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Greve termina com
vitória dos trabalhadores
Histórico movimento da saúde terminou com a conquista de vários avanços
Após 28 dias de repressão e ameaça, mas com
muita coragem e mobilização, os trabalhadores
da saúde estadual encerraram a greve nesta sexta-feira (13) após conseguirem fazer com que o
governo aceitasse os pontos de reivindicação e
assinasse um termo de acordo.
O acordo definitivo avançou muito em relação ao
anterior. Dentre o que faltava, ficou acertado que
os dias paralisados serão abonados e que a gratificação complementar dos servidores da Fhemig,
Funed e Unimontes será de 40% do salário-base
em agosto de 2012 e 50% em agosto de 2013.
A “cláusula da mordaça”, que impedia que os trabalhadores manifestassem até 2014, também foi
retirada. E as discussões sobre o plano de carreira poderão continuar na Mesa SUS.
A pressão dos trabalhadores também fez o governo se comprometer a fazer o pagamento e/
ou reajuste de direitos trabalhistas como adicional noturno, adicional de urgência e emergência
e adicional de insalubridade, que são garantias
constitucionais que o governo não estava cumprindo.
O Sindicato irá continuar lutando contra as de-
missões arbitrárias dos contratos administrativos, exigindo a revisão e, no limite, o pagamento
de todos os seus direitos trabalhistas.
Há muitos anos não se via uma mobilização tão
grande dos trabalhadores da saúde mineira, que
demonstraram para todo o Brasil que o governo
de Minas não cuida da saúde pública do estado nem de seus cuidadores. Somente com movimento grevista é que os trabalhadores conseguem arrancar alguma valorização.
Um destaque especial tem de ser dado aos jovens - muitos deles em estágio probatório - que
demonstraram muita coragem e que não aceitarão trabalhar em más condições.
Motivação
O que motivou os trabalhadores a decidirem pela
greve foi a indignação com os salários, condições
de trabalho, assédio moral, pressão das chefias
e a falta de negociação do governo. A greve é o
último recurso a ser tomado, e infelizmente os
trabalhadores tiveram que optar por ele.
A expectativa é que as condições melhorem e não
seja necessário nova greve nos próximos meses.
Companheiros (as) da saúde,
Editorial
Na noite de 12 de julho de 2012 - uma
quinta-feira -, em uma decisão única, resolvemos desocupar a Assembleia Legislativa
porque o governo finalmente havia assinado os pontos que apresentamos para negociação.
Foi uma emoção coletiva tão forte que foi
impossível conter as lágrimas que caíram
descontroladas - inclusive dos trabalhadores da ALMG, que sentiram na pele a emoção da luta -, com a certeza de que valeu
a pena ter lutado e resistido. Aliás, o governo implementou todas formas possíveis
para tentar vencer o movimento. Corte de
ponto, demissão de trabalhadores (as) não
efetivos, repressão policial nas unidades,
agressão a integrantes do comando de greve por parte de gestores e chefia de unidades (principalmente no João XXIII), assinatura de acordo chapa branca e investimento
em mentiras por parte do governo que tentava jogar a opinião pública contra os trabalhadores da saúde. Usou o tempo todo
também uma determinada entidade para
confundir a cabeça dos trabalhadores (as)
de que não existia greve, que já havia sido
feito um acordo, que as reivindicações estavam atendidas, usando inclusive o órgão
oficial do Estado para transformar a mentira
em verdade.
Mas tudo isso não conseguiu acabar com a
nossa luta. Nossa resistência trouxe junto
a solidariedade dos movimentos sociais e
os sindicatos cutistas para junto de nossa
fronteira de resistência. A união dos lutadores de classe é o único caminho da possibilidade de vitória em qualquer luta e nós,
trabalhadores (as) da saúde do estado de
Minas Gerais conseguimos provar o quanto
que isso é possível. Nessa greve que suspendemos neste momento todos somos heróis e construtores de nossa própria historia.
Todo governo ou gestor da saúde em Minas,
por mais golpista que seja, por mais descompromissado com a verdade e opressor,
vai ter que pensar muito, mas muito mesmo antes de querer uma queda de braço
com a categoria da saúde negando nossos
direitos.
Durante os dias de nossa luta insistimos
muito em uma frase simples, que adotamos
para sempre citá-la como exemplo e incentivo na resistência de nossa luta: teime! É
só teimar que dá certo! E nós teimamos,
teimamos e deu certo! Parabéns aos lutadores (as) da saúde que conquistaram essa
pequena, mas importante vitória. Abraçamos também a cada um (a) que trabalhou
na escala mínima, pois sem você não seria
possível manter a greve sem penalizar mais
ainda a população na sua busca pelo atendimento.
Agora, como formigas, voltamos ao nosso
habitat natural. Mas nunca é demais lembrar: Antes que alguém resolva nos provocar para tentar prejudicar: ”Pisa bem ligeiro!, pois quem não pode com formiga não
atiça o formigueiro!”, por que essa é e será
sempre a “ nossa bandeira da luta”.
Direção colegiada, delegados de base
e comando de greve do sind-saúde/MG
Acompanhe todas as novidades da luta dos
trabalhadores da saúde no nosso site:
www.sindsaudemg.org.br
Trabalhadores da Fhemig conquistam vários avanços
A greve garantiu aumento da gratificação e vários direitos para os trabalhadores da Fhemig
Pontos já negociados
Observações
Aumento da gratificação complementar de 20,7%
do salário-base para 40% em agosto desse ano e
para 50% em agosto de 2013
Na proposta inicial, nesse ano
a gratificação aumentaria só
para 30%
Pagamento do abono de urgência e emergência a
todos os profissionais das carreiras a auxiliares de
apoio, técnicos operacionais, profissional de enfermagem e analistas de gestão e assistência à saúde
da Fhemig que atuam nos setores de urgência e
emergência e aumento de seu valor em 50% a partir de agosto de 2012, com possibilidade de revisão
anual, mediante acordo entre as partes
Caso profissionais que trabalhem na urgência não receberem esse abono, o Sindicato
pressionará o governo
Pagamento de adicional noturno de 20% sobre o
valor da hora noturna para todos os servidores do
Sistema de Saúde que fazem jus a esses direitos a
partir de agosto de 2012
O governo admitiu mais uma
vez que não cumpria este direito trabalhista. Agora vai ter
que cumprir.
Encaminhamento dos pagamentos dos direitos de
insalubridade e abono de emergência ainda não
concedidos por problemas administrativos (até 90
dias da data de assinatura do acordo)
Ou seja, os trabalhadores que
deveriam receber insalubridade e emergência e não recebem irão passar a receber
dentro de 90 dias
Ajustes na tabela dos profissionais da enfermagem:
Alteração de intertícios dos níveis V, VI e VII para
22%; alteração na estrutura de tabela - 15 graus
para 10 graus, efetuando posicionamento dos servidores no próximo nível em vencimento imediatamente superior ao atual; criação do nível VIII.
Esse ajuste também é uma
demanda antiga dos profissionais da enfermegem
Inclusão, no novo estatuto do servidor, da regulamentação das férias dos trabalhadores da radiologia, conforme o artivo 79 da Lei Federal 8.112/90
O Sind-Saúde estará atento à inclusão desse e de outros pontos (como inclusão de
40% do risco de vida e insalubridade) no novo estatuto
Revisão da base de cálculo do adicional de insalubridade, que passará de R$200,00 para R$660,00
Antiga reivindicação do SindSaúde.
Retirada da “cláusula da mordaça”, que impedia
manifestações até o final de 2014
Continuidade das discussões do Plano de Carreiras
no âmbito da mesa do SUS
No acordo anterior, só poderia
se discutir revisão do plano se
não houvesse impacto financeiro, o que é impossível
Fotos da histórica greve da saúde
Início da greve: 14 de junho
Término da greve: 12 de julho
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Boletim do Sind-Saúde