O espírito da Organização de Aprendizagem
 As organizações só aprendem através de
indivíduos que aprendem. O aprendizado
individual não garante o aprendizado
organizacional, mas sem ele não há como
ocorrer o aprendizado organizacional.
Domínio Pessoal e Proficiência
 O domínio pessoal vai além da habilidade e
competência. Pois busca fazer da vida um trabalho
criativo, viver a vida de um ponto de vista criativo em
contraposição a um reativo.
 Quando o domínio pessoal torna-se uma disciplina –
uma atividade que integramos na nossa vida. Ele
incorpora dois movimentos:
1)
Esclarecer continuamente o que é importante para
nós.
2)
Aprender continuamente a enxergar com mais clareza
a realidade do momento.
Logo, a justaposição do nosso objetivo (o que desejamos)
com uma imagem clara da realidade (onde estamos em
relação ao que desejamos) gera a “tensão criativa”: uma
força para uni-los, resultante da tendência natural que a
tensão tem de buscar resolução.
A essência do domínio pessoal está em aprender a
gerar e manter tensão criativa em nossas vidas.
O QUE DESEJAMOS?????
Onde estamos em relação ao que desejamos??
Tensão
Criativa
 Devemos expandir a capacidade de produzir os
resultados que realmente queremos na vida.
 O domínio pessoal sugere um nível especial de
proficiência em todos os aspectos da vida, tanto
pessoal como profissional.
 Veja as principais características da pessoas com alto
nível de domínio pessoal:
- Têm um sentido especial de vida;
- Vai além dos objetivos e metas ocasionais;
- A realidade do momento é um aliado, e não
-
inimigo;
Aprende identificar e trabalhar com as forças de
mudança ao invés de resistir;
Buscam sempre procurar com clareza a realidade;
Sentem-se ligadas ao próximo e à vida em si,
porém não abrem mão de sua individualidade;
Sentem-se parte de um processo criativo maior, no
qual podem influir mas que não podem controlar
unilateralmente.
 Pessoas deste nível alto de domínio pessoal, vivem em
contínuo aprendizado. Elas nunca “chegam”, pois tem
consciência da sua ignorância, da sua incompetência,
das suas áreas de crescimento. E são profundamente
autoconfiantes.
Resistências do domínio pessoal
 As empresas resistem incentivar o domínio
pessoal. Pois acreditam ser abstrato e em parte
adotar conceitos inquantificáveis (ex. intuição e
visão pessoal);
 Na cultura materialista é difícil entender esta
premissa.
 Outra forma de resistência é o cinismo. Pois
muitos já depositaram grandes esperanças nas
pessoas. Depois, ao verem que essas pessoas não
corresponderam às suas expectativas ficam
decepcionados, magoados e amargurados.
 O domínio pessoal coloca em “risco” a ordem de
uma empresa bem-administrada.Pois conferir
poder as pessoas dentro de uma organização
desordenada pode ser contraproducente.
Lembrando, seria ingenuidade desenvolver o
domínio pessoal dentro de uma empresa se seus
dirigentes não tivessem a capacidade de criar um
objetivo comum e modelos mentais comuns para
orientar os administradores locais.
A Disciplina do Domínio Pessoal
 Veja, os principais princípios e práticas que
constituem a base para a contínua expansão do
domínio pessoal.
- OBJETIVO PESSOAL;
- MANTENDO A TENSÃO CRIATIVA;
- “CONFLITO ESTRUTURAL”: O PODER DE
SUA IMPOTÊNCIA.
- COMPROMISSO COM A VERDADE;
- USANDO O SUBCONSCIENTE.
Objetivo Pessoal
 Objetivo pessoal é algo que vem de dentro de nós.
 Adultos têm pouca noção do que seja objetivo de vida
e, quando questionados sobre o que querem, falam
apenas do que querem se ver livres. Estas visões
negativas são comuns.
 Dicas para isso...Tente focalizar os meios e não os
resultados.
 A capacidade de se concentrar nos principais
desejos intrínsecos, não apenas em objetivos
secundários, é a pedra fundamental do domínio
pessoal.
 O verdadeiro objetivo não pode ser compreendido
isoladamente da idéia do nosso propósito de vida.
Todo ser humano tem um propósito de vida, e a
felicidade está diretamente relacionada ao fato de
se viver de maneira coerente com esse propósito.
 Quando as pessoas realmente se interessam pelo
que estão fazendo, elas se empenham
naturalmente, pois estão fazendo o que realmente
querem. Elas estão cheias de entusiasmo e energia
e mostram-se perseverantes diante de obstáculos e
contratempos, pois estão fazendo o que é preciso.
 É o objetivo de vida atraindo-o para seguir em
frente que faz todo o trabalho valer a pena.
 O objetivo de vida é diferente de propósito de vida. Vamos




ver...
O propósito é uma espécie de direção geral, ao passo que
objetivo é uma destinação específica, uma imagem do
futuro que desejamos ter.O propósito é abstrato; o objetivo
é concreto.
Ex. O propósito é “ser o melhor que puder; e o objetivo é
tirar uma folga de três minutos a cada quilômetro.
Pode-se dizer que nada acontece enquanto não houver
objetivo, mas igualmente verdade que um objetivo sem um
propósito não passa de simplesmente uma boa idéia.
Identificar o objetivo é um dos aspectos mais fáceis do
domínio pessoal. Um desafio mais difícil para muitos, está
em encarar a realidade.
Mantendo a Tensão Criativa
 As pessoas costumam ter dificuldade em falar
sobre seus objetivos, mesmo quando eles são
claros. Por quê? Porque temos a nítida consciência
do espaço que existe entre nosso objetivo e a
realidade.
 Lembrando, se não houvesse esse espaço, não
haveria necessidade de ação para nos mover na
direção do objetivo. Na verdade, esse espaço é a
fonte de energia criativa, chamada: “tensão
criativa”.
 O que a tensão busca? Resolução ou liberação. E como
se resolve esta tensão? Levar a realidade para o
objetivo, ou trazer o objetivo para a realidade.
 O princípio central do domínio pessoal é a tensão
criativa. Esta tensão é a força que entra em ação no
momento em que identificamos um objetivo em
desacordo com a realidade atual.
 Pessoas confundem tensão criativa com tensão
emocional. A tensão emocional é vista como “emoções
negativas”
Vamos chamar atenção em uma coisa...
1) É comum nos sentirmos profundamente
desanimados quando ainda não conseguimos atingir
um objetivo, ficamos tentados a aliviar a carga de
desânimo. E o que acontece...Vamos baixar o objetivo!
 Nosso objetivo na realidade é ficar atento com o
escape emocional, afinal os nossos objetivos
devem estar o mais próximo da realidade. Quando
baixamos o que queremos como resultado,
acabamos pagando um alto preço.
 É interessante que, quando temos um objetivo que
difere da realidade do momento, existe um espaço
entre ambos (tensão criativa) que pode ser
resolvido de suas maneiras. Veja:
1) Tomar atitudes que coloquem a realidade no nível do
objetivo. Mas mudar a realidade leva tempo, e é isso
que leva à frustração e à tensão emocional do
processo.E muitos com isso...acabam baixando seus
objetivos para colocá-lo em nível com a realidade atual
(p.146 – esquema).Porém isso não resolve.
 Neste período é comum surgir a dinâmica de “
transferência de responsabilidade”, onde ocorre a
seguinte situação: objetivo não atingindo, frustração,
rebaixamento do objetivo, alívio temporário, e pressão
pára baixar mais ainda o objetivo. Gradativamente, a
responsabilidade vai sendo transferida para que o
objetivo seja rebaixado.
 Nas organizações, os objetivos se desgastam devido à
baixa tolerância pela tensão emocional. Pois muitas
vezes, não estamos dispostos a conviver com a tensão
emocional.Por outro lado, quando compreendemos a
tensão criativa e permitimos que ela atue (não
baixando nosso objetivo), o objetivo torna-se uma
força ativa.
 Pessoas realmente criativas usam o espaço existente
entre o objetivo e a realidade atual para gerar energia.
 O domínio da tensão criativa modifica a maneira de
ver o “fracasso”. O fracasso é simplesmente uma prova
do distanciamento entre o objetivo e a realidade.
O
fracasso é uma oportunidade de tomar
conhecimento – das imagens errôneas da realidade,
das estratégias que não funcionam como se esperava,
da clareza do objetivo.
 Um erro é uma experiência cujos benefícios ainda
não se tirou proveito. (Ed Land).
 Se o fundamento na busca do domínio pessoal é ser fiel
a seu objetivo, a segunda meta mais importante é o
compromisso com a verdade.
 “ O indivíduo realmente criativo sabe, que toda criação
provêm do trabalho com restrições. Sem restrições não
há criação” (Robert Fritz).
“Conflito Estrutural”: O poder de sua
impotência
 Diga em voz alta a seguinte frase: “ Eu posso criar
minha vida exatamente como quero, em todas as
dimensões – trabalho, família, amigos, comunidade e o
mundo em geral”. Note sua reação interna diante dessa
afirmação, a “vozinha” no fundo de sua cabeça. “Quem
ele pensa que está enganando?”.
 Muitos de nós somos dominados pela idéia de que
não somos capazes de realizar nossos desejos. De
onde vem essa idéia? Ouvimos constantemente
que não podemos alcançar ou fazer determinadas
coisas, e acabamos nos convencendo de que não
temos capacidade de ter o que queremos.
 A maioria de nós acredita em duas coisas
contraditórias que limitam a nossa capacidade
de criar o que realmente queremos. Uma delas é
a nossa impotência – ou incapacidade de realizar
o que realmente queremos – e outra é nosso
desmerecimento, ou seja, a idéia de que não
merecemos o que realmente desejamos.
 Fritz usa uma metáfora pra descrever como essas
idéias contraditórias criam um sistema que nos
impede de atingir nossos objetivos. Imagine que há
um elástico (tensão criativa) puxando-o na direção
do seu objetivo. E imagine um segundo elástico a
puxá-lo, preso na idéia de impotência e
desmerecimento. Quando o primeiro tenta puxá-lo
na direção do objetivo, o segundo o puxa para trás,
na direção da idéia de que você não pode ( ou não
merece) atingir seu objetivo.
 Esse sistema de duas tensões em sentidos
contrários é chamado de “conflito estrutural”.
 O que fazer para vencer as forças do conflito
estrutural? Uma delas é deixar que nosso
objetivo se desgaste. A segunda é a “manipulação
do conflito”, na qual tentamos fazer um maior
esforço na direção do que queremos, criando um
conflito artificial para fugir do que não queremos
– é o chamado “objetivo negativo”.
 A resposta daqueles que buscam o domínio pessoal é
uma simples pergunta: “Você quer mesmo passar a
vida inteira com medo do fracasso?”. O trágico é que
muita gente que se habitua à manipulação de conflito
passa a acreditar que só num estado de contínua
ansiedade e medo é que se pode vencer na vida.
 A terceira estratégia é a da “ força de vontade”, na
qual nós ficamos obcecados em superar todas as
formas de resistência a fim de atingir nossos
objetivos. E é considerado a força de vontade como
sinônimo de pessoas bem-sucedidas, onde
possuem uma fixação maníaca de objetivos,
disposição para “pagar o preço”, capacidade de
derrotar qualquer oposição e superar qualquer
obstáculo.
 Mas se o domínio pessoal não se desenvolve enquanto
mantivermos idéias desencorajadoras, e as idéias só
mudam quando exercemos nosso domínio pessoal,
como fazer para começar a modificar as estruturas
profundas de nossa vida?
Compromisso com a Verdade
 Para resolver um conflito estrutural é preciso falar a
verdade.
 O compromisso com a verdade é buscar
incansavelmente eliminar os mecanismos pelos quais
limitamos ou enganamos a nós mesmos, impedindonos de ver como as coisas realmente são, e desafiar
continuamente nossas teorias sobre o por que de as
coisas serem como são.
 Pessoas com alto grau de domínio pessoal são
mestres em descobrir as estruturas que estão
em jogo.
 Quanto maior for o compromisso com a
verdade, mais tensão criativa entra em jogo,
pois a realidade passa a ser vista mais como ela
realmente é. No contexto da tensão criativa, o
compromisso com a verdade torna-se uma
força geradora, da mesma forma que o
objetivo.
Usando o subconsciente, ou: você não
precisa ficar atento a tudo
 Pessoas com alto grau de domínio pessoal tem
capacidade de realizar tarefas extremamente
complexas com graça e facilidade. E é por meio do
subconsciente que lidamos com a complexidade, ou
seja, quando desenvolvemos um grau maior de
comunicação entre o consciente e o subconsciente.
 O que todos nós achamos normal e exploramos
casualmente, elas encaram como uma disciplina.
 Nosso subconsciente tem uma capacidade dez
vezes superior à do consciente, e é na mente do
homem que está o segredo que poderá determinar
nosso futuro.
 O subconsciente é igualmente importante em
nosso aprendizado.
 A princípio, toda tarefa nova requer muita atenção
consciente e esforço mas, à medida que
aprendemos as técnicas necessárias para executála, a atividade passa gradualmente do consciente
para o controle do subconsciente.
 Por isso que existem práticas de “meditação” que
buscam acalmar o consciente e trabalham mais
produtivamente o subconsciente.
 As pessoas com alto grau de domínio pessoal têm
uma técnica especial para se concentrar,
concentrando-se no resultado desejado, e não no
“processo” ou nos meios que supõem necessários
para se alcançar esse resultado.
 Precisamos aprender a separar o que realmente
desejamos daquilo que achamos que precisamos
para obtê-lo. Um bom exercício para começar é
pegar um determinado aspecto de seu objetivo e
imaginar que ele foi totalmente realizado. Em
seguida, pergunte a si mesmo: “Se eu tivesse
realmente conseguido isso, o que isso me traria de
bom?”. Geralmente as pessoas descobrem que a
resposta a essa pergunta revela desejos “ mais
profundos” ocultos atrás do objetivo.
Domínio Pessoal e a Quinta Disciplina
 À medida que os indivíduos praticam a disciplina do
domínio pessoal,uma série de mudanças começa a
ocorrer gradativamente em seu interior. São elas:
- Integração entre razão e intuição;
- Uma visão melhor da nossa ligação com o mundo;
- Compaixão
- Compromisso com o todo.
Integração entre razão e intuição
 Atualmente,
numerosos estudos mostram que
administradores experientes baseiam-se muito na
intuição ao resolver problemas complexos, não
dependendo apenas da racionalidade.
 Precisamos reintegrar a intuição e a racionalidade. E o
raciocínio sistêmico pode ser a chave para integrar a
razão e a intuição.
Uma visão melhor da nossa ligação com o
mundo
 O crescimento pessoal está em “ fechar os
círculos”, ou seja, em estar sempre descobrindo
como as aparentes forças externas estão na verdade
inter-relacionadas com nossas ações.
 Para a maioria de nós, porém, esse processo de
“fechar círculo” se interrompe muito cedo.Á
medida que ficamos mais velhos, nosso ritmo de
descoberta se reduz, e passamos a ver cada vez
menos ligações entre nossos atos e as forças
externas.
Compaixão
 Começamos a perceber que todos nós estamos presos a
estruturas, estruturas entranhadas em nosso modo de
pensar e no meio social em que vivemos. Nossa
tendência de culparmos uns aos outros vai
desaparecendo, dando lugar a uma visão melhor das
forças dentro das quais operamos.
 Não somos vítimas nem culpados, mas apenas seres
humanos controlados por forças que ainda não
aprendemos a reconhecer.
 À medida que as pessoas percebem melhor os sistemas
em que operam e vêem com mais clareza as pressões
que
influenciam
seu
comportamento,
elas
desenvolvem um sentimento mais profundo de
compaixão e empatia.
Compromisso com o todo
 O espírito de união e compaixão que caracteriza os
indivíduos com alto grau de domínio pessoal gera
naturalmente um objetivo mais amplo.
 Indivíduos comprometidos com um objetivo que
esteja além de seus interesses pessoais descobrem
que possuem um potencial de energia que não é
aproveitado na busca de objetivos menores, e o
mesmo acontece com organizações que buscam
este nível de comprometimento.
Fomentando o Domínio Pessoal dentro de
uma organização
 Não se deve esquecer que a busca do crescimento
pessoal é sempre uma questão de opção.
Demais comentários finais
deste item (p. 161 e 162)
Senge, Peter (1990).
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