Análise crítica de três escalas de dispnéia em pacientes
portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica
RESUMO
Introdução:Os pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são
limitados aos esforços pela dispnéia. Muitos deles tem dificuldade em quantificar a
intensidade da dispnéia utilizando escalas tradicionais que apresentem números e
expressões verbais. Objetivo: Avaliar a reprodutibilidade de uma Escala de
Figuras, comparando-a com as Escalas de Borg e Análogo-Visual (VAS) durante a
realização de tarefas para membros superiores, membros inferiores e músculos
inspiratórios, em pacientes alfabetizados e analfabetos com DPOC, ainda avaliar o
poder de discriminação e de comparação das três escalas de dispnéia em ambos
os grupos. Material e Métodos: Analisamos 20 indivíduos com média de idade de
65 anos e VEF1 0,92 L (34,8 %) que realizaram exercício de longa duração em
esteira. Avaliou-se a dispnéia com as escalas de Borg e Figuras, no repouso, aos
5 e aos 20 minutos de exercício. Em seguida, analisamos 15 indivíduos
alfabetizados e 15 indivíduos analfabetos com média de idade de 69,3 e 65 anos,
VEF1 0,90 L (35,6 %) e VEF1 1,0 L (38,8 %), sendo que nos analfabetos verificouse a reprodutibilidade das três escalas. Avaliou-se ainda o poder de discriminação
das diferentes cargas testadas e de comparação das três escalas de dispnéia,
para uma mesma carga, em tarefas de curta duração de membros superiores,
membros inferiores, e músculos inspiratórios, em ambos os grupos. A Escala de
Figuras é representada por quatro figuras, expressando graus crescentes de
esforço, quantificada de 0 à 7. Resultados: Este estudo mostrou que a Escala de
Figuras (α=0,9) e a Escala de Borg (α=87) são instrumentos altamente
reprodutíveis para avaliar a sensação de dispnéia em exercícios de longa duração
em pacientes alfabetizados com DPOC. A reprodutibilidade da Escala de Figuras
em exercícios de curta duração de membros superiores foi avaliada em pacientes
analfabetos e mostrou-se reprodutível nas três cargas testadas. Ao avaliar o poder
de discriminação das cargas nos três grupos musculares observou-se que a
Escala de Figuras apresentou uma tendência de ser a única que discrimina cargas
leve da carga alta, tanto em alfabetizados quanto analfabetos. Ao comparar as três
escalas, para a mesma carga nos diferentes exercícios, observou-se que não
houve diferença significante para os alfabetizados, ao contrário dos analfabetos.
Nos pacientes analfabetos verificou-se boa concordância na segunda vez em que
as escalas foram aplicadas. Conclusão: A Escala de Figuras foi reprodutível para
avaliar a sensação de dispnéia em exercício de longa duração em pacientes
alfabetizados e em exercício de membros superiores de curta duração em
pacientes analfabetos. Esta escala apresentou poder de discriminação somente
das cargas leve para alta em ambos os grupos, e apresentou comparação
significante das três escalas de dispnéia para mesma carga, nos pacientes
analfabetos.
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