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Terça-feira
7 de julho de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Geral
Editora: Paula Sória Quedi
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TRANSPORTE
Licitação dos ônibus tem cinco concorrentes
Apenas uma candidata, a empresa Stadtbus, não atua hoje no sistema de transporte público de Porto Alegre
Jessica Gustafson
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Uma empresa e quatro consórcios apresentaram propostas ontem para operar os
ônibus da Capital pelos próximos 20 anos.
Nas duas tentativas anteriores de licitar o sistema, não houve interessados. Entre as concorrentes, somente uma delas, a Stadtbus, de
Santa Cruz do Sul, ainda não atua em Porto
Alegre. Como as três bacias existentes foram
divididas em seis lotes, as atuais permissionárias se organizaram em novos consórcios.
Todos os lotes receberam propostas, mas
cada empresa só pode vencer em dois deles
e se forem de uma mesma região.
A Comissão Especial de Licitação tem
prazo de 60 dias para conferir se os preços
indicados estão de acordo com o edital. Após
esta etapa, serão abertos os envelopes com a
documentação, sendo declaradas a empresa ou consórcio vencedor. Eles terão mais 45
dias para a assinatura do contrato e 180 dias
para iniciar a operação, prevista para o primeiro semestre de 2016.
O prefeito José Fortunati lembrou que é a
primeira vez que se consegue viabilizar uma
licitação do transporte coletivo da Capital, desde que foi criado, em 1920. “Enfrentamos muitos interesses para conseguir isso. Esta é a terceira tentativa, na qual realizamos a divisão
das bacias para garantir maior participação.
Se não tivermos problemas na fase seguinte,
que é a avaliação da documentação, poderemos assegurar que ela teve êxito”, afirmou.
Fortunati ressaltou que a escolha se dará
pelo menor valor, mas levando em conta os
critérios técnicos, que trarão mais qualidade
ao sistema e maior controle por parte da população sobre o serviço oferecido.
Para o prefeito, a presença de todas as
empresas que operam o transporte e apenas
uma nova se deve à estrutura que as permissionárias já têm montada. Naturalmente, elas
levam vantagem em relação às concorrentes
de fora e que precisariam criar toda a infraestrutura para operar.
Durante a entrega dos envelopes, foram
lidos os valores da tarifa técnica que cada
uma das concorrentes apresentou para o lote
que pretende trabalhar. As regiões possuem
no edital valores-teto diferentes, dependendo do tamanho do trajeto e custo, que, calculados, resultam em uma tarifa social única.
Caso exista algum problema com a documentação ou o descumprimento de itens do edital
nas áreas com apenas um concorrente, o lote
entrará novamente em licitação.
A maior tarifa apresentada foi feita pela
Stadtbus, de R$ 4,22, para o lote 4, referente à
região Sul. A desclassificação neste lote deve
acontecer, pois o teto previsto é de R$ 4,04.
Quem concorre com ela é a Consórcio Sul,
que apresentou R$ 4,0379. Observando somente a tarifa apresentada, a Stadtbus venceria o lote 1, das regiões Norte e Nordeste, com
proposta menor que a do Consórcio Mobi.
O gerente-técnico da Associação dos
Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, disse que
as empresas fizeram propostas condizentes
com a realidade do sistema e com o edital. “O
modelo econômico previsto foi o que tornou
esta licitação mais interessante que as outras,
que previam o chamado fluxo de caixa, com
regras para os próximos 20 anos. Nesta, é prevista uma planilha tarifária que é mais flexível às mudanças e traz tranquilidade para
quem vai investir no sistema”, explicou.
Propostas apresentadas
Lote 1 – regiões Norte e Nordeste
Stadtbus (empresa de Santa Cruz do Sul) – R$ 3,2803
Consórcio Mobi (Sopal, Nortran e Navegantes) – R$ 3,2903
Lote 2 – regiões Norte e Nordeste
Consórcio Mobi – R$ 3,2908
Lote 3 – região Sul
Consórcio Sul (Trevo, VTC, Belém Novo e Restinga) – R$ 3,0559
Lote 4 – região Sul
Stadtbus – R$ 4,2202
Consórcio Sul – R$ 4,0379
Lote 5 – regiões Leste e Sudeste Stadtbus – R$ 3,4181
Consórcio Via Leste (VAP, Estoril e Presidente Vargas) – R$ 3,4507
Lote 6 – regiões Leste e Sudeste
Consórcio Sudeste (Sudeste e Gazômetro) – R$ 3,4674
SAÚDE
Jairo Jorge entra na Justiça por repasses estaduais
Isabella Sander
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Diante de um cenário de atraso
de repasses por parte do Estado para
a área da saúde, o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, anunciou ontem que
entrou na Justiça. Segundo o gestor,
a dívida com o município, que soma
mais de R$ 10 milhões desde o início
do ano, pode aumentar para mais
de R$ 20 milhões, caso nenhum pagamento seja feito até sexta-feira.
Se o repasse de julho não che-
gar, há risco de atraso na folha de
pagamento de 1.312 servidores do
Hospital Universitário (HU). “Conseguimos equacionar o pagamento dos
salários em todas as unidades, mas
ainda buscamos uma solução para
o HU. Essas reduções nos pagamentos foram diminuindo desde abril e
agora o perigo é de um colapso no
sistema de saúde”, aponta o prefeito.
Segundo Jairo Jorge, no ano
passado, de tudo o que foi aplicado
na área, 39,75% foi repassado pelo
Estado, 59,34% pela União e 36,49%
pelo município. Ficaram pendentes
R$ 6.951.539,00 por parte do governo estadual. Em 2015, até o momento, 26,45% do montante recebido
coube ao Estado, 44,32% à União e
29,21% ao município. “Somos solidários ao governador, pois entendemos os problemas pelos quais ele
está passando em virtude da crise,
e nós mesmos também já perdemos
cerca de R$ 30 milhões em arrecadação somente nesses seis primeiros meses. Contudo, a saúde não
pode ser penalizada”, pondera.
Além de atender aos seus 340
mil habitantes, Canoas também é
referência no atendimento em saúde para outros municípios, totalizando uma população de 5 milhões
de pessoas. “Temos hoje mais de 4,2
mil servidores trabalhando na saúde em Canoas e que correm o risco
de ter atraso em seus pagamentos.
A paralisação dos serviços pode
custar vidas. Portanto, pedimos, na
ação judicial, que esses R$ 10 milhões relativos a julho, ao menos, sejam pagos para que possamos manter a normalidade”, diz Jairo Jorge.
Em nota, o Estado informou que
ainda não foi notificado da ação,
mas ressaltou que, “apesar do panorama econômico enfrentado, este foi
o primeiro mês em que o governo
não teve condições de pagar em dia
os recursos destinados a hospitais.
O planejamento proposto frente a
este cenário está em adequar o orçamento com os nossos gastos”.
Unimed abre nova unidade
assistencial 24 horas em Canoas
A partir de hoje, a população
de Canoas e arredores contará com
uma nova unidade assistencial da
Unimed Porto Alegre. O espaço, localizado na avenida Getúlio Vargas,
5.600, tem área total de 3 mil metros
quadrados. Segundo o presidente
do Conselho de Administração da
Unimed Porto Alegre, Márcio Pizatto, a unidade concentrará diversos
recursos médicos em um só lugar.
“Além dos atendimentos, teremos
serviço de apoio ao diagnóstico e
tratamento, o que proporcionará à
comunidade local mais agilidade
nos procedimentos”, aponta.
A estrutura beneficiará 107 mil
clientes que residem em Canoas,
Esteio, Gravataí, Cachoeirinha, Sa-
pucaia do Sul e Nova Santa Rita, e
também será uma alternativa aos
porto-alegrenses. A expectativa é
que sejam realizados 20 mil atendimentos na unidade por mês, aumentando em 23% a oferta atual
dos serviços na região. O pronto-atendimento será disponibilizado a todos os planos da
cooperativa. O serviço será 24 horas e contará com plantão clínico,
pediátrico e apoio ao diagnóstico e
tratamento, além de serviço móvel
de urgência e emergência. Em breve, também será aberta uma clínica de vacinação. O atendimento
clínico será realizado de segunda a
sexta-feira, das 7h às 20h, e aos sábados, das 7h às 13h.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Espaço oferecerá apoio ao diagnóstico e tratamento dos pacientes
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