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“Que tipo de porcelana define uma pessoa?”- pergunta Tyler Durden, personagem de Brad Pitt / Edward
Norton no filme Clube da Luta na cena em que o personagem que havia transformado a gordura roubada de
uma clínica de lipoaspiração em sabonetes refinados e os vende em lojas de departamento de alta classe. O
artefato produzido supera as dimensões dos formatos conhecidos ao remanifestar-se no contexto de sua
matéria prima.
Seria possível investigar práticas estéticas que se apresentam como evidência no sentido criminal?
Os trabalhos de Rafael Assef podem nos colocar na posição de investigador. As atmosferas curiosas engajam o
espectador em um processo de reconstrução mental a partir de suas representações. Como em um caso policial,
a ação investigativa sobre as probabilidades nos aproximam das imagens, seja por estranhamento ou por
sedução, e nos leva a compor e decompor `evidências possíveis’. A aproximação está no movimento
investigatório que remete ao imaginário de um laboratório criminal e seus equipamentos. Procurando pistas em
circuitos por vezes fechados e por outras extrapolados dentro de um mapa; lances de dados; detalhes de faca e
corpo.
A arte nasce na intimidade?
Num primeiro olhar, o trabalho de Rafael Assef apresentam catalogações íntimas de grupos específicos ou de
realidades especificas as quais ele pertence e retrata. É um Retrato (com letra maiúscula por se tratar do
sentido clássico do termo) de seu contexto social. Porém o conteúdo das imagens não se limita aos retratados,
mas permite diversas leituras ao espectador. As variações dependem da subjetividade, assim como as palavras
(códigos reconhecíveis por excelência) que nos parênteses de Roland Barthes se desdobram. Frequentemente
as leituras traçam e refletem a historia de ações e motivações particulares.
A evidência está para à investigação como aquilo que indica, com probabilidade, a existencia de (algo); descrição
viva e minuciosa de um objeto, realizado com a enumerção de suas particulariedades sensíveis, reais e
fantasiosas pela ação do investigador.
Em contraste à realidade criminal, não estou sugerindo que ao engajar no movimento de especulação e
interpretação, o investigador busque nessas evidencias possiveis uma definição ou conclusao. Investigar é
seguir links entre respostas emocionais e esteticas e as ideias que surgem sobre evidencias. As fotografias de
Assef nos permite pensar estas evidencias em perspectivas, não mais como idealização ou forma, mas torna-se
produção ativa daqueles que a investigam.
Julia Rodrigues
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