51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
Garcia, O; Zaparoli, GA; Macêdo, JNA; Tiburcio, R; Rincones, J; Meinhard, L; Cascardo, J ; Pereira, GAG
Evolução, especificidade e mecanismo
de ação de uma proteína indutora
de necrose da classe Nep, identificada
no basidiomiceto hemibiotrófico
Crinipellis perniciosa, agente causador
da vassoura-de-bruxa no cacau
O fungo basidiomiceto hemibiotrófico Crinipellis perniciosa é o agente causador da vassoura de
bruxa, mais importante doença do cacaueiro (Theobroma cacao) nas américas. A análise do genoma
de C. perniciosa permitiu a identificação de genes pertencentes a uma classe de proteínas indutoras
de necrose, que foi inicialmente identificada como Nep1 em Fusarium oxysporum e subseqüentemente
encontrada em vários grupos de fitopatógenos, incluindo bactérias. Análises de southern blot e
seqüenciamento confirmaram a existência de pelo menos três genes, denominados CpNIP1, 2 e 3, os
quais parecem estar localizados próximos uns aos outros no mesmo cromossomo. Análises de filogenia
sugerem que a evolução desses genes envolve duplicações recorrentes. Uma antiga, anterior á separação
de bactérias e fungos, e outras duplicações recentes, independentes e dentro de cada grupo. A expressão
parece ser constitutiva tanto nas hifas biotróficas quanto necrotróficas, mas como nessa última fase
existe uma densidade muito maior do fungo na planta e isso causa aumento da proteína no tecido
infectado durante a transição. Apesar de todas as proteínas do grupo Nep apresentarem alinhamento
de estruturas secundárias, sugerindo modo de ação semelhante, a proteína de C. perniciosa é muito
menos potente que a de Phytophthora parasitica (NPP1) em causar necrose em plantas de tabaco, mas
muito mais potente em causar necrose em folhas de cacau. Esse é o primeiro trabalho mostrando que
essa classe de proteína pode ter ação espécie específica e estamos atualmente tentando identificar o
receptor para ela em plantas.
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