MINUCHIN
Argentino erradicado nos EUA; começou
a atuar em 1960; originalmente
trabalhava em clínicas psiquiátricas, e,
posteriormente, em trabalhos sociais
comunitários. Teve alguns pontos em
comum com o Modelo de Jay Haley
(Escola de Palo Alto)
• Linhas gerais da abordagem:
• Trabalha com a estrutura e
organização da família
• Prática, ativa, participativa,
dinâmica e diretiva
Conceitos:
• A) FAMÍLIA: lugar para crescer e
receber auxílio; confere aos seus
membros a individualidade; a família
cria pautas de interação; toda pessoa
precisa de um grupo para se sentir
pertinente a ele
• Compreender a dinâmica da família como
instituição social; família como grupo
social em processo de mudança
constante.
• Composta de vários Holon (do grego holos
(todo) com sufixo on (sugere uma
partícula ou parte): o indivíduo, a família
nuclear, a família extensa e a comunidade
(todos são um todo e uma parte)
• Sistema da Família:
• Subsistemas Conjugal (duas pessoas; hetero
ou homo)
Parental (filhos, avós, tios...)
Fraterno
• Fronteiras (Hierarquias)
• Estrutura
• Fronteiras: é o espaço de demarcação de troca
entre sistema e ambiente, dos limites de um
sistema em relação a outro, no processo de
interação, seja intra-sistêmico e intersistêmico. Tipos:
• - Fronteiras Nítidas: delimitam o espaço
transacional onde cada um atua sem perder o
contato com o outro e em interferência de
outros. Ex: responsabilidades e autoridade –
“Você não é o pai de seu irmão”; “Até eu voltar,
vovó é quem manda”
• - Fronteiras Difusas (Emaranhado): o espaço
transacional onde cada um pode atuar não é bem
definido, havendo invasão freqüente de um
espaço do outro, principalmente onde há tensão
envolvida. Ex: subsistema conjugal não muito
claro e o subsistema parental como pais
• - Fronteiras Rígidas (Desligamento): a
delimitação dos limites do espaço transacional é
excessiva. Restringe a comunicação, prejudicando
exercício das funções dentro da família e
tornando os contatos empobrecidos, distantes,
difíceis. Ex: o casal tem dificuldade de incluir o
filho
• Estrutura: “conjunto invisível de
exigências funcionais que organiza as
maneiras pelas quais os membros da
família interagem. Uma família é um
sistema que opera através de padrões
transacionais. Transações repetidas
estabelecem padrões de como, quando e
com quem se relacionam e estes padrões
reforçam o sistema” (Minuchin,
1982/1974, p.57)
• B) CONTEXTO: existe o contexto
social em que a família vive
• C) PATOLOGIA: muda a noção de
doença mental, pois esta é
construída no contexto (nas
interações). Integração do indivíduo
no ambiente
FAMÍLIA:
• - Objetivos:
• Internos: socialização e proteção
(“Pertencimento”)
• Externo: preparar o membro para as
mudanças (Acomodação às mudanças). Nas
mudanças, ao se abandonar padrões antigos, e
os presentes ainda não estão firmes, cria-se
uma instabilidade. (“Individuação”)
• - Processo de Desenvolvimento da Família:
(Ciclo de Vida Familiar)
• A) Formação do Casal: as fronteiras do casal
devem ser nítidas para haver uma relação mais
íntima. Relações de poder, de cooperação,
fronteiras entre o casal e a família extensa, etc.
• B) Famílias com crianças pequenas: fronteiras
para acesso da criança; fronteiras para família
de origem (Ex: avós)
• C) Famílias com filhos em idade escolar ou
adolescentes: nesta época se existiam conflitos
anteriores não resolvidos, aqui eles
reaparecem, porque a reivindicação do
adolescente é de identidade e individuação. Há
necessidade de que cada um entenda o mundo
do outro e negocie as fronteiras
• D) Famílias com filhos adultos: reconstituição
das regras da vida; reestruturação da vida;
novos papeis; entrada de novos elementos na
família (noras, genros, netos, etc.)
• - Sistema Terapêutico:
• 1) Diagnóstico: avalia as interações familiares
• Considera a estrutura familiar; os padrões de
interação familiar
• Avalia a flexibilidade do sistema e sua
capacidade para elaboração e reestruturação
• Avalia a ressonância do sistema familiar
(sensibilidade às ações dos seus membros)
• Revê o contexto, analisando as fontes de apoio
e stress
• Examina o estágio de desenvolvimento da
família e a execução das tarefas adequadas a
este estágio
• Explora as maneiras pelas quais os sintomas
do paciente identificado são utilizados para a
manutenção dos padrões transacionais
preferidas da família
• 2) Entrar em contato com a família:
União e Acomodação:
• União: apoiando e compreendendo
os diferentes membros
• Técnicas de Acomodação
(adaptação):
• “Manutenção”: apoio a um membro ou a um
subsistema. Ex: apóia a mãe para chegar ao
filho
• “Rastreamento”: encoraja comunicação;
Linguagem familiar; fazer comentários de
aprovação; fazer perguntas esclarecedoras; sair
do indivíduo para ampliar a percepção
• “Mimese”: acomodação ao estilo afetivo da
família. O Terapeuta age no sentido de
aumentar a semelhança
• 3) Contrato: objetivos da mudança =
acordo
• Sempre se baseia em hipóteses que
são elaboradas a partir de suas
percepções da família. Define os
tipos de família para tal.
Tipos de Famílias:
• Família Pas de deux: família com duas pessoas.
Dependência mútua. Ex: mãe e filho único; casal
mais velho cujos filhos já deixaram o lar
• Planejamento: delinear fronteiras, abrir fronteiras
para fora
• Família de três gerações (extensa): Ex: avó, mãe
e filho
• Planejamento: negociação entre os membros
(fronteiras)
• Família com Suporte: delega a autoridade
para o filho quando a família aumenta
• Planejamento: definir responsabilidades,
adequar capacidades de acordo com a idade.
Riscos de tirar a criança do subsistema
fraterno e colocá-lo no parental
• Família Acordeão: família com pai ausente,
como por exemplo, pais que trabalham em
outra cidade
• Planejamento: manobras para incluir o
ausente
• Famílias Flutuantes: mudam constantemente de
domicílio e de composição da família (muda de
parceiros constantemente)
• Planejamento: quais são os sistemas de apoio
(amigos, escola...); definir a estrutura
organizacional
• Família Hóspede: com um membro da família
temporário, como por exemplo, intercâmbio, primo
que vem estudar e que por ser incorporado na
configuração familiar
• Planejamento: verificar se o sintoma do hóspede é
de antes ou depois de ter mudado
• Família com Padrasto ou Madrasta: Expectativa
de integração; dificuldade do novo com a
unidade; aumento de demanda do genitor que
vai receber o novo
• Planejamento: esquema para integração gradual
(manter o funcionamento anterior e integrar o
novo)
• Famílias com Fantasmas: família que
experienciou morte ou deserção
• Planejamento: redistribuir as tarefas;
reorganização da família; delimitação de
fronteiras
• Famílias Descontroladas: família com sintomas
relacionados ao controle, como por exemplo,
famílias com delinqüentes. Ex: “Quando um
tirano de 25 kg aterroriza uma família inteira,
deve-se supor que tem um cúmplice”
• Planejamento: definição de fronteiras
• Famílias Psicossomáticas: problema
psicossomático em um dos membros, que
pode estar ligado a uma excessiva ênfase nos
papeis de cuidados. Ex: família ideal
Mudança:
• Na Terapia Estrutural tem três estratégias
específicas:
• A) Forma: desafiar a realidade familiar (como
rotula os membros); concepções de mundo da
família
• B) Sintoma: desafia a queixa, a percepção que
a família faz
• C) Estrutura: desafiar a estrutura da família
(Fronteiras) e padrões de relação
A partir daí ele vai planificar quais são
os objetivos da terapia:
• FORMA: Realidades: questionamento da
realidade familiar
• Usa construtos cognitivos (verdades
familiares; utilização de símbolos universais;
conselho profissional). Ex: Deus, a sociedade,
os costumes, rituais (para depois questionar
as crenças da família)
• Intervenções Paradoxais: usa
redefinições, prescrições, restrições. Ex: o
sintoma da mãe é uma abnegação para
manter a família unida
• Insistência nos dados fortes da família:
ver os aspectos “positivos” do sintoma;
descobrir a competência da família. Ex: o
casal compete, então, utilizar as
diferenças para a cooperação e
reciprocidade
• SINTOMA: Reenquadramento: definir a
realidade terapêutica. Questionamento do
Sintoma
• Dramatização: técnica na qual o terapeuta
pede à família para “dançar” (representar) em
sua frente, como ela é
• Focalização: destacar alguns dados, tentando
organizá-los para ter um sentido. Ex: incentiva
a delimitação de fronteiras em uma família
emaranhada
• Intensidade ou Escalonamento do Stress:
instiga a família, aumentando a pressão, para a
família não aquentar mais e buscar mudança.
Pode fazer isto repetindo a mensagem,
repetindo interações isomórficas (mensagens
que parecem diferentes, mas são iguais),
modificação do tempo ou duração da
interação nas outras relações, resistência do
terapeuta à pressão da família, mudança da
distância. Ex: repetir uma pergunta várias
vezes na sessão; mãe super-protetora com a
filha - repetir em outras relações na família
• ESTRUTURA: Reestruturação: todos nós
temos a experiência de pertencimento a um
Holon. Desafiar a maneira de como isto é
feito. Recria canais de comunicação
• Fronteiras: fixação de limites entre os
membros e holon. Usar manobras espaciais
concretas, distância psicológica (apontar),
mudança da interação. Ex: “você é um
ventríloquo, e ela é a sua boneca” (entre
irmãos)
• Desequilíbrio: o objetivo é mudar as relações
hierárquicas dos membros de um subsistema. Usa
aliança com membros da família; ignora membros
da família; coalizão contra membros. É o
desequilíbrio da homeostase
• Ensino de Complementaridade: questiona o
problema; questiona o ideal linear (afirmar a
Mutualidade: ação e reação); questiona o modo
de pontuar o sucesso (pontuar os eventos de
modo diferente). Ex: conhecer os “dois lados da
moeda” – “Eu sou o problema”, o terapeuta
afirma: “Não esteja tão certo”
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