Ciências Sociais Aplicadas/ Arquitetura e Urbanismo/ Teoria da Arquitetura
ESPAÇOS PÚBLICOS E ACESSIBILIDADE UNIVERSAL: UM ESTUDO SOBRE A ARTE DESENVOLVIDA POR
DEFICIENTES
Larissa de Campos Góes Cunha
[email protected]
Curso de Arquitetura e Urbanismo - Universidade Salvador -UNIFACS
Liliane Ferreira Mariano da Silva
Profa. Dra./Orientadora
INTRODUÇÂO
A dança se desenvolve ao longo dos séculos e em resposta aos povos e civilizações que permeiam a fisicalidade do
tempo. A mesma começa a se apropriar da diversidade de movimentos que um corpo pode ser capaz de produzir. Não
existe mais um movimento específico. Porém, apesar da dança contemporânea deixar livre a composição e afirmar que
um corpo deficiente apenas possui padrões de movimentos distintos e agregar valor às diferenças, os artistas deficientes
que canalizam a sua criatividade para a dança, ainda sofrem preconceitos e discriminação. Esse trabalho visa apurar os
conhecimentos a respeito de trabalhos feitos anteriormente e atualmente por artistas que possuem alguma deficiência,
mas não deixam de concretizar experiências práticas e obras de arte por conta do seu corpo estigmatizado. Pois o único
caminho que objetiva a quebra do preconceito são os estudos de cunho teórico-filosófico e os estudos de cunho prático,
baseados em experimentações e processos de criação.
MÉTODO
O método de pesquisa empregado no trabalho a respeito da acessibilidade de pessoas eficientes ao meio artístico se
deu através da coleta e do destrinchar de dados secundários (pesquisa bibliográfica e pesquisa documental), por dados
primários (entrevistas) e coleta de informações e títulos via internet. Além da pesquisa teórica, a pesquisa prática se fez
efetiva, por conta da participação em seminários e Workshops, especialmente o II Encontro O Que É Isso? de Dança,
produzido pelo Grupo X de Improvisação em Dança, encontro que discutiu especificamente questões da dança
desenvolvida por deficientes em território brasileiro e principalmente soteropolitano. As duas frentes de pesquisa foram
fundamentais para a conquista da sabedoria a respeito do tema, para formação de conceitos e ideias artísticos e sociais
em relação que permeiam a problemática desenvolvida pela introdução das pessoas deficientes na dança.
RESULTADOS E DISCUSSSÂO
Os resultados esperados e alcançados através dessa pesquisa têm como resposta a ampliação do conhecimento
através de investigações práticas a respeito de como o deficiente pode ser integrado ao meio artístico, não por meios de
fomentos assistencialistas, mas como essa pessoa pode potencializar a sua criatividade e transpor as suas inquietações
corpo-sociais através de uma linguagem artística. Essas respostas só foram possíveis através de metodologias de
entrevistas, fontes bibliográficas e participação em workshops e palestras.
CONCLUSÔES
Além de nomes de artistas internacionais que lutam pelo espaço e pela discussão da temática no meio artístico no Brasil
também é possível encontrar trabalhos desenvolvidos por, ou com, a abordagem em defesa da abertura do espaço
artístico para pessoas com deficiência. Esses grupos representam expoentes no Brasil de uma nova maneira de se
encarar o corpo, os papéis sociais ocupados e a transformação desse aspecto para uma obra de arte. É certo afirmar
que no Brasil o número de grupos e dançarinos que se propõe a esses questionamentos é pouco, mas suficientes para
gerar uma série de modificações nos pensamentos e estruturas da sociedade. Somente por conta desses trabalhos que
cada vez mais ações desse porte conseguem financiamento do governo através de editais tanto do governo federal,
como o estadual e municipal. Porém, toda via ainda sofrem preconceitos, exclusão e a estigmatização de um corpo que
é incapaz. E algumas das ações que contribuem para a permanência do corpo deficiente nesse lugar de dependência e
incapacidade provem, muitas vezes, dos próprios programas de trabalho com o deficiente que adotam uma postura
assistencialista, impedindo que o deficiente alcance uma postura independente e libertadora em relação a sua família e
instituições. Essa postura acaba se refletindo nas ações tomadas a respeito da temática: são poucos os locais que
entendem a proposta de trabalho dos artistas deficientes, são poucos os locais que disponibilizam espaço para os seus
trabalhos. Nem a falta de discussão nem a discussão de maneira errônea são capazes de gerar evolução social e
artística associada à deficiência. É necessário que se discuta, porém com embasamento, pesquisa e teoria dialogando
com a proposta de crescimento e respeito e que os artistas levantam tanto as suas bandeiras. Não adianta somente
fazer um trabalho para deficientes, é preciso capacitar, individualizar personalidades e coletivizar conceituações de
maneira embasa e aportando direcionamento para a criação independente de trabalhos artísticos para que haja respeito
e espaço para o desenrolar de muitas obras de dança que estão por vir.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Acessibilidade, Arte, Deficiência
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espaços públicos e acessibilidade universal