Governo apresenta projectos estruturantes para as pescas em São Vicente
Na sexta-feira foram apresentados ao Primeiro-Ministro, em São Vicente, três
importantes projectos para o sector da pesca artesanal, para além da inauguração
das novas instalações do Fundo de Desenvolvimento das Pescas que passará a
funcionar como um Banco de crédito especial para o apoio a projectos ligadas às
actividades pesqueiras. Com isso, o sector caminha para a sua estruturação
definitiva que José Maria Neves considera “ fundamental” para o desenvolvimento
do país.
O quinto e último dia da visita oficial do Primeiro-Ministro à ilha de São Vicente trouxe
boas novas ao sector ligado às pescas e investigação marítima, sendo que foram
apresentados três importantes projectos num valor total superior a 110 mil contos para
ajudar a alavancar o sector, mais concretamente a pesca artesanal e promover a criação
do “cluster” do mar que o Governo pretende sediar naquela ilha.
O primeiro projecto, o Programa de Desenvolvimento da Pesca Artesanal, que foi
financiado pelo Reino de Espanha no montante de 110 mil contos e com duração
prevista de 24 meses, pretende, segundo o director-geral das Pescas, Adalberto Vieira,
implementar uma nova abordagem da pesca artesanal, e objectiva melhorar o nível de
vida das comunidades pesqueiras artesanais.
Não menos importante é o Programa Regional para as Pescas na região da África
Ocidental, financiado pelo Banco Mundial, com um crédito de 800 mil contos. Este
destina-se à reabilitação de estruturas de apoio à pesca artesanal nas ilhas de São
Vicente, Sal e Santiago e à construção de instalações de frio, de estaleiro para
embarcações semi-industrias entre outras necessidades do sector.
Este último programa tem a duração prevista de 60 meses e inclui ainda a distribuição
por volta de 100 sonares aos pescadores para ajudar na melhoria da captura do pescado
de forma sustentável.
O terceiro projecto tem a ver com a instalação de mais de oitenta Dispositivos de
Concentração de Peixes (DCP), espalhados pelas ilhas de São Vicente, Santo Antão,
Fogo, Maio e Santiago, cuja duração prevista é de 60 meses.
Estes dispositivos como o nome indica, ajudam a criar zonas de concentração de peixes
menores que por sua vez atraem atuns, dourados, serras e outros cardumes maiores,
facilitando a sua identificação e consequente captura pelos pescadores em zonas mais
próximas da costa.
Ainda na sexta-feira, José Maria Neves presidiu a cerimónia de inauguração das novas
instalações do Fundo de Desenvolvimento das Pescas (FDP) ao qual acrescenta a
componente de agência de crédito, uma espécie de instituição para-bancária para apoiar
com linhas de créditos especiais aos projectos dos pescadores. Este novo banco terá a
missão de não só, financiar os projectos com crédito próprio, mas também de mobilizar
outras linhas de crédito, através de instituições terceiras, para que os pescadores possam
melhorar os seus negócios.
Estruturação das pescas é fundamental
Para José Maria Neves a estruturação do sector das pescas é fundamental para a
economia e o desenvolvimento do país e é preciso que se façam os investimentos
necessários para que os pescadores possam melhorar a sua frota, e investir em mais e
melhores tecnologias.
A pesca artesanal, segundo o Director-geral das Pescas, Adalberto Vieira, é responsável
pela ocupação e sustento de cerca de quatro mil ou mais pescadores, número
considerável, mas que apesar disso contribui para uma parcela ínfima do PIB, tendo em
conta o número de pessoa à sua volta.
Mas tudo isso está prestes a mudar com a estruturação, em curso, do sector que deverá
assumir papel mais preponderante, sendo que o potencial está lá para que as pescas
desempenhem “papel fundamental” no desenvolvimento do país, acredita o PrimeiroMinistro.
“A riqueza do trabalho que se está a realizar no INDP e as potencialidades que sector
oferece vão fazer da Pesca um vector económico importante para Cabo Verde”, conclui.
Não é à toa que as pescas foram apresentadas, na quinta-feira, na apresentação do
“Cluster” do mar, perante as forças vivas da ilha, como a principal vertente desse
projecto integrado de desenvolvimento das potencialidades ligadas ao mar e que terá o
seu epicentro em São Vicente.
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