UNIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE.
RAMPELOTTI, Danieli Helena1. “TUIUTI- PR”
Grupo de Trabalho: Educação e Meio ambiente.
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Este artigo tem o intuito de analisar como as universidades vêm demonstrando preocupação
com o meio ambiente e o futuro sustentável do planeta. O desenvolvimento sustentável pode
ser definido de vários modos, já que a sustentabilidade está em constante evolução, porém
mantém em sua essência a preservação de recursos naturais em meios conscientes de
consumo. A instituição de ensino superior vem ao encontro disso, pois deve ser a instituição
consciente da finalidade de formar cidadãos críticos e pensantes para em uma sociedade
sustentável habitar, sendo que a conservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de
vida podem ser a chave para a solução, de um planeta que caminha cada vez mais para uma
situação insustentável, isto é, a educação é o instrumento para atingir o objetivo da
sustentabilidade. Ter uma universidade voltada para objetivos interdisciplinares que
contemple a responsabilidade social em seu projeto político institucional é fundamental na
atualidade para a preservação do planeta.
As universidades que se comprometem com o futuro, devem no mínimo apresentarem em
suas ementas disciplinas em diferentes cursos voltadas o cuidado com o meio ambiente, só
assim teremos jovens se formando e se preparando conscientemente para o futuro sustentável
de nosso país, e do lugar em que vivemos que dia-a-dia desenfreadamente não para de crescer
e de acabar com os recursos naturais que ainda nos restam.
Somente com uma educação voltada para a sustentabilidade poderemos preservar a natureza
para a futura geração, e a universidade faz parte desta luta pela preservação do meio
ambiente.
Palavras-chave: Universidade. Responsabilidade social. Sustentabilidade.
O compromisso da universidade
1
Graduada em pedagogia, especialista em psicopedagogia, gestão escolar e MBA em gestão de pessoas, aluna
do mestrado interdisciplinar em ciências humanas, pela Universidade Tuiuti do Paraná. E-mail para contato:
[email protected]
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Sendo a universidade um espaço comprometido com a construção do conhecimento,
pretende-se aqui buscar conhecer as renovações que vêm ocorrendo na dinâmica pedagógica
do Ensino Superior e em que medida ela se organiza para atender as constantes
transformações que ocorrem na sociedade. Neste sentido, para a vida acadêmica, pretendemos
lutar por mudanças em seus projetos pedagógicos, incluindo novas dinâmicas e também
renovadas alternativas de convivência, uma vez que, também o modo de viver e de se
relacionar deve estar presente no rol das políticas acadêmicas.
A universidade, como uma instituição, não pode estar ausente deste compromisso com
a vida em sociedade em suas constantes mudanças e deve também dar sua contribuição
refletindo criticamente o contexto que na atualidade atinge a vida do cidadão como um todo.
Ao se aceitar o pressuposto da universidade como uma das instituições sociais que têm
uma contribuição específica a oferecer no quesito de sustentabilidade, algumas indagações
parecem necessárias.
Em que medida a inserção da dimensão de sustentabilidade produz mudanças na
concepção de educação? E isto está refletindo na formação do jovem? Qual a contribuição
específica que as instituições de ensino superior têm a oferecer para o enfrentamento da
responsabilidade social?
Para melhor responder estes questionamentos, iniciamos com o conceito de que é
sustentabilidade, que é um termo usado para definir ações e atividades humanas que
visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro
das próximas gerações, ou seja a sustentabilidade esta diretamente relacionada ao
desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os
recursos materiais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro.2
Já o conceito de responsabilidade social, temos o que o instituto de tecnologia Social
nos traz e que coerentemente vem de acordo com que queremos relatar:
É o reconhecimento presente nos cidadão, individualmente e em conjunto dos seus
deveres para com a comunidade em que vivem e a sociedade em geral. Este conceito
se fundamenta no principio de que em maior, ou menor grau as ações individuais
sempre tem algum impacto (positivo ou negativo) nas vidas de outros cidadãos e na
coletividade. Assim a Responsabilidade social concretiza-se por meio da tomada de
atitudes, comportamentos e práticas positivas e construtivas que contribuam para
preservar e melhorar o bem comum e elevar a qualidade de vida de todos. 3
2
3
www.suapesquisa.com/ecologiasaude/sustentabildiade.htm)
www.itsbrasil.org.br/conceito-de-responsabilidade-social)
30349
Em virtude da citação devemos ter uma educação que pense coletivamente no bem
estar de todos no planeta, principalmente destacando práticas positivas, isto é ter um ensino
superior que contribua para a qualidade de vida, tornar alunos pensantes em consumo
sustentável, ter uma educação de ensino superior que abranja nacionalmente esta
preocupação.
Quanto ao ensino superior, a Republica Federativa Do Brasil e formada pela união
indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, constituindo-se num
Estado Democrático de Direito, tendo como fundamentos a soberania, a cidadania, a
dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho, da livre iniciativa e
pluralismo político, Na Constituição Federal, fica igualmente estabelecida que a
Educação, um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada, com a colaboração da sociedade. (ARROSA, 2002,p.12).
A sociedade precisa estar ciente e cobrando do mundo capitalista materiais
renováveis em suas compras, e na utilização diária de recursos, sabemos das dificuldades
que enfrentamos para um futuro sustentável, lixos que não se degradam, um mundo
desenfreado de consumo de desequilíbrio.
Nos dias atuais, o mundo assiste a uma mudança em diferentes dimensões da vida
humana, talvez sem precedentes na história da humanidade, no livro de Boaventura de Souza
Santos (2000) se encontram as teses para uma universidade, sendo pautada pela ciência pósmoderna e na qual a universidade deve promover a discussão transdisciplinar sobre a crise do
paradigma da modernidade e em especial da ciência moderna, além de garantir o
desenvolvimento equilibrado das ciências naturais, das ciências sociais e da humanidade.
Ativistas sociais (sobretudo os ativistas sociais da natureza), artistas e escritores
devem ser uma presença constante nas atividades curriculares de investigação e de ensino.
A universidade é uma instituição social que exprime e reflete, de modo historicamente
determinado, a sociedade em que está inserida, João Antônio de Paula, coloca que a
universidade e a cidade estão estreitamente ligadas e são frutos a modernidade.
Assume-se aqui que tanto a cidade como a universidade são frutos da modernidade;
assume-se mais, assume-se que é a cidade em seu sentido básico e fundante, como
espaço da liberdade, a matriz essencial da universidade. Isto é que a liberdade que a
cidade reivindica, que a pluralidade cultural que a cidade permite, que são o
compartilhamento e as múltiplas interações que a cidade possibilita, são elementos
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da constituição da universidade como um dos instrumentos da construção da
sociedade humana solidária. (PAULA, 2006,p.86)
Celebram-se as conquistas tecnológicas e o quanto a vida das pessoas, de maneira
geral, passou a depender e se envolver em redes sociais. No entanto, como os mais antigos
críticos apontavam, as sofisticadas tecnologias não amenizaram os problemas sociais, nem
trouxeram a melhoria das condições de vida para um grande número de pessoas. A fome e a
exclusão social continuam a rondar as sociedades e milhões de pessoas continuam a migrar
em busca de alimentos. Faz-se necessário que a responsabilidade social e a sustentabilidade
sejam inseridas e realizadas por diferentes sujeitos, em diversas instituições, e a universidade
deve fazer parte desta inserção.
No que diz respeito ainda à sustentabilidade, segundo o instituto Greenpedia (2012), o
desenvolvimento econômico, baseado no equilíbrio entre as dimensões ecológica, social e
econômica, precisa ter o objetivo de reorientar o impacto humano no ambiente. Para ser
sustentável, um empreendimento deverá ser ecologicamente correto, economicamente viável,
socialmente justo e culturalmente aceito, pressupõe também a redução ou otimização do uso
de recursos naturais, a minimização das agressões à natureza e à sociedade no decorrer do
ciclo de vida de produtos e processos produtivos e a melhoria da qualidade de vida de todos
os seres.
Como instituição de ensino, a universidade, deve andar juntamente com a sociedade
civil e o terceiro setor para alcançarem metas sustentáveis, pois se sabe que a globalização e o
mundo capitalista trazem, cada vez mais prejuízos ao meio ambiente,.
Segundo
Bauman
na
obra
“Globalização
e
as
consequências
humanas”,
particularmente no capítulo em que critica os efeitos da globalização, que vem degradando o
planeta, retoma o pensamento de Ryszard Kapuscinskium dos mais formidáveis cronistas da
vida contemporânea” que a perambular pelas aldeias africanas teria encontrado crianças que
imploravam não o pão, água, chocolate ou brinquedos, mas uma esferográfica, pois iam à
escola e não tinham com que escrever as lições.
Nesta perspectiva, coloca-se a seguinte reflexão: como as universidades podem
formar jovens pensantes e críticos capazes de atuar na sociedade atual, em constante
transformação e tão vinculada aos fatores econômicos, trabalhando a responsabilidade
social?
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A universidade, como um espaço de acadêmicos, deve ter em seu projeto político
institucional uma preocupação voltada para a responsabilidade social, em que o corpo
discente deverá estar apto a interagir na sociedade com estes problemas, e ter cursos que
realmente respeitem a sustentabilidade.
O planeta passa por uma degradação, assim como nos coloca Bauman (ibdem).
Necessita-se, na universidade, de um currículo voltado ao trabalho em relação à
sustentabilidade, que não trabalhe a exclusão e privilegie somente alguns.
Este novo mundo proposto é o da fome, pobreza e miséria absoluta, onde 800
milhões de pessoas estão em condições de subnutridas e quatro bilhões de pessoas
vivendo na miséria. A pobreza leva ao processo de degradação social que nega as
condições mínimas de vida humana. A soma do resultado “fome+pobreza”, derivam
outros fatores que “enfraquecem os laços sociais” e passam a destruir também, os
“laços afetivos e familiares”. (IBDEM, IBDEM; p.81)
No sentido original da expressão responsabilidade social, Carvalho (2005) conclui que
este conceito está “associado à noção de uma universidade que se propõe a ser digna de seus
aliados”, (ibdem, ibdem; p.56) entendendo como aliados todos os seus signatários. Pode-se
dizer que responsabilidade social é a atitude ética da instituição. Assim, o compromisso ético
das universidades com a sociedade deveria estar presente em projetos institucionais e
pedagógicos que atendam às expectativas de alunos, suas famílias, professores e da sociedade
em geral.
É preciso ter clareza em como a universidade se configura, sendo um local de
produção do conhecimento e de vivência cultural, e que vem renovando suas práticas e
suas dinâmicas de trabalho no sentido de atender as constantes mudanças que ocorrem em
nossa sociedade.
A meta fundamental da educação deve ser de criar condições para que os
estudantes se fortaleçam e se constituam como indivíduos políticos, aptos a atuarem na
sociedade.
Levando em consideração o risco de a vida se tornar inviável se nada for feito para
frear a ação humana, aqui entra o papel da universidade, em que deve ter presença
importante na conscientização dos seus discentes e também da sociedade, de modo a
sistematizar o desenvolvimento capitalista contemporâneo, e o premente desenvolvimento
de uma ética socioambiental que refute nosso atual modelo de desenvolvimento.
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A questão da responsabilidade social, universidade e seu projeto político institucional.
Apesar de transcorridas algumas décadas de debates e discussões sobre
responsabilidade social, cabe verificar qual tem sido o papel das universidades neste processo
e como os cursos que formam os profissionais para o mercado de trabalho estão preparando
os seus alunos para responder às novas demandas. Vale lembrar que a sustentabilidade é ainda
complexa na dimensão da educação, caracterizada por uma grande diversidade de teorias e
práticas originadas em função de diferentes concepções de educação, meio ambiente,
desenvolvimento e mundo, e é de grande circulação na sociedade e entre educadores,
irradiada pela mídia e nos debates que proclamam por um novo modelo de desenvolvimento e
sistema econômico. Por muitas vezes, a responsabilidade social é aclamada como um dos
pilares essenciais para a construção desse novo e urgente caminho sustentável.
Ressalta-se que muitas concepções de sustentabilidade conduzem a uma prática
reduzida com os desejos dela esperados. Logo, torna-se de suma importância discutir e
analisar as diferentes concepções de responsabilidade social no setor educacional, pois são
recentes as pesquisas envolvendo esta temática, provavelmente, motivadas pela Lei nº 10.861,
de 14 de abril, que introduz um sistema de avaliação, que contemple a responsabilidade
social, a constituição de 1988 nos traz:
Em 1988 a Constituição brasileira consagrou o princípio de autonomia universitária
entendida dentro de três dimensões concebidas à luz do tripé indissociável do
ensino, da pesquisa e da extensão, por meio da qual garante a prerrogativa do status
de universidade. (BRASIL, 1988)
Segundo a citação, uma universidade não pode deixar de ter em seu tripé o ensino, a
pesquisa e a extensão, com relevância as pesquisas, para que elas sejam voltadas para os
meios sustentáveis e recursos renováveis, assim como o ensino voltado para a
responsabilidade social e a extensão, que leve os pesquisadores a atuarem na sociedade com
atitudes e métodos sustentáveis.
A Nova Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional trata da educação no capitulo
IV, nos artigos 43 a 57. Estabelece por finalidade do ensino superior, estimular a criação
cultural do espírito cientifico e do pensamento reflexivo: formar diplomados na diferentes
áreas de conhecimento: incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cientifica, mais
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principalmente lutarmos como sociedade para formarmos alunos conscientes em utilizar
recursos renováveis para uma sociedade sustentável.
Silva (2008) coloca que em menos de três décadas após o surgimento da
responsabilidade social no mundo empresarial, ainda se encontravam em processo de
consolidação. O meio acadêmico se vê as voltas com a aplicação de um conceito, até então,
somente utilizado no mundo corporativo, depois introduzido nas atividades educacionais.
A formação que o mundo acadêmico proporciona na atualidade deve estar
preocupada com o futuro sustentável do planeta, e deve contemplar em seus projetos
políticos-institucionais, que é o documento que rege a universidade, questões que
envolvam este cuidado, fazendo com que a instituição cumpra o seu papel de instituição
social, responsável por formar indivíduos críticos e preparados para um meio social em
que estão inseridos e que se encontra fragilizado por devastações realizadas a natureza,
comprometendo a vida de todos no mundo.
Uma das finalidades da educação é exatamente o desenvolvimento da pessoa, o seu
preparo para a cidadania e a sua qualificação para o trabalho.
Atualmente passamos por uma época de dois extremos, ao mesmo tempo tem-se
muita fartura, e também muita miséria, têm-se os avanços tecnológicos, a liberdade e os
direitos humanos, porém, isso tudo não é o suficiente para acabar com a fome, com as
guerras étnicas, com a corrupção na política e com a devastação do meio ambiente,
colocando em risco a humanidade.
A insustentabilidade do mundo é a marca da nossa época e nessa crise nasce o
esforço de se construir um consenso direcionado para um novo momento, como
possibilidade de entendimento da complexidade de interações entre a sociedade e a
natureza. Responsabilidade social é um fenômeno que ganhou destaque, no final dos anos
60 e no início dos anos 70 no século XX, com o crescimento mundial do ambientalismo.
A responsabilidade social, traz preocupações em relação ao meio ambiente, visando
estabelecer um relacionamento em harmonia entre a sociedade e a natureza.
No bojo desse contexto, a temática ambiental surge também como um campo de ação
político-pedagógica, cujas propostas foram divulgadas em nível mundial, e segundo a
professora Carmem Silva (2008), o Plano Nacional da Educação considera que o conjunto
diversificado de instituições de ensino que compõe o sistema de educação superior encontra
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na universidade o seu núcleo estratégico para o desenvolvimento do país e para a redução dos
desequilíbrios regionais.
A dimensão ambiental deve estar presente e ativa no meio acadêmico nacional, quer
levando-se em conta os aspectos ligados à função social da universidade, quer por razões de
legislação.
Carvalho (2002) considera que na tentativa de diferenciar-se da educação tradicional e
apresentar-se – apoiada em documentos oficiais – como um saber transversal, inter e
transdisciplinar, a educação, para a sustentabilidade, “arca com as dificuldades de sua
assimilação pela educação formal, estruturada disciplinarmente”. (ibdem, ibdem; p. 164) É
preciso que os educadores proporcionem a busca por projetos educativos que levem os seus
alunos a buscarem, para a sua formação profissional, o uso de recursos renováveis e
recicláveis, em um pensar e fazer interdisciplinar, aliando teoria sustentável com a prática da
responsabilidade social, colaborando para uma sociedade que não venha somente pensar em
capitalismo, mais em meios sustentáveis de nos mantermos para um futuro.
É na universidade como instituição formativa, ainda segundo Silva (2008), é que se dá
a produção do conhecimento e a formação profissional para o mundo do trabalho. Cabe aqui
questionar se as universidades, em seus projetos políticos institucionais estão adequadas a
realidade social atual, se estão previstas nestes documentos, questões que comportem a
sustentabilidade e a responsabilidade social. Acadêmicos estão se formando para atuar em
uma sociedade em desequilíbrio e os cursos universitários estão atendendo demandas
coerentemente com a sustentabilidade, visando a preservação do futuro do planeta, formando
discentes aptos a viverem em uma sociedade de consumo, porém um consumo sustentável.
A interdisciplinaridade tem sido ponto de referência em muitos projetos educativos,
inclusive no âmbito universitário, entretanto, os avanços teóricos, epistemológicos e
metodológicos, segundo Leff (1999), foram, ao longo dos anos, mais fecundos no campo da
investigação,
do
que
eficientes
na
condução
de
programas
educativos.
E
a
interdisciplinaridade, como destaca o mesmo autor, não é nem a somatória, nem a articulação
de disciplinas, assim como ela não se dá á margem das mesmas. É preciso que todas as
disciplinas contemplem a noção da sustentabilidade, tornando o aluno fruto de uma educação
voltada à responsabilidade social.
Uma introdução da dimensão de sustentabilidade no sistema educacional exige um
novo conceito de educação e um novo modelo de professor. A formação dos futuros
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professores, recorrendo ao pensamento de Giroux (1988), é a chave da mudança que se
propõe, quer pelos novos papeis que terão que desempenhar no seu trabalho, quer pela
necessidade de que sejam os agentes transformadores de sua própria prática.
Considerações finais
Falou-se aqui da preocupação em relação ao meio ambiente, de ter um futuro
sustentável no planeta, de usar recursos sustentáveis e de ter preocupação com o consumo
consciente.
Para formar cidadãos conscientes não basta colocá-los dentro das universidades
porque estas por si sós, não conseguirão, sozinhas, dar conta de torná-los educandos com
visão de uma sociedade que contemple a responsabilidade social.
É preciso sim que a universidade, como instituição de ensino, não trabalhe a
responsabilidade social apenas em seu site, em seu programa de rádio ou em propagandas
televisivas, mais a contemple em seu projeto político- institucional.
Ter um ensino superior com sua grade curricular voltada para a sustentabilidade,
oferecendo cursos que se utilizem de recursos renováveis, produtos que não afetem a camada
de ozônio, pesquisas voltadas para a responsabilidade social, entre outros, isso auxiliará na
formação dos alunos para a realidade e para a formação de uma sociedade responsável.
A sociedade civil, como terceiro setor, e a universidade, como instituição, e sendo
grandes empresas, devem caminhar juntas, e provocar reflexões, sabemos que anteriormente a
educação tinha a responsabilidade social como compromisso e agora se tem como
responsabilidade.
Ao incorporar a responsabilidade social na estrutura normativa, o Ministério da
Educação provoca profundas reflexões no segmento da educação superior. O
conceito de responsabilidade social, antes atrelado ao mundo empresarial, gera
dúvidas no mundo acadêmico quanto ao entendimento do Estado em relação a esta
conceituação. (SILVA, 2008,p.8)
Finaliza-se o presente artigo buscando dar mais clareza em relação à inserção do
projeto político-institucional na universidade, como esse projeto pode trabalhar a
sustentabilidade em diferentes cursos, esclarecendo os conceitos de sustentabilidade e
responsabilidade social, para que não fiquem apenas alusivos, fugindo de cumprirem o seu
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papel social de formar os seus alunos preparados para um mundo em movimento, que não
para de se deteriorar, alunos conscientes para um mundo de consumo sustentável.
É urgente se pensar e buscar instituições que prezem por esta preocupação.
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