Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 5 p.19-31
DURKHEIM & PARETO:
REPRESENTAÇÃO AMBIENTAL É DERIVAÇÃO RESIDUAL PARETIANA
Thais Helena Medeiros¹
RESUMO
O estudo aqui realizado parte das reflexões sociológicas em torno da teoria da representação social
de Émile Durkheim e da ação não lógica de Vilfredo Pareto. As argumentações aproximam a
derivação residual paretiana da representação ambiental dos movimentos sociais na Amazônia de
Santarém e Belterra, área de abrangência da BR 163, no bojo da ambientalização. Nesse sentido, o
trabalho é uma revisão bibliográfica das duas teorias sendo abalizada pela realidade social que
performa-se na globalização. O trabalho é resultado das leituras e das aulas da disciplina Teoria
Sociológica I, ministrada pela professora Marilene Corrêa, no âmbito do Programa de PósGraduação em Sociologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Palavras-chave: Vilfredo Pareto – derivação residual– representação ambiental
ABSTRACT
The study conducted here departs from sociological reflections around the representation theory
of Emile Durkheim and “not logical action” from Vilfredo Pareto. The arguments approach the
residual Paretian derivation to the environment representation of social movements in the
Amazon region, more specifically Santarém and Belterra. In this sense, the work is a literature
review of two theories supported by the social reality that performs through globalization. This
work results from readings and lectures of the module Sociological Theory I, taught by Prof.
Marilene Corrêa, under the Graduate Program in Sociology at the Federal University of
Amazonas (UFAM).
Key words: Vilfredo Pareto – sociology – environmental representation
¹ Mestranda em Sociologia (PPGS) pela UFAM, bolsista CAPES. É especialista em ecoturismo, interpretação e planejamento em
áreas naturais e graduada em comunicação social, professora e coordenadora do curso de Jornalismo na Faculdades Integradas do
Tapajós (FIT).
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I. Representação ambiental:
a configuração de uma derivação paretiana
Resíduo é tudo aquilo que sobra, é lixo humano. Na natureza o resíduo é a
biomassa, o que nas ciências florestais, num plano de manejo, é o que sobra na área
antropizada: galhada, raiz, folhas, cascas, serragem (ZARIN et al., 2005). Para
Vilfredo Pareto resíduo é “o princípio que existe na mente humana” (PARETO apud
PARSONS, 2010 p.251). O autor é apresentado pela primeira vez numa aula de Teoria
da Sociologia I, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade
Federal do Amazonas, ministrada pela professora Marilene Corrêa da Silva, cujo
tema central era o mago da sociologia, Émile Durkheim (MEDEIROS, 2011c).
O trabalho de Durkheim “resultou na criação de uma indiscutivelmente nova
disciplina. Com o nome de sociologia era a antropologia social que também nascia”
(CARDOSO DE OLIVEIRA, 1988, p.18). Aquele autor referia-se a Durkheim como
o autor das Formas Elementares da Vida Religiosa e a seu discípulo Marcel Mauss.
Nas aulas da professora Marilene Corrêa, discursando sobre a estrutura da teoria do
fato social, expressão na idéia, mas também na matéria, chegou à noção da
representação coletiva. Mesmo que banalizada pelas ciências sociais, explicou que as
representações são as soldas históricas que agrupam “valores societais, ideais
coletivos, opiniões, representações que a sociedade tem de si mesma, lendas e mitos”.
Assim como incorporam as “ideações coletivas, correntes livres efervecentes,
valores” (SILVA apud MEDEIROS, 2011d).
Enfatiza que entre as regras informacionais dos modelos, crenças coletivas,
hábitos (correntes de opinião) numa fricção com as representações coletivas (para
alguns autores, é o que permite a compreensão da cultura a partir dessa noção)
interpõem-se um “gap incompatível: conflitos de tensão e dissidência aparecem na
disfuncionalidade; os impasses e realizações temporais entre eles próprios” (SILVA
apud MEDEIROS, 2011d).
Ampliando essa noção durkheimiana, a representação coletiva “é o modo
pelo qual a sociedade exprime as coisas da sua existência, são representações
coletivas que representam realidades coletivas”. Demonstra que é a representação
coletiva a “ponte entre subjetivo e objetivo ou ao contrário. Como é que o fato social
ao se tornar total inclui dimensões socioculturais da afetividade do sentimento e arte
das pulsões” (SILVA apud MEDEIROS, 2011c).
As representações coletivas são o produto de uma imensa
cooperação que se estende não apenas no espaço mas no tempo
também; para fazê-las, uma multiplicidade de espíritos diversos
associam, misturam e combinam suas idéias e seus sentimentos;
longas séries de gerações acumularam aí suas experiências e
sabedorias. (ORTIZ, 1989, p.158).
As teorias são como os sujeitos que as elaboram e as praticam: mutantes,
dinâmicas. Hoje em dia, sabemos o quanto o sujeito ou a coletividade é rica e
complexa em sua valoração nas ações sociais, pois é ele que realiza-a e é quem produz
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a teoria. Com base nessas argumentações, começamos a pensar o socioambiental¹
amparado numa representação ambiental. Carregando simbologias próprias é
arrastado pelo discurso da ambientalização em múltiplas dimensões e sob a ótica das
mudanças climáticas operadas na turbulência da globalização. De acordo com Silva
(2011a; 2011b) e mediada pela teoria de Durkheim, uma instituição pode levar tempo
para virar uma representação (apud MEDEIROS, 2011c). Nota-se que as redes
societárias na Amazônia agrupam uma pluralidade de grupos singulares que engajam-
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¹ Como apontou o ISA (2007),
socioambiental “se escreve tudo
junto”.
se na dimensão socioambiental após as dispersões históricas em que estiveram
envolvidos, agora, acomodados no caminho inverso das rupturas globalizantes.
Assim pensando via teórica durkheimiana, Marilene Corrêa da Silva acaba
por trazer a tona científica a teoria de Vilfredo Pareto, ou os resíduos e derivações da
ação não lógica, formulado por esse cientista italiano que residiu na França entre
final do século XVIII e início do XX. Segundo ela (MEDEIROS, 2011a), o autor foi
testemunho esclarecido de mudanças cruciais das sociedades ocidentais européias. E
justifica que ao recuperar a centralidade dos modos de examinar as sociedades tornase um bom motivo para revisitar e abordar as ideias que fundamentam o pensamento
de Pareto, posto que não é muito visitado pelos cientistas da atualidade. Parsons
(2010, p.253), por exemplo, entende que há inconsistência em sua obra social. E
continua na mesma seção, que “essa inconsistência aparente é o caminho mais
importante para toda uma série de problemas, que embora, é claro, não resolvidos por
Pareto, ele, talvez, mais do que qualquer outro teórico social, contribuiu para abrílos”. Não nos cabe neste artigo relativizar as mazelas desse ostracismo e nem
(des)considerar o autor da teoria dos resíduos mentais. Aqui, o que nos cabe,
primeiro, é compreender a ação social lógica e não lógica. Esta última é o que nos
aproxima de Pareto em seus resíduos e derivações os quais iremos correlacioná-las
as representações ambientais, de origem teórica em Durkheim (SILVA, 2011.).
Dessa forma, “os fenômenos sociais se apresentam, para Pareto, segundo as
formas mutantes, manifestadas por ideologias, os costumes, as representações
coletivas, em suma, pelos sistemas simbólicos”. Ele divide os fenômenos sociais em
dois pontos de vistas: o objetivo e o subjetivo. Para o teórico social, “o aspecto
subjetivo é a forma pela qual o espírito humano representa os fenômenos,
representação geralmente deformada, ao passo que o aspecto objetivo é o feito real,
constante, imutável” (SILVA apud MEDEIROS, 2011b, p.01).
Uma primeira constatação mostra que as ações sociais podem ser
distinguidas em duas grandes categorias: as ações lógicas “que
são ao menos na sua parte principal, o resultado dos raciocínios”;
as ações não lógicas que “provêm principalmente de um certo
estado psíquico: sentimentos, subconsciente, etc.” (SILVA,
2011A, p.02).
Considerava que “o conjunto das ações humanas não são lógicas”. E para situá-las
“o método lógico-experimental as constata e permite distinguir as ações lógicas das não
lógicas que são constituídas pelas derivações dos resíduos” (SILVA, 2011b). Parsons
aponta que a ciência paretiana “é mais bem caracterizada pelo termo 'lógico-
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experimental'”. Nos “dois elementos essenciais envolvidos, o raciocínio lógico e a
observação do fato”, o primeiro, “é por si só incapaz de produzir os resultados necessários
além de tautologias, mas, apesar disso, é um elemento essencial. No entanto, ele é
considerado como sendo subordinado ao outro elemento, isto é, o fato experimental ou
observado” (PARSONS, 2010, p.233).
Pareto associa o objetivo ao conhecimento do cientista pois mais extenso e o
subjetivo é o do ator. Parsons, no entanto atenta que o subjetivo “é implicitamente incluído
em sua definição de ação lógica: “designamos por ações lógicas aquelas operações que
estão logicamente ligadas até seu final, não apenas do ponto de vista do sujeito que
desempenha as operações, mas também para aqueles que têm um conhecimento mais
extenso” (PARETO apud PARSONS, 2010, p.239). A professora Marilene Corrêa as
introduz como sendo “aquelas que utilizam de meios apropriados ao objetivo e unem
logicamente os meios aos objetivos”. E Parsons (2010) insere que em Pareto “a ação é
lógica na medida em que ela se adéqua a um certo tipo de norma” (p.244).
Neste estudo, o relevante é a categoria correlata da ação não lógica, e que por
sua vez “não é definida positivamente e sim residualmente”. Silva (2011a e 2011b)
nos atentou que Pareto preferia as ações não lógicas. Parsons (2010, p.245)
corrobora ao afirmar que o teórico social abstraiu as lógicas e estudou
“intensivamente a ação não lógica”.
Ele começa afirmando a seguinte antítese: “As ações não lógicas
são, pelo menos em seu elemento principal, o resultado de um
processo de raciocínio; as ações não lógicas se originam
principalmente de certo estado psíquico (etát psychique) de um
sentimento, do inconciente, etc. É tarefa da psicologia interessarse por esse estado mental” (PARSONS, 2010, p.245).
“Pareto diz que as não lógicas circulam entre nós como lógicas, revestidas de
capas, máscaras”, salientou Marilene Corrêa. E a professora de sociologia (hard
sociology) vai mais longe ao introduzir que quanto mais complexa a sociedade mais
máscaras e derivações (MEDEIROS, 2011a).
As ações não lógicas remetem à parte obscura da natureza
humana que é feita de instintos, pulsões, de necessidades,
denominadas por Pareto de resíduos, porque eles variam segundo
os indivíduos e as civilizações. Sobre estes resíduos vêm-se
grafar as derivações, quer dizer as ideologias, as construções
pseudo-racionais que são as auto-justificações. A potência das
ideologias e das crenças têm aí um esclarecimento como causa
das ações não lógicas. Os atos não lógicos tem a vantagem da
paixão, daí serem mais freqüentemente encontrados em ações
não racionais na política com as conseqüências jurídicas que lhe
podem resultar. Esta é a causa das derivações, que são os meios
verbais utilizados pelos indivíduos e os grupos para justificarem
suas ações e dar-lhes uma lógica, lógica que não necessariamente
existe mas que é uma camuflagem psicológica (SILVA, 2011b,
destaque do original).
Marilene Correa ensina que os resíduos imprimem uma marca e que podemos
encontrá-los quanto mais atrás no tempo, isolado, prolongado no tempo: como medicina
grega, romana (antiga), ritos cerimoniais mágicos, práticas estamentais (religiosas,
militares), estruturas do imaginário. Ao contrário das ações sociais, os resíduos são
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imóveis, fixos, são como as pré-noções (SILVA apud MEDEIROS, (2011a).
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Os resíduos são o que fica quando se evita a camuflagem
psicológica que é a racionalização do não lógico. Há, segundo
Pareto, seis classes de resíduos que correspondem à dois
comportamentos fundamentais: o comportamento de
conservação, o espírito de ordem e de estabilidade, a
conformidade, de uma parte, e o comportamento de inovação, o
espírito de criação, de desenvolvimento ou de renovação, de outra
parte. O jogo social dos resíduos e das derivações formam as elites
existentes em toda sociedade hierarquizada; as elites que
conhecem a mobilidade, e que desaparecem nas sociedades
hierarquizadas que são mortais (SILVA, 2011b).
Pareto mexe com as estruturas mentais humanas para teorizar os sentimentos
em resíduos. Parsons (2010, p.251) demonstra que, quando traçava seu esquema
residual, atribuiu para resíduo “o princípio que existe na mente humana”; e para
derivações “a explicação, as deduções a partir desse princípio”.
“Antes de ir adiante talvez valha a pena dar nomes as entidades a,
b e c; pois designá-las apenas por letras do alfabeto confundiria a
exposição e a tornaria menos clara. Por esse motivo, a exclusão de
todos os outros, chamaremos de a de resíduo, b de derivações e c
de derivativos”. Esta é a única definição explícita de resíduos e
derivações que Pareto nos dá. É evidente, sem sombra de dúvida,
que eles são elementos das teorias não científicas (PARSONS,
2010, p.251-252, grifos do autor).
Como a teoria social de Pareto pode reforçar, ampliar, ilustrar, interpretar
através dos conceitos chaves esta especificidade de fatos, processos e fenômenos que
é o movimento ambiental² na Amazônia? Pelas diferenças e desigualdades? Ou pelos
modos de inserção na sociedade, nesta realidade global, mas ao mesmo tempo
nacional, em seu sistema econômico onde, a priori deve oferecer acesso aos bens
promotores de cidadania? Ou pelas relações sociais e políticas personificadas em
representações ambientais?
II. Socioambiental e globalização:
as derivações paretianas chegam na
Amazônia contemporânea
² Neste artigo, considerou-se
movimento ambiental as ações que
historicamente estão situadas no
desencadeamento das
preocupações ambientais mundiais
que datam a partir da década de 60
(WORSTER, 1991). DIAS (1994,
p.32) aponta que em 1960, “surge
o ambientalismo nos Estados
Unidos”.
“O mundo esta uma correria, e está chegando perto do fim” – assim falou um
certo arcebispo Wulfstan, num sermão proferido em York, no ano de 1014. É fácil
imaginar os mesmos sentimentos sendo expressos hoje (GIDDENS, 2010, p.13).
A cena que nos remete essa realidade acima está muito longe da ontológica
modernidade e mais alterada ainda dessa contemporaneidade. Em meio às
intersubjetividades, a sociologia como uma ciência nascida moderna deve inaugurar
uma sociologia amazônica. Poderíamos nos inspirar no tripé economia, social e
ambiental como propõe o professor do Instituto de Ensino e Pesquisa/ São Paulo
(INSPER), Eduardo Giannetti da Fonseca (MOREIRA, 2011). Na Amazônia, total
ou parcial, como na de Santarém e entorno, esse momento epistemologicamente
turbulento entre ciências naturais, sociais e humanas deve nortear- se nas dimensões
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destacadas, oportunizando geração de conhecimentos científicos a serem
empregados em negócios sustentáveis num “novo padrão produtivo e tecnologias
avançadas” (BNDES, 2010, p.136-203). Não cabe mais a ciência ficar debatendo em
quais categorias, noções ou conceitos apoiar-se, vivendo essa realidade
avassaladora. A ciência, tecnologia e inovação devem subsidiar as três dimensões
indossociáveis na Amazônia para a vida Planetária.
Nesse espaço que se acaba no tempo, onde tudo é muito rápido, a cultura e
seu modo de vida singular da Amazônia sai do lugar, desloca-se sob nossos
movimentos. Mas, para manter-se em pé com o todo planetário contraria o global
enriquecendo o local. Entrementes, a mudança é contínua, desafiadora, dolorosa e
vigilante, onde o intervalo de tempo é quebrado pela instantaneidade da
comunicação e informação. Sob o “impacto da ciência, da tecnologia e do
pensamento racional”, na convergência da religião e dos dogmas que substituíram
uma visão mais racional da vida, a “cultura industrial ocidental foi tomada pelo
Iluminismo”, (GIDDENS, 2010, p.13). É o mesmo autor que reflete a seguir que
o mundo em que nos encontramos hoje, no entanto, não se parece
muito com o que eles previram. Em vez de estar cada vez mais sob
nosso comando, parece um mundo em descontrole. Além disso,
além das influências que, supunha-se antes, iriam tornar a vida
mais segura e previsível para nós, entre eles o progresso da
ciência e da tecnologia tiveram, muitas vezes, o efeito oposto. A
mudança do clima global e os riscos que a acompanham, por
exemplo, resultam provavelmente de nossa intervenção no
ambiente. A ciência e a tecnologia estão inevitavelmente
envolvidas em nossas tentativas de fazer face a esses riscos, mas
também contribuíram para criá-los (GIDDENS, 2010, p.13-14).
Nesse mundo em descontrole sugestionado por Giddens, podemos utilizar a
teoria residual de Vilfredo Pareto para uma compreensão do discurso do
desenvolvimento sustentável. Enxergá-lo pela veia conflitante das dimensões
econômicas, sociais e ambientais em suas representações ambientais dominantes
como o são governo, as ciências socioambientais, o empresariado, o movimento
ambiental e, principalmente, pelo movimento social e as suas práticas ambientais. É
nesse bojo social que está representada o que Ianni (2011) desperta para noção da
globalização, quando se “rompe e recria o mapa do mundo, inaugurando outros
processos, outras estruturas e outras formas de sociabilidade, que se articulam ou
impõem aos povos, tribos, nações e nacionalidades” (p.01).
Na verdade, as preocupações ambientais no mundo começam com o impacto
do aumento da população e converge com o ápice da industrialização e do
estabelecimento do sistema econômico vigente. Dias (1994, p.27) aponta que em
1825 “a população humana sobre a Terra chega ao seu primeiro bilhão de
habitantes”. No Brasil, as preocupações com o meio ambiente datam do ano de 1542,
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quando na Carta Régia “estabelece normas para o corte de madeira e determina
punições para os abusos que vem sendo cometidos”.
Worster (1991) escreve que a “história ambiental começou a surgir na década
de 1970”, no crescimento dos eventos internacionais da “crise global” que
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desenrolavam os movimentos ambientalistas entre os cidadãos de vários países”,
junto com a ”reavaliação e reforma cultural, em escala mundial” (p.199). Assim,
Lima & Pozzobon (2001) acrescentam que a “construção do modelo ambientalista”
resulta de reflexões “sobre as raízes éticas e ideológicas” dessa questão colocando
em discussão “o modelo de desenvolvimento capitalista, questionam o lugar da
espécie humana na natureza e sua responsabilidade pelo futuro da biosfera. Esta
autocrítica era, até recentemente, impensável” (p.2).
A efetivação das práticas socioambientais na cena brasileira é mais incisiva a
partir da Rio 92³, colocando em cena a noção do desenvolvimento sustentável.
Compactua-se com as idéias postadas em Lenzi (2006) que, a despeito das
problemáticas conceituais do fenômeno, “recusar a utilidade do 'desenvolvimento
sustentável' como um conceito analítico, ou com sua atratividade como conceito
normativo, em nada compromete sua popularidade e importância como conceito
político” (LAFFERTY; LAGHELLE apud LENZI, 2006, p.92-93). E mais na frente,
Lenzi interpreta Skirbekk (1994a) quando o aborda que “logo na introdução,
explica-se que a sustentabilidade, devido sua complexidade, requer uma visão
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³ Conferência da Organização das
Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro entre
03 e 14 de junho de 1992.
Popularizou-se como Rio-92.
Vinte anos depois, acontecerá a
interdisciplinar”. E, citando Jacobs, “nenhum conceito de proteção ambiental é
capaz de evitar juízos de valor”, daí configurar que também a “sustentabilidade é um
conceito ético” (LENZI, 2006, p.94). Na discussão de modelos de desenvolvimento
para a Amazônia, pela sua importância socioambiental para o Planeta, Diegues
(1996) insere que
ao invés de se discutir qual o “desenvolvimento sustentável” mais
adequado para a região, deveriam ser questionados quais são os
modelos de “sociedades sustentáveis” mais apropriados para a
Amazônia baseados na diversidade de ecossistemas regionais e
locais, e na imensa diversidade social e cultural aí existente
(DIEGUES, 1996, p.12).
Assim, via decisões e pressões ambientais de cunho internacional, o Brasil
em seu Ministério do Meio Ambiente, reformula as leis, institucionaliza o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), cria Instituto Chico Mendes de
Biodiversidade (ICMBio) para implementar as diretrizes ambientais, dividindo o
então Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). Dessa política, configura-se o mosaico de sustentabilidade do Distrito
Florestal da Br 1634, envolvendo a área que já mencionamos acima. E a experiência
mais nova dessa vertente é o Plano Amazônia do BNDES (2010), apoiando projetos
voltados para o combate ao desmatamento e ao desenvolvimento social.
Hoje, na premência da Rio+20, de uma crise do sistema financeiro eminente,
⁴Sobre o Distrito Florestal da BR
163 consultar ; www.sfb.gov.br;
www.icmbio.gov.br
existe uma preocupação em estabelecer-se uma dialogicidade entre os setores
envolvidos da sociedade civil organizada. O distrito é um indicador de que o
Governo Brasileiro adotou uma postura privilegiando encontros entre atores sociais
propondo esse diálogo (ESCOBAR, 2005). Na área do município de Santarém, por
exemplo, muitas das centenas das comunidades e suas representações sociais estão
inseridas em unidades de conservação como as Reservas Extrativistas, os Projetos de
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Assentamentos Agroextrativistas dos Governos Federal e Estadual exercendo uma
pressão representativa, apesar do processo ser ainda conflituoso e lento,
característica de sistemas coloniais e capitalismo (SCHWEICARDT, 2010).
Corroborando para a emergência de novas posições políticas e econômicas, Ianni
(2001) especula que o “sistema mundial emergente requer uma perspectiva holística
no que se refere ao futuro desenvolvimento mundial: tudo parece depender de tudo,
devido a trama das interdependências entre as partes e o todo” (p. 82).
Foi nessa formação social –e temos que dizer, em busca desse novo modelo
de trocas econômicas em sistemas financeiros– singular de representação
socioambiental que, tanto a representação coletiva durkheimiana quanto os resíduos
de Pareto se encaixam. Resíduo enquanto correspondente ao comportamento
fundamental do sentido de sobrevivência, de preservação e mais do que tudo de
conservação da vida planetária, dos recursos naturais e humanos. As estruturas
mentais do comportamento humano estão em descompasso das atuais estruturas das
instituições sociais.
O espírito de uma nova ordem e estabilidade econômica e financeira
sustentável começou mundial e se globalizou, mas antes de tudo localizou. Um
espírito que, entre outros, é mediado através de documentos como as Metas do
Milênio e tantos outros de âmbito internacional e nacional, estadual e municipal.
Metas para atender ao crescimento populacional mundial e aos anseios de equidade
da humanidade de exterminar a pobreza; o analfabetismo; a inclusão feminina e de
todos excluídos e a margem do mundo, a mortalidade infantil; combate as doenças
viróticas e bacterianas; ao desmatamento ou sustentabilidade ambiental
(CELENTANO & VERÍSSIMO, 2007). Todas essas temáticas se agrupam para
formar um sentimento comum na construção de uma sociedade mais justa e
ecologicamente mais sustentável derivando uma representação coletiva expressa
em representação ambiental.
Antes dos resíduos explodirem em derivações, através das representações
socioambientais pela ambientalização (LEITE, 2004), há um rompimento
generalizado dos sentimentos individuais em coletivos. Solidariedade, inclusão,
socialização são noções e sentidos que se mesclam “aos usos e costumes da
socialidade de base” na intersecção dos conhecimentos de sustentabilidade, trazidos
no bojo daquela ambientalização pela ação das organizações não governamentais
aos conhecimentos locais. É uma “sutil ligação existente entre a preocupação
presente, a vida quotidiana e o imaginário, em uma palavra, a estética, entendida
aqui em seu sentido mais amplo: o da empatia, do desejo comunitário, da emoção ou
da vibração comum” (MAFFESOLI, 1995, p.11).
Um dos pontos fundamentais nessas representações é o componente da
educação ambiental. Nessas interconexões comportamentais numa nova postura de
atitudes é o que move as
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interações intersubjetivas e comunicativas entre pessoas com
diferentes concepções de mundo e relações cotidianas com o meio
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natural construído; características de vida social e afetiva; acesso a
diferentes produtos culturais; formas de manifestar as suas idéias;
conhecimento e cultura; dimensão de tempo e expectativas de
vida; níveis de consumo e de participação política que poderemos
estabelecer diretrizes mínimas para a solução dos problemas
ambientais que preocupam a todos (REIGOTA, 1998, p.28).
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A BR 163, é uma das porta de entrada via Cuiabá a Amazônia Brasileira, mais
precisamente Santarém. E tem como mote de sua pavimentação o transporte da
produção do agronegócio matogrossense, culminando no porto Graneleiro da
Cargill, tendo ao seu lado a Docas do Pará que subsidia o embarque da exploração
madeireira constituída. Todos, nesse entorno, vivem em clima do conflitos da ordem
agrária, mexendo com os territórios de significação simbólicos, de povos indígenas,
assentados, migrantes e dos habitantes de origem ou descendências indígenas. Nessa
pluralidade de atores sociais, o movimento ambiental é responsável pela propulsão
das noções de sustentabilidade que em seu bojo trouxe as grandes discussões em
torno do desenvolvimento sustentável (LENZI, 2006; LEFF, 2001).
Muitos desses movimentos sociais na Amazônia foram movidos por esses
encontros etnográficos até se constiruírem uma representação socioambiental
própria. Buscam pelo “(re)posicionamento identitário em 'autodefinição' e territorial
em 'terras tradicionalmente ocupadas'” na Amazônia (ALMEIDA, 2008). “Estamos
em pleno envolvimento com as novas práticas” sobressaíndo um “espírito de ação e
liderança, da capacitação para o trabalho em grupo”. “Os movimentos sociais
buscam a integração com os demais setores da economia para se sobrepujarem da
marginalidade impondo de certa forma a entrada nos mercados, o direito a
participarem dos processos de desenvolvimento”. “Lento, muitas vezes desolador”
mas com uma socialização” (MEDEIROS, 2011, p.05).
Na contramão do processo da globalização, a localidade busca-se nessas
particularidades, envolvendo-se nas associações e cooperativas comunitárias. Os
resíduos na Amazônia “estão mais próximos”, também “expressam a linguagem dos
grafismos, arte plumária, combinacão de cores, com os sons e ruídos da floresta”
(SILVA apud MEDEIROS, 2011a). Enfim, resíduos e derivações são aqueles
sentidos que percebemos através da lente ecológica discursiva imbutida nas relações
sociais e que performam as representações ambientais. Marilene Silva e Parsons
levam-nos a especular que Vilfredo Pareto mexe com os sentimentos, sentidos mais
profundos do ser humano, e que o relaciona com o mundo mitológico da natureza
humana e sua ação no mundo natural e social na Amazônia.
III. Para finalizar
Essa residualidade de sobrevivência planetária e suas derivações ambientais
nos remetem a relativização da premência da construção de um novo modelo de
desenvolvimento calcado num paradigma que possa emergir no bojo da sociedade
(SANTOS, 2002). Os resíduos podem muito bem se relacionar com as tradições na
Amazônia, em suas estranhas entranhas, mesmo que sejam inventadas ou
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(re)inventadas. E elas estão expressas nas tendências, nos canais configurados pelas
derivações, sustentando uma particularidade de origem geográfica que é inegável
(MEDEIROS, 2011). E é isso mesmo que as tornam representações sociais únicas!
Para vivenciarmos uma economia verde, sociedade e tecnologia em prol da
diversidade ecológica natural e humana, como num “Vale do Silício”,
“comercializando serviços ambientais”, devemos postular a agroecologia em
produção local e para o local. Do ponto de vista ambiental, “tem um lado benéfico
porque ninguém fica pensando em agronegócios, mas sim fortalecendo
biotecnologia e tecnologia capacitando e qualificando mão de obra e gerando
emprego” naquela que tem por origem a verdadeira vocação florestal
(SCANNAVINO FILHO apud BNDES, 2010, p.182-183). Assim como tem grande
vocação epistemológica, conhecimento aqui é concebido em mão dupla, como diria
Da Mata (1978) transformando o “exótico no familiar” e o “familiar no exótico”. “E,
em ambos os casos, é necessário a presença dos dois termos (o que representam dois
universos de significação) e, mais basicamente, uma vivência de dois domínios por
um mesmo sujeito disposto a situá-los e apanhá-los” (DA MATA, 1978, p.28; apud
MEDEIROS, 2011, p.13).
A poesia dessa biodiversa Floresta do Trópico Úmido deve oportunizar a
geração de riqueza, emprego e renda a seus povos. Com o aumento da população
mundial temos que priorizar as dimensões sustentáveis e eliminar a pobreza e a
fome. Há muito que se investir em energia e alimento para todos, mitigando e
minimizando os efeitos das mudanças climáticas que seguem planetária.
O que salvará a floresta não é a tecnologia de uma engenharia
ultrapassada, mas as tecnologias da biotecnologia, da nanotecnologia,
dos modelos científicos de mudança climática. São as tecnologias de
aferição da química da atmosfera, de aferição das novas perspectivas
para a hidrologia. Quando pensamos a Amazônia locomovendo-se com
canoas, esquecemos a possibilidade de utilizar o setor aeroviário
brasileiro ou de pensar em novas tecnologias de transporte (Marilene
Corrêa da Silva apud BNDES, 2010, p.155).
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