Volta Redonda.
31
5.6 – Fale conosco – “Ouvidoria”
Segundo Ana Lúcia Tateshita e Fábio Lopes, no artigo: Quais os benefícios da
criação de uma Ouvidoria? Guia de Ouvidorias – Brasil (08/11/2011):
(...) Uma Ouvidoria é única em sua representação, mesmo que atuando
em modelos de gestão públicos e privados: seu papel é o de representar a
voz do cidadão dentro da organização e propor melhorias contínuas
capazes de satisfazer aspectos legais, como os previstos no Código de
Defesa do Consumidor ou de gestão, mobilizando ações que resultam em
resultados positivos nos controles internos.
Sendo assim, a ouvidoria aparece como uma forma de re-estabelecer o equilíbrio
das relações, darem o direcionamento as manifestações do cliente quando nas instituições
os demais canais de acesso já foram esgotados.
A partir do momento que o canal da Ouvidoria é devidamente implantado, pode se
transformar em um eficiente elo estratégico para possibilitar a transformação dentro de
uma cooperativa como a Unimed Volta Redonda.
O fato de receber diretamente do cliente as manifestações em relação as mais
variadas questões, desde reclamações, sugestões e elogios pode fazer desta comunicação
uma arma eficiente na resolução de questões importantes envolvendo processos e
mudanças na cultura organizacional, e também a manutenção do que está dando certo.
O retorno ao cliente não atendido pelos demais canais de relacionamento da
organização, de uma resolução definitiva, acaba agregando valor na capacidade de
entender as suas reais necessidades, possibilitando uma melhoria contínua de processos,
levando a otimização de seus serviços, capazes de realizar diferenciais competitivos e
manutenção de sua marca em relação à concorrência.
A criação de um espaço Fale conosco – “Ouvidoria” no site da Unimed Volta
Redonda demonstra a intenção de vivenciar a Governança Corporativa através de um
relacionamento próximo com o cliente, possibilitando a transparência no dia-a-dia destes
que estão presentes no Hospital, Pró-vida, Centro de Diagnóstico por Imagem, Laboratório,
Unidade 33 e também sendo atendidos pelos médicos em seus consultórios.
32
PARTE 2
INCLUSÃO DA GOVERNANÇA APLICADA
NO PORTAL UNIMED VOLTA REDONDA
33
6 – A necessidade do desenvolvimento de um espaço de Governança Corporativa no Portal
Unimed Volta Redonda
As empresas estão em permanentes e constantes transformações, exigindo para sua
sobrevivência e permanência que seus colaboradores e líderes percebam essa realidade
mutável com consciência de que é preciso acompanhar as tendências mundiais
relacionadas à transparência, no que diz respeito a divulgação de informações.
De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo manual de Governança Corporativa
do Sistema Unimed Brasil, elaborado neste ano de 2012, é de grande importância
esclarecer as demais cooperativas sobre o significado desse termo que vem sendo utilizado
por empresas do mundo todo.
Seria de grande importância estabelecer nesse espaço no Portal Unimed, a estrutura
das diretrizes que estariam divididas em quatro seções, e que buscariam evidenciar grupos
de questões da governança consideradas essenciais para a cooperativa. Portanto, as seções
tratariam dos seguintes assuntos:
1) Representatividade e participação;
2) Direção estratégica;
3) Gestão estratégica;
4) Fiscalização e controle;
5) Ouvidoria.
Sendo assim, a primeira seção focaria na questão das assembleias, o processo
eleitoral, os canais de comunicação e informação e a formação cooperativista.
As seções dois e três buscariam enfatizar a necessidade de separação entre as
funções estratégicas e as funções executivas, evidenciando em cada uma delas as principais
atribuições e responsabilidades dos administradores, bem como a publicação dos Balanços
Patrimonial e Social da Cooperativa.
A seção quatro trataria de diferentes atores que também atuam, além do Conselho
de Administração, como instrumentos de fiscalização e controle (associados, auditorias,
conselho fiscal e organização sistêmica), evidenciando sua importância e os mecanismos
utilizados por cada um deles.
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A seção cinco representaria a assistência aos cooperados e clientes da Unimed
Volta Redonda, recebendo elogios, reclamações e sugestões sobre os serviços oferecidos
por todas as dependências do Hospital e Pró Vida.
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6.1 - Definição de Portal de Governança
De acordo com o Guia de Orientação para Implementação de Portal de Governança,
produzido em 2007 por um grupo de profissionais apoiados pelo IBGC, definem-no da seguinte
maneira:
“O Portal de Governança Corporativa é uma ferramenta interativa que
atende às boas práticas de governança corporativa e que pode ser
acessada de qualquer local, dentro ou fora da organização, para facilitar a
consulta dos conselheiros de administração, demais administradores e
conselheiros fiscais às informações necessárias para o desempenho de
suas responsabilidades legais e estatutárias da melhor forma possível.”
O Portal acaba proporcionando também uma maior interação entre seu público por meio da
troca de ideias e informações, exemplificado pelas notícias de jornais, comunicados institucionais,
informes financeiros, entre outros. O Portal pode ser destinado a uma organização ou a um grupo
empresarial.
No caso do Sistema Unimed Volta Redonda, seria muito importante a implantação
do Portal de Governança Corporativa, pois facilitaria a aquisição de informações tanto para
os cooperados quanto para seus clientes. Oportunizando maior transparência nas
informações a serem divulgadas por vários setores da organização.
36
6.2- Alinhamento do Portal com as Melhores Práticas de Governança Corporativa
Em consonância com os princípios básicos do Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa do IBGC, o Portal irá se transformar em uma ferramenta
apropriada para a organização disponibilizar para seu público-alvo, sem privilégios,
informações sobre os aspectos tangíveis e intangíveis. As informações podem ser
econômico-financeiras, legais e sobre novos projetos e investimentos relevantes, aquisição,
fusão ou incorporação e também tratar de questões de ordem socioambiental na definição
dos negócios e operações.
Para viabilizar o acesso às informações em tempo adequado à tomada de decisão,
muitas organizações têm utilizado portais confidenciais estruturados na Web com o
objetivo de incrementar e facilitar a comunicação e a troca de informações entre os
membros da alta administração.
A partir dessa visão, o Portal poderá contribuir para que seu público-alvo conduza
os negócios da organização visando sua sustentabilidade.
No Brasil, ainda são poucas as empresas que utilizam esta ferramenta de gestão,
mas mesmo diante desse fato, o IBGC conseguiu constatar características em comum,
possibilitando estabelecer padrões fundamentais a serem seguidos:
1º - Segurança: criptografia e autenticação, visando proteger informação sensível de
acesso indevido;
2º - Gerenciamento de conteúdo: armazenamento, localização e recuperação de
informações;
3º - Acesso remoto: acesso via internet às informações em tempo real;
4º - Notificação de atualizações: garantia de acesso à versão mais atualizada dos
documentos aos gestores;
5º - Viabilizar consenso virtual: troca de informações (consultas, debates, etc.)
antes das reuniões;
6º - Agenda centralizada de eventos: possibilidade de os usuários serem notificados,
consultarem compromissos, verificarem a agenda e acessarem documentos de suporte.
37
A partir dessas informações é possível criar um Portal de Governança Corporativa
com maior credibilidade para os usuários, facilitando a coleta de dados atualizados sempre
que for necessário.
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6.3 - Fases Recomendadas para a implementação do Portal
A sequência de implementação do Portal de Governança depende da estratégia
escolhida: licenciar produto disponível no mercado ou desenvolver solução própria.
Caso a opção seja por licenciar algum produto disponível no mercado internacional,
não há necessidade de estabelecer uma sequencia de implementação detalhada. É
necessário adquirir a licença e cuidar para que sejam feitas as adequações necessárias.
Importante salientar que os produtos importados são desenvolvidos a partir das melhores
práticas em vigor nos respectivos países de origem, porém, nem sempre correspondem às
situações especificas das organizações brasileiras.
Caso a escolha recaia por desenvolver solução própria, recomenda-se a adoção da
seguinte sequência de implementação:
a) Levantamento de requisitos;
b) Elaboração de protótipo da macroestrutura e navegação;
c) Elaboração de protótipo da linha visual e das páginas Web;
d) Especificação funcional e técnica;
e) Codificação e testes;
f ) Treinamento;
g) Carga de conteúdo e homologação.
A Unimed Volta Redonda possui equipe qualificada para desenvolvimento de um
espaço de Governança Cooperativa no Portal, sendo necessário o redimensionamento de
um analista de TI para o desenvolvimento deste espaço.
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6.4 - Ações Recomendadas para Motivar o Público-Alvo
A fim de garantir que o projeto de implementação do Portal de Governança traga os
benefícios esperados, recomenda-se a adoção das seguintes ações:
• Seminário Inicial
Com o objetivo de definir o escopo específico para o desenvolvimento do Portal,
recomenda-se a realização de seminário envolvendo os potenciais usuários e a área que irá
administrar a ferramenta. Neste evento é apresentado o valor que pode ser agregado pela
ferramenta na atuação dos usuários, sensibilizando-os em especial quanto às possíveis
funcionalidades e exemplos de conteúdos disponíveis.
É importante que nesse seminário sejam criadas oportunidades para os participantes
apresentarem sugestões de funcionalidades e de conteúdos, permitindo o desenvolvimento
a partir de um modelo geral, porém atento às particularidades do setor de atuação da
organização e às necessidades específicas dos usuários.
• Acompanhamento da Evolução do Projeto
Recomenda-se a apresentação periódica da evolução do projeto, de modo que o
público-alvo acompanhe o cronograma de desenvolvimento da ferramenta. A ação objetiva
o maior envolvimento possível dos potenciais usuários com o projeto e, consequentemente,
a redução de resistências.
Esta providência é importante para manter o interesse despertado no seminário inicial,
familiarizar gradualmente os potenciais usuários com a ferramenta e permitir a
apresentação de novas sugestões. A tendência é contribuir para a promoção do crescente
comprometimento dos participantes com o projeto.
• Treinamento dos Usuários
A capacitação prática dos usuários, a partir da navegação nas diversas funcionalidades
e conteúdos disponíveis na ferramenta, mostra-se necessária ao conhecimento e
familiarização que antes era apenas conceitual.
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• Manual de Uso do Portal
A elaboração e distribuição de um manual complementam as condições iniciais de uso,
a ser utilizado em caso de dúvidas.
• Atendimento Personalizado
A fim de proporcionar atendimento de qualidade e manter a credibilidade do Portal,
recomenda-se a disponibilização de atendimento personalizado por técnico(s) com
conhecimento na aplicação, podendo ser contatado(s) por telefone, e-mail ou qualquer
outro meio disponível.
É importante que esse atendimento seja realizado de forma ágil, pois não convém que
os usuários voltem a utilizar os meios tradicionais de obtenção dos conteúdos desejados,
sob risco de subutilização do Portal.
• Avaliação
A avaliação periódica do funcionamento da ferramenta pode envolver aspectos
relacionados à qualidade e facilidade de localização de conteúdo, velocidade de acesso aos
arquivos, estabilidade do sistema e qualidade no atendimento personalizado.
O sistema de avaliação eficiente revela-se um meio de obter retorno dos usuários e
realizar ajustes, mantendo a ferramenta constantemente atualizada e adequada às
necessidades dos usuários.
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Conclusão
Procuramos com o presente trabalho demonstrar a importância do estudo da
governança corporativa, hoje já adaptada ao conceito de Governança Cooperativa para o
aperfeiçoamento e desenvolvimento de cooperativas especializadas em saúde. Com o
inexorável movimento de globalização da economia, e seu reflexo no ambiente
organizacional das empresas é inevitável que haja uma maior homogeneização das regras
que as regem.
A adoção de boas práticas de governança tem se mostrado fundamental para o
sucesso e a perenidade das organizações, principalmente no que tange à segurança a ao
retorno aos associados. Diante disso, observamos que as regras de governança corporativa
não estão dissociadas da realidade do Sistema Unimed Volta Redonda, principalmente em
relação às práticas que já vem sendo utilizadas nas áreas de Tecnologia da Informação,
Recursos Humanos, Responsabilidade Social, Contabilidade, entre outros.
A Unimed Volta Redonda obteve 96 pontos na primeira edição do Selo Nacional
Unimed de Governança Cooperativa e conquistou com esse resultado o Selo Prata. Essa
pontuação indica que a Unimed Volta Redonda possui e pratica a Governança Cooperativa,
atendendo aos critérios definidos no Regimento do Selo para a respectiva categoria.
A proposta de implantação de um Portal de Governança Corporativa no site do
Sistema Unimed Volta Redonda, se faz relevante para que a adoção dessas boas práticas de
governança corporativa possa ser divulgada tanto para seus associados, quanto para seus
clientes, possibilitando assim que a Unimed obtenha um melhor resultado nas próximas
edições do Selo visando alcançar o Selo Diamante.
É certo que não se trata de modismo gerencial, pois as boas práticas de governança
trazem contribuições para reduzir os desafios de tomada de decisão coletiva e do
acompanhamento da ação executiva, e para assegurar aos cooperados o direito, e o dever,
de definirem sobre os caminhos futuros da cooperativa. Assim, a criação do Portal visa
contribuir para a construção de um sólido e adequado ambiente de governança e que
considere as especificidades desse tipo de sistema.
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Download

Monografia Governança Corporativa