Samuel Oliveira de Almeida Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev Brasil Abril de 2013 Samuel Oliveira de Almeida Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Matemática, área de concentração : Equações Diferenciais Parciais, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Programa de Pós-Graduação Orientador: Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira - (UFJF) Brasil Abril de 2013 Samuel Oliveira de Almeida Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev/ Samuel Oliveira de Almeida. β Brasil, Abril de 201369 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira - (UFJF) Dissertação β Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Programa de Pós-Graduação, Abril de 2013. 1. Problema do tipo Ambrosetti-Prodi. 2. Expoente crítico de Sobolev. 3. Problema Neumann. 4. Fronteira mista. 5. Métodos variacionais. CDU 02:141:005.7 Samuel Oliveira de Almeida Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Matemática, área de concentração : Equações Diferenciais Parciais, da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Trabalho aprovado. Brasil, 24 de novembro de 2012: Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira (UFJF) Orientador Professor Convidado 1 Professor Convidado 2 Brasil Abril de 2013 Dedico este trabalho a meu pai Silvério, minha mãe Maria de Lourdes, meus irmãos Sonimar, Selmar e Cristiano, meus sobrinhos Sara, Luana, Ana Clara, Arthur e a minha noiva Monalisa. AMO VOCÊS. Agradecimentos À Deus, por permitir mais essa conquista. Aos meus familiares e a minha noiva Monalisa, que sempre me deram amor e força para poder continuar, valorizando meus potenciais. Ao meu orientador, professor Fábio Rodrigues Pereira, pela atenção e dedicação com que me orientou. À coordenação do mestrado em matemática da UFJF juntamente com todos os professores do programa. À professora Flaviana Andréa Ribeiro por me incentivar a continuar os estudos. Aos professores Olímpio Hiroshi Miyagaki e Ederson Moreira dos Santos por terem aceito o convite para participar da minha Banca. Aos meus amigos de mestrado, pelas proveitosas discussões e pela ótima companhia. À todos meus amigos, que souberam entender o motivo de minha ausência. À CAPES, pelo apoio financeiro, sem o qual este trabalho não seria possível. Resumo Neste trabalho estudamos a existência de soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev. Primeiramente, investigamos a existência de soluções para um problema superlinear do tipo Ambrosetti-Prodi com ressonância em π1 , onde π1 é o primeiro autovalor de (βΞ, π»01 (Ξ©)). Além disso, estudamos resultados de multiplicidade para uma classe de equações elípticas críticas relacionadas com o problema de Brézis-Nirenberg, com condição de contorno de Neumann sobre a bola. Palavras-chave: Problema do tipo Ambrosetti-Prodi, expoente crítico de Sobolev, problema Neumann, fronteira mista, métodos variacionais. Abstract In this work we study the existence of solutions for elliptic problems involving critical Sobolev exponent. Firstly we investigate the existence of solutions for an Ambrosetti-Prodi type superlinear problem with resonance at π1 , where π1 is the first eigenvalue of (βΞ, π»01 (Ξ©)). Besides, we study multiplicity results for a class of critical elliptic equations related to the Brézis-Nirenberg problem with Neumann boundary condition on a ball. Key Words: Ambrosetti-Prodi type problem; critical Sobolev exponent, Neumann problem, mixed boundary, variational methods. Lista de ilustrações Figura 1 β Setor angular π΄π . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Figura 2 β Regiões de integração do setor π΄π . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Figura 3 β βColagemβ da solução do setor π΄2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Figura 4 β Funcional π em uma determinada vizinhança . . . . . . . . . . . . . . 51 Figura 5 β Teorema da Função Implicita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Índice de notações Ξ© é um domínio limitado no Rπ . Ξ© é o fecho de Ξ©. πΞ© é a fronteira de Ξ©. π΄π o complemetar do conjunto π΄. πππ π΄ é a medida de Lebesgue de um subconjunto π΄ de Rπ . πΆ π (Ξ©) = {π’ : Ξ© β R; π’ é continuamente k vezes diferenciável}. πΆππ (Ξ©) = {π’ β πΆ π (Ξ©); π π’ππ(π’) é compacto}. πΏπ (Ξ©) = {π’ : Ξ© β R; π’ é mensurável e βπ’βπ < β}. β1 β βπ’βπ = β«οΈ β π π |π’| ππ₯β . Ξ© β¨π’, π£β©2 = β«οΈ Ξ© π’π£ ππ₯, βπ’, π£ β πΏ2 (Ξ©). πΏβ (Ξ©) = {π’ : Ξ© β R; π’ é mensurável e βπ’ββ < β}. βπ’ββ = inf{π β₯ 0; |{π₯ β Ξ©; |π’(π₯)| > π}| = 0}. π π,π (Ξ©) = {π’ β πΏπ (Ξ©); π·πΌ π’ β πΏπ (Ξ©), βπΌ, |πΌ| β€ π} . π» 1 (Ξ©) = π 1,2 (Ξ©). π1,π (Rπ ) denota o completamento do espaço πΆ0β (Rπ ) em relação a norma βπ’βπ1,π (Rπ ) = (οΈβ«οΈ Rπ π |βπ’| ππ₯ )οΈ 1 π , onde 1 β€ π < π , com π β₯ 2. π* = ππ π βπ expoente crítico de Sobolev com respeito à imersão de Sobolev * π1,π (Rπ ) Λβ πΏπ (Rπ ). ππ’ ππ’ ππ’ βπ’ = ( ππ₯ , , . . . , ππ₯ ). π 1 ππ₯2 Ξπ’ = βοΈπ π=1 π 2π’ . ππ₯2π π é a derivada normal exterior a πΞ©. ππ q.t.p quase todo ponto (a menos de um conjunto de medida de Lebesgue nula). π Λβ π imersão contínua de π em π. π’+ = max{0, π’} parte positiva de π’. π’β = min{0, π’} parte negativa de π’. π = π(π) quando π₯ β π₯0 , significa que β πΆ β R talque |π (π₯)| β€ πΆ|π(π₯)|, βπ₯ suficientemente próximo de π₯0 . π = π(π) quando π₯ β π₯0 , significa que π₯βπ₯ lim 0 π΅π (π) Bola de centro em π e raio π. |π (π₯)| = 0. |π(π₯)| Sumário 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.1 Operador de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.2 Resultados da Análise Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 3 Solução para um Problema Ressonante do tipo Ambrosetti-Prodi . 3.1 Apresentação do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Resultados Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 Prova do Teorema Principal do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 21 23 31 4 Infinitas Soluções para um Problema Crítico com a Condição de Neumann na 4.1 Apresentação do Problema . . . . . . 4.2 Solução para o Problema Auxiliar . . 4.3 Solução para o Problema Crítico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 35 37 48 Fronteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Apêndices 50 APÊNDICE A Resultados Gerais do Capítulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A.1 Teorema da Função Implícita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A.2 Princípio Variacional de Ekeland . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A.3 Fórmulas de Green e Resultados de Medida . . . . . . . . . . . . . APÊNDICE B Resultados Gerais do Capítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . B.1 Algumas Funções Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . B.2 Multiplicadores de Lagrange, Identidade de Pohozaev e Desigualdade de Cherrier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . B.3 Resultados Importantes Sobre as integrais em π΄π , π΅π , e Ξ£π . . . APÊNDICE C Princípios de Máximo C.1 Introdução . . . . . . . . . . . . C.2 Princípios de Máximo Fraco . . C.3 Princípios de Máximo Forte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 51 52 53 . . . . 55 . . . . 55 . . . . 56 . . . . 57 . . . . . . . . . . . . . . . . 61 61 61 62 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 13 1 Introdução Métodos Variacionais é uma das principais ferramentas utilizadas para atacar problemas na teoria das equações diferenciais ordinárias e parciais não lineares. A ideia central é a formulação de um problema variacional equivalente, em certo sentido, ao problema de equação diferencial. O problema variacional consiste na obtenção de pontos críticos para um funcional πΌ associado, tal que a equação de Euler-Lagrange seja o problema proposto. É interessante observar, que o problema de minimização de funcionais é o objetivo central do Cálculo das Variações Clássico, e que em seu estudo, equações diferenciais aparecem de modo natural como condições suficientes que a função que minimiza o funcional deve satisfazer. Assim, no Cálculo das Variações Clássico, a questão de minimização de um funcional é reduzida ao estudo de um problema na teoria das Equações Diferenciais. O Método Direto do Cálculo das Variações surgiu em meados do século XIX, e consiste em estudar diretamente o funcional e procurar obter seu mínimo (ou um ponto crítico) sem fazer apelo à sua equação diferencial. Neste trabalho aplicamos o Método Direto para encontrar soluções de equações diferenciais parciais. Dividiremos este trabalho em 4 Capítulos. No Capítulo 1, tratatamos de uma breve introdução histórica dos problemas trabalhados nesta dissertação. No Capítulo 2, apresentaremos o problema de autovalor para o operador Laplaciano e alguns resultados relacionados a Análise Funcional. Estes resultados fornecerão uma base teórica para os capítulos posteriores. Nos Capítulo 3 e 4 (baseados em [18] e [16] respectivamente), consideramos dois problemas com não-linearidade envolvendo o expoente crítico de Sobolev. A principal * dificuldade em lidar com esse tipo de problema é que a imersão de π»01 (Ξ©) em πΏ2 (Ξ©), 2π , não é compacta. onde 2* = π β2 O objetivo deste trabalho é usar versões mais gerais em espaços de dimensão infinita de Teoremas do Cálculo Diferencial bem conhecidos pelos alunos dos cursos básicos de graduação, a saber: o Teorema da Função Implícita e o Teorema dos Multiplicadores de Lagrange, e provar resultados de existência de soluções para equações elípticas envolvendo o expoente crítico de Sobolev. O Capítulo 3 trata-se de um dos problemas encontrados no artigo βCritical Superlinear Ambrosetti-Prodi Problemsβ de D.G. de Figueiredo e Y. Jianfu [18] e considera o 14 seguinte problema ressonante e crítico. (πΉ π½) β§ β¨ * βΞπ’ = π1 π’ + π’2+ β1 + π β© π’ = 0 sobre πΞ©, em Ξ©, 2π , com π β₯ 3 é o expoente crítico de Sobolev, π1 é o primeiro autovalor (π β 2) de (βΞ, π»01 ) e π’+ = max{π’, 0} é a parte positiva de π’. onde 2* = Os autores mostraram que se βπ β2 é suficientemente pequena, o problema (πΉ π½) possui pelo menos uma solução não-trivial. Entre as técnicas utilizadas nas provas dos resultados, destaca-se a de minimização utilizando o Teorema da Função Implícita. Esse problema pertence a uma classe que é conhecida como problemas do tipo Ambrosetti-Prodi. Problemas desse tipo surgiram a partir da década de 70, quando A. Ambrosetti e G. Prodi estudaram uma classe de problemas dados por β§ β¨ βΞπ’ = π(π₯, π’) + π (π₯) em Ξ©, β© π’ = 0 sobre πΞ©, (π΄π ) onde Ξ© é um domínio limitado suave de Rπ , e caracteriza-se por determinar funções π , de modo que a equação (π΄π ) tenha ou não solução. No trabalho βOn the inversion of some differential mappings with singularities between Banach Spacesβ de A. Ambrosetti e G. Prodi [5], os autores consideraram a função π : R β R sendo de classe πΆ 2 , satisfazendo π β²β² (π ) > 0 para todo π β R e 0 < lim π β² (π ) < π1 < lim π β² (π ) < π2 , onde π1 e π2 π βββ π β+β são o primeiro e segundo autovalor de (βΞ, π»01 (Ξ©)) . Eles provaram a existência de uma variedade fechada e conexa π em πΆ 0,πΌ (Ξ©) (0 < πΌ < 1) de classe πΆ 1 que divide o espaço em dois conjuntos disjuntos abertos π1 e π2 de maneira que: (I) Se π β π1 , o problema (π΄π ) não tem solução. (II) Se π β π , o problema (π΄π ) tem solução única. (III) Se π β π2 , o problema (π΄π ) tem exatamente duas soluções. Posteriormente, M. S. Berger e E. Podolak [7] deram uma grande contribuição no estudo desses problemas, dando uma estrutura cartesiana para a variedade M em espaços de Hilbert. Eles decompuseram as funções π β πΆ 0,πΌ (Ξ©) na forma π = π‘π1 + π1 , onde π1 é uma autofunção normalizada em πΏ2 associada ao autovalor π1 e π1 β (π πππ π1 )β₯ (no sentido πΏ2 ) e reescreveram o problema (π΄π ) na seguinte forma: (π΅π ) β§ β¨ β© βΞπ’ = π(π₯, π’) + π‘π1 + π1 (π₯) em Ξ©, π’ = 0 sobre πΞ©. 15 Portanto, para cada π1 com a propriedade acima, os autores mostraram a existência de um número real π = π(π1 ) tal que: (a) Se π‘ > π, o problema (π΅π ) não tem solução (isto é, π β π1 ). (b) Se π‘ = π, o problema (π΅π ) tem solução única (isto é, π β π ). (c) Se π‘ < π, o problema (π΅π ) tem exatamente duas soluções (isto é π β π2 ). O problema (π΄π ) leva o nome de ressonante quando um dos limites π(π ) π βββ π πβ = lim π(π ) , π ββ π ou π+ = lim é igual a um autovalor, em nosso caso, πβ = π1 . Gostaria de remeter ao leitor, a uma referência recente sobre o problema do tipo Ambrosetti-Prodi, feito por F.O. de Paiva e M. Montenegro no trabalho βAn AmbrosettiProdi type result for quasilinear Neumann problemβ, ver [20]. Os autores estudaram o problema β§ βͺ β¨ βΞπ π’ = π (π₯, π’) + π‘ em Ξ©, ππ’ βͺ = 0 sobre πΞ©. β© |βπ’| ππ Onde Ξ© β Rπ é um domínio limitado com πΞ© suave, t um parâmetro real e π está relacionada as condições de Ambrosetti-Prodi. Eles provaram que existe π‘0 de modo que o problema acima não possui solução se π‘ > π‘0 . Se π‘ β€ π‘0 existe pelo menos uma solução minima, e se π‘ < 0 existem, pelo menos duas soluções distintas. O Capítulo 4 é baseado no trabalho de C. Comte - M. Knapp [16], e trata do seguinte problema elíptico crítico com condição de Neumann na fronteira: (π2 ) β§ βͺ β¨ βΞπ’ = |π’|πβ1 π’ + ππ’ ππ’ βͺ =0 β© ππ em B, sobre πB, π +2 . O teorema principal π β2 desse capítulo mostra que para cada π β R, o problema (π2 ) possui infinitas soluções. onde B é uma bola unitária em Rπ , com π β₯ 4, π β R e π = Em [16], os autores também garantiram que para cada domínio limitado Ξ© em R3 , simétrico com respeito a um plano, existe uma constante π > 0 de modo que para cada π < π esse problema)οΈpossui pelo menos uma solução não trivial. Para o caso subcrítico (οΈ π +2 quando π < , este problema foi estudado por Lin-Ni [26] e Lin-Ni-Takagi [27]. π β2 Quando Ξ© é uma bola, soluções radialmente simétricas foram obtidas por Ni [30] para o 16 π +2 e por Adimurthi-Yadava [4], Budd-Knapp-Peletier [12] e Knapp [24] para π β2 π +2 π= . Problemas envolvendo expoente crítico de Sobolev podem ser visto com mais π β2 detalhes no livro [35] caso π < É importante notar que para esse tipo de problema, resultados distintos são obtidos se trocarmos a condição de Neumann pela condição de Dirichlet, isto é, se substituirmos ππ’ = 0 por π’ = 0 sobre πΞ©. ππ A identidade de Pohozaev (ver apêndice B, Teorema B.5) nos diz, que se Ξ© é um domínio estrelado, então não existe solução se π β€ 0 (ver [31]). Para o problema de Neumann, a identidade de Pohozaev torna-se β«οΈ Ξ© 1 β«οΈ π’ ππ₯ = 2 2 Ξ© (οΈ π β 2 π2πβ2 |π’| + ππ’2 β |βπ’|2 (π₯, π) ππ₯ π )οΈ e assim, não podemos garantir a não existência de solução para esse caso como para o problema de Dirichlet. Outras questões de existência de soluções para equações elípticas envolvendo condições de Neumann são tratadas em [1] e [13]. A técnica utilizada ao longo deste capítulo, é a técnica de minimização via Teorema de Multiplicadores de Lagrange. 17 2 Resultados Preliminares Neste capítulo serão apresentados alguns resultados utilizados neste trabalho. 2.1 Operador de Laplace Um pouco da História No Cálculo Diferencial, o operador de Laplace ou Laplaciano, é um operador diferencial elíptico de segunda ordem denotado por Ξ. O operador recebeu esse nome em reconhecimento a Pierre Simon Laplace que estudou soluções de equações diferenciais parciais nas quais aparece esse tipo de operador. Aplicações do Laplaciano Em Física, o Laplaciano aparece em vários contextos como a teoria do potencial, propagação de ondas, condução de calor, distribuição de tensões em um sólido deformável, mas de todas essas situações destaca-se também na eletrostática e na mecânica quântica. Em eletrostática, o operador de Laplace aparece na equação de Laplace e na equação de Poisson, enquanto na mecânica quântica o Laplaciano da função de onda de uma partícula fornece a energia cinética do mesmo. Em matemática, as funções em que o Laplaciano se anula em um determinado domínio, são chamadas funções harmônicas. Estas funções têm importância excepcional na teoria de funções complexas. O Problema de Autovalor para o Laplaciano (ver [8]) Seja Ξ© β Rπ um aberto limitado. O problema de autovalor para o Laplaciano consiste em encontrar os valores π tais que (πΏ) β Ξπ’ = ππ’ β Ξ©, admite soluções não triviais, com a condição de fronteira de Dirichlet ou Neumann. O problema é tradicionalmente escrito nesta forma, com o sinal negativo multiplicando o Laplaciano, porque assim todos os autovalores são não-negativos. No caso do problema de Dirichlet, este fato segue imediatamente do princípio do máximo (ver apêndice C). Por outro lado, zero é um autovalor no problema de Neumann, pois as funções constantes são autofunções associadas a este. 18 O Espectro do Laplaciano (ver [8]) Para o problema de Dirichlet, o espaço natural para aplicar o método variacional é π»01 (Ξ©), enquanto que para o problema de Neumann trabalharemos em π» 1 (Ξ©). Examinaremos primeiro o problema de autovalor do Laplaciano para condição de fronteira de Dirichlet. Teorema 2.1 (ver [8]) Seja Ξ© β Rπ um aberto limitado. Então o problema de autovalor βΞπ’ = ππ’ em Ξ©, π’ β π»01 (Ξ©) possui um número infinito enumerável de autovalores 0 < π1 < π2 β€ ... β€ ππ β€ ... tais que ππ β +β e as autofunções {ππ } constituem um sistema ortogonal completo para πΏ2 (Ξ©), isto é, π£= β βοΈ πΌπ ππ , para todo π£ β πΏ2 (Ξ©). π=1 Em particular βπ£β22 = β βοΈ β¨π£, ππ β©2πΏ2 (Ξ©) . π=1 Além disso para todo π£ β π»01 (Ξ©) vale ββπ£β22 = β βοΈ ππ β¨π£, ππ β©2πΏ2 (Ξ©) . π=1 A versão do teorema acima para o problema de autovalor do Laplaciano para condição de fronteira de Neumann, garante que os autovalores possuem o seguinte comportamento. ΜοΈ β€ π ΜοΈ β€ π ΜοΈ β€ ... β€ π ΜοΈ β€ ... 0=π 0 1 2 π e as autofunções {ππ } que satisfazem tais que ΜοΈ β +β π π ππ’ = 0 sobre πΞ© constituem um sistema ortogonal ππ completo para πΏ2 (Ξ©). Teorema 2.2 (ver [8]) Seja Ξ© um conjunto aberto limitado e conexo. Então o problema de autovalor βΞπ’ = π1 π’ em Ξ©, π’ = 0 sobre πΞ©, possui uma solução positiva π1 > 0 (primeira autofunção) em Ξ©. Além disso, qualquer outra autofunção associada a π1 é múltipla de π1 . 19 2.2 Resultados da Análise Funcional Apresentaremos agora resultados importantes da Análise Funcional que nos auxiliarão nos Capítulos 3 e 4. Definição 2.3 Seja π β R com 1 < π < β; Definimos πΏπ (Ξ©) = {π : Ξ© β R; f é mensurável e |π |π β πΏ1 (Ξ©)} com βπ βπΏπ = βπ βπ = [οΈβ«οΈ |π |π ππ₯ ]οΈ1/π . Ξ© Definição 2.4 Definimos πΏβ (Ξ©) = {π : Ξ© β R; f é mensurável e existe uma constante C tal que |π (π₯)| < πΆ quase sempre em Ξ©.} com βπ βπΏβ = βπ ββ = inf{πΆ; |π (π₯)| < πΆ quase sempre em Ξ©}. Definição 2.5 (Espaço de Sobolev) π π,π (Ξ©) = {π’ β πΏπ (Ξ©); π·πΌ π’ β πΏπ (Ξ©), βπΌ, |πΌ| β€ π} , onde π·πΌ π’ é definida pela seguinte relação: β«οΈ π·πΌ π’(π₯)π(π₯)ππ₯ = (β1)|πΌ| Ξ© β«οΈ Ξ© π’(π₯)π·πΌ π(π₯)ππ₯, βπ β πΆ0β (Ξ©). β1 β Para 1 β€ π < β definiremos a seguinte norma, βπ’βπ π,π = βοΈ β«οΈ β |πΌ|β€π Ξ© π πΌ π |π· π’| ππ₯β . To- mando π = 1 e π = 2 temos que, π»01 (Ξ©) = π01,2 (Ξ©) e a seguinte norma equivalente βπ’βπ» 1 = 0 (οΈβ«οΈ 2 |βπ’| ππ₯ )οΈ 1 2 . Ξ© Teorema 2.6 (Rellich-Kondrashov) (ver [29]) Seja Ξ© um domínio limitado e aberto, com fronteira suave em πΌπ π . Então as seguintes imersões são compactas: (a) π 1,π (Ξ©) β πΏπ (Ξ©) para π < π e 1 β€ π < π* := ππ ; π βπ (b) π 1,π (Ξ©) β πΏπ (Ξ©) para 1 β€ π < β (aqui temos π = π ); (c) π 1,π (Ξ©) β πΆ(Ξ©) para π > π . 20 Teorema 2.7 (Desigualdade de Hölder) (ver [29]) 1 1 Sejam 1 < π < β e 1 < π < β, tais que, + = 1. Se π β πΏπ (Ξ©) e π β πΏπ (Ξ©), π π β«οΈ 1 então π π β πΏ (Ξ©) e |π π| ππ₯ β€ βπ βπΏπ βπβπΏπ . Ξ© Teorema 2.8 (ver [29]) Suponha que Ξ© β πΌπ π (π β₯ 1) é um conjunto limitado e 1 β€ π β€ π. Se π’ β πΏπ (Ξ©), então π’ β πΏπ (Ξ©), além disso, a imersão πΏπ (Ξ©) Λβ πΏπ (Ξ©) é contínua. Teorema 2.9 (ver [29]) Seja Ξ© β πΌπ π um domínio limitado e aberto, com fronteira suave. Então temos as seguintes imersões contínuas: * (a) π 1,π (Ξ©) Λβ πΏπ , para 1 β€ π < π , onde π* = ππ ; π βπ (b) π 1,π (Ξ©) Λβ πΏπ (Ξ©) para 1 β€ π < β (aqui nós temos π = π ); (c) π 1,π (Ξ©) Λβ πΏβ (Ξ©) para π > π. No caso π = π não é verdade em geral que π 1,π (Ξ©) Λβ πΏβ (Ξ©). βοΈ Exemplo 2.10 Seja Ξ© = π΅ 1 (0) β πΌπ 2 , π = |π₯| = π₯21 + π₯22 e π’(π₯) = log(log 2π ), βπ₯ β 2 Ξ© β {0} . Então π’ β π» 1 (Ξ©), porém π’ β / πΏβ (Ξ©) (ver[8], exemplo 7, página 173). Teorema 2.11 (Desigualdade de Poincaré) (ver [29]) Sejam Ξ© um domínio aberto e limitado de πΌπ π e π β [1, β]. Então existe uma constante πΆ = πΆ(Ξ©, π) > 0, tal que, para todo π’ β π01,π (Ξ©) temos βπ’βπΏπ β€ πΆ ββπ’βπΏπ . Lema 2.12 (Brézis-Lieb) (ver [36]) Sejam Ξ© β πΌπ π subconjunto aberto e ππ β πΏπ (Ξ©) em que 1 β€ π < β. Suponhamos que (i) (ππ ) seja limitada em πΏπ (Ξ©) e (ii) ππ β π q.t.p em Ξ©. Então, [οΈ ]οΈ lim βππ βππ β βππ β π βππ = βπ βππ . πββ 21 3 Solução para um Problema Ressonante do tipo Ambrosetti-Prodi 3.1 Apresentação do Problema Neste capítulo mostraremos alguns dos resultados provados por D.G de Figueiredo e Y. Jianfu (ver [18]). O problema estudado, trata-se de uma equação diferencial parcial elíptica de segunda ordem com ressonância em π1 e condição de Dirichlet homogênea na fronteira, envolvendo o expoente crítico de Sobolev. Utilizando Métodos Variacionais e versões mais gerais de Teoremas do Cálculo Diferencial, garantimos a existência de pelo menos uma solução para o seguinte problema: β§ β¨ * βΞπ’ = π1 π’ + π’2+ β1 + π β© π’ = 0 sobre πΞ©, em Ξ©, (3.1) 2π com π β₯ 3, é o expoente crítico de Sobolev, π1 é o primeiro autovalor π β2 associado a (βΞ, π»01 (Ξ©)) e π β πΏ2 (Ξ©). onde 2* = Dada uma função π β πΏ2 (Ξ©) não nula, uma condição necessária para a solubilidade do problema (3.1) é que a seguinte condição seja satisfeita: β«οΈ π π1 ππ₯ < 0, (3.2) Ξ© onde π1 é a primeira autofunção associada ao autovalor π1 . De fato, essa condição é facilmente verificada, pois se multiplicarmos (3.1) por π1 e integrarmos, obtemos que β«οΈ Ξ© π π1 ππ₯ = β β«οΈ * π’2+ β1 π1 ππ₯ < 0, Ξ© e temos o resultado desejado. Abaixo enunciaremos o Teorema principal deste Capítulo que estabelece pelo menos uma solução para o problema (3.1) Teorema 3.1 Suponha que a condição (3.2) seja satisfeita, e que βπ β2 seja suficientemente pequena (satisfazendo a condição (3.17) que será obtida posteriormente), então o problema (3.1) possui pelo menos uma solução não nula. 22 A fim de encontrar uma solução para esse problema inicial, buscaremos pontos críticos para o seguinte funcional de Euler-Lagrange associado ao problema (3.1), πΌ : π»01 (Ξ©) β R, dado por β«οΈ 1 β«οΈ * 1 β«οΈ [|βπ’|2 β π1 π’2 ] ππ₯ β * π’2+ ππ₯ β π π’ ππ₯. πΌ(π’) = 2 2 Ξ© Ξ© Ξ© De agora em diante, denotaremos o espaço de Hilbert π»01 (Ξ©), por πΈ e consideraremos a sua decomposição em soma direta da seguinte forma: π’ β πΈ = πΈ β β πΈ + , onde πΈ β = π πππ{π1 } e πΈ + = (πΈ β )β₯ . Assim para cada π’ β πΈ = πΈ β β πΈ + , existe um π‘ β R e π£ β πΈ + de modo que π’ = π‘π1 + π£. Portanto, substituindo essa decomposição no Funcional πΌ, obtemos que πΌ(π’) = β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * [|β(π‘π1 + π£)|2 β π1 (π‘π1 + π£)2 ] ππ₯ β * (π£ + π‘π1 )2+ ππ₯ β π (π£ + π‘π1 )ππ₯. 2 2 Ξ© Ξ© Ξ© Observemos que a primeira integral pode ser escrita da seguinte maneira, β«οΈ 2 2 [|β(π‘π1 + π£)| β π1 (π‘π1 + π£) ] ππ₯ = π‘ Ξ© 2 β«οΈ Ξ© β π‘2 π1 β«οΈ 2 |βπ1 | ππ₯ + 2π‘ β«οΈ π21 ππ₯ β 2π‘π1 Ξ© Ξ©β«οΈ βπ1 βπ£ ππ₯ + π1 π£ ππ₯ β π1 Ξ© β«οΈ β«οΈΞ© |βπ£|2 ππ₯ π£ 2 ππ₯, Ξ© e utilizando o fato de π1 β₯π£ em πΏ2 (Ξ©), obtemos que: β«οΈ 2 2 2 [|(βπ‘π1 + π£)| β π1 (π‘π1 + π£) ] ππ₯ = π‘ Ξ© β«οΈ Ξ© 2 β π‘ π1 2 |βπ1 | ππ₯ + β«οΈ π21 β«οΈ Ξ©β«οΈ ππ₯ β π1 Ξ© |βπ£|2 ππ₯ π£ 2 ππ₯, Ξ© agora usando o fato de que βΞπ1 = π1 π1 , e as Fórmulas de Green (ver apêndice A, Teorema A.4), β«οΈ 2 2 [|β(π‘π1 + π£)| β π1 (π‘π1 + π£) ] ππ₯ = Ξ© β«οΈ 2 |βπ£| ππ₯ β π1 Ξ© β«οΈ π£ 2 ππ₯. Ξ© Desta forma o funcional πΌ associado a (3.1) pode ser reescrito como πΌ(π’) = β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * [|βπ£|2 β π1 π£ 2 ] ππ₯ β * (π£ + π‘π1 )2+ ππ₯ β π (π£ + π‘π1 )ππ₯, 2 2 Ξ© onde π’ = π£ + π‘π1 e π‘ = Ξ© β«οΈ Ξ© π’π1 ππ₯. Ξ© 23 3.2 Resultados Auxiliares Feitas estas considerações iniciais, enunciaremos e provaremos alguns resultados auxiliares. Lema 3.2 Seja {ππ } a sequência das autofunções ortonormais em πΏ2 (Ξ©) do problema (πΏ), sob as condições de contorno de Dirichlet, associadas aos autovalores ππ de maneira que para algum π β N tenhamos ππ < π < ππ+1 . Definindo π»01 = π βπ, onde π = [π1 , ..., ππ ] e π = π β₯ = [ππ+1 , ππ+2 , ...], desta forma temos as seguintes estimativas: (i) βπ’β2π» 1 β€ ππ βπ’β2πΏ2 , β π’ β π. 0 (ii) βπ’β2π» 1 β₯ ππ+1 βπ’β2πΏ2 , β π’ β π. 0 Demonstração: Mostremos o item (i). Seja π’ β π , logo existem constantes reais ππβ² π tais que π’ = π βοΈ ππ ππ . Usando a integração por partes e o fato de ππ ser autofunção associada π=1 β«οΈ ao autovalor ππ do problema (πΏ) com βπ’β2π» 1 0 = β«οΈ βπ’βπ’ππ₯ = β«οΈ (οΈβοΈ π Ξ© = ππ ππ ππ ππ₯ = 0 para π ΜΈ= π, obtemos: βΞπ’ π’ ππ₯ = ππ ππ ππ π=1 β«οΈ (οΈβοΈ π Ξ© π=1 )οΈ (οΈ π βοΈ ππ ππ β«οΈ (οΈβοΈ π Ξ© Ξ© Ξ© = β«οΈ Ξ© )οΈ ππ ππ ππ₯ = )οΈ (οΈπ=1 π βοΈ β«οΈ π=1 π βοΈ Ξ© π=1 )οΈ ππ ππ ππ₯ = ππ β«οΈ π=1 Ξ© )οΈ (οΈ π βοΈ ππ (βΞππ ) ππ ππ2 π2π ππ₯ )οΈ ππ ππ ππ₯ π=1 β€ ππ β«οΈ βοΈ π Ξ© π=1 ππ2 π2π ππ₯ π’2 ππ₯ = ππ βπ’β2πΏ2 . De modo semelhante mostra-se o item (ii). Lema 3.3 Para cada π£ β πΈ + fixo, existe uma constante C tal que πΌ(π€ + π£) β€ πΆ, para todo π€ β πΈ β . Em outras palavras, para cada π£ β πΈ + fixo, o funcional πΌ é limitado superiormente em πΈ β . Demonstração: Fixado π£ β πΈ + , defina a função de valores reais. π(π‘) = πΌ(π£ + π‘π1 ) (3.3) Dividiremos a prova em dois casos: β Para π‘ < 0 temos: β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * [|βπ£|2 β π1 π£ 2 ] ππ₯ β * (π£ + π‘π1 )2+ ππ₯ β π (π£ + π‘π1 ) ππ₯ 2 2 Ξ© Ξ© β«οΈ β«οΈ Ξ© β«οΈ 1 2 2 β€ [|βπ£| β π1 π£ ] ππ₯ β π π£ ππ₯ β π‘ π π1 ππ₯. 2 π(π‘) = Ξ© Ξ© Ξ© 24 Agora, como β«οΈ π π1 ππ₯ < 0, pela desigualdade de Hölder, segue que: Ξ© 1 β«οΈ π(π‘) β€ [|βπ£|2 β π1 π£ 2 ] ππ₯ + βπ βπΏ2 βπ£βπΏ2 2 Ξ© = πΆ1 (constante, já que π£ e π estão fixos). β Para π‘ > 0 afirmamos que: β§ β¨ β« β«οΈ β¬ 1 β«οΈ 2* lim (π£ + π‘π ) ππ₯ + π (π£ + π‘π ) ππ₯ = β. 1 + 1 β π‘ββ β© 2* Ξ© (3.4) Ξ© Provando essa afirmação, concluimos a prova do lema, pois: Por (3.4), lim π(π‘) = ββ, assim existe π‘0 β R tal que se π‘ > π‘0 então π(π‘) < 0. Para π‘ββ π‘ β [0, π‘0 ] utilizamos a continuidade de π(π‘), que garante a existência de uma constante πΆ2 β R tal que π(π‘) β€ πΆ2 para todo π‘ β [0, π‘0 ]. Tomando πΎ = max{πΆ1 , πΆ2 } concluímos que π(π‘) β€ πΎ para todo π‘ β R. Prova da afirmação (3.4). π para Seja π = max{π1 (π₯) : π₯ β Ξ©}, tomemos Ξ©0 β Ξ© de modo que π1 (π₯) > 2 todo π₯ β Ξ©0 . Pelo Teorema de Lusin (ver apêndice A, Teorema A.8), dado πΏ > 0 πππ Ξ©0 (escolha πΏ = ), existe uma função contínua β(π₯) em Ξ©0 de modo que para 2 π» = {π₯; β(π₯) ΜΈ= π£(π₯)}, temos que a πππ π» < πΏ. Assim, πΊ = {π₯; β(π₯) = π£(π₯)} possui πππ Ξ©0 Λ medida maior que . De fato, Ξ©0 = π» βͺπΊ, assim πππ Ξ©0 = πππ πΊ + πππ π», e 2 segue que πππ πΊ = πππ Ξ©0 β πππ π» > πππ Ξ©0 β πππ Ξ©0 πππ Ξ©0 = . 2 2 Como G é um conjunto compacto, defina π = sup{|π£(π₯)|; π₯ β πΊ}. Assim, para 4π π₯ β πΊ temos que se π‘ β₯ π‘0 := , então π π1 (π₯) + π£(π₯) π π π β₯ β β₯ . π‘ 2 π‘ 4 Portanto, existe uma constante positiva π = β«οΈ (οΈ Ξ© π£ π1 + π‘ )οΈ2* ππ₯ β₯ + β«οΈ (οΈ πΊ π£ π1 + π‘ )οΈ2* + (οΈ )οΈ2* π 4 ππ₯ β₯ πππ Ξ©0 de modo que 2 β«οΈ (οΈ )οΈ2* π πΊ 4 ππ₯, para todo π‘ β₯ π‘0 . Agora, como o crescimento da segunda integral de (3.4) é linear em π‘, e observando que * * (οΈ (οΈ (οΈ )οΈ)οΈ * )οΈ * 1 β«οΈ 1 β«οΈ π£ 2 π‘2 β«οΈ π£ 2 π‘2 2* 2* (π£ + π‘π ) ππ₯ = π‘ π + ππ₯ = π + ππ₯ β₯ π = πΆπ‘ 1 1 1 + 2* 2* π‘ + 2* π‘ + 2* Ξ© Ξ© Ξ© que vai para +β, quando π‘ β +β, obtemos o resultado. 25 Teorema 3.4 Para cada π£ β πΈ + fixo, existe um único π‘(π£) de forma que π(π‘(π£)) = máx{π(π‘); π‘ β R}. (3.5) Demonstração: Temos que π(π‘) = β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * [|βπ£|2 β π1 π£ 2 ] ππ₯ β * (π£ + π‘π1 )2+ ππ₯ β π (π£ + π‘π1 ) ππ₯, 2 2 Ξ© Ξ© Ξ© assim, derivando em relação ao parâmetro real π‘, obtemos π β² (π‘) = β β«οΈ * (π£ + π‘π1 )2+ β1 π1 ππ₯ β Ξ© β«οΈ π π1 ππ₯, (3.6) Ξ© derivando π β² , segue que: β²β² β«οΈ * * π (π‘) = β(2 β 1) (π£ + π‘π1 )2+ β2 π21 ππ₯. Ξ© Desta forma, obtemos que π β²β² (π‘) β€ 0, para todo π‘ β R, e portanto π(π‘) é côncava. Logo π(π‘) possui máximo. Gostaríamos de mostrar que o conjunto de pontos onde π(π‘) assume o máximo é um conjunto unitário. A concavidade de π(π‘) nos diz que esse conjunto ainda pode ser um intervalo, então basta mostrar que em um ponto de máximo π‘0 , π β²β² (π‘0 ) não pode ser 0, assim, π‘0 é isolado e portanto único. β²β² De fato, se π (π‘0 ) = 0 então teríamos que β β«οΈ * (π‘0 π1 + π£)2+ β2 π21 ππ₯ = 0, assim, Ξ© (π‘0 π1 + π£)+ = 0, e por (3.6), segue que β² 0 = π (π‘0 ) = β β«οΈ π π1 ππ₯, Ξ© o que é uma contradição com (3.2). Então π é estritamente côncava em π‘0 , e assim obtemos que dado π£ β πΈ + , podemos associar um único ponto de máximo π‘(π£), e a aplicação π£ β πΈ + β π‘(π£) β R, está bem definida. Agora, como consequência do Teorema da Função Implícita Global a aplicação π£ β πΈ + β π‘(π£) β R é diferenciável. Portanto π(π‘) β€ π(π‘(π£)), βπ‘ ΜΈ= π‘(π£) e assim πΌ(π‘π1 + π£) β€ πΌ(π‘(π£)π1 + π£), se π‘ ΜΈ= π‘(π£). (3.7) Por (3.6), como π β² (π‘(π£)) = 0, obtemos que, β«οΈ Ξ© * β1 (π£ + π‘(π£)π1 )2 π1 ππ₯ + β«οΈ Ξ© π π1 ππ₯ = 0, βπ£ β πΈ + (3.8) 26 assim, para π£ = 0 β πΈ + , π β² (π‘(0)) nos garante que: β«οΈ β«οΈ * Ξ© (π‘(0)π1 )2+ β1 π1 ππ₯ = β Ξ© (3.9) π π1 ππ₯ e a função π(π‘) neste caso é: β«οΈ 1 β«οΈ 2* (π‘π1 )+ ππ₯ β π‘ π π1 ππ₯. π(π‘) = β 2 Ξ© Ξ© (3.10) Isso mostra que π‘(0) tem que ser maior que 0. β«οΈ De fato, se π‘(0) β€ 0, por (3.9), segue que π π1 ππ₯ = 0, o que é um absurdo, logo π‘(0) > 0. Ξ© Desta forma, a relação (3.9) pode ser reescrita como 2* β1 π‘(0) β«οΈ Ξ© * π21 ππ₯ =β β«οΈ Ξ© (3.11) π π1 ππ₯. O nosso próximo passo é mostrar que o funcional πΉ : πΈ + β R dado por πΉ (π£) = πΌ(π£ + π‘(π£)π1 ) possui um mínimo no interior de certa bola π΅π centrada na origem. Para isso, introduziremos agora notações e provaremos algumas estimativas, que serão úteis na demostração do próximo lema. Sejam β«οΈ β«οΈ * π΄ := β π π1 ππ₯ e π΅ := π21 ππ₯ (3.12) Ξ© Ξ© Afirmamos que 2π π + 2 π΄ π +2 πΉ (0) = π β2 . 2π π΅ π +2 De fato, por (3.11), usando as notações (3.12) acima, obtemos )οΈ (οΈ 2* β1 π‘(0) π΄ π΄ = , então π‘(0) = π΅ π΅ (οΈ (3.13) )οΈ 2*1β1 . Assim, πΉ (0) = πΌ(0 + π‘(0)π1 ) β«οΈ 1 β«οΈ 2* = β * (π‘(0)π1 )+ ππ₯ β π‘(0) π π1 ππ₯ 2 Ξ© * β«οΈ Ξ© π‘(0)2 β«οΈ 2* π1 ππ₯ β π‘(0) π π1 ππ₯ = β * 2 β‘ Ξ© Ξ© 2* β1 π‘(0) = βπ‘(0) β£ 2* β«οΈ 2* π1 ππ₯ + Ξ© β€ β«οΈ π π1 ππ₯β¦ . Ξ© Pela equação (3.11), temos que β‘ β€ β«οΈ 1 β«οΈ πΉ (0) = βπ‘(0) β£β * π π1 ππ₯ + π π1 ππ₯β¦ 2 Ξ© (οΈ * Ξ© )οΈ β«οΈ 2 β1 = βπ‘(0) π π1 ππ₯, 2* Ξ© 27 e segue de (3.12), que (οΈ * 2 β1 π΄ πΉ (0) = π‘(0) * (οΈ 2 )οΈ π +2 = π‘(0) π΄. 2π π΄ Por (3.11) e pelo fato de π‘(0) = π΅ (οΈ )οΈ )οΈ 2*1β1 , obtemos 1 π΄ π2πβ2 β1 π + 2 πΉ (0) = π΄ π΅ π β2 2π (οΈ )οΈ π +2 (οΈ )οΈ π +2 π΄ π΄ = π΅ 2π (οΈ )οΈ π2π +2 π +2 π΄ = π β2 , 2π π΅ π +2 (οΈ )οΈ (οΈ )οΈ então, nossa afirmação está provada. Nosso objetivo agora é estimar πΉ (π£) = β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * [|βπ£|2 β π1 π£ 2 ]ππ₯ β * (π£ + π‘(π£)π1 )2+ ππ₯ β π (π£ + π‘(π£)π1 )ππ₯. 2 Ξ© 2 Ξ© Ξ© (3.14) Sejam 1 βπ π π1 =: π2 4 π 4 π +1 β§ β¨(οΈ 2 π2 =: πππ β© π +2 )οΈ π +2 2π π π +2 4 (οΈ , (οΈ π π +2 2 π +2 )οΈ π 4β2 )οΈ π +2 2π (π2 β π1 ) [οΈ βπ1 β2* π +2 4 (3.15) , (οΈ )οΈ ]οΈ π +2 β« 4 β¬ π1 π 1β π π +2 π2 , β (3.16) onde π é a melhor constante de Sobolev. No próximo Lema, além de (3.2), vamos supor que π satisfaz: βπ β2 β€ π1 e β β«οΈ Ξ© π π1 ππ₯ < π2 . (3.17) Lema 3.5 Suponhamos (3.2) e (3.17), então existe uma constante πΌ > 0 tal que πΉ (π£) β₯ πΌ > πΉ (0), [οΈ (οΈ π π1 desde que βπ£βπΈ = π0 , onde π0 = 1β π +2 π2 )οΈ]οΈ π β2 4 (3.18) π π4. Demonstração: Segue de (3.6) e da desigualdade abaixo, (ver Lema 3.2, para π = 1) β«οΈ Ξ© 2 |βπ£| ππ₯ β₯ π2 β«οΈ Ξ© π£ 2 ππ₯, para todo π£ β πΈ + , 28 que πΉ (π£) = πΌ(π£ + π‘(π£)π1 ) = π(π‘(π£)) =: max π(π‘) β₯ π(0) = πΌ(π£) π‘βR β«οΈ 1 β«οΈ 2* 1 β«οΈ 2 2 = (|βπ£| β π1 π£ )ππ₯ β * π£+ ππ₯ β π π£ ππ₯ 2 (οΈΞ© 2 Ξ©β«οΈ Ξ© )οΈ π1 β«οΈ 1 1 2 2* 1β |βπ£| ππ₯ β * |π£| ππ₯ β βπ β2 βπ£β2 . β₯ 2 π2 Ξ© 2 Ξ© (3.19) Logo, usando a desigualdade de Sobolev e (3.19), obtemos que: (οΈ )οΈ π π1 2 1 1 * β1 πΉ (π£) β₯ 1β π β * π β π β2 π2 β βπ β2 π2 2 π, 2 π2 2 (οΈβ«οΈ onde π = 2 |βπ£| ππ₯ (3.20) )οΈ 1 2 . Ξ© Agora, considere a função real de valores reais, com π, π e π constantes positivas. 1 1 1 1 * * π(π) =: ππ2 β * ππ2 β ππ := ππ(π), onde π(π) = ππ β * ππ2 β1 β π. 2 2 2 2 O ponto máximo π0 de π(π) em R+ satisfaz 1 2* β 1 2* β2 ππ = 0. π β² (π0 ) = π β 0 2 2* (οΈ )οΈ Desta forma, obtemos que 1 2* π π0 = 2 2* β 1 π [οΈ Como (οΈ )οΈ ]οΈ 2*1β2 . 2* 2π 1 π β2 = e = , 2* β 1 π +2 2* β 2 4 temos que [οΈ(οΈ π0 = π π π +2 π )οΈ ]οΈ π 4β2 . Portanto π(π0 ) = π0 π(π0 ) [οΈ ]οΈ 1 2* β1 1 = π0 ππ0 β * ππ0 βπ 2 β‘2 π π β’1 = π0 β£ π 2 ππ +2 [οΈ β‘ ]οΈ π 4β2 [οΈ β 1 π β2 π = π0 β£ ππ 4 2 π(π + 2) β‘ [οΈ 1 π +2 π = π0 β£ π 4 2 π(π + 2) β‘ = π0 β£π π +2 4 β‘(οΈ = π0 β£ = β‘ (οΈ β£ π0 [οΈ π π(π + 2) (οΈ π β2 2π ]οΈ π β2 4 β ]οΈ π β2 4 ]οΈ π β2 (οΈ 4 (οΈ )οΈ β [οΈ π β π π ππ +2 β πβ¦ β₯ β [οΈ π +2 π β2 π β ππ 4 2π π(π + 2) )οΈ )οΈ 2 π π +2 π 4 π +2 π(π + 2) ]οΈ π β2 4 β€ β πβ¦ , ]οΈ π β2 4 β€ β πβ¦ ]οΈ π +2 4 β€ β€ β πβ¦ ]οΈ π β2 [οΈ 1 (π β 2) π β π β πβ¦ 2 2π π(π + 2) [οΈ β€ π β2 π +2 π β2 π ππ 4 2π π(π + 2) (π + 2) β (π β 2) π π +2 π 4 2(π + 2) π(π + 2) [οΈ β π +2 [οΈ )οΈ (οΈ )οΈ )οΈ ]οΈ π 4β2 4 ]οΈ β€ π β πβ¦ π(π + 2) 29 assim, β‘ (οΈ 2 π0 π(π0 ) = π(π0 ) = π0 β£ π +2 Usando π = 1 β π (π + 2)π )οΈ π β2 β€ 4 π +2 4 π β πβ¦ . (3.21) π π1 β1 , π = π β π β2 e π = βπ β2 π2 2 em (3.21), obtemos que π2 β‘ πΉ (π£) β₯ π(π0 ) = π0 β£ β’ β π β2 (οΈ 4 β π 2 β β π + 2 (π + 2)π πβπ β2 π1 π2 1β β€ )οΈ π +2 4 β 12 β βπ β2 π2 β₯ β¦, a qual podemos reescrever da seguinte forma, β‘ πΉ (π£) β₯ β’ π0 β£ β π β2 (οΈ 4 β π 1 β β π + 2 (π + 2)π πβπ β2 π1 1β π2 β π β2 (οΈ 4 β 1 β π β + π + 2 (π + 2)π πβπ β2 π1 1β π2 )οΈ π +2 4 )οΈ π +2 4 β 21 β€ β βπ β2 π2 β¦ . Seja β π β2 (οΈ 4 β 1 β π β Ξ¨ =: π + 2 (π + 2)π πβπ β2 π1 1β π2 )οΈ π +2 4 β1 β βπ β2 π2 2 . Mostraremos que Ξ¨ β₯ 0. De fato 1 π Ξ¨ = π +2 π +2 (οΈ β 12 = π2 β‘ )οΈ ππ+2 [οΈ π 1 β£ π π +2 2 βπ 4 (οΈ π π β2 π π +2 ]οΈ π β2 4 (π2 β π1 ) π +2 4 π +2 4 )οΈ π 4β2 π2 β1 β βπ β2 π2 2 β€ (π2 β π1 ) π +2 4 β βπ β2 β¦ . Por (3.15) e (3.17) , temos β1 Ξ¨ = π2 2 [π1 β βπ β2 ] β₯ 0, e concluímos que [οΈ π0 π πΉ (π£) β₯ π + 2 (π + 2)π ]οΈ π β2 4 π π +2 4 βπ£βπΈ = π0 . com (3.22) Afirmamos agora que por (3.22) e (3.17), πΉ (π£) > πΉ (0), quando βπ£βπΈ = π0 . Prova da afirmação: [οΈ (οΈ )οΈ]οΈ π β2 2π (οΈ )οΈ 4 π + 2 π΄ π +2 π π1 π De fato, lembremos que πΉ (0) = 1β π4, π β2 , onde π0 = 2π π +2 π2 π΅ π +2 β«οΈ β«οΈ π΄ := β forma: Ξ© π π1 ππ₯ e * π΅ := Ξ© π21 ππ₯. Portanto podemos reescrever πΉ (0) da seguinte β β ββ (οΈ πΉ (0) = π +2 2π )οΈ β«οΈ 2π π +2 π π1 ππ₯β Ξ© β β«οΈ β Ξ© β π β2 π +2 * π21 ππ₯β , 30 e portanto, por (3.17) obtemos 2π π2π +2 π +2 πΉ (0) < β β π β2 . 2π π +2 β«οΈ * β π2 ππ₯β 1 )οΈ (οΈ Ξ© Pela definição de π2 temos (οΈ πΉ (0) < π +2 2π β‘ (οΈ β£ )οΈ 2 π +2 )οΈ π +2 [οΈ 2π βπ1 β2* Ξ© = π +2 2π )οΈ β 2 β π +2 )οΈ β«οΈ 4 β¦ β π β2 β«οΈ β (οΈ π π1 1β π π +2 π2 β β‘ (οΈ β’ β£ )οΈ ]οΈ π +2 β€ π2π +2 (οΈ * π +2 * π21 ππ₯β β π β2 [οΈ π +2 π21 ππ₯β Ξ© (οΈ )οΈ ]οΈ π π π1 1β π π +2 π2 β«οΈ β β₯ β¦ . β π β2 β β€ 2 π +2 * π21 ππ₯β Ξ© Desta forma (οΈ πΉ (0) < [οΈ = β‘ )οΈ (οΈ π +2 β£ 2 2π π +2 (οΈ π1 π 1β π +2 π2 π0 π = π +2 π +2 [οΈ Como, π = 1 β π1 π 1β π π +2 π2 )οΈ]οΈ π β2 4 π 4 π ]οΈ π 4β2 π )οΈ ]οΈ π β€ (οΈ )οΈ [οΈ π 4 β‘ (οΈ β£ 2 π +2 (οΈ π1 1β π2 )οΈ (οΈ 2 β¦ π +2 2π )οΈ (οΈ π π +2 )οΈ π4+2 (οΈ π1 1β π2 )οΈ π +2 4 β€ π 4 π β¦ )οΈ π +2 4 . βπ π1 e π = π π β2 , concluimos por (3.22) que π2 [οΈ π0 π πΉ (0) < π + 2 (π + 2)π ]οΈ π β2 4 π π +2 4 β€ πΉ (π£), desde de que βπ£βπΈ = π0 . Logo, a demonstração está completa. Lema 3.6 Suponhamos (3.17) então πΉ (0) < 1 π π2. π (3.23) Demonstração: β ββ 2π π + 2 π΄ π +2 π +2 πΉ (0) = π β2 = 2π 2π π΅ π +2 (οΈ )οΈ (οΈ )οΈ β β«οΈ 2π π +2 π π1 ππ₯β 2π π + 2 π2π +2 < 2π . 2π π +2 βπ1 β2* (οΈ Ξ© 2π βπ1 β2π*+2 )οΈ 31 Agora analisaremos as duas possibilidades para π2 , (apresentadas em (3.16)). 2 (π) Se π2 = π +2 (οΈ )οΈ π +2 2π [οΈ βπ1 β2* )οΈ ]οΈ π +2 (οΈ π1 π 1β π π +2 π2 4 , segue que [οΈ (οΈ 2π π +2 1 π1 2 π πΉ (0) = 1β βπ1 β2π*+2 2π 2π βπ β π*+2 π + 2 π +2 π2 1 2 [οΈ (οΈ )οΈ]οΈ π 2 π 1 π π1 = 1β π2. π π +2 π2 )οΈ (οΈ Logo, como π1 < π2 , temos que πΉ (0) < 2 (ππ) Se π2 = π +2 (οΈ )οΈ π +2 2π π π +2 4 4 2π π +2 π π2 1 π π2. π , por (3.16) temos que 2 π2 β€ π +2 (οΈ )οΈ]οΈ π +2 )οΈ π +2 2π [οΈ βπ1 β2* (οΈ )οΈ ]οΈ π +2 π π1 1β π π +2 π2 4 , e segue o resultado analogamente ao primeiro caso. 3.3 Prova do Teorema Principal do Capítulo Como πΉ é limitado inferiormente em π΅π0 , seja π =: inf{πΉ (π£) : π£ β π΅π0 }, nosso objetivo é mostrar que: π := πππ{πΉ (π£) : π£ β π΅π0 }. (3.24) Teorema 3.1 Sob as hipóteses (3.2) e (3.17), o problema (3.1) tem pelo menos uma solução não trivial π£0 β π΅π0 . Demonstração: Por (3.23), temos que π β€ πΉ (0) < 1 π/2 π . π (3.25) Seja {π£π } uma sequência minimizante de (3.24). Como βπ£π βπΈ β€ π0 , podemos assumir que π£π β π£0 fracamente em E, π£π β π£0 em πΏπ (Ξ©), 2 β€ π < 2* , π£π β π£0 q.t.p em Ξ©, (3.26) quando π β β. A continuidade fraca da norma nos garante que βπ£0 βπΈ β€ lim βπ£π βπΈ β€ π0 , πββ assim π£0 β π΅π0 . (3.27) Pelo Princípio Variacional de Ekeland (ver Apêndice A, Teorema A.3), podemos assumir que πΉ (π£π ) β π, πΉ β² (π£π ) β 0, quando π β β. (3.28) 32 Devido, πΉ β² (π£π ) β 0 β πΌ β² (π£π + π‘(π£π )π1 ) β 0, quando π β β, (3.29) temos que, β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ 2 2 2* (|βπ£π | βπ1 π£π )ππ₯β * (π£π +π‘(π£π )π1 )+ ππ₯β π (π£π +π‘(π£π )π1 )ππ₯ = π+π(1) (3.30) 2 Ξ© 2 Ξ© Ξ© e β«οΈ 2 (|βπ£π | β Ξ© π1 π£π2 )ππ₯ β β«οΈ Ξ© (π£π + * π‘(π£π )π1 )2+ β1 π£π ππ₯ β β«οΈ Ξ© π π£π ππ₯ = π(1). (3.31) Agora, utilizando a convergência fraca, verificaremos que π£0 satisfaz a seguinte equação no sentido fraco. * βΞπ£ = π1 π£ + (π£ + π‘(π£)π1 )2+ β1 + π. (3.32) Com efeito, passando o limite fraco em β«οΈ πΉ β² (π£π )π = (βπ£π βπ β π1 π£π π) ππ₯ β β«οΈ * (π£π + π‘(π£π )π1 )2+ β1 π ππ₯ β Ξ© Ξ© β«οΈ π π ππ₯ = π(1), Ξ© βπ β πΈ, temos que: β«οΈ (βπ£0 βπ β π1 π£0 π) ππ₯ β β«οΈ * (π£0 + π‘(π£0 )π1 )2+ β1 π ππ₯ β Ξ© Ξ© β«οΈ π π ππ₯ = 0, βπ β πΈ Ξ© e segue o resultado. Multiplicando (3.32) por π1 e integrando em Ξ©, β«οΈ Ξ© * [β(Ξπ£0 )π1 β π1 π£0 π1 β (π£0 + π‘(π£0 )π1 )2+ β1 π1 β π π1 )]ππ₯ = 0, (3.33) usando que βΞπ1 = π1 π1 , obtemos β«οΈ Ξ© * [(π£0 + π‘(π£0 )π1 )2+ β1 π1 + π π1 ]ππ₯ = 0. (3.34) A demonstração estará completa se pudermos mostrar que π£0 ΜΈβ‘ 0. Primeiro afirmamos que lim π‘(π£π ) = π‘(π£0 ). πββ (3.35) Caso contrário, teríamos limπββ π‘(π£π ) = π‘1 ΜΈ= π‘(π£0 ). Pelas equações (3.6) e (3.34), como π‘(π£π ) são pontos de máximo, segue que: β«οΈ Ξ© * [(π£π + π‘(π£π )π1 )2+ β1 π1 ππ₯ = β β«οΈ Ξ© π π1 ππ₯ = β«οΈ Ξ© * [(π£0 + π‘(π£0 )π1 )2+ β1 π1 ππ₯, passando o limite, quando π β β β«οΈ Ξ© [(π£0 + * π‘1 π1 )2+ β1 π1 ππ₯ = Logo π‘1 = π‘(π£0 ), o que é uma contradição. β«οΈ Ξ© * [(π£0 + π‘(π£0 )π1 )2+ β1 π1 ππ₯. 33 Agora seja π€π = π£π β π£0 . Por (3.30), β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ 2 2 2* (|βπ£π | β π1 π£π ) ππ₯ β * (π£π + π‘(π£π )π1 )+ ππ₯ β π (π£π + π‘(π£π )π1 ) ππ₯. π + π(1) = 2 2 Ξ© Ξ© Ξ© Pelo Lema 2.12 (Brézis-Lieb), β‘ β€ β‘ β€ β«οΈ β«οΈ 1 β£β«οΈ π1 β£β«οΈ 2 π + π(1) = |βπ£0 |2 ππ₯ + |βπ€π |2 ππ₯β¦ β π£0 ππ₯ + π€π2 ππ₯β¦ 2 2 1 β * 2 β β«οΈ Ξ© β‘ β«οΈ β£ Ξ© (π£0 + * π‘(π£0 )π1 )2+ Ξ© ππ₯ + Ξ© β«οΈ Ξ© (π£π + π‘(π£π )π1 )+ β (π£0 + β€ * π‘(π£0 )π1 )2+ ππ₯β¦ Ξ© π (π£π + π‘(π£π )π1 ) ππ₯ + π(1), Ξ© assim, 1 β«οΈ 1 β«οΈ * |βπ€π |2 ππ₯ β * [(π£π β π£0 )+ + (π‘(π£π )π1 β π‘(π£0 )π1 )+ ]2 ππ₯ 2 2 π + π(1) = Ξ© β‘Ξ© β€ β«οΈ π1 β£β«οΈ 2 1 β«οΈ |βπ£0 |2 ππ₯ β π£0 ππ₯ + π€π2 ππ₯β¦ + 2 2 Ξ©β«οΈ Ξ© β«οΈ Ξ© 1 2* β * (π£0 + π‘(π£0 )π1 )+ ππ₯ β π (π£π + π‘(π£π )π1 ) ππ₯ + π(1). 2 Ξ© Ξ© Desta forma, 1 β«οΈ 1 β«οΈ 1 β«οΈ * |βπ€π |2 ππ₯ β * (π€π )2+ ππ₯ + (|βπ£0 |2 β π1 π£02 )ππ₯ 2 Ξ© β«οΈ 2 Ξ© 2 Ξ© β«οΈ 1 2* β * (π£0 + π‘(π£0 )π1 ) ππ₯ β π (π£0 + π‘(π£0 )π1 )ππ₯ = π + π(1), 2 Ξ© Ξ© (3.36) ou seja, 1 β«οΈ 1 β«οΈ * 2 πΉ (π£0 ) + |βπ€π | ππ₯ β * (π€π )2+ ππ₯ = π + π(1). 2 Ξ© 2 Ξ© (3.37) Similarmente, por (3.31), (3.34) e pelo Lema de Brézis - Lieb, deduzimos que β«οΈ Ξ© β«οΈ 2 |βπ€π | ππ₯ β β«οΈΞ© + Ξ© * (π€π )2+ ππ₯ β β«οΈ * Ξ© (π£0 + π‘(π£0 )π1 )2 ππ₯ (|βπ£0 |2 β π1 π£02 )ππ₯ β β«οΈ Ξ© π (π£0 + π‘(π£0 )π1 )ππ₯ = π(1), assim, β«οΈ Ξ© Observe que β«οΈ * 2 |βπ€π | ππ₯ β β«οΈ Ξ© * (π€π )2+ ππ₯ = π(1). (3.38) * (π€π )2+ ππ₯ é limitada, pois π€π = π£π β π£0 β π»01 Λβ πΏ2 , isto é, Ξ© βπ€π β2* = βπ£π β π£0 β2* β€ πΆβπ£π β π£0 βπ»01 β€ π, já que, π£π β π£0 β 0 em π»01 (Ξ©). 34 Se limπββ β«οΈ Ξ© |βπ€π |2 ππ₯ = +β, temos um absurdo por (3.38) e pela observação acima. β«οΈ Logo, seja limπββ |βπ€π |2 ππ₯ = π β₯ 0. Temos dois casos a considerar: Ξ© (π) Se π = 0, é claro. (ππ) Se π > 0, sabemos pela desigualdade de Sobolev que β«οΈ Ξ© 2 |βπ€π | ππ₯ = βπ€π β2πΈ β₯π (οΈβ«οΈ Ξ© 2* )οΈ2/2* (π€π ) ππ₯ β₯π (οΈβ«οΈ Ξ© )οΈ2/2* * (π€π )2+ ππ₯ . (3.39) Tomando o limite em (3.38) e em (3.39), obtemos π β₯ ππ (π β2)/π , isto é, π β₯ π π/2 . (3.40) Assim, por (3.38), 1 β«οΈ 1 β«οΈ * 2 π + π(1) = πΉ (π£0 ) + |βπ€π | ππ₯ β * (π€π )2+ ππ₯ 2 β«οΈΞ© 2 Ξ© 1 β«οΈ 1 * 2* (π€π )+ ππ₯ β * (π€π )2+ ππ₯ + π(1) = πΉ (π£0 ) + 2 β«οΈΞ© 2 Ξ© 1 2* (π€π )+ ππ₯ + π(1). = πΉ (π£0 ) + π Ξ© Passando o limite quando π β β, por (3.38) e (3.40) temos que: π = πΉ (π£0 ) + 1 π 1 πΎ β₯ πΉ (π£0 ) + π 2 . π π 1 π 1 π 1 π π 2 , consequentemente, π 2 > πΉ (π£0 ) + π 2 , e Por outro lado, por (3.25), π < π π π desta forma, πΉ (π£0 ) < 0. Agora podemos concluir que π£0 ΜΈβ‘ 0. De fato, se π£0 β‘ 0, então, por (3.13) 2π π + 2 π΄ π +2 πΉ (π£0 ) = πΉ (0) = π β2 > 0, 2π π΅ π +2 (οΈ )οΈ o que é um absurdo. Por outro lado, π£0 β intπ΅π0 , pois se π£ β ππ΅π0 então βπ£0 βπΈ = π0 . Como πΉ (π£) β₯ πΌ > 0 se βπ£βπΈ = π0 , temos que πΉ (π£0 ) > 0, o que é uma contradição. Desta forma, a demonstração está completa. 35 4 Infinitas Soluções para um Problema Crítico com a Condição de Neumann na Fronteira 4.1 Apresentação do Problema Neste capítulo, mostraremos alguns dos resultados provados por M. Comte e M. Knaap (ver [16]). O problema estudado, trata-se de uma equação diferencial parcial elíptica de segunda ordem com condições de Neumann homogênea, envolvendo o expoente crítico de Sobolev. Utilizamos a técnica de minimização via Teorema de Multiplicadores de Lagrange para obtermos soluções para o seguinte problema: β§ βͺ β¨ βΞπ’ = |π’|πβ1 π’ + ππ’ ππ’ βͺ =0 β© ππ em π΅, sobre ππ΅, (4.1) π +2 . π β2 Para resolver o problema acima, precisaremos primeiramente encontrar uma solução positiva para o seguinte problema auxiliar: onde π΅ é uma bola unitária em Rπ , com π β₯ 4, π β R e π = (ππ ) β§ βͺ βͺ βͺ βͺ β¨ βͺ βͺ βͺ βͺ β© βΞπ’ = π’π + ππ’ π’=0 ππ’ =0 ππ em π΄π , sobre Ξ0,π , sobre Ξ1,π , definido em um setor angular da bola π΅ com condições de fronteira mista. A fronteira deste setor é formada por duas partes planas que denotaremos por Ξ0,π e por uma parte curva denotada por Ξ1,π . Assim, o setor angular é uma βfatia de pizzaβ, que posteriormente será definida formalmente. Feito isso, utilizaremos um argumento de βcolagemβ de soluções para estender a solução desse problema auxiliar para o problema definido na bola π΅. Assim, como no capítulo anterior, também precisaremos de estimativas que envolvem a constante ótima de Sobolev, que é bem típico para problemas críticos. 36 O teorema principal do capítulo é: Teorema 4.1 Se π β₯ 4, para cada π β R, existe uma infinidade de soluções para o problema (4.1). Porém, antes de mostrá-lo, apresentaremos algumas notações e resutados que nos auxiliarão na prova. Por conveniência, nós moveremos o centro da bola unitária para o ponto (0, ..., 0, 1) de modo que a origem esteja na fronteira ππ΅. π΅ = {π₯ β Rπ ; π₯21 + ... + π₯2π β1 + (π₯π β 1)2 < 1}. (4.2) Em seguida dividiremos a bola π΅ em setores angulares da seguinte forma: para π = 1, 2, ... definimos o setor angular π΄π por π π π΄π = π₯ β π΅; πππ π β(π₯1 , π₯2 , ..., π₯π β1 )β2 < π ππ π (1 β π₯π ) . 2 2 {οΈ (οΈ )οΈ (οΈ )οΈ }οΈ (4.3) O ângulo entre dois planos limites é chamado o ângulo do setor. Observe que π΄1 é a metade da bola (com o setor angular de π), π΄2 é um quarto da bola (com o setor angular de π/2) e π΄3 é um oitavo da bola (com o setor angular de π/4), e assim sucessivamente. Abaixo, representamos o setor angular π΄π definido anteriormente. Figura 1 β Setor angular π΄π π₯π 6 Ξ0,π P 1 @PPP PP @ π΄π P@ @P@ @ P q P @ R @ @@ @ @ @@ @ @@ @ @@@ @@ @ @ @ @ @ @ @@ @@@ @@ @ @ @ @ @ @ @@@ @@ @ @@@ @ @ @ @ @ @ @ @@@ @@@ @ @ @ @ @@ @ @ @@@ 6 0 Ξ1,π Fonte: Comte-Knaap [16] - (π₯1 , π₯2 , . . . , π₯π β1 ) 37 Aqui Ξ0,π = ππ΄π βπB e Ξ1,π = ππ΄π β© πB. Usando as notações acima, consideramos o problema elíptico auxiliar com as seguintes condições de contorno mista. β§ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ β¨ (ππ ) βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ β© βΞπ’ = π’π + ππ’ π’ β₯ 0, π’ ΜΈβ‘ 0 π’=0 ππ’ =0 ππ em π΄π , em π΄π , sobre Ξ0,π , sobre Ξ1,π . Como dito anteriormente, a ideia é βcolarβ as soluções deste sistema auxiliar, a fim de se obter uma solução para a equação (4.1). Apresentaremos a seguir, alguns resultados de grande importância que serão utilizados posteriormente. Sejam ππ e ππ sendo respectivamente a primeira autofunção e o primeiro autovalor do problema β§ βͺ βΞπ = ππ em π΄π , βͺ βͺ βͺ β¨ π=0 sobre Ξ0,π , (4.4) βͺ βͺ ππ βͺ βͺ =0 sobre Ξ1,π . β© ππ Esse problema é bem conhecido e sabe-se que seus autovalores ππ β +β, quando π β +β ver [15] e [33]. Esta informação será extremamente útil na prova do Teorema principal do capítulo (Teorema 4.1). 4.2 Solução para o Problema Auxiliar Para mostrarmos o Teorema principal deste capítulo, necessitamos mostrar o seguinte resultado: Teorema 4.2 Se π β₯ 4, para todo π < ππ , existe pelo menos uma solução positiva para o problema (ππ ). Antes de provarmos o Teorema acima, mostraremos um resultado de não existência. Teorema 4.3 Se π β₯ ππ então o problema (ππ ) não possui solução positiva. Demonstração: De fato, obtemos esse resultado multiplicando a equação βΞπ’ = π’π + ππ’ pela primeira autofunção ππ e depois integrando sobre o conjunto π΄π , Assim, segue que β«οΈ β«οΈ β«οΈ β Ξπ’ππ ππ₯ = π’π ππ ππ₯ + ππ’ππ ππ₯. π΄π π΄π π΄π 38 Utilizando as fórmulas de Green, (ver apêndice A, Teorema A.4), segue que β«οΈ β«οΈ βπ’βππ ππ₯ β π΄π ππ΄π Como β«οΈ ππ΄π β«οΈ β«οΈ ππ’ π ππ ππ = π’ ππ ππ₯ + ππ’ππ ππ₯. ππ π΄π β«οΈ ππ’ ππ = ππ ππ πΞ0,π e usando o fato de ππ = 0 sobre Ξ0,π e β«οΈ βπ’βππ ππ₯ = π΄π π΄π β«οΈ ππ’ ππ ππ + ππ ππ πΞ1,π ππ’ = 0 sobre Ξ1,π obtemos que ππ β«οΈ π π’ ππ ππ₯ + π΄π β«οΈ ππ’ππ ππ₯. π΄π ππ é solução para o problema (4.4), então β β«οΈ Ξππ π’ ππ₯ = π΄π β«οΈ mente a fórmula de Green segue que que β«οΈ ππ’ππ ππ₯, usando nova- π΄π βπ’βππ ππ₯ = π΄π β«οΈ ππ’ ππ , ππ β«οΈ ππ’ππ ππ₯ e portanto concluímos π΄π π π’ ππ ππ₯ = 0, o que é uma contradição, pois ππ é contínua e estritamente positiva, π΄π logo π’ não poderia ser positiva. Lembremos que nosso objetivo nesse momento é encontrar uma solução positiva para o problema (ππ ), quando π < ππ . Para isso, o próximo lema será de suma importância, pois com ele, conseguiremos garantir certas propriedades referentes a compacidade. Lema 4.4 Se π β₯ 4 e π < ππ , então 0 β€ πΆπ < π , (4.5) {ββπ’β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π }, (4.6) 2 2π onde πΆπ = inf π’βπ (π΄π ) π (π΄π ) = {π’ β π» 1 (π΄π ); π’ = 0 sobre Ξ0,π e βπ’βπ+1,π΄π = 1} e β«οΈ π= |βπ’|2 ππ₯ Rπ inf π’βπ·1,2 (Rπ )β{0} β β β«οΈ β β (4.7) |π’|π+1 ππ₯β β 2 , π+1 Rπ é a melhor constante de Sobolev para a imersão π»01 Λβ πΏπ+1 . (4.8) 39 A prova desta estimativa é extensa, então a dividiremos em dois lemas. O Lema 4.5 será utilizado para provar que o nível πΆπ é não negativo, enquanto que o Lema 4.7 garantem que πΆπ é limitado superiormente por uma constante que depende somente da constante ótima de Sobolev π. Lema 4.5 . (π) Se πβ² < πβ²β² então πΆπβ² β₯ πΆπβ²β² . (ππ) Se π < ππ então πΆπ β₯ 0. Demonstração: (π) Como πβ² < πβ²β² β«οΈ |βπ’|2 ππ₯ β πβ² π΄π β«οΈ |π’|2 ππ₯ β₯ π΄π β«οΈ |βπ’|2 ππ₯ β πβ²β² π΄π β«οΈ |π’|2 ππ₯, π΄π para todo π’ β π (π΄π ), tomando o ínfimo sobre o conjunto π (π΄π ), obtemos que πΆπβ² β₯ πΆπβ²β² . (ππ) Note que πΆππ = inf β§ βͺ β¨ β«οΈ π’βπ (π΄π ) βͺ β© π΄π 2 |βπ’| ππ₯ β ππ β«οΈ π΄π 2 β« βͺ β¬ |π’| ππ₯βͺ , e β β«οΈ 2 |βπ’| ππ₯ β₯ ππ π΄π β«οΈ |π’|2 ππ₯ π΄π para todo u, então tomando o ínfimo sobre o conjunto π (π΄π ) obtemos que πΆππ β₯ 0. Utilizando o fato de que π < ππ e o resultado do item (π), concluímos que πΆπ β₯ πΆππ = 0, finalizando a prova do lema. Para a estimativa superior de πΆπ , argumentamos como em [1]. Considere a razão: β«οΈ ππ (π’) = |βπ’|2 ππ₯ β π β«οΈ π’2 ππ₯ π΄π π΄π β β β«οΈ β β 2 π+1 , (4.9) π’π+1 ππ₯β β π΄π para uma família de funções π’π que se concentram na origem: π’π (π₯) = π(|π₯|) (π + |π₯|2 ) π β2 2 , π > 0, (4.10) onde π(|π₯|) é uma função corte que satisfaz: (a) π β‘ 1 em uma vizinhança da origem, (οΈ )οΈ π (b) π β‘ 0 in π΅π , onde π΅π é uma bola aberta centrada na origem com raio π π = sen 2ππ . Assim, π’π | = 0 e π’π | β π (π΄π ), onde π (π΄π ) = {π’ β π» 1 (π΄π ) : π’ = 0 sobre Ξ0,π }. Ξ0,π π΄π Para estimar ππ (π’π ) precisamos estabelecer os valores das integrais de (4.9) na metade superior da bola π΅π e então subtrair dos valores das integrais no domínio Ξ£π , 40 definido por Ξ£π = (π΅π β π΄π ) β© {π₯π > 0}, (4.11) como pode ser visto na figura abaixo: Figura 2 β Regiões de integração do setor π΄π π₯π 6 1 π΄π ) Q k Q π π 3 π π Q Q Q Q 6 βοΈ 0 π - (π₯1 , π₯2 , . . . , π₯π β1 ) Fonte: Comte-Knaap [, 1] Para isso são necessários os seguintes lemas no caso em que a dimensão do Rπ é maior ou igual a 4. Os valores das integrais em π΅π estão apresentados no lema abaixo, e os cálculos podem ser encontrados em Brézis-Nirenberg [11]. Lema 4.6 Sejam π’π como definido em (4.10) e π β₯ 4. Então ββπ’π β22,π΅π = πΎ1 πβ 2βπ 2 βπ’π β22,π΅π = π(| log π|), βπ’π β22,π΅π = π(π βπ’π β22π π β2 ,π΅π 4βπ 2 = πΎ2 π ), 2βπ 2 + π(1), quando π β 0. quando π β 0 quando π β 0 + π(π), se se π = 4. π β₯ 5. quando π β 0, onde 2 πΎ1 = (π β 2) β«οΈ Rπ |π₯|2 ππ₯, (1 + |π₯|2 )π (4.12) 41 πΎ2 = e (οΈβ«οΈ Rπ 1 ππ₯ (1 + |π₯|2 )π )οΈ π β2 π (4.13) πΎ1 = π, é a constante definida em (4.8). πΎ2 Agora, apresentaremos o último lema que nos auxiliara na prova do Lema 4.4. (ver apêndice B), Os cálculos das integrais em Ξ£π aparecerão durante a demonstração dos mesmos. Lema 4.7 (ver apêndice B) Se π β₯ 4, então, quando π β 0, 1 πΎ1 2βπ π 2 {1 β πΏπ 2 + π(π)}, 2 ββπ’π β22,π΄π = β§ β¨ π(| log π|) β© π(π 4βπ 2 )} βπ’π β22,π΄π = βπ’π β22π π β2 ,π΄π πΎ2 = 2 onde π β2 π 2βπ 2 {οΈ 1β π π = 4, π β₯ 4, se se (οΈ (4.14) (4.15) 1 π β3 πΏπ 2 + π(π) , π +1 }οΈ )οΈ (4.16) (π β 2)2 β«οΈ |π₯|4 ππ₯. πΎ1 Rπ β1 (1 + |π₯|2 )π πΏ= (4.17) Agora temos todas as informações necessárias para provar o Lema 4.4. Demonstração: do Lema 4.4 Pelo lema 4.5, nos resta provar que πΆπ < Como β«οΈ ππ (π’) = π . 2 2π |βπ’|2 ππ₯ β π π΄π β«οΈ π’2 ππ₯ π΄π β β β«οΈ β β 2 π+1 , π’π+1 ππ₯β β π΄π segue que, se π β₯ 4 temos ββπ’π β22,π΄π β πβπ’π β22,π΄π ππ (π’π ) = βπ’π β22π ,π΄π π β2 e segue pelo lema 4.7 que β§ β¨ ππ (π’π ) = π(| log π|) 1 πΎ1 2βπ π 2 {1 β πΏπ 2 + π(π)} β 4βπ β© 2 π(π 2 ) πΎ2 2 π β2 π {οΈ se se }οΈ 2βπ (π β 3) 1 1β πΏπ 2 + π(π) π 2 (π + 1) π = 4, π β₯ 5, . 42 Desta forma ππ (π’π ) = π {οΈ 2 2π com π (π) = β§ β¨ β© 1β 1 π 4 πΏπ 2 + π (π) < 2 , π +1 2π }οΈ π(π| log π|), se π = 4, π(π), se π β₯ 5. e segue o Lema 4.4 para π β₯ 4. O último ingrediente na prova do Teorema 4.2 é mostrar que podemos utilizar uma desigualdade devido a Cherrier (ver apêndice B, Teorema B.6). Essa desigualdade nos diz que, se Ξ© é um domínio em Rπ , que é limitado e de classe πΆ 1 , então para cada π > 0, existe uma constante ππ , de modo que para todo π’ β π» 1 (Ξ©) : (οΈ 22/π +π π βπ’βπ+1,Ξ© β€ )οΈ 1 2 ββπ’β2,Ξ© + ππ βπ’β2,Ξ© , (4.18) π +2 . π β2 Porém, em nosso caso, π΄π não é de classe πΆ 1 . Portanto estendemos as funções π’ pertencentes a π (π΄π ), para bola unitária π΅ = {π₯ β Rπ ; π₯21 + ... + π₯2π β1 + (π₯π β 1)2 < 1} onde π = definindo π’^(π₯) = β§ β¨ β© π’(π₯) se π₯ β π΄π , 0 se π₯ β π΅ β π΄π . Então π’^ β π» 1 (π΅), onde π΅ é um domínio regular suave. E claramente temos ββ^ π’β2,π΅ = ββπ’β2,π΄π , β^ π’β2,π΅ = βπ’β2,π΄π , β^ π’βπ+1,π΅ = βπ’βπ+1,π΄π . (4.19) Portanto a desigualdade (4.18) continua sendo válida para para todo π’ β π (π΄π ) isto é (οΈ βπ’βπ+1,π΄π β€ 22/π +π π )οΈ 1 2 ββπ’β2,π΄π + ππ βπ’β2,π΄π Neste momento, estamos aptos a provar o Teorema 4.2. Prova do Teorema 4.2 Demonstração: Seja {π’π } β π (π΄π ) uma sequência minimizante de (4.6), isto é βπ’π βπ+1,π΄π = 1, (4.20) ββπ’π β22,π΄π β πβπ’π β22,π΄π = πΆπ + π(1). (4.21) 43 Por (4.20) e pela imersão de πΏπ+1 (π΄π ) Λβ πΏ2 (π΄π ), obtemos que βπ’π β2,π΄π β€ πΆβπ’π βπ+1,π΄π β€ πΆ, e portanto {π’π } é limitado em πΏ2 (π΄π ). Usando (4.21) e a limitação de {π’π } em πΏ2 (π΄π ) obtemos que {βπ’π } é limitado em πΏ2 (π΄π ) e, portanto, que {π’π } é limitado em π (π΄π ). Assim {π’π } possui uma seqüência fracamente convergente em π (π΄π ) de modo que π’π β π’ fraco em π (π΄π ), π’π β π’ forte em πΏ2 (π΄π ), π’π β π’ q.t.p. em π΄π . Mostraremos agora que a sequência {π’π } converge fortemente para a π’ em π (π΄π ). Seja π£π = π’π β π’, então π£π β 0 fraco em π (π΄π ), π£π β 0 forte em πΏ2 (π΄π ), (4.22) π£π β 0 q.t.p. em π΄π . Um resultado de Brézis e Lieb (ver Capítulo 2, Teorema 2.12), nos garante 1 = βπ’π β2π+1,π΄π = βπ’β2π+1,π΄π + βπ£π β2π+1,π΄π + π(1), (4.23) substituindo π£π na desigualdade (4.18) obtemos (οΈ βπ£π βπ+1,π΄π β€ 22/π +π π )οΈ 1 2 ββπ£π β2,π΄π + ππ βπ£π β2,π΄π , e segue que (οΈ βπ£π β2π+1,π΄π )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + ππ2 βπ£π β22,π΄π β€ π β‘(οΈ β€ )οΈ 1 2/π 2 2 + 2β£ + π ββπ£π β2,π΄π ππ βπ£π β2,π΄π β¦ . π (4.24) Como ββπ£π β2,π΄π é limitado e π£π β 0 em πΏ2 (π΄π ), assim se observarmos as duas últimas partes da desigualdade acima, teremos β‘(οΈ ππ2 βπ£π β22,π΄π 22/π + 2β£ +π π )οΈ 1 β€ 2 ββπ£π β2,π΄π ππ βπ£π β2,π΄π β¦ = π(1). Substituindo o resultado acima na desigualdade (4.24), obtemos (οΈ βπ£π β2π+1,π΄π β€ )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + π(1). π 44 Agora substituindo a desigualdade acima em (4.23) e multiplicando por πΆπ produzimos (οΈ πΆπ β€ πΆπ βπ’β2π+1,π΄π + πΆπ )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + π(1). π (4.25) Por outro lado obtemos, a partir de (4.21), que πΆπ = ββπ’β22,π΄π + ββπ£π β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π + π(1). (4.26) Substituindo (4.26) em (4.25), obtemos que ββπ’β22,π΄π + ββπ£π β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π (οΈ β€ πΆπ βπ’β2π+1,π΄π + πΆπ )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + π(1). π Por outro lado, pela definição de πΆπ temos πΆπ βπ’β2π+1,π΄π β€ ββπ’β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π , e segue que, ββπ’β22,π΄π + ββπ£π β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π (οΈ β€ ββπ’β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π + πΆπ )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + π(1), π e portanto, (οΈ ββπ£π β22,π΄π β€ πΆπ )οΈ 22/π + π ββπ£π β22,π΄π + π(1). π π Como π < ππ , pelo Lema 4.4, temos que πΆπ < 2/π , desta forma garantimos a 2 existência de uma constante positiva πΆ de modo que ββπ£π β22,π΄π β€ (πΆ + πΆπ )ββπ£π β22,π΄π + π(1). Tomando π > 0 suficientemente pequeno concluímos que ββπ£π β22,π΄π = π(1), e portanto βπ’π β π’β22,π΄π = βπ£π β22,π΄π β 0 quando π β β. Conseqüentemente π’π β π’ forte em π (π΄π ), π’ é de fato um minimizador de (4.6) e πΆπ = ββπ’β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π . (4.27) Além disso, como βπ’βπ+1,π΄π = 1, concluímos que π’ ΜΈβ‘ 0. Agora mostraremos que πΆπ > 0. Pelo lema (4.5) (ii), sabemos que πΆπ β₯ 0. Suponhamos que πΆπ = 0, então por (4.27), ββπ’β22,π΄π β πβπ’β22,π΄π = 0. (4.28) Por outro lado, {οΈ ππ = inf π’ΜΈβ‘0 ββπ’β22,π΄π βπ’β22,π΄π }οΈ β€ ββπ’β22,π΄π , βπ’β22,π΄π deste modo temos que ππ βπ’β22,π΄π β₯ ββπ’β22,π΄π . (4.29) 45 Por (4.28) e (4.29), temos: β ββπ’β22,π΄π β₯ 0 e segue que 0 β₯ (ππ β π)βπ’β22,π΄π β₯ 0. Como ππ > π, temos = 0 e portanto π’ = 0. Absurdo, pois π’ ΜΈβ‘ 0. ππ βπ’β22,π΄π que βπ’β2π΄π Podemos ainda supor que π’ β₯ 0, caso contrário, podemos substituir π’ por |π’|. Isto é possível, pois {|π’π |} é também uma sequência minimizante, logo podemos trocar a sequência minimizante {π’π } por {|π’π |}. Com efeito: Pelo Teorema de Stampacchia, |β|π’|| = (π πππ π’)βπ’ se π’ ΜΈ= 0. Além disso, βπ’ = 0 sobre o conjunto [π’ = 0], então |β|π’|| = |βπ’| q.t.p em π΄π , assim ββ|π’π |β22,π΄π β πβ|π’π |β22,π΄π = ββπ’π β22,π΄π β πβπ’π β22,π΄π β πΆπ , e portanto {|π’π |} também é uma sequência minimizante, como queríamos verificar. Podemos ainda garantir, por um refinamento do Teorema de Hopf (ver apêndice C, Teorema C.11), que π’ > 0. Agora, sejam πΊ(π€) = β«οΈ |π€|π+1 ππ₯ e π(π€) = β«οΈ |βπ€|2 ππ₯ β π|π€|2 ππ₯, onde π΄π π΄π π΄π β«οΈ π€ β π (π΄π ). Dado π€, π β π» 1 com π₯ β Ξ© e 0 < |π‘| < 1, e utilizando o Teorema do Valor Médio (ver apêndice B, Teorema B.7), existe um π β (0, 1) tal que: |π€(π₯) + π‘π(π₯)|π+1 β |π€(π₯)π+1 | (π + 1)|π€(π₯) + ππ‘π(π₯)|πβ1 (π€(π₯) + ππ‘π(π₯))π‘π(π₯) = . |π‘| |π‘| Assim, β β |π€(π₯) + π‘π(π₯)|π+1 β β β |π‘| β β |π€(π₯)π+1 | ββ β β = (π + 1)|π€(π₯) + ππ‘π(π₯)|π π(π₯) β€ (π + 1)(|π€(π₯)| + |π(π₯)|)π |π(π₯)|. Desde que π€, π β π» 1 (Ξ©) temos que π€, π β πΏπ+1 (Ξ©), pois π» 1 (Ξ©) está imerso π+1 continuamente em πΏπ+1 (Ξ©), onde π + 1 = π* , decorre disto que (|π€| + |π|)π β πΏ π já que β β β«οΈ β β [(|π€(π₯)| + |π(π₯)|)π ] π+1 π ππ₯β β π΄π 1 π+1 π = β‘β β«οΈ β’β β’β β£ β (|π€(π₯)| + |π(π₯)|π+1 )ππ₯β β 1 π+1 β€π β₯ β₯ β¦ . π΄π 1 1 π 1 = + = 1, temos pela desigualdade de Hölder que Como π + 1 + π+1 π+1 π+1 π β β«οΈ π΄π π (|π€(π₯)| + |π(π₯)|) |π(π₯)|ππ₯ β€ β β«οΈ β β π΄π π [(|π€(π₯)| + |π(π₯)|) ] π+1 π ππ₯β β 1 π+1 π β1 β ·β β π β«οΈ π΄π π |π(π₯)| ππ₯β β . 46 Logo (|π€(π₯)| + |β(π₯)|)π |π(π₯)| β πΏ1 (Ξ©). Consideraremos agora a seguinte sequência em πΏ1 (Ξ©). ππ (π₯) = (π+1)|π€(π₯)+ππ π‘π π(π₯)|π [π€(π₯)+ππ π‘π π(π₯)]π(π₯) com 1 > π‘π β 0 quando π β +β, logo ππ (π₯) β π (π₯) = (π + 1)|π€(π₯)|πβ1 π€(π₯)π(π₯). Como (π + 1)|π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯)|πβ1 (π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯))π(π₯)| (π + 1)(|π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯)|)πβ1 |((π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯))||π(π₯)| (π + 1)(|π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯)|)π |π(π₯)| (π + 1)(|π€(π₯)| + |ππ ||π‘π ||π(π₯)|)π |π(π₯)| (π + 1)(|π€(π₯)| + |π(π₯)|π |)|π(π₯)|, |ππ (π₯)| = = = β€ β€ pelo Teorema da Convergência Dominada (ver apêndice A, Teorema A.7), segue lim β«οΈ πβ+β π΄π ππ (π₯)ππ₯ = (π + 1) β«οΈ |π€(π₯)|πβ1 π€(π₯)π(π₯). π΄π Por outro lado, |π€(π₯) + π‘π π(π₯)|πβ1 β |π€(π₯)|π+1 = (π + 1)|π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯)|πβ1 (π€(π₯) + ππ π‘π π(π₯))π(π₯), π‘π isto é, β β β«οΈ β«οΈ 1 β β«οΈ β π+1 πβ1 |π€(π₯)|πβ1 π€(π₯)π(π₯)ππ₯. lim |π€(π₯) + π‘ π(π₯)| ππ₯ |π€(π₯)| ππ₯ = (π + 1) β β π πβ+β π‘π π΄π π΄π π΄π Logo, β 1β lim β π‘β+β π‘ β β«οΈ πβ1 |π€(π₯) + π‘π π(π₯)| π΄π β«οΈ ππ₯ π+1 |π€(π₯)| ππ₯β β = (π + 1) π΄π β«οΈ |π€(π₯)|πβ1 π€(π₯)π(π₯)ππ₯ π΄π e concluímos que β«οΈ πΊβ² (π€) · π = (π + 1) |π€(π₯)|πβ1 π€(π₯)π(π₯)ππ₯. π΄π Tomando π€ = π = π’, segue que β² πΊ (π’) · π’ = (π + 1) β«οΈ π΄π πβ1 2 |π’| π’ ππ₯ = (π + 1) β«οΈ |π’|π+1 ππ₯. π΄π Assim, πΊβ² (π’) · π’ = π + 1 ΜΈ= 0, e π’ é um minimizador do problema (4.6), pelo Teorema de Multiplicadores dos Lagrange (ver apêndice B, Teorema B.4), existe um numero real πΌ de modo que: πβ² (π’) · π = πΌ πΊβ² (π’) · π, βπ β π (π΄π ). 47 Colocando πΌ(π’) = β«οΈ β«οΈ |βπ’|2 ππ₯ e π½(π’) = π΄π |π’|2 ππ₯, utilizando o mesmo raciocínio π΄π da derivada anterior temos que π½ β² (π’) · π = 2 β«οΈ π’πππ₯ π΄π e 1 πΌ β² (π’) · π = lim {π½(π’ + π‘π) β π½(π’)} π‘β0 π‘ β‘ β€ β«οΈ β«οΈ 1 = lim β’ |β(π’ + π‘π)|2 ππ₯ β |βπ’|2 ππ₯β₯ β£ β¦ π‘β0 π‘ = lim π‘β0 1 π‘ 1 π‘β0 π‘ = lim = 2 β«οΈ π΄π β‘π΄π β«οΈ β«οΈ β’ β£ (βπ’ + π‘βπ)(βπ’ + π‘βπ)ππ₯ β β‘π΄π β«οΈ β’ β£ β€ βπ’βπ’ ππ₯β¦ β₯ π΄π β€ |βπ’|2 ππ₯ + 2π‘ β«οΈ βπ’βπππ₯ + π‘2 π΄π π΄π β«οΈ β«οΈ |βπ|2 ππ₯ β π΄π |βπ’|2 ππ₯β₯ β¦ π΄π βπ’βπ ππ₯. π΄π Assim, β β β² π (π’) · π = 2β β β«οΈ βπ’βπ ππ₯ β π β«οΈ π’π ππ₯β β |π’|π π ππ₯ = πΌπΊβ² (π’)π, βπ β π (π΄π ). π΄π π΄π π΄π =π β«οΈ Tomando π = π’, temos que β«οΈ 2 |βπ’| ππ₯ β π π΄π β«οΈ π΄π π’2 ππ₯ = πΌ(π + 1) . 2 Por outro lado, π’ é o minimizador, assim por (4.27), obtemos que πΌ = 2πΆπ > 0 e desta π+1 forma temos que β«οΈ βπ’βπ ππ₯ β π π΄π β«οΈ π΄π πΆπ β«οΈ π π’ π, π’π ππ₯ = π+1 π΄π e assim, π’ é solução fraca da equação (ππΆπ )π β§ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ β¨ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ βͺ β© πΆπ π π’ em π΄π , π+1 = sobre Ξ0,π , βΞπ’ β ππ’ = π’ ππ’ ππ = 0 sobre Ξ1,π . Como π’ β π (π΄π ), π’ satisfaz a condição de Dirichlet em Ξ0,π e a condição de Neumann em Ξ1,π . Agora vamos encontrar uma contante π de modo que π£ = πΆππ π’ seja solução do 48 problema (ππ ). Subtituindo π£ = πΆππ π’ em (ππ ) e usando o fato de que πΆπ > 0 temos βΞ(πΆππ π’) = (πΆππ π’)π + π(πΆππ π’), assim, πΆππ (βΞπ’) = πΆππ π π’π + ππΆππ e desta forma βΞπ’ = πΆππ π πΆπβπ π’π + ππΆππ πΆπβπ π’ = πΆππ πβπ π’π + ππΆππ βπ π (πβ1) π = πΆπ π’ + ππ’. Portanto π’ satisfaz a equação: π (πβ1) π βΞπ’ = πΆπ π’ + ππ’, por outro lado, π’ satizfaz (ππΆπ )π , isto é, βΞπ’ β ππ’ = πΆπ π π’. π+1 π (πβ1) Comparando as duas equações em que π’ é solução, concluímos que πΆπ = πΆπ , ou π+1 1 , como os termos da igualdade são positivos, podemos tomar o π+1 (οΈ )οΈ 1 π (πβ1)β1 ) = ln e obtemos que logaritmo natural, assim ln(πΆπ π + 1 (οΈ (οΈ )οΈ )οΈ β β 1 1 ln ln β β πβ1 π+1 β 1 β β1 + β. , portanto π = π (π β 1) β 1 = ln(πΆπ ) πβ1β ln πΆπ β β β π (πβ1)β1 seja πΆπ = Logo concluímos que π£ = πΆππ π’, para a constante π obtida acima, é uma solução para o problema (ππ ). 4.3 Solução para o Problema Crítico Agora nos resta mostrar o Teorema 4.1. A técnica é fazer um tipo de βcolagemβ de soluções obtidas pelo Teorema 4.2. Demonstração: Teorema 4.1 Seja π β R e seja ππ o primeiro autovalor do problema (4.4). Como ππ β β quando π β β, é possível obter um menor número natural π0 de modo que π < ππ0 . Para cada número natural π β₯ π0 , consideremos π’π a solução positiva referente ou problema (ππ ) obtida no Teorema 4.2. Agora consideremos π΄β²π a reflexão de π΄π sobre uma das fronteiras planas. Sobre π΄π βͺ π΄β²π definiremos a função π’Λπ , de modo que π’Λπ = π’π em π΄π e π’Λπ é a função antisimétrica de π’π com respeito ao plano de reflexão em π΄β²π . Seja π΄β²β²π a reflexão Λ π uma função definida em π΄π βͺ π΄β²π βͺ π΄β²β²π de π΄π βͺ π΄β²π sobre uma das fronteiras planas e π’ Λ π = π’Λπ em π΄π βͺ π΄β²π e π’ Λ π é antisimétrica com respeito ao plano de reflexão. de modo π’ Repetindo este procedimento m vezes, finalmente se obtem uma função π’ definida em toda bola π΅. É claro que π’ satisfaz a condição de Neumann na fronteira ππ΅ e, portanto, é 49 uma solução do problema (4.1). Esta solução é positiva em 2πβ1 componentes conexas e negativa em 2πβ1 componentes conexas, ou seja, a solução obtida muda de sinal. Usando o resultado de regularidade de Cherrier [14], temos que estas soluções pentencem a πΆ 2 (Ξ©). No caso π = 2, veja como exemplo a figura seguinte: Figura 3 β βColagemβ da solução do setor π΄2 Fonte: o autor Apêndices 51 APÊNDICE A β Resultados Gerais do Capítulo 3 A.1 Teorema da Função Implícita. Sejam π, π inteiros positivos. Notação. Escreveremos um ponto em Rπ+π como (π₯, π¦) = (π₯1 , · · · , π₯π , π¦1 , · · · , π¦π ) para π₯ β Rπ , π¦ β Rπ . Seja π β Rπ+π um conjunto aberto, e suponhamos π : π β R de classe πΆ 1 , onde escreveremos π = (π 1 , · · · , π π ). Assumiremos (π₯0 , π¦0 ) β π, π§0 = π (π₯0 , π¦0 ). Notação. β β β β π·π = β ππ₯11 · · · ππ₯1π ππ¦11 · · · ππ¦1π .. .. . . ππ₯π1 · · · ππ₯ππ ππ¦π1 · · · ππ¦ππ β β β β β π×(π+π) = (π·π₯ π, π·π¦ π ) = matriz gradiente de π. Definição A.1 π½π¦ π = | det π·π¦ π | = β β β π(π 1 , · · · , π π ) β β β β β. β π(π¦1 , · · · , π¦π ) β Figura 4 β Funcional π em uma determinada vizinhança Fonte: Evans [22] 52 Teorema A.2 (Da Função Implícita) (Ver [22]). Suponhamos π β πΆ 1 (π ; Rπ ) e π½π¦ π (π₯0 , π¦0 ) ΜΈ= 0, então existem conjuntos abertos π β π, com (π₯0 , π¦0 ) β π e π β Rπ com π₯0 β π, e uma aplicação de classe πΆ 1 π : π β Rπ , de modo que: (i) π(π₯0 ) = π¦0 , (ii) π (π₯, π(π₯)) = π§0 (π₯ β π ), (iii) se (π₯, π¦) β π e π (π₯, π¦) = π§0 , então π¦ = π(π₯), (iv) se π β πΆ π , então π β πΆ π (π = 2, · · ·). A aplicação π é definida implicitamente perto de π₯0 pela equação π (π₯, π¦) = π§0 Figura 5 β Teorema da Função Implicita Fonte: Evans [22] A.2 Princípio Variacional de Ekeland Teorema A.3 Seja π um espaço métrico completo e Ξ¦ : π β R βͺ {+β} semicontínua inferiormente e limitada inferiormente. Sejam π > 0, e π’ β π dados, tal que: (1) Ξ¦(π’) β€ inf Ξ¦ + Então dado π > 0, existe π’π β π tal que: (2) Ξ¦(π’π ) β€ Ξ¦(π’), π π 2 53 (3) πππ π‘ (π’π , π’) β€ π, π (4) Ξ¦(π’π ) < Ξ¦(π’) + πππ π‘ (π’π , π’) 2 β π’ ΜΈ= π’π A.3 Fórmulas de Green e Resultados de Medida Teorema A.4 (Fórmulas de Green) (ver [22], pág 628). Sejam π’, π£ β πΆ 2 (Ξ©). Então: (i) β«οΈ Ξπ’ ππ₯ = πΞ© Ξ© (ii) β«οΈ β«οΈ ππ’ ππ, ππ π·π£.π·π’ ππ₯ = β β«οΈ Ξ© (iii) β«οΈ π’Ξπ£ ππ₯ + β«οΈ πΞ© Ξ© π’Ξπ£ β π£Ξπ’ ππ₯ = β«οΈ πΞ© Ξ© π’ ππ£ π’ ππ, ππ ππ£ ππ’ βπ£ ππ. ππ ππ Lema A.5 (Lema de Fatou) (Ver [9] página 90). Seja (ππ ) uma sequência de funções de πΏ1 tal que (a) Para cada π, ππ (π₯) β₯ 0 q.t.p em Ξ©. (b) sup β«οΈ π ππ (π₯)ππ₯ < β. Para cada π₯ β Ξ© ponha π (π₯) = πββ lim ππ (π₯). Então π β πΏ1 (Ξ©) e β«οΈ π (π₯)ππ₯ β€ lim inf πββ β«οΈ ππ (π₯)ππ₯. Teorema A.6 (Teorema da Convergência Monótona) (Ver [9] página 90). Seja (ππ ) uma sequência de funções de πΏ1 satisfazendo (a) π1 β€ π2 β€ ... β€ ππ β€ ππ+1 β€ ... quase sempre em Ξ©, (b) sup π β«οΈ ππ (π₯)ππ₯ < β. Então ππ (π₯) converge em quase todo ponto de Ξ© para um limite finito denotado por π (π₯); e a mais ainda π β πΏ1 e βππ β π βπΏ1 β 0, quando π β β. 54 Teorema A.7 (Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue) (Ver [9] página 90). Seja (ππ ) uma sequência de funções em πΏ1 . Suponhamos que (a) ππ (π₯) ββ π (π₯) em quase todo ponto de Ξ© (b) Existe uma função π β πΏ1 tal que para cada π, |ππ (π₯)| β€ π(π₯) para quase todo ponto em Ξ©. Então π β πΏ1 e βππ β π βπΏ1 ββ 0, quando π β β. Teorema A.8 (Lusin) (Ver [23]). Seja π : Rπ β R uma função mensurável, então para cada π > 0, existe um conjunto compacto πΎ β π΄, com med(π΄) < β, tal que med(π΄ β πΎ) < π e π |πΎ é contínua. 55 APÊNDICE B β Resultados Gerais do Capítulo 4 B.1 Algumas Funções Especiais Proposição B.1 (ver [16]. Proposição 3.2) Seja π(|π₯|) uma função suave. (a) Se π = 3, então β«οΈ π(|π₯|)ππ₯ = π π π β«οΈ π(π)π3 ππ. 0 Ξ£π (b) Se π β₯ 4, então β«οΈ Ξ£π π π ππ β1 β«οΈ π(π)ππ (1 + β(π))ππ, π(|π₯|)ππ₯ = 2 0 onde β(π) é uma função suave de π, com β(π) = π(π2 ) quando π β 0 e ππ β1 é a área da bola unitária em Rπ β1 . Definição B.2 (ver [34]) Se π > 0, definimos a função gama por Ξ(π) = β«οΈβ π’πβ1 πβπ’ ππ’. 0 Propriedades da função gama (1) Ξ(π + 1) = πΞ(π), se π > 0. Assim como Ξ(1) = 1, temos Ξ(2) = 1, Ξ(3) = 2!, Ξ(4) = 3! e, de um modo geral, Ξ(π + 1) = π!, se π é inteiro positivo. Por essa razão, a função é algumas vezes chamada função fatorial. β 1 (2) Ξ( ) = π. 2 (3) Ξ(π)Ξ(1 β π) = π , 0 < π < 1. senππ 56 β (4) Para π grande, Ξ(π + 1) β 2ππ ππ πβπ . Aqui β significa "aproximadamente igual a, para π grande". Mais exatamente, esπΉ (π) crevemos πΉ (π) β πΊ(π) se lim = 1. Essa é chamada fórmula de Stirling. πββ πΊ(π) (5) Para π < 0, podemos definir Ξ por Ξ(π) = Ξ(π + 1) . π Definição B.3 (ver [34]) Se π > 0, π > 0, definimos a função beta como π΅(π, π) = β«οΈ1 π’πβ1 (1 β π’)πβ1 ππ’ 0 A função beta pode em alternativa ser definida utilizando a mudança de variável π’ π = , como 1+π’ π΅(π, π) = β«οΈβ π πβ1 (1 + π )β(π+π) ππ 0 Propriedades da função beta (1) π΅(π, π) = (2) β«οΈ1 0 Ξ(π)Ξ(π) . Ξ(π + π) 1 Ξ(π)Ξ(π) sen2πβ1 πcos2πβ1 π ππ = π΅(π, π) = . 2 2Ξ(π + π) B.2 Multiplicadores de Lagrange, Identidade de Pohozaev e Desigualdade de Cherrier Teorema B.4 (Multiplicadores de Lagrange) (Ver [32]). . Suponha πΉ, πΊ : π β R funções de classe πΆ 1 e π um espaço de Banach. Se para π₯0 β π tivermos πΊ(π₯0 ) = 0, e π₯0 extremo local da πΉ quando restrita a πΆ = {π₯ β π; πΊ(π₯) = 0}, então (i) πΊβ² (π₯0 ) = 0 ou (ii) β π β R tal que πΉ β² (π₯0 )π£ = ππΊβ² (π₯0 )π£, βπ£ β π. Identidade de Pohozaev Considere o seguinte problema de Dirichlet não linear β§ β¨ β© βΞπ’ = π (π’), em Ξ©, π’ = 0, sobre πΞ©. (B.1) 57 Seja πΉ (π’) = β«οΈ π’ π (π ) ππ . 0 Teorema B.5 (Identidade de Pohozaev) (Ver [31]). Seja Ξ© um domínio limitado em Rπ e seja π o vetor unitário normal exterior a πΞ©. Se π’ é uma solução clássica (π’ β π» 2 (Ξ©) β© π»01 (Ξ©)) de (B.1) então a seguinte identidade é válida: β«οΈ 1 β«οΈ π β 2 β«οΈ π’π (π’) ππ₯ = π’2 (π₯.π)ππ, (B.2) π πΉ (π’) ππ₯ β 2 2 πΞ© π Ξ© Ξ© ππ’ onde π’π = . ππ Lema B.6 (Desigualdade de Cherrier) (Ver [13]). Se Ξ© é um domínio em Rπ , que é limitado e de classe πΆ 1 , então para cada π > 0, existe uma constante ππ , de modo que para todo π’ β π» 1 (Ξ©) : β βπ’βπ+1 β€ onde π = β β1 2 π 2 2 + πβ ββπ’β2,Ξ© + ππ βπ’β2,Ξ© , π π +2 . π β2 Teorema B.7 (Valor Médio) (Ver [25]). Seja π : π β R definida no aberto π β Rπ . Suponhamos que o segmento de reta [π, π + π£] esteja contido em π, que a restrição π |[π,π+π£] seja contínua e que exista derivada direcional ππ (π₯), segundo π£, em todo ponto π₯ β (π, π + π£). Então existe π β (0, 1) tal que ππ£ ππ π (π + π£) β π (π) = (π + ππ£). ππ£ B.3 Resultados Importantes Sobre as integrais em π΄π, π΅π, e Ξ£π Lema B.8 Se π β₯ 4, então, quando π β 0, ββπ’π β22,π΄π = βπ’π β22,π΄π = βπ’π β22π π β2 ,π΄π = onde πΏ= πΎ2 2 β§ β¨ π(| log π|) β© π(π 4βπ 2 )} π β2 π π 1 πΎ1 2βπ π 2 {1 β πΏπ 2 + π(π)}, 2 2βπ 2 {οΈ 1β (οΈ se se (B.3) π = 4, π β₯ 4, (B.4) 1 π β3 πΏπ 2 + π(π) , π +1 )οΈ (π β 2)2 β«οΈ |π₯|4 ππ₯. πΎ1 Rπ β1 (1 + |π₯|2 )π }οΈ (B.5) (B.6) 58 Demonstração: Temos que ββπ’π β22,π΄π = β«οΈ 1 β«οΈ |βπ’π (π₯)|2 ππ₯ β |βπ’π (π₯)|2 ππ₯. 2 π΅π (B.7) Ξ£π Pelo lema 4.6, o primeiro termo após a igualdade acima é dado por: 1 β«οΈ πΎ1 2βπ |βπ’π (π₯)|2 ππ₯ = π 2 + π(1). 2 2 (B.8) π΅π Para calcular o segundo termo, utilizamos a proposição (B.1), que diz β«οΈ Ξ£π π π ππ β1 β«οΈ |βπ’π (π)|2 ππ (1 + β(π))ππ. |βπ’π (π₯)| ππ₯ = 2 2 0 Como π β‘ 1 em uma vizinhança da origem, a integral torna-se β«οΈ Ξ£π π π (π β 2)2 ππ β1 β«οΈ ππ +2 (1 + β(π)) |βπ’π (π₯)| ππ₯ = ππ + π(1). 2 (π + π2 )π 2 0 Usando que β(π) = π(π2 ), quando π β 0, encontramos β«οΈ Ξ£π π π 3βπ 4βπ (π β 2)2 β«οΈ |π₯|4 ππ₯ π 2 + π(π 2 ). |βπ’π (π₯)| ππ₯ = 2 π 2 (1 + |π₯| ) 2 (B.9) 0 Substituindo as expressões (B.8) e (B.9) em (B.7), e em vista da definição (B.6), obtemos ββπ’π β22,π΄π = 1 πΎ1 β 2βπ π 2 {1 β πΏπ 2 + π(π)}. 2 Para βπ’π β22,π΄π , temos βπ’π β22,π΄π β«οΈ 1 β«οΈ 2 π’π (π₯) ππ₯ β π’2π (π₯) ππ₯, = 2 π΅π Ξ£π pelo Lema (4.6)segue-se que β§ β¨ π(| log π|) βπ’π β22,π΄π = β© 4βπ π(π 2 ) se se π = 4, π β₯ 4, (B.10) o que prova (B.4). Finalmente, para βπ’π β22π π β2 βπ’π β22π π β2 ,π΄π = ,π΄π β§ βͺ β¨ 1 β«οΈ βͺ β©2 π΅π temos 2π π β2 π’π (π₯) ππ₯ β β«οΈ Ξ£π 2π π β2 π’π (π₯) ππ₯ β« π β2 π βͺ β¬ βͺ β . (B.11) 59 Utilizando o lema (4.6), o primeiro termo à direita da desigualdade pode ser substituído por π β«οΈ π΅π 2π π β2 π’π πΎ π β2 π (π₯) ππ₯ = 2 πβ 2 + π(1), 2 (B.12) assim pela proposição (B.1), pelo fato de π β‘ 1 perto da origem, e β(π) = π(π2 ) quando π β 0, vemos que 2π π β2 β«οΈ π’π π π 3βπ ππ ππ β1 β«οΈ (π₯) ππ₯ = ππ + π(π 2 ) 2 π 2 (π + π ) 0 1βπ 3βπ 1 β«οΈ |π₯|2 = ππ₯π 2 + π(π 2 ). 2 π 2 π β1 (1 + |π₯| ) Ξ£π (B.13) π Afirmamos que (οΈ )οΈ (οΈ )οΈ π π π β3 |π₯|2 1 β«οΈ π β2 ππ₯ = πΏπΎ . 2 2 π β1 (1 + |π₯|2 )π π β2 π +1 (B.14) R Provando a desigualdade acima, podemos substituir (B.12), (B.13) e (B.14) em (B.11) e obtemos, {οΈ }οΈ π β3 1 πΎ2 β 2βπ 2 2 2 βπ’π β 2π = π β2 π 1β πΏπ + π(π) , π β2 π +1 2 π assim, (B.5) estará provado. Para provar (B.14) utilizaremos a função Beta π΅(π, π) : (B.3) π΅(π, π) = β«οΈβ π πβ1 (1 + π )β(π+π) ππ 0 definida para π, π > 0. Recordamos que π΅(π, π) pode ser expressa em termos de Funções Gamma: (B.2) Ξ(π)Ξ(π) π΅(π, π) = (B.15) Ξ(π + π). Observe que π π π β1 1 β«οΈ |π₯|2 ππ β1 β«οΈ ππ₯ = π 2 (1 + π )βπ ππ . 2 π 2 (1 + |π₯| ) 2 π β1 0 R Usando (B.15), obtemos que β«οΈ Rπ β1 π π β1 2 (1 + π )βπ ππ = π΅( π2+1 , π2β1 ) Ξ( π2+1 )Ξ( π2β1 ) Ξ(π ) π β 3 Ξ( π2+3 )Ξ( π2β3 ) = π +1 Ξ(π ) π +1 π β 3 β«οΈ = π 2 (1 + π )βπ ππ . π + 1 π β1 = R 60 assim, β«οΈ Rπ β1 |π₯|2 |π₯|4 π β 3 β«οΈ ππ₯ = ππ₯. (1 + |π₯|2 )π π + 1 π β1 (1 + |π₯|2 )π (B.16) R Da mesma forma, podemos mostrar que β«οΈ Rπ β1 |π₯|2 π β 2 β«οΈ 1 ππ₯ = ππ₯. 2 )π (1 + |π₯|2 )π π (1 + |π₯| π β1 R ou π πΎ1 = π (π β 2)πΎ2π β2 . Combinando (B.16) e (B.17) obtemos (B.14). (B.17) 61 APÊNDICE C β Princípio de Máximo Neste apêndice iremos desenvolver Príncipios de Máximo para Equações Diferenciais Parciais Elípticas. Os resultados aqui enunciaremos podem ser vistos em Evans [22]. C.1 Introdução Os métodos de Princípios de Máximo estão baseados sob um conjunto aberto Ξ© em um ponto π₯0 β Ξ©, então: π·2 π’(π₯0 ) β€ 0, π·π’(π₯0 ) = 0 onde esta desigualdade significa que a matriz simétrica π·2 π’ = ((π’π₯π π₯π )), não é positiva definida em π₯0 . Vamos considerar operadores elípticos L, tendo a forma πΏπ’ = β π βοΈ ππ,π π’π₯π π₯π + π βοΈ ππ π’π₯π + ππ’, π=1 π,π=1 onde os coeficientes πππ , ππ , π são contínuos e satisfazem a condição de elipticidade uniforme, a qual definiremos a seguir. Vamos assumir, sem perda de generalidade, a condição de simetria πππ = πππ (π, π = 1, ..., π ). Definição C.1 Dizemos que o operador diferencial πΏ é (uniformemente) elíptico se existir uma constante π tal que π βοΈ πππ (π₯)ππ ππ β₯ π|π|2 , q.t.p π₯βΞ© e βπ β Rπ . π,π=1 C.2 Princípios de Máximo Fraco Primeiramente, vamos identificar sob quais circunstâncias uma função deve atingir seu máximo (ou mínimo) na fronteira. Estamos assumindo sempre que Ξ© β Rπ é aberto e limitado. 62 Teorema C.2 Assuma que π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e π = 0 em Ξ©. (i) Se πΏπ’ β€ 0 em Ξ©, então max π’ = max π’. πΞ© Ξ© (ii) Se πΏπ’ β₯ 0 em Ξ©, então min π’ = min π’. πΞ© Ξ© Observação C.3 Uma função π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) satisfazendo πΏπ’ β€ 0 em Ξ© é chamada de subsolução. Analogamente uma função π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) satisfazendo πΏπ’ β₯ 0 em Ξ© é chamada de supersolução. Teorema C.4 Assuma π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e π β₯ 0 em Ξ©. (i) Se πΏπ’ β€ 0 em Ξ©, então max π’ β€ max π’+ . πΞ© Ξ© (ii) Se πΏπ’ β₯ 0 em Ξ©, então min π’ β₯ β min π’β . πΞ© Ξ© Observação C.5 Em Particular, se πΏπ’ = 0 em Ξ© então max |π’| = max |π’|. Ξ© πΞ© C.3 Princípios de Máximo Forte Lema C.6 (Lema de Hopf para Subsoluções) Assuma π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ 1 (Ξ©) e que π = 0 em Ξ©. Suponha ainda πΏπ’ β€ 0 em Ξ©, e que exista um ponto π₯0 β πΞ© tal que π’(π₯0 ) > π’(π₯), βπ₯ β Ξ©. Assuma, finalmente que Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π₯0 , isto é, existe uma bola aberta π΅ β Ξ© com π₯0 β ππ΅. (i) Então ππ’ (π₯0 ) > 0, ππ onde π é o vetor unitário normal exterior a bola π΅ em π₯0 . 63 (ii) Se πβ₯0 em Ξ©, a mesma conclusão é válida desde que π’(π₯0 ) β₯ 0. Lema C.7 (Lema de Hopf para Supersoluções) Assuma π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ 1 (Ξ©) e que π = 0 em Ξ©. Suponha ainda πΏπ’ β₯ 0 em Ξ©, e que exista um ponto π₯0 β πΞ© tal que π’(π₯0 ) < π’(π₯), βπ₯ β Ξ©. Assuma, finalmente que Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π₯0 , isto é, existe uma bola aberta π΅ β Ξ© com π₯0 β ππ΅. (i) Então ππ’ (π₯0 ) < 0, ππ onde π é o vetor unitário normal exterior a bola π΅ em π₯0 . (ii) Se πβ₯0 em Ξ©, a mesma conclusão é válida desde que π’(π₯0 ) β€ 0. Teorema C.8 (Princípio do Máximo Forte com π = 0) Seja π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e que π = 0 em Ξ©. Suponha ainda que Ξ© é conexo, aberto e limitado. (i) Se πΏπ’ β€ 0 em Ξ© e π’ atinge seu máximo sobre Ξ© em um ponto interior, então π’ é constante em Ξ©. (ii) Analogamente, se πΏπ’ β₯ 0 em Ξ© e π’ atinge seu mínimo sobre Ξ© em um ponto interior, então π’ é constante em Ξ©. Teorema C.9 (Princípio do Máximo Forte com π β₯ 0) Seja π’ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e que π = 0 em Ξ©. Suponha ainda que Ξ© é conexo. (i) Se πΏπ’ β€ 0 em Ξ© e π’ atinge seu máximo não-negativo sobre Ξ© em um ponto interior, então π’ é constante em Ξ©. 64 (ii) Analogamente, se πΏπ’ β₯ 0 Ξ© em e π’ atinge seu mínimo não-positivo sobre Ξ© em um ponto interior, então π’ é constante em Ξ©. Observação C.10 No próximo Lema não estaremos fazendo nenhuma hipótese com respeito ao sinal de π. Lema C.11 (Um Refinamento do Lema de Hopf) Suponha que Ξ© β Rπ seja um aberto, π’ β πΆ 2 (Ξ©), e π β πΏβ (Ξ©). Assuma β§ β¨ βΞπ’ + π(π₯)π’ β₯ 0 β© π’ β₯ 0 em em Ξ©, Ξ©. Suponha ainda π’ ΜΈ= 0. (i) Se π₯0 β πΞ©, π’(π₯0 ) = 0, e Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π₯0 , então ππ’ (π₯0 ) < 0. ππ (ii) Mais ainda π’>0 em Ξ©. Demonstração: Seja π€ := πβπΌπ₯1 π’, onde πΌ > 0 será selecionado mais abaixo. Então π’ = ππΌπ₯1 π€, e assim ππ’ β₯ Ξπ’ = Ξ(ππΌπ₯1 π€) = 2πΌ2 π’ + πΌππΌπ₯1 π€π₯1 + ππΌπ₯1 Ξπ€. Portanto βΞπ€ β 2πΌπ€π₯1 β₯ (πΌ2 β π)π€ β₯ 0 em Ξ©, pois como π€ = πβπΌπ₯1 π’ β₯ 0 em Ξ© e π β πΏβ (Ξ©), segue que βπβπΏβ = sup |π(π₯)| β₯ π(π₯) βπ₯ β π₯βΞ© 1 2 2 Ξ©. Disto segue-se que se tomar-mos πΌ = βπβπΏβ teremos πΌ β π β₯ 0 em Ξ©. Consequentemente π€ é uma supersolução para o operador elíptico πΏπ€ := βΞπ€ β 2πΌπ€π₯1 , o qual não tem termo de ordem zero. Pelo Princípio do Máximo Forte (C.8), segue que π€ > 0 em Ξ©. Com efeito, suponha que exista π¦0 β Ξ© tal que π€(π¦0 ) = 0. Então como π€ = πβπΌπ₯1 π’ e πβπΌπ₯1 > 0 segue que existe π¦0 β Ξ© tal que π’(π¦0 ) = 0. Mas como π’ β₯ 0 em Ξ©, segue que π¦0 é um ponto de mínimo para π€ em Ξ©. Portanto por (C.8) parte (ππ), concluímos que π€ é constante em Ξ©. Mas como π€(π¦0 ) = 0, segue que π€(π¦) = 0 para todo π¦ β Ξ©. Pela continuidade de π€ em Ξ© segue que π€ = 0 em Ξ© e isto implica em π’ = 0 em Ξ©. Absurdo, pois por hipótese π’ ΜΈ= 0. Portanto segue que π€ > 0 em Ξ©. Agora, por hipótese, existe π₯0 β πΞ© tal que π€(π₯0 ) = 0, e Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π₯0 , além disso pelo 65 que mostramos acima temos π€(π₯0 ) < π€(π₯), βπ₯ β Ξ©. Pelo lema de Hopf (C.6) concluímos ππ’ que (π₯0 ) < 0. Como ππ ππ’ ππ’ (π₯0 ) = ππΌπ₯1 Ξπ€(π₯0 )π(π₯0 ) = πβπΌπ₯1 (π₯0 ) ππ ππ e π’(π₯0 ) = 0, segue que Como π€ > 0 em Ξ© e πβπΌπ₯1 ππ’ (π₯0 ) < 0. ππ > 0, concluímos finalmente que π’ > 0 em Ξ©. Teorema C.12 Suponha π£ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e π β πΏβ (Ξ©) satisfaça β§ β¨ β© βΞπ£ + π(π₯)π£ β₯ 0 π£ β€ 0 em em Ξ©, Ξ©. Se π£ se anula em um ponto π¦0 β Ξ©, então π£ β‘ 0. Antes de demonstrar-mos o Teorema acima, demostraremos o seguinte Lema que é essencialmente o Lema (C.11) com uma mudança de sinal. Lema C.13 Suponha π£ β πΆ 2 (Ξ©) β© πΆ(Ξ©) e π β πΏβ (Ξ©) satisfaça β§ β¨ βΞπ£ + π(π₯)π£ β₯ 0 β© π£ β€ 0 em em Ξ©, Ξ©. Suponha ainda que (i) Ξ© satisfaça a condição da bola interior em π₯0 β πΞ©, (ii) π£(π₯0 ) = 0 (iii) π£ ΜΈ= 0 Então ππ£ (π₯0 ) > 0, onde π é o vetor unitário normal exterior a bola em π₯0 . ππ Demonstração: Façamos π£ = βπ’ e βπ(π₯) = π(π₯) para π₯ β Ξ©. Portanto temos que π’(π₯) > 0, para todo π₯ β Ξ©. Logo, Ξ + π(π₯)π£ = Ξ(βπ’) β π(π₯)π’ = βΞπ’ β π(π₯)π’ = βΞπ’ + π(π₯)π’ β₯ 0. Assim temos que β§ β¨ βΞπ’ + π(π₯)π’ β₯ 0 β© π’ β₯ 0 Além disso, segue de (π), (ππ) e (πππ) que em em Ξ©, Ξ©. 66 (iv) Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π₯0 β πΞ©, (v) π’(π₯0 ) = 0, (vi) π’ ΜΈ= 0. Então Aplicando o Teorema (C.11) parte (π), concluímos que ππ’ (π₯0 ) < 0. ππ Portanto, ππ£ (π₯0 ) > 0. ππ Além disso, pela parte (ππ), do Teorema (C.11), concluímos ainda que π’ > 0 em Ξ© de modo que π£ < 0 em Ξ©. Demonstração: do Teorema C.12 Suponha que π£ ΜΈ= 0. Pela demostração do Lema (C.13), temos que π£ < 0 em Ξ©. Absurdo, pois, por hipótese, existe π¦0 β Ξ© tal que π£(π¦0 ) = 0. Logo π£ β‘ 0. 67 Referências [1] Adimurthi; Yadava, S. L. Critical Sobolev exponent problem in Rπ , (π β₯ 4) with Neumann boundary condition. Proc. Indian Acad. Sci. Math. Sci. 100 (1990), no. 3, 275-284. [2] Adimurthi; Yadava, S. L. Existence and nonexistence of positive radial solutions of Neumann problems with critical Sobolev exponents. Arch. Rational Mech. Anal. 115 (1991), no. 3, 275-296. [3] Ambrosetti, A.; Prodi, G. On the inversion of some differentiable mappings with singularities between Banach spaces. Ann. Mat. Pura Appl. (4) 93 (1972), 231-246. [4] Adimurthi; Yadava, S. L. 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