XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE DE
UMA SOCIEDADE DE GARANTIA DE
CRÉDITO
Joversi Luiz de Rezende (UFSM)
[email protected]
Alberto Souza Schmidt (UFSM)
[email protected]
ADALBERTO DIAS DE SOUZA (Fecilcam)
[email protected]
ROBERTO RINAUDO (Cesumar)
[email protected]
As micro e pequenas empresas, apesar de sua importância no
desenvolvimento do país e geração de emprego e renda,
frequentemente tem dificuldade na tomada de crédito por não
apresentarem as garantias exigidas pelo emprestador. Nesse ponto see
insere uma sociedade garantidora de crédito, cujo alvo seria as MPEs,
que estão próximas da obtenção do crédito, mas não têm ou não podem
oferecer garantias suficientes para a realização da operação. O artigo
procurou mostrar a análise de sustentabilidade para instalação de uma
Sociedade de Garantia de Crédito no Noroeste do Paraná, partindo da
apresentação dos resultados operacionais projetados, bem como da
taxa interna de retorno e ponto de equilíbrio. Os resultados indicaram
que a instalação da SGC proporcionará sustentabilidade do negócio e
retorno dos recursos aplicados.
Palavras-chaves: Crédito, garantia, retorno, sustentabilidade
XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
1. Introdução
Grande parte das principais políticas de apoio e fomento direcionados às micro, pequenas e
médias empresas (MPEs) têm como objetivo principal proporcionar a competitividade e
contribuir com o desenvolvimento destas, ou seja, auxiliar no crescimento econômico,
ampliação de mercado, aumento da capacidade de geração de emprego e renda, entre outros
aspectos.
Em geral, os esforços governamentais e de organismos competentes para que tais objetivos
sejam alcançados são realizados em dois pontos prioritários: a) reorganização das regras
regulatórias do mercado para compensar as desvantagens relativas ao tamanho das MPEs; e b)
facilitação do acesso aos recursos existentes, tais como crédito, tecnologia, informação,
capacidade gerencial, entre outros, visando a inserção destas nos mercados regional, nacional
e global.
Especificamente com relação à concessão/tomada de crédito verifica-se que nestas existe uma
assimetria de informação, ou seja, as partes não têm quantidade e qualidade de informações
similares acerca do crédito bem como dos atributos relacionados à operação, gerando
problemas para as mesmas. Para o emprestador há um aumento do risco e dos custos das
transações em função, principalmente, do levantamento de informações, enquanto para o
tomador existe o risco da não concessão ou a necessidade de recorrer a fontes inadequadas
com condições não vantajosas.
Para reduzir o risco de não cumprimento das obrigações contratuais nas relações de crédito
com frequência é feita a exigência de garantias, as quais constituem um importante
instrumento do Credit Score e, muitas vezes, a justificativa para a não concessão é justamente
a falta de garantia, mesmo que esta não se configure como o elemento mais restritivo.
É nesse ponto que se insere uma sociedade garantidora de crédito, cujo alvo seria justamente
as MPEs, que estão próximas da obtenção do crédito, mas não têm ou não podem oferecer
garantias suficientes para a realização da operação.
Esse estudo tem como tema a sustentabilidade financeira de uma sociedade garantidora de
crédito na região Noroeste do Estado do Paraná. Assim, foi definido como objetivo geral
verificar a sustentabilidade financeira de uma sociedade garantidora de crédito para atender
aos municípios da região de Maringá-PR. e, como objetivos específicos se propôs a elaborar o
orçamento de custos para instalação; elaborar o orçamento de receitas; e verificar o tempo
necessário para as despesas operacionais serem cobertas integralmente com recursos próprios
da sociedade.
Para a realização desse estudo foi realizado um levantamento de subsídios para o estudo de
sustentabilidade da sociedade de garantia de crédito a ser instalada em Maringá-PR, visando
atender à região.
2. Revisão Bibliográfica
As portas do sistema financeiro brasileiro não se encontram literalmente abertas às
necessidades das pequenas e microempresas bem como às necessidades dos trabalhadores
autônomos, embora milhões de famílias e indivíduos estejam ocupados em negócios e
iniciativas variados, com os quais geram a única renda a qual é indispensável para sua
sobrevivência (CARVALHO; ABRAMOWAY, 2004).
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Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
Ocorre que com o processo de globalização da economia bem como o avanço tecnológico
verificou-se uma elevação substancial nos níveis de desemprego em praticamente todos os
países, particularmente, naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A partir daí,
cresceu significativamente os microempreendimentos, entendidos como pequenos negócios
que empregam até cinco pessoas.
Embora esses microempreendimentos sejam de fundamental importância para as economias
local, regional e nacional, verifica-se que os mesmos perdem, muitas vezes, oportunidades de
crescer com segurança justamente por não terem acesso a serviços financeiros adequados
tanto em termos de crédito como de poupança (ALVES; SOARES, 2004 apud PLEC, 2010).
De acordo com Carvalho e Abramovay (2004), as dificuldades de financiamento no Brasil são
decorrentes do elevado custo e das fortes restrições de acesso ao crédito.
Santos (2008) explica que os contratos de créditos são complexos porque necessitam lidar de
modo eficaz com diferentes tipos de riscos. Para transformar depósitos em empréstimos
(realizar a intermediação financeira), os bancos desenvolveram uma sofisticada gestão capaz
de administrar simultaneamente diversos tipos de riscos. No que diz respeito à gestão de risco
nos contratos de crédito no segmento empresarial de pequeno porte tem-se que a baixa
qualidade da informação sobre os projetos a ser financiados e a falta crônica de garantias
tradicionais, como hipoteca ou a impossibilidade de liquidar os bens financiados, resulta em
uma percepção de alto risco por parte do agente financeiro. Tal fato é agravado pelos altos
custos derivados dos reduzidos valores das operações. Por outro lado, as dificuldades de
acesso ao crédito enfrentadas pelas micro e pequenas empresas passam principalmente por
fatores estruturais
As restrições à concessão de crédito, frequentemente, estão relacionadas às garantias, ou seja,
aos mecanismos utilizados tradicionalmente pelo sistema financeiro para cobrir o risco das
operações financeiras (GONZÁLEZ; SÁNCHEZ; RAMIREZ SOBRINO, 2008).
Gaya (2008), ao abordar o desenvolvimento do sistema de sociedades garantidoras de crédito,
afirma que são três postulados: a) as micro e pequenas empresa são impulsionadoras do
desenvolvimento; b) é necessários para elas um financiamento suficiente para cumprir essa
função macroeconômica; c) as garantias constituem uma ferramenta idônea para oferecer em
proporção, custos e seguridade adequados.
A grande vantagem de uma sociedade de garantia de crédito em relação ao fundo de aval são
as origens públicas e privadas dos recursos garantidores das operações e uma estrutura de
governo que garante uma gestão privada de co-responsabilidade pela garantia de crédito
(SANTOS, 2008).
3. Metodologia
Nesse estudo foi realizada uma pesquisa de campo, exploratória, uma vez que se pretendeu
levantar informações que permitissem verificar a sustentabilidade financeira da criação de
uma sociedade garantidora de crédito. A pesquisa ainda apresenta caráter descritivo e
bibliográfico.
4. ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE DA SOCIEDADE DE GARANTIA DE
CRÉDITO DO NOROESTE DO PARANÁ
Em 2007, o IDR (Instituto para o Desenvolvimento Regional) desenvolveu uma metodologia
para constituição de uma Sociedade Garantidora de Crédito com características mutualistas.
Essa metodologia é composta por seis passos: articulação, sensibilização e mobilização,
3
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diagnóstico, estudo de viabilidade e modelo de negócio, constituição e operação e
inauguração. Assim, a base para a análise de sustentabilidade da Sociedade Garantidora de
Crédito do Noroeste do Paraná foi o Relatório Final para a criação da Sociedade de Garantia
de Crédito do Noroeste do Paraná.
4.1 Definição do Público Alvo
A SGC Noroeste abrangeria a região formada pelos seguintes municípios: Colorado, Campo
Mourão, Mandaguaçu, Astorga, Jandaia do Sul, Mandaguari, Paranavaí, Paranacity, Santa Fé,
Marialva, Sarandi, Mandaguaçu, Peabiru e Maringá. A pesquisa realizada com empresas da
região permitiu que fossem consideradas dentro do perfil a ser atendido pela SGC um total de
38.626 empresas, das quais, 40% têm interesse em algum produto de crédito a ser oferecido
pela SGC, o que significa 15.837 empresas que compõem o público potencial da SGC.
Do total de empresas que compõem o público potencial da SGC, 2.840 (aproximadamente
18%) formam o possível quadro de tomadores de crédito nos cinco primeiros anos. Essas
empresas se distribuem da seguinte forma: 1.909 (67%) são micro empresas; 850 são
pequenas empresas (30%) e 87 (3%) são empresas de médio porte. Tais empresas são
constituídas legalmente e não possuem restrições cadastrais, mas têm necessidade de contrair
empréstimos no sistema financeiro me não dispõem de garantias suficientes para cobrir as
operações de crédito.
4.2 Projeções Financeiras
A SGC do Noroeste do Paraná terá um Fundo Garantidor Local composto por recursos do
SEBRAE Nacional e das Prefeituras Municipais a título de recursos não retornáveis,
observando que a capitalização deve ocorrer em até 5 anos (Quadro 1).
Quadro 1: Recursos para composição do Fundo Garantidor Local
Origem
Valor (R$)
SEBRAE Nacional
2.000.000,00
Prefeituras Municipais
1.003.519,00
Total
3.003.519,00
Fonte: Relatório Final SGC Noroeste do Paraná (2010).
Observa-se, ainda, que a participação da Prefeitura Municipal de Maringá na formação do
Fundo Garantidor Local seria de R$ 1.000.000,00 e das demais prefeituras de R$ 3.519,00.
Além disso, definiu-se no planejamento da SGC que a taxa de ingresso na sociedade seria de
R$ 1.000,00, paga em dez parcelas. Também foi definido que o associado receberia uma
comissão média de R$ 704,41 sobre cada operação no primeiro ano, atingindo R$ 807,98 no
quinto ano. Foi considerado que na fase inicial a SGC teria 153 participantes no primeiro ano
e chegaria ao quinto ano com 1.005 associados.
Observa-se, ainda, que cabe aos parceiros a colaboração nas despesas operacionais nos três
primeiros anos, enquanto o SEBRAE Nacional deveria cobrir 50% das despesas operacionais,
exceto aquelas com investimentos, mão de obra, encargos e aluguel, bem como 100% das
despesas com assistência técnica demandada pela SGC, como: consultorias, auditorias,
capacitação e treinamentos e pesquisa de mercado.
Tem-se a expectativa de serem realizadas aproximadamente 275 operações de prestação de
garantia no Ano 0, ou seja, no ano de implantação da SGC, correspondendo a alocação de
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aproximadamente R$ 933 mil em depósito de garantia (Fundo Garantidor) junto às
instituições financeiras operantes e a uma expectativa e geração de receitas para a SGC de
aproximadamente R$ 668,5 mil, considerando todos os seus produtos e uma despesa total da
ordem de R$ 435,2 mil, incluídas provisões e depreciação. A Figura 1 traz a estrutura de
composição das receitas.
Projetos de
investimento
2%
Balance
transfer
4%
Vendor e
compror
4%
Capital de giro
5%
Importação e
exportação
1%
Assistência
técnica
35%
Receita
financeira
49%
Figura 1: Estrutura de composição das receitas da SGC
Fonte: Relatório Final SGC Noroeste do Paraná (2010).
A Figura 1 mostra uma grande dependência das receitas provenientes da aplicação financeira
do Fundo, correspondendo a 49% do total das receitas para manutenção da estrutura da SGC.
Apresenta-se no Quadro 2 um demonstrativo dos resultados operacionais projetados para um
cenário otimista.
5
Quadro 2 – Demonstrativo dos Resultados Operacionais Projetados (cenário otimista)
Histórico
Ano 0
668.493,63
184.344,44
43.391,83
Ano 1
1.010.871,82
214.918,69
47.653,23
RECEITAS BRUTAS
DEDUÇÕES
(-)
PROVISIONAMENTO
JUROS SEBRAE
(-) CUSTOS
140.952,61
167.265,47
OPERACIONAIS
RECEITAS LÍQUIDAS
484.149,19
795.953,13
(-) DESPESAS
294.223,38
377.580,89
DESPESAS
187.598,46
203.662,34
ADMINISTRATIVAS
DESPESAS COM
106.624,93
173.916,55
VENDAS
DESPESAS
0,00
0,00
FINANCEIRAS
PREJUIZOS
0,00
0,00
EXERCÍCIOS
ANTERIORES
LUCRO BRUTO
189.925,81
418.372,24
Contribuição social a base
0,00
0,00
de
DESPESAS/RECEITAS
0,00
0,00
NÃO OPERACIONAIS
RESULTADO ANTES
189.925,81
418.372,24
DO IR
(-) Provisão p/ IR
0,00
0,00
RESULTADOS DEPOIS
189.925,81
418.372,24
DO IR
(-) DISTRIBUIÇÃO DAS
0,00
0,00
SOBRAS
LUCRO LÍQUIDO
189.925,81
418.372,24
LUCRO LÍQUIDO EM
28,41%
41,39%
PERCENTUAL
Fonte: Relatório Final SGC Noroeste do Paraná (2010).
(R$)
Ano 2
Ano 3
1.314.161,27 1.388.105,24
247.157,21
325.514,54
53.734,83
60.592,93
Ano 4
1.209.540,47
307.091,01
68.326,32
Ano 5
1.514.593,98
342.248,32
77.046,71
193.422,38
264.921,61
238.764,70
265.201,61
1.067.004,06
434.392,64
228.222,18
1.062.590,70
471.986,69
264.485,24
902.449,70
467.932,22
290.437,63
1.172.345,66
516.639,69
307.061,43
206.170,46
207.501,46
177.494,59
209.778,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
632.611,41
0,00
590.604,01
0,00
434.517,24
0,00
655.505,97
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
632.611,41
590.604,01
434.517,24
655.505,97
0,00
632.611,41
0,00
590.604,01
0,00
434.517,24
0,00
655.505,97
0,00
0,00
0,00
0,00
632.372,24
48,14%
590.604,01
42,55%
434.517,24
35,92%
655.505,97
43,28%
Importante destacar que o Resultado Líquido projetado do Ano 0 (implantação) corresponde a
R$ 189,9 mil, o que representa 75,3% das Receitas Financeiras, confirmando a sua relevância
no contexto da SGC. Nos anos seguintes mantém-se a sua importância, embora em menor
escala.
No que diz respeito ao Fundo Garantidor, as projeções indicam que, com uma posição
conservadora para a capacidade de alavancagem, tem-se uma expectativa de no Ano 0 prestar
garantia na ordem de R$ 4,116 milhões, com uma projeção para devedores duvidosos de
1,5%, o que requer do Fundo aplicações de R$ 933,0 mil em depósitos.
4.3 Taxa Interna de Retorno e Ponto de Equilíbrio
Para a análise da Taxa Interna de Retorno considera-se 100% de ocupação.
Quadro 3 – Taxa interna de retorno
Taxa interna de retorno
Custo de oportunidade do capital investido
Anos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Total
Investimento
(1.117.670,)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
(1.117.670,)
Resultado
244.654,64
473.862,46
694.183,24
659.033,94
510.680,56
740.389,68
740.389,68
740.389,68
740.389,68
740.389,68
6.284,363,24
18,00%
15,00%
Investi-mento
(1.117.670,)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
(1.117.670,)
Resultado
244.654,64
412.054,31
524.902,26
433.325,51
291.983,27
368.104,52
320.090,89
278.339,90
242.034,70
210.464,96
3.325.954,97
VALOR ATUAL LÍQUIDO
Taxa interna de retorno
Fonte: Relatório Final SGC Noroeste do Paraná (2010).
Assim, a taxa interna de retorno (em anos) é de 23,23%.
No Quadro 4 é apresentado o Ponto de Equilíbrio.
Investi
mento
(1.117.670,)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
(1.117.670,)
1.749.261,58
Resultado
244.654,64
401.578,36
498.551,59
401.108,40
263.403,35
323.631,15
118.571,76
87.377,86
64.390,47
47.450,60
2.450.718,19
992.252,32
23,23%
Quadro 4: Ponto de Equilíbrio
Custo
variável
Custo fixo
Custo total
Receita
total
Quantidade
anual
Margem de
contribuição
(%)
Ponto de
equilíbrio
financeiro
(R$)
Margem de
contribuição
unitária
(R$)
Ponto de
equilíbrio
físico
Ano 0
223.760,56
Ano 1
369.887,76
Ano 2
440.344,58
Ano 3
513.174,80
Ano 4
444.963,02
Ano 5
515.451,60
222.752,43
182.795,60
195.307,44
231.570,50
269.570,89
274.426,70
446.512,99
552.683,36
635.652,03
744.745,30
714.533,92
789.878,30
668.493,63 1.010.871,82 1.314.161,27 1.388.105,24 1.209.540,47 1.514.593,98
275
416
555
555
416
555
66,53%
63,41%
66,49%
63,03%
63,21%
65,97%
334.826,87
288.280,06
293.729,20
367.394,04
426.453,73
416.001,79
1.615,95
1.539,75
1.574,29
1.576,30
1.836,64
1.800,08
138
119
124
147
147
152
Estas informações demonstram que o ambiente é propício a instalação local de uma
SGC e que, uma vez instalada, o fluxo projetado de operações garantem a sustentabilidade do
empreendimento, inclusive em longo prazo, possibilitando o retorno dos recursos aplicados
pelos parceiros no processo de instalação da SGC ao longo de um período de 10 anos, que
para projetos de caráter semelhante é considerado excelente.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a instalação de uma SGC no Noroeste do Paraná, parte-se das premissas de que as
empresas tomam crédito tanto para investimentos fixos como para capital de giro, com prazos
médios variados; que um dos obstáculos no processo de obtenção de crédito de qualidade é a
ausência de garantias reais ou pessoais.
Por outro lado, no Brasil, ainda não há um modelo comparativo, uma vez que as iniciativas
existentes se caracterizam como embrionárias no que diz respeito a Fundos Garantidores nos
moldes propostos e que a SGC constitui uma unidade de negócio sustentável e, portanto, deve
apresentar resultados superavitários e/ou capacidade de gerar tais recursos ao longo do tempo,
proporcionando retorno dos investimentos realizados tanto de risco como para constituição da
mesma.
As projeções operacionais feitas mostraram que a instalação da SGC possui sustentabilidade e
proporcionará retorno dos recursos aplicados.
Dessa forma, a instalação da SGC além de apresentar sustentabilidade, apresenta um
importante papel social, uma vez que permitirá às micro, pequenas e médias empresas
obtenham financiamentos e deixem de recorrer a fontes inadequadas com condições não
vantajosas.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, C.E. & ABRAMOVAY, R. O difícil e custoso acesso ao sistema financeiro.
In: SANTOS, C.A. (Org.). Sistema financeiro e as micro e pequenas empresas: diagnósticos e
perspectivas. 2. ed. Brasília: SEBRAE, 2004. p. 17-45.
GAYA, M. Evolución y perspectivas del esquema de sociedades de garantia recíproca em
Argentina. In: RED IBEROAMERICANA DE GARANTÍA. Los sistemas de garantia de
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GONZÁLEZ, P.P; SÁNCHEZ, H.M. & RAMÍREZ SOBRINO, J.N. Marco de los
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In: RED IBEROAMERICANA DE GARANTÍA. Los sistemas de garantia de iberoamérica:
experiencias y desarrollos recientes. Peru: REGAR, 2008. p. 23-74.
PLEC, O. Sociedade de garantia de crédito como uma solução na concessão de crédito para
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Desenvolvimento Regional e Agronegócio). Toledo. 103 p. Universidade Estadual do Oeste
do Paraná, 2010.
SANTOS, C.A. Riesgo de crédito y garantias: propuesta de um sistema. In: RED
IBEROAMERICANA DE GARANTÍA. Los sistemas de garantia de iberoamérica:
experiencias y desarrollos recientes. Peru: REGAR, 2008. p. 233-262.
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