FARMACOLOGIA
Cardiotônicos
Francienne D. Rodrigues
Jéssica Carvalho
Liliana A. Ferreira
Roseli Rodrigues
Nutrição - 4° Semestre - Noturno
Introdução
As interações entre nutrientes e fármacos podem alterar a
disponibilidade, a ação ou a toxicidade de uma destas substâncias ou de
ambas. Elas podem ser físico-químicas, fisiológicas e patofisiológicas
(Roe, 1985/1993). Interações físico-químicas são caracterizadas por
complexações entre componentes alimentares e os fármacos. As
fisiológicas incluem as modificações induzidas por medicamentos no
apetite, digestão, esvaziamento gástrico, biotransformação. As
patofisiológicas ocorrem quando os fármacos prejudicam a absorção
e/ou inibição do processo metabólico de nutrientes (Toothaker &
Welling, 1980; Thomas, 1995).
O consumo de alimentos com medicamentos pode ter efeito marcante
sobre a velocidade e extensão de sua absorção. A administração de
medicamentos com as refeições, segundo aqueles que a recomendam, se
faz por três razões fundamentais: possibilidade de aumento da sua
absorção; redução do efeito irritante de alguns fármacos sobre a mucosa
gastrintestinal; e uso como auxiliar no cumprimento da terapia,
associando sua ingestão com uma atividade relativamente fixa, como as
principais refeições (Gai, 1992; Kirk, 1995).
Medicamentos Cardiotônicos
Os agentes cardiotônicos compreendem a uma classe de
fármacos ativos no tratamentos de doenças
cardiovasculares.
Atuando aumentando a força contrátil miocárdica,
promovendo elevação do volume de sangue ejetado e
consequentemente alterando o aporte de oxigênio e
nutrientes que chegam aos tecidos e órgãos periféricos.
Principais glicosídeos cardiotônicos
Os processos de absorção que podem ser influenciados
por interações de drogas x alimentos
Alimentos x cardiotônicos
Alimentos ricos em fibra, como aveia e farelos (bran),
podem provocar um efeito de diminuir a quantidade de uma
droga absorvida pela corrente sangüínea. A fibra interfere na
absorção da drogas para o coração e dos antidepressivos
tricíclicos.
Também, uma substância encontrada em grande quantidade
em queijos envelhecidos, arenque em picles, fermento de
padeiro e fava. A combinação desses dois tipos de substâncias
pode aumentar a pressão arterial a níveis ameaçadores.
O alcaçuz, se ingerido em quantidade pouco maior que 30g
por dia, pode provocar dores musculares, retenção de fluídos
e hipertensão, não devendo ser consumido por pessoas que
tomem diuréticos ou cardiotônicos, pois esses efeitos podem
se agravar.
DIGOXINA
A digoxina é um glicosídeo extraído das folhas da Digitalis
lanata. Trata-se de um cardiotônico potente.
Comprimido contém a digoxina que é um medicamento do
grupo digitálicos ou glicosídeo cardíaco. Com efeito
inotrópico positivo, aumenta a contração do coração e
melhoram seu ritmo de batimento.
Digoxina: manter dieta rica em K e em Na, e adequada em
Mg e Ca. Evitar erva de São João.
DIGOXINA
Indicação: Insuficiência cardíaca congestiva, onde os
ventrículos não tem contração eficaz.Também é indicado
para: taquiarritmias supraventriculares, taquicardia auricular
paroxística.
Interação com outros medicamentos causam: hipocalemia,
arritmias, sais de cálcio, problemas renais, vômitos, sendo
que o sulfato de magnésio causam riscos de bloqueios
cardíacos. As rifamicinas causam aceleração no metabolismo
da digoxina. Antiácidos contendo alumínio e magnésio
diminuem a absorção do medicamento, o mesmo ocorre com
resinas.
DIGOXINA
Após a administração oral, a Digoxina ® é absorvida pelo
estômago e, em maior parte, pelo intestino. A absorção é
retardada, mas não comprometida, pela ingestão de
alimentos. Pela via oral, o início do efeito ocorre em 0,5-2
horas alcançando o máximo em 2-6 horas. A
biodisponibilidade da Digoxina ® administrada por via oral
sob a forma de comprimido é de, aproximadamente, 63 e 75
para elixir pediátrico.
As concentrações mais elevadas de Digoxina ® são
encontradas no coração, fígado e rim. Aproximadamente
25% da Digoxina ® plasmática encontra-se ligada às
proteínas plasmáticas.
A principal via de eliminação é a excreção renal da droga
não modificada.
DIGOXINA
INTERAÇÃO DROGA-NUTRIENTE:
Refeições ricas em fibras reduzem a absorção.
Aumenta o potencial de toxicidade em parte com depósitos de
potássio reduzidos.
Depleção de K aumenta irritabilidade ventricular, que pode
ser acentuada pela digoxina.
Aumenta necessidades de tiamina
Ministrar após refeições: retarda absorção mas não altera
quantidade total absorvida.
Quando desejar ação rápida: em jejum
Não ministrar com leite ou alimento rico em Ca: reduz efeito
terapêutico.
AMIODARONA
Toxicidade/níveis aumentados com o uso concomitante de digoxina e
glicosídeos cardíacos, lidocaína, flecainida, procainamida, quinidina,
warfarin, fenitoína, ciclosporina, teofilina, metotrexate. O uso de beta
bloqueadores, digitais ou bloqueadores de canais de cálcio, pode resultar em
bradicardia ou parada cardíaca, devendo ser considerado o implante de
marcapasso.
A amiodarona pode provocar aumento ou diminuição da atividade da
tireóide, especialmente em pacientes com antecedentes pessoais ou
familiares de doença tireoideana.
AMIODARONA
O comprimido deve ser ingerido com auxílio de líquido
(por exemplo, água), podendo ser tomado também com
alimentos;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
Não existe grandes estudos que mostre a interação do
medicamento com alimentos.
DILTIAZEM
O Diltiazem é um fármaco que pertence ao grupo das
benzotiazepinas, um tipo de bloqueadores dos canais de
cálcio. Sua ação dá-se ao nível dos canais lentos de cálcio
das membranas celulares miocárdicas e da musculatura lisa
dos vasos.
Evitar tomar o medicamento com chás contendo erva de
São João e cavacava e valeriana.
A droga pode inibir o metabolismo microssomal hepático;
HIDROCLOROTIAZIDA
Redução da tolerância aos hidratos carbono;
Aumento excreção urinária do Mg, K, Zn,
riboflavina;
Evitar o alcaçuz (associação leva a hipocalemia,
retenção de sódio e água e alcalose);
Ministrar com as refeições – aumento absorção e
redução de distúrbios gastrointestinais;
Evitar álcool: potencializa o efeito hipotensor.
FUROSEMIDA
A furosemida é incluída na lista de substâncias
proibidas da Agência Mundial Antidoping, já que pode
mascarar outros agentes considerados doping.
Furosemida também pode ser utilizada indevidamente
em esportes, particularmente onde há divisão de
categorias de peso, para a perda de peso. Furosemida
também é bastante usada em fórmulas para emagrecer
em combinação com outras substâncias inibidoras de
apetite, para funcionamento do intestino, tranqüilizantes
e antidepressivos.
FUROSEMIDA
Interações : pode ocorrer alteração da absorção de
furosemida quando administrada com alimentos, portanto,
recomenda-se que os comprimidos sejam tomados com o
estômago vazio. Deve-se evitar o uso de ginseng, já que pode
ocorrer surtos de hipertensão.
Não deve ser utilizado durante a gravidez e amamentação.
Reduz tolerância hidratos carbono.
Aumento excreção urinária de Ca, Mg, K.
Alimentos retardam absorção e reduzem irritação gástrica.
AMILORIDA
É retentor de potássio, seus efeitos decorrem de um
bloqueio no tubo distal, da troca de sódio pelo potássio.
Desta forma há uma liberação de água e sódio e conseqüente
retenção do potássio. Sua eliminação é renal e fecal.
Aconselha-se alimentação rica em verduras e frutas
(especialmente frutas cítricas, bananas, suco de tomate,
melão, etc. O medicamento pode ser ingerido com alimentos
ou leite.
ESPIRONOLACTONA
É bem absorvida por via oral, com uma
biodisponibilidade maior que 90%. Sua união às
proteínas é muito alta (90%). Metaboliza-se
rapidamente no fígado em canrenona (metabólito ativo
eliminado por via renal). A administração
concomitante com alimento aumenta a
biodisponibilidade da espironolactona, por aumentar a
absorção e possivelmente diminuir o efeito de da
passagem da espironolactona.
Evitar ingestão excessiva de potássio
Administrar com alimentos, para prevenir náuseas e
vômitos.
CAPTOPRIL
Estudos afirmam que o captopril pode perder até 80% da
sua eficácia e biodisponibilidade se administrados
concomitantemente com outros medicamentos ou alimentos.
Ao contrário de alguns fármacos que têm a sua absorção
diminuída mas não comprometida pela administração
conjunta com outras substâncias, o captopril deve ser
ingerido sem nenhuma associação para evitar perda da sua
eficácia ou aumento de seus efeitos adversos. Recomenda-se
um intervalo 1 a 2 horas para se administrar o captopril.
CAPTOPRIL
Durante o tratamento recomenda-se uma dieta:
Com aumento da ingestão de líquidos e consumo de alimentos
fonte de magnésio (verduras de folhas verde escura, produtos
de soja, legume, nozes, amêndoas, castanhas-do-pará, noz
e castanha de caju, arroz integral, damascos secos e abacate)
NIFEDIPINA
A ingestão de álcool durante o tratamento pode diminuir a
capacidade de reação: devendo ter cuidado ao dirigir veículos
ou ao trabalhar com máquinas.
Suco de toronja (grapefruit): Inibe o sistema citocromo
P450 3A4. A ingestão concomitante de suco de toronja com
nifedipina resulta em concentrações plasmáticas elevadas de
nifedipina, graças ao aumento da biodisponibilidade da droga,
podendo conseqüentemente, causar maior efeito hipotensor.
Amamentação: A nifedipina é eliminada no leite materno.
VERAPAMILO
Os comprimidos são administrados por via oral. Com a
ingestão de água. Sendo melhor tomar a dose à noite
(com a refeição da noite) ou à hora de deitar. Pode tomar este
medicamento com ou sem alimentos. Não deve tomar o
comprimido com sumo de toranja, em vez deste,
pode ser utilizado sumo de laranja.
METROPOLOL
Administrado com refeições – aumento da absorção;
A ingestão com alimentos pode aumentar a
disponibilidade sistêmica da dose oral única em
aproximadamente 20% a 40%.
Evitar álcool, para que não haja redução de efeitos do
medicamento.
PROPANOLOL
O Propanolol é muito lipossolúvel, em conseqüência é absorvido
(90%) quase que completamente, pelo trato gastrintestinal,
apresentando maior absorção quando ingerido juntamente com
alimentos. Apresenta alta ligação às proteínas plasmáticas.
Evitar álcool: a droga pode mascarar os sintomas da hipoglicemia
alcoólica.
Gastrintestinais: náusea, vômito dor epigástrica, cólica
abdominal, diarréia, constipação, trombose arterial mesentérica,
colite esquêmica. Alérgicas: faringite, agranulocitose, erupção
cutânea, febre associada a dor inflamação na garganta.
NUTRIÇÃO:TRATAMENTO DE PACIENTES
 REDUÇÃO DO PESO CORPORAL
 REDUÇÃO DA INGESTÃO DE SAL/SÓDIO
 AUMENTO DA INGESTÃO DE POTÁSSIO
 REDUÇÃO DO CONSUMO DE BEBIDAS ALCÓOLICAS
 EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR
 ABANDONO DO TABAGISMO
 CONTROLE DAS DISLIPIDEMIAS E DO DIABETE MELITO
 MEDIDAS ANTIESTRESSE
 ABANDONO DE DROGAS QUE AUMENTAM A PRESSÃO
ARTERIAL
CONCLUSÃO
Interação fármaco – nutriente é um assunto, relativamente
recente e as informações a respeito, ainda são um pouco
escassas, mas vêm crescendo nos últimos tempos.
O tema é de grande relevância para a assistência de profissionais
da saúde, uma vez que esses profissionais são responsáveis
pela orientação, bem como administração dos medicamentos.
BIBLIOGRAFIA
DEF – Dicionário de Especialidade Farmacêutica –
2002/2003 – Ed. EPUB
SILVA, C R L. VIANA, D L. , Medicamentos cardiotônicos,
Compacto dicionário ilustrado de saúde e principais
legislações de enfermagem, Ed.Yendis, São Paulo, 2009.
REFERENCIAS - SITES:
http://www.saude.sp.gov.br/resources/geral/acoes_da_sessp
/assistencia_farmaceutica/lista_medicamentos_dose_certa/di
goxina_memento_srep_sac.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S14
15-52732002000200011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
http://interacoesmedicamentosas.com.br/info/imabsorc.php
http://www.farmaciahamburguesa.com.br/estaticas/visualiza
_novidade.php?id=19
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