Questões de Filosofia
Um ensaio!
Introdução
• Leitura atenta dos textos das questões;
• Busca de referências na questão
• Situar o filósofo, ou pensamento deste, em
um contexto espaço temporal para evitar
anacronismos.
• Redigir a resposta de forma clara e concisa.
Questão 1 [VUNESP / 2010]
Em 399 a.C., o filósofo Sócrates é acusado de graves crimes por
alguns cidadãos atenienses. [ .. .} Em seu julgamento, segundo as
práticas da época, diante de um júri de 501 cidadãos, o filósofo
apresenta um longo discurso, sua apologia ou defesa, em que, no
entanto, longe de se defender objetivamente das acusações,
ironiza seus acusadores, assume as acusações, dizendo-se
coerente com o que ensinava, e recusa a declarar-se inocente ou
pedir uma pena. Com isso, ao júri, tendo que optar pela acusação
ou pela defesa, só restou como alternativa a condenação do
filósofo á morte.
Danilo Marcondes. Iniciação á História da Filosofia, 1998.
Adaptado.
Com base no texto apresentado, explique quais foram os motivos
da condenação de Sócrates à morte.
Resposta da questão- Segundo o texto
• Sócrates (o réu) ao ser acusado utiliza-se da
ironia (característica de seu método
filosófico)para responder às acusações;
• Segundo o texto ele aceita as acusações para
manter a coerência com o que ensinava como
filósofo.
• Assim, segundo o texto, Sócrates foi condenado
por se recusar a apresentar uma defesa que
realmente garantiria sua absolvição para manterse fiel à sua filosofia.
Resposta 2
Duas fontes principais relatam o julgamento e a
defesa de Sócrates no tribunal ateniense: a
Apologia de Sócrates, de Xenofonte, e a
Apologia de Sócrates, de Platão.
• Xenofonte, enumera três motivos: "seus
inimigos o acusaram de não reconhecer os
deuses do Estado, introduzir extravagâncias
demoníacas e corromper os jovens".
• Platão distingue as acusações antigas
(combate aos sofistas) das acusações
recentes. Essas últimas são as causas
imediatas que o levaram ao tribunal e
consistem na impiedade e na corrupção da
juventude;
– em sua defesa Sócrates aponta que nenhuma
delas explica seu julgamento, identificando em
sua atividade filosófica de refutação do saber
aparente dos cidadãos a causa real pela qual é
conduzido ao tribunal.
2. [UEL / 2009] Leia o seguinte texto de
Maquiavel.
[ .. .} como é meu intento escrever coisa útil para os que se
interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a
verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se pode
imaginar. E muita gente imaginou repúblicas e principados
que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como
verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o
modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o
que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a
ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem
que quiser fazer profissão de bondade é natural que se
arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um
príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que
se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Cap. XV. São Paulo: Abril
Cultural, 1973, p. 69.
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o pensamento de Maquiavel acerca
da relação entre poder e moral, é correto
afirmar.
a) Maquiavel se preocupa em analisar a ação
política considerando tão-somente as
qualidades morais do Príncipe, que
determinam a ordem objetiva do Estado.
(Falso)
b) O sentido da ação política, segundo
Maquiavel, tem por fundamento originário e,
portanto, anterior, a ordem divina, refletida na
harmonia da Cidade.
(Falso)
c) Para Maquiavel, a busca da ordem e da
harmonia, em face do desequilíbrio e do caos,
só se realiza com a conquista da justiça e do
bem comum.
(Falso)
d) Na reflexão política de Maquiavel, o fim que
deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem
e a manutenção do poder.
(verdadeiro)
e) A análise de Maquiavel, com base nos valores
espirituais superiores aos políticos, repudia
como ilegítimo o emprego da força coercitiva do
Estado.
(Falso)
Comentário
Política para Aristóteles:
“A arte de bem governar a pólis.”
Política cristã Medieval
“Governar de acordo com o desejo de Deus.”
Maquiavel:
Substituiu:
Deve e desejável pelo que É efetivamente. (política
da realidade efetiva)
Questão3 [VUNESP / 2010]
Segundo John Locke, filósofo britânico do século
XVII, a mente humana é como uma tábula rasa,
uma folha em branco na qual a experiência
deixa suas marcas. Responda a qual escola
filosófica ele pertenceu e explique duas de suas
características.
Escola de Atenas. Rafael, 1506-1510
Empiristas X Racionalistas
• Origem do
• Origem do
conhecimento:
conhecimento:
• Experiências que
• Nosso intelecto é
marcam nosso
dotado de formas
intelecto e nos fazem (ideias) que são
conhecer o mundo
anteriores à qualquer
sensível
experiência sensível
Resposta
Locke é Empirista segundo a definição anterior
pois para ele os sentidos imprimem em nosso
intelecto marcas que nos permitem ter ideias
(simples ou complexas) das coisas existentes.
4. [UFMG / 2008]
Leia estes quadrinhos:
WATTERSON, Bill. A vingança da babá. Editora Best News, 1997, v. I, p. 78.
Kant estabelece que as ações das pessoas, para
serem realmente éticas, devem pautar-se no
seguinte princípio, denominado imperativo
categórico:
Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao
mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos
costumes. Tradução de Paulo Quintela. São Paulo:
Abril Cultural, 1974, p. 224.
REDIJA um texto, relacionando as declarações do
garoto Calvin ao imperativo categórico kantiano.
JUSTIFIQUE sua resposta.
Estratégias de resolução
Trechos de Calvin:
• “Não acredito mais em ética”.
• “fins justificam os meios”. (Maquiavel)
• “Pegue o que puder enquanto dá! É o que
digo! A força dá o direito! Os vencedores
escrevem a história.” (Hobbes)
• “É um mundo cão! Então vou fazer o que tiver
de fazer. E deixar os outros discutirem se é
certo ou não!” (relativismo)
Trechos de Kant
Age apenas segundo uma máxima tal que
possas ao mesmo tempo querer que ela se
torne lei universal.
Tema da questão: Ética
• exige do candidato uma dupla habilidade:
• a de interpretar textos de gêneros diferentes;
• relacioná-los.
[Apesar de ser desejável o conhecimento prévio
da filosofia moral de Kant, autor do século XVIII,
a leitura atenta dos textos e do enunciado basta
para a elaboração de uma resposta adequada e
coerente. ]
Possibilidades de desenvolvimento
Segundo Kant:
Princípio
ou
Máxima
Possui valor moral!
ação
Objetivo
Não possui valor moral!
Deste modo
• A AÇÃO deve se pautar em um princípio que
possa ser Universal e determinado pela
Vontade (autônoma e racional, destituída de
inclinações ou autoridades externas ao
agente) por PRINCÍPIO e não por OBJETIVO a
ser alcançado.
Conflito Calvin X Kant
• Calvin move-se por egoísmo.
• Seus princípios só valem para si.
• Não tem pretensões universais para regular a
ação de outros.
Considerações finais
•
•
•
•
•
Ausência de um cânone para questões;
Dificuldade de leitura de textos filosóficos;
Intertextualidade;
Coerência ;
Persistência diante da adversidade.
Descartes
“O bom senso é a coisa do mundo mais bem
distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida
que até os mais difíceis de contentar nas outras
coisas não costumam desejar mais bom senso
do que aquele que têm.”
Use-o!
E continue a nadar!!!!
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