DO TRANSPORTE AO ATENDIMENTO: RESGUARDANDO O DIREITO DO
USUÁRIO À ASSISTÊNCIA HUMANIZADA*
Chirlaine Cristine Gonçalves 1
Andrea Abreu Calista 2
Isabella Maria Filgueira Guedes Piancó 3
Isabella Barros Almeida 4
Ariedney Samylla de Souza Vasconcêlos 5
RESUMO
Introdução: Apesar dos avanços acerca da doença mental, esta permanece obscura perante a
medicina e a sociedade, trazendo dificuldades para a abordagem correta do paciente. A
assistência humanizada exige que a assistência preconceituosa e imperita seja evitada. Esse
trabalho visa identificar a qualidade da assistência prestada pelos profissionais dos serviços de
segurança pública, em relação ao manejo clínico de pacientes em surto psiquiátrico.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida na Emergência Psiquiátrica
da cidade de Campina Grande-PB com profissionais de saúde de nível médio e superior.
Discussão dos Resultados: A maior parcela de profissionais pesquisados encontra-se na faixa
etária acima de 40 anos (37,5%) e é do sexo feminino (75%). No que se refere aos passos para
abordar o paciente em surto, surgiram três categorias: Avaliação da agressividade; Anamnese;
Abordagem verbal. Em relação às modificações para a adequação do manejo dos pacientes,
formaram-se duas categorias: Não utilizar a Policia Militar para essa abordagem; Modificar a
abordagem atual. Acerca da repercussão da abordagem na evolução clínica do paciente,
emergiram duas categorias: Ocasionam agravamento do quadro clínico; Prolongam o tempo
de recuperação do paciente. E em relação à abordagem dos profissionais no surto psiquiátrico,
originaram-se duas categorias: Abordam agressivamente os pacientes; Necessitam de
treinamento para o manejo. Conclusões: A abordagem do paciente em surto psiquiátrico e seu
transporte até uma unidade de saúde exigem dos profissionais, conhecimento para que possa
ser efetivada uma assistência resolutiva, que supra integralmente as necessidades do paciente,
garantindo o direito universal à saúde integral e equânime.
* Parte integrante e inédita do trabalho de pesquisa intitulado manejo clínico durante o transporte de transtornos
mentais em surto: abordando a realidade com profissionais de saúde do serviço de emergência psiquiátrica da
cidade de Campina Grande
1
Enfermeira, doutoranda em ciência e tecnologia, mestre em saúde coletiva. Professora da FCM, coordenadora
do CEP/CESED.
2
Enfermeira, especialista em auditoria, enfermeira do ESF de Guarabira
3
Estudante de enfermagem do quarto período da FCM. Email: [email protected]
4
Estudante do quarto período do curso de enfermagem da FCM. Email:[email protected]
5
Enfermeira coordenadora da Emergência Psiquiátrica de Campina Grande, PB
2
Palavras-chave: Humanização; Transporte e Ética.
1 INTRODUÇÂO
A doença mental pode ser compreendida como uma variação mórbida do normal,
podendo trazer prejuízo no desempenho global do individuo, manifestando-se por delírios,
alucinações, confusão e déficit de memória1. Esta pode derivar-se de vários fatores causais
entre eles estão os biológicos (propõe disfunções anatômicas e fisiológicas), os distúrbios
mentais (propõe as inexatidões déficits do conhecimento ou consciência), psicodinâmica
(sugere conflitos intrapsiquicos e deve surgir de desenvolvimento), ambiental (propõe
estressores e respostas ambientais adversas)2.
Apesar de todos os estudos feitos em volta da doença mental, essa patologia ainda
permanece não muito clara perante a medicina, mas é perfeitamente observada pela
sociedade, pois os portadores destes distúrbios apresentam comportamentos fora daqueles
considerados normais.
No decorrer da história, os portadores de doença mental eram vistos como possuídos
por espíritos demoníacos ou, então, como alguém que sofria de um desvio de caráter que os
tornava indignos do convívio social. Vistos com aversão e animosidade, os doentes eram
assim excluídos das cidades e vilas, juntando-se em bandos de “lunáticos” que passaram a
sobreviver através de pequenos furtos ou mendicância e aterrorizavam o público com seus
comportamentos bizarros. Com a finalidade de não perturbarem a paz da população muitos
desses doentes foram confinados e presos3.
Com a Reforma Psiquiátrica houve o rompimento da ciência que tinha como
elementos norteadores a objetivação do fenômeno da loucura e a patologização dos
comportamentos humanos, e passou a ser focalizado o modo de viver e sentir o sofrimento do
sujeito, buscando mudanças para que este pudesse interagir socialmente4.
Porém, o comportamento geralmente considerado anormal e visto como ameaçador
pelas demais pessoas da sociedade trazem dificuldades que a sociedade nem sempre está
preparada para enfrentar o que ocasiona verdadeiros problemas, devido a falta de
entendimento por parte da sociedade e dos próprios profissionais responsáveis direta ou
indiretamente por esses portadores de distúrbios mentais, como no caso dos Policiais
Militares que passam a ser responsáveis pelo manejo desses pacientes até a Unidade de
Referência Psiquiátrica, por serem geralmente a primeira alternativa para conter e transportar
os pacientes em surto.
3
Em função disso é que se percebe a importância de uma maior integração entre os
Serviços de Assistência Psiquiátrica e o Serviço de Segurança Pública Militar, para uma
humanização mais eficaz, que venha proporcionar um maior conhecimento técnico a esses
profissionais responsáveis pelo manejo dos portadores de transtornos mentais, evitando uma
assistência inadequada e maus-tratos sofridos por esses usuários durante esse manejo.
Assim, esse trabalho visa identificar a qualidade da assistência prestada pelos
profissionais dos serviços de segurança pública da cidade de Campina Grande (em especial, a
Polícia Militar), em relação ao manejo clínico durante o transporte de pacientes portadores de
transtornos mentais em surto, nas concepções dos profissionais de saúde que atuam no serviço
emergencial psiquiátrico, referência para o acolhimento dos casos.
Nos primórdios da psiquiatria os portadores de transtorno mental eram visto com
aversão pela a sociedade, o que hoje apesar de todas as mudanças ocorridas com a Reforma
Psiquiátrica, permanece ainda no meio social e entre os profissionais responsáveis a lidar com
esses pacientes5.
Observa-se que o Estado tem se distanciado, de sua obrigação de promover o bem
estar social dos portadores de sofrimento psíquico, não garantindo a estes o direito universal,
integral e equânime à saúde. Além disso, os direitos à assistência médica de boa qualidade, à
dignidade, respeito e consideração, e de ser tratado com competência, recebendo pronta
atenção são violados quando é feita uma intervenção preconceituosa e agressiva aos pacientes
psquiátricos, mesmo àqueles que se encontram em surto, devendo ser conduzida uma reflexão
conjunta sobre a atuação de todos os profissionais para que estes repensem acerca das suas
condutas e a efetivação de um cuidado integral e resolutivo seja alcançada.
2 METODOLOGIA
A pesquisa desenvolvida teve como alicerce a pesquisa qualitativa. A escolha pelo
método qualitativo se deu por permitir descrever a complexidade de determinado problema,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais e contribuir no
processo de mudança de determinado grupo6.
Este estudo é parte integrante da pesquisa intitulada: Manejo clínico durante o
transporte de pacientes portadores de transtornos mentais em surto: abordando a realidade
com profissionais de saúde do serviço de emergência psiquiátrica da cidade de Campina
Grande, sendo de caráter inédito, a mesma foi desenvolvida na Emergência Psiquiátrica da
4
cidade de Campina Grande-PB. Sendo constituída por profissionais de saúde de nível médio e
superior que exercem suas atividades profissionais na referida instituição.
Os dados foram analisados através da análise do conteúdo, pois segundo Bardin
(1997), a análise de conteúdo é uma técnica de investigação que faz parte de uma descrição
objetiva e sistemática do conteúdo das comunicações, tendo uma organização própria no
procedimento da análise, que permite deduzir conhecimentos relativos às condições de
produção/recepção das mensagens7.
Para operacionalização da pesquisa, o projeto foi submetido à apreciação do Comitê
de Ética em Pesquisa CESED seguindo as diretrizes emanadas da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as normas aplicadas a pesquisas que envolvem
direta ou indiretamente seres humanos8.
3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Participaram do estudo, profissionais de saúde que exerce suas atividades na
Emergência Psiquiátrica, estando 37,5% na faixa etária acima de 40 anos 25% demais com
menos que 30 anos , 25% entre 30 e 35 anos e 12,5% entre 36 e 40 anos.
Observa-se que a amostra possui profissionais em uma faixa etária de provável
maturidade, o que pode ser avaliado sob duas vertentes. Os profissionais podem ser mais
experientes para reconhecerem uma abordagem adequada voltada para os portadores de
sofrimento psíquico em surto, assim como podem influenciar a abordagem com concepções
conservadoras advindas de estereótipos pautados em visões preconceituosas que se
propagaram pelas gerações.
Os profissionais são predominantemente do sexo feminino (75%). Esse fator abordam
claramente a associação direta e a predominância do gênero feminino nos cuidados de saúde9.
3.1 Análise Qualitativa
No que se refere aos passos para uma abordagem adequada de um paciente em surto,
surgiram três categorias: Avaliação da agressividade; Anamnese; e Abordagem verbal.
Categoria I: Avaliação da agressividade
5
As emergências psiquiátricas são definidas como sendo qualquer situação que envolva
risco para o paciente e aqueles que estão a sua volta, necessitando de uma intervenção
terapêutica rápida e eficaz, para prevenir que seu comportamento, muitas vezes agressivo,
ocasione complicações para estes e/ou a equipe de saúde que realiza sua abordagem, exigindo
uma avaliação minuciosa quanto aos riscos em potencial10. É o que encontra destacado no
seguinte discurso.
“Observar seus movimentos quanto à agressividade”.
Profissional 03
Os pacientes em crise, geralmente, possuem mecanismos de enfretamento menos
eficazes, nesses momentos atos de agressão ou violência física são frequentes, necessitando
de um manejo adequado para o comportamento apresentado, evitando, assim, que haja
sequelas após o retorno para o estado anterior à crise e que outras pessoas sejam afetadas pela
agressividade apresentada pelo paciente2.
Categoria II: Anamnese
Conhecer as razões que motivaram o estado de crise do paciente se faz necessário
para guiar as condutas terapêuticas eficazes para reverter seu estado psíquico para aquele
anterior à crise10. É importante que, mesmo em estado de surto, o paciente seja ouvido antes
dos familiares, para que um vinculo maior seja firmado, e possam realmente ser reconhecidos
os fatores predisponentes da crise, de acordo com esse preceito é que o Profissional 04,
destaca.
“Caso ele não ofereça risco devemos conversar com este para colher
informações e identificar o motivo do surto”.
Profissional 04
A entrevista/anamnese é o principal recurso terapêutico a ser utilizado pelos profissionais para
lidar com os pacientes, devendo ocorrer através de uma linguagem verbal e não-verbal
compreensível que possa facilitar a obtenção de dados da vida do paciente e do seu estado
atual, para que as demais fase do processo cuidativo sejam realizadas com êxito11.
6
Categoria III: Abordagem verbal
A principal ferramenta para os profissionais de saúde aproximar-se de forma a
conseguir a confiança do paciente psiquiátrico, é a escuta adequada de suas queixas, que
mesmo que sejam aparentemente bizarras devem ser registradas e consideradas na sua
abordagem terapêutica10.
O Profissional 07, revela a importância do diálogo entre usuários e profissionais do
discurso a seguir.
“Tentar ter um diálogo de confiança entre nós e o usuário”
Profissional 07
Com frequência os profissionais de saúde e familiares ouvem as queixas e concepções
dos pacientes psiquiátricos, mas não as escuta, ou seja, há uma atenção fingida para com o
paciente, e isso pode dificultar os vínculos necessários para um convívio adequado entre
estes, o que pode dificultar a estabilização do paciente, especialmente quando este se encontra
em surto12.
Quando questionados sobre os serviços públicos chamados pela população para o
transporte dos pacientes em surto até o serviço de emergência, houve unanimidade dos
profissionais quanto à opção da comunidade por chamar a Polícia Militar para fornecer esse
suporte, no que se refere aos profissionais desse serviço público saberem manejar
adequadamente os pacientes psiquiátricos em surto, os profissionais de saúde permaneceram
unânimes a afirmar que não, e as justificativas para essa afirmação deram origem a duas
categorias: Abordam agressivamente os pacientes; e Necessitam de treinamento para o
manejo.
Categoria I: Abordam agressivamente os pacientes
As concepções errôneas acerca da doença mental que se originaram pela sua não
aceitação perante a sociedade, ainda persistem e interferem na postura de muitas pessoas
frente à exteriorização do sofrimento psíquico, e mesmo aqueles que convivem
constantemente com a necessidade de atenderem às demandas desses pacientes, geralmente
sofre influências destas na realização da sua abordagem. É o que apresenta o posicionamento
7
do Profissional 04, que afirma que alguns profissionais que conduzem os pacientes ao serviço
de Emergência Psiquiátrica promovem uma assistência deficitária.
“São agressivos, não sabem contê-los, causam geralmente ferimento nos pulsos
devido às algemas”.
Profissional 04
A agressividade dos profissionais geralmente denota falta de confiança básica em si
próprio e de conhecimentos adequados sobre a doença mental, geralmente é realizada para
demonstrar superioridade em relação aos demais, contrariando os direitos do paciente2. Os
casos de agressão física e censura contra pacientes psquiátricos devem ser denunciados às
autoridades competentes por constituírem atentado contra a dignidade humana e contrariem
os princípios de igualdade e universalidade garantidos legalmente para todos os cidadãos13.
Categoria II: Necessitam de treinamento para o manejo
A abordagem domiciliar de um paciente em crise proporciona maiores risco para o
paciente terceiro devendo ser realizado por uma equipe de profissionais treinados e
capacitados e treinados para tal atribuição14.
Para os profissionais participantes da pesquisa, falta para os profissionais dos serviços
públicos treinamento especializado para o manejo de pacientes em surto, como ressalta o
discurso a seguir:
“Porque deveriam passar por treinamentos para obter conhecimento sobre o
procedimento correto”.
Profissional 05
O conjunto de conhecimentos pode fornecer o reconhecimento da atuação de uma
profissão, proporcionando meios que permitam o desempenho seguro das suas atividades,
dando aos profissionais independência, competência e responsabilidade e aos pacientes um
cuidado qualificado e direcionado para as suas necessidades.
No que concerne à repercussão ocasionada pela abordagem dos profissionais dos
serviços de segurança pública para a evolução do estado do paciente, foram formadas duas
8
categorias: Ocasionam agravamento do quadro clínico; e Prolongam o tempo de
recuperação do paciente.
Categoria I: Ocasionam agravamento do quadro clínico
A abordagem incorreta dos pacientes em surto é um fator de fundamental importância,
pois esta pode vim a repercutir no quadro clínico ocasionando um agravamento do estado de
crise, como ressalta o profissional 04.
“Como os pacientes ficam amedrontados, acabam tornando-se mais agressivos
ao chegar à unidade, agravando o estado da crise psiquiátrica e comprometendo
seu prognóstico clínico”.
Profissional 04
Quando a equipe de profissionais são chamadas para o atendimento domiciliar de um
paciente psiquiátrico em surto, geralmente o encontra agitado ou violento e assim, estabelecer
uma rápida aliança terapêutica deverá ser a primeira alternativa, sendo necessário que o
profissional apresente-se tranqüilo e sob controle, aborde verbalmente o paciente de forma
calma, sem expressa julgamentos, explique as intervenções que serão realizadas, posicione de
forma adequada em relação ao paciente transmitindo-o segurança através de uma postura
confiante14.
Categoria II: Prolongam o tempo de recuperação do paciente
As intervenções realizadas com o paciente em crise devem constituir uma terapia
breve e ativa e eficaz, que possa facilitar à restauração do nível de funcionamento psicológico
anterior a crise, para que esse objetivo seja alcançado é necessário que toda abordagem ocorra
de forma adequada, caso contrario, os demais passos para a recuperação do paciente estarão
comprometidos, prolongando o tempo para a sua recuperação2. Como afirma o profissional 05
“Repercutindo no tempo do tratamento”.
Profissional 05
9
Nesse contexto, observa-se a importância de se ter uma equipe de profissionais
capacitados para a realização do transporte dos portadores de transtorno mental em surto, pois
a forma de abordagem adequada desses irá facilitar a evolução do seu quadro clinico,
diminuido a sua estadia no serviço, por contribuir para a continuidade da assistência prestada
pelos profissionais de saúde.
Em relação às modificações necessárias para a adequação do manejo e do transporte
dos pacientes, as afirmativas dos profissionais do serviço da Emergência Psiquiátrica
proporcionaram a formação de duas categorias: Não utilizar a Policia Militar para essa
abordagem; e Modificar a abordagem atual.
Categoria I: Não utilizar a Polícia Militar para essa abordagem
Demonstrando a preocupação de haver uma equipe especializada no cuidado dos
pacientes psiquiátricos, é que o Profissional 01 afirma a necessidade de utilizar outro serviço
para o transporte e manejo para o paciente em surto, como se observa no discurso em
sequência.
“Não deve ser utilizada a Polícia como meio de transporte”.
Profissional 01
A abordagem clinica de pacientes psiquiátricos necessita de grande capacitação dos
profissionais para que a atuação seja realmente voltada às necessidades dos pacientes, que
apresentam características diferenciadas, especialmente quando encontram-se em situação de
crise psíquica, quando estes demonstram comportamento que requer atenção especial dos
profissionais que os atendem.
Categoria II: Modificar a abordagem atual
O manejo de pacientes psquiátricos exige que tanto a manipulação do ambiente quanto
a do paciente esteja em conformidade com as novas concepções trazidas pela Reforma
Psiquiátrica, abordando o paciente como um ser biopsicossocial que precisa ter suas
necessidades supridas, no entanto tem sido observado que nem todos os profissionais estão
preparados para essa atuação.
10
Nesse sentido, os profissionais demonstraram como necessidade, para melhorar a
abordagem e o transporte dos pacientes psquiátricos em surto, a modificação na abordagem
atualmente utilizada, como se observa a seguir.
“Modificar a forma de abordagem aos usuários”.
Profissional 05
O preconceito e a desinformação acerca da doença mental continuam perceptíveis no
relacionamento entre a sociedade em geral e os pacientes psquiátricos, quando o paciente
encontra-se em um surto psiquiátrico essas manifestações sociais tornam-se ainda mais
evidentes através do medo do desconhecido diante da crise apresentada pelo paciente. Esses
preceitos rotineiramente se manifestam na insegurança apresentada pelas pessoas que
necessitam lidar com os pacientes, gerando, ocasionalmente, uma abordagem errônea da
situação que pode desencadear agravamento do quadro apresentado.
4 CONCLUSÕES
A abordagem do paciente em surto psiquiátrico e seu transporte até uma unidade de
saúde exigem dos profissionais, dedicação e conhecimento, pois essas situações necessitam de
uma abordagem adequada para promover segurança ao paciente e facilitar a continuidade da
assistência que será prestada, para assim, não promover agravamento do quadro clínico do
paciente contribuindo para o retorno mais precoce do paciente para o estado anterior à crise.
Refletir continuamente sobre os serviços prestados, visando aperfeiçoar a atuação
profissional é uma necessidade constante em todas as profissões, especialmente naquelas que
envolvem situações que podem fugir totalmente ao padrão das demais.
Uma das grandes alternativas é o aprimoramento profissional através da capacitação e
busca contínua por conhecimentos, que constitui uma proposta viável que possui grande
potencial para modificar as práticas realizadas pelos profissionais, para que possa ser
efetivada uma assistência resolutiva e que supra integralmente as necessidades do paciente,
promovendo assim a garantia dos direitos universais à saúde integral e equânime.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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psiquiátricas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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