Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Espeleologia
Campinas SP, 07 a 10 de julho de 2005 - Sociedade Brasileira de Espeleologia
PROVÍNCIAS E DISTRITOS ESPELEOLÓGICOS ARENÍTICOS NO
ESTADO DO PARANÁ
[SPELEOLOGICAL PROVINCES AND DISTRICTS IN SANDSTONE IN THE STATE OF PARANÁ]
Angelo SPOLADORE
[email protected] - UEL - Universidade Estadual de Londrina
Rodovia Celso Garcia Cid (PR445), Km 380, Campus Universitário
Caixa Postal 6001, CEP: 86051-990, Londrina – PR
RESUMO
O trabalho apresenta uma proposta de classificação de áreas espeleológicas areníticas no Estado do Paraná. Tal
proposta é resultado de 10 anos de estudos realizados pelo Departamento de Geociências da Universidade Estadual de
Londrina. Ao longo desses anos foram localizadas e estudadas diversas cavernas areníticas em diferentes unidades
lito-estratigráficas da Bacia Sedimentar do Paraná, o que foi utilizado como base para a proposta aqui elaborada.
Palavras Chave: Cavernas areníticas, províncias e distritos espeleológicos areníticos, espeleologia.
[ABSTRACT]
This paper presents a proposal for the classification of sandstone speleological areas in the state of Paraná. This
proposal is the result of ten years of study by the Department of Geosciences of the State University of Londrina.
During these years, various sandstone caves have been located and studied. These caves are located in various lithostratigraphic units of the Sedimentary Basin of Paraná, and they were used as the basis for the proposal elaborated
here.
Key words: Sandstone caves; sandstone speleological provinces and districts; speleology.
INTRODUÇÃO
A primeira proposta de agrupamentos das áreas
brasileiras mais susceptíveis ao desenvolvimento de
cavernas foi apresentada por Karmann & Sánchez
(1979). Os referidos autores analisaram as áreas de
ocorrência de rochas carbonáticas em todo o território
nacional e definiram os termos Província e Distrito
Espeleológico.
Posteriormente, Martins (1984 e 1985) elaborou
proposta específica para as litologias quartzosas
definindo as Províncias e Distritos Espeleológicos
Areníticos. O referido autor ressalta que, apesar de
pouco conhecidas, uma análise simples da ocorrência
destas cavidades em unidades geológicas da Bacia
Sedimentar do Paraná, por exemplo, permite agrupá-las
em províncias e distritos.
Na Bacia Sedimentar do Paraná são conhecidas
cavidades em rochas areníticas nos estados de Paraná,
São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul
pertencentes a diferentes unidades lito-estratigráficas.
No Estado de São Paulo são reconhecidas cavidades nas
regiões de Altinópolis e Franca (MARTINS, 1985), Rio
Claro, São Carlos, Santa Maria da Serra e Itaqueri da
Serra (VERÍSSIMO & SPOLADORE, 1991; WENICK
et al., 1973) bem como na região de Itaí e Piraju.
No estado paranaense, grutas de arenito similares às
conhecidas na região de Altinópolis e estudadas por
Martins (1985), são conhecidas ao longo de toda a
passagem ente os chamados Segundo e Terceiro Planalto
Paranaense. Relacionadas com estas rochas, foram
identificadas cavidades nas localidades de União da
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Vitória, Tamarana, Rio Azul, Ortigueira, São Jerônimo
da Serra, Ribeirão Claro e Santo Antônio da Platina
(SPOLADORE, 2001, 2002 E 2003; SPOLADORE,
BENITEZ e SILVA, 1999; DELAVI, 1996; BENITEZ,
SILVA & SPOLADORE, 1999, SPOLADORE &
DELAVI, 1986).
Todavia, no Paraná existem outras áreas de ocorrência
de cavernas em arenitos. A mais conhecida delas ocorre
na região dominada pelos arenitos e conglomerados da
Formação Furnas na região sul do Estado, nas
proximidades de Ponta Grossa. Nestas áreas são comuns
as chamadas furnas, que nada mais são senão cavidades
com desenvolvimento principal na vertical (abismos).
Relacionado ainda com a Formação Furnas ocorre o
Cânion do Guartelá o qual engloba uma série de feições
cársticas, inclusive com cavernas e sumidouros.
Ainda no Paraná merece citação a Vila Velha onde o
arenito Itararé foi esculpido originando formas diversas.
Uma outra área de ocorrência de arenito é a área de
afloramento da Formação Itararé, especialmente nas
regiões das cidades de Sengés e Ventania.
No Rio Grande do Sul, são conhecidas grutas areníticas
nas regiões de Torres, Farroupilha, Gramado, Monte
Bérico e Caxias do Sul. Notar que a geologia e a
geomorfologia dessa região é similar a dos Estados de
São Paulo e Paraná.
Em Santa Catarina, são conhecidas cavidades na região
de Sombrio, Lages e São Bento do Sul, sendo o contexto
geológico o mesmo que o citado.
Como vemos, apesar de um conhecimento reduzido
sobre as cavidades de arenito, deve existir pelo menos
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uma faixa que se estende de São ao Rio Grande do Sul,
envolvendo as Formações Serra Geral, Botucatu e
Pirambóia.
Uma outra área favorável ao desenvolvimento de
cavernas está relacionada com a Formação Furnas e uma
terceira com os litotipos pertencentes à Formação Itararé.
Com essa visão, Martins (1985) elaborou uma proposta
adaptando para as rochas areníticas as definições feitas
previamente por Karmann & Sánchez (1979).
Martins (1985) define, então, como Província
Espeleológica Arenítica “uma região, pertencente a uma
mesma unidade geológica (Formação ou Grupo) e
localizada
em
áreas
geomorfológicamente
características, onde ocorrem corpos de rochas areníticas
suscetíveis ao desenvolvimento de cavernas”.
Ainda segundo Martins (1985): “Os setores, internos à
Província, com maior incidência local ou regional de
cavernas, representam os Distritos Espeleológicos
Areníticos”.
O passo seguinte dado por Martins (1985) foi agrupar às
cavidades que ocorrem ao longo da faixa de afloramento
das formações Pirambóia, Rosário do Sul e Botucatu
(Grupo São Bento da Bacia Sedimentar do Paraná)
definindo a Província Espeleológica Arenítica da Serra
Geral.
O referido autor subdividiu por ele definida Província
Espeleológica Arenítica da Serra Geral nos seguintes
Distritos Espeleológicos:
- Distritos Espeleológicos Areníticos de Altinópolis
(abrangendo Altinópolis, Franca, Santo Antônio da
Alegria e Cajuru).
- Distrito Espeleológico Arenítico de Rio Claro
(abrangendo a região de Rio Claro, Ipeúna, São Pedro,
Brotas, Ribeirão Bonito, São Carlos, Itirapina e
Analândia).
- Distrito Espeleológico Arenítico de Piraju (abrangendo
a região de Piraju, Fartura, Paranapanema, Porangaba,
Bofete, Itatinga e Avaré).
PROPOSTA DE SUBDIVISÃO DE PROVÍNCIAS E
DISTRITOS ESPELEOLÓGICOS ARENÍTICOS
NO ESTADO DO PARANÁ
As propostas existentes para a subdivisão do Estado do
Paraná em Províncias e Distritos Espeleológicos não
levam em consideração aspectos importantes como, por
exemplo, a geologia, englobando em uma mesma
Província rochas pertencentes à Formação Furnas e à
Formação Botucatu, sendo o argumento para tal o fato
de que as cavernas se desenvolvem em arenitos.
Os arenitos das Formações Furnas e Botucatu são
completamente diferentes quanto a idade, características
e composições litológicas. As cavernas que ocorrem
nestes dois arenitos apresentam uma série de diferenças
quanto ao seu desenvolvimento e evolução e
características específicas.
Assim, é apresentada neste trabalho uma nova proposta
onde é levada em consideração a unidade litoestratigráfica, bem como o tipo de rocha envolvida.
Dessa forma, propomos para o Estado do Paraná as
seguintes Províncias e Distritos Espeleológicos:
O mesmo autor enfatiza ainda a possibilidade da
definição de novos distritos espeleológicos areníticos à
medida que os estudos forem se desenvolvendo.
Martins (1985) considerou apenas os arenitos das
formações Pirambóia, Rosário do Sul e Botucatu. Não
considerou, por exemplos, os litotipos arenosos da
Formação Furnas ou da Formação Itararé. Assim, novas
Províncias podem ser definidas.
Apesar de muito interessante o trabalho de Martins
(1985), poucos autores adotaram suas propostas,
possivelmente devido ao fato de serem raros os
pesquisadores que trabalham com cavidades de arenito.
Tendo por base o exposto anteriormente e procurando
sistematizar os levantamentos realizados no decorres dos
últimos 10 anos pelo Departamento de Geociências da
Universidade Estadual de Londrina, apresentamos esta
proposta de classificação das áreas de ocorrência de
cavernas areníticas no Estado do Paraná
Província Espeleológica Arenítica Formação Furnas,
com os seguintes distritos:
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ponta Grossa
- Distrito Espeleológico Arenítico de Sengés
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Província Espeleológica Arenítica Serra Geral,
subdividida nos distritos:
- Distrito Espeleológico Arenítico de São Jerônimo da
Serra
- Distrito Espeleológico Arenítico de Tamarana /
Ortigueira / Mauá da Serra / Rosário do Ivai
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ribeirão Claro /
Santo Antônio da Platina
- Distrito Espeleológico Arenítico de União da Vitória /
Rio Azul / Mallet
Província Espeleológica Arenítica do Grupo Itararé,
subdividida em:
- Distrito Espeleológico Arenítico de Itararé
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ventania
- Distrito Espeleológico Arenítico de Vila Velha
Ressaltamos ainda que são necessários maiores estudos
para uma melhor caracterização especialmente dos
distritos espeleológicos areníticos. Porém, a intenção é
mostrar a potencialidade espeleológica em litologias não
carbonáticas e a possibilidade de desenvolvimento de
futuros trabalhos.
Província Espeleológica Arenítica Serra Geral
Está província foi definida por Martins (1985) em
estudos realizados na região de Altinópolis, Estado de
São Paulo.
Tal província espeleológica arenítica é composta pelos
litotipos mesozóicos pré-basaltos, que compõem as
Formações Pirambóia, Rosário do Sul e Botucatu, ambas
pertencentes ao Grupo São Bento da Bacia Sedimentar
do Paraná.
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As cavernas dessa Província, é que elas ocorrem em uma
situação geomorfológica bastante singular, sendo
caracterizada por regiões de cuestas onde os arenitos
encontram-se protegidos mecanicamente da ação mais
devastadora da erosão pelos basaltos sobrepostos.
No Estado do Paraná, afloram os arenitos Pirambóia e
Botucatu em uma pequena faixa que corta todo o Estado,
na passagem do Segundo para o Terceiro Planalto
Paranaense.
Certas considerações podem ser feitas com relação à
denominação escolhia por Martins (1985). Serra Geral é
um nome consagrado na literatura geológica, como
unidade lito-estratigráfica, para designar as rochas
efusivas básicas, intermediárias e ácidas pertencentes à
Bacia Sedimentar do Paraná. A Serra Geral também é
um nome erroneamente utilizado para designar o
acidente geográfico formado por um conjunto de
elevações, que corta os estados do sul do Brasil, sendo
mais característica em Santa Catarina. A denominação
foi utilizada posto que, a maior parte das cavernas
ocorrem ao longo da chamada Serra Geral.
Todavia, os basaltos pertencentes à Formação Serra
Geral também possuem cavernas. Considerando que o
termo Serra Geral foi usado primeiramente para as
cavernas areníticas, não podemos utilizá-lo para
denominar a província espeleológica localizada nos
basaltos.
Distrito Espeleológico Arenítico de São Jerônimo da
Serra
Localizado na região norte do Paraná, na margem direita
do Rio Tibagi, município de São Jerônimo da Serra.
Neste local, existem relatos da ocorrência de sessenta
cavernas sendo que foram localizadas vinte e cinco
cavidades.
Como exemplo, podemos citar:
- Gruta Arco Verde
- Gruta da Santa Júlia
- Portal da Gruta Arco Verde
- Gruta Barão de Antonina
- Gruta das Urtigas
- Toca Água da Pedra
- Caverna Apertadinha
- Gruta de Vida Nova
- Gruta do Poço
- Toca do Tigre
- Gruta do Cedro I
- Toca do Tibagi
- Gruta do Cedro II
- Toca do Porto de Areia
- Gruta do Cedro III
- Gruta do Cedro IV
Distrito Espeleológico Arenítico de Tamarana /
Ortigueira / Mauá da Serra / Rosário do Ivaí
Localizado na margem esquerda do Rio Tibagi, região
centro norte do Estado, este distrito abrange os
municípios de Tamarana, Ortigueira, Mauá da Serra e
Faxinal.
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Apesar de estar situada próximo ao Distrito
Espeleológico Arenítico de São Jerônimo da Serra,
optou-se por deixá-los separados, posto que não existe
continuidade física entre os afloramentos da região de
São Jerônimo e Tamarana. Outra diferença diz respeito à
tectônica, que no Distrito de Tamarana é muito mais
evidente e marcante.
Como exemplos de cavernas deste distrito podemos
citar:
- Caverna do Albino
- Caverna do Inocente
- Varandão de Ortiguera
- Gruta das Colunas
- Caverna da Mauá da Serra 1
- Caverna de Mauá da Serra 2
- Toca da Fazenda da UNOPAR
- Caverna da Homenagem
Distrito Espeleológico Arenítico de Ribeirão Claro /
Santo Antônio da Platina
Localizado no extremo nordeste do Paraná, já no vale do
Rio Paranapanema, nas proximidades da divisa entre os
Estados do Paraná e São Paulo, abrangendo os
Municípios de Santo Antônio da Platina, Jacarezinho,
Ribeirão Claro.
Como cavernas deste distrito, podemos citar:
- Gruta da Água Virtuosa
- Toca de Cima
- Toca de Baixo
- Gruta da Boca Abatida
- Caverna do Espeleotema
Em Santo Antônio da Platina e Jacarezinho, tivemos
relatos de cavidades, porém, até o momento, as mesmas
não foram objeto de pesquisas.
Distrito Espeleológico Arenítico de Rio Azul / União da
Vitória
Localizado no extremo sul do Paraná, abrange os
Municípios de Rio Azul, União da Vitória, Porto União,
Paulo Frotin, Mallet e Cruz Machado.
As cavernas da região de União da Vitória constam em
roteiro turístico municipal e, pelas informações obtidas,
recebem um número razoável de turistas.
Dentre as cavernas dessa região, podemos citar:
- Gruta Marumbi do Elias
- Gruta do Índio
- Gruta da Serra
- Gruta do Lindolfo
- Caverna Kovalski
- Gruta Chovedeira
Província Espeleológica Arenítica do Grupo Itararé
Os sedimentos glaciais existentes na Bacia Sedimentar
do Paraná estão agrupados no chamado Grupo Itararé, o
qual é dividido nas Formações Rio do Sul, Mafra e
Campo do Tenente.
Desenvolvidas nos sedimentos psamíticos e psefíticos
pertencentes a esta unidade litoestratigráfica, foram
identificadas
cavernas
diversas,
concentradas
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principalmente na região de Ventania, em Sengés, e na
região de Ponta Grossa.
Esta unidade aflora em todo o Segundo Planalto
Paranaense adentrando nos estados de São Paulo e Santa
Catarina.
Esta Província está subdividida em três distritos
espeleológicos areníticos:
- Distrito Espeleológico Arenítico de Itararé
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ventania
- Distrito Espeleológico Arenítico de Vila Velha
Distrito Espeleológico Arenítico de Itararé
Localizado nas proximidades da divisa entre os estados
do Paraná e São Paulo, vale do Rio Itararé e Rio das
Cinzas, este distrito abrange parte dos municípios de
Sengés, Jaguariaíva e São José da Boa Vista (Estado do
Paraná), bem como o município paulista de Itararé.
Como exemplos de cavernas pertencentes a este distrito,
podemos citar:
- Gruta do Portão de Cima
- Gruta do Portão de Baixo
- Toca Perto do Portão
- Gruta do Barreira
- Gruta da Torre 10
- Gruta do Louco
- Toca do Morto
- Toca do Corvo
Distrito Espeleológico Arenítico de Ventania
Localizado na porção central do Estado do Paraná,
envolve as áreas dos municípios de Sapopema, Figueira,
Curiúva e Ventania. Abrange regiões pertencentes à
bacia hidrográfica do Rio do Peixe.
Como exemplos de algumas cavernas desse distrito,
podemos citar:
- Caverna Caruana 1
- Caverna Caruana 2
- Caverna Caruana 3
- Caverna Caruana 4
- Toquinha Caruana 1 e 2
- Caverna Quinhão 75
- Toca da Represa do Juruna
- Toca Submersa
- Gruta Torre Dois
- Toca da Sede
Distrito Espeleológico Arenítico de Vila Velha
Este distrito espeleológico arenítico está localizado no
Município de Ponta Grossa e constitui um dos mais
antigos e tradicionais locais de visitação turística do
Paraná. Encontra-se inserido em um parque estadual.
Nota-se que existe uma distinção entre os arenitos de
Vila Velha e os arenitos onde as furnas se
desenvolveram. As duas rochas são arenitos e ocorrem
muito próximos. Na realidade, tanto os arenitos de Vila
Velha quanto as furnas estão dentro do mesmo Parque
Estadual. Todavia, as duas são completamente diferentes
quanto à origem, características e composição. Como
conseqüência, as cavernas de Vila Velha são
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completamente diferentes das cavernas do Arenito
Furnas.
Exemplos de cavidades:
- Arenitos Vila Velha
- Gruta de Vila Velha 1
- Gruta de Vila Velha 2
Província Espeleológica Arenítica Formação Furnas
Esta Província Espeleológica Arenítica abrange toda a
área de ocorrência da Formação Furnas, Grupo Paraná
da Bacia Sedimentar do Paraná.
Trata-se de arenitos e conglomerados compostos por
fragmentos quartzosos cimentados com sílica.
Nesta Província, estão localizadas as furnas onde, em
algumas delas são desenvolvidas atividades turísticas.
A Província Espeleológica Arenítica da Formação
Furnas foi, neste trabalho, subdividida em dois Distritos:
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ponta Grossa
- Distrito Espeleológico Arenítico da Sengés
- Distrito Espeleológico Arenítico de Ponta Grossa.
Localizada na região de sul do Paraná, abrange os
municípios de Ponta Grossa, Castro, Palmeira e Balsa
Nova.
As principais características das cavidades desenvolvidas
neste distrito são as chamadas furnas ou abismos.
Tratam-se de cavernas com desenvolvimento
predominantemente vertical, com formato arredondado
em planta, que desenvolvem, na região, profundidades
superiores a 100 m.
Como exemplos, podemos citar:
- Furna Vila Velha 1
- Furna Tamanduá 2
- Furna Vila Velha 2
- Furna Tamanduá 1
- Furna Vila Velha 3
- Furna Buraco do Padre
- Furna Vila Velha 4
- Furna Poço das Andorinhas
- Furna da Lagoa Dourada
- Furna Buraco Grande
- Furna da Lagoa do Taruma
- Furna Passo do Pupo 2
DistritoEspeleológico Arenítico de Sengés
Localizado nas proximidades da divisa entre os Estados
de São Paulo e Paraná, sendo que foram inseridas neste
distrito cavidades desenvolvidas no Arenito Furnas, em
municípios paulistas e paranaenses.
Neste distrito, são conhecidas furnas e fendas bem como
cavernas com desenvolvimento principal na horizontal.
Como exemplos de cavernas deste distrito, podemos
citar:
- Furna das Curucacas
- Abismo do Jacaré
- Caverna Vertical
- Caverna Cheia D’água
- Toca das Pinturas de Jaguariaíva
- Abismos das Pinturas
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