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Carlos Neves
Resgate de Uma Vida
Narrado pelo espírito de:
Frederic Dupree
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Copyright ©2013 Editora Perse
Capa e Projeto gráfico
Carlos Neves
Autor
Carlos Neves
Registrado na Biblioteca Nacional
ISBN – International Standar Book Number –
Literatura – Romance
Publicado pela Editora Perse
Impresso no Brasil
Printed in Brasil
Publicado pela Editora Perse
PERSE https://www.perse.com.br
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Prólogo
Resgate de Uma Vida
Este é um mundo, aonde os espíritos vêm aprender no plano
material a evoluir.
O homem ainda é muito imperfeito no que diz respeito a
sua evolução, tanto espiritual como material. No plano material, ele
manifesta muitos defeitos como: A inveja, arrogância, vaidade,
ganância, orgulho, ostentação de poder e posição social.
Devido a suas imperfeições, ele comete erros que acabam
por provocar acidentes e com isso, afetar a vida dos seus
semelhantes.
Desencarne coletivos ocorrem quase que constantemente na
face da terra, e muitos são causados por erros humanos. Nestes
casos, não podemos dizer que tais acidentes tenha sido um resgate
coletivo, mas uma infeliz fatalidade.
E o que acontece com os desencarnados nestas situações?
Não é uma cena que gostaria de se descrever, quando
olhamos e vemos dezenas de espíritos desorientados olhando seus
corpos físicos estendidos sem vida no chão. Neste momento, um
grande número de espíritos que cuidam de receber os recém
desencarnados, se dedicam a que todos sejam encaminhados ao
plano espiritual e possam ter uma assistência e consolo para que
eles não fiquem traumatizados.
No caso de desencarne coletivo por uma fatalidade, aqueles
que pereceram, retornarão em um curto período de tempo a
viverem novamente no plano material e assim poderem continuar
suas obrigações cármicas. Porém, muito do que eles iam realizar
quando ainda estavam encarnados, não será mais realizado, pois
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sofreram uma interferência quando deixaram esta vida. Já não
haverá a mesma família de antes. Raramente eles reencarnam no
mesmo seio familiar. Contudo, se no seio familiar a qual
pertenciam houver mulheres grávidas, de certo retornarão a mesma
família, sempre que for possível. Existem casos em que eles podem
esperar mais algum tempo, até estarem em perfeitas condições de
escolherem onde deverão reencarnar. Porém, na maioria das vezes,
é apenas questão de dias e eles já reencarnam.
Estas reencarnações acontecem de várias maneiras e muitas
delas, na sua maioria, elas acontecem como que de imediato.
Este romance “Resgate de Uma Vida” vem tratar deste
assunto, contando uma historia de um homem que tem sua vida
ceifada repentinamente por uma fatalidade, tendo como causa
vários erros humanos.
Fredric Dupree
- Carlos Neves-
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Nota do autor:
Este romance é uma ficção, que foi escrito para
exemplificar situações de desencarnes coletivas. Qualquer
semelhança com nomes citado neste romance é apenas uma mera
coincidência.
Porém, o que aqui está escrito, foi dado como testemunho
de um espírito, que passou pela experiência de um desencarne
coletivo num desastre aéreo.
A narração deste romance é uma ficção espiritual até o seu
final. Entretanto, seu inicio foi passado diretamente pelo espírito
protagonista, dando os detalhes do que ele e todos que pereceram,
viveram neste triste desastre. Somente a partir do quinto capitulo,
torna-se numa ficção, criada pelo espírito de Frederic Dupreeque,
que transforma este triste e lamentável episódio, num meio de
esclarecer a aqueles que acreditam na vida após a morte, num
aprendizado sobre fatalidades.
Foi devido ao que muitas mães pedirem explicações diante
da tragédia de Santa Maria – RG, que Frederic Dupree resolveu
trazer a luz, esclarecimentos com esta historia.
Frederic Dupree afirma que as vitimas de Sta. Maria estão
sendo igualmente assistidas, apesar que alguns daqueles que
pereceram, ainda não se conformaram da forma que perderam suas
vidas.
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Agradecimentos.
Agradeço a minha querida Daísa Galvão, pela seu constante
incentivo em ver esta obra se realizar.
Agradeço a todas as pessoas que acreditando em mim,
adquiram esta obra.
Agradeço a Deus por permitir que eu pudesse escrever e
editar este livro.
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Dedicatória
Dedico este livro a todas as mães da vitimas do
incêndio da boate Kiss em Santa Maria - RG, e a todas
as famílias das vitimas dos acidentes aéreos ocorridos no
Brasil.
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Prefácio
O prefácio desta obra me foi dado através do espírito de uma
jovem, que desencarnou no incêndio de Sta. Maria, em forma de poesia,
através do espírito de Frederic Duprre
Lembranças
Minh’alma vagou perdida
Pelo espaço infinito de onde
Eu nada lembrava,
E era tomando de um vazio profundo,
Um vazio seco e moribundo.
Recordações vinham em minha mente
Torturando-me de maneira atroz,
E a cada segundo passado era contado
Como uma eternidade, que me fazia
Viver uma tristeza que nunca
Havia antes experimentado
Nem calor,
Nem frio eu sentia no meu novo mundo
Onde me via perdida,
Ao deixar para trás corações partidos.
Assim minha alma vagava sem rumo,
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Preso a uma saudade imposta
Por um destino, que com crueldade
Me retirou a vida deste mundo.
Só aquela luz no alto,
Servia de guia para que minh’alma
Parasse de vagar sem rumo,
E procurasse na luz o abraço
Que me desse afago,
Para que eu suportasse a dor
De ter partido sem nenhuma
Despedida das pessoas que
Eu amava.
E no conforto da luz,
Lembrando dos que lá em baixo ficaram,
Fiz uma prece pedindo a Deus
Que as confortasse e aceitassem
Eu ter para este novo mundo
Sido trazida,
E aqui montasse um novo lar que me levasse
A uma nova vida de resgate.
Poema de um espírito desencarnado num incêndio no Rio Grande do Sul, que
por questões pessoais e por desejar preservar sua família, não quer ser identificado.
Carlos Neves
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Capitulo 01
Sábado - Setembro de 2010.
Gustavo Sales estava feliz por ter fechado um bom negócio
em Manaus. Agora estava retornando a Brasília para o convívio no
seio familiar.
Aquele vôo, não deveria demorar a chegar ao seu destino e
então, novamente ele estaria com sua esposa e filha. Amava sua
esposa e sua filha. Sentia saudades delas.
Olhou a sua volta e via que todos os passageiros naquele
avião pareciam tranqüilos como ele. Cada um tinha uma história de
vida, tal como ele também tinha a sua. Claro que eram bem
diferentes da dele, mas eram as suas historias de vida, e
valorizavam tudo que haviam conquistado com muito estudo e
trabalho.
Recordou um pouco da sua história ao se lembrar do dia
que se formou e conheceu sua esposa Marly na festa de formatura.
Foi uma noite inesquecível. Ela estava linda naquele vestido
vermelho escuro, com um grande decote que deixava suas costas
quase que completamente nua. Foi amor a primeira vista. Desde
aquele dia nunca mais haviam se separado. Esta era a primeira vez
que isso lhe acontecia. Um amor que já nascera forte e destinado a
uma união inseparável. Em menos de um ano já estavam casados.
Lembrou da grande emoção que sentiu no dia que sua filha Elisa
nasceu. Aquele pequenino ser que era o símbolo vivo do amor
entre ele e a esposa Marly.
Ao lado de Gustavo, um senhor de idade puxou conversa,
colocando nas pernas uma revista de pesca, que estava lendo desde
a decolagem.
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- O senhor vai descer em Brasília?
- Isso mesmo. Eu não vejo a hora deste avião pousar.
- Melhor pra você que já vai descer. Eu vou para Vitória.
Desço em Brasília e pego uma conexão.
- Bela cidade. Passei alguns dias lá a passeio.
- Em Brasília?
- Não. Em Vitória.
Mais ao lado, ele viu mãe e filha conversando felizes.
Lembrou de sua filha mais uma vez, e de como ela era carinhosa.
Ela gostava que ele a jogasse pra cima e a aparasse. Sorriu quando
se lembrou disso.
Um pouco adiante um casal ria bastante e pereciam entretidos na conversa que mantinham. Estavam felizes, e nem tomavam
conhecimento do que se passava à volta deles.
O senhor ao seu lado perguntava:
- Trabalha em que ramo?
- Com fertilizantes agrícolas.
- Mora mesmo em Brasília?
- Sim... Mas sou de Curitiba. Sou de família de agricultores.
Tios e avós também trabalham com a terra. Meu pai preferiu
vender máquinas agrícolas.
- E você vender fertilizantes.
- Isso mesmo. Já nasci com uma boa clientela – deu um
largo sorriso ao dizer isso.
A comissária de bordo estava servindo um lanche e ambos
não aceitaram. Na poltrona ao lado a criança recebeu o lanche um
tanto desconfiada, olhando para a mãe como se esperasse dela a
sua aprovação. Esta fez sinal que ela podia pegar o lanche e a
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criança muito satisfeita abriu o pacotinho de biscoitos, enquanto
sua mãe segurava o refrigerante.
O senhor ao lado de Gustavo comentou.
- Eu e alguns amigos fomos fazer uma pescaria... E que
pescaria! Foi formidável.
- Verdade? Sabia que eu nunca pesquei? Nem saberia
colocar uma isca no anzol...
Mal ele acabava de falar, e um barulho estranho na
fuselagem foi ouvido, e a aeronave pendeu para o lado esquerdo.
Na cabine de comando, o comandante assustado diz a seu
co-piloto:
- Algo aconteceu. Perdemos o controle da aeronave. Desça
os flaps e trens de pouso para a velocidade reduzir – disse isso
enquanto tentava controlar manualmente a aeronave e vendo que
não conseguia completou – estamos caindo. Não consigo controlar
esta aeronave. Acione os spoliers.
- Mas que droga! O que está acontecendo com esta aeronave? – gritou o co-piloto já entrando em pânico.
O engenheiro de vôo que estava sentado atrás deles
segurava-se com firmeza, e seu rosto pálido como cera, parecia não
ter uma gota de sangue.
- Não tenho mais o controle deste avião – disse o
comandante.
Foi tudo muito rápido. A aeronave foi se inclinado até
começar a girar em torno de si mesma. Logo ela girava rápidamente em uma queda que vertiginosa.
- Deus nos acuda! – gritou o comandante.
No interior da aeronave, o pânico havia tomado conta dos
passageiros, sem entender o que se passava. Gustavo viu alguém
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ser arremessado pelo corredor da aeronave e esborrachasse de
encontro à porta da cabine da tripulação. Em seguida uma senhora
veio cair sobre ele. Estava com os olhos arregalados de tanto pavor.
Sentiu que ela se agarrou no seu paletó com muita força. Depois
ela soltou-se e foi também de encontro a porta da cabine de
comando. Os passageiros gritavam desesperados.
A aeronave com o nariz totalmente para baixo girava em
queda livre velozmente. Em alguns segundos começou a se
desintegrar completamente. Gustavo ainda teve tempo de ver pela
janela, uma das asas da aeronave ser arrancada. Imaginou que
acontecia a mesma coisa com a outra. Em seguida ele viu quando
uma parte de trás da aeronave também foi despedaçada, soltandose da fuselagem. Não conseguia mais respirar. Sentiu uma forte
vertigem.
Não viu mais nada. De repente era um silêncio profundo e
tudo havia escurecido. Nada se fazia sentir, tão pouco ouvir.
Foi tudo que lembrou ao despertar entre um amontoado de
ferro e alumínio espalhados por todos os lados.
Não estava entendendo nada do que acontecia. Via corpos
espalhados para todos os lados e bem ao seu lado, viu seu próprio
corpo completamente desfigurado. Sentiu náuseas ao ver que
aquele era o seu corpo. Ouvia gritos apavorados de pessoas. Ouvia
choro de crianças gritando a procura de suas mães. Estava tudo
muito confuso em sua mente.
- O que está acontecendo, meu Deus? – se perguntou
atônito e desorientado.
Neste instante em Brasília o controlador de vôos não ver
mais a aeronave no radar. Ela havia sumido. Na torre de controle
eles entram em contato com Manaus, que também confirma o
desaparecimento da aeronave na tela do radar.
Ainda no local onde o avião havia caído, Gustavo bastante
aturdido, ouviu uma criança gritando por sua mãe, e outra agarrada
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aos pais perguntando o que havia acontecido. Olhou a sua volta e
só via pessoas de formas esquisitas, diferentes do que costumava
ver. Também, assim como ele, estavam desorientadas. Viu que
estas pessoas andavam por entre os destroços da aeronave, como se
procurassem algo.
Então, aos poucos ele começou a entender o que se passava.
E logo entendeu que todos estavam mortos. O que via era nada
menos que os espíritos dos passageiros mortos. Apavorou-se diante
desta descoberta. Preferiu pensar que se tratava de um pesadelo.
Não podia estar morto. Tinha que estar vivo.
O comandante da aeronave estava abraçado a uma
comissária de bordo, e parecia precisar mais de consolo do que ela.
Então viu que alguns espíritos dos passageiros, que saíram
correndo desesperados, e desapareciam em pleno ar. Um deles bem
perto de Gustavo o olhou atônito, como se pedisse a sua ajuda para
entender o que estava acontecendo. A expressão do seu olhar era
patética.
Gustavo estava igualmente apavorado. Queria entender o
que havia acontecido, mas tudo era muito confuso. Num momento
estava conversando com aquele simpático senhor ao lado, e de
repente estava ali, entre os destroços da aeronave. Nada parecia ser
real e fazer qualquer sentido. Olhou novamente para seu corpo
destroçado e sentiu mais repulsa. Ele não queria acreditar no que
via e nem acreditar que estivesse morrido. Queria voltar para casa e
abraçar a esposa e sua filha. Precisava voltar para casa...
O espírito do homem que até a pouco olhava para ele, de
repente sumiu em pleno ar.
Mais adiante viu o senhor que viajava sentado ao seu lado,
andando atônito por entre os destroços da aeronave. Dois dos seus
amigos se aproximaram e o abraçaram.
De repente todos começaram a sumir. Um a um iam sumindo sem que ele entendesse.
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Foi então que ele viu diante de si um enorme túnel muito
iluminado... Uma luz que vinha de dentro deste túnel parecia
arrasá-lo para seu interior. Ele não queria ir. Precisava avisar a sua
esposa o que havia acontecido. Tentou resistir ser arrastado para o
interior do túnel iluminado, mas não conseguiu. Uma grande força
o arrastava. Viu que outros passageiros também estavam sendo
levados da mesma forma que ele, para o interior daquele grande
túnel. Sentiu um pouco de vertigem, mas logo passou.
De repente passou a ver imagens difusas. Aos poucos elas
tomavam formas de pessoas. Logo reconheceu a sua avó entre
aquelas imagens. Ele a reconhecia, mesmo ela tendo desencarnado
quando ele ainda tinha apenas cinco anos. Foi em sua direção, e ao
se aproximar a abraçou.
- Vovó, o que aconteceu? Estou apavorado. Tenho que
avisar a minha esposa que não vou poder voltar para casa.
- Tenha calma meu filho. Procure se acalmar. Tudo vai ficar
bem.
- Onde estamos? Que lugar é este? Há pouco eu estava no
avião... Depois me vi andando com os demais passageiros por entre
destroços de ferro. Agora estou neste lugar.
- Este é o nosso verdadeiro mundo. Na Terra é apenas um
plano no qual passamos a viver, e assim entender mais sobre a
vida.
- Mas porque eu estou aqui? Ainda havia muitas coisas para
eu realizar. E minha esposa e minha filha? Como ficarão agora que
não posso mais estar entre elas?
- Todos vão ficar bem. O que aconteceu foi um erro de
alguém que não soube fazer seu trabalho direito. Tudo vai ser
arrumado, e você poderá voltar a viver novamente na Terra.
- Mas meu corpo está todo destruído...
- Terá outro corpo. Vai novamente reencarnar.
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