Prof. Dorival Conte Junior – Central de Concursos
Comentários sobre a prova de Agente de Fiscalização Judiciária
Língua Portuguesa (Prof. Dorival)
Questão 01. Letra B – a alternativa remete-nos ao trecho: “Papaguear os
pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados
durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância.” Nele, o autor indica
que as pessoas não tinham opiniões próprias e que só sabiam falar da vida
alheia, afinal foram treinadas para isso.
Questão 02. Letra A – Contrapondo-se à questão anterior, em que as pessoas
só sabiam coisas da vida alheia, o autor entende que deveria ter sido ao
contrário, isto é, as pessoas aprenderem a ter suas próprias opiniões. Observase que na primeira parte do texto, o autor diz: “Combinei com os meus colegas
que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a mesma pergunta.”
Isso para analisar como eram as respostas. Mais à frente o autor nos mostra a
questão e a reação dos candidatos: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria
de falar.” O texto nos mostra o espanto dos candidatos, ou seja, eles não
sabiam falar sobre o que queriam, afinal não estavam acostumados a exporem
suas opiniões.
Questão 03. Letra D – “refulgente” significa resplandecer, aquilo que brilha;
“luzente” é aquilo que espalha luz, luminoso, que brilha; “luxuosa” é suntuosa,
que esbanja luxo; “lustrosa” é polida, luzidio, que tem lustro; “admirável” é
encarar com assombro, ter grande apreço. No texto, a palavra “brilhante”
aparece com sentido figurado, retomando o sentido de admirável.
Questão 04. Letra C – na passagem anterior ao termo “... no entanto, não foi a
esperada”, o próprio texto menciona o termo “reação”.
Questão 05. Letra E – “como se esse campo... fosse um vazio imenso.”
Questão 06. Letra D – o pronome pessoal “eles” refere-se ao substantivo
“candidatos”; o pronome oblíquo átono “lhes” exerce a função de objeto indireto
do verbo ensinar, assim: “ensinado a eles” e o pronome possessivo “sua” refere
à carreira dos candidatos.
Questão 07. Letra B – nas alternativas A, C e E temos o sujeito mencionado
da seguinte forma: “disse o general...”; Disse o secretário...”; Diz a Light que... ;
a alternativa D observa-se a formação da voz passiva “é aprovado”, portanto
um sujeito paciente, isto é, que sofre a ação do verbo praticado por um agente
da passiva. A alternativa B assemelha-se na estrutura sintática com a frase
destacada no enunciado em: “dizer esse entra...” e “ter dito não sei...”
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Questão 08. Letra D – os pronomes oblíquos átonos podem exercer a função
de reflexivo quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, ou seja,
pratica e sofre a ação do verbo, p. ex.: “O menino machucou-se na escada”. Na
frase o sujeito “menino” pratica a ação do verbo “machucar” e sofre ao mesmo
tempo, indicado pelo pronome “se”. É a chamada reflexão, isto é, a ação recai
sobre o próprio sujeito. O mesmo ocorre em “... todos agasalhar-se”. Perguntase ao verbo: quem procurava agasalhar-se? Todos! Assim, “todos” é o sujeito
que pratica e sofre a ação do verbo, ao mesmo tempo.
Questão 09. Letra C – nas alternativas A, B e D o verbo “haver” foi empregado
no sentido de “existir”. Na alternativa E o verbo “haver” foi empregado no
sentido de tempo transcorrido. Já a alternativa C mostra o verbo “haver” como
auxiliar de um verbo principal, inserido em uma locução verbal. “Haviam sito”
no enunciado pode ser trocado por “tinham sito”, assim como em “haviam dito”
ou “tinham dito”.
Questão 10. Letra A – a conjunção “quando” remete, no texto, a algo que irá
ocorrer, por isso: “... eu lhe faria quando um candidato entrasse”.
Questão 11. Letra B – no segundo parágrafo do texto, o autor deixa evidente
tal afirmação em: “... percorrerem determinada distância a pé...” e “... o número
de relógios corretamente ajustados...”
Questão 12. Letra E – o texto não nos mostra evidências objetivas sobre a
profissão de Levine, mas é possível inferir sobre isso diante do aspecto da
coesão na locução verbal: “Foram analisadas”.
Questão 13. Letra C – o termo “a pé” trata-se de uma locução adverbial
masculina, assim como em “a cavalo”. Diante de tais locuções não podemos
empregar o acento indicador da crase. Também não se indica o acento da
crase antes de verbos em: “... a perder de vista” e “começar a viajar”, ambos
respectivamente nas alternativas B e E. Na alternativa A também não
empregamos o crase, uma vez que o termo “festas” foi empregado como
substantivo genérico e, na alternativa D antes do termo “Brasília” não
empregamos o acento da crase, pois tal termo não admite artigo “a” anteposto.
Questão 14. Letra E – já é de nosso conhecimento a expressão “chá de
cadeira”, que indica uma longa espera.
Questão 15. Letra A – diante de sujeito coletivo é facultativa a flexão verbal,
isto é, o verbo poderá ficar no singular, concordando com a primeira parte do
sujeito ou ir para o plural e concordar com a segunda parte dele. Assim: “A
maioria dos cariocas considera...” o verbo concordou com o termo “A maioria”
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ou “A maioria dos cariocas consideram ...” o verbo concordou com a segunda
parte do sujeito, ou seja, com o termo “cariocas”.
Questão 16. Letra D – o sentido figurado é também chamado de metafórico ou
conotativo, quando empregamos as palavras contextualizadas que assumem
significados diferentes do técnico. Assim, o termo “pesadelo” na alternativa D
foi empregado no sentido figurado, isto é, no contexto, um trânsito não pode
assumir a característica do adjetivo “pesadelo”.
Questão 17. Letra B – a coesão textual normalmente é produzida pelas
conjunções (coesão sequencial) ou ainda, pelos pronomes (coesão
referencial). No caso do texto, a coesão foi mantida por um elemento que
remete a um termo posterior em: “os suíços” e “o país dos relógios”, são termos
sinônimos. No caso do termo “quesitos” observamos a palavra anteposta
“primeiros”, que são elementos que nos remetem a termos antepostos em
ordem de sequência.
Questão 18. Letra C – quando o substantivo apresenta, no seu radical, a letra
“s”, o verbo correspondente também será grafado com a mesma terminação,
assim: Aviso (substantivo); avisar (verbo). O mesmo ocorreu na alternativa C,
em “pesquisador” (verbo) e “pesquisa” (substantivo).
Questão 19. Letra A – na oração “... porque a infra-estrutura não ajuda” a
conjunção “porque” estabelece um valor semântico de causa entre ela e a
oração principal. Tal conjunção poderia ser substituída por “já que”.
Questão 20. Letra E – “década” palavra proparoxítona (todas são acentuadas),
igual a “república”. “Relógios” palavra paroxítona com ditongo “ia”, idêntica a
“empresária” paroxítona com ditongo “ia” e “graúda” palavra paroxítona
formada por hiato, igual a “suíços”. Nestes dois últimos casos, quando as letras
“i” ou “u”, nas paroxítonas, formarem hiato, isto é, aparecerem sozinhas ou
seguidas da letra “s” deverão ser acentuadas.
Questão 21. Letra B – houve coesão textual formada pelo termo “a jogada”,
empregada no sentido figurado.
Questão 22. Letra D – mesmo tipo de coesão da anterior, mas desta vez por
meio de elementos que remetem a termos antepostos no texto.
As questões 23, 24 e 25 estão condizentes com o proposto pelo texto.
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Questão 26. Letra B – as vírgulas estão isolando um aposto. Em “proprietária
da Gillette”, esse termo refere-se ao anteposto “Procter & Gamble”. No caso da
alternativa B, o termo “médico do imperador Tibério” refere-se ao termo
anteposto “Samodecus”.
Questão 27. Letra A – na linguagem coloquial utilizamos a palavra “carro”
como sinônimo de automóvel. Entretanto, pela norma do padrão culto o
sinônimo correto é veículo. Geladeira é palavra diferente de refrigerador, não
são consideradas sinônimas. “Foto” é abreviação de fotografia, assim como
“moto” de motocicleta.
Questão 28. Letra D – a conjunção “embora” te valor de concessão; a
conjunção “mas” tem valor de adversidade; a conjunção “logo”, é conclusiva e
“para que”, com o verbo no infinitivo tem valor de finalidade. O termo “após”
tem o mesmo valor de “... depois de” apresentado no texto, ou seja, valor de
tempo.
Questão 29. Letra E – no trecho: “... que o jogo fosse refeito” é oração
subordinada substantiva subjetiva, pois exerce a função de substantivo e
funciona como sujeito do verbo da oração principal “...a empresa gostaria...”. A
oração “que a trapaça não tivesse acontecido” também exerce a mesma
função, ou seja, a de sujeito do verbo da oração principal. As duas últimas
orações dependem de uma única chamada de principal que é “... a empresa
gostaria...”, mas entre si são coordenadas, pois ambas possuem sujeito e
predicado, que são os elementos essenciais da oração e que indicam que ela é
independente sintaticamente, ou em outras palavras, é coordenada. Assim, a
oração coordenada é aquela que possui sujeito e predicado (elementos
essenciais) e, por conseguinte, poderá ser considerada independente
sintaticamente. Veja: “... que o jogo fosse refeito”. Sujeito: “O jogo”. Predicado
“...que fosse refeito”. Na outra oração, a mesma ocorrência: “... que a trapaça
tivesse acontecido”. Sujeito: “a trapaça”. Predicado: “que fosse refeito”.
Questão 30. Letra C – o verbo “preveniria” demonstra, pelo contexto que
exerce uma função de hipótese na segunda oração, isto é, essa “jogada” não
deixaria culminar nos efeitos desastrosos para as vendas.
OBS.: Todas as matérias referidas à disciplina de Língua Portuguesa e
exigidas pela Banca Examinadora (conforme edital de abertura) foram
comentadas em sala de aula.
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As questões cobradas estão de acordo com o mencionado no edital de
abertura do concurso, o que, a meu ver, não são passíveis de
interposição de recurso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Terra, Ernani. Minigramática. ed. Scipione, 10ª edição, 2008.
Andrade, Nílson Teixeira de. Gramática Completa para Concursos e
Vestibulares. ed. Saraiva, 2ª edição, 2009.
Rosenthal, Marcelo. Gramática para Concursos (série provas e concursos). ed.
Elsevier, 4ª edição revista e atualizada, 2009.
Luft, Celso Pedro. Minidicionário Luft. ed. Ática, 21ª edição atualizada, 2008.
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