Monitoramento de longo prazo da biota e das propriedades físico-químicas da
água e do sedimento em dois pontos fixos numa praia estuarina da Baía de
Paranaguá
Bryan Renan Müller - Iniciação Científica UFPR/TN
Maurício Garcia de Camargo e Fernanda Maria de Souza
Apesar dessas diferenças, elas não se
mostraram significativas (Tab.1), assim como em
relação aos períodos e estações do ano.
Introdução
A macrofauna bêntica é utilizada como indicadora da qualidade da água e do
sedimento devido à sua rápida resposta ao estresse antrópico (ZETTLER et al., 2007).
Monitoramentos da macrofauna bêntica e de parâmetros abióticos de longo prazo são
importantes para avaliações de impactos ambientais e gestão dos ambientes estuarinos.
Estudos dessa natureza são inexistentes no país.
Tabela 1- Resultados da ANOSIM. R: valos da estatística do
teste; P: significância do teste, em percentual; N: número de
permutações executadas pelo teste.
Objetivo
Analisar a variação temporal da macrofauna bêntica, de características sedimentares
e da água, ao longo de dois anos, em dois locais fixos de uma praia estuarina da Baía
de Paranaguá.
Figura 2 – variação da abundância e da riqueza total de espécies, em L1 e
L2, no período de novembro de 2010 a novembro de 2012.
Contudo, houve diferenças significativas entre o
primeiro ano de estudo (novembro de 2010 a
novembro de 2011) e o segundo (novembro de
2011 a novembro de 2012) (Tab. 1 e Fig. 3B).
Metodologia
. A praia da Ponta do Poço (25º32'46"S 48º22'45"O) foi analisada em dois locais (L1 e
L2), distantes 100 metros entre si e próximos a área de instalação do futuro Porto de
Pontal do Paraná (Fig. 1).
Figura 3 - Gráficos MDS que representam a distribuição das amostras em A=
Local, B = Ano, C = Estação e D = Período.
Figura 1 – área de estudo,
identificando o Complexo
Estuarino de Paranaguá, a
região
de
futuras
instalações do Porto de
Pontal do Paraná e a
Praia da Ponta do Poço,
com L1 e L2.
Estes pontos foram monitorados quinzenalmente, com avaliação da abundância e
riqueza da macrofauna bêntica, além de salinidade e pH da água, granulometria, teores
de carbonato de cálcio e matéria orgânica do sedimento. As amostras de sedimento
foram coletadas, lavadas em campo e fixadas em formaldeído 8%. Os indivíduos foram
identificados até o menor nível taxonômico possível. As análises estatísticas aplicadas
compreenderam MDS, para análise dos padrões temporais da fauna, e PCA, para
análise dos padrões temporais das variáveis abióticas. Foi considerado o período de
amostragem entre novembro de 2010 e novembro de 2012.
Figura 3 - Gráficos de variação dos parâmetros abióticos ao longo
do tempo: A = salinidade, B = pH, C = matéria orgânica, D =
carbonato de cálcio.
Figura 4 - PCA
dos parâmetros
granulométricos
das
amostras
em relação ao
fatores A= Ano,
B= Período, C=
Quinzena, D=
Local.
Os dados abióticos não apresentaram grande variação, nem um padrão claro, exceto nos teores de
matéria orgânica e carbonato de cálcio, que demonstram uma leve redução dos seus valores, ao longo
do tempo (Fig.4). Nas análises de PCA não foram observados padrões de distribuição dos pontos em
relação aos parâmetros granulométricos (Fig. 5).
Conclusões
Resultados e Discussão
Nestes dois anos, 3.513 indivíduos foram coletados e os dez táxons com maior
abundância foram: Scolelepis chilensis, Poecilochaetus serpens, Dispio remanei,
Aricidea sp., Armandia sp., Mysidopsis sp., Gammarus sp., Bathyporeia sp.,
Kalliapseudes schubartii e Branchiostoma sp. L1 e L2 foram heterogêneos quanto à
abundância e riqueza dos indivíduos, com L2 responsável por 62% da abundância total
verificada. Quanto à riqueza total, L1 apresentou riqueza média de 3,71 espécies e L2
de 6,11 espécies (Fig. 2).
Os parâmetros abióticos estudados não explicam a variação, entre anos, encontrada na macrofauna
bêntica. Sugere-se que o monitoramento prossiga e que outros fatores sejam incorporados ao estudo, para
que se compreenda melhor a variabilidade temporal da macrafauna bêntica local.
Referências
ZETTLER, M. L.; SCHIEDEK, D.; BOBERTZ, B. Benthic biodiversity indices versus salinity gradient in the
southern Baltic Sea. Marine Pollution Bulletin. v. 55. p. 258–270. 2007.
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