CRONOGRAMA
1-10 (27.06)
11-20 (02.07)
21-30 (04.07)
31-40 (09.07)
41 AO FINAL (11.07)
LISTA “PARNASIANISMO”
POETA 1 / OLAVO BILAC
TEXTO 1 / PROFISSÃO DE FÉ
Le poète est ciseleur,
Le ciseleur est poète(1).
(Victor Hugo)
Não quero o Zeus Capitolino,
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.
Que outro - não eu - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.
Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
E horas sem conta passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal.., nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
Deusa! A onda vil, que se avoluma
De um torvo mar,
Deixa-a crescer, e o lodo e a espuma
Deixa-a rolar!
Blasfemo - em grita surda e horrendo
Ímpeto, o bando
Venha dos Bárbaros crescendo,
Vociferando...
Deixa-o: que venha e uivando passe
— Bando feroz!
Não se te mude a cor da face
E o tom da voz!
Olha-os somente, armada e pronta,
Radiante e bela:
E, ao braço o escudo, a raiva afronta
Dessa procela!
Este que à frente vem, e o todo
Possui minaz
De um Vândalo ou de um Visigodo,
Cruel e audaz;
Este, que, de entre os mais, o vulto
Ferrenho alteia,
E, em jacto, expele o amargo insulto
Que te enlameia:
É em vão que as forças cansa, e à luta
Se atira; é em vão
Que brande no ar a maça bruta
À bruta mão.
Não morrerás, Deusa sublime!
Do trono egrégio
Assistirás intacta ao crime
Do sacrilégio.
E, se morreres porventura,
Possa eu morrer
Contigo, e a mesma noite escura
Nos envolver!
Ah! ver por terra, profanada,
A ara partida;
E a Arte imortal aos pés calcada,
Prostituída!...
Ver derribar do eterno sólio
O Belo, e o som
Ouvir da queda do Acropólio,
Do Partenon!...
Sem sacerdote, a Crença morta
Sentir, e o susto
Ver, e o extermínio, entrando a porta
Do templo augusto!...
Ver esta língua, que cultivo,
Sem ouropéis,
Mirrada ao hálito nocivo
Dos Infiéis!...
Não! Morra tudo que me é caro,
Fique eu sozinho!
Que não encontre um só amparo
Em meu caminho!
Que a minha dor nem a um amigo
Inspire dó...
Mas, ah! que eu fique só contigo,
Contigo só!
Vive! que eu viverei, servindo
Teu culto, e, obscuro,
Tuas custódias esculpindo
No ouro mais puro.
Celebrarei o teu ofício
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!
Caía eu também, sem esperança,
Porém tranquilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!
1. Apesar da colocação dos deuses gregos, eles são negados como imagens. Que proposta o poeta faz para negá-los?
2. Apresente três características de um ourives que se podem destacar das estrofes 3 e 4.
3. Relacione, na 6a estrofe “imagem” e “ideia” na tentativa de compreender a proposta parnasiana de poesia.
4. Na 8a estrofe, listam-se procedimentos do poeta junto à composição de um verso. Explique-os: a sua escolha, a sua
ordem e seu significado.
5. Depois de louvar a Deusa Forma, aparecem os “inimigos”. Apresente-os e transcreva de 3 a 5 palavras que os
caracterizem.
TEXTO 2 / DUALISMO
Não és bom, nem és mau; és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces.
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal, padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
6. O eu-lírico se dirige a alguém. Sabendo sobre a proposta parnasiana de construção poética, avente hipóteses: a quem
ele se dirige?
7. Apresente, usando as imagens do poeta, o conflito dualístico.
8. No 1o terceto, intui-se que o poeta “julga” as atitudes. Que palavras se relacionam com esse julgamento?
9. Apesar de terem “residência” no peito, sabemos que um dos polos sobressai. Qual é esse polo e como isso se
relaciona a estética parnasiana?
10. Faça uma análise dualística do poema por via da “simetria”.
TEXTO 3 / LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
11.
12.
13.
14.
15.
Transcreva os polos “conflitantes” que caracterizam a língua portuguesa.
Explique a presença das imagens da “mãe” e de “Camões” nesse poema metalinguístico.
O poeta explora os sentidos da língua? Comprove.
Pesquise a referência metafórica a seguir: “Última flor do Lácio”.
Por meio da construção gramatical, prove o dualismo da língua.
TEXTO 4 / A UM POETA
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É força e a graça na simplicidade.
16.
17.
18.
19.
20.
Proceda à descrição do ambiente exposto na 1a estrofe.
Dê um significado para os procedimentos do poeta na construção da poesia: escolha das palavras, ordem das palavras.
Transcreva palavras de associem o poema parnasiano a uma construção inflexível, apesar de natural.
Explique a construção do paralelismo entre Beleza e Verdade.
Apresente a proposta “ficcional” do parnasiano: noção de “efeito”.
TEXTO 5 / VIA LÁCTEA
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como uma pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando elas estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
21. O poeta abre a janela para ouvir as estrelas. Em termos metalinguísticos, o que o poeta está dizendo?
22. Comparativamente ao textos anteriores de Bilac, a imagem da imensidão é bastante explorada. Como a expressão “via
láctea” se liga ao processo de construção do texto poético?
23. Polarize a ideia de “espanto”: é uma reação positiva ou negativa do poeta?
24. Compare o “amor” representado neste poema com o amor romântico, nos seguintes termos: a quem se dirige, que
órgão de sentido está em questão e qual é a reação do poeta esperada.
25. Qual é a vantagem para o parnasiano Bilac fazer um poema constituído de diálogo?
TEXTO 6 / NEL MEZZO DEL CAMIM...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olha continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
26.
27.
28.
29.
30.
Apresente alguns exemplos de simetria no poema: inversões e uso dos gêneros.
Como o uso da simetria já anuncia a separação?
Qual é a vantagem da simetria para um parnasiano?
Em termos metalinguísticos, quem represente o “ela” do poema.
O poema retrata um encontro. Relacione “alma de sonhos povoada” e “estrada da vida”.
POETA 2 / RAIMUNDO CORREIA
TEXTO 7 / AS POMBAS
Vai-se a primeira pomba despertada ...
Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada ...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
31.
32.
33.
34.
O poema se baseia num paralelismo. Apresente-o e relacione-os em termos gramaticais.
Compare os adjetivos de “madrugada”, “nortada” e “adolescência”.
Traduza, metalinguisticamente, as palavras “pombas” e “sonhos”.
Como a relação “pomba-pombais” e “sonho-coração” pode sustentar a ideia de que no primeiro grupo a satisfação se
completa.
35. Afirma-se que esse poema tem tom pessimista. Posicione-se diante dessa afirmação.
TEXTO 8 / PLENA NUDEZ
Eu amo os gregos tipos de escultura;
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das modas cria, tortas e enfezadas.
Quero em pleno esplendor, viço e frescura
Os corpos nus; as linhas onduladas
Livres; da carne exuberante e pura
Todas as saliências destacadas...
Não quero, a Vênus opulenta e bela
De luxuriantes formas, entrevê-la
Da transparente túnica através:
Quero vê-la, sem pejo, sem receios,
Os braços nus, o dorso nu, os seios
Nus... toda nua, da cabeça aos pés!
36.
37.
38.
39.
40.
A nudez é uma imagem tipicamente parnasiana. O que ela representa no poema?
Prove a relação nudez-Verdade, proposta parnasiana.
Indique outras palavras que fazem suporte a ideia de nudez.
Apresente o descritivismo parnasiano e seus procedimentos e objetivos.
Pesquise e formule hipóteses: por que a Vênus foi a escolhida para exemplo do poeta?
TEXTO 9 / MAL SECRETO
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N´alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanto gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
41.
42.
43.
44.
45.
Apresente o dualismo construído nesse poema.
Transcreva um substantivo para representar cada polo desse dualismo.
Apresente gramaticalmente nas duas primeiras estrofes em que consiste o descritivismo parnasiano.
Apresente a simetria na construção do poema.
Como o poeta resolve a questão: se o mal é secreto, invisível, como o poeta o vê?
TEXTO 10 / A CAVALGADA
A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
46.
47.
48.
49.
50.
O círculo é uma imagem tipicamente parnasiana. Demonstre-o no poema.
Qual é a função da lua nesse poema?
Que sensações são exploradas neste poema?
Apresente a inversão entre 1o e último versos.
Relacione esse estrépito da cavalgada com o “alarido” do poema “A um poeta”, de Olavo Bilac.
POETA 3 / ALBERTO DE OLIVEIRA
TEXTO 11 / VASO CHINÊS
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
51.
52.
53.
54.
55.
Se o vaso for o “poema”, o que faz um poeta escrever?
Como o fato de ser “chinês” torna o poeta parnasiano um artista singular?
Trata-se de um vaso de quê?
Relacione as rimas “Vi-o / luzidio” com “vendo-a / amêndoa”.
“Entre um leque e o começo de um bordado”. Como este trecho se relaciona com a poética parnasiana?
TEXTO 2 / FANTÁSTICA
Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme.
Torvo, imoto em seu leito, um rio o cinge,
E, à luz dos plenilúnios argentados,
Vê-se em bronze uma antiga e bronca esfinge
E lamentam-se arbustos encantados.
Dentro, assombro e mudez! quedas figuras
De reis e de rainhas: penduradas
Pelo muro panóplias, armaduras,
Dardos, elmos, punhais, piques, espadas.
E inda ornada de gemas e vestida
De tiros de matiz de ardentes cores,
Uma bela princesa está sem vida
Sobre um toro fantástico de flores.
Traz o colo estrelado de diamantes,
Colo mais claro do que a espuma jônia,
E rolam-lhe os cabelos abundantes
Sobre peles nevadas da Issedônia.
Entre o frio esplendor dos artefactos,
em seu régio vestíbulos de assombros,
Há uma guarda de anões estupefactos,
Com trombetas de ébano nos ombros.
E o silêncio por tudo! nem de um passo
Dão sinal os extensos corredores;
Só a lua, alta noite, um raio baço
Põe da morta no tálamo de flores.
PARTE 2: EXERCÍCIOS GERAIS
1. Contextualize os procedimentos estético-discursivo abaixo, características da poesia parnasiana.
a) o descritivismo
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
b) o pendor filosofante
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
c) universalidade X particularidade
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
d) a valorização da Antiguidade greco-latina
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
2. Leia o trecho abaixo:
"esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."
A poesia que se concentra na reprodução de objetos decorativos, como exemplifica a estrofe de Alberto de Oliveira,
assinala a tônica da:
a) espiritualização da vida
b) visão do real
c) arte pela arte
d) moral das coisas
e) nota do intimismo
3. Leia o trecho abaixo:
"Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face;
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!"
(Raimundo Correia, "Mal Secreto")
Assinale a alternativa que exprime a oposição fundamental deste texto:
a) corpo versus espírito
b) essência do ser versus aparência
c) gente feliz versus gente infeliz
d) piedade versus falsidade
e) dor versus falsidade
4.
a)
b)
c)
d)
e)
Assinale a alternativa que não se aplica à estética parnasiana.
predomínio da forma sobre o conteúdo
tentativa de superar o sentimento romântico
constante presença da temática da morte
correta linguagem, fundamentada nos princípios dos clássicos
predileção pelos gêneros fixos, valorizando o soneto
5. Leia os trechos abaixo:
I
"Se não tivermos lãs e peles finas,
podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidos.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido"
II
"Torce, aprimore, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ouvires, saia da oficina
Sem um defeito"
Baseando-se na leitura dos trechos acima, indique V ou F.
( ) O trecho I ilustra a afirmação: "O bucolismo árcade visada representar a sadia rusticidade dos costumes rurais,
sobretudo dos pastores"
( ) O trecho II denota a preocupação do parnasiano pela forma requintada
( ) Os dois trechos denotam despreocupação com a forma
( ) O trecho I é constituído de seis versos
( ) No trecho II ocorrem rimas ricas
( ) Todos os versos do trecho I são decassílabo
( ) Em todos os versos do trecho II, há correspondência entre o número de sílabas métricas e o número de sílabas
gramaticais
6. Leia os trechos abaixo:
"Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! De um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! Postos nos meus os teus olhos molhados,
E apertando nos teus os meus dedos gelados..."
O excerto acima, de "In extremis", de Olavo Bilac, lembra o fato de que nossos poetas parnasianos:
a) são autores de uma poesia apaixonada e mórbida, voltada para o culto da sensualidade da matéria, da emoção fugaz,
da morte e da eternidade
b) nem sempre mostraram obediência exclusiva aos princípios da estética que professaram, e compuseram textos ricos
do sentimento e da emoção particularizadora do eu lírico.
c) fizeram uma poesia torturada pelo mal-do-século, pela angústia extremada que apontada para a morte e para a
destruição da ordem do mundo
d) se caracterizaram pela manifestação emotiva, pelo sentimentalismo desabrido, que opõe a liberdade de expressão ao
rigor da forma
e) usaram uma expressão livre das normas e das formas clássicas, para dar vazão à torrente emocional característica de
seus textos
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