PIB da Zona do Euro deve recuar 0,5% neste ano, aponta relatório da
Ernst & Young
Perspectiva para 2013, no entanto, é de crescimento, mas ainda baixo; ações políticas continuarão sendo
fundamentais para gerar retorno da confiança, dos investimentos, dos empregos e de um crescimento
sustentado
Rio de Janeiro, 23 de março de 2012 – Embora a Zona do Euro esteja enfrentando um ano difícil, com
dívidas do setor público e do setor privado ainda precisando ser refinanciadas, crédito escasso, austeridade
fiscal e ainda mais previsão de desemprego, 2013 verá um retorno lento ao crescimento. Esta é a conclusão
do Eurozone Spring Forecast, elaborado pela Ernst & Young. O relatório aponta ainda que o Banco Central
Europeu (BCE) precisará continuar desempenhando um papel central e estar preparado para reduzir ainda
mais as taxas de juros e comprar títulos de governo em países periféricos do bloco.
Com um calote negociado da dívida soberana grega e o acordo sobre um segundo pacote de ajuda ao país
– e assumindo que as autoridades manterão o bom momento “isolando” a Espanha e a Itália –, a previsão é
que o PIB da Zona do Euro irá contrair 0,5% neste ano. A economia de 9 dos 17 países do bloco vão se
contrair em 2012. No entanto, o relatório da Ernst & Young prevê que o PIB da Zona do Euro irá crescer
cerca de 1% em 2013, antes de atingir 2% entre 2015 e 2016.
“Apesar de a recuperação da recessão provavelmente ser a mais lenta na Europa dos últimos 40 anos, as
ações tomadas pelas autoridades nos últimos meses, principalmente a introdução de operações de
refinanciamento de longo prazo pelo Banco Central Europeu (BCE), têm criado condições, onde possível,
de ver a luz no fim do túnel”, afirma Marie Diron, assessora econômica sênior para o Eurozone Forecast da
Ernst & Young.
“Mesmo com toda a turbulência econômica, a maioria das grandes companhias da Europa continua em
relativa boa forma financeira”, diz Mark Otty, sócio-gerente para Europa, Oriente Médio, Índia e África da
Ernst & Young. “Nos últimos dois anos, essas empresas fizeram ganhos de eficiência, melhoraram as
margens de lucro e adicionaram receitas a suas demonstrações financeiras. Se essas companhias tiverem
confiança de que a estabilidade irá retornar, poderemos ver novos investimentos e criação de empregos.”
Restrições
As principais restrições ao crescimento na Zona do Euro neste ano vão decorrer da consolidação fiscal e
escassez de crédito. Mesmo com a introdução de operações de refinanciamento de longo prazo (LTRO, na
sigla em inglês), que impulsionaram mercados financeiros e asseguraram que a perspectiva de crise do
crédito bancário recuasse, os últimos dados indicam que parte dessa liquidez gerada ainda não chegou à
economia.
“Os bancos da Zona do Euro ainda estão enfrentando condições difíceis de financiamento. Enquanto os
bancos não estiverem repassando a liquidez conseguida do BCE para negócios e famílias, as condições de
crédito continuarão ruins, diminuindo tanto os investimentos quanto o consumo. De fato, há um risco de
que as restrições de crédito e a austeridade fiscal sejam mais severas e prolongadas do que prevemos
atualmente. Nesse cenário, a Zona do Euro irá sofrer uma depressão profunda”, explica Marie Diron.
Em resposta às condições de financiamento mais restritivas, ao aumento na capacidade de reposição e ao
enfraquecimento da demanda interna, as empresas tendem a reduzir gastos com investimentos.
Companhias espanholas e italianas devem cortar gastos de capital em 5% ou mais em 2012, enquanto que
na França e Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) os investimentos continuarão fixos ou sofrerão
pequenas quedas. Entre as grandes economias, apenas na Alemanha os gastos com investimentos devem
crescer significativamente, mas não antes do segundo semestre.
Apesar de uma moderação na inflação neste ano (assumindo que não haverá mais aumentos no preço do
petróleo), os gastos dos consumidores também devem diminuir, refletindo uma previsão externa incerta e
um aprofundamento da austeridade fiscal. Na Zona do Euro, o relatório prevê que o crescimento no gasto
do consumidor deve ficar negativo, em -0,7%. No entanto, os consumidores alemães podem aumentar
seus gastos em 1%, enquanto que na França o consumo das famílias não deve sofrer alterações.
Essas previsões sobre investimentos de empresas e gastos dos consumidores significam que a criação de
empregos deve enfraquecer na maioria das economias da Zona do Euro. A Alemanha é, mais uma vez, uma
das poucas exceções. Mas o Eurozone Forecast calcula que as taxas de desemprego irão aumentar na
região, atingindo um pico de 18,2 milhões de desempregados no final de 2012. Por outro lado, devido aos
fortes balanços de muitas corporações europeias, essa tendência pode ser rapidamente revertida se a
confiança de recuperação e estabilidade retornar.
Banco Central Europeu em ação
O BCE continuará tendo um papel crítico em 2012 ao fornecer apoio extensivo à economia da Zona do
Euro. Se o ambiente econômico se deteriorar, o relatório da Ernst & Young afirma que as taxas de juros
precisarão ser ainda mais reduzidas, para 0,5%. Também serão necessárias compras de títulos do governo
para facilitar o refinanciamento de dívidas por países periféricos a taxas de juros acessíveis. Sem ação, há o
risco de uma série de calotes desordenados nas economias mais frágeis que podem ameaçar o futuro da
Zona do Euro.
“É verdade que o risco de fim da Zona do Euro caiu desde o final do ano passado, graças aos acordos na
Grécia e ao envolvimento do BCE”, afirma Marie Diron. “Mas isso não significa que o bloco já emergiu da
crise. No melhor cenário, 2012 será um ano difícil para governos, negócios e famílias. Até mesmo a fraca
previsão de recuperação para o próximo ano não deve ser vista como algo garantido, dados os problemas
substanciais que a região irá enfrentar nos próximos 12 meses.”
O Eurozone Forecast mostra otimismo, no entanto, de que as políticas do bloco europeu irão lidar com
esses desafios com sucesso e evitar qualquer dano estrutural permanente ao euro. Mesmo assim, devido
ao impacto da crise nas demonstrações financeiras dos bancos e também à questão das finanças públicas
em muitos países, a recuperação será muito mais morosa do que a vivenciada após recessões anteriores.
A dimensão da atual crise também pode ser o gatilho para amplas reformas na Zona do Euro que poderiam
ser consideradas difíceis de implementar. Mudança estrutural real para encorajar crescimento no médio e
longo prazo para garantir à região meios para competir com mercados em desenvolvimento é há muito
tempo necessário.
“A Zona do Euro precisa fazer mais para melhorar as perspectivas econômicas para além de 2013.
Combater a rigidez no mercado de trabalho, melhorar a qualidade das instituições em alguns países, tomar
decisões difíceis em relação ao envelhecimento da população e encorajar um mercado único de serviços
são atitudes que podem melhorar as perspectivas de crescimento. Ao tomar esses passos agora, os
governos da Zona do Euro estarão também dando um grande passo para enfraquecer a atual crise e
ajudando a prevenir a próxima”, conclui Mark Otty.
Sobre a Ernst & Young e sobre a Ernst & Young Terco:
A Ernst & Young é líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Assessoria. Em todo o
mundo, nossos 152 mil colaboradores estão unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante
com a qualidade. Nosso diferencial consiste em ajudar nossos colaboradores, clientes e as comunidades com as
quais interagimos a atingir todo o seu potencial, em um mundo cada vez mais integrado e competitivo.
No Brasil, a Ernst & Young Terco é a mais completa empresa de Auditoria e Assessoria, com 4.300 profissionais que
dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de pequeno, médio e grande porte.
Em 2011, a Ernst & Young Terco foi escolhida como Apoiadora Oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora
exclusiva de serviços de Assessoria e Auditoria para o Comitê Organizador. O alinhamento dos valores do
Movimento Olímpico e da Ernst & Young Terco foi decisivo nessa escolha.
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