A Pesquisa com Egressos como Fonte de Informação Sobre a Qualidade dos Cursos
de Graduação e a Responsabilidade Social da Instituição
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Eixo II – Indicadores e instrumentos de autoavaliação
Marilene Sinder (Universidade Federal Fluminense)
Renato Crespo Pereira (Universidade Federal Fluminense)
Resumo
A pesquisa com os egressos dos cursos de graduação possibilita conhecer a qualidade dos
mesmos, bem como, o nível de compromisso da instituição universitária com a sociedade.
A literatura no campo da avaliação institucional aponta para a existência de poucas
informações acerca dos egressos dos diversos cursos de graduação, no país. Logo, se
verifica a necessidade de criação de sistemas de acompanhamento de egressos por parte
das IES. A Universidade Federal Fluminense (UFF), sob a responsabilidade e condução da
CPA (Comissão Própria de Avaliação), implementou sua pesquisa com egressos, em 2012,
por meio de sistema eletrônico com instrumento de coleta de dados aplicado on line ao
universo de cerca de 15.000 alunos formados nos cursos de graduação, nos últimos cinco
anos. Um dos objetivos dessa pesquisa é conhecer aspectos como a preparação dada pelos
cursos de graduação para o mercado de trabalho, a contribuição dos mesmos para o
desenvolvimento cultural e pessoal dos ex-alunos e a participação das disciplinas dos
cursos no desempenho profissional dos mesmos. A análise dessas informações permite
saber o que os egressos pensam sobre a formação recebida, visando ao procedimento de
ajustes no Projeto Pedagógico dos Cursos, para adequá-los às demandas do mercado de
trabalho e a formulação da política para o ensino, a pesquisa e a extensão. Além disso,
possibilita perceber o grau de inserção da instituição na sociedade, no cumprimento da sua
responsabilidade social. Uma das finalidades da Universidade é a preparação para o
exercício profissional e a pesquisa com os egressos permite que ela tenha o retorno quanto
à qualidade dessa formação, principalmente no que se referente à qualificação para o
trabalho. Além disso, a qualidade dessa qualificação possibilita dimensionar o grau de
inserção da instituição no contexto da sociedade. A pesquisa com egressos é um importante
procedimento de avaliação dos cursos de graduação, capaz de fornecer informações
necessárias ao planejamento de ações para a correção de distorções que possam ocorrer
desde o planejamento até o desenvolvimento e evolução dos cursos de graduação. Também
permite verificar o grau de inserção da Universidade na sociedade, um indicador da
representação que a instituição universitária/acadêmica adquire na sociedade em que está
inserida. Nesse sentido, o investimento na pesquisa com egressos representa a geração de
informações fundamentais para a autoavaliação das IES, a avaliação da qualidade dos
cursos de graduação no país e o consequente dimensionamento da importância da
instituição de ensino superior para a formação do profissional qualificado para o efetivo
exercício no mercado de trabalho, seja nos setores produtivos, de serviço ou na área do
ensino e da carreira acadêmica.
Palavras-chave: pesquisa com egressos – Universidade – qualidade dos cursos de
graduação
Introdução
A Universidade Federal Fluminense é uma instituição com sede no município de
Niterói/RJ, onde possui 11 campi universitários. Também atende ao interior do Estado,
com 4 polos universitários nos municípios de Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Rio
das Ostras e Volta Redonda.
A instituição foi fundada em 18 de dezembro de 1960, pela Lei 3.848/60, do
deputado federal João Batista de Vasconcellos Torres, com o nome de Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uferj), no contexto do projeto desenvolvimentista do
governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961). Sua criação atendeu aos anseios
fluminenses de ter uma universidade pública para a formação de mão de obra necessária à
superação das dificuldades locais de uma economia agrária decadente em busca de novas
oportunidades econômicas.
A existência de uma universidade pública na região também significava, naquele
momento, as possibilidades de o Estado do Rio de Janeiro afirmar-se diante do antigo
Distrito Federal. Além disso, permitia a intensificação dos padrões urbanos e o
atendimento à demanda de setores médios pela formação, no ambiente universitário, de
profissionais como engenheiros, médicos, dentistas e advogados.
A criação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uferj) deu-se pela
incorporação das Escolas Federais de Medicina (1926), Farmácia e Odontologia (1912),
Direito (1912) e Medicina Veterinária (1936) e pela agregação de outras cinco, das quais
três eram estaduais – Engenharia (1952), Serviço Social (1945) e Enfermagem (1944) – e
duas particulares – Filosofia (1947) e Ciências Econômicas (1942). Em 05 de novembro de
1965, passou a denominar-se Universidade Federal Fluminense (UFF).
Hoje, a Universidade Federal Fluminense (UFF) possui cursos de graduação e pósgraduação lato e stricto sensu em todas as áreas do conhecimento. Atende a uma
população de 30.924 alunos na graduação presencial, 4.966 na graduação a distância, 608
nos cursos de mestrado profissional, 2.935 no mestrado acadêmico e 1.703 no doutorado1.
A CPA (Comissão Própria de Avaliação) da UFF foi instituída em abril de 2005,
pela Portaria 33.712, do Magnífico Reitor. Desde a aprovação do Projeto de Avaliação
Institucional da UFF, pelo órgão deliberativo máximo da instituição – o Conselho
Universitário, a Comissão vem desenvolvendo ações para a implantação dos processos de
avaliação, visando a promover o desenvolvimento de uma cultura de avaliação no interior
da Universidade.
Dentre as ações desenvolvidas com o objetivo de conduzir o processo de avaliação
no interior da Universidade, a CPA da UFF promoveu a criação de um sistema eletrônico,
o SAI (Sistema de Avaliação Institucional)2, para agilizar e tornar mais eficiente a coleta
de dados dos cursos de graduação. Esse sistema passou a funcionar no 2º semestre de 2010,
com a implementação da avaliação, on line, por professores e alunos, das disciplinas
ministradas e cursadas naquele período letivo.
No 2º semestre de 2012, a CPA da UFF iniciou a pesquisa com os egressos,
implantando, no sistema eletrônico, um instrumento com questões objetivas para serem
respondidas pelos alunos egressos dos cursos de graduação, nos últimos cinco anos. Do
total de 13.056 alunos convidados a participarem da pesquisa, obteve, no período de
outubro de 2012 a agosto de 2013, 2.382, o equivalente a 18% (dezoito por cento) do
universo dos alunos abordados.
Objetivos
Geral: conhecer a opinião dos ex-alunos a respeito do curso de graduação que
realizaram na Universidade Federal Fluminense
1
Dados referentes a 2012. Fonte: https://sites.google.com/site/pgiproplanuff/numeros/sintese. Acesso em
20/08/13.
2
O sistema pode ser acessado no endereço https://sistemas.uff.br/sai.
2
Específicos: - elaborar instrumento de pesquisa;
- aplicar o instrumento de pesquisa;
- coletar e disponibilizar os dados coletados
Metodologia
Lousada & Martins (2005) admitem que a pesquisa com egressos é fonte de
informação para o conhecimento da qualidade dos cursos de graduação da universidade,
possibilitando o dimensionamento da contribuição que ela dá à sociedade, especialmente
em relação ao papel que desempenha na qualificação de profissionais para o mercado de
trabalho. Concordando com esse posicionamento, a CPA da UFF iniciou, no primeiro
semestre de 2012, o trabalho de organização da pesquisa com os egressos dos cursos de
graduação da Universidade, nos últimos cinco anos.
O objetivo dessa pesquisa era conhecer, por meio da coleta de informações, a
opinião de ex-alunos sobre o curso de graduação que realizaram na Universidade Federal
Fluminense (UFF), bem como a sua situação no mercado de trabalho. Uma vez coletadas
as informações, o propósito era disponibilizá-las aos gestores dos 130 (cento e trinta)3
cursos de graduação presenciais, para que, a partir da análise das opiniões dos ex-alunos,
desenvolvessem políticas de melhoria da qualidade da graduação na Universidade.
Para possibilitar maior agilidade e eficiência na coleta e disponibilização dos dados,
a opção foi pela realização da pesquisa de forma eletrônica, dentro do Sistema de
Avaliação Institucional, criado no ano de 2010. Isso permitiu realizar a coleta e a
organização dos dados de forma rápida, além de possibilitar a disponibilização dos
resultados em tempo real, tanto aos gestores dos cursos, quanto aos próprios participantes
da pesquisa e ao público em geral.
Como primeiro passo para implantação da pesquisa, foi feito o desenvolvimento de
um instrumento com 20 (vinte) questões de respostas fechadas, 11 delas referentes a
aspectos institucionais e 9 voltadas para a autoavaliação.
As questões pertinentes a aspectos institucionais abordaram situações como a
preparação do curso para o mercado de trabalho, o desenvolvimento cultural e pessoal dos
ex-alunos, a contribuição das disciplinas para o desempenho profissional, a qualidade dos
professores, a opção de escolha pelo curso de graduação e a sequência de estudos na
própria Universidade, a recomendação e a avaliação da imagem da UFF. Por outro lado, as
questões de autoavaliação envolveram aspectos como a inserção no mercado de trabalho
dentro ou fora da área de formação, o tempo decorrido da formatura até o início da
atividade profissional, o tipo de organização do exercício profissional, a forma de inserção
no mercado de trabalho, a faixa salarial, o nível de satisfação quanto à profissão, à
remuneração e ao aspecto social da profissão, além da perspectiva profissional na área de
atuação.
Após a elaboração do instrumento, foi feita a implantação do mesmo no Sistema de
Avaliação Institucional. Em seguida, foi realizado o encaminhamento de uma mensagem
eletrônica aos 13.056 (treze mil e cinquenta e seis) alunos formados nos cursos de
graduação, nos últimos cinco anos, divulgando a pesquisa e convidando-os a participarem
da mesma.
Os acessos dos ex-alunos, com o objetivo de responderem ao questionário, tiveram
início no mês de outubro de 2012. Para impedir acessos subsequentes, o sistema realiza a
filtragem por CPF e permite a entrada do mesmo número a partir do momento em que a
participação anterior completa o ciclo de dois anos.
Referencial teórico
3
Dados referentes a 2012. Fonte: https://sites.google.com/site/pgiproplanuff/numeros/sintese. Acesso em
20/08/13.
3
A universidade é uma instituição social e, portanto, está inserida na sociedade. Isso
significa, como adverte Chauí (2001, p. 35), que ela “[...] não é uma realidade separada e
sim uma expressão historicamente determinada de uma sociedade determinada”. Conhecer
o que faz a universidade é, portanto, um dos caminhos para sabermos o que a sociedade
deseja da universidade e o que ela, efetivamente, responde a esses anseios.
O conhecimento da universidade depende da geração de informações que possam
ser apropriadas por aqueles que desejam conhecê-la. Por outro lado, a literatura
especializada no ensino superior apresenta uma carência de informações acerca dos
egressos dos cursos de graduação no país. Não se sabe, por exemplo, o perfil daqueles que
deixam a universidade, a contribuição da formação acadêmica para a vida profissional, o
tipo de inserção no mercado de trabalho, o grau de satisfação e perspectiva profissional.
A pesquisa com egressos se apresenta, diante das necessidades de conhecimento
sobre a universidade, como uma possibilidade de se ter um feedback acerca do formação
ofertada. Esse retorno é fundamental para a formulação de políticas de superação e
manutenção no sistema de educação superior em geral e nas instituições acadêmicas em
particular. Lousada & Martins (2005, p. 74) concordam que “[...] conhecer o que fazem (os
egressos) como profissionais e cidadãos e suas adequações aos setores em que atuam,
possibilita uma reflexão crítica sobre a formação e sua relação com as necessidades do
mercado de trabalho.”
A Lei 10.861/04 (BRASIL, 2004), que instituiu o SINAES (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior), estabelece, em seu art. 3º, as dimensões avaliativas. O
inciso III determina que seja avaliada
a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no
que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao
desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da
memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural.
Entendemos que a atuação da Universidade, no campo do ensino de graduação,
reflete sua responsabilidade, dentre outras, com o desenvolvimento econômico e social. Ao
preparar os alunos, nos seus diversos cursos de graduação, a instituição tanto assume uma
responsabilidade com a formação da mão de obra para atendimento aos setores
econômicos, quanto se responsabiliza pela preparação de cidadãos capazes de assumir,
com ética e senso de justiça, os diversos papéis sociais.
Resultados e discussões
A pesquisa com egressos desenvolvida no âmbito da Universidade Federal
Fluminense teve, no período de outubro de 2012 a início de setembro de 2013, a adesão de
2.382 ex-alunos, o equivalente a cerca de 18% do público alvo. Em termos estatísticos, um
número considerado significativo.
A seguir, apresentaremos alguns dos resultados, visando a mostrar como a pesquisa
com os egressos pode contribuir para a avaliação dos cursos de graduação, possibilitando a
geração de informações necessárias à reformulação permanente do Projeto Pedagógico dos
Cursos. Além disso, esses resultados também permitem perceber o grau de inserção da
universidade na sociedade; um importante indicador do cumprimento do seu papel social.
A primeira questão referente à avaliação institucional, respondida pelos egressos
foi: “Você estava preparado para o mercado de trabalho quando se formou?”
22,5% dos respondentes declararam estar muito preparados para o mercado de
trabalho; 53,1% declararam-se razoavelmente preparados; 20,4% pouco preparados e 4%
nada preparados.
Considerando a tendência positiva de respostas, isto é, a soma entre aqueles que se
declararam muito preparados e razoavelmente preparados para o mercado de trabalho,
4
chegamos a 75,6%. Isso permite dizer que, do ponto de vista da preparação para o mercado
de trabalho, os cursos de graduação da UFF têm um bom desempenho.
A segunda questão referente à avaliação institucional foi: “As disciplinas
profissionalizantes contribuíram para o seu desempenho profissional?”
26,4% dos ex-alunos responderam que essas disciplinas contribuíram muito; 43,8%
que elas contribuíram razoavelmente; 23,6% que elas pouco contribuíram e 6,2% que elas
nada contribuíram.
Isso significa dizer que 70,2% têm uma avaliação positiva da contribuição das
disciplinas profissionalizantes na sua atuação profissional.
A terceira questão referente à avaliação institucional foi: “O curso como um todo
colaborou para o seu desenvolvimento cultural e social?”
Nesta questão, 64,6% responderam que o curso colaborou muito para o
desenvolvimento cultural e social; 27,1% declararam que o curso contribuiu
razoavelmente, nesse aspecto; 7,6% afirmaram que pouco contribuiu e apenas 0,6%
afirmou que nada contribuiu. Isso significa que 91,7% dos respondentes tiveram uma
avaliação positiva da contribuição do curso para o desenvolvimento cultural e social, nos
permitindo dizer que a Universidade tem um papel fundamental para além da
instrumentalização dos seus alunos para o mercado de trabalho, atuando, de forma muito
positiva, na formação de sujeitos capazes de exercerem amplamente um papel social.
A quarta questão respondida sobre a avaliação institucional foi: “Qual o conceito
que você atribui aos professores do curso que você concluiu?”
A esta questão, 29,1% dos respondentes disseram que os professores foram ótimos,
48,6% bons; 18,6% regulares, 2,9% ruins e 0,8% péssimos. Em relação à qualidade dos
professores, então, a tendência positiva é de 96,3%, dado que representa um corpo docente
de alta qualidade, na instituição.
A quinta questão sobre a avaliação institucional foi: “Após a graduação você
realizou curso(s) de pós-graduação, na UFF?”
12,6% dos respondentes disseram que sim; 11,5% afirmaram estar cursando a pósgraduação na UFF; 20,7% declararam estar cursando em outra instituição e 55,1%
declararam não terem cursado ou não estarem cursando a pós-graduação. Esses números
mostram que 24,1% dos egressos deram continuidade aos estudos na UFF, mas 75,8% ou
não deram continuidade aos seus estudos, ou o fizeram fora da UFF. Um olhar mais atento
sobre esses dados indica a necessidade de a UFF pensar a pós-graduação, no sentido
possibilitar que seus alunos de graduação nela permaneçam para a realização de estudos
superiores.
Uma outra questão colocada à disposição para resposta dos egressos foi a seguinte:
“Você tem mantido algum contato com a UFF?”
49,6% dos respondentes declararam não mais terem mantido contato com a UFF;
23,1% disseram manter contato com a instituição pela obtenção de informações em geral;
14,6% afirmaram manter contato com a instituição por meio da realização de curso(s);
10,1% declararam participar de eventos promovidos pela instituição e 2,6% disseram que
procuram os serviços prestados pela Universidade. Esses dados indicam que a UFF deve
melhorar a qualidade de sua comunicação com os seus ex-alunos, porque quase 50% deles
declararam não mais terem contato com ela, após a formatura.
Outra questão que merece destaque é a seguinte: “Qual é o conceito que você
atribui ao curso que concluiu?”
29,2% dos participantes atribuíram o conceito ótimo; 49,7% bom; 17,1% regular;
3,1% ruim e 0,9% péssimo. A tendência positiva de respostas, neste caso, é de 96%, o que
significa dizer que os cursos de graduação da UFF têm um padrão de qualidade elevado.
5
Visando a conhecer os motivos que levaram os ex-alunos a escolherem a UFF, foi
feita a seguinte pergunta: “Por que você escolheu a UFF?”
45,7% responderam que escolheu a UFF pela sua qualidade de ensino; 20,2% pela
sua localização; 18,3% por receber informações positivas acerca da instituição; 9% por não
ter conseguido vaga em outra instituição; 5,5% pelo menor custo de frequentá-la e 1,2%
por ser reconhecida pelo MEC.
Uma questão correlata a essa foi a seguinte: “Você escolheria novamente a UFF
para realizar outro curso?”
50,5% responderam que, com certeza, escolheriam novamente a UFF; 34,3
disseram que, provavelmente, fariam novamente a escolha; 6,8% declararam que o fariam,
se não tivessem outra opção; 5,1% afirmaram não ter opinião formada a esse respeito e
3,3% registraram que não fariam, novamente, a escolha pela instituição.
Observando os dados referentes à opção de escolha pela instituição, podemos
afirmar haver uma tendência bastante positiva, visto que quase 50% dos respondentes
disseram ter escolhido a UFF por sua qualidade, enquanto que mais de 50% declararam ter
a certeza de a escolherem novamente.
Por fim, a respeito da avaliação institucional, é importante destacar a seguinte
questão: “Como você avalia a imagem da UFF?”
36,5% disseram que a imagem da UFF é ótima; 52,1 que é boa; 10% que é regular;
1% que é ruim e 0,4% que é péssima. Esse indicador apresenta, então, uma tendência
positiva de 98,6%, o que permite dizer que a UFF alcança um altíssimo grau de aceitação
na comunidade em que está inserida, especialmente entre os seus ex-alunos.
Em relação à autoavaliação, três questões merecem destaque. A primeira é a
seguinte: “Quanto tempo decorreu da formatura ao início de sua atividade profissional?”
80,2% declararam ter sido menos de um ano. Isso significa que o curso realizado
possibilitou uma rápida inserção no mercado de trabalho.
As outras duas questões referem-se à satisfação profissional. Uma delas é a
seguinte: “Qual o seu nível de satisfação na sua situação profissional atual no aspecto
financeiro?”
16,2% declararam ter um alto nível de satisfação profissional quanto ao aspecto
financeiro; 51,3% disseram que esse grau de satisfação é médio e 32,5% afirmaram ser
baixo.
A outra questão referente à satisfação é a seguinte: “Qual o seu nível de satisfação
na sua situação atual, no aspecto social?”
33,6% afirmaram que essa satisfação é alta; 52,4% que é média e 14% que é baixa.
Observando as informações referentes ao grau de satisfação quanto aos aspectos
financeiro e social dos ex-alunos da UFF, podemos afirmar que ele é, consideravelmente,
alto. A tendência positiva de resposta quanto à satisfação financeira é de 67,5. Já em
relação ao aspecto social, essa tendência é de 86%.
Esse resultado é mais um indicador do importante papel desempenhado pela
Universidade na sociedade de que faz parte, tanto do ponto de vista da formação para o
trabalho quanto para a preparação para a vida social.
Considerações finais
A pesquisa com os egressos dos últimos cinco anos pela CPA da Universidade
Federal Fluminense tem demonstrado ser possível, por meio das informações geradas, o
conhecimento dos cursos de graduação. As informações disponibilizadas aos gestores dos
diferentes cursos têm promovido discussões locais que influenciam a formulação de
políticas de manutenção dos aspectos positivos e a correção de distorções.
A pesquisa com egressos permite verificar, também, a qualidade da certificação,
isto é, a validade dos cursos de graduação. Isso é possível ser percebido, por exemplo, por
6
meio do tipo de resposta que os ex-alunos dão às questões referentes à contribuição das
disciplinas para a atuação profissional, à preparação dada pelo curso para a atuação no
mercado de trabalho, a contribuição do curso para o desenvolvimento cultural e social, o
conceito atribuído ao curso e o tempo decorrido da formatura do egresso até a sua inserção
no mercado de trabalho.
Saber o que pensam os egressos dos cursos de graduação também possibilita
conhecer o grau de inserção e aceitação da Universidade na sociedade de que faz parte.
Isso pode ser percebido pelas respostas a questões referentes, por exemplo, aos motivos de
escolha da UFF para realização do curso, à possibilidade de escolher a UFF para realização
da pós-graduação ou de outro curso de graduação, além da opinião acerca da imagem da
instituição na sociedade.
A pesquisa com os egressos é um importante mecanismo de autoavaliação, por
parte da instituição de educação superior. Essa é a razão pela qual ela deve ser inserida no
contexto da avaliação institucional. Daí a necessidade de elaboração de mecanismos de
acompanhamento de egressos e a realização de estudos que permitam conhecer o tipo de
desempenho que os ex-alunos estão tendo, na prática, como expressão da formação que
obtiveram na universidade. Investir na pesquisa com os egressos é, portanto, contribuir
para o próprio aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação institucional das instituições
de educação superior em nosso país.
Referências
BRASIL. Lei 10.861/04. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior e
dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2004/lei/l10.861.htm. Acesso em 20/05/05.
CHAUI, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
LOUSADA, Ana Cristina Zenha; MARTINS, Gilberto de Andrade. Egressos como fonte
de informação à gestão dos cursos de ciências contábeis, Revista Contabilidade e
Finanças, São Paulo, USP, v. 16, n. 37, jan./abr. 2005. disponível em http://www.scielo.br
/pdf/rcf/v16n37/v16n37a06.pdf. Acesso em 20/06/12.
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Download

(A pesquisa com egressos como fonte de informação sobre a