Universidade Veiga de Almeida VEIGA FOCO em UVA Renata Sorrah é homenageada no XIII Festival de Teatro do Rio UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA • TIJUCA • BARRA • CABO FRIO • ANO 5 Nº 21 •novembro 2006 [email protected] Foto: Leonardo Rozario Diferentes. E daí?! A atriz Renata Sorrah (à esquerda) com o reitor Mario Veiga de Almeida Junior e a diretora do Centro Cultural doutora Anunciata Veiga de Almeida, durante a cerimônia de abertura do XIII Festival de Teatro do Rio Pensamentos, estilos de vida, maneira de vestir e atitudes diferentes, essas são as tribos urbanas que dividem o pátio do campus Tijuca, e convivem pacificamente com as diferenças. página 7 CAMPUS Cursos de Biologia e Nutrição são reconhecidos pelo MEC No dia 28 de agosto, os cursos de Biologia e Nutrição da UVA receberam a comissão de avaliadores do MEC. A portaria só será divulgada em 2007, mas ambos os cursos foram aprovados II ExpoUVA no Dia Nacional da Livre Iniciativa Nos dias 19 e 20 de outubro, a Universidade Veiga de Almeida realizou a II ExpoUVA, que fez parte do Dia Nacional da Livre Iniciativa, Compromisso Social do Ensino Superior Particular, promovido pela ABMES - Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior. O evento reuniu ações dos cursos de Fisioterapia e Enfermagem, que realizaram, entre outros serviços, exames e avaliações gratuitos para a comunidade, entre outras coisas. "É a segunda vez que participamos desse evento. É a oportunidade de promovermos saúde e falar de prevenção", declara o coordenador do curso de Enfermagem, professor Marcio Tadeu. O aluno de Moda Luis Gustavo chama a atenção no campus página 5 com graus elevados. "Fico feliz e aliviada ao saber que o curso foi reconhecido com um ótimo conceito", diz a estudante de Biologia do 4º período Natália Lorenzo dos Santos. ATUALIDADES Este ano comemora-se os 120 anos de nascimento do poeta Manuel Bandeira. Para celebrar a data, o artista plástico e curador da UVA, Jorge de Salles realizou, no Espaço Cultural Trem do Corcovado, uma emocionante exposição em homenagem a sua obra e a uma vida dedicada à poesia. Em "Homenagem aos 120 anos de nascimento do poeta Manuel Bandeira", o artista reuniu esculturas, aquarelas e serigrafias, e revelou que Manuel foi o tradutor da oração de São Francisco para o português. "A maioria das pessoas desconhece essa informação. O meu objetivo não é, somente, comemorar a data", explica Jorge. Outono-inverno a 40 graus Enquanto todos estão com a mente na praia, no sol e aproveitando o calor, profissionais da moda estão terminando os preparativos para apresentar as tendências do outono-inverno nas semanas de moda que acontecem em janeiro. Um exemplo é o estilista Rique Gonçalves, recém-formado pelo IZA/UVA, que lança sua coleção na 6ª edição Rio Moda Hype. página 12 páginas 6 e 7 Jorge de Salles homenageia Manuel Bandeira página 4 O estilista e ex-aluno Rique Gonçalves Entre os dias 14 e 24 de novembro, o teatro Glauce Rocha recebeu sete companhias teatrais de diversos lugares do país para concorrerem a 11 categorias no XIII Festival de Teatro do Rio. Produzido pelo Centro Cultural Veiga de Almeida, o evento homenageou a atriz Renata Sorrah, que também foi tema de uma exposição que narrou sua trajetória nos palcos. "Confesso-me emocionada. Para mim é importante essa homenagem, e estou muito feliz com essa lembrança", disse. Dois outros nomes do teatro também foram lembrados este ano: Paschoal Carlos Magno, grande incentivador do teatro estudantil, por seu centenário, e Regina Malheiros, ex-camareira e atriz, por seus 50 anos de carreira. SAÚDE página 10 Centro de Saúde inaugura novo procedimento de tratamento dentário No Centro de Saúde Veiga de Almeida medo de dentista é coisa do passado. Tratase da analgesia inalatória, ou sedação consciente inalatória, que consiste no uso de uma máscara nasal que exala oxigênio e óxido nitroso, que dá conforto e segurança ao paci- ente e o ajuda a controlar o medo e a ansiedade na hora de tratar os dentes. O procedimento faz parte do novo modelo de gestão que o CSVA está oferecendo aos seus usuários, com uma assistência profissional especializada e de excelência na área odontológica. página 9 2 EDITORIAL novembro 2 0 0 6 TARQUÍNIO PRISCO LEMOS DA SILVA Reitor Dr. Mário Veiga de Almeida Júnior Vice-Reitor Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva Pró-Reitor Acadêmico Prof. Luís Chiganer Pró-Reitor Comunitário Dr. Antonio Augusto de Andrade Magaldi Pró-Reitor Administrativo Luiz Augusto de Oliveira Cunha Unidade Barra Diretor Prof. Carlos Eduardo Leal Campus Cabo Frio Diretor Prof. Silas Costa Pereira Campus Tijuca Diretor Prof. Alexandre Cesar Motta de Castro Publicação bimestral da Universidade Veiga de Almeida, gratuita e dirigida aos alunos, professores e funcionários da Univer- sidade, a outras instituições de ensino, centros, órgãos e institutos de estudo e pesquisa e a qualquer entidade que manifeste interesse em seu recebimento. Olhos postos no horizonte A Universidade Veiga de Almeida busca permanentemente inaceitar o imobilismo. Recusa-se de maneira categórica a conviver com a mesmice. Seu compromisso vive de mãos dadas com o dinamismo, tendo o cuidado de não se distanciar do futuro. A leitura, ainda que feita de modo muito rápido, do Plano de Desenvolvimento da Universidade Veiga de Almeida evidencia a cada passo, a cada página, a fiel parceria de uma aliança entre a proposta de desenvolvimento e a plena viabilidade das metas estabelecidas. Este ano, no exercício preliminar dessa pavimentação, foram reformulados os currículos de todos os cursos oferecidos, ajustando-os à realidade vigente e reflexos futuros, despertada a preocupação do aumento do número de docentes com paralela atuação no mercado de trabalho, visando ao maior estreitamento entre teoria e prática. Houve ainda e com muita convicção a oferta de um número maior de disciplinas on-line, de caráter opcional, permitindo que os alunos conciliassem as dificuldades por eles vividas de horários, sem prejuízo das três partes envolvidas nessa problemática: trabalho, aprendizagem e aproveitamento. Em seqüência, rumamos célere em direção ao programa de Educação a Distância, embasados na ampla experiência desfrutada na Universidade VirtualUVB da qual fazemos parte, desde seu Jornalistas Luciana Parreiras Gabriela Costa Andreia Gorito Estagiárias Carla Nascimento Monique Guimarães Projeto Gráfico / Diagramação Felipe Daniel Fotografia Ass. de Imprensa UVA Revisão e Edição Plano 1 Comunicação Tiragem 5 mil exemplares Impressão e fotolito Folha Dirigida Redação e Assessoria de Imprensa Rua Ibituruna, 108 - Maracanã - RJ - CEP 20271-020 Tel.: 21. 2574-8989 - Fax: 21. 2574-8908 [email protected] Publicidade Rose Fonseca [email protected] Tel.: (21) 25748909 início, e na oferta de disciplinas on-line, de forma opcional, em nossos cursos de graduação. Cremos ser possível fazer-se ainda muito nesse campo, criando oportunidades para que centenas e centenas de brasileiros possam galgar o curso superior, feito totalmente a distância, exceto as avaliações de caráter presencial, individualizado, mas que sugere e valoriza o relacionamento até a efetiva compreensão do exposto, além da prestimosa figura do tutor. A revisão periódica do elaborado e oferecido é uma constante e é ditada pelo levantamento da incidência das dúvidas argüidas, da necessidade da interferência maior dos tutores ou ainda dos resultados colhidos nas provas presenciais. Em obediência ao espaço aqui reservado, concluímos dizendo da satisfação de verificar que o processo seletivo firmou-se, em caráter definitivo, como único caminho a ser trilhado para provimento dos cargos existentes, nos diferentes segmentos desta Universidade, valorizando o conhecimento e dando as costas à indicação e ao pedido. Desejava estar enganado, entretanto salta a minha frente e olhos adentro ser inquestionável realidade o permanente descuido imposto à educação. Não bastassem as quase trezentas portarias baixadas pelo titular do Ministério da Educação em janeiro de 2006, tornando desde logo o ano não palatável. Eis que, em maio desse mesmo ano, com mais de mil portarias já expedidas, o MEC resolveu reiniciar a numeração de seus atos administrativos, retornando ao número um, em 17/ 5/2006. Portanto, a partir daquela data, passamos a conviver na área da educação com portarias de numeração idêntica, só diferençadas pela data de sua emissão e, obviamente, de publicação. Inevitavelmente, inúmeros contratempos vêm ocorrendo em conseqüência dessa inoportuna e, até prova em contrário, inócua decisão. O Programa Universidade para TodosProUni com expressiva adesão das instituições universitárias o que possibilitou cerca de 200.000 alunos já matriculados, não foge à regra e também é vítima dos incontáveis atos oficiais os quais se acham próximos dos três dígitos. Sua caminhada risonha em termos numéricos, tropeça a cada passo no cipoal de adiamentos e prorrogações, correções, revogações e reajustamentos, dificultando sobremodo sua gestão. Em paralelo, o Curso de Pedagogia, coração do ensino em todos os seus níveis, vive um drama que parece não ter fim. Suas diretrizes curriculares vão e vêm com facilidade idêntica ao do brinquedo rema-rema, para a frente e para trás ao sabor daqueles que o manejam. Uma luz no fim do túnel, embora difusa ou melhor confusa, via Resolução CNE/CP nº 1, de 15/5/2006, publicada no Diário Oficial da União em 16/5/2006, parecia representar o porto seguro no tocante ao rumo da Pedagogia. Nela o prazo estabelecido, para sua implantação, tinha como termo a data de 16/5/2007. Entretanto, um parecer recente do Conselho Nacional de Educação, oriundo da reunião plenária do mês de setembro, propõe novas condutas para o Curso de Pedagogia, aberto à consulta e sugestões até abril de 2007, segundo sua relatora, Conselheira Maria Beatriz Lucce. Assim, cabe-nos implantar em maio de 2007 o que vamos conhecer em abril do mesmo ano. Recuso-me a comentar o exposto. Concluímos sem pessimismo, mas movenos a certeza de que vamos ter mais um 15 de outubro sem muito a comemorar. E.T. - Lembrei-me que o Ministério da Educação tem como sigla MEC, o que é uma incógnita, principalmente, para os mais jovens. O cê é mero saudosismo. A importância do Planejamento Estratégico na visão do RH Leda Rosane Assessoria de Imprensa Responsável Plano 1 Comunicação A descuidada educação O processo decisório é genérico a toda atividade humana. Tem sido estudado por psicólogos, sociólogos, matemáticos, políticos e vários outros especialistas. O processo decisório estratégico em empresas, consideradas como sistemas abertos, que influenciam e são influenciadas pelos ambientes que com elas interagem, pode ser chamado de planejamento estratégico, que termina com a confecção de um Plano. O Plano Estratégico define o que a empresa é, o que ela faz, onde e como ela está e o que a empresa quer ser, o que quer fazer, como quer estar e onde quer estar em determinado horizonte de tempo. Para tal, é necessário avaliar a situação interna (pontos fortes e fracos) e externa (oportunidades e ameaças). Normalmente, as ações planejadas, decorrentes do processo decisório, são implementadas no presente, com base em uma visão atual do sistema e do ambiente. Somente trarão resultados a médio e longo prazos. Acontece que o ambiente, além de quase sempre estar fora do controle da empresa, costuma mudar com freqüência cada vez maior e mais imprevisível, em função do comportamento de diferentes Atores que influenciam as Variáveis Externas. E quando falamos em Atores estamos nos referindo também a todas as pessoas no cenário organizacional, por isso a importância da área de Recursos Humanos estar envolvida entre os agentes condutores do Planejamento Estratégico Organizacional. Hoje o modelo de Gestão de RH tem como principal finalidade alavancar os resultados da empresa focando suas ações num patamar estratégico, antes não atingido pela administração tradicional. E este novo foco, no entanto, não deixa de abordar a operacionalização de um departamento de RH típico, incluindo todos os seus subsistemas. Em uma abordagem estratégica, o RH é essencialmente uma prestadora de serviços, vista como uma geradora de despesas e sem muito espaço político para implementar novas idéias. Já do ponto de vista estratégico, sua missão e maior responsabilidade é alavancar o desenvolvimento da produtividade e da qualidade organizacional, otimizando os resultados tanto para a empresa quanto para os empregados. Para tal deve desenvolver ações de curto, médio, mas também de longo prazos, que tenham como base a "visualização do amanhã", seguida da adoção, hoje, de posturas pró-ativas, prevendo e propondo para a empresa, as medidas que deverá adotar desde já para enfrentar essas conseqüências, levando em consideração o fator humano, principal agente influenciador em uma mudança com foco em resultados. Como no filme "Uma mente brilhante", que conta a vida de John Nash, a visão de uma área de Recursos Humanos deve contribuir para a empresa elaborar seu Plano Estratégico levando em conta as ações de parcerias estratégicas, que visem a uma mudança de foco para Jogos Cooperativos, com o propósito de obter um futuro melhor e mais sustentável para todos os Atores envolvidos. Alunos da Escola de Design da UVA criam jardins para o Barra Garden Quem estiver no Shopping Barra Garden poderá apreciar cinco jardins elaborados por alunas e ex-alunas de Design de Interiores e Paisagismo da UVA. Alessandra Amiúna, Auramélia Fernandes, Márcia Vinissius, Simone de Andrade e Cida Oliveira desenvolveram espaços criativos e adequados para o ambiente, como foi o caso do Jardim do Design, desenvolvido por Cida para um local de 74 metros quadrados, sem luz natural e água. "Essa entrada era totalmente inóspita, não tinha como utilizar plantas, porque não tem claridade, e outros recursos que as plantas precisam. Então resolvemos fazer uma intervenção com painéis e luzes", explica Cida, que criou seis painéis de tecidos em politeamida, que tencionados têm 2 metros de largura, por 3 de altura. "O jardim ficou por conta de galhos secos, que quando iluminado dá um movimento", completa a aluna do segundo período de Design de Interiores. Os espaços criados, que podem ser vistos nas entradas do shopping e na praça de alimentação, ficarão expostos até março de 2007. 3 CAMPUS novembro 2 0 0 6 Novo gestor da incubadora traça plano de ação para o próximo semestre De abril a agosto, a Universidade Veiga de Almeida realizou um Alinhamento Estratégico, que envolveu o alto escalão administrativo da instituição, coordenadores de centros e de cursos, além de professores e parceiros, como o Instituto Zuzu Angel. Segundo o novo gestor da Incubadora da UVA, Celso Leonardo, foi diagnosticado que a incubadora era percebida pela comunidade interna como mecanismo de interação com o mercado. "Na opinião dos entrevistados, a Incubadora deve liderar o processo de empreendedorismo na UVA e focar-se nos segmentos de design e serviços nos setores de moda, jóias e turismo sustentável. Estes segmentos serão estudados verticalmente, para entendermos seus modelos de negócios e as oportunidades de suas cadeias produtivas", explica. Por conta desse processo, foi criado um Plano de Ação um Núcleo de Projetos/Serviços, tanto para os incubados como para o mercado, e o próprio projeto de implantação da Empresa Junior da UVA, para estimular os alunos a desenvolverem projetos de consultoria, alinhados com a Incubadora, com total apoio da Universidade - um modelo que já funciona em outras Universidades do Brasil e do Mundo. Hoje, existem já algumas iniciativas neste sentido, mas a idéia é catalizar e padronizar as ações. Dentro do Plano de Ação, também, está incluída a criação do Núcleo de Empreendedorismo da UVA. "Vamos fortalecer a visão da UVA em termos de empreendedorismo, reunindo todos os atores estratégicos envolvidos, principalmente Diretoria, Coordenadores, Professores e parceiros diretos da UVA", diz Celso. "A partir daí, estaremos incrementando o foco no empreendedorismo na graduação, pós-graduação e cursos de extensão, assim como na própria Incubadora. Após o alinhamento interno, vamos nos reunir com alunos e futuros alunos, para expor todo trabalho e captar novos candidatos para a Incubadora", completa. Na próxima edição, traremos mais informações de como participar da Incubadora e da Empresa Júnior da UVA. Exposição Um Outro Olhar discute a arte inclusiva e acessível A Universidade Veiga de Almeida abriu suas portas para a arte com o evento "Um outro olhar", promovido pelo grupo "Caminho das artes", entre 22 e 30 de setembro, na unidade Barra. Destinado a moradores da Barra e adjacências, o evento teve como objetivo, integrar a comunidade e artistas de diferentes estilos, além de resgatar a importância do conceito de acessibilidade. As esculturas e pinturas expostas tiveram materiais com diferentes texturas para aguçar a sensibilidade dos deficientes visuais. Entre os expositores esteve a artista Sandra Guinle, que assina as obras de arte atribuídas à personagem representada por Sônia Braga em Páginas da Vida. Para Sandra, que recebeu cerca de 45 mil pessoas numa exposição voltada a portadores de necessidades no Museu de Arte Contemporânea do Ibirapuera, em São Paulo, a expo- Jardim desenvolvido pela ex-aluna de Paisagismo Alessandra Amiúna Uma das esculturas expostas na mostra Um Outro Olhar Decoração pé-no-chão sem perder o estilo Do dia 5 de setembro ao dia 8 de outubro, o Rio de Janeiro foi sede do Morar Mais Por Menos, o chique que cabe no bolso, que reuniu vários profissionais de decoração com o desafio de montar ambientes charmosos por preços mais em conta. Neste ano, o evento foi realizado em uma casa no Itanhangá, e contou com a participação de três alunos da pós-graduação de Design de Interiores da UVA. Os profissionais Marcelo Henrique dos Santos, Ana Lúcia Martins e Priscilla Marçal transformaram um ambiente nada atraente e convidativo em um lugar aconchegante e alegre, usando materiais de revestimentos diversos, o que resultou em uma combinação agradável, de baixo custo e inspiradora. "O desafio era de realizar um projeto que fosse além do convencional, que marcasse presença e que provocasse nos visitantes a saudade ou desejo de ter uma criança em casa, foi imediatamente aceito", explica Ana Lucia Martins. O espaço criado pelos três alunos era destinado a duas crianças: um bebê de até seis meses de idade e outra criança de três a cinco anos. A mãe dá os primeiros banhos no bebê em uma banheira de fibra, que por suas propriedades físicas é capaz de conservar a temperatura da água. A criança mais velha usa o chuveiro e, com uma escada apropriada, usa o lavatório e a bacia sanitária, uma vez que os equipamentos possuem dimensões standard (comuns), de forma que os adultos também possam utilizá-los. Além disso, a medida em que a criança cresça, há necessidade apenas de se alterar elementos decorativos, sem realizar grandes modificações, que tornam o projeto prático e economicamente viável. "A maioria do material utilizado foi de baixo custo, mas usamos alguns mais caros para mesclar. Tudo feito com criatividade des- de a pintura até a colagem das tolhas no maderite. E o banheiro foi transformado para acompanhar o crescimento do bebê", ressalva Ana. O projeto surgiu a partir da idéia de mostrar que é possível arrumar uma casa com estilo, bons revestimentos e móveis de design e boa qualidade, sem gastar muito por isso. Foram convidados arquitetos que topassem vencer este desafio e, agora, o evento já está em sua terceira edição no Rio. A mostra é realizada também em outras cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador. Banheiro antes da reforma O projeto finalizado sição tratou-se de um importante intercâmbio entre diferentes realidades. "O foco do meu trabalho é fazer uma arte inclusiva, e a partir daí fazer com que as pessoas interajam e troquem experiências. Uma pessoa portadora de necessidades especiais tem muito a ensinar a quem não é, e vice-versa. É uma troca constante", diz a artista. No dia 27, além da visita de 15 alunos do Instituto Benjamim Constant, aconteceu uma mesa redonda para discutir o tema que originou o evento, "Um Outro Olhar". A discussão girou em torno da mudança nos conceitos de escultura e a acessibilidade às obras de arte. O encontro contou com a participação da Chefe da Divisão de Atividades Culturais do Instituto Benjamim Constant Ana Fátima Ferreira; o escultor Hildebrando Lima; a Diretora da Escola de Design da UVA Lourdes Luz; a chefe de Gabinete do Instituto Benjamim Constant Maria da Glória Almeida; e a artista plástica e professora da UFRJ Marly Faro. Feira coloca visitantes em contato com a realidade de deficientes Os visitantes da REACESS - I Feira Nacional de Acessibilidade e Reabilitação, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de setembro, no Riocentro, tiveram um desafio: passar pelas mesmas dificuldades de acesso de portadores de deficiência a ambientes de uma casa comum. Para isso, os cursos de Design de Interiores da UVA e Arquitetura e Urbanismo da UFRJ construíram uma casa-teste, que mostrou novidades como telefones para surdos e computadores para cegos. De acordo com a professora da UVA Lourdes Luz, que orientou a montagem da casa, foi uma oportunidade de demonstrar o cotidiano de quem não pode realizar as tarefas mais simples por con- ta da falta de acessibilidade dos ambientes. "Colocar o público em contato com essa realidade representa conscientizar sobre a importância da integração de portadores de deficiência", afirma. A REACESS recebeu cerca de 60 estandes de mais de 110 empresas expositoras que apresentaram 650 itens para melhorar a qualidade de vida dos visitantes. Os organizadores estimaram 7 mil visitas nos dois dias da feira, que também reuniu empresas e instituições que desenvolvem novas tecnologias, conceitos e soluções para acessibilidade, reabilitação e inclusão, além de empresas que oferecem vagas de trabalho para portadores de deficiência. 4 CAMPUS novembro 2 0 0 6 Curso de Fonoaudiologia participa de campanha auditiva Dos dias 23 à 29 de setembro, a Universidade Veiga de Almeida realizou junto com o Conselho Regional de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro (CRFa1), o segundo ano da "Campanha de Atenção à Saúde Auditiva", sob o slogan "OUÇA ESTE CONSELHO, CUIDE DA SUA AUDIÇÃO", que teve como objetivo, sensibilizar a sociedade sobre os cuidados com a audição e o silencioso processo do ensurdecimento. A campanha, que abrangeu diversos municípios do Estado do Rio de Janeiro, e contou com a força voluntária de profissionais e acadêmicos de Fonoaudiologia, teve início com o Seminário de Atenção à Saúde Auditiva, realizado no dia 23, e abordou temas como prevenção, indicação e adaptação de aparelhos auditivos, além do relato de experiências bem sucedidas de instituições que desenvolvem terapia fonoaudiológica para deficientes auditivos. Neste mesmo dia, os professores Francisco Jose, Susi Latt e Juliana Lemes, com as turmas que ministram, estiveram realizando varias atividades internas na UVA. "Através de impressos vamos orientar a comunidade da UVA, mostrando a importância que se deve ter em relação a saúde da audição", conta a coordenadora do curso de Fonoaudiologia, professora Claudia Graça. No dia 26 de setembro, data em que comemorou o Dia Nacional do Surdo, os alunos participaram de uma mobilização do CRFa1 na Cinelândia, com a distribuição de material explicativo para a população. Alunas que participaram da orientação aos visitantes I Feira de Saúde na Vila Olímpica da Mangueira Também no dia 26, a UVA, em parceria com o Programa Social da Mangueira, realizou na Vila Olímpica, sua primeira Feira de Saúde. A feira contou com a participação dos cursos de Biologia, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição, que ofereceram serviços de orientação. "É importan- te que todos tenham a oportunidade de saber a melhor forma de cuidar da saúde", ressalva a professora Claudia. Os cursos de Biologia e Enfermagem orientaram a comunidade quanto à prevenção da dengue e a importância da reciclagem, além de hipertensão, AIDS, diabetes e saúde da mulher. Já os cursos de Fisioterapia, Nutrição e Fonoaudiologia ficaram encarregados de avaliar a saúde nutricional, corporal e auditiva dos que visitavam o evento. Aluno de Fonoaudiologia é selecionado para estágio na Bélgica O convênio assinado, em setembro de 2003, entre a Universidade Veiga de Almeida e a Universidade de Ghent já está dando resultados. O aluno de Fonoaudiologia da UVA, Márcio Moreira, acaba de ser selecionado para estagiar por um mês, na Instituição belga. O futuro estagiário, que está no 8º período da graduação, e pretende se especializar na área de práticas clínicas, declara que é uma oportunidade única, e que chegou em boa hora. "Esse estágio, vai ajudar a melhorar meu currículo, e me dar mais embasamento para a pesquisa do mestrado", diz Márcio, que foi escolhido por ter tido Coeficiente de Rendimento alto, e falar uma língua estrangeira fluentemente. Por meio da parceria entre as duas universidades, nos meses de Janeiro e Agosto, um professor viaja para ministrar aulas. "Essa troca de experiências é muito importante para as instituições, e principalmente para os alunos", declara Mônica Brito, coordenadora do mestrado de Fonoaudiologia da Veiga. A última viagem foi a dos professores Jonh Van Borsel e Paul Corthals da Universidade de Ghent, que vieram para o Simpósio Internacional de Fonoaudiologia da UVA e trouxeram duas alunas para vivenciar o dia a dia dos alunos e profissionais da UVA. Essa é a primeira vez que um aluno de Fonoaudiologia da UVA vai estagiar por meio deste convênio, e em agosto de 2007 a Veiga vai receber um aluno da Universidade de Ghent. "O melhor é que eles irão pagar a hospedagem, com o café da manhã incluído e disponibilizou 500 Euros para ajudar na passagem", diz Márcio. Marcio Moreira: Esse estágio vai somar muito no meu currículo Cabo Frio e Tijuca recebem a visita do MEC A Universidade Veiga de Almeida recebeu a visita da comissão de avaliadores do MEC para analisar as graduações de Biologia (Bacharelado) e Nutrição, no Campus Tijuca, e Administração, Direito e Turismo, no Campus de Cabo Frio. A comissão formada por dois avaliadores, acompanharam os coordenadores dos cursos em questão, durante três dias para conhecer as dependências dos Campi e as áreas especificas. Os cursos obtiveram um ótimo desempenho, e com isso todos foram re- conhecidos. No Campus de Cabo Frio, Administração, Direito e Turismo ficaram com o melhor conceito MB. No Campus Tijuca, o Ministério da Educação (MEC), avaliou os cursos com a nova forma de conceituar os resultados, por grau, que varia de um a cinco (1 a 5), e quanto maior o grau, melhor a nota do curso e as graduações de Nutrição e Biologia ficaram com a média de grau quatro (4). A avaliação do MEC é seguida por três parâmetros, organização DidáticoPedagógico, corpos docente e discen- te, e técnico-administrativo e instalações físicas, no campus da Tijuca, e no campus de Cabo Frio organização Didático-Pedagógico, corpo docente e instalações. A avaliação passa pelos pro jetos pedagógicos de cada curso, método de ensino, grade curricular, formação dos professores, avaliação do atendimento e é concluído com as instalações próprias dos cursos e comuns a todos os cursos da instituição, explica a coordenadora de Biologia, professora Vera Agarez. Atendimento à comunidade mangueirense Odontologia da UVA realiza série de encontros de estudos Desde setembro, o curso de Odontologia da UVA promove o Encontro do Centro de Estudos de Odontologia da UVA, que tem como objetivo promover o engajamento entre alunos e professores. "Esses encontros serão de grande importância para os alunos porque terão a oportunidade de conhecer experiências vividas em outros campos da odontologia, através dos convidados que irão ministrar as palestras" diz o coordenador da graduação, professor Rafael Arouca. O primeiro, aconteceu no dia 25 de setembro, com o tema "A interação multiprofissional na atenção à saúde bucal do paciente com Síndrome de Down", e foi ministrado pela doutora Ana Cristina Oliveira, que é Odontopediatra e professora da Universidade Federal de Minas Gerais. A palestrante ressaltou que é fundamental que o dentista esteja atento aos vários aspectos da saúde geral do paciente com síndrome de down. "Tudo está diretamente ou indiretamente relacionado à saúde bucal, e muitas vezes, o cuidado com a parte ortodôntica auxilia na mastigação e na fala", explica Ana Cristina, que há 10 anos trabalha com pacientes especiais. "A saúde bucal tornou-se um aspecto importante na aceitação do indivíduo especial, por isso é importante trabalharmos pela inclusão social, e estarmos alertas com as crianças que babam, o mau hálito, a higienização precária e traumatismos, porque são características que podem excluir a criança da sociedade", acrescenta a doutora. No dia 11 de outubro, o tema foi "Amamentar é amar: práticas odontológicas na promoção do aleitamento materno", e a professora Cristiane Lucas destacou a importância da amamentação natural para o adequado desenvolvimento da saúde do bebê; as estratégias globais para promoção do aleitamento materno e o papel dos cirurgiões-dentistas na orientação das mães para a amamentação, no diagnóstico de fatores Professor Rafael Arouca bucais que possam dificultar e na intervenção precoce sobre estes fatores. Além disso, foram, também, apresentadas estratégias de cuidado neonatal como o alojamento conjunto de mães e bebês e o programa mãe-canguru. "Todos os procedimentos são relacionados à busca de maior humanização do parto e de toda a abordagem perinatal", explica a doutora Cristiane. No terceiro encontro, que aconteceu em novembro, o tema foi "Os cuidados odontológicos ao paciente com doença falciforme"; condição hereditária em que os glóbulos vermelhos do sangue, diante de certas condições, alteram sua forma, se agregam e dificultam a circulação do sangue nos pequenos vasos do corpo causando diversos transtornos à saúde e ao bem estar dos portadores. "A especificidade da condição e sua elevada prevalência em determinados grupos populacionais obriga os profissionais de saúde a conhecerem suas características e a se responsabilizarem pela aplicação dos cuidados adequados aos pacientes que a manifestem", explica o professor Rafael Arouca. A escolha do tema para este terceiro encontro do CEOUVA que, busca fortalecer o diálogo interdisciplinar, estendeu o convite para participação, desta vez, aos alunos do curso de Enfermagem da UVA. Responsabilidade Social no II ExpoUVA novembro 2 0 0 6 CAMPUS 5 Cursos de Fisioterapia e Enfermagem ensinam como ter uma vida saudável A Universidade Veiga de Almeida, por meio da pró-reitoria comunitária, promoveu, nos dias 19 e 20 de outubro, o II EXPOUVA, que tratou do tema "A Responsabilidade Social do Ensino Superior Particular". Para o evento, as coordenações dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia, montaram um programa para atender, aproximadamente, 20 mil visitantes, entre alunos, professores, comunidade em geral e profissionais do Terceiro Setor. No dia 19 de outubro, a graduação de Fisioterapia realizou exames preventivos gratuitos para a comunidade, como atividade física na prevenção de doenças cardiovasculares, capacidade respiratória, alterações articulares da coluna cervical, auricoloterapia, entre outros. Segundo a coordenadora do curso de Fisioterapia, Ione Moézia de Lima, "o evento é de extrema importância porque mostra um pouco da trajetória da UVA com a responsabilidade social, e dá oportunidade aos alunos de desenvolverem o senso dessa responsabilidade", diz. Já no dia 20, foi a vez dos alunos do curso de Enfermagem prestarem atendimento aos visitantes. Além de orientarem sobre a diabetes e doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a AIDS, os alunos, também, explicaram como se prevenir de doenças cardiovasculares. No stand "Cidade Saudável- Cidadania" o público foi convidado a refletir sobre os cuidados com a saúde individual e coletiva, visando à construção da cidade saudável e ao exercício da cidadania. Para o coordenador do curso de Enfermagem, professor Márcio Tadeu, os alunos conseguiram alcançar o objetivo, "É a segunda vez que participamos desse even- to, trabalhamos com três linhas: primeiro, a promoção, segundo, a prevenção, e terceiro, o tratamento. Tivemos a oportunidade de fazermos a promoção da saúde e a prevenção. Conseguimos transmitir a mensagem para o público de que, a pessoa responsável pela nossa saúde somos nós mesmos", declara. Com este evento, a Universidade Veiga de Almeida visou, não apenas, difundir as produções acadêmicas dos alunos, mas abriu espaço de debate com outras instituições, como a Vencer RH, e os hospitais, Municipal Sousa Aguiar, Universitário Pedro Ernesto, Lions Clube e o PAM Oswaldo Cruz. Para a empresária Ana Beatriz Areias, dona da "Vencer RH", a parceria com a UVA é muito importante "Nós somos agentes de inserção, colocamos os estagiários no mercado e a Veiga faz um ótimo trabalho com os jovens de segundo grau. A UVA consegue trazê-los para dentro da Universidade, para ver como é o dia a dia, é um trabalho de responsabilidade social mesmo, mostrar para os jovens de que eles são capazes e se quiserem podem ir além",conclui. O evento, que fez parte do Dia Nacional da Livre Iniciativa, Compromisso Social do Ensino Superior Particular, promovido pela ABMES - Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, teve um grande significado para a comunidade. Pessoas de bairros vizinhos e até mesmo de bairro distantes foram para o campus Tijuca serem atendidos. Como foi o caso da dona de casa Cristina Célia de Oliveira "Eu sai do Recreio para vir aqui, fui bem atendida, aprendi como prevenir várias doenças e descobri que preciso consultar um fisioterapeuta", diz. Atendimento de enfermagem Responsabilidade social marcou os dois dias do II ExpoUVA SECOM UVA reune profissionais da área de comunicação A 3ª Semana de Comunicação da UVA, realizada entre os dias 9 e 11 de outubro, recebeu profissionais renomados do jornalismo, da publicidade, do cinema, e da Internet para discutirem sobre mercado de trabalho. A abertura do evento contou com a palestra da jornalista e apresentadora do Jornal da Globo, Christiane Pelajo. "Adoro esse contato com os estudantes. É muito impor- tante para eles, assim como um dia também foi importante para mim", diz a apresentadora, que por uma hora falou sobre seu início de carreira, jornalismo em televisão, coberturas de grandes eventos e mercado de trabalho para futuros jornalistas. A SECOM 2006, organizada pelo Centro Acadêmico de Comunicação (CACOM) e pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), também contou com oficinas, estudos de casos A jornalista Christiane Pelajo, com o vice-reitor, professor Tarquínio, a professora Lígia Gay e os representantes do DCE-UVA Orientação ao público e exibição de vídeos. O público pôde conferir o documentário "Tamanho não é documento", do grupo Nós do Morro, e um vídeo sobre os 100 anos da propaganda. As dinâmicas de grupo foram realizadas pela publicitária Iluska Vivianni. Para os futuros publicitários, Bárbara Porto, da Domanni e Lula Felix, da MI7, falaram da estrutura e visão do mercado carioca, e do dia a dia de uma agência, respectivamente. A jornalista e apresentadora Christiane Pelajo Atendimento de fisioterapia UVA promove a V Semana de Ciência e Tecnologia Entre os dias 16 a 23 de outubro, a UVA realizou a V Semana de Ciência e Tecnologia, sob a coordenação do professor e pró-reitor acadêmico Luis Chiganer. O evento enfatizou a importância da educação científica e tecnológica, e promoveu a divulgação de novas tecnologias para alunos dos Ensinos Superior e Médio, além de professores e profissionais da área. O evento, que contou com a presença de personalidades no âmbito técnico-científico e acadêmico, teve palestrantes de Empresas como AMPLA, CIEE, CREA/RJ, ELETRONUCLEAR, IBM, MACCAFERRI, MICROSOFT, SEBRAE e SENAI, além de professores da UVA, e de outras Instituições de Ensino como a FAETEC, Escola Técnica Ferreira Vianna e Colégio 1º de Maio. Para o aluno de Ciências da Computação, Thiago Vale, a Semana é de extrema importância porque dá a oportunidade de conhecer a experiência de profissionais renomados no mercado de tecnologia. "Para mim é sempre proveitoso participar de um evento como esse. Até porque a profissão que escolhi exige que eu esteja sempre antenado com as novidades do mercado", diz o aluno do 4º período. A Semana de Ciência e Tecnologia é um evento que ocorre anualmente, e paralelamente, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema este ano foi "Centenário do 14 Bis", envolvendo inúmeras Instituições de Ensino e Pesquisa de todo o país, com a Coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia. O Pró-reitor Acadêmico, Luis Chiganer, na abertura do evento. 6 Renata Sorrah encanta público durante homenagem no Festival de Teatro do Rio CAMPUS Confira abaixo os ganhadores MELHOR TEXTO/ADAPTAÇÃO Vencedor: Flor do Beco Eduardo Sampaio MELHOR ILUMINAÇÃO Vencedor: Cagada Metafísica Renato Carrera e Renato Borges MELHOR CENOGRAFIA Vencedor: A Grande Estiagem Gecimar Lima MELHOR FIGURINO Rui Arruda (A Inconveniência de Ter Coragem) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Leila Raquel (Flor do Beco) MELHOR ATRIZ Vencedor: Tininha Mello (Por Trás do Céu) MELHOR ATOR COADJUVANTE Vencedor: Tarcísio Queiroz (A Inconve niência de Ter Coragem) MELHOR ATOR Jadenilson Gomes (A Inconveniência de Ter Coragem) MELHOR DIREÇÃO Ana Abott e Maria Clara Hertz (Cagada Metafísica ) MELHOR MONTAGEM A Grande Estiagem CATEGORIA ESPECIAL / Trilha Sonora e Preparação Vocal A Flor do Beco - Luis Orione MELHOR ESPETÁCULO POR VOTO POPULAR Por trás do céu O ponto alto do festival foi marcado pela presença da homenageada, a atriz Renata Sorrah, que recebeu um troféu assinado pelo curador da UVA, o artista plástico Jorge de Salles, das mãos do reitor Mario Veiga de Almeida Junior. "Comecei num grupo de teatro universitário carioca, o TUCA. Todos os diretores com quem eu trabalhei são responsáveis por eu estar aqui. O teatro iluminou a minha vida, e eu espero que nesses anos, eu também tenha conseguido iluminar alguns caminhos", disse Renata Sorrah. Atores como Marcos Paulo, Malu Mader, José Mayer, Cristina Pereira, Otávio Muller, Débora Evelyn e o diretor Denis Carvalho, entre outros, prestigiaram a atriz, que também foi tema de uma exposição com fotos de seus principais papéis. A produção do festival apresentou um vídeo com as imagens mais marcantes da carreira de Renata no teatro, como nas peças Medéia, Mais perto, Encontrarsse e Mary Stuart, além de reunir depoimentos de Tony Ramos, Irene Ravache, Sérgio Brito, Cláudia Abreu, Bia Lessa, Lima Duarte e Fernanda Montenegro. "Todo movimento que chama atenção para o teatro é importante. E fazer uma homenagem a Renata é mais que justo, porque é uma mulher que dedicou a vida ao teatro e uma atriz maravilhosa. Estou muito emocionado", declara o ator e diretor, Marcos Paulo. Uma semana antes, foi a vez da ex- camareira Regina Malheiros comemorar 50 anos de teatro no palco do Festival do Rio. Na mesma ocasião, aconteceu o Tributo a Paschoal Carlos Magno, um grande incentivador do teatro estudantil no Rio de Janeiro e fundador da casa hoje pertencente à FUNARTE que abrigou os artistas que vieram de outros estados para a mostra competitiva. O 13º Festival de Teatro do Rio, que aconteceu entre os dias 14 e 24 de novembro, abriu as cortinas com sucesso, logo no primeiro dia, que ficou por conta do espetáculo Anti-humanos Atacam!, sob direção de Ricardo Blat, e que encantou a platéia no teatro Glauce Rocha, cedido pela FUNARTE durante todo o evento. Para a diretora do Centro Cultural, doutora Anunciata Veiga de Almeida, a cada edição o evento se firma como símbolo cultural carioca. "O Festival já é um evento tradicional, pelo nível dos espetáculos, dos debates, da organização, e o objetivo que não é só festejar o teatro, mas também apresentar propostas e a discuti-las", afirma. Fotos: Leonardo Rozario Vencedores Os dois grandes vencedores da noite, Inconveniência de Ter Coragem e Flor do beco, que levaram para casa três prêmios cada. Em seguida, Cagada Metafísica e A Grande Estiagem, com dois, e Por Trás do Céu, com um prêmio. Os sete grupos concorreram às categorias: montagem, direção, ator/ ator coadjuvante, atriz/atriz coadjuvante, figurino, cenografia, texto, iluminação e o prêmio especial, que nesta edição foi dedicado à Trilha Sonora e Preparação Vocal. Mal fechou as cortinas e já deixou o público ansioso pela próxima edição. Segundo a diretora do Centro Cultural, todos os movimentos que foram feitos neste festival aconteceram de forma mais madura. Portanto, o próximo virá com muitas novidades. "Para o XIV Festival, a primeira novidade é que será antecipado para setembro, e as outras só vou contar quando chegar a hora", declara Anunciata. A atriz Renata Sorrah com a miniatura que recebeu em sua homenagem Os premiados da noite com o apresentador Luis Salem, e a direção da Universidade Anti-humanos atacam! Peça de abertura da Exposição Renata Sorrah, uma mulher de teatro. novembro 2 0 0 6 Ana Abott e Maria Clara Hertz recebem o prêmio de melhor direção por Cagada metafísica Paschoal Carlos Magno Paschoal Carlos Magno nasceu no Rio, em 1906. Autodidata, escreveu sua primeira peça de teatro aos 12 anos. Aos 19, escreveu sua terceira peça, Pierrot, premiada pela Academia Brasileira de Letras. Era poeta e romancista e diplomata de carreira. Acima de tudo um homem de teatro. Atuou, dirigiu, escreveu e idealizou festivais e caravanas. Dentre seus grandes feitos, criou o Teatro Experimental do Negro e o Teatro do Estudante do Brasil, que lançou nomes como: Cacilda Becker, Glauce Rocha, Teresa Rachel, Adriano Suassuna, entre outros. Em 1929, criou a Casa do Estudante do Brasil. À frente de seu tempo, redimensionou a cena da época e botou o Brasil no palco. De seus ideais nasceram a Caravana da cultura (1964), a Barca da cultura (1974), o Trem da cultura, projetos itinerantes de circulação de artes cênicas. Fundado 1952, no porão da casa do embaixador, em Santa Teresa, o Teatro Duse, revelava autores nacionais inéditos e novos talentos. Durante seus quatro primeiros anos, apresentou obras de autores brasileiros inéditos, entre elas Frankel, de Antônio Callado; Lampião, de Rachel de Queiroz; João Sem Terra, de Hermilo Borba Filho; e Lázaro, de Francisco Pereira da Silva. Com a compra da Casa de Paschoal Carlos Magno pela Fundação Nacional de Artes Cênicas, o Teatro Duse foi incorporado à rede de teatros da instituição, sendo reaberto em agosto de 1998. Hoje, a Casa Paschoal Carlos Magno, tradicionalmente hospeda artistas e técnicos de artes cênicas, do Brasil e do exterior, de passagem pelo Rio de Janeiro. Estilo: cada um tem o seu novembro 2 0 0 6 CAMPUS Em meio à preferências, estilos, comportamentos e looks diferenciados, o campus Tijuca da UVA funciona como um campo neutro. Surfistas, emos, patricinhas, intelectuais, rockeiros... Todos dividem, pacificamente, os pátios durante os intervalos das aulas. Atualmente denominadas como tribos urbanas, esses grupos reúnem pessoas que partilham os mesmos gostos, maneiras de vestir, atitudes, pensamentos e estilos de vida. Porém, não é necessário fazer parte de apenas um ou de algum bando: o que importa é estar realizado e feliz. Segundo a professora de Antropologia da UVA, Mônica Coutinho, discutese muito sobre o que são tribos "Não podemos chegar e dizer que tribo é isso ou aquilo, não existe um conceito. A antropologia está mais interessada em como isso acontece na sociedade do que realmente defini-la". Para ela, o que se entende como tribo é totalmente adverso ao conceito original ligado aos índios "É um movimento da modernidade, identificada pelo consumo de uma mesma estética e roupagem". Allstar, cabelo grande, correntes, roupas mais escuras. Segundo Raphael Lima, é assim que se identifica um membro de sua tribo: os rockeiros. "O tipo de música que ouvimos e, principalmente, o que vestimos é o que acaba nos identificando", afirma. Aluno do 4º período de Publicidade, ele conta que começou a se aproximar do grupo há três anos, e que antes andava de skate. "Um dia larguei o skate e passei a ouvir outros estilos. Agora estou aqui", brinca Raphael. Priscila Capochin, aluna do 1º período de Publicidade, também se considera membro desse grupo "Comecei a ouvir rock por conta própria e aos poucos absorvi o estilo. Não me identificava com nada e no rock me encontrei". Ela concorda com o amigo Raphael e ratifica a importância do elemento visual para uma tribo "A aparência une os iguais", explica dizen- do que não vê problema em ter amizade com pessoas de outros estilos, mas prefere os que curtem o mesmo que ela "Tenho amigos com gostos diferentes, mas temos que conviver com piadinhas", diz. Priscila e Raphael contam que sofrem bastante preconceito por causa do estilo "Pelo visual nos consideram como agressivos e consumidores de drogas", diz a menina. E ele completa "Nossas opiniões muitas vezes são rejeitadas. Nos titulam como alienados que só sabem tocar guitarras". Os alunos Felipe Felizardo e Renan Paraíso, do 1º e 2º períodos de Biologia, respectivamente, não se consideram membros de uma tribo em si, "Somos um grupo de pessoas que curtem as mesmas coisas. Buscamos paz, estamos ligados à natureza e à conservação do mundo", afirma Felipe. Freqüentadores das praias do Rio e da Lapa, eles curtem principalmente reggae, samba e chorinho - entre outros estilos musicais -, são amantes de artes e podem ser identificados no campus pelos malabares que lançam ao ar. Para os dois alunos, os cursos são muito rotulados, mas os universitários num 7 todo são muito parecidos "Intitulam demais os cursos. Biologia, por exemplo, acham que é um pessoal mais desligado. Não percebem que quem faz essa faculdade tem outra consciência do que é o mundo", afirma Felipe, e Renan complementa "Na Veiga não há muita representatividade de tribos. Acho que pela proximidade de renda, as pessoas acabam tendo um estilo próximo". Renan conta que já sofreu preconceito, mas de uma maneira saudável "O pessoal às vezes ri, mas não acho isso ruim. É bom trazer felicidade aos outros". Quantos aos amigos, eles dizem que se relacionam com diversas pessoas, mas é natural que se aproximem mais de pessoas com o mesmo estilo "Os loucos sempre se encontram", afirma Felipe seguido de risos. A sensação da universidade é o aluno de Moda Luiz Gustavo de Carvalho, que se destaca no campus pelos cortes e cores de cabelo diferentes, maquiagem e roupas que usa. "Não gosto de rótulos, uso roupas de vários estilos. Mas Felipe (à esquerda) e Renan (à direita): não se consideram membros de uma única tribo. se tiver que eleger o que mais me influencia: seriam o punk e o glamour", diz. O estilo de Luiz vem de pequeno "Desde criança nunca gostei das roupas largas que minha mãe comprava e as personalizava. Vejo mais graça em roupas justas e modeladas", diz acrescentando que seu guardaroupa é totalmente feminino, e que às vezes usa até as roupas da mãe e da namorada. Ele afirma que sofre preconceito, discriminação e até ofensas, mas procura não se incomodar. "Posso parecer agressivo, mas é só preconceito. Quando assumimos uma personalidade que se destaca, as pessoas olham e acham o que na verdade não é", diz. Para Luiz, a amizade não precisa ser, necessariamente, ter o mesmo estilo "A afinidade é o que importa!", afirma. A aluna Laura Vidaurreta concorda: "Prefiro quem gosta de mim. Não tem porque me relacionar com quem não acrescenta em nada". No 2º período de moda, ela não se incomoda em dizer que é Patricinha "Sou contra rótulos. Se me vestir bem, andar maquiada, ser bem educada, não ser vulgar e não se misturar com qualquer pessoa, for patricinha, eu sou!". Para ela, o grande problema das meninas se declararem "pati" é o estereótipo de que toda patricinha é fútil. "Toda rotulação pelo que se veste ou se pensa é preconceituosa, por isso muita gente nega", diz Laura que complementa "todo rótulo tem seu lado pejorativo. Não é exclusividade das patricinhas. Sempre tem alguém que usa dessas denominações para depreciar os outros, se sentir superior". Ao contrário da grande maioria, Márcio Guaranos, aluno do 8º período de Letras, considera complicado se dizer membro de uma tribo "no mundo globalizado em que vivemos é difícil se declarar 'eu sou isso ou sou aquilo'". Para ele, as pessoas sofrem influências a todo o tempo e não dá para definir como pertencente a um grupo "Tenho amigos de estilos diferentes, que curtem coisas diferentes, com quem eu me encontro em situações diferentes. Acabamos vivendo transitando entre patotas e não tribos. Somos peças de reposição". Márcio considera um grande ponto negativo em se fechar em um grupo "Por mais que você curta um estilo de música, na maioria das vezes é apenas uma variação de um todo. Se você restringir demais seu campo de preferências, acaba se tornando uma pessoa vazia, incompleta", conclui. 8 EDUCAÇÃO novembro 2 0 0 6 Cursos novos no mercado atraem jovens interessados em investir nas carreiras do momento As profissões são consideradas do presente - com crescimento já esperado para o futuro - e os jovens não querem perder tempo. A procura por graduações, como Design Gráfico - Animação e Modelagem em 3D e Gestão de Petróleo e Gás, cresce a cada período. O motivo é simples: mercado em expansão demanda por profissionais capacitados e especializados nessas áreas, e os estudantes começam a investir de início na futura carreira. Segundo o coordenador do curso de Design Gráfico - Animação e Modelagem em 3D da UVA, Paulo Andrade, os alunos em sua maioria são jovens na faixa de 18 a 29 anos e estão em sua primeira graduação. Para ele, a principal justificativa pelo crescente número da procura pelo curso por estudantes com esse perfil é porque eles são a geração da animação "Os jovens são consumidores vorazes de animação. As manhãs de segunda a sexta-feira são recheadas de animações em programas como o Xou da Xuxa. Este público cresceu vendo animações", diz Andrade, acrescentando que o cinema também contribui para isso: "Filmes como Shrek 3 tem legiões de fãs aguardando a estréia. Sem falar em filmes de grande sucesso, como Homem Aranha e X-Men", completa. Gabriela Besser é um exemplo desses jovens. Com 20 anos, a aluna de 3D abandonou o curso de biomedicina para correr atrás do sonho de trabalhar com desenho animado "Eu estudava na UFRJ, mas o curso, apesar de maravilhoso e de eu só ter elogios a fazer, não era bem o que eu queria para minha vida", conta a estudante que antes de entrar na universidade se manti- Lineu: há grandes oportunidades na indústria do petróleo. nha na dúvida entre as duas carreiras, "Sempre gostei de desenhar". "Estou no final do primeiro período e já penso que mudar para esse curso foi a melhor escolha da minha vida", diz Gabriela, que aponta como um dos pontos positivos da graduação o excelente corpo docente. Os jovens são consumidores de animação, diz Paulo. "Obtive um grande progresso. Espero que o curso continue me proporcionando uma curva de aprendizado tão elevada quanto agora, de forma a me preparar melhor para o mercado do que os cursos já existentes". Ela pretende, após a formatura, fazer curso fora do país para se destacar e conseguir Alunos de animação dão vida ao filme que deve concorrer ao Animamundi 2007 Desde o início do curso, os alunos de pós-graduação em Animação e Modelagem da UVA queriam fazer um filme para participar do Animamundi. A princípio não sabiam por onde começar: não tinham tema, personagens ou tempo para se encontrar. A solução foi abrir um fórum no cgmax, site criado pelos coordenadores do curso Paulo Andrade e Eduardo Azevedo, onde poderiam discutir e apresentar novas idéias. Depois de algumas sugestões apresentadas on-line e uma reunião presencial, o grupo decidiu fazer o roteiro - que ainda está sendo finalizado -que contaria a história de um calango que foge da aridez no nordeste em busca de uma vida melhor e chega à Baixada Fluminense. Definido o argumento e começado o roteiro, era hora de conceber os personagens. O protagonista foi o primeiro, através de Edward Monteiro, um dos idealizadores do projeto. Cada um dos participantes do fórum dava sugestões e pesquisava sobre as características do protagonista, o calango. Os alunos chegaram a fazer pesquisas extensas sobre o animal, de modo que, nas próximas etapas do projeto, pudessem construir o personagem da forma mais fiel possível. Edward explica que a atual fase é a de "conceituações dos modelos, o que também interfere no roteiro. O próximo passo vai ser desenvolver o storyboard e o animatic, que servirão para definir os seu lugar no mercado "Há uma escassez de bons criadores na área. Quero tentar o melhor mercado disponível", afirma. Com o curso de Gestão de Petróleo e Gás não é diferente. De acordo com o coordenador, professor Lineu Ribeiro, o perfil dos alunos não é muito diferente do curso de 3D, "Grande parte dos alunos tem entre 18 e 29 anos", afirma. "Já existe uma conscientização por parte dos jovens de que há grandes oportunidades na indústria de petróleo. Empresas de energia se concentram cada vez mais em gerar derivados para as industrias químicas menos poluentes". Para isso, segundo o professor, o mercado busca por profissionais cada vez mais bem preparados: Nos próximos anos será feita aplicação direta dos derivados, sem comprometimento ambiental. O nosso curso prepara diretamente o profissional para a demanda industrial". Para Carla Cristina Santana Soares, de 22 anos, a escolha pela graduação em petróleo e gás aconteceu por afinidade com a área e foi influenciada pela garantia profissional "Escolhi a área por porque eu gosto, principalmente da questão da plataforma e o mar. Além disso, o mercado está abrindo portas, e essa pode ser a minha oportunidade", explica. A aluna, que pretende trabalhar com equipamentos de plataforma, se diz satisfeita com o curso e acrescenta que, se pudesse, não sairia da Veiga para investir na profissão, "Outro curso que faria é o de Engenharia Naval. Se a Veiga tivesse seria o ideal para mim", conclui. "Machado de Assis: Várias histórias e um mestre" UVA ministra curso de extensão gratuitamente enquadramentos, movimentos de câmera, posicionamento dos personagens no quadro e o tempo de cada ação. Para a montagem do animatic será necessária a gravação de uma primeira trilha sonora provisória". Ele explica que as próximas etapas são a modelagem 3D dos personagens e dos cenários; o mapeamento dos materiais; a iluminação; a preparação das estruturas articuladas; a gravação definitiva dos diálogos e a animação das seqüências em sincronia com o som. Na fase final, é feita a montagem, a copiagem das mídias usadas e a distribuição. Embora seja trabalhoso, Edward explica que o projeto é muito importante porque permite "que os alunos se apropriem dessa tecnologia relativamente nova no país para falar das nossas coisas, dos nossos problemas e com a nossa própria linguagem, adequando as referências à nossa cultura, diz. E acrescenta ainda, quanto à vida profissional, certamente, quando se faz alguma coisa em que se acredita, tem-se mais chance de chegar ao resultado desejado". O coordenador do curso, Paulo Andrade, também acredita no tema tipicamente brasileiro para chamar atenção do público e da crítica. "O projeto tem a qualidade de tratar de um tema local, e temas nacionais normalmente são muito bem recebidos. Acredito que, se tratando de um assunto tão interessante, realizado com uma tecnologia menos popular, a 3D, há grandes chances de vencerem". Pensando em estudar a obra de um dos maiores escritores brasileiros, a graduação de Letras da Veiga de Almeida, lançou o curso de extensão "Machado de Assis: várias histórias e um mestre", sob a coordenação do professor João Carlos Jeck. O curso, que teve início em 20 de outubro, foi ministrado em oito semanas, com a proposta de fazer um estudo minucioso sobre a obra de Machado. "Nossa proposta versa no estudo minucioso de nove contos machadianos; através deles, iremos investigar a natureza humana, seus conflitos, as ambigüidades do ser, o dialogismo com o leitor e a perspicaz arte de surpreender e desvendar os seres, os valores e as instituições", explica o coordenador do curso. 1. A LÍNGUA CULTA Nesta parte da nossa coluna, aproveitamos para responder a uma dúvida apresentada por uma ex-aluna, a Michelle, do Curso de Letras. Pergunta: O que é o "o" na frase "Manter os homens afastados, eu o faço porque me sinto mais protegida."? Um pronome pessoal oblíquo átono? Na verdade, não se trata de um pronome pessoal oblíquo átono, e sim de um pronome substantivo demonstrativo, equivalendo a "isso", podendo substituir predicativos ou idéias e orações inteiras. Observe: a) Conseguir melhores resultados no próximo ano é o que eu lhe desejo de coração. - Perceba que o "o" substitui a oração "Conseguir melhores resultados no próximo ano", equivalendo a "isso" ou "aquilo". b) Os dois são muito estudiosos, e eu o sou também. - Eu sou "isso"; com a função de evitar a repetição. c) Interessado em Língua Portuguesa, sou-o com muito prazer. - Agora, é uma construção estilística, cuja intenção é enfática. Veja que o último se trata de um predicativo pleonástico. 2. A LÍNGUA-MÃE No outro dia, recebi uma pergunta de um jornalista que queria saber como deveria se referir ao plural de "campus universitário". Respondi-lhe que é um caso tão curioso, que o amigo Sérgio Nogueira - que escreve uma ótima coluna sobre Língua Portuguesa no jornal EXTRA, aos domingos - lembrou-me que, nos jornais, há uma antiga discussão sobre o assunto. Veja só: a)"os campi" - plural de "o campus" (forma latina = sem acento gráfico); b)"os campus" - plural de "o campus" (forma aportuguesada = com acento circunflexo); c)"os campos" - plural de "o campo" (forma traduzida). Eu, particularmente, gosto do latim: os "campi universitários"... 3. UM TOQUE DE LÍNGUA Neste espaço, aproveitamos para mostrar alguns dos grandes "toques" dados pelos poetas, donos de uma linguagem poderosa. Vejam como o comportado Raul de Leoni quase perde a compostura diante da mulher desejada: Nascemos um para o outro, dessa argila De que são feitas as criaturas raras; Tens legendas pagãs nas carnes claras E eu tenho a alma dos faunos nas pupilas. Será que a musa resistiu? 4. LÍNGUA AFIADA No outro dia, num programa de televisão, uma conhecida apresentadora falou o seguinte: "É preciso que se 'agúem' as plantas com muito carinho: elas têm sentimento..." Surge então a pergunta: Como se deve dizer a forma verbal de "aguar", na 3ª. pessoa do plural do Presente do Subjuntivo? Deve ser pronunciada "Que se 'agúem' as plantas" ou "Que se ágüem logo as plantas"? Como o verbo "aguar" faz parte de um grupo (aguar, desaguar, enxaguar, minguar e apropinquar) que nunca pode ter o "u" tônico, a vogal forte, nas formas rizotônicas (eu, tu, ele e eles dos tempos do presente), só pode ser a que vem antes do "g"; portanto, o "a". Sendo o "u" pronunciado fraco depois de "g" e antes de "e", precisa de trema. O acento gráfico no "a" se deve ao fato de se tratar de uma palavra paroxítona terminada em ditongo. O mais comum é que muitas pessoas pronunciem erradamente a palavra, dizendo o "u" forte, quando a vogal forte é o "a": /Ágüem/ e não /agÚem/. Aproveite para, sempre que quiser, enviarnos erros e dúvidas, participando deste mundo fascinante da Língua Portuguesa. [email protected] ou [email protected] 9 SAÚDE novembro 2 0 0 6 Transformando o medo em uma experiência tranqüila e agradável Centro de Saúde Veiga de Almeida oferece novo procedimento e inova na gestão odontológica Indiscutivelmente uma das maiores barreiras ao tratamento odontológico sempre foi o medo que alguns procedimentos provocam nas pessoas. Dentre os principais, um que quase sempre está presente é o temor à anestesia. Desde o segundo semestre deste ano, o Centro de Saúde Veiga de Almeida oferece um alento àqueles que têm essa fobia, ou sofrem de ansiedade ao pensar na ida ao dentista. Trata-se da analgesia inalatória, ou sedação consciente inalatória, um procedimento que consiste no uso de uma máscara nasal que exala oxigênio e óxido nitroso. Andrea Lima, odontopediatra e cirurgiã dentista do CSVA, ressalva que a sedação inalatória não substitui a anestesia local. Segundo a doutora, a técnica utiliza as propriedades do gás anestésico Óxido Nitroso para alcançar um estado alterado da consciência, um relaxamento muscular mínimo, conforto e sedação sem a perda da consciência. Promove também uma analgesia relativa, aumentando o limiar da dor, a tolerância e a cooperação do paciente. "Sua função principal é de controlar o medo e a ansiedade", explica. O método, que já é popular nos EUA, na Europa e no Japão, está regulamentado no Brasil desde 2004, e é a técnica de sedação mais segura. "Sua principal vantagem é permitir ao profissional um controle preciso sobre a dose e quantidade ideal administrada para cada paciente (titulação) e, sobretudo, nenhum efeito colateral clinicamente significativo. A titulação é definida pela administração crescente de pequenas quantidades de uma droga, até que seja observado um efeito clínico desejado", garante Andréa. Beatriz Alves, 22 anos, realizou no mesmo dia uma cirurgia para extrair dois dentes sisos sem sentir nada. "Tinha medo porque é uma cirurgia complicada. Mas para mim foi como tivesse sido feita em 15 minutos, quando na Dr Andrea Lima: A função principal da sedação consciente é a de controlar o medo e a andiedade. verdade durou três horas", conta a estudante, que compara a sedação a relaxante natural. "É uma sensação legal, porque você não sente nada, nem medo nem dor, e aos poucos vai adquirindo confiança, perdendo o pânico de ir ao dentista. É como estar em transe ou hipnotizada", completa A sedação pode durar todo o tempo do procedimento a ser feito pelo dentista, e cinco minutos após o desligamento, o indivíduo já está apto a fazer qualquer coisa, inclusive dirigir. Uma das grandes indicações do uso da técnica de SI, ao contrário do que muitos pensam, é para pessoas sistematicamente comprometidas. A redução no nível de estresse frente ao procedimento diminuirá muito as chances de desencadear um fator de ur- Formandos do curso de enfermagem abraçam a campanha da luta contra a Aids No dia primeiro de dezembro é comemorado o "O Dia Mundial de Luta Contra a Aids", cujo tema este ano será "o combate à discriminação contra os portadores do HIV". Para colaborar, a graduação de Enfermagem da UVA, convidou os formandos da primeira turma para abraçar a campanha contra a doença. "Os alunos passaram o dia informando a comunidade da UVA e os visitantes as formas de prevenção do HIV, tanto aqui no campus Tijuca, quanto na Cinelândia, onde distribuiram camisinhas e davam orientação a quem passava no local", conta o coordenador do curso, professor Marcio Tadeu. O curso de Enfermagem, que foi muito elogiado pela comissão de avaliação do MEC, tem como parceiros as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, o Programa Nacional do DST/ AIDS, a Faculdade de Enfermagem da UERJ, entre outros. "A prevenção é um dos objetivos do curso, e os alunos trabalham durante todo o ano com isso em mente", explica Marcio. Para os alunos, essas ações são de extrema importância, e quanto maior o contato melhor. "A coordenação está sempre com um projeto que leve os alunos de diversos períodos para ter contato com pessoas que necessitam das informações e cuidado", diz a aluna Áurea Ferrari, estudante do 3º período. Este ano foi a 4ª comemoração do Dia Nacional de Combate a Aids na UVA, realizada pelo curso de Enfermagem, e a 11ª primeira no Brasil, que foi instituído em 1988. Todo ano a UNAIDS divulga o tema da campanha, e a de 2006, foi divulgada no dia 14 de agosto no Canadá, durante a 16ª Conferência Internacional de Aids. "É muito importante o combate à discriminação, porque isso influencia no dia a dia das pessoas que vivem com o vírus" ressalta o coordenador. O Ministério da Saúde estima que atualmente existam no Brasil cerca de 600 mil pessoas infectadas pelo HIV, cerca de 130 mil pessoas já tiveram seu diagnóstico de Aids confirmado e a maior parte delas são atendidas pela Rede Pública. No início da epidemia a proporção de casos era de 20 homens para uma mulher, mas atualmente, a proporção de dois homens para cada mulher contaminada. O uso do preservativo continua sendo a forma mais segura de prevenir a contaminação e a transmissão do vírus. gência ou mesmo emergência médica. A combinação da Sedação Consciente com o aumento do fornecimento de Oxigênio é recomendado para o tratamento de pacientes com algumas condições médicas como a diabete, a asma, pacientes cardíacos ambulatoriais, pacientes com hipertireoidismo e hipertensos. "Sua inerte segurança, facilidade de uso, mínimos efeitos colaterais, qualidades amnésicas e perfeito controle tornam o Óxido Nitroso um agente ideal para o uso até mesmo em crianças", diz Andrea. Centro de Saúde implanta um novo modelo de assistência Desde o mês de setembro, o Centro de Saúde Veiga de Almeida oferece aos seus usuários uma opção de assistência profissional especializada e de excelência na área odontológica. Estruturada nos moldes das melhores clínicas privadas do país, a CLIPOESP (Clínica Profissional Especializada) é resultado de uma evolução do conceito assistencial dos programas PIPO (Clínica do Primeiro Emprego em Odontologia) e CLIPO (Clínica Profissional). "Mantivemos o diferencial da UVA, que oferece aos formandos em Odontologia a oportunidade do primeiro emprego, porém agora, as ações profissionais desenvolvidas por esses Cirurgiões-Dentistas se vêem integradas às desenvolvidas por especialistas - unimos a vontade à experiência e qualificação profissional de excelência em um só processo", explica Antonio de Carvalho, diretor do CSVA. "Além disso, integramos as duas clínicas para lhes dar uma identidade única. A assistência oferecida é de excelência e desenvolvida, exclusivamente, por profissionais, que oferecem aos usuários atendimento idêntico ao das melhores clínicas particulares do país", completa. Com a introdução desse novo conceito de assistência, os usuários dos serviços odontológicos do CSVA têm agora três opções de atendimento. A primeira, CLIPOESP, é realizada exclusivamente por profissionais especialistas, que atendem aos usuários de forma integrada e interdependente, em todas as especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Odontologia. Na segunda, o usuário é atendido por profissionais-alunos dos cursos de Mestrado e Especialização da UVA, enquanto que na terceira, voltada para atender as necessidades de tratamento odontológico da comunidade, as ações são desenvolvidas por acadêmicos do curso de Graduação em Odontologia, sob supervisão de professores. "Todas as modalidades seguem um padrão de excelência e são desenvolvidas através de equipamentos com tecnologia de ponta - o importante nesse processo é oferecer qualidade assistencial aos usuários e ainda propiciar aos jovens profissionais, uma troca pró-ativa de experiências entre graduandos, especialistas e profissionais mestres e doutores", ressalta Antonio. Outra novidade é o "Fale com o Doutor", que por meio do e-mail [email protected], o usuário pode tirar dúvidas, obter orientação sobre medidas de promoção e proteção em saúde, tanto na Odontologia, quanto para Fisioterapia, Nutrição ou Fonoaudiologia. "As dúvidas e orientações solicitadas serão encaminhadas para especialistas das respectivas áreas e respondidas, dentro do possível, o mais rapidamente", explica o diretor do CSVA. Projeto na área social movimenta a coordenação do curso de Serviço Social da UVA O Brasil deixou, já na década 80, de ser um país de jovens para se tornar um país de idosos, que devem representar mais de 80% da população em 2025. E não é à toa que o projeto "Núcleo de Estudos e Pesquisa do Idoso", que começou há meses com o objetivo de identificar o perfil da população da terceira idade na Tijuca e regiões adjacentes, constatou que os programas sociais não andam no mesmo passo das necessidades da população idosa. Tanto é que os participantes, sob a coordenação da professora Regina Célia Cavalcanti, decidiram ampliar sua atuação e já pensam em implantar um núcleo de atendimento ao idoso na UVA. "Constatamos que faltam pesquisas e ações que façam a diferença na vida dessa faixa da população e que é preciso fazer com que a sociedade aceite a velhice naturalmente, como acontece com as demais faixas etárias, como a infância e a juventude. Mas o maior trabalho tem que ser feito com o idoso, que muitas vezes não aceita a velhice" afirma Regina. A proposta do Núcleo de Estudos com os Idosos é a de promover inserção social associada à educação da sociedade. Para isso, o projeto deverá contar com o apoio de diversos cursos. "O serviço social terá a função de ouvir, viabilizar os direitos, discutir, refletir e dar atenção, enquanto outras graduações promoverão saúde, direito, moda, comunicação, entre outros benefícios", conta Regina. Antes da concretização do Núcleo, entretanto, os participantes do projeto - num total de 9 - se aproximarão dos idosos da Igreja Professora Regina Célia: Faltam pesquisas e ações para o público da terceira idade Santa Terezinha; do grupo de teatro para a terceira idade do Clube América; e dos freqüentadores do projeto da prefeitura para que possam iniciar, em fase experimental os Dentro do departamento de Direito da universidade a equipe de serviço social composta pela coordenadora Maria Luiza da Silva e três estagiárias, orientam a comunidade sobre as soluções nas áreas familiar, civil e previdenciária. Os atendi- atendimentos aos idosos. Apesar do projeto ainda não ter sido implantado, os encontros já acontecem aos sábados de 9h às 13h no bloco A. mentos são feitos pelas estagiárias sob a supervisão da coordenadora e elas atendem uma média de 10 pessoas por mês "A maior parte dos casos estão relacionados a pensão alimentícia", diz a coordenadora do projeto. 10 Álcool é principal causa de acidentes de trânsito No início de setembro, as mortes de cinco jovens em um acidente na Lagoa Rodrigo de Freitas chamaram a atenção para o perigo da combinação entre álcool e direção. O motorista Ivan Rocha Guida, de 19 anos, tinha o nível de álcool três vezes acima do máximo tolerado. Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio, 50 rapazes e moças com idades entre 13 e 29 anos morrem a cada mês em situações semelhantes a essa, e 50% das mortes em acidentes de trânsito são provocadas pela ingestão de bebidas alcoólicas de acordo com o DETRAN. A Lagoa Rodrigo de Freitas, a orla da Zona Sul, a Barra da Tijuca e o Alto da Boa Vista são as vias onde há o maior número de acidentes graves. Segundo o IBGE, 540 mil jovens com idades entre 15 e 24 anos morreram de causas não-naturais entre 1980 e 2000, quando aconteceu o último censo, sendo que os acidentes de trânsito são responsáveis por 25% desse total. A coordenadora do curso de Psicologia da UVA, professora Glória Sadala explica que inúmeros motivos podem levar os jovens a dirigirem embriagados. "Além das razões particulares, relacionadas a situações difíceis ou problemas pessoais que possam estar passando, há questões gerais, próprias desse momento de vida: a busca pela autonomia, fator que podemos citar mesmo sem conhecer profundamente os jovens", explica. Para a coordenadora, trata-se de um período em que os jovens começam a se desvincular dos pais e que, portanto, "exige um certo desligamento da autoridade para que possa ser possível realizar as próprias escolhas. O jovem tende a experimentar De acordo com Detran 50% das mortes no trânsito são por ingestão de bebida alcóolica. muitas coisas que dêem uma sensação de independência e apresenta, assim, uma "tendência a agir", tipo de comportamento em que as ponderações, o cuidado e mesmo o perigo não são considerados. Em conseqüência disso acontecem acidentes, brigas e comportamentos impulsivos". Ela explica que também é preciso considerar a pressão do indivíduo em grupo, que o leva a tomar atitudes que sozinho não teria. O professor de Direito Civil da UVA, Paulo Santos, conta que não se conforma em pensar que os alunos possam deixar escapar seus futuros e oportunidades e que, por isso, chega a abordá-los no final da aula para aconselhar, inclusive individualmente, acerca dos perigos da direção irresponsável. "As conseqüências podem ser muito graves na vida do motorista e na de terceiros, como o dano físico ou até a morte. Além Artista plástico inaugura exposição em homenagem ao poeta Manuel Bandeira Em 19 de abril de 1886, nascia Manuel Bandeira. O poeta, cuja obra escrita ao longo de mais de meio século, atravessa praticamente toda a história do Modernismo no Brasil, e apresenta muito dos mais expressivos livros da poesia moderna. Porém, em "Estrela da vida inteira", de 1966, livro que comemorou seus 80 anos, Bandeira revelou sua face de tradutor, dando destaque à Oração de São Francisco de Assis. Em comemoração aos 120 anos de nascimento deste pernambucano, o artista plástico e curador da Universidade Veiga de Almeida, Jorge de Salles, realizou, no Espaço Cultural Trem do Corcovado, uma emocionante exposição em homenagem a sua obra e a uma vida dedicada à poesia. "Homenagem aos 120 anos de nascimento do poeta Manuel Bandeira" reúne 10 esculturas de São Francisco de Assis confeccionadas em sucata de ferro, variando entre dois metros e 70 centímetros de altura, além de 12 aquarelas e serigrafias. "O meu objetivo não é, somente, comemorar a data, mas fazer com que saibam que ele foi o tradutor da oração de São Francisco para o português, pois descobri que 99% das pessoas desconhecem essa informação", explica Jorge, que aos nove anos leu a oração, pela primeira vez, o que tocou profundamente. "Se todos a lessem diariamente, o mundo seria outro", completa. Nascido em Recife, Manuel Bandeira publicou seu primeiro livro de poema em 1917 - A cinza das horas, que foi seguido por Carnaval, em 1919, em que apresenta pela primeira vez versos livres na literatura brasileira. Em 1921, conheceu Mario de Andrade e os modernistas paulistas, e embora não tenha participado diretamente da Semana de Arte Moderna de 1922, provavelmente, foi a principal figura do Modernis- novembro 2 0 0 6 ATUALIDADES mo brasileiro, pois seu poema Os sapos provocou um dos momentos de maior escândalo, ao ser lido por Ronald de Carvalho, no Teatro Municipal de São Paulo, no dia 15 de fevereiro: o de maior polêmica de toda a Semana. A partir de então, não é possível pensar a poesia moderna no Brasil sem a presença de Bandeira, que atravessará todas as chamadas fases do Modernismo, com uma produção poética de mais alto nível. "Mário de Andrade o chamava de São João Batista do Modernismo, reconhecendo o seu papel de anunciador da nova poesia", conta Jorge. "Ele morreu em outubro de 1968, e era conhecido como o poeta das coisas mais simples. Seus poemas nascem e crescem dos acontecimentos mais cotidianos, mais comuns, dos momentos que aparentemente são banais e insignificantes. Do dia-a-dia, em que instantes da existência aparecem transfigurados em pura essencialidade da vida", acrescenta o artista, que também foi curador da exposição que comemorou o centenário do poeta, na qual reuniu 25 artistas, entre eles Moacyr Scliar. disso, ainda há o risco legal, que é o de responder civil e penalmente sobre os acidentes, o que sujeita a prisão ou indenização por danos materiais e físicos. Além disso, há a questão da própria vida, pois as conseqüências jurídicas são muito sérias. Em caso de menores, por exemplo, os pais respondem por seus erros, de modo que os danos podem pesar sobre a família a tal ponto que ela não tenha condições de ressarcir os prejudicados". A estudante de Fonoaudiologia da UVA Aline Cristina de Almeida, de 21 anos, conta que já sofreu um acidente grave por conta da imprudência. Ela estava em um carro com outros sete amigos na estrada Rio-Santos, voltando para a casa dos pais em Muriqui de uma festa em Itacuruça, quando o motorista de seu carro perdeu o controle, invadiu o sentido contrário e se chocou na lateral de um outro automóvel. "Com certeza esse acidente aconteceu por causa da imprudência, mas teve conseqüências muito graves. O carona do outro carro foi arremessado e morreu, e todos os outros envolvidos no acidente tiveram ferimentos sérios". Aline acrescenta que passou seu aniversário de 18 anos na cadeira de rodas. "Quebrei a bacia em quatro partes, duas costelas, a clavícula e a escápula direita. Passei um mês sentada na cama, e outro na cadeira de rodas. Finalmente passei mais 30 dias de muletas, um grande alívio. Só Deus sabe o que tive de suportar". Ela conta que até hoje não se sabe o real motivo do acidente. "Ninguém se lembra do que aconteceu ao certo. O motorista do meu carro havia bebido muito pouco, e alega que um animal passou na estrada, o que o levou a entrar na contra-mão. Mas a justiça não considerou seu argumento e ele teve de indenizar a família da vítima mesmo antes do final do processo", explica. Aline revela que o acidente na Lagoa a marcou muito. "Quando vi o jornal fiquei impressionada. O meu acidente voltou à memória e comecei a pensar na sorte que eu tive, pois podia ter sido comigo. Acredito que, até mais que as campanhas de prevenção, os exemplos alertam os jovens para que não cometam os mesmos erros". A reinvenção da TV Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim criaram o Youtube numa garagem na Califórnia em fevereiro do ano passado. Com 67 funcionários, hoje o site tem cerca de 100 milhões de vídeos assistidos diariamente, e é responsável por 60% da demanda norte-americana por vídeos online. Com pouco mais de um ano depois de criado, acaba de ser vendido por U$S 1,65 bi para a Google. Números à parte, o fenômeno You Tube resume a mais nova tendência da Internet, a de o usuário não receber conteúdos, mas de também poder criá-los, além de permitir que montem sua própria programação, numa forma de reinvenção da TV. Para a professora de telejornalismo da UVA e editora do Programa Retratos do Rio, Cíntia Neves, embora o Youtube não seja uma emissora, colabora, de certa forma, para a mudança da relação entre público e TV. "Nesse caso, todos são transmissores e receptores ao mesmo tempo, numa rede de comunicação impressionante, pois o internauta pode escolher o que quer ver e reproduzir quantas vezes quiser. Devemos esperar, entretanto, que se fale mais em ética, em regras para a utilização. Afinal, como tudo na vida, há um lado bom e um lado ruim, e é preciso ter regras para o melhor aproveitamento da ferramenta sem invadir, agredir e difundir idéias criminosas ou qualquer tipo de violência". A televisão se modifica a cada dia para atender às demandas de um público segmentado, apressado e versátil. O novo espectador incentiva, portanto, o surgimento de tecnologias que o possibilitam ver TV a qualquer hora e local: laptops, celulares e iPods e Internet se tornaram emissoras 24 horas. Globo e Record perceberam a tendência e já disponibilizam seus programas em seus sites, um sinal de que não há alternativas para a tendência. "Não se trata de uma simples necessidade de sobrevivência, mas sim de uma transição natural: a adaptação a uma nova tecnologia. É claro que o telespectador vai ter que aprender a usar esse novo meio, e o mais difícil, sem dúvida, é aprender a selecionar o conteúdo da programação, e a exigir mais", afirma a professora Cíntia. De acordo com a professora, ainda deve demorar até que a revolução digital se concretize. "Como tudo o que envolve investimento, sabe-se que, pelo menos a curto prazo, as inovações demoram a chegar para todos. O brasileiro gosta de internet, de vídeos, de música, e é um consumidor em potencial para todas as ofertas nessa área. A princípio, o grande obstáculo é que nem todos podem pagar". Ela acrescenta que tanto a televisão na Internet quanto a própria TV digital, que começa a ser implantada no Brasil, devem mudar não apenas a forma de assistir televisão, mas também a de se fazer jornalismo para essa área. "Os profissionais terão que acompanhar essas novas tecnologias para poder adaptar sua programação às necessidades e interesses do público e, é claro, utilizar e oferecer todos os novos recursos oferecidos pelos artifícios". Para o ex-aluno de jornalismo da UVA, Fernando Celino, o Youtube é uma forma de entretenimento. "Recebi um link por e-mail de um amigo há cerca de 1 ano e a partir daí sempre que posso visito o site". Fernando acrescenta que, apesar de todo o sucesso, o Youtube deve perder espaço em pouco tempo. "Acredito que seja uma moda efêmera. Afinal, já estão sendo feitas ferramentas com o mesmo objetivo e muito mais eficientes. O que deve ficar são as mudanças nos hábitos de quem usa o site, que provavelmente vai continuar usando sites como esse. É o meu caso", revela. 11 Campus da UVA em Cabo Frio completa 5 anos CAMPUS novembro 2 0 0 6 Foi marcada pela emoção a solenidade de comemoração pelo 5º aniversário do campus Cabo Frio da Universidade Veiga de Almeida, na última terça-feira (24/10). Alunos, pais, funcionários e professores lotaram o auditório da instituição para assistir a cerimônia conduzida pelo reitor da UVA, Mário Veiga de Almeida Júnior e pelo diretor do campus, o professor Dr. Silas Costa Pereira, na presença de ilustres convidados como, o Deputado Estadual e ex-prefeito Alair Corrêa, o Sr. Paulo Sérgio Brunner Rabello - presidente da Fundação de Ciência, Ensino e Tecnologia de Cabo Frio, o Sr. Charles Souza Franco, da Companhia Salinas de Perynas, e o secretário municipal de Ciência e Tecnologia, Dr. José Roberto da Rocha Mendes, representando o prefeito Marquinho Mendes. Em discursos acalorados, anfitriões e convidados lembraram da fase de instalação do campus, do período das obras e da transformação ocorrida na sociedade cabofriense quando a Veiga anunciou seu primeiro vestibular, com mais de 2 mil candidatos na época. O ex-prefeito Alair Corrêa lembrou que a instalação de uma universidade no município de Cabo Frio era um sonho antigo, que se concretizou graças ao pioneirismo e ao espírito empreendedor do engenheiro Mário Veiga de Almeida Júnior, que apostou no potencial da cidade e topou o desafio de construir a instituição numa área isolada do centro urbano, sem qualquer infra-estrutura e num terreno onde havia apenas um prédio em ruínas. Com apoio da Companhia de Perynas, que inicialmente- em acordo com a prefei- tura - permitiu que o prédio fosse utilizado em regime de comodato, o sonho da primeira universidade de Cabo Frio se tornou realidade. O engenheiro Charles Souza Franco diz que tanto para a Perynas, quanto para a população do bairro, a história se divide em antes e depois da instalação da universidade, que freqüentemente oferece cursos, eventos e ações sociais para a população local. Hoje, com o prédio próprio e ampliado, o Campus Cabo Frio possui mais de 150 funcionários, cerca de 200 docentes e um universo de 4 mil alunos. Há aproximadamente dois anos, para abrigar confortavelmente seus estudantes, a universidade construiu uma segunda unidade, anexa ao Hipermercado Sendas, onde funcionam os cursos de Direito e Pedagogia. O diretor do campus, professor Silas Costa Pereira, só tem motivos para comemorar. Ao longo de sua gestão, vários cursos da instituição foram reconhecidos pelo MEC com conceitos máximos e muitas vitórias conquistadas. No mês passado, os cursos de Administração, Turismo, Ciências da Computação e Direito surpreenderam as expectativas dos avaliadores do Ministério da Educação. O curso de Direito, por exemplo, teve conceito máximo em todos os quesitos, uma média comparada apenas a das universidades públicas. Além disso, mais de 80 por cento dos alunos do curso foram aprovados na primeira fase do exame da OAB. As conquistas não param por aí. Os cursos da área de saúde possibilitaram um envolvimento ainda maior com a comunidade, com projetos como o "UVA doando Vida", onde os alunos de enfermagem se A Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha não é só carnaval. A ex-aluna da Veiga de Almeida, Selma Magdalena sabe disso. Formada em letras e com pós-graduação em Língua Portuguesa, também pela UVA, trabalha desde maio no Projeto Qualificar, que dá apoio aos jovens da comunidade da Rocinha, inserindo-os na sociedade através da qualificação e do empreendedorismo. Os cursos capacitam os alunos como mãode-obra especializada em música de percussão, brinquedos artesanais, cenografia, figurino e inclusão digital. As atividades são orientadas para educação e geração de processos sustentáveis de trabalho e renda, e todas são acompanhadas de aulas de português e matemática. Os alunos, 60 em cada oficina, recebem uma bolsa de estudo, com ajuda de custo, lanche diário e material didático, além de uniformes e transporte para visitas institucionais. A professora descobriu a vaga por intermédio de um amigo no dia da seleção, mas nem por isso seu comprometimento foi menor. Ela conta que batalhou pela vaga. "Temos que correr atrás dos nossos ideais. Aquele que não luta, não sente o gosto da vitória". Uma boa formação também é essencial. "O curso de letras da UVA é muito bom e o conhecimento que obtive foi importantíssimo para conseguir essa vaga. Tive os melhores profissionais do mercado", diz empolgada. De acordo com ela, a especialização ajuda bastante "O que fez a dife- rença foi, não só o curso, mas a complementação na pós", conta, comemorando uma nova vitória "Não me formei em universidade pública e consegui meu lugar no mercado. Quebramos a lenda". Professora de língua portuguesa para os meninos e meninas de percussão e brinquedos, e em breve para os de cenografia, Selma afirma que a felicidade das crianças é a maior recompensa, "Quando ajudamos ao próximo sem querer retorno, com certeza conseguimos algo de bom. Deus olha para nós com um outro olhar". O grupo se esforça bastante. Em uma das atividades a professora auxiliou os alunos de percussão na produção de um samba-enredo para concorrer na escolha do samba da Acadêmicos da Rocinha para o Carnaval 2007. A música está entre as favoritas, mas não é isso o que mais importa "O que mais me encanta não é a letra, mas a realização dos meninos". A escola desfila no próximo ano, no grupo de acesso com o enredo Gigante Mundo dos Pequenos. Selma trabalha com os jovens nas segundas e quartas-feiras, e dedica o resto da semana ao curso de inglês e espanhol do qual é diretora. Para quem está entrando no mercado, ela deixa um recado: "Força de vontade é essencial. Os vencedores não desistem e os que desistem não vencem". Quanto a se dedicar a um projeto social ela acrescenta que é preciso mais do que boa vontade "Só trabalha com responsabilidade social quem tem como princípios a conscientização política e social do indivíduo na sociedade", afirma. O reitor Mário Veiga de Almeida Jr (ao centro) com os convidados que dividiram a solenidade de comemoração dos cinco anos do campus mobilizam para abastecer o banco de sangue do Hemolagos e iniciativas como a presença do curso de Fisioterapia no Hospital São José Operário. Os debates realizados pelo curso de História, a profissionalização dos mercados Turístico e Imobiliário, mediante os cursos de Turismo e Gestão Imobiliária, a capacitação de professores da região, através do curso de Pedagogia, as ações promovidas pelo curso de Serviço Social e tantas outras atitudes positivas podem ser observadas dia a dia. O reitor da UVA atribui o sucesso do campus à solidariedade e ao comprometimento de todos os colaboradores e agradece aos alunos e pais pela confi- ança depositada. Os próximos passos? A possível abertura dos cursos de Psicologia e Comunicação Social, os investimentos na área de pós-graduação e o incentivo à pesquisa científica prometem dar continuidade ao processo de sociabilização e desenvolvimento regional. Parabéns à UVA! A Universidade Veiga de Almeida decidiu colaborar com quem ainda não sabe que profissão seguir e lançou, no dia 15 de outubro, o site www.oqueeuqueroser.com.br, um guia vocacional on-line para orientar os vestibulandos na hora de escolher a futura carreira. O site faz parte da Campanha do vestibular 2007 da UVA, e associa um ambiente interativo a uma linguagem descontraída para ajudar o jovem a conhecer melhor o mercado de trabalho e as possibilidades profissionais que os cursos da UVA oferecem. A idéia é desenvolver um ambiente em que o candidato encontre a sua vocação de forma divertida. Para isso, reuniu, entre outras funções, depoimentos de profissionais de destaque no mercado de trabalho, como o do jornalista Arthur Dapieve. De acordo com a gerente de marketing da UVA, Leila Vital, "o objetivo do site é pôr o estudante em contato com a futura profissão, esclarecendo quais as opções de mercado de trabalho de cada área e o perfil profissional exigido pelas diversas carreiras. O hotsite veio para ajudar quem ainda não sabe qual carreira seguir e para trazer dicas valiosas de profissionais, alunos e ex-alunos da UVA, válidas também para os que já definiram sua opção de curso". Outra função do site é um Quiz com perguntas irreverentes como qual seria a reação do internauta se a Angelina Joli olhasse na direção dele e sorrisse. As opções também são divertidas, como "Elogiaria sua bela arcada dentária". O site também oferece um Chat com os coordenadores de cada curso, que poderão tirar dúvidas e explicar detalhes. Além disso, haverá links para importantes sites sobre profissões, assim como para o site da UVA. Ex-alunos no mercado de trabalho também poderão registrar suas experiências, e os visitantes terão a chance de comentar todos os registros, como se estivesse num "blog". Ex-aluna de Letras integra UVA lança guia vocacional online projeto social na Rocinha para campanha do vestibular 2007 A Professora Carmen Rodrigues Tatsch, do Curso de Psicologia e do Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade,da UVA, apresentou pesquisa (cujo trabalho de campo se realiza junto a uma comunidade quilombola em Búzios, RJ), na Universidade de New York, EUA e na Universidade de Montreal, no Canadá, tendo participado também no Fórum Social Regional 02 de Quebec, Canadá. Entre os objetivos destas viagens, encontra-se o da busca de aprofundamento teórico / metodológico relacionados a disciplinas afins. Visa-se ainda o intercambio com especialistas de universidades in- ternacionais que tenham interesse na troca de experiências e na interação com alunos da graduação e do mestrado e possam assim contribuir para uma formação acadêmica que integre as áreas de ensino, pesquisa e extensão. O professor Robert Landy, do Departamento de Dramateraphy, da New York University, a Professora Paola Mieli, do Departamento de Art and Media da New York University e o Professor Christian Dagenais, da área de Psicologia Comunitária, da Universite de Montreal, trouxeram interessantes contribuições a pesquisa intitulada subjetividade, diversidade cultural e desenvolvimento humano e social. Zuzu Angel é sinônimo da moda brasileira 12 MODA novembro 2 0 0 6 Exposição reúne acervo da estilista e criações de ex-alunos do IZA/UVA Em meados da década de 60, Zuleika de Souza Netto, transformou-se numa grande estilista. Em 2006, ano em que completa 30 anos de sua trágica morte, Zuzu Angel, a estilista que deu identidade a moda brasileira, ganhou não somente um filme que conta a sua trajetória, mas também uma grande exposição no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. "Sempre acreditamos na Moda Arte, na Moda Criação, na Moda Pesquisa, na Moda Identidade", diz Celina. "Conseguimos descobrir talentos com essência brasileira, e estarmos ao lado de criações exclusivas e originais de Zuzu, confirma a nossa diretriz de trabalho", comenta a coordenadora do curso de Moda do IZA/UVA, Celina de Farias. A exposição "Zuzu Angel - Eu sou a moda brasileira", retratou o sucesso que a estilista fez no Brasil e no Exterior com suas criações. Expondo 30 modelos originais produzidos en- tre 1960 à 1976, o público também pode conferir um vídeo com o trailer do filme Zuzu Angel, arquivos de TV com entrevista da estilista e sua família.Para a jornalista Hildegard Angel, filha de Zuzu, "Se minha mãe estivesse aqui, ela diria: Eu sou a moda Brasileira. E realmente foi, é, e continuará sendo", diz. "Esse evento foi importante para o mundo da moda, uma oportunidade de visualizarem em um percurso rápido, uma vida composta por alegrias, sucesso, tristeza, luta e muita força de vontade", completa Hildegard. Além conhecer croquis originais e pôsteres sobre a moda dos anos 70, os visitantes também puderam conferir fotos do arquivo de família, e com celebridades da época. Considerada a mãe da moda brasileira, Zuzu Angel chegou ao Rio de Janeiro em 1947 com o marido, Norman Angel Jones. Os primeiros dez anos no Rio de Janeiro foram o suficiente para que seu atelier na Rua Barão da Torre, em Ipanema, ser reconhecido e ter seu nome destacado entre as personalidades da sociedade carioca. A partir daí, a estilista levou para fora do país seu estilo simples e elegante através de estampas com motivo e cores tropicais, que ajudou a divulgar através de suas coleções, as raízes culturais brasileiras. A jornalista Hildegard Angel IZA/UVA trás para o Rio o primeiro curso de chapelaria do Brasil Ele surgiu há mais de 4 mil anos como uma forma de proteger a cabeça da exposição ao sol no antigo Egito, na Babilônia e na Grécia. E, apesar de ter perdido parte de seu espaço na década de 60 para os grandes penteados, hoje o chapéu é símbolo de elegância, e promete voltar com tudo. Tanto é que o chapeleiro Denis Linhares ministrou, o primeiro curso de chapelaria do país no Instituto Zuzu Angel/Universidade Veiga de Almeida. "O acessório está sendo requisitado para adicionar modernidade e estilo ao vestuário. Grandes marcas e estilistas internacionais estão investindo neste retorno", diz Denis Linhares. Inspiração e criatividade são os grandes desafios dos estilistas O verão ainda nem começou e as tendências da estação já ocupam as vitrines das lojas da cidade. Cores, estampas, modelos, cortes, comprimentos, tecidos, tudo preparado durante meses para vestir as mulheres no período mais quente do ano. No entanto, os profissionais da moda no Brasil já estão preocupados com as próximas estações, e se preparam para apresentar o que estará na moda no outono-inverno 2007. O calendário às avessas pode ser confuso para os mortais consumidores de moda, mas para os estilistas, começar a pensar em roupas para os dias frio no auge do verão é muito comum. Segundo a professora de Planejamento de Coleção do IZA/UVA, Ana Elise, o calendário da moda é comercial "Tudo deve estar pronto para as semanas de moda e para o período de vendas. É uma contagem regressiva. Precisa-se de três a quatro meses de elaboração", diz. "Os preparativos para a coleção de inverno se iniciam em setembro para serem apresentados em janeiro e os de verão, de janeiro para junho", completa. Para produzir uma coleção muita coisa Rique (à direita) com modelos usando suas criações deve ser levada em conta. De acordo com Ana Elise, questões financeiras e comerciais normalmente são consideradas ao se planejar. "Temos que pensar no lado comercial, em atender o cliente", diz. Ela enfatiza que no período de criação, além da inspiração, não se pode deixar de lado a criatividade, "O grande desafio é conseguir inovar, ter uma nova linguagem, ficar original". O estilista Rique Gonçalves, formado pela Escola de Estilo IZA/UVA em junho de 2006, sabe bem como é planejar e dar vida a uma coleção. Ele criou a marca "R.GROOVE" e teve o trabalho selecionado para edição de outono-inverno da Rio Moda Hype 2007 - evento que coloca no mercado novos talentos da moda brasileira - que acontece em janeiro. Segundo Rique, o caminho até chegar a um produto de qualidade para apresentar ao concurso foi longo. Primeiro ele investiu na conceitualização da marca, "Trabalho no projeto há bastante tempo. O "R.GROOVE" não é simplesmente roupa. Temos o conceito de vestir o jovem moderno com qualidade e identidade", conta o estilista, afirmando que levou três meses desde o dia em que decidiu o tema e começou as pesquisas, até concretizar roupas para o concurso. "Eu apresentei uma coleção exclusiva. Uma coleção apropriada para o mercado e o público alvo da marca". O estilista investiu em looks completamente diferentes, inspirados no conceito da busca do equilíbrio do corpo, alma e universo. "Tudo para mim é inspiração. Desde músicas, livros, filmes, às vezes até alguns sonhos", diz acrescentando que o conceito do rock é uma das influências presentes no seu trabalho. Segundo ele, durante toda preparação a pesquisa é essencial. "Você entrar o máximo possível no universo do tema é a coisa mais sábia para que uma coleção surja com sucesso", afirma. Movimento em Moda e Formaturas fecham o semestre do IZA/UVA Três eventos irão agitar o fim do semestre do IZA/UVA. O Movimento em Moda e as formaturas de Design de Jóias e de Moda. Nos dias 7 e 8 acontece, no campus Barra, o Movimento em Moda. O evento fecha o semestre dos alunos do 1º, 2º e 3º períodos, que apresentam em desfiles toda a sua criatividade. "Qual é a estampa que te tampa?" é o tema que inspira os formandos da 19º turma do curso de Moda. Para eles, a formatura, que acontece dia 19 no Clube Marapendi na Barra. Os melhores da noite recebem prêmios, que vão de valores em dinheiro até bolsa de estudos na França. Para o curso de Design de Jóias, a formatura terá um gostinho especial. No dia 18, a primeira turma de Design de Jóias se forma, e a exposição das criações será no restaurante Garcia e Rodrigues, no Leblon. Os prêmios entusiasmam os futuros nomes da joalheria brasileira.