Escalada esportiva como componente curricular de Educação Física nas séries iniciais
ALEXANDRE MENESES SOARES
ESCALADA ESPORTIVA COMO COMPONENTE
CURRICULAR DA EDUCAÇÃO FISICA NAS SÉRIES
INÍCIAIS
Centro Universitário Nove De Julho
São Paulo
Junho/2006
ALEXANDRE MENESES SOARES
www.akademiamovel.com.br
Alexandre M. Soares
Escalada esportiva como componente curricular de Educação Física nas séries iniciais
ESCALADA ESPORTIVA COMO COMPONENTE
CURRICULAR DA EDUCAÇÃO FISICA NAS SERIES
INICIAIS
Trabalho
de
conclusão
de
curso,
apresentado como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciatura em
Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Roberto Gimenez.
Centro Universitário Nove de Julho
São Paulo
2006
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Dedico este trabalho a minha esposa Luzia, e
aos meus filhos Karina e Felipe que muito me
apoiaram para a realização deste trabalho.
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“Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração, pois dele
procedem as saídas da vida “.
Provérbios 4:23
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Agradecimentos
Agradeço primeiro lugar a DEUS por ter me dado a capacidade de
aprender.
Aos meus pais que desde cedo sempre me ensinaram e apoiaram.
Aos professores Roberto Gimenes e Dimitri Wuo Pereira que me
ajudaram na realização deste trabalho.
E também a todo o corpo docente e discente.
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RESUMO
Com o passar dos anos os alunos vão ficando desinteressados pelas
aulas, inclusive as de educação física. Percebemos que, principalmente nos
últimos anos do segundo ciclo do ensino fundamental, e também no ensino
médio, os alunos tem menos interesse pelas propostas dos professores, em
geral isto se dá por vários motivos: mudanças no seu corpo, na fase de
transição para a idade adulta, reclamam sempre que estão cansados; pela
repetição e a mesmice das aulas de educação física desde as séries iniciais,
em que o aluno entra no primeiro ano do ensino fundamental I jogando
futebol e vôlei e assim continuam até o ensino médio.
Um outro ponto que podemos ressaltar é que quando o aluno chega no
II ciclo do ensino fundamental ele não atende ou não obtém a performance
desejada, seja por falta de habilidade ou mesmo a afinidade com
determinados esportes que, por sua vez estão em destaque na mídia e são
supervalorizados em nossa sociedade, geralmente esportes de quadra como
futebol e vôlei, temos também aqueles tidos como esportes de elite, tênis,
vela, remo etc.
Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa literária, na qual
obtivemos um respaldo teórico e cientifico, para dizer que a escalada
esportiva pode sim, fazer parte do conteúdo da Educação Física escolar,
podendo ser de extrema importância para o desenvolvimento integral da
criança.
A intenção deste trabalho é levar para o profissional de Educação
Física, mais especificamente os que atuam nas escolas, que a escalada
esportiva pode ser aplicada não somente em escolas particulares, mas
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também nas públicas. Assim ele estará valorizando ainda mais o seu
trabalho, tornando-o diferenciado, e proporcionando aos alunos maiores e
melhores condições de se adaptarem as outras modalidades, facilitando o seu
trabalho nos anos posteriores.
Palavras –chave
Aprendizagem motora;
Desenvolvimento;
Escalada;
Escola;
Transferência de aprendizado.
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SUMÁRIO
Dedicatória.................................................................................................... iii
Epígrafe..........................................................................................................iv
Agradecimento................................................................................................v
RESUMO.......................................................................................................iv
INTRODUÇÃO.............................................................................................1
JUSTIFICATIVA..........................................................................................3
METODOLOGIA..........................................................................................6
OBJETIVO.....................................................................................................6
1ª PARTE
1 - REVISÃO DE LITERATURA...............................................................7
1.1Crescimento E Desenvolvimento...............................................................7
1.2 Aprendizagem Motora...............................................................................8
1.3 Socio-Afetivo...........................................................................................13
1.4 Cognitivo.................................................................................................16
2 - HISTORICO DA ESCALADA.............................................................18
2.1 No Mundo................................................................................................18
2.2 No Brasil..................................................................................................23
2.3 Em Muros................................................................................................23
2.4 Na Escola.................................................................................................25
2ª PARTE
INTRODUÇÃO...........................................................................................25
1- APRENDIZAGEM MOTORA..............................................................27
1.1 A Psicologia No Aprendizado.................................................................27
1.2 Transferência, Positiva, Negativa E Neutra.............................................28
1.3 Transferência Bilateral ou Entre Membros.............................................29
1.4 Transferência Entre As Modalidades...................................................30
2 - CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO....................................31
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2.1 Afetivo..................................................................................................33
2.2 Cognitivo.................................................................................................35
2.3 Social.......................................................................................................38
2.3.1Influencia dos Adultos Sobre a Criança..................................41
2.3.2 Fator Financeiro.....................................................................42
2.3.3 Fator Cultural..........................................................................44
2.3.4 Meios de Comunicações...........................................................44
2.3.5 O Papel do Professor Educador..............................................46
2.4 Motor.......................................................................................................48
2.4.1 Aptidão Física...................................................................51
3ª PARTE
1 - COMO TRABALHAR A ESCALADA............................................52
2 - EQUIPAMENTOS................................................................................54
3 - TÉCNICAS.............................................................................................56
4 - NÓS..........................................................................................................57
5 - CONCLUSÃO........................................................................................61
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .......................................................62
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INTRODUÇÃO
Percebemos que com o passar dos anos na escola os alunos,
vão ficando desinteressados pelas aulas, inclusive as de educação
física, e ao contrário do que as pessoas dizem ”todo mundo gosta de
educação física” isto não é verdade, percebemos que principalmente
na adolescência os alunos ficam menos interessados pelas propostas
dos professores em geral. Isto pode ser pelo fato das mudanças no seu
corpo, na fase de transição para a idade adulta, sempre reclamam que
estão cansados, não estão a fim de fazer nada que em muitos casos,
na verdade o professor não coopera ou até mesmo não conhece as
fases do desenvolvimento do aluno, para que o ajude sair ou pelo
menos passe por ela com maior facilidade, podemos dizer que uma
das causas dos alunos ficarem desestimulado no ensino médio, ou até
mesmo antes, ainda no final do segundo ciclo do ensino fundamental,
é a repetição, a mesmice das aulas de educação física desde as séries
iniciais em que o aluno entra no primeiro ano do ensino fundamental
I jogando futebol e vôlei e assim continuam até o ensino médio.
“Todavia, a classe dos professores de Educação Física,
sobretudo nas ultimas décadas, tem-se refugiado na
obrigatoriedade legal e se esquivado da tarefa de
demonstrar o seu valor cultural e elaborar a sua proposta
para a educação brasileira, atribuindo a Educação Física
pelas autoridades educacionais e educadores de modo
geral, naquilo que se refere à sua execução. O argumento
de que a educação Física colabora na formação do „ser
humano integral‟ cristalizou-se na forma de um axioma e
esvaziou-se de sentido. A educação Física passou a ser um
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discurso neutro, de que ela é sempre benéfica para o
individuo, não importando por quê, como e em que direção
se dá esse benefício”. (Oliveira, 1988).
Um outro fator é que quando o aluno chega no II ciclo do
ensino fundamental ele não atende ou não obtém a performance
desejada seja por falta de habilidade ou mesmo a afinidade com
determinados esportes que, por sua vez estão em destaque na mídia
ou são supervalorizados em nossa sociedade geralmente esportes de
quadra como futebol e vôlei, temos também aqueles tidos como
esportes de elite, tênis, vela, remo etc.
Pois em muitos casos na maioria das aulas o professor
trabalha os jogos taticamente e para que isto ocorra de forma eficaz é
necessário que o aluno tenha um domínio dos fundamentos do jogo.
Conseqüentemente não sendo atendido esses pontos temos
uma grande evasão dos alunos nas aulas, fato este indesejável para
todos os profissionais empenhados no processo de ensinoaprendizado na escola, empobrecendo o trabalho do professor de
educação física na escola.
“No Brasil, a Educação Física ainda não recebeu o
tratamento adequado em face da sua vital importância no
processo de desenvolvimento econômico e social.
Desconhecida por muitos, praticada por alguns e defendida
por poucos,
vem
através dos anos
procurando a
oportunidade de integrar o processo educacional como
atividade curricular regular.
Bela na sua forma, rica no seu conteúdo e expressiva na sua
utilização, esta atividade tem tudo para se tornar, quando
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convenientemente ministrada, um eficiente processo de
educação da nossa juventude “. (Cysneiro, 1975).
Vimos então, que muitos desses esportes os alunos só têm
acesso geralmente em escolas particulares, porém discutiremos
através deste trabalho que é possível trabalhar outros esportes que
não são os de quadra onde o nosso aluno pode vivenciar esporte
colocados pela mídia como esportes de elite, porém o nosso aluno
pode ter acesso mesmo em escolas publicas desde que haja um pouco
de boa vontade por parte do professor em conjunto com a sociedade
próxima da escola.
JUSTIFICATIVA
É confirmado através de estudos e pesquisas que os
exercícios físicos melhoram o sistema cardio vascular, respiratório e
tonifica os músculos através do treinamento aeróbio e anaeróbio,
melhora também o trabalho das glândulas que são responsáveis pela
produção de hormônios os quais regulam o metabolismo do nosso
corpo e dependemos deles também para o sistema digestório,
aumentando a disposição para enfrentarmos o nosso dia a dia quer
seja na área escolar, familiar ou profissional.
Com o grande desenvolvimento tecnológico nas últimas
décadas, o ser humano tem feito cada vez menos atividade física. E
esse fato tem deixado a desejar na área da saúde, já que o nosso corpo
precisa estar constantemente em atividade, para um desempenho
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melhor dos membros, melhor funcionamento dos órgãos e uma
melhor ativação dos sentidos. Se estivermos com deficiência nesta
área, alteramos também a saúde do nosso bolso, pois temos um gasto
maior com médicos, remédios e até internações. Pensando nesses
pontos, e também que o nosso aluno se tornará um adulto
posteriormente, a proposta deste trabalho é desenvolver, criar ou
resgatar em nossos alunos o gosto pela atividade física ainda nos anos
escolares propondo aos alunos uma educação física mais completa,
que vá além dos esportes de quadra, onde eles poderão ter uma
atividade diferenciada no seu cotidiano escolar, e até mesmo um
leque maior de variedades para poder optar na fase adulta vejamos o
que diz os Pcns.
“Os conhecimentos sobre o corpo, seu processo de
crescimento e desenvolvimento, que são construídos
concomitantemente com o desenvolvimento de praticas
corporais, ao mesmo tempo em que dão subsídios para o
cultivo de bons hábitos de alimentação, higiene e atividade
corporal e para o desenvolvimento das potencialidades
corporais do individuo, permitem compreende-los como
direitos humanos fundamentais”.(Pcns. Pág. 29).
No Art. 35 da lei 9394 de 20 dezembro, de 1996 no inciso I “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos”, ou
seja, o professor precisa trabalhar de forma gradativa pra haver um
aprofundamento, verificar as fases de aprendizagem, e transferências
das mesmas entre as modalidades. No inciso II “- a preparação básica
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para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores” para
que tenha essa continuidade é necessário que o professor proporcione
uma gama de conhecimentos para o aluno no decorrer dos anos
escolares sobre o corpo, do corpo e para o corpo. Temos ainda o
inciso IV “- a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos
dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
ensino de cada disciplina” Para que este inciso seja colocado em
pratica o professor precisa ter um conhecimento mais amplo
principalmente de cinesiologia, biomecânica para serem aplicados
particularmente na técnica do movimento em si, pois sem esse
componente ele não conseguira realizar este trabalho.
Através deste trabalho procuramos também mostrar para os
professores de educação física que há algo mais, além de bola e
quadra nas aulas de educação física, como já foi dito, dentre muitos
esportes de ação neste trabalho daremos uma maior ênfase à escalada
esportiva indoor, pois a escalada por si só tem a característica, de
aumentar a auto-estima do individuo, desenvolve a responsabilidade,
confiança no próximo, melhora a força de apreensão e também
aumenta a sensibilidade de pegada que é de grande utilidade em
outras modalidades como basquete, handbool, vôlei, atletismo etc. e
também ajuda o aluno no seu desenvolvimento em vários aspectos
tais como: Motor (força, coordenação, lateralidade), Cognitivo
(raciocínio, estratégia, desafios), Afetivo (determinação, ousadia,
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confiança, vencer os medos), Social (interagir, cooperar, competir,
responsabilidade).
“Diversos
programas
diferentes
reivindicam
que
a
participação nas atividades de escalada ajudam as crianças
em vários aspectos, como nas relações interpessoais
(cooperação e habilidade de comunicação), no intrapessoal
ou pessoal (auto-estima e autoconfiança), no cognitivo
(tomada de decisão e resolução de problemas) e no aspecto
físico (capacidades físicas e habilidade motora)” (HYDER,
1999, p.33).
Também ajuda-la a superar seus próprios limites, melhorar
sua auto-estima, ganho de força muscular, melhora do sistema cardio
respiratório.
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa
literária a qual teremos um respaldo para dizer que a escalada
esportiva pode sim ser um dos conteúdos da educação física escolar
não somente em escolas particulares, mas também nas publicas.
OBJETIVO
A intenção deste trabalho é levar ao profissional de Educação
Física mais especificamente os que atuam nas escolas que a escalada
esportiva pode ser de grande utilidade para o desenvolvimento da
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criança em vários aspectos como: afetivo, cognitivo social e
principalmente motor que é o foco deste trabalho.
1ªPARTE
1 - REVISÃO DE LITERATURA
1.1 Crescimento e Desenvolvimento
Neste assunto há muito que se explorar muitos pesquisadores
estudam a área de crescimento e desenvolvimento. Para a criança a
fase escolar é um novo período o qual para ela a escola é um novo
universo a ser explorado, o professor é o seu novo referencial e as
suas ações são a sua obra. Podemos citar também o ponto de vista de
Rodrigues que diz:
“A
criança
está
constantemente
em
movimento,
aproveitando todo o estímulo oferecido pelo meio ambiente.
Esses estímulos provocam excitações no córtex cerebral e,
conseqüentemente, reações motoras. Como os processos de
inibição subcorticais que atuam sobre a reação motora
imediata estão em formação, é muito difícil manter a criança
quieta e sentada durante as aulas por muito tempo.
No início dessa fase, nem a coordenação, nem os sentidos
estão bem desenvolvidos e a criança se movimenta muito
com o corpo, mãos, pés e língua. Portanto não se deve exigir
muito da vista, da voz e do físico, o que poderá interferir no
andamento do sistema nervoso. Com o passar do tempo a
criança aprende a dominar seus impulsos e já pode se
concentrar numa determinada atividade, visando não só a
solução de problemas de movimento, como também melhor
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rendimento... No inicio da idade escolar a estrutura e os
ritmos do movimento esportivos se apresentam pobres em
função do pouco domínio temporo-espacial. Por volta dos
oito anos há uma grande melhora desses fatores, reduzindo
também a quantidade de gestos colaterais.
Dos oitos aos dez anos diminui o crescimento em altura,
mais acentuado no nível anterior e aumenta o crescimento
proporcional de todo o corpo, favorecendo o aparecimento
da força funcional e melhor ação dos membros. O sistema
nervoso central apresenta bom equilíbrio e o coração maior
possibilidade de trabalho. Ocorre uma considerável
maturação psicomotriz, permitindo à criança não só a
execução de ações globais, como também a incorporação de
simples técnicas motora “. (RODRIGUES, 1997).
No texto anterior e no seguinte, temos uma concordância
entres os autores onde na terceira infância as crianças estão numa
excelente fase para vivenciar varias atividades que envolvam sua
capacidades e habilidades.
“Na fase da melhor capacidade de aprendizagem motora,
deve-se destacar o aspecto do comportamento de movimento
das crianças e mais uma vez, a alta mobilidade. Não se trata
mais, daqui para frente, de uma mobilidade „sem objetivo,
inquieta‟, que foi típica especialmente nos iniciantes
escolares, mas de uma atividade dominada, objetiva e
referente à matéria. Neste meio tempo, as crianças
aprenderam a dominar seus impulsos de movimento, e a
enquadrar-se e subordinar-se às exigências de ordem e
disciplina nas aulas de esporte. No jogo de tempo livre não orientado, ao contrario, a forte e desinibida necessidade de
movimento ainda é claramente observada”. (MEINEL,
1994).
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1.2 Aprendizagem Motora
Neste item citaremos dois autores:
Magill define por aprendizagem uma mudança na capacidade
da pessoa em desempenhar uma habilidade. Deve ser inferida a partir
de uma melhoria relativamente permanente do desempenho
decorrente da pratica ou da experiência podendo esta ser adquirida de
varias formas onde a principal é por observação.
Schmidt a aprendizagem motora é um processo interno que
reflete o nível de capacidade de performance do individuo, podendo
ser avaliado por demonstrações de performances relativamente
estáveis, portanto para que o sujeito aprenda tarefas motoras, é
preciso engajar-se em tentativas de performance ou de prática por
esse motivo à aprendizagem está muito ligada com a performance.
“A transferência de aprendizagem se refere à influência de
experiências anteriores na aprendizagem ou no desempenho
de uma nova habilidade ou no seu desempenho num novo
contexto. A experiência previa pode facilitar, impedir ou não
ter efeito na aprendizagem de uma nova habilidade. O
conceito de transferência da aprendizagem integra a grade
curricular
de
ambientes
educacionais,
bem
como
desenvolvimento de protocolos de treinamento de programas
de reabilitação. O conceito também serve de base para
muitos métodos utilizados por professores, treinadores e
fisioterapeutas para melhorar a aquisição de habilidades.
Além disso, o conceito de transferência de aprendizagem
constitui parte essencial da compreensão da aprendizagem
motora,
porquê
fundamental
no
processo
de
fazer
interferências a respeito das condições de pratica na
aprendizagem de habilidades. Os pesquisadores podem
avaliar a quantidade de transferência entre habilidades ou
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situações, tanto para transferência intertarefas quanto para
transferência intratarefas.
Discutimos
transferência
duas
hipóteses
positiva.
A
que
tentam
primeira
explicar
afirma
que
a
a
transferência positiva aumenta em função das semelhanças
dos componentes das habilidades motoras e dos contextos
nos quais as habilidades são desempenhadas. A segunda
hipótese estabelece que a quantidade de transferência
positiva está relacionada com as semelhanças nas demandas
do processamento das duas situações.
Os efeitos da transferência negativa ocorrem, basicamente,
quando é solicitada uma nova resposta de movimento num
contexto perceptivo familiar. Os cientistas que se dedicam
ao estudo do movimento atribuem a transferência negativa à
dificuldade inerente à alteração do estado de acoplamento
da percepção-ação preferencial, que a pessoa desenvolveu
para responder a um contexto especifico. A transferência
negativa também pode resultar da confusão cognitiva que
surge quando uma pessoa não sabe o que fazer numa nova
situação de desempenho. As pessoas geralmente superam os
efeitos da transferência negativa com a pratica.
A transferência bilateral é um fenômeno no qual uma pessoa
vivencia uma melhora no desempenho do membro nãotreinado, como resultado da pratica com o membro oposto.
Normalmente, a transferência bilateral é assimétrica,
embora os pesquisadores discordem sobre se a direção
preferencial para não-preferencial resulta em maior
transferência ou vice-versa. A explicação da transferência
bilateral envolve um fato cognitivo, isto é, com a pratica
inicial as pessoas adquirem conhecimento sobre o que fazer.
Os defensores da explicação baseada no controle motor
garantem que, na transferência bilateral, estão envolvidos
fatores relacionados com as características do programa
motor generalizado e o fluxo motor de saída dos comandos
motores para o membro oposto “. (MAGILL 2000).
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De acordo com o ponto de vista de Magill chegamos a
conclusão que o individuo sempre tem uma influencia de um
aprendizado anterior sobre um novo ou posterior e que pode ser na
maioria dos casos de forma positiva incluindo a transferência
bilateral e em menor escala a transferência negativa.
“As experiências de aprendizagem tomam muitas formas.
Desse modo, os profissionais do movimento precisam estar
cientes de uma variedade de fatores quando tentam planejar
experiências que sejam produtivas aos aprendizes. Dois
conceitos que podem ser úteis para os profissionais do
movimento são o estabelecimento de meta e transferência de
aprendizagem. Uma vez que os aprendizes saibam que
movimentos querem ser capazes de executar (habilidadesalvo) e onde querem ser capazes de executa-los (contextoalvo), o processo de estabelecimento de meta pode começar.
Alguns dos aspectos-chave do estabelecimento de meta são
resumidos a seguir:
 Os aprendizes deveriam participar do processo de
estabelecimento de meta;
 As metas deveriam servir como mapas de estradas para a
performance bem-sucedida da(s) habilidade(s)-alvo no
contexto(s)-alvo.
 As metas deveriam ser atingíveis, realistas, desafiadoras e
especificas (ARDE).
 Os aprendizes deveriam ser encorajados a estabelecer
metas de performance (focalizadas na melhoria autoreferenciada) e metas de processo (focalizadas na execução
correta de movimento), além de metas de resultado
(focalizadas na obtenção de algum modelo externo de
performance, ou comparações favoráveis com outros
indivíduos).
Para aumentar a transferência de aprendizagem, os
profissionais do movimento deveriam fazer o seguinte:
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 Direcionar a tenção dos aprendizes para elementos de
tarefas
aprendidas
anteriormente
que
podem
ser
semelhantes àqueles da habilidade-alvo.
 Fornecer oportunidades para os aprendizes praticarem
tarefas que contenham elementos que são similares àqueles
da habilidade-alvo.
 Permitir que os aprendizes praticassem as habilidades-alvo
em situações que são similares ao contexto-alvo.
Profissionais do movimento precisam lembrar que os
aprendizes são diferentes em relação ao nível de motivação,
tipos de experiências anteriores, tipos de capacidades e
estágios de aprendizagem. Os profissionais do movimento
deveriam maximizar cada experiência de aprendizagem do
individuo
Planejando experiências que são relevantes para as
necessidades e interesses do aprendiz.
Permitir que o aprendiz experiencie a realização da meta
com sucesso.
Encorajar o aprendiz a focalizar as melhoras de seu
próprio nível de habilidade, em vez de fazer comparações
entre suas performances e as dos outros.
Considerar o estagio de aprendizado do individuo quando
estiver fornecendo assistência de instrução.
Ao avaliar o progresso dos aprendizes, os profissionais do
movimento devem lembrar-se de selecionar medidas que:
Representem características observáveis da habilidadealvo.
Sejam indicadores válidos de alcance da meta.
Reflitam ambos aspectos de resultado e processo da
habilidade-alvo.
Fornecer aos aprendizes um feedback significativo sobre
suas melhoras de habilidade e o nível de alcance da meta “.
(SCHMIDT, 2001).
Schmidt no seu texto enfatiza muito a transferência de
aprendizagem na pratica, onde o professor deve levar em
consideração as experiências anteriores dos alunos e também
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proporcionar outras novas mais simplificadas para que depois sejam
usadas nas habilidades-alvo como diz ele.
Se compararmos Magill e de Schmidt temos dois pontos de
vista em ângulos diferentes sobre a transferência de aprendizado o
qual Magill tem o seu foco em como ocorre a aprendizagem motora e
sua transferência enquanto Schmidt foca mais em sua aplicabilidade
no cotidiano do aluno.
1.3 Socio-afetivo
Em seu livro de FERREIRA traz algumas informações sobre
o comportamento em algumas faixas etárias que vale apena ressaltar
neste trabalho:
“A CRIANÇA DE OITO ANOS
Maior facilidade para participar de atividade em grupo,
sendo bem expansiva, e com maior facilidade de expressão.
Em termos motores está mais apta a executar tarefas em
ritmos mais acelerados, gosta de ser testada em atividades
que envolvem força, agilidade, velocidade e destreza, não
gosta muito de ser cobrada podendo apresentar respostas de
instabilidade emocional.
A CRIANÇA DE NOVE ANOS
Mais persistente no exercício de suas habilidades em razão
da maior maturidade de seu sistema neuromotor, mais
desenvoltura na execução de ações motoras de maior
complexidade, mais critica em relação aos acontecimentos à
sua volta estando seus interesses subordinados aos
interesses do grupo a que pertence. Maior facilidade para o
convívio em grupo. Tem interesse pelo desporto em razão de
ter um comportamento motor mais hábil. Exerce bom
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domínio sobre o corpo, sendo capaz de executar gestos
desportivos com mais refino. Maior capacidade de interação
com companheiros.
A CRIANÇA DE DEZ ANOS
Apresenta traços individuais bem definidos, estando aberta
às informações oriundas de seu ambiente. Mais interativa
nos jogos em grupo, maior capacidade de concentração e
melhor noção de tempo e espaço, lateralidade definida e
domínio das extremidades mais estruturado. Maior interesse
por atividades que envolvem competição “. (FERREIRA,
2001).
De acordo com FERREIRA vimos que a criança na faze da
segunda infância (08 a 10 anos) esta muito receptiva a atividades que
exigem concentração, agilidade força, atividade que ela se sinta
desafiada, e a escalada lhe proporciona tudo isso.
Segundo DANTE, comenta (p.30) que para Piaget existem
dois princípios:
“1 - As regras devem ser adaptadas de acordo com faixa
etária e desenvolvimento da criança?”.
2 – Que consciência eles têm dessas regras?
“Piaget para se chegar nesses níveis, ele se fazia de
ignorante e solicitava à criança que descrevesse as regras
de um jogo, podendo assim avaliar o conhecimento efetivo
que ela possuía; em seguida, jogando com a criança,
verificava o quanto ela seguia essas regras. No caso da
segunda questão, Piaget direcionava a pergunta no sentido
da origem das regras ou de possíveis modificações ao longo
do tempo e, ao propor que a criança inventasse uma regra
nova, perguntava se essa era justa e se seria aceita por
outros companheiros de jogo”.
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Com este experimento chegou conclusão que existem quatro
níveis de desenvolvimento para a pratica e consciência de
regras nas crianças:
IDADE
PRATICA
DA
REGRA
Motor individual
Egocêntrico
Até03 anos
Até 06 anos
Até 11 anos
Dos 11
diante
anos
em
Cooperação
nascente
Codificação
regras
CONSCIÊNCIA
DA REGRA
-----------------Não
obrigatoriedade
da regra
Obrigatoriedade
sagrada
Obrigatoriedade
devido
ao
consentimento
mútuo
das
(DANTE 2002)
De acordo com o quadro temos um parâmetro de como inserir
as regras na vida acadêmica da criança sem interferir no seu
desenvolvimento tendo o cuidado de não exigir muito se ela ainda
não esta pronta a corresponder à exigência.
Vale apena lembrar que de acordo com as citações acima, nós
como profissionais da área da educação física podemos identificar
como os alunos se portam diante das mais variadas situações, ou até
mesmo das regras é este o período que identificamos as falhas e
também é a melhor fase para intervirmos de forma eficiente e eficaz
na formação do nosso aluno como um todo. Por exemplo: Quando ele
inflige uma regra é por que ele não conhece ou para tirar alguma
vantagem.
Neste item podemos afirmar que a escalada é uma
ferramenta importante, pois as regras são simples e na maioria das
vezes ele próprio é o maior beneficiado em respeita-las.
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Um outro foco no lado social da criança que vale apena
lembrar é o relacionamento dela com outras crianças Rodrigues no
seu livro comenta:
“Segundo Jersild, nessa fase da infância (sete aos dez anos)
os amigos são talvez mais importantes que os pais e assim se
expressa: „a maior alegria da criança é ter um amigo em
quem confiar e uma das maiores tristezas é a perda desse
amigo‟.
Nessa idade as crianças também brigam, porém usam a
língua como arma ao invés do ataque físico e geralmente, os
meninos são mais agressivos.”(RODRIGUES 1997)
Através da escalada podemos também, trabalhar esse lado da
agressividade onde canalizaremos para a competição, onde eles
podem mostrar que são capazes de superação tanto de si mesmos com
em relação aos outros, utilizando-se das suas capacidades e
habilidades.
1.4 Cognitivo
O cognitivo talvez seja o ponto mais difícil de se comentar,
pois não temos como mensurar essa capacidade, pois é influenciado
por vários aspectos em vários sentidos, pois cada criança ao chegar
na fase escolar já tem consigo uma bagagem, A) uma serie de
conhecimentos e costumes que já sofreram influencia desde o seu
nascimento, de como os pais vivem em casa, e estes por sua vez
também tiveram suas influencias. B) do local onde vivem e as
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pessoas com que se relacionam (classe social, grau de escolaridade,
envolvimento na sociedade etc.) C) da própria personalidade da
criança, os seus gostos, afinidades, capacidades. Por esse motivo à
criança é um ser único, e deve ser tratada como tal. Almeida em seu
livro nos traz o seguinte texto:
“A criança, um ser em criação. Cada ato é para ela uma
ocasião de explorar e de tomar posse de si mesma; ou para
melhor dizer, a cada extensão a ampliação de si mesma. E
esta operação, executa-a com veemência, com fé: um jogo
contÍnuo. A importância decorre de conquista em conquista
uma vibração incessante”.(ALMEIDA, 1995).
A criança no processo de desenvolvimento ou criação como
diz o texto, necessita de exploração e busca de novas aprendizagens,
onde ela mesma busca novas experiências exemplo: quando
propusermos uma atividade para uma criança no decorrer da própria
atividade ela mesma faz modificações adaptações para que a mesma
não se torne monótona, desmotivante, e é neste momento que
professor-educador deve ter a sensibilidade de perceber na aplicação
da atividade e se antecipar, proporcionando e estimulando e
proporcionando a criança a novas aprendizagens e explorações.
“Dos sete aos dez anos de idade a orientação do
pensamento da criança e bem mais concreta, porém, menos
imediata.
Surgem
as
primeiras
operações
lógicas
substituindo a intuição. A criança já manifesta grande
compreensão do mundo que a rodeia; seu pensamento é
mais analítico e critico e possível de reversibilidade.
Aos sete anos a criança já e capaz de relacionar coisas e
objetos tamanho, cor, numero, forma, etc. Ela se interessa
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por novos conhecimentos, povos, países e pelo próprio
corpo. Manifesta interesse pelos fenômenos de crescimento e
morte. É a idade da razão.
Aos dez anos a inteligência atinge o apogeu e a criança é
capaz de resolver simples operações e problemas mais
complexos de movimento.
Segundo Tani e colaboradores, a criança deve ser orientada
no sentido de quando e como utilizar os movimentos, para
que possa raciocinar e não limita-la a intermináveis
repetições mecânicas.
A maioria dos estudiosos da cognição baseia seus estudos no
trabalho de Piaget, embora com certas ressalvas; ele
considera
o
movimento
fator
essencial
para
o
desenvolvimento da inteligência. Para esse autor as ações
constituem o inicio das operações intelectivas e o
desenvolvimento cognitivo implica em estágios; - sensóriomotriz (até 02 anos); pré-operatório ou da inteligência
intuitiva (ate 07 anos); operatório concreto (até 11 anos) e
estagio das operações formais (até 14 anos).”(RODRIGUES
1997)
2 - HISTORIA DA ESCALADA
2.1 No Mundo
Nossos ancestrais já escalavam árvores antes mesmo de andar
sobre duas pernas. Também moravam em cavernas, onde tinham na
habilidade de escalar uma de suas formas de se locomover na própria
moradia, de conseguir comida, de se proteger e se esconder.
A própria bíblia nos trás relatos de povos que quando eram
atacados por seus inimigos se refugiavam em cavernas nos montes,
há o relato de Moisés um grande profeta de Deus muito venerado na
cultura Israelense subiu ao monte e recebeu as tabuas da lei, e outro
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mais antigo ainda que mostra que os homens construíram uma torre
para chegar ao céu onde estava Deus.
“Desde os primórdios, o homem escala montanhas, seja por
motivos místicos, religiosos, militares, exploratórios, ou
puramente por diversão. A maioria dessas ascensões não
deixou registros e poucos são os historiadores e arqueólogos
que se interessam por esse assunto. Porém, alguns registros
salvaram-se, como a subida do Monte Etna, na Sicília, em
126 dC, pelo imperador Adriano, e do monte Ventoux, na
França, em 1336, pelos irmãos Geraldo e Francesco
Petrarca” (BRADFORD, 2003).
O termo montanhismo é atribuído ao ato de subir montanhas
seja através da caminhada ou da escalada, o termo alpinismo se da
pelo fato das primeiras montanhas a serem escaladas estarem nos
Alpes, mas ambos os termos definem a mesma ação.
A Cordilheira dos Alpes é considerada o berço do
montanhismo, o relato mais antigo que se tem noticia é a ascensão ao
monte aiguille na França por Antoine de Ville em 1492. Este fato
causou grande polemica, pois se acreditavam que nas montanhas
habitavam dragões, extraterrestres, alienígenas, tanto que as próximas
conquistas importantes se deram em1744 Monte Titlis localizado na
Suíça central, e também 1770 (Monte Buet) e 1779 (Monte Velan).
Em agosto de 1786 um cientista naturalista suíço chamado
Horace Bénédict de Saussure motivou alguns cientistas a explorarem
o Monte Branco (4.807 m) situado nos Alpes Franco-Italianos que
pensava fazer naqueles cumes alguns experimentos, na época quem
realizou a façanha foi o médico Michel Gabriel Paccard e o
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montanhês, caçador e garimpeiro de cristais Jacques Balmat. De fato,
um ano depois, o próprio Saussure chegou ao topo do monte,
integrando uma expedição com Balmat e outros 17 guias, e ali
realizou diversas experiências. Vimos com isso que apesar de terem
sido realizadas com sucesso sob uma ótica cientifica o medo e
supertição ainda pairava sobre as pessoas daquela época. Nos anos
que se seguiram algumas conquistas importantes foram realizadas
nos Alpes entre elas podemos citar o Jungfrau (1811) no sul da Suíça
situada nos Alpes Berneses, o Finsteraahorn (1812), o Watterhorn
(1854) e o Monte Rosa (1855) na região do noroeste da Itália. Limitase ao norte com a Suíça, a leste e ao sul com a região italiana do
Piemonte e a oeste com a França.
Antes ainda da conquista do Mont Blanc, Pedro III, o Grande,
de Aragão, atingiu o alto do Carnigou, nos Pireneus. A primeira
grande escalada realizada na América se deve a Diego Ordás, que
chegou ao Popocatépetl. Alguns picos andinos foram atingidos pelos
homens de Francisco Pizarro na época da colonização espanhola na
América.
A conquista dos Alpes se tornou uma obsessão para os
europeus em 1857, ano em que um grupo de montanhistas ingleses
resolveu criar o Clube Alpino de Londres – o nome alpinismo
provém daí. Em 1865, o inglês Edward Whymper, juntamente com
seis homens, alcançou o monte Cervino, pico dos Alpes situado a
sudoeste da Suíça. Os Alpes deixaram de ser uma aventura para os
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montanhistas depois que William M. Conway percorreu todo o
sistema, em 1894.
No século XX, os montanhistas se interessaram pelas cadeias
montanhosas mais altas do mundo, as cordilheiras do Himalaia e do
Karakoram. O monte Everest (o mais alto pico do planeta) foi
conquistado pela primeira vez em 1953 por Edmund Hillary e o
sherpa (espécie de guia) nepalês Tenzing Norkay. Em 1954, foi
coroado o segundo pico mais alto do mundo, o K2. O Aconcágua,
pico mais alto dos Andes e do continente americano, foi conquistado
pela primeira vez por Mathias Zurbriggen.
Entretanto 1856 podemos afirmar que a escalada surge como
esporte, quando um grupo de montanhistas chegou ao cume do
Monte Branco sem auxílio de um guia experiente, nesta época o
montanhismo passa de uma atividade puramente exploratória e de
caráter científico e ganha maior popularidade na Europa.Com esses
fatos acontecendo o montanhismo começa a ter outros objetivos foi ai
que surgiu a 1° associação de montanhismo do mundo chamada de
Clube Alpino de Londres, pois na época os ingleses dominavam as
técnicas utilizadas para escaladas alpinas o modelo inglês foi seguido
pelos demais países, e logo apareceram diversas organizações em
toda a Europa. Primeiro na Áustria, em 1862, e, um ano depois, na
Suíça e Itália. Em 1874, surgia o Clube Alpino Francês. Antes
mesmo que muitos dos cumes alpinos fossem escalados pela primeira
vez, expedições foram realizadas em montanhas de outras regiões do
mundo. Os principais picos do Cáucaso, cordilheira da Geórgia,
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Armênia, Azerbaijão e sudoeste da Rússia, considerada fronteira
entre Europa e Ásia foram conquistados por ingleses em 1868. Nos
Andes, o Chimborazo, situado na região central do Equador, nos
Andes. Este vulcão ativo de 6.267 m de altitude é a montanha mais
alta do Equador. Foi explorado, em 1802, pelo naturalista alemão
Alexander Von Humboldt e escalado, em 1880, pelo alpinista inglês
Edward Whymper.
Em 1880 e o ponto culminante das Américas - o Aconcágua
(6.959 m) situado na Argentina - em 1897. Na África, foi escalado o
pico mais alto do continente - o Kilimanjaro (5.895 m) - em 1889,
assim como o Kenya em 1899 e o maciço de Ruwenzori em 1906
cordilheira da África central situada ao longo do Great Rift Valley na
fronteira de Uganda e do Zaire. A seguir, vieram o Trisul na
Himalaia em 1907 e o teto da América do Norte - o Monte McKinley
(6.194 m), localizado no Alasca - em 1913.
Vimos então que a escalada surgiu como uma maneira de
pesquisar e não por esporte como temos hoje, apesar te termos a
espeleologia que utiliza os mesmo equipamentos e também as
técnicas visa somente às pesquisas, exploração tudo isso de forma
cientifica.
2.2 No Brasil
No Brasil, a primeira manifestação montanhista, de cunho
esportivo foi em 1817 com a escalada da face leste do Pão de Açúcar
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pela inglesa Henriqueta de Carsteirs em companhia de seu filho. O
clima e as vistosas montanhas cariocas despertaram o interesse de
inúmeros estrangeiros. Expedições tentavam repetidamente escalar os
1.692 metros do Dedo de Deus, considerada uma das montanhas mais
difíceis da terra. O triunfo foi vencido em 1912, por um grupo de
amigos da cidade de Teresópolis. Passado sete anos foi fundado o
Centro Excursionista Brasileiro, que serviu para difundir o esporte no
Brasil. O Rio de Janeiro se mantém, ainda hoje, como principal
centro de escaladas do país.
O montanhismo gaúcho despontou nos anos 50. O impulso
partiu do Centro Excursionista Farroupilha, transformado em Clube
Gaúcho de Montanhismo, hoje desativado. Edgar Kittelmann, Luiz
Gonzaga Cony e seus amigos decidiram escalar o Pico dos Corvos,
no conjunto de morros do Itacolomi. Apesar da força de vontade, lhes
faltava técnica. Encontram suporte com o alpinista italiano e
refugiado de guerra, Giuseppe Gâmbaro. O grupo conquistou o cume
pela via sul. Desta forma foi concluída a primeira escalada técnica do
Rio Grande do Sul.
2.3 Escalada em muros
A história da escalada esportiva começou em um rigoroso
inverno ucraniano. Foi nos anos 70 que um ucraniano teve a idéia de
durante a fase mais fria do ano pendurar pedras em sua parede para
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que pudesse treinar. A idéia foi tão boa que logo todos os outros
escaladores locais copiaram a idéia. Surgia aí a escalada esportiva. A
maior dificuldade encontrada no começo era fura a pedra para
prende-la na parede sem que a mesma quebrasse.
Em 1985, na Itália, foi realizado o primeiro campeonato
mundial. Que teve como obstáculo uma parede natural. Em 1987,
pela primeira vez um campeonato foi realizado em uma parede
artificial.
A copa do mundo de Escalada Esportiva foi criada em 1990.
E, dois anos mais tarde, na Olimpíada de Barcelona, finalmente veio
a consagração do esporte, quando foi praticado como demonstração.
No Brasil o esporte começou a ser praticado no final da
década de 80. O grande divisor de águas no país foi à realização, em
1989, do I Campeonato Sul Americano de escalada Esportiva, em
Curitiba. A partir daí novos atletas e patrocinadores passaram a
apoiar e a praticar o esporte.
“A escalada esportiva indoor surgiu na Ucrânia na década
de 70, quando um alpinista impedido de ir às montanhas
(devido ao frio e as fortes tempestades que assolavam a
região), tomou algumas pedras de tamanhos diferentes e
fixou-as na parede de sua garagem para treinar enquanto
perdurasse o inverno. Tal fato, mais tarde, foi repetido por
todos os montanhistas locais” (RESENDE, 1999).
2.4 A escalada na escola
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Ainda nos anos 90 algumas iniciativas pioneiras de escolas
particulares do Rio de Janeiro e São Paulo abriram uma nova porta
para a escalada no Brasil. Foram criados muros para a aprendizagem
da escalada nesses colégios e alguns professores de educação física
que também escalavam começaram a usar a escalada como um
conteúdo das aulas e a criar atividades recreativas e de iniciação prédesportiva para as crianças e os adolescentes.
Esse componente novo trouxe diversas suspeitas com relação
à segurança dos alunos, a visão que os pais teriam dessa proposta e
aos benefícios que essa atividade poderia trazer na formação das
crianças.
Hoje, aproximadamente dez anos depois das primeiras
iniciativas, podemos afirmar que a escalada nas escolas, tal como
acontece na França, EUA e outros países são um componente
curricular riquíssimo e tende a crescer muito, gerando modificações
na própria cultura da escalada no Brasil.
2ª PARTE
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento humano se dá em vários aspectos
vinculados à satisfação das necessidades básicas, tais como:
educação, nutrição, moradia, saneamento básico, saúde, etc.
Gostaríamos de citar nesta segunda parte do trabalho quatro pontos
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ligados ao comportamento humano; o primeiro afetivo, que envolve
o relacionamento familiar, grupos e pessoas mais próximas; o
segundo é o cognitivo, que está ligado ao conhecimento prévio da
criança, e a aquisição de novos saberes que se dará no decorrer de sua
existência; o terceiro social, que evolve o inter-relacionamento, o
ambiente onde se vive e também a cultura; e o quarto e ultimo o
motor, este envolve as capacidades físicas e habilidades motoras.
Neste item a genética se mostra como um fator importante.
Comentaremos estes assuntos separadamente, porém vale
apena ressaltar que eles estão muito interligados. Em todos os
momentos de nossa vida, é claro que dependendo do momento, um
sobressai ao outro. Mas todos eles estão presentes em todos os
momentos da nossa vida. Vejamos só um exemplo: - Um individuo
praticando um esporte qualquer, de quadra ou até mesmo as artes
marciais, não pode separar seu raciocínio, suas emoções, e menos
ainda sua motricidade, do movimento que esta realizando, pois somos
seres completos e não fragmentados -. Não que eles estejam todos
nas mesmas proporções, ora um se sobressai aos outros, mas sabemos
que sempre haverá os quatros envolvidos em uma mesma ação.
Não podemos deixar de falar, também da ligação muito forte
que há entre o aprendizado motor e o desenvolvimento.
Assim sendo, comentaremos a seguir sobre aprendizagem
motora, crescimento e desenvolvimento e as características
individuais, de cada aspecto, e a ligação que possuem entre si. Pois
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estão interligados sendo impossível falar de um só puramente sem a
interferência de outro.
1 - APRENDIZAGEM MOTORA
1.1 A psicologia no aprendizado
Para começarmos este assunto gostaríamos de fazer dois
comentários:
 Primeiro para Piaget o indivíduo precisa se desenvolver,
estar preparado para depois vir o aprendizado, ou seja, ele precisa
chegar a uma determinada fase para depois realizar algo;
 Segundo para Vigostsky o individuo só se desenvolve
através do aprendizado, ou seja, ele realiza e com essa realização ele
se desenvolve.
Se fizermos uma analogia entre a opinião dos dois diríamos
que ambos estão certos, pois hoje precisamos dosar os dois pontos de
vista
juntos, para
que
o nosso aluno tenha
um melhor
desenvolvimento, não exigir o que ele não pode dar e nem deixá-lo
tão à vontade, precisamos usar argumentos, problematizar em nossas
aulas a qual leve o nosso aluno pensar, ter atenção voltada para o que
esta sendo realizado quer seja por ele, pelos companheiros ou até
mesmo pelo professor.
Para alguns pesquisadores o ditado que diz: ”nada se cria
tudo se copia” é muito ligado com a aprendizagem motora, eles
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afirmam que quando uma pessoa aprende uma habilidade nova na
realidade ela não aprende, a pessoa apenas desenvolve um novo
padrão de movimento, o qual existe uma grande relação entre
coordenação espacial e temporal a partir do seu acervo já existente o
qual é chamado de transferência de aprendizado.
1.2 Transferência, positiva, negativa e neutra
Para Magill existem três tipos de transferências quando a
transferência pode ser de feita de uma experiência anterior para uma
nova habilidade: transferência positiva é aquela que com a
experiência já adquirida pelo individuo ajuda-o ou facilita o
desempenho em uma nova habilidade, transferência negativa ocorre
quando acontece o contrario, ou seja, quando a experiência causa
uma dificuldade no desenvolvimento de uma nova tarefa e a
transferência nula, e quando não ocorre nenhuma interferência sobre
a nova habilidade.
Para entendermos melhor esses pontos vejamos um exemplo:
Quando uma pessoa treina karate, por exemplo, no chute ela tem uma
noção de espaço e tempo do alvo onde se quer acertar que pode ser
transferido para o futebol este é um exemplo de transferência positiva
um exemplo de transferência negativa é o aprendizado do corte no
vôlei em relação ao saque viagem, por exemplo, onde temos na
cortada uma quebra de punho para que se tenha um efeito giratório
sobre a bola já no saque é uma batida mais seca sem quebra de punho
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para que a bola tenha um efeito de flutuar no ar dificultando a ação
do adversário em ambos os casos, já na transferência nula é quando
não há nenhuma relação de uma atividade com outra como, por
exemplo, nadar e dirigir.
1.3 Transferência bilateral ou entre membros
Existe também a transferência bilateral ou entre membros a
qual está relacionada com o aprendizado de um padrão de
movimentos com outros membros, por exemplo, escrever, ou escovar
os dentes com o lado dominante, a transferência pode ser feita, para o
lado não dominante pode ser também transferido para outro membro
não convencional daquele normal exemplo: Quando escrevemos o
nosso nome um padrão de movimento padronizado no nosso acervo
motor, utilizando a caneta presa na articulação do cotovelo.
“É um conjunto de comandos motores pré-estruturados no
nível do sistema executivo e que define os detalhes
essenciais de uma habilidosa, análoga a um gerador de
padrão central’. (SHIMIDT & WRISBERG. 2001)
Muitos estudos são feitos sobre este assunto, os mais falados
são os feitos com dardos onde os pesquisadores fazem uma coleta de
dados com o individuo, por volta de cinco jogadas com lado
dominante, e depois fazem um treinamento somente com lado não
dominante depois de algum tempo o individuo tem uma evolução
desse lado não dominante, quando é notada essa evolução se faz uma
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nova coleta com lado dominante e percebe-se um padrão mais alto do
que aquele inicial, ficando comprovado assim que realmente há uma
transferência multimembros, e uma das vantagens da escalada
esportiva é justamente essa, pois em muito casos o aluno se encontra
em situações onde ele precisa tomar algumas decisões e tem que ser
com o lado não dominante.
1.4 Transferência entre as modalidades
Com já foi falada anteriormente a transferência de
aprendizado existe e ela pode ocorrer de varias formas, pode ser
negativa, positiva, neutra, ou ainda entre membros, os mesmos
princípios se aplica quando falamos de transferência entre
modalidades, para continuarmos esse assunto vejamos o texto a
seguir:
“O programa motor é uma representação na memória de
uma classe de ações que compartilham características
invariantes comuns. Armazena a informação necessária
para o desempenho de habilidades motoras.” (MAGILL,
2000).
No ponto de vista de Magill o individuo fica com uma
representação na memória de ações que são compartilhadas e
armazenadas e quando necessário é requisitada para o desempenho de
uma tarefa, pois bem vemos então que a escalada traz uma percepção
tátil muito grande para os indivíduos que a praticam, e este fato é de
extrema importância no jogo de queimada, handebol, basquete ou até
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mesmo no vôlei, nos esportes de luta como aikidô, judô, jiu-jitsu,
podemos falar também da força de preensão que pode ser requerida
no salto com vara, lançamento de dardo ou martelo e até mesmo nas
lutas.
Vemos por tanto que a escalada esportiva pode ser muito útil
no aprendizado de outras modalidades esportivas.
2 - CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Antes de começarmos a discussão falaremos um pouco sobre
crescimento e desenvolvimento, pois para muitos esses dois itens são
a mesma coisa.
“Os
termos
„crescimento‟
e
„desenvolvimento‟
são
freqüentemente usados em permuta, mas cada um implica
diferença na ênfase. No seu sentido mais puro, „crescimento
físico‟ refere-se a um aumento no tamanho do corpo de um
individuo na maturação. Em outras palavras, o crescimento
físico é um aumento da estrutura do corpo causado pela
multiplicação ou pelo aumento das células. O termo
„crescimento‟, entretanto, é freqüentemente usado para
referir-se à totalidade da alteração física e, como resultado,
ele se torna mais abrangente e assume o mesmo significado
que o
desenvolvimento.
Em nossa
discussão
sobre
crescimento, adotaremos o primeiro significado”.
„Desenvolvimento‟, em seu sentido mais puro, refere-se a
alterações no nível de funcionamento de um individuo ao
longo do tempo. Keogh e Sugedn (1985) definiram o
desenvolvimento como alteração adaptativa em direção à
habilidade. Tal definição implica que no decorrer da vida, é
necessário ajustar, compensar ou mudar, a fim de obter ou
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manter a habilidade. Por exemplo, o bebê que esta
aprendendo a caminhar necessita compensar as alterações
em sua base de apoio e em seu centro de gravidade. Então, o
adulto também precisa compensar a diminuição e a
regressão na habilidade de caminhar, freqüentemente
causada pela artrite e pela flexibilidade de articulações.
Adotaremos a definição de Keogh e Sugden ao longo do
texto, porque ela, clara e objetivamente, afirma que o
desenvolvimento é um processo permanente de alteração “.
(GALLAHUE, 2001).
Embora no inicio da vida os dois andam juntos, ou seja, com
uma velocidade muito grande há uma grande diferença entre eles:
Crescimento
é
quantitativo,
relacionado
a
estaturas,
mudanças físicas: aumento de tamanho / aumento do numero de
estruturas funcionais (células).
Desenvolvimento é o aumento qualitativo, relacionado à
aquisição de novas funções. Pode ser dividido em:
 Biológico - aquisição de novas funções (células).
 Comportamental é a aquisição de novas funções do ser
humano como um todo.
O crescimento é medido, porém o desenvolvimento observase os estágios.
Crescimento (alteração no numero/tamanho/massa)
Desenvolvimento (aumento da complexibilidade/ função/
mudança/ qualitativa) complexibilidade = maior numero de
habilidade ex: correr e clicar uma bola, duas atividades diferentes,
porém podem ser unidas ex: correndo e clicando uma bola ao mesmo
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tempo, quando existe esta junção chamamos de aumento de
complexibilidade.
Crescimento refere-se a mudança física no corpo do
individuo como um todo abrangendo todos os tecidos, tanto no
sentido longitudinal como transversal em um determinado período.
Desenvolvimento refere-se a mudanças tanto físicas como
cognitiva, afetiva e social do individuo, no decorrer de sua vida.
Nesse ultimo por ter vários aspectos envolvidos é mais
complexo, pois envolve diversas áreas e vários conhecimentos como:
psicologia, medicina, sociologia, educação, nutrição, político, etc.
Por esse fato fica muito difícil falar sobre o desenvolvimento, pois
temos diversas áreas, mas o desenvolvimento é apenas um, tudo que
o individuo faz envolve todos os aspectos não todos na mesma
intensidade, mas com certeza todos eles estão presentes.
2.1 Afetivo
Um outro fator muito importante na vida da criança são as
regras apresentadas no esporte, pois através delas podemos observar
se a criança vai obedecer ou não. E também visualizarmos os
verdadeiro motivos de falta de obediência. Ex: ela não obedece
porque não conhece as regras, ou para tirar alguma vantagem? E
essas regras traduzem um juízo de valores em relação a cada
individuo.
O esporte ajuda a criança a aprender conviver em sociedade,
e não somente isso, mas também lidar com a competitividade, os
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acertos e erros, a premiação e até mesmo as frustrações por não ter
alcançado o resultado esperado. Ajudando no desenvolvimento do
lado cognitivo. E propiciando um amplo leque aprendizado das
modalidades praticadas, aprende com erros e acertos, tanto os dela
como com os dos outros, aprende também a criar e desenvolver
táticas de ataque e defesa e técnicas para superar seus limites, ampliar
sua habilidades, etc... Pois todos estes pontos fazem parte do esporte
e também do cotidiano da criança contribuindo para a sua formação
como cidadão.
Pois, de acordo com a psicologia é nesta fase que se forma o
caráter de um individuo, portanto toda e qualquer experiência que ele
venha a ter, contribui para a sua formação moral. Neste ponto
especifico é que podemos interferir para bem ou para mal, pois de
acordo com os valores que passamos para a criança e o que ela vai
receber. Em outras palavras incentivando-a a tomar decisões pela
razão ao invés das emoções, ela sempre vai ter sua mente voltada
para o mais lógico, pois a razão é sólida, já a emoção varia de acordo
com o nosso humor, com dia, com a fase em que estamos passando,
depende de fatores externos, a razão já é o contrário está
fundamentada no nosso interior.
Não podemos deixar de levar em consideração o que a
criança tem de berço, a educação dos pais. Pois a criança se dará a
conhecer pelas suas ações ou conduta assim como ela procede em um
jogo amistoso, uma brincadeira vai ser assim que ela se portara em
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qualquer outro campo, seja profissional, familiar, recreativo, social
etc...
Para trabalharmos esses pontos a escalada é uma fortíssima
aliada, pois trabalhamos tudo isso de forma sutil e temos a
possibilidade de intervir até mesmo no que ela tem de berço onde em
muitos casos os familiares não acreditam nela, dizem que ela não
pode, não são capazes, e a escalada resgata isso nela onde a criança
pode vivencia na pratica que ela pode, ela realiza algo por ela mesma
e até pelos outros.
Vale apena ressaltar também como é importante e
intervenção do professor nas aulas quanto aquela criança que é mais
gordinha ou menos habilidosa que sempre é a ultima a ser escolhida,
ou até mesmo fica fora da atividade o professor é que precisa criar
meios para que esta criança seja vista como um individuo importante
no grupo, proporcionar atividades onde sobressaem suas qualidades
positivas e mostrar para o aluno e também para o grupo que ele é
importante.
É neste ponto que o professor encontra na escalada tem uma
vantagem, pois trepar, subir em algo todos conseguem por maior ou
menor tempo podem até não fazer todos iguais, mas todos participam
e todos alcançam o objetivo.
2.2 Cognitivo
O cognitivo talvez seja o ponto mais difícil de se comentar,
pois não temos como mensurar essa capacidade, pois é influenciado
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por vários aspectos em vários sentidos, pois cada criança ao chegar
na fase escolar já tem consigo uma bagagem, A) uma serie de
conhecimentos e costumes que já sofreram influencia desde o seu
nascimento, de como os pais vivem em casa, e estes por sua vez
também tiveram suas influencias. B) do local onde vivem e as
pessoas com que se relacionam (classe social, grau de escolaridade,
envolvimento na sociedade etc.) C) da própria personalidade da
criança, os seus gostos, afinidades, capacidades. Por esse motivo à
criança é um ser único, e deve ser tratada como tal. Almeida em seu
livro nos traz o seguinte texto:
“A criança, um ser em criação. Cada ato é para ela uma
ocasião de explorar e de tomar posse de si mesma; ou para
melhor dizer, a cada extensão a ampliação de si mesma. E
esta operação, executa-a com veemência, com fé: um jogo
contÍnuo. A importância decorre de conquista em conquista
uma vibração incessante.” (ALMEIDA, 1995)
A criança no processo de desenvolvimento ou criação como
diz o texto, necessita de exploração e busca de novas aprendizagens,
onde ela mesma busca novas experiências exemplo: quando
propusermos uma atividade para uma criança no decorrer da própria
atividade ela mesma faz modificações adaptações para que a mesma
não se torne monótona, desmotivante, e é neste momento que
professor-educador deve ter a sensibilidade de perceber na aplicação
da atividade e se antecipar, proporcionando e estimulando e
proporcionando a criança a novas aprendizagens e explorações.
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“Dos sete aos dez anos de idade a orientação do
pensamento da criança e bem mais concreta, porém, menos
imediata.
Surgem
as
primeiras
operações
lógicas
substituindo a intuição. A criança já manifesta grande
compreensão do mundo que a rodeia; seu pensamento é
mais analítico e critico e possível de reversibilidade.Nesta
idade também a criança já e capaz de relacionar coisas e
objetos tamanho, cor, numero, forma, etc. Ela se interessa
por novos conhecimentos, povos, países e pelo próprio
corpo. Manifesta interesse pelos fenômenos de crescimento e
morte. É a idade da razão.
Aos dez anos a inteligência atinge o apogeu e a criança é
capaz de resolver simples operações e problemas mais
complexos de movimento.Segundo Tani e colaboradores, a
criança deve ser orientada no sentido de quando e como
utilizar os movimentos, para que possa raciocinar e não
limita-la
a
intermináveis
repetições
mecânicas.
(RODRIGUES 1997)
A maioria dos estudiosos deste assunto utilizam-se dos
estudos feitos por Piaget e, Vigostsky, pois eles consideram que o
movimento do individuo é fundamental para o seu desenvolvimento
em todos os aspectos, para eles a ação do ser humano na primeira e
segunda infância é e estrema importância para que ele tenha uma
interação com o meio vice-versa.
“A escalada é a atividade física que melhor demonstrou a
solicitação do praticante no que se refere a resolução de
situações problema.” (Souza, 2002)
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2.3 Social
Neste aspecto não podemos perder de vista alguns pontos, o
primeiro é - a necessidade do individuo de realizar os seus desejos, e
a segunda é - as normas que regulam a vida do individuo na
sociedade. Sendo assim percebemos que a cultura tem um papel
muito importante na definição dessas regras, e nos como educadores
precisamos estar atento a esses pontos e levar os nossos alunos a
terem uma consciência dessas regras, e neste ponto a Educação Física
tem muitos a contribuir através de jogos, gincanas, atividades de
estafetas etc...E o terceiro seria o individuo fazendo parte de um
grupo, sentindo-se parte da sociedade.
Freire em seu livro relata que a função do professor na
segunda infância, ou seja, de 07 a 11 anos mais ou menos tem a
responsabilidade não de submeter a criança as regras dos adultos,
mas incentiva-las, e estimulá-las a utiliza-las como um recurso de
convívio em sociedade, pois não significa que a criança de sete anos
já pode compreender totalmente as regras, pois isto depende do
trabalho que foi feito anteriormente a idade escolar. Nesta mesma
visão podemos citar o ponto de vista de RODRIGUES, 1997:
“No plano social, a partir dos sete anos, a criança procura o
„grupo‟, pela necessidade de ajustar-se e ser aceita. Dos
nove aos dez anos prefere o „bando organizado‟, com
códigos e uma escala de valores, que lhe permite adaptar-se
ao grupo e as instituições. Renega os delatores, que
merecem reprovação geral e mesmo exclusão do bando.
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A criança adquire através do relacionamento grupal, a
experiência da reciprocidade e da solidariedade humana.
Aprende a afirmar e defender seus direitos e a ter
responsabilidade, passando de um estado se submissão a um
estado de respeito mutuo.
O papel do adulto não é o de impor uma moralidade externa
e sim levar a criança a refletir e julgar os fatos por si
mesmo.”
Neste aspecto também podemos perceber como a escalada se
torna eficiente para atingir o lado social das crianças, com relação ao
ensino das técnicas vimos que o ensino se aplica de forma
progressiva e adaptado à idade e grau de experiência de cada aluno,
um outro ponto é o reconhecimento dos riscos da atividade, portanto
o aluno fica mais atencioso tanto na segurança dele como dos
companheiros, há também uma maior integração entre os alunos na
verificação do equipamento coletivo e individual pelos próprios
alunos e pelo professor, já que a segurança seria um ponto primordial
para o sucesso da atividade. O professor enfatizando sempre para o
aluno que a segurança é fundamental o aluno se torna mais
concentrado, confiante, corajoso, além de aprender a respeitar o
próximo criando um vínculo que o torna responsável pela vida do
outro, fortalecendo as relações interpessoais, para que isto aconteça
de forma eficiente o aluno vai perceber que ele precisa observar e
respeitar rigorosamente as regras impostas pelo professor.
Vejamos a seguir o que os PCNs diz a respeito da Educação
Física e o social do individuo.
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“Trata-se de compreender como o individuo utiliza suas
habilidades e estilos pessoais dentro de linguagens e
contextos sociais, pois um mesmo gesto adquire significados
diferentes conforme a intenção de quem o realiza e a
situação em que isso ocorre. Por exemplo, o chutar é
diferente no futebol, na capoeira, na dança e na defesa
pessoal, na medida em que é utilizado com intenções
diferenciadas e em contextos específicos; é dentro dele que a
habilidade de chutar deve ser aprendida e exercitada. È
necessário que o individuo conheça a natureza e as
características de cada situação de ação corporal, como são
socialmente construídas e valorizadas, para que possa
organizar e utilizar sua motricidade na expressão de
sentimentos e emoções de forma adequada e significativa.
Dentro de uma mesma linguagem corporal, um jogo
desportivo, por exemplo, é necessário saber discernir o
caráter mais competitivo ou recreativo de cada situação,
conhecer o seu histórico, compreender minimamente regras
e estratégias e saber adapta-las. Por isso, é fundamental a
participação
em
atividades
de
caráter
recreativo,
cooperativo, competitivo, entre outros, para aprender a
diferencia-las “.
Um outro ponto importante é a formação de grupo, os
esportes radicais em especial a escalada, ajuda à criança neste sentido
perante a sociedade como, por exemplo, a linguagem, a vestimenta, o
gosto musical, local de encontro, porque pertencer a um grupo a
criança ou o adolescente se sente inserido na sociedade, ele vê que
faz parte de algo e isso é importante na sua formação como
cidadão.UVINHA destaca também:
“...nos grupos de jovens, o que há de comum é o fato de
todos eles estarem à procura de algo, isto é, de estarem à
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procura de si mesmos..., no grupo, uns se parecem com
outros e nisso se confortam; um é modelo para o outro;
sofrem de angustias semelhantes e na indefinição é que se
encontram; dentro do grupo cada um esta na busca de si
mesmo, e o grupo como unidade existe nesse sentido; o
encontro visa, antes de mais nada, a externalizar os próprios
pensamentos e confronta-los com os demais...o grupo serve
em determinados momentos para firmar a identidade,
...sozinho, estou perdido: juntos, somos forte; é o nós que me
dá sensação de identidade social e, deste modo, me protege
contra a ansiedade”.
Com isso podemos perceber que a escalada esportiva como
conteúdo da Educação Física pode também ser utilizada como
ferramenta de aplicação tanto das regras como no convívio social
entre os alunos.
2.3.1 Influencia dos adultos sobre a criança
Sabendo que o aluno não sofre influência apenas do professor
mais também dos pais e de outros adultos que o cercam, podemos
afirmar que os adultos têm forte influência sobre a vida da
criança.Portanto percebemos o adulto tem um papel importante na
tomada de decisão da criança de praticar ou não algum esporte ou
qualquer outra atividade seja ela qual for. É muito difícil ou
praticamente impossível, tomarmos uma decisão seja ela qual for sem
a interferência de outra pessoa, neste fato o que pesa mais
principalmente para as crianças a opinião de outras pessoas
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principalmente dos pais, tem um peso muito grande, tanto no aspecto
afetivo como financeiro, já que são totalmente dependentes dos pais.
É importante para a criança ter quanto mais cedo possível o
contato com maior numero de modalidades esportivas, pois maiores
serão as chances dela ter um melhor e repleto acervo motor. E este
acervo
poderá
ser
requisitado
posteriormente
em
qualquer
modalidade esportiva através da transferência de aprendizado, ou até
mesmo ser aplicado no seu dia-a-dia, na vida profissional, familiar,
na sociedade em que vive, através das suas atitudes e valores,
conquistados, ou introduzidos, na fase inicial de sua vida (infância).
Este período é muito propicio para a pratica de esporte
principalmente da escalada, de acordo com o que vimos até aqui
vimos que esta modalidade encaixa-se perfeitamente com as suas
necessidades em vários aspectos para um melhor desenvolvimento.
(GALLAHUE, 2002).
Por isso o profissional da Educação Física tem um papel
importantíssimo na vida da criança, proporcionar para que ela tenha
uma ampla vivencia e possa decidir. Levando sempre em
consideração que a vida de atleta é muito curta, porém a vida
esportiva é para toda vida.
2.3.2 Fator financeiro
A economia é um dos fatores que podem comprometer o
desenvolvimento e a pratica esportiva da criança, já que vivemos
num mundo capitalista onde tudo se paga, tudo se compra, o fator
financeiro é um dos itens que contribui para a obesidade o
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sedentarismo tanto em crianças como em adultos, que por sua vez
geram outras doenças, portanto, quando o pai não tem recursos para
colocar o filho em uma academia, clube, escola de esportes etc. A
criança perde a motivação e pode cair no sedentarismo.
Por este fato em muitos casos o dinheiro interfere diretamente
nas decisões do adulto sobre a criança, pois quando o adulto ver que
determinado esporte tem um rendimento financeiro melhor em
muitos casos eles incentivam as crianças de acordo com a
possibilidade do ganho e não pesam muito nas capacidades e
habilidades da criança e muito menos no que ela gostaria de fazer, se
ela se sente bem em praticar esta ou aquela modalidade, deixando de
lado a possibilidade que a criança pode se dar muito melhor tanto
financeiramente como se realizar como pessoa em uma modalidade
que ela realmente tenha mais afinidade.
O fator financeiro é um outro ponto em que o professor deve
pensar também, já que a maioria das escolas que temos são publicas,
onde grande parte da população não tem grandes rendimentos onde o
professor com um pouco de criatividade e boa vontade pode
proporcionar para os alunos experiências como trepar que é
fundamental na escalada em diversas situações e ocasiões utilizandose de cordas, trave do gol, grade ao redor da quadra, corrimão de
escadas, espaldar etc. coisas que facilmente existem nas escolas
publicas, despertando nos alunos o interesse pela escalada.
2.3.3 Fator Cultural
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Um outro ponto que interfere na decisão desses adultos e
conseqüentemente na criança também é o fator cultural, pois parece
que no mundo em que vivemos se não fizermos o que a maioria das
pessoas faz, ficamos para traz, não estamos encaixados na sociedade,
e neste ponto temos uma grande influencia dos meios de
comunicação na vida das pessoas.
2.3.4 Meios de Comunicações
A ênfase dada a uma determinada modalidade pela mídia ou
pelo valor financeiro que ela retorna para o atleta interfere
diretamente em outras modalidades e também no surgimento de
atletas nestas modalidades.Vejamos alguns exemplos: Quando atletas
se destacaram no tênis, natação, boxe como ocorreu há alguns anos
atrás houve uma maior demanda de alunos nessas modalidades uma
grande explosão de alunos nas academias. Vimos com isso dois
pontos o positivo onde a mídia divulga o esporte embora em muito
menor escala em relação ao futebol e outro negativo onde da ênfase
só quando um atleta se destaca. Com isso observamos que as pessoas
vão ficando sem personalidade, sem opinião própria fazendo o que os
meios de comunicações impõem, dando desta forma um grande poder
para esses meios criando desta forma uma sociedade do modismo que
sempre muda, onde sempre começam projetos e não os terminam,
porque na época em que começou era moda e depois passou a não ser
mais.
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Um outro exemplo: É quando uma emissora de televisão
colocou em um de seus programas diários a participação de
capoeirista foi também um modismo nas academias de capoeiras
sendo muito procuradas, mais depois de um tempo a mídia muda
novamente e no geral às pessoas também mudam.
O papel da mídia também propicia o aumento do custo dessas
modalidades esportivas, pois ela tem o poder de exaltar ou de afundar
uma modalidade, e não somente isso, mas, por exemplo: Ela mostra a
historia de uma meia dúzia de jogadores de futebol que obteve
sucesso saindo da periferia e indo jogar nos clubes da Europa, sendo
que isto ocorre com uma minoria, mesmo dentro do futebol onde as
crianças ficam iludidas pensando somente em um esporte, e que um
dia serão como esse jogadores, deixando muitas vezes até e irem as
escolas ou nem mesmo saber que tem um grande potencial para
outros esportes, que podem proporcionar grande prazer e satisfação.
Um outro problema que a mídia traz, são as propagandas de
fast food, refrigerantes e outros que levam as pessoas principalmente
as crianças a consumir-los e piorar a saúde ficando cada vez mais
sedentárias e obesas.
Por esse e outros motivos nós como educadores precisamos
conscientizar e dar condições para os nossos alunos de terem um
olhar critico sobre as coisas que acontecem ao seu redor, e que eles
tenham a consciência do que eles têm e são capazes de realizar e
terem a certeza de que quando uma pessoa é boa no que faz não
importa a área, ela vai se dar bem.
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2.3.5 O papel do professor educador
Sabemos que os jogos e o esporte são importantes e
necessários na formação do individuo e para o seu desenvolvimento.
Nós como educadores temos a responsabilidade de identificar no
âmbito pessoal de cada aluno como cada um reage diante da
participação, aprendizado, ganhar ou perder (competição), integração
e sociabilização, nos anos escolares que o ajudarão na formação
como cidadãos ativos em nossa sociedade futuramente.
“Dos oito aos dez anos, as formas básicas do nível anterior
adquirem, gradativamente, uma forma técnica e se
convertem em destrezas especificas. Por exemplo, a forma
básica „saltar‟ que a criança executa de forma global e
natural, sem uma técnica especifica, pode se transformar
num salto em altura com estilo.
Em virtude do maior fortalecimento dos membros, a criança
já tem possibilidade de sustentar o próprio corpo, assim
como ajudar e apoiar um companheiro, iniciando o trabalho
com destrezas técnicas (rolamentos, estrelas, saltos no
plinto, trepar, etc.)
As aulas não devem ser dinâmicas e sem formalidades, com
técnicas simples e grande variedade de exercitações, para
estimular o imediato desejo de aprender, tão acentuado
nesse faixa etária. Embora não existam diferenças
acentuadas entre o rendimento dos meninos e das meninas,
as aulas não devem sr mistas, pois os interesses são
diferenciados. As meneias se interessam mais pelos
movimento arredondados, graciosos e rítmico, enquanto que
os meninos preferem jogos e movimentos mais violentos.
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O método de trabalho mais indicado é ainda „soluçãoproblema‟, que possibilita a criatividade e leva a criança à
conquista do estilo próprio.”(RODRIGUES 1997)
Por esse e outros motivos nós como educadores precisamos
conscientizar e dar condições para os nossos alunos do que eles são
capazes e terem a certeza de que quando uma pessoa é boa no que faz
não importa a área, ela vai se dar bem.
A valorização de uma determinada modalidade seja pela
mídia ou pelo valor financeiro que ela retorna para o atleta, interfere
diretamente em outras modalidades e também no surgimento de
atletas nestas modalidades.
Vale apena ressaltar também como é importante e
intervenção do professor nas aulas quanto aquela criança que é mais
gordinha ou menos habilidosa que sempre é a ultima a ser escolhida,
ou até mesmo fica fora da atividade o professor é que precisa criar
meios para que esta criança seja vista como um individuo importante
no grupo, proporcionar atividades onde sobressaem sua qualidades
positivas e mostrar para o aluno e também para o grupo que ele é
importante.
É neste ponto que o professor encontra na escalada tem uma
vantagem, pois trepar, subir em algo todos conseguem podem não
fazer todos iguais, mas todos participam e todos alcançam o objetivo.
2.4 MOTOR
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Ainda são poucas as pesquisas na área de escalada esportiva,
mas podemos verificar que do ponto de vista físico-motor há um
fortalecimento muscular, articular e ósseo muito grande nos alunos,
principalmente de membros superiores e tronco. A coordenação
motora também é bastante beneficiada, pois permite ao praticante
uma melhor, noção de limite dos movimentos do seu corpo, ajuda
também na lateralidade, possibilitando desta forma uma melhor
compreensão da sua corporeidade.
“Sobre tudo para os meninos, raramente uma cerca ou uma
arvore é muito alta, uma ribanceira muito íngreme ou um
decurso de movimento muito difícil. Eles querem testar sua
habilidades e certificar-se de seu poder no jogo ou na
competição.
As meninas também não ficam muito atrás dos meninos,
nesta fase. Este é especialmente o caso quando elas fazem
parte de um grupo de brinquedo formado de modo
preponderante por meninos. Jogos e brincadeiras comuns
entre meninos e meninas até os 10 e 11 anos ainda são
muitos. Uma diferenciação especifica, mais acentuada do
sexo nos jogos somente é verificada no final da terceira
idade escolar.”(MEINEL, 1994)
Segundo Meinel podemos ver que a escalada também não faz
distinção dos alunos quanto ao sexo, pois meninos e meninas podem
fazer aulas no mesmo espaço, com os mesmos equipamentos e
técnicas, pois nesta fase da segunda infância não diferem muito em
força uns dos outros.
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“Qualquer programa de Educação Física deve, antes de
mais nada, para que seus objetivos sejam alcançados,
respeitar as características, necessidades , e interesses das
pessoas nele envolvidas.” (Oliveira)
De acordo com Oliveira podemos observar que a escalada
pode fazer parte do programa de educação Física escolar, pois ela
atende as necessidades da criança do adolescente do adulto já que
nesse esporte não se usa implemento de carga sendo a carga apenas o
peso do próprio corpo, contribuindo muito para o desenvolvimento
de força principalmente dos membros superiores, onde cada
individuo independente da idade pode participar dessa atividade
adequando-a as suas necessidade e interesses pessoais ou em grupo,
embora o professor possa estabelecer objetivos mais específicos
como evidencias cientificas ou ainda utilizar a escalada para melhorar
uma outra habilidade qualquer que possa ser requerida em outra
modalidade.
Pois de acordo com MELO se a criança não for estimulada ou
se o fizerem de forma errada trará grandes conseqüências para a
criança.
“Toda criança deve ser estimulada a praticar atividades
compatíveis com sua idade e capacidade, e a falta de
estimulação
durante
a
infância
trará
uma
perda
considerável na maturação funcional”.
Segundo os PCNs pratica da Educação Física na escola
poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as próprias
atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as
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potencialidades e limitações e sabendo distinguir situações de
trabalho corporal, que podem ser prejudiciais, por exemplo: Que a
taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares vem aumentando e
entre os principais fatores de risco estão a vida sedentária e o
estresse.
“Aprender a movimentar-se implica planejar, experimentar,
avaliar, optar entre alternativas, coordenar ações do corpo
com objetos no tempo e no espaço, interagir com outras
pessoas, enfim, uma serie de procedimentos cognitivos que
devem ser favorecidos e considerados no processo de ensino
aprendizagem na área de Educação Física. E embora a ação
se
processa
em
frações
de
segundo,
parecendo
imperceptível, ao próprio sujeito, que houve processamento
mental. È fundamental que as reflexão e discussão sobre as
experiências corporais, estratégicas e grupais que as
praticas da cultura corporal oferecem ao aluno”. (PCNs.
pág. 34)
Art. 32. Inciso III - o desenvolvimento da capacidade de
aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
habilidades e a formação de atitudes e valores;
Se atentarmos para os textos acima podemos perceber que a
escalada esportiva pode proporcionar para os nossos alunos boa parte
do que é pedido pelos PCNs.
A Escalada Esportiva pode ser vista através da Abordagem
Construtivista-Interacionista e conforme DARIDO (1998) afirma:
“A prática da escalada esportiva nas aulas de educação
Física oferece situações não habituais audaciosas e com
segurança, o aluno pode praticar uma motricidade
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autêntica, global ou até mesmo lúdica; aprende também a se
organizar no espaço tridimensional, consegue visualizar que
ela faz parte de um mundo que ela ocupa um determinado
espaço, tanto na sociedade como no grupo”.
2.4.1 Aptidão física
É definida por aptidão física a capacidade de realizar
trabalhos musculares de forma satisfatória
Hoje em dia fala-se muito neste termo aptidão física, porém
não é tão simples assim, a aptidão física esta relacionada a uma serie
de fatores como, saúde, resistência cardiorrespiratória, tônus
muscular, flexibilidade, capacidades motoras e esta por sua vez esta
ligada a genética, ou seja, a composição da massa corporal, também
podemos citar fatores como o nível constante de atividade física, a
alimentação etc.
Vários são os fatores que podem influenciar a aptidão física
do individuo, segundo Mattos e Neira, mesmo que uma pessoa seja
ativa nos seus afazeres do dia a dia ela precisa separar um tempo
regular para fazer exercícios físicos se quiser obter uma melhora na
sua aptidão física.
“A aprendizagem dos gestos técnicos é fator adquirido, que
modifica os comportamentos motores do individuo, que, com
a automação, traz uma estabilidade no desempenho motor”.
(MELO, 1999)
Na escalada a criança vai fazer os gestos técnicos utilizandose da sua força com o elemento do peso do seu próprio corpo, que
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segundo alguns pesquisadores o ideal para crianças é que não se
trabalhe força utilizando implementos, podemos citar também que a
criança vai desenvolver um pouco mais da sua atenção, pois apesar
de estar presa por uma corda ela não pode descuidar, pois a
impressão que se tem e que vai cair realmente, o raciocínio, pois já
que é um trabalho de força ele não consegue ficar por muito tempo
em uma mesma posição, tendo que mudar constantemente, por esse
motivo ela deve saber quais as agarras ela vai utilizar antes de
começar a subir, com esse processo ela aprende também a lidar com
imprevistos, pois nem sempre o que ela visualizou antes vai
realmente funcionar na pratica.
3ª PARTE
1 - COMO TRABALHAR A ESCALADA
É importante que o professor faça uma adaptação e/ou até
mesmo um mescla nas aulas e utilize materiais conhecidos dos alunos
como espaldar, plinto, grade ao redor da quadra (se houver) corrimão,
trave do gol, cordas, mesas, cadeiras, se o professor conhecer muito
bem a turma pode ate desenvolver um trabalho em grupos mínimo de
três onde dois ficam de apoio e o outro sobe utilizado os colegas de
apoio e fazendo um revezamento entre eles, e também materiais
específicos da escalada como paredes com agarras enfim são
inúmeras as possibilidades que o professor tem para aplicar a
escalada na escola.
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Num trabalho apresentado no congresso em Jundiaí Nas
escolas públicas brasileiras a cultura da bola (futebol, voleibol,
handebol e basquetebol), é a que mais se destaca dentro dos
conteúdos da educação física, o presente estudo revela novas
possibilidades.
A proposta apresentada foi a iniciativa do professor Renato
Eduardo Galon, na Escola Estadual de Segundo Grau Antonio
Francisco Redondo, localizada na periferia do município de São
Paulo, no ano de 1998, mostrou que as aulas podem ser diferentes em
vez de só bola e quadra. O professor implantou na escola entre muitas
coisas uma parede de escalada, atividade esta geralmente encontrada
nas escolas privadas. Para cumprir esse projeto o professor precisou
se unir com os alunos para comprar materiais necessários consultar
especialistas e literalmente colocar a mão na massa, dando desta
forma uma nova Educação Física para os alunos daquela escola.
Um outro ponto é o que diz os PCNs:
"uma aula de Educação Física deve privilegiar a
aprendizagem
do
movimento,
embora
possam
estar
ocorrendo outras aprendizagens em decorrência da prática
das habilidades motoras" e ainda "sua função não é
desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e o
pensamento lógico-matemático, embora tal possa ocorrer
como um subproduto da prática motora”. (PCNs.)
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No Art. 35 Inciso IV da L.D.B. “a compreensão dos
fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”.
Se fizermos a junção dos dois pontos acima para coloca-los
na pratica em nossas aulas veremos que a escalada esportiva é uma
excelente ferramenta para o professor trabalhar os temas transversais
como meio ambiente em que o aluno terá consciência da preservação
do meio onde vive, interdisciplinar, levando o aluno a obter
conhecimentos que vão além daqueles normalmente adquiridos nas
práticas desportivas, como conhecimentos de história, geografia,
geologia e ecologia. Pois a escalada na escola não se limita somente a
muros ou paredes estes apenas tornam a atividade mais segura e fácil
para a prática cotidiana das aulas. Dependendo dos alunos que o
professor tenha e da instituição em que trabalha o professor pode ir
além dos muros e descortinar um novo mundo para seus alunos. Um
outro ponto positivo que a escalada proporciona é a atenção do aluno
voltada para a aula evitando desta forma a dispersão dos alunos
2 - EQUIPAMENTOS
Citaremos nesta seção apenas os utilizado nas aulas dentro da
escola.
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1
6
9
3
7
8
10
12
1-
2
4
5
11
13
Sapatilha utilizada para facilitar o escalador apoiar os pés
em pequenas superfícies;
2-
Corda é o elo se segurança do escalador em altura;
3-
Cadeirinha é o equipamento que prende o escalador a
4-
Mosquetão utilizado para prender a corda na cadeirinha e
corda;
também nas ancoragens durante a escalada;
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5-
Saco para magnésio que é muito utilizado quando as
mãos ficam suadas, o magnésio faz secar a mão proporcionando uma
maior aderência;
6-
Fita expressa e circular, utilizadas para ancoragem
juntamente com os mosquetões, e também como auto-seguro do
escalador;
7-
Costura é utilizada no decorrer da escalada onde o
escalador consegue através dela diminuir a distancia da corda
diminuído desta forma a distancia da queda
8-
Cordelete utilizado com determinado nó para fazer
ascensão pela corda e também pode substituir a fita;
9-
ATC é um tipo de freio manual
10- Gri-Gri é um tipo de freio automático
11- Oito é um tipo de freio manual;
12- Chapeleta é utilizada na parede ou rocha para colocar a
costura ou fazer uma ancoragem;
13- Ps tem as mesmas funções da chapeleta também é
utilizado na parede ou rocha para colocar a costura ou fazer uma
ancoragem;
3 - TÉCNICAS
A atividade mais eficiente, segundo Hyder (1999), é a de
“travessia”, que consistia em atravessar a parede partindo de uma
ponta até a outra. A maioria das atividades propostas por autores e
escaladores propõe trabalhar a escalada com crianças em paredes
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largas, para que elas possam fazer travessias, sendo esse um meio
mais eficaz do que as paredes altas e estreitas. A razão por essa
preferência é que em paredes largas é possível trabalhar com um
numero maior de alunos ao mesmo tempo, não existindo a
necessidade de utilizar equipamentos, além de que a travessia
estimula muito a inteligência espacial da criança, principalmente com
relação a lateralidade. Desta forma, muitas atividades e jogos são
desenvolvidos com as crianças se movimentando para os lados. Mas
podemos utilizar também técnicas de altura, sendo necessário
equipamentos específicos da escalada.
”A Escalada consiste em um conjunto de diferentes jogos,
com diferentes regras”. (BECK, 2002).
Embora as aulas possam ter o caráter lúdico e a maioria das
atividades, serem apresentadas em forma de jogos, algumas regras
são necessárias para a prática da escalada na escola, como, por
exemplo, não andar ou escalar embaixo de alguém que esteja
escalando, no caso de usar equipamentos como corda, cadeirinhas,
mosquetões
e
freios,
deve-se
sempre
ter
uma
integração,
comunicação entre os indivíduos para que haja total segurança de
ambas as partes. Se houver alguma dúvida o aluno deve sempre
questionar o professor com isso os alunos vão se tornado cada vez
mais conscientes no aspecto de segurança.
4 – NÓS
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Existem milhares de nós, o importante é saber com destreza
confeccionar alguns, pois poderão ser utilizados na falta de alguns
equipamentos, e alem disso o aluno pode verificar outras
aplicabilidades no seu dia-a-dia, vejamos a seguir:
A)
B)
A) oito simples B) oito duplo, estes nós podem substituir os
mosquetões para se prender a corda na cadeirinha, ou ainda para
prender a corda em um ponto fixo.
C)
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C) uiaa, pode substituir os freios, pois ele possibilita que uma
das pontas da corda deslize enquanto a outra, exerce um atrito para
que o individuo tenha o controle da velocidade desse atrito.
D)
D) fiel, se verificarmos é muito semelhante ao anterior, a
diferença esta na funcionalidade, pois enquanto o anterior deslizava
uma das pontas este tem as duas pontas da corda fixa possibilitando a
utilização de duas pessoas uma em cada ponta se for necessário, ou
uma outra aplicabilidade que venha a ser necessário este tipo de nó.
E) pescador, é muito utilizado para emendar duas pontas de
cordas onde se quer um nó seguro.
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F) nó do fita, é utilizado quando o individua queira ter uma
cinta, por exemplo, com a utilização de u mosquetão junto pode-se
prender a cinta na cadeirinha e o mosquetão prende o individuo numa
ancoragem (para num determinado ponto da escalada)
G) prussik, é utilizado para fazer uma ascensão pela corda.
Imagens tiradas do site www.casadascordas.com.br
CONCLUSÃO
Sabendo de todos esse benefícios podemos verificar que a
escalada ajuda na formação do aluno tanto na sua vida escolar como
na sua formação como cidadão, pois ele sempre estará em contanto
com outras pessoas, seja nos anos escolares e mesmo depois destes.
Além de contribuir de forma excepcional para o seu desenvolvimento
nos quatro aspectos: afetivo ela aumenta sua auto-estima onde ela
percebe que pode depender das outras pessoas para realizar algumas
coisas, mas que mesmo assim existem coisas que só ela pode fazer
por ela mesma; cognitivo ela aprende a criar estratégias para alcançar
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seus objetivos, adapta o esporte ao seu biótipo, toma decisões e é
responsável pelas mesmas, não pode culpar o outro pelo resultado,
social ele aprende que não pode fazer o quer, pois as decisões dele
em muitos caso não são isolada, mas afetam os que estão a sua volta;
motor ele contara com um maior acervo motor, tendo uma melhor
aptidão física para desenvolver outras modalidades, conhecendo os
limites do seu corpo.
E para o professor ele estaria valorizando ainda mais o seu
trabalho, além de torna-lo diferenciado dos demais, fazendo com que
os seus alunos tenham maiores e melhores condições de se adaptarem
as outras modalidades facilitando o seu trabalho nos anos posteriores.
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SITES:
www.ceb.org.br
www.casadascordas.com.br
www.akademiamovel.com.br
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