O traçado das vias de tráfego em função das medidas minimizadoras do ruído
João de Quinhones Levy / Fernando Dias / Jacques Beaumont
Ecoserviços, Portugal
/ Engº Civil
/ Prof. na ENTPE
RESUMO: Nesta comunicação salienta-se que o traçado de uma via tem muita influência nos níveis
sonoros das faixas vizinhas e, em consequência, nas protecções necessárias para reduzir estes
níveis junto das habitações.
Propõe-se que a elaboração do Estudo Acústico seja efectuada em simultâneo com o Estudo Prévio
das vias para evitar a instalação de medidas minimizadoras ou, pelo menos, a facilitar a sua
montagem.
Como método de cálculo recorre-se a software avançado, que permite desenvolver o estudo
acústico em duas e três dimensões, apresentando cortes ao longo das vias e dos receptores, e
mostrando as reflexões das ondas sonoras, nas fachadas dos edifícios e nas barreiras acústicas.
1- INTRODUÇÃO
De acordo com o Artigo 28º do Decreto-Lei
nº 251/87, Regulamento Geral Sobre o
Ruído, da Legislação Portuguesa: “As
entidades responsáveis pelo planeamento
de vias de tráfego rodoviário ou ferroviário
deverão ter em conta a necessidade de
evitar que o ruído decorrente da sua
utilização venha a prejudicar as utilizações
existentes ou previstas para as zonas
envolventes e, se necessário, promoverão
a adopção de medidas adequadas de
protecção”.
Com base neste Artigo e nos Artigos 4º,5º
e 6º, relativos à classificação dos locais
para implantação dos edifícios, e dos seus
requisitos
Técnico-funcionais,
são
estabelecidas as medidas de protecção em
função da classificação dos locais, antes e
após, a construção das vias rodoviárias e
ferroviárias.
Assim, conforme Artigo 4º, os locais são
classificados
como
pouco
ruidosos,
ruidosos ou muito ruidosos em função do
nível sonoro L50. Isto é, o valor do nível
sonoro de ruído ambiente que é excedido,
num período de referência, em 50% da
duração deste, Quadro I.
A decisão de adoptar medidas de
protecção dependerá da eventual alteração
do estado sonoro do local. Caso após a
construção da via um local mantenha a sua
classificação, não são avançadas medidas
de protecção.
A metodologia tradicional consiste, assim,
em primeiro projectar as vias rodo ou
ferroviárias, e depois estimar os níveis
sonoros que se verificarão após a sua
construção.
Comparando estes níveis com a situação
de referência, antes da construção, é
decidida
a
adopção
de
medidas
minimizadoras se se verificar a mudança de
estado sonoro. Nesse caso serão
projectadas as medidas que tomam como
ponto de partida e como condicionante, o
projecto da via, o seu perfil longitudinal e
Locais poucos ruidosos.
Locais que satisfaçam os seguintes níveis sonoros:
L50≤65dB(A) entre as 7 horas e as 22 horas; e
L50≤55dB(A) entre as 22 horas e as 7 horas
Locais ruidosos.
Locais que não estão contemplados na definição de
locais pouco ruidosos e que satisfaçam a:
L50≤75dB(A) entre as 7 horas e as 22 horas; e
L50≤65dB(A) entre as 22 horas e as 7 horas
Locais muito ruidosos.
Locais que não estão contemplados nas definições
de locais pouco ruidosos e de locais ruidosos
Quadro I - Classificação dos locais para implantação de edifícios
transversal, e o fluxo de tráfego e tipo de
veículos.
2- PRÁTICA ACTUAL
2.1- METODOLOGIA
Comparando estes níveis com a situação
de referência, antes da construção, é
decidida
a
adopção
de
medidas
minimizadoras se se verificar a mudança de
estado sonoro.
Nesse caso serão projectadas as medidas
que tomam como ponto de partida e como
condicionante, o projecto da via, o seu
perfil longitudinal e transversal, e o fluxo de
tráfego e tipo de veículos.
Com vista a estabelecer a necessidade de
instalar medidas minimizadoras após a
construção das vias, a prática segue os
passos abaixo indicados:
• Caracteriza a situação de referência que
inclui o levantamento do local, a
identificação dos principais receptores e
a medição dos níveis de ruído;
Por se considerar que esta prática não é a
mais correcta, isto é, a de estabelecer as
medidas minimizadoras só após a definição
do traçado das vias, defende-se uma outra
metodologia.
• Avalia os níveis de ruído após a
construção da via face ao traçado em
planta e em perfil, à topografia do local,
e ao tráfego, velocidade e percentagem
de pesados, no caso de vias rodoviárias,
e tipo de composição, no caso das vias
ferroviárias;
Para o efeito, explicita-se a prática habitual
ilustrando-a com um caso de estudo e, de
seguida, retoma-se o exemplo alterando os
procedimentos de projecto e demonstrando
as vantagens que se obtêm.
• Define as medidas minimizadoras. A
partir da situação de referência e dos
níveis sonoros após a construção das
vias, avalia os estados sonoros.
• Se estes não forem alterados pela
construção da via, não são preconizadas
medidas minimizadoras. Caso sejam
alterados, são estudadas estas medidas.
Nalguns estudos, para além da alteração
do estado sonoro, é avaliada a diferença
entre o valor do nível sonoro contínuo
equivalente, corrigido do ruído proveniente
da via, e o valor do nível sonoro do ruído de
fundo, que é excedido num período de
referência, em 95% da duração deste L55.
Se esta diferença for superior a 10 dB(A)
são preconizadas medidas minimizadoras,
mesmo que não se verifique a alteração do
estado sonoro.
Esta
avaliação
baseia-se
nos
procedimentos aplicáveis a edifícios e a
actividades ruidosas e traduz-se numa
medida de conforto ambiental. No caso de
vias que atravessam regiões até então sem
qualquer tráfego significativo, a sua
aplicação deve ser acautelada pois pode
traduzir-se em medidas minimizadoras
difíceis de concretizar.
2.2 - CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO
DE REFERÊNCIA
A caracterização da situação de referência
inicia-se com o reconhecimento de todo o
traçado e pela análise do Estudo de
Impacte Ambiental (EIA), no qual são
identificadas as secções onde deverão ser
instaladas as medidas de protecção. Este
reconhecimento permite identificar os
pontos relevantes, alguns já identificados
no EIA e outros detectados no
levantamento.
Nestes locais é caracterizado o ambiente
sonoro
através
de
medições
dos
parâmetros Leq, L90, L50, L10 em dB(A). São
tiradas
fotografias
dos
edifícios,
aglomerados habitacionais e elementos
urbanos singulares que podem motivar a
sua protecção.
No estudo acústico, apresentam-se fichas
onde estão indicadas a topografia do local,
as fontes de ruído, o tipo de edifício, as
condições climatéricas no dia em que
foram efectuadas as medições e os valores
em dB(A) do Leq, L90, L50, L10.
A avaliação do Leq para além dos níveis Ln
tem a sua razão de ser por facilitar os
cálculos previsionais.
2.3 - MÉTODOS DE CÁLCULO PARA
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS
Para estimar o ruído decorrente, das vias
rodo e ferroviárias e avaliar a eficiência das
protecções acústicas, existem vários
modelo de cálculo.
Estes modelos podem-se classificar em
dois grupos. No primeiro encontram-se
todos os métodos de cálculo que recorrem
a ábacos e em que os cálculos, ou não
utilizam qualquer software ou recorrem a
software simples, que apenas simplifica os
cálculos
repetitivos
de
equações
encadeadas.
Encontram-se neste grupo, por exemplo, os
métodos desenvolvidos nos anos 80 pelo
CETUR (Centre d’Etudes des Transports
Urbains). Este organismo publicou nessa
data um guia de cálculo “Guide du Bruit des
Transport Terrestres - Prévision des
Niveaux Sonores”, que desenvolve um
método simplificado e um detalhado.
Com a importância dos problemas do ruído
rodoviário e ferroviário, e do custo das
medidas de protecção foram desenvolvidos
softwares mais detalhados, que permitem
alcançar resultados mais fiáveis pois que
partem da digitalização do local e de um
número de reflexões de ondas sonoras
muito elevados (>5).
Com estes modelos que constituem o
segundo grupo, obtêm-se resultados mais
fiáveis especialmente em casos complexos
constituído por vias a diversos níveis,
edificações com diferente sércias e
traçados em escavação ou aterro.
Como exemplo de um software do segundo
grupo tem-se o MITHRA, desenvolvido pelo
CSTB (Centre Scientifique et Technique du
Bâtiment - França).
As características deste software são as
seguintes:
Caminho de propagação
O algoritmo de busca dos caminhos de
propagação acústica entre a fonte e o
receptor assenta, fundamentalmente, em
três princípios:
• Qualquer que seja o tecido urbano, a
maior parte das superfícies reflectoras
(exceptuando o solo) são verticais;
• Na ausência do vento, o princípio de
reciprocidade é aplicável;
• As fontes de ruído são decompostas em
elementos
de
linhas
horizontais
(elementos de vias de circulação), cuja
potência é definida por unidade de
comprimento.
A primeira hipótese permite que numa
primeira etapa o problema da busca de
ondas seja efectuado em duas dimensões.
A segunda hipótese torna possível efectuar
o estudo a partir do receptor. Assim, N
ondas são emitidas a partir do receptor em
todas as direcções ao longo de um plano
horizontal. A partir destas ondas, uma
arborescência de trajectos possíveis é
gerada cada vez que uma onda encontra
um segmento representando uma parede
vertical.
Numa segunda etapa, identificam-se os
caminhos de propagação no espaço em
três dimensões. Para cada trajectória no
plano horizontal, é definido um corte
vertical atravessando o solo e os
obstáculos, em função dos segmentos que
sofrem o impacto. Só os cortes
correspondendo a trajectórias fisicamente
possíveis são mantidos.
Dados
O módulo de entrada de dados permite
caracterizar o local através da topografia,
edifícios
existentes,
arruamentos
e,
também, da existência eventual de
barreiras, como taludes de terra.
Os dados referentes ao tráfego são o
número de veículos ligeiros e pesados, a
velocidade, e o tipo de tráfego.
Cálculos
Para um arruamento, a potência por metro
de comprimento da fonte LW (em dB(A)) é
calculada a partir da seguinte fórmula:
LW = LW VL + 10 log ((T + T x VP) x (EQ 1)/100 V) - 30
LW
VP
EQ
V
T
VL
- Potência Sonora de um ligeiro
- Percentagem de pesados
- Equivalência ligeiro/pesado
- Velocidade
- Tráfego
A atenuação acústica entre a fonte e o
receptor é calculada em função das alturas
da fonte, do receptor e de todos os
segmentos topográficos que cortam a
onda.
As leis analíticas utilizadas no cálculo são:
a divergência geométrica, a absorção pelo
ar, o efeito do solo, a absorção pelas
paredes, a difracção pelas barreiras e o
relevo.
O efeito do solo é calculado a partir de uma
fórmula assimptota da reflexão de uma
onda esférica sobre um plano definido pela
sua impedância em função da altura média
de propagação acima do solo.
A atenuação por difracção pode ser
calculada, na maior parte dos casos, pela
formulação de KURZE - ANDERSON
corrigida para barreiras de baixa altura.
A atenuação por reflexão sobre uma
parede é calculada em termos de energia.
Se a for o coeficiente de absorção de
energia da parede, a perda obtida por
reflexão será de 10 log (1 - a).
Os níveis sonoros são calculados para
as 6 oitavas situadas entre 125 e 4 000
Hertz. O número de reflexões utilizado é
geralmente, igual ou superior a 5.
A alteração das condições meteorológicas
é outro dos factores que introduz
importantes alterações dos níveis de ruído
que também pode ser tido em conta neste
tipo de software.
O software MITHRA já foi suficientemente
testado, verificando-se que em 70% dos
casos a diferença entre os cálculos e as
medições são inferiores a 1 dB(A), nunca
ultrapassando 2 dB(A).
2.4 - DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS
SONOROS
Para exemplo das medidas que se obtêm
após a definição da via, apresenta-se o
estudo do nó Auto-Estrada A12 - via rápida
IC.13, indicado na Figura 1, que faz parte
do Estudo Acústico da Auto-Estrada A12
Montijo-Setúbal.
Para avaliação dos níveis de ruído foram
digitalizados o terreno, as vias e os
edifícios.
Foram calculados os níveis sonoros para
16 receptores, colocados a 2 m em frente
das habitações e a 1.50 m em cima do
terreno.
Os resultados mostram que no ano
horizonte do projecto encontram-se zonas
residenciais, com valores superiores a 65
dB(A) atingindo, em certos casos, 69
dB(A), o que resulta na sua classificação
como “ruidosa”.
Como critério de cálculo das medidas
minimizadoras, considerou-se que as
medidas deveriam ser as necessárias para
que a classificação dos locais em termos
sonoros não fossem alterados com a nova
Auto-Estrada.
Classificando-se a zona como "pouco
ruidosa" antes da implantação da AutoEstrada, houve que estabelecer
as
medidas necessárias para que fosse obtido
um Leq ≤ 65 dB(A), no período das 7 h às
22 h, até ao ano 2018.
A adopção de Leq em vez de L50 deve-se
a que o presente Regulamento Geral Sobre
o Ruído vai ser alterado nesse sentido,
como consta na proposta de alterações já
enviada
para
consulta
a
alguns
organismos. Tal vai reduzir o nível sonoro,
visto que o Leq é, para o ruído devido
ao tráfego, mais elevado que o L50, cerca
de 3 dB(A).
Feitos os cálculos através de um software
do segundo grupo (MITHRA) verificou-se
que duas fontes de ruído são responsáveis
pelo aumento dos níveis de ruído, o ramo
de acesso à Auto-Estrada e a própria AutoEstrada. A disposição relativa das casas e
das vias não permite obter soluções de
minimização de ruído eficientes. O facto da
Auto-Estrada estar em aterro e de existir
um acesso nesta zona, faz com que não se
possa instalar uma barreira ao longo da
Auto-Estrada para proteger as habitações.
Quanto ao ramo, uma barreira com altura
de 2.00 m ao longo deste, protege
unicamente as populações, do ruído dos
veículos que entram na Auto-Estrada. Por
conseguinte, esta barreira é pouco eficiente
para a maior parte dos receptores.
Por exemplo, para o receptor 51, muito
próximo do ramo e da Auto-Estrada, há que
instalar protecções locais, mesmo depois
da instalação da barreira acústica.
Na Figura 2 apresentam-se os níveis de
ruído para o ano horizonte do projecto,
antes e depois da instalação da barreira.
3 - METODOLOGIA PRECONIZADA
3.1- ALTERAÇÃO DOS TRAÇADOS DA
VIA
Dados os valores dos níveis sonoros
obtidos, o exemplo anterior demonstra as
dificuldades
de
encontrar
soluções
minimizadoras eficientes em determinados
casos particulares.
No exemplo anterior verifica-se que o perfil
longitudinal está em aterro num viaduto que
passa a 9.00 m acima da via rápida IC. A
Auto-Estrada e o ramo ao nível da entrada,
estão a cotas superiores às habitações pelo
que estas estão muito expostas ao ruído.
Para diminuir esta exposição, poderia
alterar-se
o
perfil
longitudinal
em
escavação da Auto-Estrada (Figura 3), que
passa a 7 m em baixo de um viaduto para o
restabelecimento da IC. O ramo de acesso
que estava sempre acima das habitações,
encontra-se agora abaixo do terreno
natural entre o receptor R54 e a entrada na
Auto- -Estrada. Com esta disposição das
vias, a maior parte das ondas sonoros
emitidas pelos veículos da Auto-Estrada e
do ramo são desviadas pelo talude, que se
comporta como uma barreira natural. Como
resultado, os níveis de ruído são inferiores
aos da solução em aterro (Figura 4).
Calculando de novo, os níveis de ruído para
os mesmos receptores, no ano horizonte
do projecto, os resultados mostram que
esta disposição das vias permite obter uma
redução dos valores dos níveis de ruído, de
2 a 5 dB(A).
Uma outra beneficiação é conseguida
modificando o traçado em planta do ramo
para afastá-lo das habitações, pelo que o
acesso na Auto-Estrada é efectuada a
menor distancia do nó.
3.2 - PROTECÇÕES E INSERÇÃO
PAISAGÍSTICA
Algumas habitações, receptores R51 e
R54, estão muito expostas pelo que
apresentam valores de Leq superiores a 65
dB(A).
Para protegê-las, colocaram-se, duas
barreiras em terra em frente da zona dos
receptores R51 e R54 (Figura 3). A barreira
relativa ao receptor R54 tem uma altura
variável entre 0.50 e 2.00 m, a outra tem
uma altura constante de 2.00 m.
O receptor R51 que estava sujeito a níveis
sonoros muito altos, com a Auto-Estrada
em aterro, mesmos depois da implantação
de uma protecção, está nesta caso
protegido com eficiência do ruído dos
veículos da Auto-Estrada e do ramo de
acesso, com uma barreira relativamente
pequena.
Do ponto de vista paisagístico, a solução
em escavação tem outras vantagens. Os
habitantes deixariam de ver a Auto-Estrada.
Podem ser aproveitados os espaços entre
os ramos e a Auto-Estrada para colocar as
terras excedentes e pôr plantações para
melhorar a inserção paisagística do nó.
Estes desaterros e plantações são
obstáculos para as ondas sonoras, pelo
que as habitações ficam mais protegidas
do ruído.
4 - CONCLUSÕES
Este estudo teve como objecto mostrar
que o traçado de uma via tem muita
influência nos níveis sonoros ao longo
desta, e nas protecções que serão
necessárias
para
proteger
zonas
urbanizadas. O Estudo Acústico em
paralelo com o Estudo Prévio da Via pode
evitar
a
necessidade
de
medidas
minimizadoras, ou pelo menos facilitar a
instalação de protecções que serão mais
económicas e eficientes.
A melhor forma de reduzir o impacto de
uma via sobre as populações, é a de
afastar o traçado das habitações. Não
sendo possível, e havendo que atravessar
em zonas urbanizadas, em certos casos,
como neste exemplo, pode-se reduzir o seu
impacte modificando o perfil longitudinal.
A instalação de protecções das fachadas,
corrente nos países do norte da Europa,
não é uma solução adaptada para Portugal.
É eficiente para proteger o interior de uma
habitação enquanto as aberturas estão
todas fechadas, mas o exterior fica sempre
exposto ao ruído. O clima e a cultura deste
País faz que os portugueses estejam
praticamente todo o ano em contacto com
o exterior.
A necessidade de implantar medidas para
proteger zonas urbanizadas deve ser
considerada como um último recurso pelos
projectistas da estrada. Não se consegue
realizar um projecto de interesse publico,
sem que algumas pessoas sejam por ele
prejudicadas. É importante pensar neste
facto durante o Estudo Prévio da via para
evitar ter que instalar medidas de protecção
que são difíceis de inserir em zonas
habitadas.
Aliás, o Artigo 28.º do Regulamento
especifica bem, que “as entidades
responsáveis pelo planeamento de uma via
devem ter em conta a necessidade de
evitar que o ruído decorrente da sua
utilização venha prejudicar as populações”,
e só se refere às “medidas adequadas de
protecção”, como uma solução última.
Conclui-se, propondo que em novos
projectos de vias de tráfego, o Estudo
Acústico seja realizado na fase de Estudo
Prévio da via para que no futuro uma
grande parte da população não esteja
exposta a altos níveis de ruído por não ser
possível instalar medidas minimizadoras
eficientes.
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O traçado das vias de tráfego em função das medidas