O PEDAGOGO NA DOCÊNCIA E SUA IMPORTÂNCIA NO ENSINOAPRENDIZAGEM
Helena Harumi Maruyama
G – Pedagogia – INESUL – LONDRINA – PR
Orientadora Ms. Maria Eliza Corrêa Pacheco
D – Pedagogia – INESUL – LONDRINA – PR
PAINEL
e-mail: [email protected]
Palavras-chave: pedagogo; docência; ensino-aprendizagem.
Resumo
O presente artigo está centrado na importância do papel do pedagogo como
docente na relação ensino-aprendizagem, visto à necessidade de refletir sobre
a ação pedagógica praticada em suas diversas concepções. O trabalho tem
como objetivo verificar o processo ensino-aprendizagem permeando o papel do
pedagogo na docência e apresentar a importância da reflexão na prática e do
agir pedagógico para as mudanças. Para tanto foi feito levantamento
bibliográfico seguido de leituras e seleções de materiais como livros, revistas e
artigos especializados. O artigo está baseado nas concepções de autores
como Freire (1996), Perrenoud (2000), Mizukami (1986) entre outros, sobre a
ação pedagógica desse profissional e sua importância no ensinoaprendizagem. Ser educador está se tornando cada vez mais difícil, pois exige
a quebra dos paradigmas e leva a pensar em uma ação pedagógica inovadora
na qual o professor faça despertar a curiosidade, de acompanhar ações no
desenvolvimento das atividades, facilitar e mediar na construção e assimilação
ativa do conhecimento do aluno. Obtendo conhecimento acerca deste assunto
desenvolvido, espera-se que o profissional compreenda melhor a importância
de sua ação na docência adotando uma nova postura diferente a da tradicional.
Introdução
Frente à preocupação cada vez maior com a qualidade de ensinoaprendizagem, nota-se que na educação, o papel do pedagogo é de
fundamental importância, portanto, faz-se necessária a reflexão sobre novas
concepções do mesmo. Assim, o presente artigo está centrado na função do
pedagogo na docência e sua importância no ensino-aprendizagem.
Na contemporaneidade observa-se que, ainda há prática pedagógica em
que o professor não atua como facilitador e mediador entre o aluno e o objeto
de conhecimento que promove a autonomia intelectual e moral dos educandos.
Assim, para melhorar a qualidade do ensino-aprendizagem, problematiza-se, o
porquê de uma parte dos professores ter resistência no que se refere à
mudança na sua ação pedagógica em sala de aula.
Para tanto, verificar-se-á o processo ensino-aprendizagem permeando o
papel do pedagogo na docência, bem como levar o profissional a refletir sobre
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a mudança no seu agir pedagógico, ou seja, deixar de ser detentor de
conhecimento e assumir o papel de mediador e facilitador.
Considerando que o papel do pedagogo enquanto docente tem grande
importância no processo ensino-aprendizagem, mas que alguns deles são
resistentes a mudanças nas suas ações em sala de aula; justifica-se este artigo
por entender que é importante ao profissional da educação compreender
melhor esse processo e sua mudança.
Dessa forma, espera-se que ao tomar conhecimento deste trabalho os
professores passem a assumir o novo papel e utilizar essa ação pedagógica
para melhorar o processo ensino-aprendizagem. Portanto é relevante a
realização deste, tanto do ponto de vista de nossa capacitação quanto da
contribuição acadêmica.
Para a realização do artigo, inicialmente foi feito um levantamento
bibliográfico a fim de inteirar-se do assunto proposto, seguido de leituras e
seleções de materiais de pesquisa como livros, artigos especializados, revistas
e busca em sites para redigir a fundamentação teórica do mesmo.
Fundamentação teórica
Segundo Cagliari (1992), ensinar é um ato coletivo, e que quem ensina,
procura transmitir informações que julga importantes considerando a natureza
do processo de aprendizagem. E aprender é um ato individual, pois cada um
aprende conforme seu ritmo e depende de sua história de vida, de seus
interesses e de seu metabolismo intelectual.
Na contemporaneidade, já não cabe mais a figura de o professor sendo
detentor e mero transmissor de conhecimentos, e o aluno um ser passivo que
os memoriza, pois conforme Libâneo (2004), o verdadeiro ensino busca a
compreensão e assimilação sólida das matérias, e também é um processo que
se caracteriza pela transformação intelectual do aluno criando possibilidades
para a autonomia, ou seja, visando a sua habilidade e competência.
Essa concepção de ensino-aprendizagem vem de encontro com Piaget
apud Mizukami (1986): o ensino deve ser baseado no ensaio e no erro, na
pesquisa, na investigação, na solução de problema por parte dos alunos, e não
em aprendizagem de definições e memorizações, pois ela só se realiza
realmente quando o educando elabora o seu conhecimento, ou seja, a
aprendizagem verdadeira se dá no exercício operacional da inteligência.
E ainda, continua a referida autora que, a aquisição do conhecimento é
um processo construído durante toda a vida do indivíduo. Os fatores que
influenciam no desenvolvimento e na construção do conhecimento são:
maturação biológica, a experiência, a interação social, e a equilibração,
processo de integrar a maturação, a experiência e a interação de modo a
construir estruturas mentais (esquemas, assimilação, acomodação e
equilibração).
O prazer pelo estudo não é uma atividade que surge naturalmente nas
crianças, pois não é uma tarefa que realizam com satisfação, que às vezes, é
tida como obrigação. Assim, o professor tem a enorme responsabilidade, pois
deve ter a capacidade de fazer despertar a curiosidade dos alunos, de
acompanhar as suas ações no desenvolvimento das atividades facilitando e
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mediando a construção e assimilação ativa do conhecimento. E ainda, o
professor deve estar aberto às novas experiências, conhecer cada aluno
procurando compreender anseios, os sentimentos, os seus problemas.
O professor, segundo Mizukami (1986), deve evitar rotina bem como
fixação de respostas e hábitos. Ele deve propor problemas aos alunos, para
que eles próprios busquem as soluções, exercendo papel ativo, que consiste
em observar, experimentar, comparar, analisar, levantar hipóteses, argumentar,
etc., cabendo ao professor, a orientação necessária para que os objetos sejam
explorados pelos educandos.
Neto (2007) disse na sua palestra que ser educador é uma tarefa que
está se tornando cada vez mais difícil, pois já não lhe cabe mais aquela figura
de ser tradicional, ele deve ser mediador pedagógico criando possibilidade de
fazer acessar àquilo de que o aluno necessita, além de estimular o ato de ele
aprender.
Diante das crises evidentes que o País vem apresentando na qualidade
da educação considerando principalmente conceitos de autonomia,
transformação e cidadãos críticos, é importante que se faça a reflexão sobre
novas competências para ensinar.
Realmente, o educador deve estar munido de preparo teórico e prático e
acima de tudo amar o que faz e ter competência. Freire (1996) no seu livro
intitulado “Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática
educativa”, defende como deve ser um profissional competente, ou seja,
aquele que entende que o ensinar não é utilizar o método tradicional, e sim que
aceita o desafio da mudança, e também o diferente, assumindo riscos; que
tenha consciência do inacabamento; que respeite a curiosidade, autonomia e
direito do aluno; que saiba que é necessário saber escutar, pois é escutando
que se aprende a falar com eles.
E ainda, a prática educativa é “afetividade, alegria, capacidade
científica, domínio técnico a serviço da mudança (...)”. Freire,(1996, p.143).
Deve-se lutar para transformar o mundo e não se acomodar a ela, continua o
autor.
Para que o professor deixe o conceito de velho paradigma e se portar
adequadamente com o seu novo papel, Perrenoud (2000) sugere em seu livro
“Dez Novas Competências para Ensinar”, algumas maneiras de como o
educador deve agir:
[...] nenhum referencial pode garantir uma representação consensual,
completa e estável de um ofício ou das competências que ele
operacionaliza. Eis as 10 famílias:
1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
2- Administrar a progressão das aprendizagens.
3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
4- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho.
5- Trabalhar em equipe.
6- Participar da administração da escola.
7- Informar e envolver os pais.
8- Utilizar novas tecnologias.
9- Enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão.
10- Administrar sua própria formação contínua. (PERRENOUD, 2000,
p.14)
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Dessa forma, a relação ensino-aprendizagem será de melhor qualidade,
pois com essas inovações, o educador terá maior entendimento no que se
refere ao ensinar buscando cada vez mais distanciar-se do tradicionalismo.
Mas, toda mudança exige uma adaptação e sacrifício, pois provoca o
rompimento de hábito e da rotina, ou seja, ter a obrigação de pensar de
maneira inovadora aquilo que já é de costume.
Segundo Kishimoto (2006), uma das razões da resistência à mudança
que encontramos hoje em nossa realidade escolar é que ela implica considerar
a vontade de os profissionais envolvidos repensarem os fundamentos que
sustentam suas práticas e, conseqüentemente, mudarem a si mesmos. Mas,
continua a autora que, essa mudança no seu papel é possível se encarar com
naturalidade.
De acordo com as abordagens psicogenéticas, o ponto de
partida é o entendimento de que o indivíduo é o centro na
busca do seu próprio conhecimento e a aprendizagem é o
produto da atividade do sujeito e depende do desenvolvimento
de suas estruturas cognitivas. (KISHIMOTO, 2006, p. 135)
Considerando isso, o professor passará a agir de maneira inovadora
assumindo o papel de mediador, que estimula, que desestabiliza, que
desequilibra, enfim, será interlocutor que auxiliará na busca de soluções para
os conflitos cognitivos do aluno, conforme afirma a autora acima citada.
Considerações finais
Após o estudo acerca do assunto deste artigo, evidenciou-se que o
papel do pedagogo enquanto professor na relação de ensino-aprendizagem é
de fundamental importância. Ele deverá ser um profissional bem
fundamentado. Os autores que foram citados ao longo deste trabalho deixam
claro que já não cabe mais o tradicionalismo e que se deve caminhar para a
transformação e para a mudança visando melhorar cada vez mais a
aprendizagem do aluno.
Sendo assim, o profissional deverá ser um mediador e facilitador de
aquisição de conhecimento por parte do aluno, ou seja, ser capaz de despertar
a curiosidade dos alunos, respeitando suas diversidades e também o seu
conhecimento prévio. Assim, o educando será o protagonista no processo
ensino-aprendizagem, no qual será o construtor do próprio conhecimento,
resultando em assimilação ativa do saber.
Portanto, para que se tenha o processo ensino-aprendizagem de
qualidade, o pedagogo deve mudar a sua ação pedagógica que está enraizada,
buscando uma metodologia que venha contribuir para a formação de um
cidadão crítico e reflexivo.
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Referências
CAGLIARI, L.C. Alfabetizando sem o ba, be, bi, bo, bu. São Paulo: Scipione,
1992.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, bricadeira e a educação. 9.ed. São
Paulo: Cortez, 2006.
LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortes, 2004.
MIZUKAMI, M.da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo:
E.P.U, 1986.
NETO, M.A.S. Educação e mudanças sociais: articulações possíveis.
V S`INESUL – V Simpósio do INESUL, I Simpósio Internacional. Londrina,
Set/07.
PERRENOUD. P. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia
Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
MARTELLI, A.C. Aspectos históricos sobre a função do pedagogo. Educare et
Educare revista de educação, V.1, n.1, jan/jun. 2006. Disponível em:
<http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/revista/EDUCARE
etEDUCARE_parte_3.pdf>. Acesso em 23 out. 2007.
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