Samuel Oliveira de Almeida
Soluções para problemas elípticos envolvendo o
expoente crítico de Sobolev
Brasil
Abril de 2013
Samuel Oliveira de Almeida
Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente
crítico de Sobolev
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Matemática, área de concentração : Equações Diferenciais Parciais, da
Universidade Federal de Juiz de Fora, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre.
Universidade Federal de Juiz de Fora
Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática
Programa de Pós-Graduação
Orientador: Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira - (UFJF)
Brasil
Abril de 2013
Samuel Oliveira de Almeida
Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente crítico de Sobolev/
Samuel Oliveira de Almeida. – Brasil, Abril de 201369 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira - (UFJF)
Dissertação – Universidade Federal de Juiz de Fora
Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática
Programa de Pós-Graduação, Abril de 2013.
1. Problema do tipo Ambrosetti-Prodi. 2. Expoente crítico de Sobolev. 3.
Problema Neumann. 4. Fronteira mista. 5. Métodos variacionais.
CDU 02:141:005.7
Samuel Oliveira de Almeida
Soluções para problemas elípticos envolvendo o expoente
crítico de Sobolev
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Matemática, área de concentração : Equações Diferenciais Parciais, da
Universidade Federal de Juiz de Fora, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre.
Trabalho aprovado. Brasil, 24 de novembro de 2012:
Prof. Dr. Fábio Rodrigues Pereira (UFJF)
Orientador
Professor
Convidado 1
Professor
Convidado 2
Brasil
Abril de 2013
Dedico este trabalho a meu pai Silvério, minha mãe Maria de Lourdes, meus irmãos
Sonimar, Selmar e Cristiano, meus sobrinhos Sara, Luana, Ana Clara, Arthur e a
minha noiva Monalisa.
AMO VOCÊS.
Agradecimentos
À Deus, por permitir mais essa conquista.
Aos meus familiares e a minha noiva Monalisa, que sempre me deram amor e força
para poder continuar, valorizando meus potenciais.
Ao meu orientador, professor Fábio Rodrigues Pereira, pela atenção e dedicação
com que me orientou.
À coordenação do mestrado em matemática da UFJF juntamente com todos os
professores do programa.
À professora Flaviana Andréa Ribeiro por me incentivar a continuar os estudos.
Aos professores Olímpio Hiroshi Miyagaki e Ederson Moreira dos Santos por terem
aceito o convite para participar da minha Banca.
Aos meus amigos de mestrado, pelas proveitosas discussões e pela ótima companhia.
À todos meus amigos, que souberam entender o motivo de minha ausência.
À CAPES, pelo apoio financeiro, sem o qual este trabalho não seria possível.
Resumo
Neste trabalho estudamos a existência de soluções para problemas elípticos
envolvendo o expoente crítico de Sobolev.
Primeiramente, investigamos a existência de soluções para um problema
superlinear do tipo Ambrosetti-Prodi com ressonância em πœ†1 , onde πœ†1 é o primeiro
autovalor de (βˆ’Ξ”, 𝐻01 (Ξ©)).
Além disso, estudamos resultados de multiplicidade para uma classe de equações elípticas críticas relacionadas com o problema de Brézis-Nirenberg, com condição de contorno de Neumann sobre a bola.
Palavras-chave: Problema do tipo Ambrosetti-Prodi, expoente crítico de
Sobolev, problema Neumann, fronteira mista, métodos variacionais.
Abstract
In this work we study the existence of solutions for elliptic problems involving critical Sobolev exponent.
Firstly we investigate the existence of solutions for an Ambrosetti-Prodi
type superlinear problem with resonance at πœ†1 , where πœ†1 is the first eigenvalue of
(βˆ’Ξ”, 𝐻01 (Ξ©)).
Besides, we study multiplicity results for a class of critical elliptic equations
related to the Brézis-Nirenberg problem with Neumann boundary condition on a
ball.
Key Words: Ambrosetti-Prodi type problem; critical Sobolev exponent,
Neumann problem, mixed boundary, variational methods.
Lista de ilustrações
Figura 1 – Setor angular π΄π‘š . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 2 – Regiões de integração do setor π΄π‘š . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 3 – β€œColagem” da solução do setor 𝐴2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 4 – Funcional 𝑓 em uma determinada vizinhança . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 5 – Teorema da Função Implicita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Índice de notações
Ξ© é um domínio limitado no R𝑛 .
Ξ© é o fecho de Ξ©.
πœ•Ξ© é a fronteira de Ξ©.
𝐴𝑐 o complemetar do conjunto 𝐴.
π‘šπ‘’π‘‘ 𝐴 é a medida de Lebesgue de um subconjunto 𝐴 de R𝑛 .
𝐢 π‘˜ (Ξ©) = {𝑒 : Ξ© β†’ R; 𝑒 é continuamente k vezes diferenciável}.
πΆπ‘π‘˜ (Ξ©) = {𝑒 ∈ 𝐢 π‘˜ (Ξ©); 𝑠𝑒𝑝𝑝(𝑒) é compacto}.
𝐿𝑝 (Ξ©) = {𝑒 : Ξ© β†’ R; 𝑒 é mensurável e ‖𝑒‖𝑝 < ∞}.
⎞1
βŽ›
‖𝑒‖𝑝 =
∫︁
⎝
𝑝
𝑝
|𝑒|
𝑑π‘₯⎠
.
Ξ©
βŸ¨π‘’, π‘£βŸ©2 =
βˆ«οΈ€
Ξ©
𝑒𝑣 𝑑π‘₯, βˆ€π‘’, 𝑣 ∈ 𝐿2 (Ξ©).
𝐿∞ (Ξ©) = {𝑒 : Ξ© β†’ R; 𝑒 é mensurável e β€–π‘’β€–βˆž < ∞}.
β€–π‘’β€–βˆž = inf{π‘Ž β‰₯ 0; |{π‘₯ ∈ Ξ©; |𝑒(π‘₯)| > π‘Ž}| = 0}.
π‘Š π‘š,𝑝 (Ξ©) = {𝑒 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©); 𝐷𝛼 𝑒 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©), βˆ€π›Ό, |𝛼| ≀ π‘š} .
𝐻 1 (Ξ©) = π‘Š 1,2 (Ξ©).
π’Ÿ1,𝑝 (R𝑁 ) denota o completamento do espaço 𝐢0∞ (R𝑁 ) em relação a norma
β€–π‘’β€–π’Ÿ1,𝑝 (R𝑁 ) =
(οΈ‚βˆ«οΈ
R𝑁
𝑝
|βˆ‡π‘’| 𝑑π‘₯
)οΈ‚ 1
𝑝
,
onde 1 ≀ 𝑝 < 𝑁 , com 𝑁 β‰₯ 2.
𝑝* =
𝑝𝑁
𝑁 βˆ’π‘
expoente crítico de Sobolev com respeito à imersão de Sobolev
*
π’Ÿ1,𝑝 (R𝑁 ) Λ“β†’ 𝐿𝑝 (R𝑁 ).
πœ•π‘’ πœ•π‘’
πœ•π‘’
βˆ‡π‘’ = ( πœ•π‘₯
,
, . . . , πœ•π‘₯
).
𝑛
1 πœ•π‘₯2
Δ𝑒 =
βˆ‘οΈ€π‘›
𝑖=1
πœ• 2𝑒
.
πœ•π‘₯2𝑖
πœ•
é a derivada normal exterior a πœ•Ξ©.
πœ•πœ‚
q.t.p
quase todo ponto (a menos de um conjunto de medida de Lebesgue nula).
𝑋 Λ“β†’ π‘Œ imersão contínua de 𝑋 em π‘Œ.
𝑒+ = max{0, 𝑒} parte positiva de 𝑒.
π‘’βˆ’ = min{0, 𝑒} parte negativa de 𝑒.
𝑓 = 𝑂(𝑔) quando π‘₯ β†’ π‘₯0 , significa que βˆƒ 𝐢 ∈ R talque |𝑓 (π‘₯)| ≀ 𝐢|𝑔(π‘₯)|, βˆ€π‘₯
suficientemente próximo de π‘₯0 .
𝑓 = π‘œ(𝑔) quando π‘₯ β†’ π‘₯0 , significa que π‘₯β†’π‘₯
lim
0
π΅π‘Ÿ (π‘Ž) Bola de centro em π‘Ž e raio π‘Ÿ.
|𝑓 (π‘₯)|
= 0.
|𝑔(π‘₯)|
Sumário
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 Operador de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 Resultados da Análise Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3
Solução para um Problema Ressonante do tipo Ambrosetti-Prodi .
3.1 Apresentação do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2 Resultados Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3 Prova do Teorema Principal do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . .
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21
21
23
31
4
Infinitas Soluções para um Problema
Crítico com a Condição de Neumann na
4.1 Apresentação do Problema . . . . . .
4.2 Solução para o Problema Auxiliar . .
4.3 Solução para o Problema Crítico . . .
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35
35
37
48
Fronteira
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. . . . . . . . . . .
Apêndices
50
APÊNDICE A Resultados Gerais do
Capítulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.1 Teorema da Função Implícita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.2 Princípio Variacional de Ekeland . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.3 Fórmulas de Green e Resultados de Medida . . . . . . . . . . . . .
APÊNDICE B Resultados Gerais do
Capítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
B.1 Algumas Funções Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
B.2 Multiplicadores de Lagrange, Identidade de Pohozaev e
Desigualdade de Cherrier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
B.3 Resultados Importantes Sobre as integrais em π΄π‘š , π΅π‘š , e Ξ£π‘š . . .
APÊNDICE C Princípios de Máximo
C.1 Introdução . . . . . . . . . . . .
C.2 Princípios de Máximo Fraco . .
C.3 Princípios de Máximo Forte . .
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51
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61
61
61
62
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
13
1 Introdução
Métodos Variacionais é uma das principais ferramentas utilizadas para atacar problemas na teoria das equações diferenciais ordinárias e parciais não lineares. A ideia central
é a formulação de um problema variacional equivalente, em certo sentido, ao problema de
equação diferencial. O problema variacional consiste na obtenção de pontos críticos para
um funcional 𝐼 associado, tal que a equação de Euler-Lagrange seja o problema proposto.
É interessante observar, que o problema de minimização de funcionais é o objetivo
central do Cálculo das Variações Clássico, e que em seu estudo, equações diferenciais aparecem de modo natural como condições suficientes que a função que minimiza o funcional
deve satisfazer. Assim, no Cálculo das Variações Clássico, a questão de minimização de
um funcional é reduzida ao estudo de um problema na teoria das Equações Diferenciais.
O Método Direto do Cálculo das Variações surgiu em meados do século XIX, e
consiste em estudar diretamente o funcional e procurar obter seu mínimo (ou um ponto
crítico) sem fazer apelo à sua equação diferencial.
Neste trabalho aplicamos o Método Direto para encontrar soluções de equações
diferenciais parciais. Dividiremos este trabalho em 4 Capítulos.
No Capítulo 1, tratatamos de uma breve introdução histórica dos problemas trabalhados nesta dissertação.
No Capítulo 2, apresentaremos o problema de autovalor para o operador Laplaciano e alguns resultados relacionados a Análise Funcional. Estes resultados fornecerão
uma base teórica para os capítulos posteriores.
Nos Capítulo 3 e 4 (baseados em [18] e [16] respectivamente), consideramos dois
problemas com não-linearidade envolvendo o expoente crítico de Sobolev. A principal
*
dificuldade em lidar com esse tipo de problema é que a imersão de 𝐻01 (Ξ©) em 𝐿2 (Ξ©),
2𝑁
, não é compacta.
onde 2* =
𝑁 βˆ’2
O objetivo deste trabalho é usar versões mais gerais em espaços de dimensão
infinita de Teoremas do Cálculo Diferencial bem conhecidos pelos alunos dos cursos básicos
de graduação, a saber: o Teorema da Função Implícita e o Teorema dos Multiplicadores de
Lagrange, e provar resultados de existência de soluções para equações elípticas envolvendo
o expoente crítico de Sobolev.
O Capítulo 3 trata-se de um dos problemas encontrados no artigo β€œCritical Superlinear Ambrosetti-Prodi Problems” de D.G. de Figueiredo e Y. Jianfu [18] e considera o
14
seguinte problema ressonante e crítico.
(𝐹 𝐽)
⎧
⎨
*
βˆ’Ξ”π‘’ = πœ†1 𝑒 + 𝑒2+ βˆ’1 + 𝑓
⎩ 𝑒
= 0
sobre πœ•Ξ©,
em
Ξ©,
2𝑁
, com 𝑁 β‰₯ 3 é o expoente crítico de Sobolev, πœ†1 é o primeiro autovalor
(𝑁 βˆ’ 2)
de (βˆ’Ξ”, 𝐻01 ) e 𝑒+ = max{𝑒, 0} é a parte positiva de 𝑒.
onde 2* =
Os autores mostraram que se ‖𝑓 β€–2 é suficientemente pequena, o problema (𝐹 𝐽)
possui pelo menos uma solução não-trivial. Entre as técnicas utilizadas nas provas dos
resultados, destaca-se a de minimização utilizando o Teorema da Função Implícita.
Esse problema pertence a uma classe que é conhecida como problemas do tipo
Ambrosetti-Prodi. Problemas desse tipo surgiram a partir da década de 70, quando A.
Ambrosetti e G. Prodi estudaram uma classe de problemas dados por
⎧
⎨
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑔(π‘₯, 𝑒) + 𝑓 (π‘₯) em Ξ©,
⎩
𝑒 = 0 sobre πœ•Ξ©,
(𝐴𝑃 )
onde Ξ© é um domínio limitado suave de R𝑁 , e caracteriza-se por determinar funções 𝑓 , de
modo que a equação (𝐴𝑃 ) tenha ou não solução. No trabalho β€œOn the inversion of some
differential mappings with singularities between Banach Spaces” de A. Ambrosetti e G.
Prodi [5], os autores consideraram a função 𝑔 : R β†’ R sendo de classe 𝐢 2 , satisfazendo
𝑔 β€²β€² (𝑠) > 0 para todo 𝑠 ∈ R e 0 < lim 𝑔 β€² (𝑠) < πœ†1 < lim 𝑔 β€² (𝑠) < πœ†2 , onde πœ†1 e πœ†2
π‘ β†’βˆ’βˆž
𝑠→+∞
são o primeiro e segundo autovalor de (βˆ’Ξ”, 𝐻01 (Ξ©)) . Eles provaram a existência de uma
variedade fechada e conexa 𝑀 em 𝐢 0,𝛼 (Ξ©) (0 < 𝛼 < 1) de classe 𝐢 1 que divide o espaço
em dois conjuntos disjuntos abertos 𝑆1 e 𝑆2 de maneira que:
(I) Se 𝑓 ∈ 𝑆1 , o problema (𝐴𝑃 ) não tem solução.
(II) Se 𝑓 ∈ 𝑀 , o problema (𝐴𝑃 ) tem solução única.
(III) Se 𝑓 ∈ 𝑆2 , o problema (𝐴𝑃 ) tem exatamente duas soluções.
Posteriormente, M. S. Berger e E. Podolak [7] deram uma grande contribuição no
estudo desses problemas, dando uma estrutura cartesiana para a variedade M em espaços
de Hilbert. Eles decompuseram as funções 𝑓 ∈ 𝐢 0,𝛼 (Ξ©) na forma 𝑓 = π‘‘πœ™1 + 𝑓1 , onde πœ™1
é uma autofunção normalizada em 𝐿2 associada ao autovalor πœ†1 e 𝑓1 ∈ (π‘ π‘π‘Žπ‘› πœ™1 )βŠ₯ (no
sentido 𝐿2 ) e reescreveram o problema (𝐴𝑃 ) na seguinte forma:
(𝐡𝑃 )
⎧
⎨
⎩
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑔(π‘₯, 𝑒) + π‘‘πœ™1 + 𝑓1 (π‘₯) em Ξ©,
𝑒 = 0 sobre πœ•Ξ©.
15
Portanto, para cada 𝑓1 com a propriedade acima, os autores mostraram a existência
de um número real π‘Ÿ = π‘Ÿ(𝑓1 ) tal que:
(a) Se 𝑑 > π‘Ÿ, o problema (𝐡𝑃 ) não tem solução (isto é, 𝑓 ∈ 𝑆1 ).
(b) Se 𝑑 = π‘Ÿ, o problema (𝐡𝑃 ) tem solução única (isto é, 𝑓 ∈ 𝑀 ).
(c) Se 𝑑 < π‘Ÿ, o problema (𝐡𝑃 ) tem exatamente duas soluções (isto é 𝑓 ∈ 𝑆2 ).
O problema (𝐴𝑃 ) leva o nome de ressonante quando um dos limites
𝑔(𝑠)
π‘ β†’βˆ’βˆž 𝑠
π‘”βˆ’ = lim
𝑔(𝑠)
,
π‘ β†’βˆž 𝑠
ou 𝑔+ = lim
é igual a um autovalor, em nosso caso, π‘”βˆ’ = πœ†1 .
Gostaria de remeter ao leitor, a uma referência recente sobre o problema do tipo
Ambrosetti-Prodi, feito por F.O. de Paiva e M. Montenegro no trabalho β€œAn AmbrosettiProdi type result for quasilinear Neumann problem”, ver [20]. Os autores estudaram o
problema
⎧
βŽͺ
⎨ βˆ’Ξ”π‘ 𝑒 = 𝑓 (π‘₯, 𝑒) + 𝑑 em Ξ©,
πœ•π‘’
βŽͺ
= 0 sobre πœ•Ξ©.
⎩ |βˆ‡π‘’|
πœ•πœ‚
Onde Ξ© βŠ‚ R𝑁 é um domínio limitado com πœ•Ξ© suave, t um parâmetro real e 𝑓 está
relacionada as condições de Ambrosetti-Prodi.
Eles provaram que existe 𝑑0 de modo que o problema acima não possui solução se
𝑑 > 𝑑0 . Se 𝑑 ≀ 𝑑0 existe pelo menos uma solução minima, e se 𝑑 < 0 existem, pelo menos
duas soluções distintas.
O Capítulo 4 é baseado no trabalho de C. Comte - M. Knapp [16], e trata do
seguinte problema elíptico crítico com condição de Neumann na fronteira:
(𝑃2 )
⎧
βŽͺ
⎨
βˆ’Ξ”π‘’ = |𝑒|π‘βˆ’1 𝑒 + πœ†π‘’
πœ•π‘’
βŽͺ
=0
⎩
πœ•πœ‚
em B,
sobre πœ•B,
𝑁 +2
. O teorema principal
𝑁 βˆ’2
desse capítulo mostra que para cada πœ† ∈ R, o problema (𝑃2 ) possui infinitas soluções.
onde B é uma bola unitária em R𝑁 , com 𝑁 β‰₯ 4, πœ† ∈ R e 𝑝 =
Em [16], os autores também garantiram que para cada domínio limitado Ξ© em R3 ,
simétrico com respeito a um plano, existe uma constante πœ‡ > 0 de modo que para cada
πœ†
< πœ‡ esse problema)οΈ‚possui pelo menos uma solução não trivial. Para o caso subcrítico
(οΈ‚
𝑁 +2
quando 𝑝 <
, este problema foi estudado por Lin-Ni [26] e Lin-Ni-Takagi [27].
𝑁 βˆ’2
Quando Ξ© é uma bola, soluções radialmente simétricas foram obtidas por Ni [30] para o
16
𝑁 +2
e por Adimurthi-Yadava [4], Budd-Knapp-Peletier [12] e Knapp [24] para
𝑁 βˆ’2
𝑁 +2
𝑝=
. Problemas envolvendo expoente crítico de Sobolev podem ser visto com mais
𝑁 βˆ’2
detalhes no livro [35]
caso 𝑝 <
É importante notar que para esse tipo de problema, resultados distintos são obtidos
se trocarmos a condição de Neumann pela condição de Dirichlet, isto é, se substituirmos
πœ•π‘’
= 0 por 𝑒 = 0 sobre πœ•Ξ©.
πœ•πœ‚
A identidade de Pohozaev (ver apêndice B, Teorema B.5) nos diz, que se Ξ© é um domínio
estrelado, então não existe solução se πœ† ≀ 0 (ver [31]). Para o problema de Neumann, a
identidade de Pohozaev torna-se
∫︁
Ξ©
1 ∫︁
𝑒 𝑑π‘₯ =
2
2
Ξ©
(οΈ‚
𝑁 βˆ’ 2 𝑁2π‘βˆ’2
|𝑒|
+ πœ†π‘’2 βˆ’ |βˆ‡π‘’|2 (π‘₯, 𝑛) 𝑑π‘₯
𝑁
)οΈ‚
e assim, não podemos garantir a não existência de solução para esse caso como para o
problema de Dirichlet. Outras questões de existência de soluções para equações elípticas
envolvendo condições de Neumann são tratadas em [1] e [13].
A técnica utilizada ao longo deste capítulo, é a técnica de minimização via Teorema
de Multiplicadores de Lagrange.
17
2 Resultados Preliminares
Neste capítulo serão apresentados alguns resultados utilizados neste trabalho.
2.1 Operador de Laplace
Um pouco da História
No Cálculo Diferencial, o operador de Laplace ou Laplaciano, é um operador diferencial elíptico de segunda ordem denotado por Ξ”. O operador recebeu esse nome em
reconhecimento a Pierre Simon Laplace que estudou soluções de equações diferenciais
parciais nas quais aparece esse tipo de operador.
Aplicações do Laplaciano
Em Física, o Laplaciano aparece em vários contextos como a teoria do potencial,
propagação de ondas, condução de calor, distribuição de tensões em um sólido deformável,
mas de todas essas situações destaca-se também na eletrostática e na mecânica quântica.
Em eletrostática, o operador de Laplace aparece na equação de Laplace e na equação de
Poisson, enquanto na mecânica quântica o Laplaciano da função de onda de uma partícula
fornece a energia cinética do mesmo. Em matemática, as funções em que o Laplaciano se
anula em um determinado domínio, são chamadas funções harmônicas. Estas funções têm
importância excepcional na teoria de funções complexas.
O Problema de Autovalor para o Laplaciano (ver [8])
Seja Ξ© βŠ‚ R𝑛 um aberto limitado. O problema de autovalor para o Laplaciano
consiste em encontrar os valores πœ† tais que
(𝐿)
βˆ’ Δ𝑒 = πœ†π‘’
∈ Ω,
admite soluções não triviais, com a condição de fronteira de Dirichlet ou Neumann.
O problema é tradicionalmente escrito nesta forma, com o sinal negativo multiplicando o Laplaciano, porque assim todos os autovalores são não-negativos. No caso do
problema de Dirichlet, este fato segue imediatamente do princípio do máximo (ver apêndice C). Por outro lado, zero é um autovalor no problema de Neumann, pois as funções
constantes são autofunções associadas a este.
18
O Espectro do Laplaciano (ver [8])
Para o problema de Dirichlet, o espaço natural para aplicar o método variacional
é 𝐻01 (Ξ©), enquanto que para o problema de Neumann trabalharemos em 𝐻 1 (Ξ©). Examinaremos primeiro o problema de autovalor do Laplaciano para condição de fronteira de
Dirichlet.
Teorema 2.1 (ver [8])
Seja Ξ© βŠ‚ R𝑁 um aberto limitado. Então o problema de autovalor
βˆ’Ξ”π‘’ = πœ†π‘’
em
Ξ©, 𝑒 ∈ 𝐻01 (Ξ©)
possui um número infinito enumerável de autovalores
0 < πœ†1 < πœ†2 ≀ ... ≀ πœ†π‘— ≀ ...
tais que
πœ†π‘— β†’ +∞
e as autofunções {πœ™π‘— } constituem um sistema ortogonal completo para 𝐿2 (Ξ©), isto é,
𝑣=
∞
βˆ‘οΈ
𝛼𝑖 πœ™π‘– ,
para todo
𝑣 ∈ 𝐿2 (Ξ©).
𝑖=1
Em particular
‖𝑣‖22 =
∞
βˆ‘οΈ
βŸ¨π‘£, πœ™π‘– ⟩2𝐿2 (Ξ©) .
𝑖=1
Além disso para todo 𝑣 ∈
𝐻01 (Ω)
vale
β€–βˆ‡π‘£β€–22
=
∞
βˆ‘οΈ
πœ†π‘– βŸ¨π‘£, πœ™π‘– ⟩2𝐿2 (Ξ©) .
𝑖=1
A versão do teorema acima para o problema de autovalor do Laplaciano para
condição de fronteira de Neumann, garante que os autovalores possuem o seguinte comportamento.
̃︁ ≀ πœ†
̃︁ ≀ πœ†
̃︁ ≀ ... ≀ πœ†
̃︁ ≀ ...
0=πœ†
0
1
2
𝑗
e as autofunções {πœ“π‘— } que satisfazem
tais que
̃︁ β†’ +∞
πœ†
𝑗
πœ•π‘’
= 0 sobre πœ•Ξ© constituem um sistema ortogonal
πœ•πœ‚
completo para 𝐿2 (Ω).
Teorema 2.2 (ver [8])
Seja Ξ© um conjunto aberto limitado e conexo. Então o problema de autovalor
βˆ’Ξ”π‘’ = πœ†1 𝑒 em Ξ©,
𝑒 = 0 sobre πœ•Ξ©,
possui uma solução positiva πœ™1 > 0 (primeira autofunção) em Ξ©. Além disso, qualquer
outra autofunção associada a πœ†1 é múltipla de πœ™1 .
19
2.2 Resultados da Análise Funcional
Apresentaremos agora resultados importantes da Análise Funcional que nos auxiliarão nos Capítulos 3 e 4.
Definição 2.3 Seja 𝑝 ∈ R com 1 < 𝑝 < ∞; Definimos
𝐿𝑝 (Ξ©) = {𝑓 : Ξ© β†’ R; f é mensurável e |𝑓 |𝑝 ∈ 𝐿1 (Ξ©)}
com
‖𝑓 ‖𝐿𝑝 = ‖𝑓 ‖𝑝 =
[οΈ‚βˆ«οΈ
|𝑓 |𝑝 𝑑π‘₯
]οΈ‚1/𝑝
.
Ξ©
Definição 2.4 Definimos
𝐿∞ (Ξ©) = {𝑓 : Ξ© β†’ R; f é mensurável e existe uma constante C
tal que |𝑓 (π‘₯)| < 𝐢 quase sempre em Ξ©.}
com
‖𝑓 β€–πΏβˆž = ‖𝑓 β€–βˆž = inf{𝐢; |𝑓 (π‘₯)| < 𝐢 quase sempre em Ξ©}.
Definição 2.5 (Espaço de Sobolev)
π‘Š π‘š,𝑝 (Ξ©) = {𝑒 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©); 𝐷𝛼 𝑒 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©), βˆ€π›Ό, |𝛼| ≀ π‘š} ,
onde 𝐷𝛼 𝑒 é definida pela seguinte relação:
∫︁
𝐷𝛼 𝑒(π‘₯)πœ™(π‘₯)𝑑π‘₯ = (βˆ’1)|𝛼|
Ξ©
∫︁
Ξ©
𝑒(π‘₯)𝐷𝛼 πœ™(π‘₯)𝑑π‘₯, βˆ€πœ™ ∈ 𝐢0∞ (Ξ©).
⎞1
βŽ›
Para 1 ≀ 𝑝 < ∞ definiremos a seguinte norma, β€–π‘’β€–π‘Š π‘š,𝑝 =
βˆ‘οΈ ∫︁
⎝
|𝛼|β‰€π‘š
Ξ©
𝑝
𝛼
𝑝
|𝐷 𝑒|
𝑑π‘₯⎠
. To-
mando π‘š = 1 e 𝑝 = 2 temos que, 𝐻01 (Ξ©) = π‘Š01,2 (Ξ©) e a seguinte norma equivalente
‖𝑒‖𝐻 1 =
0
(οΈ‚βˆ«οΈ
2
|βˆ‡π‘’| 𝑑π‘₯
)οΈ‚ 1
2
.
Ξ©
Teorema 2.6 (Rellich-Kondrashov) (ver [29])
Seja Ξ© um domínio limitado e aberto, com fronteira suave em 𝐼𝑅𝑁 . Então as
seguintes imersões são compactas:
(a) π‘Š 1,𝑝 (Ξ©) β†’ πΏπ‘ž (Ξ©) para 𝑝 < 𝑁 e 1 ≀ π‘ž < 𝑝* :=
𝑁𝑝
;
𝑁 βˆ’π‘
(b) π‘Š 1,𝑁 (Ξ©) β†’ πΏπ‘ž (Ξ©) para 1 ≀ π‘ž < ∞ (aqui temos 𝑝 = 𝑁 );
(c) π‘Š 1,𝑝 (Ξ©) β†’ 𝐢(Ξ©) para 𝑝 > 𝑁 .
20
Teorema 2.7 (Desigualdade de Hölder) (ver [29])
1 1
Sejam 1 < 𝑝 < ∞ e 1 < π‘ž < ∞, tais que, + = 1. Se 𝑓 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©) e 𝑔 ∈ πΏπ‘ž (Ξ©),
𝑝 π‘ž
∫︁
1
então 𝑓 𝑔 ∈ 𝐿 (Ξ©) e
|𝑓 𝑔| 𝑑π‘₯ ≀ ‖𝑓 ‖𝐿𝑝 β€–π‘”β€–πΏπ‘ž .
Ξ©
Teorema 2.8 (ver [29])
Suponha que Ξ© βŠ‚ 𝐼𝑅𝑁 (𝑁 β‰₯ 1) é um conjunto limitado e 1 ≀ 𝑝 ≀ π‘ž. Se 𝑒 ∈ πΏπ‘ž (Ξ©),
então 𝑒 ∈ 𝐿𝑝 (Ξ©), além disso, a imersão πΏπ‘ž (Ξ©) Λ“β†’ 𝐿𝑝 (Ξ©) é contínua.
Teorema 2.9 (ver [29])
Seja Ξ© βŠ‚ 𝐼𝑅𝑛 um domínio limitado e aberto, com fronteira suave. Então temos as
seguintes imersões contínuas:
*
(a) π‘Š 1,𝑝 (Ξ©) Λ“β†’ 𝐿𝑝 , para 1 ≀ 𝑝 < 𝑁 , onde 𝑝* =
𝑁𝑝
;
𝑁 βˆ’π‘
(b) π‘Š 1,𝑁 (Ξ©) Λ“β†’ πΏπ‘ž (Ξ©) para 1 ≀ π‘ž < ∞ (aqui nós temos 𝑝 = 𝑁 );
(c) π‘Š 1,𝑝 (Ξ©) Λ“β†’ 𝐿∞ (Ξ©) para 𝑝 > 𝑛.
No caso 𝑝 = 𝑁 não é verdade em geral que π‘Š 1,𝑁 (Ξ©) Λ“β†’ 𝐿∞ (Ξ©).
√︁
Exemplo 2.10 Seja Ξ© = 𝐡 1 (0) βŠ‚ 𝐼𝑅2 , π‘Ÿ = |π‘₯| = π‘₯21 + π‘₯22 e 𝑒(π‘₯) = log(log 2π‘Ÿ ), βˆ€π‘₯ ∈
2
Ξ© βˆ’ {0} . Então 𝑒 ∈ 𝐻 1 (Ξ©), porém 𝑒 ∈
/ 𝐿∞ (Ξ©) (ver[8], exemplo 7, página 173).
Teorema 2.11 (Desigualdade de Poincaré) (ver [29]) Sejam Ξ© um domínio aberto e
limitado de 𝐼𝑅𝑁 e 𝑝 ∈ [1, ∞]. Então existe uma constante 𝐢 = 𝐢(Ξ©, 𝑝) > 0, tal que, para
todo 𝑒 ∈ π‘Š01,𝑝 (Ξ©) temos ‖𝑒‖𝐿𝑝 ≀ 𝐢 β€–βˆ‡π‘’β€–πΏπ‘ .
Lema 2.12 (Brézis-Lieb) (ver [36])
Sejam Ξ© βŠ‚ 𝐼𝑅𝑁 subconjunto aberto e 𝑓𝑛 βŠ‚ 𝐿𝑝 (Ξ©) em que 1 ≀ 𝑝 < ∞. Suponhamos
que
(i) (𝑓𝑛 ) seja limitada em 𝐿𝑝 (Ξ©) e
(ii) 𝑓𝑛 β†’ 𝑓 q.t.p em Ξ©.
Então,
[︁
]︁
lim ‖𝑓𝑛 ‖𝑝𝑝 βˆ’ ‖𝑓𝑛 βˆ’ 𝑓 ‖𝑝𝑝 = ‖𝑓 ‖𝑝𝑝 .
π‘›β†’βˆž
21
3 Solução para um Problema Ressonante do
tipo Ambrosetti-Prodi
3.1 Apresentação do Problema
Neste capítulo mostraremos alguns dos resultados provados por D.G de Figueiredo
e Y. Jianfu (ver [18]). O problema estudado, trata-se de uma equação diferencial parcial
elíptica de segunda ordem com ressonância em πœ†1 e condição de Dirichlet homogênea na
fronteira, envolvendo o expoente crítico de Sobolev. Utilizando Métodos Variacionais e
versões mais gerais de Teoremas do Cálculo Diferencial, garantimos a existência de pelo
menos uma solução para o seguinte problema:
⎧
⎨
*
βˆ’Ξ”π‘’ = πœ†1 𝑒 + 𝑒2+ βˆ’1 + 𝑓
⎩
𝑒 = 0
sobre πœ•Ξ©,
em
Ξ©,
(3.1)
2𝑁
com 𝑁 β‰₯ 3, é o expoente crítico de Sobolev, πœ†1 é o primeiro autovalor
𝑁 βˆ’2
associado a (βˆ’Ξ”, 𝐻01 (Ξ©)) e 𝑓 ∈ 𝐿2 (Ξ©).
onde 2* =
Dada uma função 𝑓 ∈ 𝐿2 (Ξ©) não nula, uma condição necessária para a solubilidade
do problema (3.1) é que a seguinte condição seja satisfeita:
∫︁
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ < 0,
(3.2)
Ξ©
onde πœ™1 é a primeira autofunção associada ao autovalor πœ†1 .
De fato, essa condição é facilmente verificada, pois se multiplicarmos (3.1) por πœ™1
e integrarmos, obtemos que
∫︁
Ξ©
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ = βˆ’
∫︁
*
𝑒2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯ < 0,
Ξ©
e temos o resultado desejado.
Abaixo enunciaremos o Teorema principal deste Capítulo que estabelece pelo menos uma solução para o problema (3.1)
Teorema 3.1 Suponha que a condição (3.2) seja satisfeita, e que ‖𝑓 β€–2 seja suficientemente pequena (satisfazendo a condição (3.17) que será obtida posteriormente), então o
problema (3.1) possui pelo menos uma solução não nula.
22
A fim de encontrar uma solução para esse problema inicial, buscaremos pontos críticos
para o seguinte funcional de Euler-Lagrange associado ao problema (3.1), 𝐼 : 𝐻01 (Ξ©) β†’ R,
dado por
∫︁
1 ∫︁ *
1 ∫︁
[|βˆ‡π‘’|2 βˆ’ πœ†1 𝑒2 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ * 𝑒2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 𝑒 𝑑π‘₯.
𝐼(𝑒) =
2
2
Ξ©
Ξ©
Ξ©
De agora em diante, denotaremos o espaço de Hilbert 𝐻01 (Ξ©), por 𝐸 e consideraremos a sua decomposição em soma direta da seguinte forma: 𝑒 ∈ 𝐸 = 𝐸 βˆ’ βŠ• 𝐸 + ,
onde 𝐸 βˆ’ = π‘ π‘π‘Žπ‘›{πœ™1 } e 𝐸 + = (𝐸 βˆ’ )βŠ₯ .
Assim para cada 𝑒 ∈ 𝐸 = 𝐸 βˆ’ βŠ• 𝐸 + , existe um 𝑑 ∈ R e 𝑣 ∈ 𝐸 + de modo que
𝑒 = π‘‘πœ™1 + 𝑣. Portanto, substituindo essa decomposição no Funcional 𝐼, obtemos que
𝐼(𝑒) =
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
[|βˆ‡(π‘‘πœ™1 + 𝑣)|2 βˆ’ πœ†1 (π‘‘πœ™1 + 𝑣)2 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣 + π‘‘πœ™1 )𝑑π‘₯.
2
2
Ξ©
Ξ©
Ξ©
Observemos que a primeira integral pode ser escrita da seguinte maneira,
∫︁
2
2
[|βˆ‡(π‘‘πœ™1 + 𝑣)| βˆ’ πœ†1 (π‘‘πœ™1 + 𝑣) ] 𝑑π‘₯ = 𝑑
Ξ©
2
∫︁
Ξ©
βˆ’ 𝑑2 πœ†1
∫︁
2
|βˆ‡πœ™1 | 𝑑π‘₯ + 2𝑑
∫︁
πœ™21 𝑑π‘₯ βˆ’ 2π‘‘πœ†1
Ξ©
Ω∫︁
βˆ‡πœ™1 βˆ‡π‘£ 𝑑π‘₯ +
πœ™1 𝑣 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†1
Ξ©
∫︁
∫︁Ω
|βˆ‡π‘£|2 𝑑π‘₯
𝑣 2 𝑑π‘₯,
Ξ©
e utilizando o fato de πœ™1 βŠ₯𝑣 em 𝐿2 (Ξ©), obtemos que:
∫︁
2
2
2
[|(βˆ‡π‘‘πœ™1 + 𝑣)| βˆ’ πœ†1 (π‘‘πœ™1 + 𝑣) ] 𝑑π‘₯ = 𝑑
Ξ©
∫︁
Ξ©
2
βˆ’ 𝑑 πœ†1
2
|βˆ‡πœ™1 | 𝑑π‘₯ +
∫︁
πœ™21
∫︁
Ω∫︁
𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†1
Ξ©
|βˆ‡π‘£|2 𝑑π‘₯
𝑣 2 𝑑π‘₯,
Ξ©
agora usando o fato de que βˆ’Ξ”πœ™1 = πœ†1 πœ™1 , e as Fórmulas de Green (ver apêndice A,
Teorema A.4),
∫︁
2
2
[|βˆ‡(π‘‘πœ™1 + 𝑣)| βˆ’ πœ†1 (π‘‘πœ™1 + 𝑣) ] 𝑑π‘₯ =
Ξ©
∫︁
2
|βˆ‡π‘£| 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†1
Ξ©
∫︁
𝑣 2 𝑑π‘₯.
Ξ©
Desta forma o funcional 𝐼 associado a (3.1) pode ser reescrito como
𝐼(𝑒) =
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
[|βˆ‡π‘£|2 βˆ’ πœ†1 𝑣 2 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣 + π‘‘πœ™1 )𝑑π‘₯,
2
2
Ξ©
onde 𝑒 = 𝑣 + π‘‘πœ™1 e 𝑑 =
Ξ©
∫︁
Ξ©
π‘’πœ™1 𝑑π‘₯.
Ξ©
23
3.2 Resultados Auxiliares
Feitas estas considerações iniciais, enunciaremos e provaremos alguns resultados
auxiliares.
Lema 3.2 Seja {πœ™π‘— } a sequência das autofunções ortonormais em 𝐿2 (Ξ©) do problema (𝐿),
sob as condições de contorno de Dirichlet, associadas aos autovalores πœ†π‘— de maneira que
para algum π‘˜ ∈ N tenhamos πœ†π‘˜ < πœ† < πœ†π‘˜+1 . Definindo 𝐻01 = π‘Š βŠ•π‘‹, onde π‘Š = [πœ™1 , ..., πœ™π‘˜ ]
e 𝑋 = π‘Š βŠ₯ = [πœ™π‘˜+1 , πœ™π‘˜+2 , ...], desta forma temos as seguintes estimativas:
(i) ‖𝑒‖2𝐻 1 ≀ πœ†π‘˜ ‖𝑒‖2𝐿2 , βˆ€ 𝑒 ∈ π‘Š.
0
(ii) ‖𝑒‖2𝐻 1 β‰₯ πœ†π‘˜+1 ‖𝑒‖2𝐿2 , βˆ€ 𝑒 ∈ 𝑋.
0
Demonstração: Mostremos o item (i). Seja 𝑒 ∈ π‘Š , logo existem constantes reais πœ‰π‘–β€² 𝑠 tais
que 𝑒 =
π‘˜
βˆ‘οΈ
πœ‰π‘– πœ™π‘– . Usando a integração por partes e o fato de πœ™π‘– ser autofunção associada
𝑖=1
∫︁
ao autovalor πœ†π‘– do problema (𝐿) com
‖𝑒‖2𝐻 1
0
=
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡π‘’π‘‘π‘₯ =
∫︁ (οΈƒβˆ‘οΈ
π‘˜
Ξ©
= πœ†π‘˜
πœ™π‘– πœ™π‘— 𝑑π‘₯ = 0 para 𝑖 ΜΈ= 𝑗, obtemos:
βˆ’Ξ”π‘’ 𝑒 𝑑π‘₯ =
πœ‰π‘– πœ†π‘– πœ™π‘–
𝑖=1
∫︁ (οΈƒβˆ‘οΈ
π‘˜
Ξ©
𝑖=1
)οΈƒ (οΈƒ π‘˜
βˆ‘οΈ
πœ‰π‘– πœ™π‘–
∫︁ (οΈƒβˆ‘οΈ
π‘˜
Ξ©
Ξ©
Ξ©
=
∫︁
Ξ©
)οΈƒ
πœ‰π‘– πœ™π‘– 𝑑π‘₯ =
)οΈƒ (︃𝑖=1
π‘˜
βˆ‘οΈ
∫︁
𝑖=1
π‘˜
βˆ‘οΈ
Ξ© 𝑖=1
)οΈƒ
πœ‰π‘– πœ™π‘– 𝑑π‘₯ = πœ†π‘˜
∫︁
𝑖=1
Ξ©
)οΈƒ (οΈƒ π‘˜
βˆ‘οΈ
πœ‰π‘– (βˆ’Ξ”πœ™π‘– )
πœ†π‘– πœ‰π‘–2 πœ™2𝑖 𝑑π‘₯
)οΈƒ
πœ‰π‘– πœ™π‘– 𝑑π‘₯
𝑖=1
≀ πœ†π‘˜
∫︁ βˆ‘οΈ
π‘˜
Ξ© 𝑖=1
πœ‰π‘–2 πœ™2𝑖 𝑑π‘₯
𝑒2 𝑑π‘₯ = πœ†π‘˜ ‖𝑒‖2𝐿2 .
De modo semelhante mostra-se o item (ii).
Lema 3.3 Para cada 𝑣 ∈ 𝐸 + fixo, existe uma constante C tal que 𝐼(𝑀 + 𝑣) ≀ 𝐢, para
todo 𝑀 ∈ 𝐸 βˆ’ . Em outras palavras, para cada 𝑣 ∈ 𝐸 + fixo, o funcional 𝐼 é limitado
superiormente em 𝐸 βˆ’ .
Demonstração: Fixado 𝑣 ∈ 𝐸 + , defina a função de valores reais.
𝑔(𝑑) = 𝐼(𝑣 + π‘‘πœ™1 )
(3.3)
Dividiremos a prova em dois casos:
βˆ™ Para 𝑑 < 0 temos:
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
[|βˆ‡π‘£|2 βˆ’ πœ†1 𝑣 2 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣 + π‘‘πœ™1 ) 𝑑π‘₯
2
2
Ξ©
Ξ©
∫︁
∫︁ Ω
∫︁
1
2
2
≀
[|βˆ‡π‘£| βˆ’ πœ†1 𝑣 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 𝑣 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑑 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯.
2
𝑔(𝑑) =
Ξ©
Ξ©
Ξ©
24
Agora, como
∫︁
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ < 0, pela desigualdade de Hölder, segue que:
Ξ©
1 ∫︁
𝑔(𝑑) ≀
[|βˆ‡π‘£|2 βˆ’ πœ†1 𝑣 2 ] 𝑑π‘₯ + ‖𝑓 ‖𝐿2 ‖𝑣‖𝐿2
2
Ξ©
= 𝐢1 (constante, já que 𝑣 e 𝑓 estão fixos).
βˆ™ Para 𝑑 > 0 afirmamos que:
⎧
⎨
⎫
∫︁
⎬
1 ∫︁
2*
lim
(𝑣
+
π‘‘πœ™
)
𝑑π‘₯
+
𝑓
(𝑣
+
π‘‘πœ™
)
𝑑π‘₯
= ∞.
1 +
1
⎭
π‘‘β†’βˆž ⎩ 2*
Ξ©
(3.4)
Ξ©
Provando essa afirmação, concluimos a prova do lema, pois:
Por (3.4), lim 𝑔(𝑑) = βˆ’βˆž, assim existe 𝑑0 ∈ R tal que se 𝑑 > 𝑑0 então 𝑔(𝑑) < 0. Para
π‘‘β†’βˆž
𝑑 ∈ [0, 𝑑0 ] utilizamos a continuidade de 𝑔(𝑑), que garante a existência de uma constante
𝐢2 ∈ R tal que 𝑔(𝑑) ≀ 𝐢2 para todo 𝑑 ∈ [0, 𝑑0 ]. Tomando 𝐾 = max{𝐢1 , 𝐢2 } concluímos
que 𝑔(𝑑) ≀ 𝐾 para todo 𝑑 ∈ R.
Prova da afirmação (3.4).
π‘Ž
para
Seja π‘Ž = max{πœ™1 (π‘₯) : π‘₯ ∈ Ξ©}, tomemos Ξ©0 βŠ‚ Ξ© de modo que πœ™1 (π‘₯) >
2
todo π‘₯ ∈ Ξ©0 . Pelo Teorema de Lusin (ver apêndice A, Teorema A.8), dado 𝛿 > 0
π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0
(escolha 𝛿 =
), existe uma função contínua β„Ž(π‘₯) em Ξ©0 de modo que para
2
𝐻 = {π‘₯; β„Ž(π‘₯) ΜΈ= 𝑣(π‘₯)}, temos que a π‘šπ‘’π‘‘ 𝐻 < 𝛿. Assim, 𝐺 = {π‘₯; β„Ž(π‘₯) = 𝑣(π‘₯)} possui
π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0
Λ™
medida maior que
. De fato, Ξ©0 = 𝐻 βˆͺ𝐺,
assim π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0 = π‘šπ‘’π‘‘ 𝐺 + π‘šπ‘’π‘‘ 𝐻, e
2
segue que
π‘šπ‘’π‘‘ 𝐺 = π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0 βˆ’ π‘šπ‘’π‘‘ 𝐻 > π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0 βˆ’
π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0
π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0
=
.
2
2
Como G é um conjunto compacto, defina 𝑀 = sup{|𝑣(π‘₯)|; π‘₯ ∈ 𝐺}. Assim, para
4𝑀
π‘₯ ∈ 𝐺 temos que se 𝑑 β‰₯ 𝑑0 :=
, então
π‘Ž
πœ™1 (π‘₯) +
𝑣(π‘₯)
π‘Ž 𝑀
π‘Ž
β‰₯ βˆ’
β‰₯ .
𝑑
2
𝑑
4
Portanto, existe uma constante positiva πœ‚ =
∫︁ (οΈ‚
Ξ©
𝑣
πœ™1 +
𝑑
)οΈ‚2*
𝑑π‘₯ β‰₯
+
∫︁ (οΈ‚
𝐺
𝑣
πœ™1 +
𝑑
)οΈ‚2*
+
(οΈ‚ )οΈ‚2*
π‘Ž
4
𝑑π‘₯ β‰₯
π‘šπ‘’π‘‘ Ξ©0
de modo que
2
∫︁ (οΈ‚ )οΈ‚2*
π‘Ž
𝐺
4
𝑑π‘₯, para todo 𝑑 β‰₯ 𝑑0 .
Agora, como o crescimento da segunda integral de (3.4) é linear em 𝑑, e observando
que
*
*
(οΈ‚ (οΈ‚
(οΈ‚
)οΈ‚)οΈ‚ *
)οΈ‚ *
1 ∫︁
1 ∫︁
𝑣 2
𝑑2 ∫︁
𝑣 2
𝑑2
2*
2*
(𝑣
+
π‘‘πœ™
)
𝑑π‘₯
=
𝑑
πœ™
+
𝑑π‘₯
=
πœ™
+
𝑑π‘₯
β‰₯
πœ‚
=
𝐢𝑑
1
1
1
+
2*
2*
𝑑 +
2*
𝑑 +
2*
Ξ©
Ξ©
Ξ©
que vai para +∞, quando 𝑑 β†’ +∞, obtemos o resultado.
25
Teorema 3.4 Para cada 𝑣 ∈ 𝐸 + fixo, existe um único 𝑑(𝑣) de forma que
𝑔(𝑑(𝑣)) = máx{𝑔(𝑑); 𝑑 ∈ R}.
(3.5)
Demonstração: Temos que
𝑔(𝑑) =
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
[|βˆ‡π‘£|2 βˆ’ πœ†1 𝑣 2 ] 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣 + π‘‘πœ™1 ) 𝑑π‘₯,
2
2
Ξ©
Ξ©
Ξ©
assim, derivando em relação ao parâmetro real 𝑑, obtemos
𝑔 β€² (𝑑) = βˆ’
∫︁
*
(𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯ βˆ’
Ξ©
∫︁
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯,
(3.6)
Ξ©
derivando 𝑔 β€² , segue que:
β€²β€²
∫︁
*
*
𝑔 (𝑑) = βˆ’(2 βˆ’ 1) (𝑣 + π‘‘πœ™1 )2+ βˆ’2 πœ™21 𝑑π‘₯.
Ξ©
Desta forma, obtemos que 𝑔 β€²β€² (𝑑) ≀ 0, para todo 𝑑 ∈ R, e portanto 𝑔(𝑑) é côncava. Logo
𝑔(𝑑) possui máximo.
Gostaríamos de mostrar que o conjunto de pontos onde 𝑔(𝑑) assume o máximo é
um conjunto unitário. A concavidade de 𝑔(𝑑) nos diz que esse conjunto ainda pode ser
um intervalo, então basta mostrar que em um ponto de máximo 𝑑0 , 𝑔 β€²β€² (𝑑0 ) não pode ser
0, assim, 𝑑0 é isolado e portanto único.
β€²β€²
De fato, se 𝑔 (𝑑0 ) = 0 então teríamos que βˆ’
∫︁
*
(𝑑0 πœ™1 + 𝑣)2+ βˆ’2 πœ™21 𝑑π‘₯ = 0, assim,
Ξ©
(𝑑0 πœ™1 + 𝑣)+ = 0, e por (3.6), segue que
β€²
0 = 𝑔 (𝑑0 ) = βˆ’
∫︁
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯,
Ξ©
o que é uma contradição com (3.2). Então 𝑔 é estritamente côncava em 𝑑0 , e assim obtemos
que dado 𝑣 ∈ 𝐸 + , podemos associar um único ponto de máximo 𝑑(𝑣), e a aplicação
𝑣 ∈ 𝐸 + β†’ 𝑑(𝑣) ∈ R, está bem definida.
Agora, como consequência do Teorema da Função Implícita Global a aplicação
𝑣 ∈ 𝐸 + β†’ 𝑑(𝑣) ∈ R
é diferenciável. Portanto
𝑔(𝑑) ≀ 𝑔(𝑑(𝑣)), βˆ€π‘‘ ΜΈ= 𝑑(𝑣)
e assim
𝐼(π‘‘πœ™1 + 𝑣) ≀ 𝐼(𝑑(𝑣)πœ™1 + 𝑣), se 𝑑 ΜΈ= 𝑑(𝑣).
(3.7)
Por (3.6), como 𝑔 β€² (𝑑(𝑣)) = 0, obtemos que,
∫︁
Ξ©
* βˆ’1
(𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 )2
πœ™1 𝑑π‘₯ +
∫︁
Ξ©
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ = 0, βˆ€π‘£ ∈ 𝐸 +
(3.8)
26
assim, para 𝑣 = 0 ∈ 𝐸 + , 𝑔 β€² (𝑑(0)) nos garante que:
∫︁
∫︁
*
Ξ©
(𝑑(0)πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯ = βˆ’
Ξ©
(3.9)
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯
e a função 𝑔(𝑑) neste caso é:
∫︁
1 ∫︁
2*
(π‘‘πœ™1 )+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑑 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯.
𝑔(𝑑) = βˆ’
2 Ξ©
Ξ©
(3.10)
Isso mostra que 𝑑(0) tem que ser maior que
0.
∫︁
De fato, se 𝑑(0) ≀ 0, por (3.9), segue que 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ = 0, o que é um absurdo, logo 𝑑(0) > 0.
Ξ©
Desta forma, a relação (3.9) pode ser reescrita como
2* βˆ’1
𝑑(0)
∫︁
Ξ©
*
πœ™21 𝑑π‘₯
=βˆ’
∫︁
Ξ©
(3.11)
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯.
O nosso próximo passo é mostrar que o funcional 𝐹 : 𝐸 + β†’ R dado por
𝐹 (𝑣) = 𝐼(𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 ) possui um mínimo no interior de certa bola 𝐡𝜌 centrada na origem.
Para isso, introduziremos agora notações e provaremos algumas estimativas, que serão
úteis na demostração do próximo lema.
Sejam
∫︁
∫︁
*
𝐴 := βˆ’ 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ e 𝐡 := πœ™21 𝑑π‘₯
(3.12)
Ξ©
Ξ©
Afirmamos que
2𝑁
𝑁 + 2 𝐴 𝑁 +2
𝐹 (0) =
𝑁 βˆ’2 .
2𝑁
𝐡 𝑁 +2
De fato, por (3.11), usando as notações (3.12) acima, obtemos
)οΈ‚
(οΈ‚
2* βˆ’1
𝑑(0)
𝐴
𝐴
= , então 𝑑(0) =
𝐡
𝐡
(οΈ‚
(3.13)
)οΈ‚ 2*1βˆ’1
.
Assim,
𝐹 (0) = 𝐼(0 + 𝑑(0)πœ™1 )
∫︁
1 ∫︁
2*
= βˆ’ * (𝑑(0)πœ™1 )+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑑(0) 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯
2
Ξ© *
∫︁ Ω
𝑑(0)2 ∫︁ 2*
πœ™1 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑑(0) 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯
= βˆ’ *
2
⎑ Ω
Ξ©
2* βˆ’1
𝑑(0)
= βˆ’π‘‘(0) ⎣
2*
∫︁
2*
πœ™1 𝑑π‘₯ +
Ξ©
⎀
∫︁
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯⎦ .
Ξ©
Pela equação (3.11), temos que
⎑
⎀
∫︁
1 ∫︁
𝐹 (0) = βˆ’π‘‘(0) βŽ£βˆ’ * 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ + 𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯⎦
2
Ξ©
(οΈ‚ * Ξ© )οΈ‚ ∫︁
2 βˆ’1
= βˆ’π‘‘(0)
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯,
2*
Ξ©
27
e segue de (3.12), que
(οΈ‚ *
2
βˆ’1
𝐴
𝐹 (0) = 𝑑(0)
*
(οΈ‚ 2
)οΈ‚
𝑁 +2
= 𝑑(0)
𝐴.
2𝑁
𝐴
Por (3.11) e pelo fato de 𝑑(0) =
𝐡
(οΈ‚
)οΈ‚
)οΈ‚ 2*1βˆ’1
, obtemos
1
𝐴 𝑁2π‘βˆ’2 βˆ’1 𝑁 + 2
𝐹 (0) =
𝐴
𝐡 𝑁 βˆ’2
2𝑁
(οΈ‚ )οΈ‚ 𝑁 +2 (οΈ‚
)οΈ‚
𝑁 +2
𝐴
𝐴
=
𝐡
2𝑁
(οΈ‚
)οΈ‚ 𝑁2𝑁
+2
𝑁 +2 𝐴
=
𝑁 βˆ’2 ,
2𝑁
𝐡 𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈ‚
(οΈ‚
)οΈ‚
então, nossa afirmação está provada.
Nosso objetivo agora é estimar
𝐹 (𝑣) =
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
[|βˆ‡π‘£|2 βˆ’ πœ†1 𝑣 2 ]𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 )2+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 )𝑑π‘₯.
2 Ξ©
2 Ξ©
Ξ©
(3.14)
Sejam
1
βˆ’π‘ 𝑁
𝑀1 =:
πœ†2 4 𝑆 4
𝑁 +1
⎧
⎨(οΈ‚
2
𝑀2 =: π‘šπ‘–π‘›
⎩ 𝑁 +2
)οΈ‚ 𝑁 +2
2𝑁
𝑆
𝑁 +2
4
(οΈ‚
,
(οΈ‚
𝑁
𝑁 +2
2
𝑁 +2
)οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
)οΈ‚ 𝑁 +2
2𝑁
(πœ†2 βˆ’ πœ†1 )
[οΈƒ
β€–πœ™1 β€–2*
𝑁 +2
4
(3.15)
,
(οΈƒ
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁 +2 ⎫
4 ⎬
πœ†1
𝑁
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
,
⎭
(3.16)
onde 𝑆 é a melhor constante de Sobolev.
No próximo Lema, além de (3.2), vamos supor que 𝑓 satisfaz:
‖𝑓 β€–2 ≀ 𝑀1
e
βˆ’
∫︁
Ξ©
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ < 𝑀2 .
(3.17)
Lema 3.5 Suponhamos (3.2) e (3.17), então existe uma constante 𝛼 > 0 tal que
𝐹 (𝑣) β‰₯ 𝛼 > 𝐹 (0),
[οΈƒ
(οΈƒ
𝑁
πœ†1
desde que ‖𝑣‖𝐸 = 𝜌0 , onde 𝜌0 =
1βˆ’
𝑁 +2
πœ†2
)οΈƒ]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
(3.18)
𝑁
𝑆4.
Demonstração:
Segue de (3.6) e da desigualdade abaixo, (ver Lema 3.2, para π‘˜ = 1)
∫︁
Ξ©
2
|βˆ‡π‘£| 𝑑π‘₯ β‰₯ πœ†2
∫︁
Ξ©
𝑣 2 𝑑π‘₯, para todo 𝑣 ∈ 𝐸 + ,
28
que
𝐹 (𝑣) = 𝐼(𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 ) = 𝑔(𝑑(𝑣)) =: max 𝑔(𝑑) β‰₯ 𝑔(0) = 𝐼(𝑣)
π‘‘βˆˆR
∫︁
1 ∫︁ 2*
1 ∫︁
2
2
=
(|βˆ‡π‘£| βˆ’ πœ†1 𝑣 )𝑑π‘₯ βˆ’ * 𝑣+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 𝑣 𝑑π‘₯
2 (οΈƒΞ©
2 Ω∫︁
Ξ©
)οΈƒ
πœ†1 ∫︁
1
1
2
2*
1βˆ’
|βˆ‡π‘£| 𝑑π‘₯ βˆ’ * |𝑣| 𝑑π‘₯ βˆ’ ‖𝑓 β€–2 ‖𝑣‖2 .
β‰₯
2
πœ†2 Ξ©
2 Ξ©
(3.19)
Logo, usando a desigualdade de Sobolev e (3.19), obtemos que:
(οΈƒ
)οΈƒ
𝑁
πœ†1 2
1
1
*
βˆ’1
𝐹 (𝑣) β‰₯
1βˆ’
𝜌 βˆ’ * 𝑆 βˆ’ 𝑁 βˆ’2 𝜌2 βˆ’ ‖𝑓 β€–2 πœ†2 2 𝜌,
2
πœ†2
2
(οΈ‚βˆ«οΈ
onde 𝜌 =
2
|βˆ‡π‘£| 𝑑π‘₯
(3.20)
)οΈ‚ 1
2
.
Ξ©
Agora, considere a função real de valores reais, com π‘Ž, 𝑏 e 𝑐 constantes positivas.
1
1
1
1
*
*
π‘˜(𝜌) =: π‘ŽπœŒ2 βˆ’ * π‘πœŒ2 βˆ’ π‘πœŒ := πœŒπ‘—(𝜌), onde 𝑗(𝜌) = π‘ŽπœŒ βˆ’ * π‘πœŒ2 βˆ’1 βˆ’ 𝑐.
2
2
2
2
O ponto máximo 𝜌0 de 𝑗(𝜌) em R+ satisfaz
1
2* βˆ’ 1
2* βˆ’2
π‘πœŒ
= 0.
𝑗 β€² (𝜌0 ) = π‘Ž βˆ’
0
2
2*
(οΈ‚
)οΈ‚
Desta forma, obtemos que
1
2*
π‘Ž
𝜌0 =
2 2* βˆ’ 1 𝑏
[οΈ‚
Como
(οΈ‚
)οΈ‚
]οΈ‚ 2*1βˆ’2
.
2*
2𝑁
1
𝑁 βˆ’2
=
e
=
,
2* βˆ’ 1
𝑁 +2
2* βˆ’ 2
4
temos que
[οΈ‚(οΈ‚
𝜌0 =
𝑁
π‘Ž
𝑁 +2 𝑏
)οΈ‚
]οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
.
Portanto
π‘˜(𝜌0 ) = 𝜌0 𝑗(𝜌0 )
[οΈ‚
]οΈ‚
1 2* βˆ’1
1
= 𝜌0 π‘ŽπœŒ0 βˆ’ * π‘πœŒ0
βˆ’π‘
2
⎑2
π‘Ž 𝑁
⎒1
= 𝜌0 ⎣ π‘Ž
2 𝑏𝑁 +2
[οΈ‚
⎑
]οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
[οΈƒ
βˆ’
1 𝑁 βˆ’2
𝑁
= 𝜌0 ⎣ π‘Žπ‘Ž 4
2
𝑏(𝑁 + 2)
⎑
[οΈƒ
1 𝑁 +2
𝑁
= 𝜌0 ⎣ π‘Ž 4
2
𝑏(𝑁 + 2)
⎑
= 𝜌0 βŽ£π‘Ž
𝑁 +2
4
⎑(οΈƒ
= 𝜌0 ⎣
=
⎑
(οΈ‚
⎣
𝜌0
[οΈƒ
𝑁
𝑏(𝑁 + 2)
(οΈ‚
𝑁 βˆ’2
2𝑁
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
βˆ’
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2 (οΈƒ
4
(οΈ‚
)οΈ‚
βŽ›
[οΈ‚
π‘Ž
⎝
𝑏
𝑁
𝑏𝑁 +2
βˆ’ π‘βŽ¦
βŽ₯
⎠
[οΈƒ
𝑁 +2
𝑁 βˆ’2
𝑁
βˆ’
π‘π‘Ž 4
2𝑁
𝑏(𝑁 + 2)
)οΈ‚
)οΈƒ
2
𝑁
𝑁 +2
π‘Ž 4
𝑁 +2
𝑏(𝑁 + 2)
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
⎀
βˆ’ π‘βŽ¦ ,
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
⎀
βˆ’ π‘βŽ¦
]οΈƒ 𝑁 +2
4
⎀
⎀
βˆ’ π‘βŽ¦
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2 [οΈƒ
1 (𝑁 βˆ’ 2)
𝑁
βˆ’
𝑏
βˆ’ π‘βŽ¦
2
2𝑁
𝑏(𝑁 + 2)
[οΈƒ
⎀
𝑁 βˆ’2
𝑁 +2
𝑁 βˆ’2
𝑁
π‘π‘Ž 4
2𝑁
𝑏(𝑁 + 2)
(𝑁 + 2) βˆ’ (𝑁 βˆ’ 2)
𝑁
𝑁 +2
π‘Ž 4
2(𝑁 + 2)
𝑏(𝑁 + 2)
[οΈƒ
⎞ 𝑁 +2
[οΈƒ
)οΈ‚
(οΈ‚
)οΈƒ
)οΈ‚
]οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
4
]οΈƒ
⎀
𝑁
βˆ’ π‘βŽ¦
𝑏(𝑁 + 2)
29
assim,
⎑
(οΈƒ
2
𝜌0 𝑗(𝜌0 ) = π‘˜(𝜌0 ) = 𝜌0 ⎣
𝑁 +2
Usando π‘Ž = 1 βˆ’
𝑁
(𝑁 + 2)𝑏
)οΈƒ 𝑁 βˆ’2
⎀
4
𝑁 +2
4
π‘Ž
βˆ’ π‘βŽ¦ .
(3.21)
𝑁
πœ†1
βˆ’1
, 𝑏 = 𝑆 βˆ’ 𝑁 βˆ’2 e 𝑐 = ‖𝑓 β€–2 πœ†2 2 em (3.21), obtemos que
πœ†2
⎑
𝐹 (𝑣) β‰₯ π‘˜(𝜌0 ) = 𝜌0 ⎣
⎒
⎞ 𝑁 βˆ’2 (οΈƒ
4
βŽ›
𝑁
2 ⎝
⎠
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑆 π‘βˆ’π‘
βˆ’2
πœ†1
πœ†2
1βˆ’
⎀
)οΈƒ 𝑁 +2
4
βˆ’ 12
βˆ’ ‖𝑓 β€–2 πœ†2 βŽ₯
⎦,
a qual podemos reescrever da seguinte forma,
⎑
𝐹 (𝑣) β‰₯
⎒
𝜌0 ⎣
⎞ 𝑁 βˆ’2 (οΈƒ
4
βŽ›
𝑁
1 ⎝
⎠
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑆 π‘βˆ’π‘
βˆ’2
πœ†1
1βˆ’
πœ†2
⎞ 𝑁 βˆ’2 (οΈƒ
4
βŽ›
1 ⎝
𝑁
⎠
+
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑆 π‘βˆ’π‘
βˆ’2
πœ†1
1βˆ’
πœ†2
)οΈƒ 𝑁 +2
4
)οΈƒ 𝑁 +2
4
βˆ’ 21
⎀
βˆ’ ‖𝑓 β€–2 πœ†2 ⎦ .
Seja
⎞ 𝑁 βˆ’2 (οΈƒ
4
βŽ›
1 ⎝
𝑁
⎠
Ξ¨ =:
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑆 π‘βˆ’π‘
βˆ’2
πœ†1
1βˆ’
πœ†2
)οΈƒ 𝑁 +2
4
βˆ’1
βˆ’ ‖𝑓 β€–2 πœ†2 2 .
Mostraremos que Ξ¨ β‰₯ 0. De fato
1
𝑁
Ξ¨ =
𝑁 +2 𝑁 +2
(οΈ‚
βˆ’ 12
= πœ†2
⎑
)οΈ‚ 𝑁𝑁+2 [︁
𝑆
1
⎣
πœ†
𝑁 +2 2
βˆ’π‘
4
(οΈ‚
𝑁
𝑁 βˆ’2
𝑁
𝑁 +2
]︁ 𝑁 βˆ’2
4
(πœ†2 βˆ’ πœ†1 )
𝑁 +2
4
𝑁 +2
4
)οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
πœ†2
βˆ’1
βˆ’ ‖𝑓 β€–2 πœ†2 2
⎀
(πœ†2 βˆ’ πœ†1 )
𝑁 +2
4
βˆ’ ‖𝑓 β€–2 ⎦ .
Por (3.15) e (3.17) , temos
βˆ’1
Ξ¨ = πœ†2 2 [𝑀1 βˆ’ ‖𝑓 β€–2 ] β‰₯ 0,
e concluímos que
[οΈƒ
𝜌0
𝑁
𝐹 (𝑣) β‰₯
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑏
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
π‘Ž
𝑁 +2
4
‖𝑣‖𝐸 = 𝜌0 .
com
(3.22)
Afirmamos agora que por (3.22) e (3.17), 𝐹 (𝑣) > 𝐹 (0), quando ‖𝑣‖𝐸 = 𝜌0 .
Prova da afirmação:
[οΈƒ
(οΈƒ
)οΈƒ]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
2𝑁
(οΈ‚
)οΈ‚
4
𝑁 + 2 𝐴 𝑁 +2
𝑁
πœ†1
𝑁
De fato, lembremos que 𝐹 (0) =
1βˆ’
𝑆4,
𝑁 βˆ’2 , onde 𝜌0 =
2𝑁
𝑁 +2
πœ†2
𝐡 𝑁 +2
∫︁
∫︁
𝐴 := βˆ’
forma:
Ξ©
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯
e
*
𝐡 :=
Ξ©
πœ™21 𝑑π‘₯. Portanto podemos reescrever 𝐹 (0) da seguinte
βŽ›
⎞
βŽβˆ’
(οΈ‚
𝐹 (0) =
𝑁 +2
2𝑁
)οΈ‚
∫︁
2𝑁
𝑁 +2
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯⎠
Ξ©
βŽ›
∫︁
⎝
Ξ©
⎞ 𝑁 βˆ’2
𝑁 +2
*
πœ™21 𝑑π‘₯⎠
,
30
e portanto, por (3.17) obtemos
2𝑁
𝑀2𝑁 +2
𝑁 +2
𝐹 (0) <
βŽ›
⎞ 𝑁 βˆ’2 .
2𝑁
𝑁 +2
∫︁
*
⎝ πœ™2 𝑑π‘₯⎠
1
)οΈ‚
(οΈ‚
Ξ©
Pela definição de 𝑀2 temos
(οΈ‚
𝐹 (0) <
𝑁 +2
2𝑁
⎑
(οΈ‚
⎣
)οΈ‚
2
𝑁 +2
)οΈ‚ 𝑁 +2
[οΈƒ
2𝑁
β€–πœ™1 β€–2*
Ξ©
=
𝑁 +2
2𝑁
)οΈ‚
βŽ›
2
⎝
𝑁 +2
)οΈ‚
∫︁
4
⎦
⎞ 𝑁 βˆ’2
∫︁
⎝
(οΈ‚
𝑁
πœ†1
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
βŽ›
⎑
(οΈ‚
⎒
⎣
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁 +2 ⎀ 𝑁2𝑁
+2
(οΈƒ
*
𝑁 +2
*
πœ™21
𝑑π‘₯⎠
⎞ 𝑁 βˆ’2 [οΈƒ
𝑁 +2
πœ™21 𝑑π‘₯⎠
Ξ©
(οΈƒ
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁
𝑁
πœ†1
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
∫︁
⎝
βŽ₯
⎦
.
⎞ 𝑁 βˆ’2
βŽ›
⎀
2
𝑁 +2
*
πœ™21 𝑑π‘₯⎠
Ξ©
Desta forma
(οΈ‚
𝐹 (0) <
[οΈƒ
=
⎑
)οΈ‚ (οΈ‚
𝑁 +2 ⎣
2
2𝑁
𝑁 +2
(οΈƒ
πœ†1
𝑁
1βˆ’
𝑁 +2
πœ†2
𝜌0
𝑁
=
𝑁 +2 𝑁 +2
[οΈ‚
Como, π‘Ž = 1 βˆ’
πœ†1
𝑁
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
)οΈƒ]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
𝑁
4
𝑆
]οΈ‚ 𝑁 4βˆ’2
𝑆
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁 ⎀
(οΈƒ
)οΈ‚ [οΈƒ
𝑁
4
⎑
(οΈ‚
⎣
2
𝑁 +2
(οΈƒ
πœ†1
1βˆ’
πœ†2
)οΈ‚ (οΈ‚
2
⎦
𝑁 +2
2𝑁
)οΈ‚ (οΈ‚
𝑁
𝑁 +2
)οΈ‚ 𝑁4+2 (οΈƒ
πœ†1
1βˆ’
πœ†2
)οΈƒ 𝑁 +2
4
⎀
𝑁
4
𝑆 ⎦
)οΈƒ 𝑁 +2
4
.
βˆ’π‘
πœ†1
e 𝑏 = 𝑆 𝑁 βˆ’2 , concluimos por (3.22) que
πœ†2
[οΈƒ
𝜌0
𝑁
𝐹 (0) <
𝑁 + 2 (𝑁 + 2)𝑏
]οΈƒ 𝑁 βˆ’2
4
π‘Ž
𝑁 +2
4
≀ 𝐹 (𝑣),
desde de que ‖𝑣‖𝐸 = 𝜌0 .
Logo, a demonstração está completa.
Lema 3.6 Suponhamos (3.17) então
𝐹 (0) <
1 𝑁
𝑆2.
𝑁
(3.23)
Demonstração:
βŽ›
βŽβˆ’
2𝑁
𝑁 + 2 𝐴 𝑁 +2
𝑁 +2
𝐹 (0) =
𝑁 βˆ’2 =
2𝑁
2𝑁
𝐡 𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈ‚
(οΈ‚
)οΈ‚
⎞
∫︁
2𝑁
𝑁 +2
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯⎠
2𝑁
𝑁 + 2 𝑀2𝑁 +2
<
2𝑁 .
2𝑁
𝑁 +2
β€–πœ™1 β€–2*
(οΈ‚
Ξ©
2𝑁
β€–πœ™1 β€–2𝑁*+2
)οΈ‚
31
Agora analisaremos as duas possibilidades para 𝑀2 , (apresentadas em (3.16)).
2
(𝑖) Se 𝑀2 =
𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈ‚ 𝑁 +2
2𝑁
[οΈƒ
β€–πœ™1 β€–2*
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁 +2
(οΈƒ
πœ†1
𝑁
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
4
, segue que
[οΈƒ
(οΈƒ
2𝑁
𝑁 +2
1
πœ†1
2
𝑁
𝐹 (0) =
1βˆ’
β€–πœ™1 β€–2𝑁*+2
2𝑁
2𝑁 β€–πœ™ β€– 𝑁*+2 𝑁 + 2
𝑁 +2
πœ†2
1 2
[οΈƒ
(οΈƒ
)οΈƒ]οΈƒ 𝑁
2
𝑁
1
𝑁
πœ†1
=
1βˆ’
𝑆2.
𝑁 𝑁 +2
πœ†2
)οΈ‚
(οΈ‚
Logo, como πœ†1 < πœ†2 , temos que 𝐹 (0) <
2
(𝑖𝑖) Se 𝑀2 =
𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈ‚ 𝑁 +2
2𝑁
𝑆
𝑁 +2
4
4
2𝑁
𝑁 +2
𝑁
𝑆2
1 𝑁
𝑆2.
𝑁
, por (3.16) temos que
2
𝑀2 ≀
𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈƒ]οΈƒ 𝑁 +2
)οΈ‚ 𝑁 +2
2𝑁
[οΈƒ
β€–πœ™1 β€–2*
(οΈƒ
)οΈƒ ]οΈƒ 𝑁 +2
𝑁
πœ†1
1βˆ’
𝑆
𝑁 +2
πœ†2
4
,
e segue o resultado analogamente ao primeiro caso.
3.3 Prova do Teorema Principal do Capítulo
Como 𝐹 é limitado inferiormente em 𝐡𝜌0 , seja π‘š =: inf{𝐹 (𝑣) : 𝑣 ∈ 𝐡𝜌0 }, nosso
objetivo é mostrar que:
π‘š := π‘šπ‘–π‘›{𝐹 (𝑣) : 𝑣 ∈ 𝐡𝜌0 }.
(3.24)
Teorema 3.1 Sob as hipóteses (3.2) e (3.17), o problema (3.1) tem pelo menos
uma solução não trivial 𝑣0 ∈ 𝐡𝜌0 .
Demonstração: Por (3.23), temos que
π‘š ≀ 𝐹 (0) <
1 𝑁/2
𝑆 .
𝑁
(3.25)
Seja {𝑣𝑛 } uma sequência minimizante de (3.24). Como ‖𝑣𝑛 ‖𝐸 ≀ 𝜌0 , podemos assumir que
𝑣𝑛 β†’ 𝑣0 fracamente em E,
𝑣𝑛 β†’ 𝑣0 em πΏπ‘ž (Ξ©), 2 ≀ π‘ž < 2* ,
𝑣𝑛 β†’ 𝑣0 q.t.p em Ξ©,
(3.26)
quando 𝑛 β†’ ∞.
A continuidade fraca da norma nos garante que
‖𝑣0 ‖𝐸 ≀ lim ‖𝑣𝑛 ‖𝐸 ≀ 𝜌0 ,
π‘›β†’βˆž
assim 𝑣0 ∈ 𝐡𝜌0 .
(3.27)
Pelo Princípio Variacional de Ekeland (ver Apêndice A, Teorema A.3), podemos assumir
que
𝐹 (𝑣𝑛 ) β†’ π‘š, 𝐹 β€² (𝑣𝑛 ) β†’ 0, quando 𝑛 β†’ ∞.
(3.28)
32
Devido,
𝐹 β€² (𝑣𝑛 ) β†’ 0 ⇔ 𝐼 β€² (𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 ) β†’ 0, quando 𝑛 β†’ ∞,
(3.29)
temos que,
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
2
2
2*
(|βˆ‡π‘£π‘› | βˆ’πœ†1 𝑣𝑛 )𝑑π‘₯βˆ’ * (𝑣𝑛 +𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )+ 𝑑π‘₯βˆ’ 𝑓 (𝑣𝑛 +𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )𝑑π‘₯ = π‘š+π‘œ(1) (3.30)
2 Ξ©
2 Ξ©
Ξ©
e
∫︁
2
(|βˆ‡π‘£π‘› | βˆ’
Ξ©
πœ†1 𝑣𝑛2 )𝑑π‘₯
βˆ’
∫︁
Ξ©
(𝑣𝑛 +
*
𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )2+ βˆ’1 𝑣𝑛 𝑑π‘₯
βˆ’
∫︁
Ξ©
𝑓 𝑣𝑛 𝑑π‘₯ = π‘œ(1).
(3.31)
Agora, utilizando a convergência fraca, verificaremos que 𝑣0 satisfaz a seguinte
equação no sentido fraco.
*
βˆ’Ξ”π‘£ = πœ†1 𝑣 + (𝑣 + 𝑑(𝑣)πœ™1 )2+ βˆ’1 + 𝑓.
(3.32)
Com efeito, passando o limite fraco em
∫︁
𝐹 β€² (𝑣𝑛 )πœ™ =
(βˆ‡π‘£π‘› βˆ‡πœ™ βˆ’ πœ†1 𝑣𝑛 πœ™) 𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁
*
(𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™ 𝑑π‘₯ βˆ’
Ξ©
Ξ©
∫︁
𝑓 πœ™ 𝑑π‘₯ = π‘œ(1),
Ξ©
βˆ€πœ™ ∈ 𝐸, temos que:
∫︁
(βˆ‡π‘£0 βˆ‡πœ™ βˆ’ πœ†1 𝑣0 πœ™) 𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁
*
(𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™ 𝑑π‘₯ βˆ’
Ξ©
Ξ©
∫︁
𝑓 πœ™ 𝑑π‘₯ = 0, βˆ€πœ™ ∈ 𝐸
Ξ©
e segue o resultado.
Multiplicando (3.32) por πœ™1 e integrando em Ξ©,
∫︁
Ξ©
*
[βˆ’(Δ𝑣0 )πœ™1 βˆ’ πœ†1 𝑣0 πœ™1 βˆ’ (𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 βˆ’ 𝑓 πœ™1 )]𝑑π‘₯ = 0,
(3.33)
usando que βˆ’Ξ”πœ™1 = πœ†1 πœ™1 , obtemos
∫︁
Ξ©
*
[(𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 + 𝑓 πœ™1 ]𝑑π‘₯ = 0.
(3.34)
A demonstração estará completa se pudermos mostrar que 𝑣0 ̸≑ 0.
Primeiro afirmamos que
lim 𝑑(𝑣𝑛 ) = 𝑑(𝑣0 ).
π‘›β†’βˆž
(3.35)
Caso contrário, teríamos limπ‘›β†’βˆž 𝑑(𝑣𝑛 ) = 𝑑1 ΜΈ= 𝑑(𝑣0 ). Pelas equações (3.6) e (3.34), como
𝑑(𝑣𝑛 ) são pontos de máximo, segue que:
∫︁
Ξ©
*
[(𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯ = βˆ’
∫︁
Ξ©
𝑓 πœ™1 𝑑π‘₯ =
∫︁
Ξ©
*
[(𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯,
passando o limite, quando 𝑛 β†’ ∞
∫︁
Ξ©
[(𝑣0 +
*
𝑑1 πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1
𝑑π‘₯ =
Logo 𝑑1 = 𝑑(𝑣0 ), o que é uma contradição.
∫︁
Ξ©
*
[(𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+ βˆ’1 πœ™1 𝑑π‘₯.
33
Agora seja 𝑀𝑛 = 𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 . Por (3.30),
∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
2
2
2*
(|βˆ‡π‘£π‘› | βˆ’ πœ†1 𝑣𝑛 ) 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 ) 𝑑π‘₯.
π‘š + π‘œ(1) =
2
2
Ξ©
Ξ©
Ξ©
Pelo Lema 2.12 (Brézis-Lieb),
⎑
⎀
⎑
⎀
∫︁
∫︁
1 ⎣∫︁
πœ†1 ⎣∫︁ 2
π‘š + π‘œ(1) =
|βˆ‡π‘£0 |2 𝑑π‘₯ + |βˆ‡π‘€π‘› |2 𝑑π‘₯⎦ βˆ’
𝑣0 𝑑π‘₯ + 𝑀𝑛2 𝑑π‘₯⎦
2
2
1
βˆ’ *
2
βˆ’
∫︁
Ξ©
⎑
∫︁
⎣
Ξ©
(𝑣0 +
*
𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+
Ξ©
𝑑π‘₯ +
Ξ©
∫︁
Ξ©
(𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 )+ βˆ’ (𝑣0 +
⎀
*
𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2+
𝑑π‘₯⎦
Ξ©
𝑓 (𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 ) 𝑑π‘₯ + π‘œ(1),
Ξ©
assim,
1 ∫︁
1 ∫︁
*
|βˆ‡π‘€π‘› |2 𝑑π‘₯ βˆ’ * [(𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 )+ + (𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 βˆ’ 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )+ ]2 𝑑π‘₯
2
2
π‘š + π‘œ(1) =
Ξ©
⎑Ω
⎀
∫︁
πœ†1 ⎣∫︁ 2
1 ∫︁
|βˆ‡π‘£0 |2 𝑑π‘₯ βˆ’
𝑣0 𝑑π‘₯ + 𝑀𝑛2 𝑑π‘₯⎦
+
2
2
Ω∫︁
Ξ©
∫︁ Ω
1
2*
βˆ’ * (𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )+ 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣𝑛 + 𝑑(𝑣𝑛 )πœ™1 ) 𝑑π‘₯ + π‘œ(1).
2
Ξ©
Ξ©
Desta forma,
1 ∫︁
1 ∫︁
1 ∫︁
*
|βˆ‡π‘€π‘› |2 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯ +
(|βˆ‡π‘£0 |2 βˆ’ πœ†1 𝑣02 )𝑑π‘₯
2 Ω ∫︁
2 Ξ©
2 Ξ©
∫︁
1
2*
βˆ’ * (𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 ) 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑓 (𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )𝑑π‘₯ = π‘š + π‘œ(1),
2 Ξ©
Ξ©
(3.36)
ou seja,
1 ∫︁
1 ∫︁
*
2
𝐹 (𝑣0 ) +
|βˆ‡π‘€π‘› | 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯ = π‘š + π‘œ(1).
2 Ξ©
2 Ξ©
(3.37)
Similarmente, por (3.31), (3.34) e pelo Lema de Brézis - Lieb, deduzimos que
∫︁
Ξ©
∫︁
2
|βˆ‡π‘€π‘› | 𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁Ω
+
Ξ©
*
(𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯
βˆ’
∫︁
*
Ξ©
(𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )2 𝑑π‘₯
(|βˆ‡π‘£0 |2 βˆ’ πœ†1 𝑣02 )𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁
Ξ©
𝑓 (𝑣0 + 𝑑(𝑣0 )πœ™1 )𝑑π‘₯ = π‘œ(1),
assim,
∫︁
Ξ©
Observe que
∫︁
*
2
|βˆ‡π‘€π‘› | 𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁
Ξ©
*
(𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯ = π‘œ(1).
(3.38)
*
(𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯ é limitada, pois 𝑀𝑛 = 𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 ∈ 𝐻01 Λ“β†’ 𝐿2 , isto é,
Ξ©
‖𝑀𝑛 β€–2* = ‖𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 β€–2* ≀ 𝐢‖𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 ‖𝐻01 ≀ π‘˜, já que, 𝑣𝑛 βˆ’ 𝑣0 ⇀ 0 em 𝐻01 (Ξ©).
34
Se limπ‘›β†’βˆž
∫︁
Ξ©
|βˆ‡π‘€π‘› |2 𝑑π‘₯ = +∞, temos um absurdo por (3.38) e pela observação acima.
∫︁
Logo, seja limπ‘›β†’βˆž |βˆ‡π‘€π‘› |2 𝑑π‘₯ = π‘˜ β‰₯ 0. Temos dois casos a considerar:
Ξ©
(𝑖) Se π‘˜ = 0, é claro.
(𝑖𝑖) Se π‘˜ > 0, sabemos pela desigualdade de Sobolev que
∫︁
Ξ©
2
|βˆ‡π‘€π‘› | 𝑑π‘₯ =
‖𝑀𝑛 β€–2𝐸
β‰₯𝑆
(οΈ‚βˆ«οΈ
Ξ©
2*
)οΈ‚2/2*
(𝑀𝑛 ) 𝑑π‘₯
β‰₯𝑆
(οΈ‚βˆ«οΈ
Ξ©
)οΈ‚2/2*
*
(𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯
.
(3.39)
Tomando o limite em (3.38) e em (3.39), obtemos
π‘˜ β‰₯ π‘†π‘˜ (𝑁 βˆ’2)/𝑁 ,
isto é,
π‘˜ β‰₯ 𝑆 𝑁/2 .
(3.40)
Assim, por (3.38),
1 ∫︁
1 ∫︁
*
2
π‘š + π‘œ(1) = 𝐹 (𝑣0 ) +
|βˆ‡π‘€π‘› | 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯
2 ∫︁Ω
2 Ξ©
1 ∫︁
1
*
2*
(𝑀𝑛 )+ 𝑑π‘₯ βˆ’ * (𝑀𝑛 )2+ 𝑑π‘₯ + π‘œ(1)
= 𝐹 (𝑣0 ) +
2 ∫︁Ω
2 Ξ©
1
2*
(𝑀𝑛 )+ 𝑑π‘₯ + π‘œ(1).
= 𝐹 (𝑣0 ) +
𝑁 Ξ©
Passando o limite quando 𝑛 β†’ ∞, por (3.38) e (3.40) temos que:
π‘š = 𝐹 (𝑣0 ) +
1 𝑁
1
𝐾 β‰₯ 𝐹 (𝑣0 ) + 𝑆 2 .
𝑁
𝑁
1 𝑁
1 𝑁
1 𝑁
𝑆 2 , consequentemente,
𝑆 2 > 𝐹 (𝑣0 ) + 𝑆 2 , e
Por outro lado, por (3.25), π‘š <
𝑁
𝑁
𝑁
desta forma, 𝐹 (𝑣0 ) < 0.
Agora podemos concluir que 𝑣0 ̸≑ 0. De fato, se 𝑣0 ≑ 0, então, por (3.13)
2𝑁
𝑁 + 2 𝐴 𝑁 +2
𝐹 (𝑣0 ) = 𝐹 (0) =
𝑁 βˆ’2 > 0,
2𝑁
𝐡 𝑁 +2
(οΈ‚
)οΈ‚
o que é um absurdo.
Por outro lado, 𝑣0 ∈ int𝐡𝜌0 , pois se 𝑣 ∈ πœ•π΅πœŒ0 então ‖𝑣0 ‖𝐸 = 𝜌0 . Como 𝐹 (𝑣) β‰₯ 𝛼 > 0 se
‖𝑣‖𝐸 = 𝜌0 , temos que 𝐹 (𝑣0 ) > 0, o que é uma contradição. Desta forma, a demonstração
está completa.
35
4 Infinitas Soluções para um Problema
Crítico com a Condição de Neumann na
Fronteira
4.1 Apresentação do Problema
Neste capítulo, mostraremos alguns dos resultados provados por M. Comte e M.
Knaap (ver [16]). O problema estudado, trata-se de uma equação diferencial parcial elíptica de segunda ordem com condições de Neumann homogênea, envolvendo o expoente
crítico de Sobolev. Utilizamos a técnica de minimização via Teorema de Multiplicadores
de Lagrange para obtermos soluções para o seguinte problema:
⎧
βŽͺ
⎨
βˆ’Ξ”π‘’ = |𝑒|π‘βˆ’1 𝑒 + πœ†π‘’
πœ•π‘’
βŽͺ
=0
⎩
πœ•πœ‚
em 𝐡,
sobre πœ•π΅,
(4.1)
𝑁 +2
.
𝑁 βˆ’2
Para resolver o problema acima, precisaremos primeiramente encontrar uma solução positiva para o seguinte problema auxiliar:
onde 𝐡 é uma bola unitária em R𝑁 , com 𝑁 β‰₯ 4, πœ† ∈ R e 𝑝 =
(π‘ƒπ‘š )
⎧
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎨
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎩
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑒𝑝 + πœ†π‘’
𝑒=0
πœ•π‘’
=0
πœ•πœ‚
em π΄π‘š ,
sobre Ξ“0,π‘š ,
sobre Ξ“1,π‘š ,
definido em um setor angular da bola 𝐡 com condições de fronteira mista. A fronteira deste
setor é formada por duas partes planas que denotaremos por Ξ“0,π‘š e por uma parte curva
denotada por Ξ“1,π‘š . Assim, o setor angular é uma β€œfatia de pizza”, que posteriormente será
definida formalmente. Feito isso, utilizaremos um argumento de β€œcolagem” de soluções
para estender a solução desse problema auxiliar para o problema definido na bola 𝐡.
Assim, como no capítulo anterior, também precisaremos de estimativas que envolvem a constante ótima de Sobolev, que é bem típico para problemas críticos.
36
O teorema principal do capítulo é:
Teorema 4.1 Se 𝑁 β‰₯ 4, para cada πœ† ∈ R, existe uma infinidade de soluções para o
problema (4.1).
Porém, antes de mostrá-lo, apresentaremos algumas notações e resutados que nos
auxiliarão na prova.
Por conveniência, nós moveremos o centro da bola unitária para o ponto (0, ..., 0, 1)
de modo que a origem esteja na fronteira πœ•π΅.
𝐡 = {π‘₯ ∈ R𝑁 ; π‘₯21 + ... + π‘₯2𝑁 βˆ’1 + (π‘₯𝑁 βˆ’ 1)2 < 1}.
(4.2)
Em seguida dividiremos a bola 𝐡 em setores angulares da seguinte forma:
para π‘š = 1, 2, ... definimos o setor angular π΄π‘š por
πœ‹
πœ‹
π΄π‘š = π‘₯ ∈ 𝐡; π‘π‘œπ‘  π‘š β€–(π‘₯1 , π‘₯2 , ..., π‘₯𝑁 βˆ’1 )β€–2 < 𝑠𝑖𝑛 π‘š (1 βˆ’ π‘₯𝑁 ) .
2
2
{οΈ‚
(οΈ‚
)οΈ‚
(οΈ‚
)οΈ‚
}οΈ‚
(4.3)
O ângulo entre dois planos limites é chamado o ângulo do setor.
Observe que 𝐴1 é a metade da bola (com o setor angular de πœ‹), 𝐴2 é um quarto
da bola (com o setor angular de πœ‹/2) e 𝐴3 é um oitavo da bola (com o setor angular de
πœ‹/4), e assim sucessivamente.
Abaixo, representamos o setor angular π΄π‘š definido anteriormente.
Figura 1 – Setor angular π΄π‘š
π‘₯𝑁
6
Ξ“0,π‘š
P
1
@PPP
PP
@
π΄π‘š
P@
@P@
@
P
q
P
@
R @ @@ @
@
@@ @
@@
@ @@@ @@
@ @
@ @
@
@ @@ @@@ @@ @
@
@
@
@ @ @@@ @@ @
@@@ @
@
@
@ @ @ @ @@@ @@@
@
@
@
@
@@
@ @ @@@ 6
0
Ξ“1,π‘š
Fonte: Comte-Knaap [16]
-
(π‘₯1 , π‘₯2 , . . . , π‘₯𝑁 βˆ’1 )
37
Aqui Ξ“0,π‘š = πœ•π΄π‘š βˆ–πœ•B e Ξ“1,π‘š = πœ•π΄π‘š ∩ πœ•B.
Usando as notações acima, consideramos o problema elíptico auxiliar com as seguintes condições de contorno mista.
⎧
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎨
(π‘ƒπ‘š )
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎩
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑒𝑝 + πœ†π‘’
𝑒 β‰₯ 0, 𝑒 ̸≑ 0
𝑒=0
πœ•π‘’
=0
πœ•πœ‚
em π΄π‘š ,
em π΄π‘š ,
sobre Ξ“0,π‘š ,
sobre Ξ“1,π‘š .
Como dito anteriormente, a ideia é β€œcolar” as soluções deste sistema auxiliar, a
fim de se obter uma solução para a equação (4.1).
Apresentaremos a seguir, alguns resultados de grande importância que serão utilizados posteriormente.
Sejam πœ“π‘š e πœ‡π‘š sendo respectivamente a primeira autofunção e o primeiro autovalor
do problema
⎧
βŽͺ
βˆ’Ξ”πœ“ = πœ†πœ“ em π΄π‘š ,
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎨
πœ“=0
sobre Ξ“0,π‘š ,
(4.4)
βŽͺ
βŽͺ
πœ•πœ“
βŽͺ
βŽͺ
=0
sobre Ξ“1,π‘š .
⎩
πœ•πœ‚
Esse problema é bem conhecido e sabe-se que seus autovalores πœ‡π‘š β†’ +∞, quando
π‘š β†’ +∞ ver [15] e [33]. Esta informação será extremamente útil na prova do Teorema
principal do capítulo (Teorema 4.1).
4.2 Solução para o Problema Auxiliar
Para mostrarmos o Teorema principal deste capítulo, necessitamos mostrar o seguinte resultado:
Teorema 4.2 Se 𝑁 β‰₯ 4, para todo πœ† < πœ‡π‘š , existe pelo menos uma solução positiva para
o problema (π‘ƒπ‘š ).
Antes de provarmos o Teorema acima, mostraremos um resultado de não existência.
Teorema 4.3 Se πœ† β‰₯ πœ‡π‘š então o problema (π‘ƒπ‘š ) não possui solução positiva.
Demonstração: De fato, obtemos esse resultado multiplicando a equação
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑒𝑝 + πœ†π‘’ pela primeira autofunção πœ“π‘š e depois integrando sobre o conjunto π΄π‘š ,
Assim, segue que
∫︁
∫︁
∫︁
βˆ’ Ξ”π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯ =
𝑒𝑝 πœ“π‘š 𝑑π‘₯ +
πœ†π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯.
π΄π‘š
π΄π‘š
π΄π‘š
38
Utilizando as fórmulas de Green, (ver apêndice A, Teorema A.4), segue que
∫︁
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ“π‘š 𝑑π‘₯ βˆ’
π΄π‘š
πœ•π΄π‘š
Como
∫︁
πœ•π΄π‘š
∫︁
∫︁
πœ•π‘’
𝑝
πœ“π‘š
𝑑𝑠 =
𝑒 πœ“π‘š 𝑑π‘₯ +
πœ†π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯.
πœ•πœ‚
π΄π‘š
∫︁
πœ•π‘’
𝑑𝑠 =
πœ“π‘š
πœ•πœ‚
πœ•Ξ“0,π‘š
e usando o fato de πœ“π‘š = 0 sobre Ξ“0,π‘š e
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ“π‘š 𝑑π‘₯ =
π΄π‘š
π΄π‘š
∫︁
πœ•π‘’
πœ“π‘š
𝑑𝑠 +
πœ•πœ‚
πœ“π‘š
πœ•Ξ“1,π‘š
πœ•π‘’
= 0 sobre Ξ“1,π‘š obtemos que
πœ•πœ‚
∫︁
𝑝
𝑒 πœ“π‘š 𝑑π‘₯ +
π΄π‘š
∫︁
πœ†π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯.
π΄π‘š
πœ“π‘š é solução para o problema (4.4), então βˆ’
∫︁
Ξ”πœ“π‘š 𝑒 𝑑π‘₯ =
π΄π‘š
∫︁
mente a fórmula de Green segue que
que
∫︁
πœ†π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯, usando nova-
π΄π‘š
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ“π‘š 𝑑π‘₯ =
π΄π‘š
∫︁
πœ•π‘’
𝑑𝑠,
πœ•πœ‚
∫︁
πœ†π‘’πœ“π‘š 𝑑π‘₯ e portanto concluímos
π΄π‘š
𝑝
𝑒 πœ“π‘š 𝑑π‘₯ = 0, o que é uma contradição, pois πœ“π‘š é contínua e estritamente positiva,
π΄π‘š
logo 𝑒 não poderia ser positiva.
Lembremos que nosso objetivo nesse momento é encontrar uma solução positiva
para o problema (π‘ƒπ‘š ), quando πœ† < πœ‡π‘š . Para isso, o próximo lema será de suma importância, pois com ele, conseguiremos garantir certas propriedades referentes a compacidade.
Lema 4.4 Se 𝑁 β‰₯ 4 e πœ† < πœ‡π‘š , então
0 ≀ πΆπœ† <
𝑆
,
(4.5)
{β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š },
(4.6)
2
2𝑁
onde
πΆπœ† =
inf
π‘’βˆˆπ‘‰ (π΄π‘š )
𝑉 (π΄π‘š ) = {𝑒 ∈ 𝐻 1 (π΄π‘š ); 𝑒 = 0 sobre Ξ“0,π‘š e ‖𝑒‖𝑝+1,π΄π‘š = 1}
e
∫︁
𝑆=
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯
R𝑁
inf
π‘’βˆˆπ·1,2 (R𝑁 )βˆ–{0}
βŽ›
⎞
∫︁
⎜
⎝
(4.7)
|𝑒|𝑝+1 𝑑π‘₯⎟
⎠
2 ,
𝑝+1
R𝑁
é a melhor constante de Sobolev para a imersão 𝐻01 Λ“β†’ 𝐿𝑝+1 .
(4.8)
39
A prova desta estimativa é extensa, então a dividiremos em dois lemas. O Lema
4.5 será utilizado para provar que o nível πΆπœ† é não negativo, enquanto que o Lema 4.7
garantem que πΆπœ† é limitado superiormente por uma constante que depende somente da
constante ótima de Sobolev 𝑆.
Lema 4.5 .
(𝑖) Se πœ†β€² < πœ†β€²β€² então πΆπœ†β€² β‰₯ πΆπœ†β€²β€² .
(𝑖𝑖) Se πœ† < πœ‡π‘š então πΆπœ† β‰₯ 0.
Demonstração: (𝑖) Como πœ†β€² < πœ†β€²β€²
∫︁
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†β€²
π΄π‘š
∫︁
|𝑒|2 𝑑π‘₯ β‰₯
π΄π‘š
∫︁
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†β€²β€²
π΄π‘š
∫︁
|𝑒|2 𝑑π‘₯,
π΄π‘š
para todo 𝑒 ∈ 𝑉 (π΄π‘š ), tomando o ínfimo sobre o conjunto 𝑉 (π΄π‘š ), obtemos que πΆπœ†β€² β‰₯ πΆπœ†β€²β€² .
(𝑖𝑖) Note que
πΆπœ‡π‘š =
inf
⎧
βŽͺ
⎨ ∫︁
π‘’βˆˆπ‘‰ (π΄π‘š ) βŽͺ
⎩
π΄π‘š
2
|βˆ‡π‘’| 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ‡π‘š
∫︁
π΄π‘š
2
⎫
βŽͺ
⎬
|𝑒| 𝑑π‘₯βŽͺ , e
⎭
∫︁
2
|βˆ‡π‘’| 𝑑π‘₯ β‰₯ πœ‡π‘š
π΄π‘š
∫︁
|𝑒|2 𝑑π‘₯
π΄π‘š
para todo u, então tomando o ínfimo sobre o conjunto 𝑉 (π΄π‘š ) obtemos que πΆπœ‡π‘š β‰₯ 0.
Utilizando o fato de que πœ† < πœ‡π‘š e o resultado do item (𝑖), concluímos que πΆπœ† β‰₯ πΆπœ‡π‘š = 0,
finalizando a prova do lema.
Para a estimativa superior de πΆπœ† , argumentamos como em [1]. Considere a razão:
∫︁
π‘„πœ† (𝑒) =
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†
∫︁
𝑒2 𝑑π‘₯
π΄π‘š
π΄π‘š
βŽ›
⎞
∫︁
⎜
⎝
2
𝑝+1
,
(4.9)
𝑒𝑝+1 𝑑π‘₯⎟
⎠
π΄π‘š
para uma família de funções π‘’πœ€ que se concentram na origem:
π‘’πœ€ (π‘₯) =
πœ™(|π‘₯|)
(πœ€ + |π‘₯|2 )
𝑁 βˆ’2
2
, πœ€ > 0,
(4.10)
onde πœ™(|π‘₯|) é uma função corte que satisfaz:
(a) πœ™ ≑ 1 em uma vizinhança da origem,
(︁ )︁
𝑐
(b) πœ™ ≑ 0 in π΅π‘š
, onde π΅π‘š é uma bola aberta centrada na origem com raio π‘…π‘š = sen 2πœ‹π‘š .
Assim, π‘’πœ€ |
= 0 e π‘’πœ€ | ∈ 𝑉 (π΄π‘š ), onde 𝑉 (π΄π‘š ) = {𝑒 ∈ 𝐻 1 (π΄π‘š ) : 𝑒 = 0 sobre Ξ“0,π‘š }.
Ξ“0,π‘š
π΄π‘š
Para estimar π‘„πœ† (π‘’πœ€ ) precisamos estabelecer os valores das integrais de (4.9) na
metade superior da bola π΅π‘š e então subtrair dos valores das integrais no domínio Ξ£π‘š ,
40
definido por
Ξ£π‘š = (π΅π‘š βˆ– π΄π‘š ) ∩ {π‘₯𝑁 > 0},
(4.11)
como pode ser visto na figura abaixo:
Figura 2 – Regiões de integração do setor π΄π‘š
π‘₯𝑁
6
1
π΄π‘š
)
Q
k
Q
π‘…π‘š 3
π‘…π‘š
Q
Q
Q
Q
6
βˆ‘οΈ€
0
π‘š
-
(π‘₯1 , π‘₯2 , . . . , π‘₯𝑁 βˆ’1 )
Fonte: Comte-Knaap [, 1]
Para isso são necessários os seguintes lemas no caso em que a dimensão do R𝑁 é
maior ou igual a 4.
Os valores das integrais em π΅π‘š estão apresentados no lema abaixo, e os cálculos
podem ser encontrados em Brézis-Nirenberg [11].
Lema 4.6 Sejam π‘’πœ€ como definido em (4.10) e 𝑁 β‰₯ 4. Então
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΅π‘š = 𝐾1 πœ€βˆ’
2βˆ’π‘
2
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΅π‘š = 𝑂(| log πœ€|),
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΅π‘š = 𝑂(πœ€
β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁
𝑁 βˆ’2
,π΅π‘š
4βˆ’π‘
2
= 𝐾2 πœ€
),
2βˆ’π‘
2
+ 𝑂(1),
quando πœ€ β†’ 0.
quando πœ€ β†’ 0
quando πœ€ β†’ 0
+ 𝑂(πœ€),
se
se
𝑁 = 4.
𝑁 β‰₯ 5.
quando πœ€ β†’ 0,
onde
2
𝐾1 = (𝑁 βˆ’ 2)
∫︁
R𝑁
|π‘₯|2
𝑑π‘₯,
(1 + |π‘₯|2 )𝑁
(4.12)
41
𝐾2 =
e
(οΈƒβˆ«οΈ
R𝑁
1
𝑑π‘₯
(1 + |π‘₯|2 )𝑁
)οΈƒ 𝑁 βˆ’2
𝑁
(4.13)
𝐾1
= 𝑆, é a constante definida em (4.8).
𝐾2
Agora, apresentaremos o último lema que nos auxiliara na prova do Lema 4.4.
(ver apêndice B), Os cálculos das integrais em Ξ£π‘š aparecerão durante a demonstração
dos mesmos.
Lema 4.7 (ver apêndice B) Se 𝑁 β‰₯ 4, então, quando πœ€ β†’ 0,
1
𝐾1 2βˆ’π‘
πœ€ 2 {1 βˆ’ πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€)},
2
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
⎧
⎨
𝑂(| log πœ€|)
⎩ 𝑂(πœ€ 4βˆ’π‘
2 )}
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁
𝑁 βˆ’2
,π΄π‘š
𝐾2
=
2
onde
𝑁 βˆ’2 πœ€
2βˆ’π‘
2
{οΈ‚
1βˆ’
𝑁
𝑁 = 4,
𝑁 β‰₯ 4,
se
se
(οΈ‚
(4.14)
(4.15)
1
𝑁 βˆ’3
πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€) ,
𝑁 +1
}οΈ‚
)οΈ‚
(4.16)
(𝑁 βˆ’ 2)2 ∫︁
|π‘₯|4
𝑑π‘₯.
𝐾1
R𝑁 βˆ’1 (1 + |π‘₯|2 )𝑁
𝐿=
(4.17)
Agora temos todas as informações necessárias para provar o Lema 4.4.
Demonstração: do Lema 4.4
Pelo lema 4.5, nos resta provar que πΆπœ† <
Como
∫︁
π‘„πœ† (𝑒) =
𝑆
.
2
2𝑁
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†
π΄π‘š
∫︁
𝑒2 𝑑π‘₯
π΄π‘š
βŽ›
⎞
∫︁
⎜
⎝
2
𝑝+1
,
𝑒𝑝+1 𝑑π‘₯⎠
⎟
π΄π‘š
segue que, se 𝑁 β‰₯ 4 temos
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š
π‘„πœ† (π‘’πœ€ ) =
β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁 ,π΄π‘š
𝑁 βˆ’2
e segue pelo lema 4.7 que
⎧
⎨
π‘„πœ† (π‘’πœ€ ) =
𝑂(| log πœ€|)
1
𝐾1 2βˆ’π‘
πœ€ 2 {1 βˆ’ πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€)} βˆ’
4βˆ’π‘
⎩
2
𝑂(πœ€ 2 )
𝐾2
2
𝑁 βˆ’2
𝑁
{οΈƒ
se
se
}οΈƒ
2βˆ’π‘
(𝑁 βˆ’ 3) 1
1βˆ’
πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€) πœ€ 2
(𝑁 + 1)
𝑁 = 4,
𝑁 β‰₯ 5,
.
42
Desta forma
π‘„πœ† (π‘’πœ€ ) =
𝑆
{οΈ‚
2
2𝑁
com
𝑅(πœ€) =
⎧
⎨
⎩
1βˆ’
1
𝑆
4
πΏπœ€ 2 + 𝑅(πœ€) < 2 ,
𝑁 +1
2𝑁
}οΈ‚
𝑂(πœ€| log πœ€|), se 𝑁 = 4,
𝑂(πœ€), se 𝑁 β‰₯ 5.
e segue o Lema 4.4 para 𝑁 β‰₯ 4.
O último ingrediente na prova do Teorema 4.2 é mostrar que podemos utilizar uma
desigualdade devido a Cherrier (ver apêndice B, Teorema B.6).
Essa desigualdade nos diz que, se Ξ© é um domínio em R𝑁 , que é limitado e de
classe 𝐢 1 , então para cada πœ€ > 0, existe uma constante π‘€πœ€ , de modo que para todo
𝑒 ∈ 𝐻 1 (Ξ©) :
(οΈƒ
22/𝑁
+πœ€
𝑆
‖𝑒‖𝑝+1,Ξ© ≀
)οΈƒ 1
2
β€–βˆ‡π‘’β€–2,Ξ© + π‘€πœ€ ‖𝑒‖2,Ξ© ,
(4.18)
𝑁 +2
.
𝑁 βˆ’2
Porém, em nosso caso, π΄π‘š não é de classe 𝐢 1 . Portanto estendemos as funções 𝑒
pertencentes a 𝑉 (π΄π‘š ), para bola unitária
𝐡 = {π‘₯ ∈ R𝑁 ; π‘₯21 + ... + π‘₯2𝑁 βˆ’1 + (π‘₯𝑁 βˆ’ 1)2 < 1}
onde 𝑝 =
definindo
𝑒^(π‘₯) =
⎧
⎨
⎩
𝑒(π‘₯) se π‘₯ ∈ π΄π‘š ,
0 se π‘₯ ∈ 𝐡 βˆ– π΄π‘š .
Então 𝑒^ ∈ 𝐻 1 (𝐡), onde 𝐡 é um domínio regular suave. E claramente temos
β€–βˆ‡^
𝑒‖2,𝐡 = β€–βˆ‡π‘’β€–2,π΄π‘š ,
β€–^
𝑒‖2,𝐡 = ‖𝑒‖2,π΄π‘š ,
β€–^
𝑒‖𝑝+1,𝐡 = ‖𝑒‖𝑝+1,π΄π‘š .
(4.19)
Portanto a desigualdade (4.18) continua sendo válida para para todo 𝑒 ∈ 𝑉 (π΄π‘š )
isto é
(οΈƒ
‖𝑒‖𝑝+1,π΄π‘š ≀
22/𝑁
+πœ€
𝑆
)οΈƒ 1
2
β€–βˆ‡π‘’β€–2,π΄π‘š + π‘€πœ€ ‖𝑒‖2,π΄π‘š
Neste momento, estamos aptos a provar o Teorema 4.2.
Prova do Teorema 4.2
Demonstração: Seja {𝑒𝑗 } βŠ‚ 𝑉 (π΄π‘š ) uma sequência minimizante de (4.6), isto é
‖𝑒𝑗 ‖𝑝+1,π΄π‘š = 1,
(4.20)
β€–βˆ‡π‘’π‘— β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’π‘— β€–22,π΄π‘š = πΆπœ† + π‘œ(1).
(4.21)
43
Por (4.20) e pela imersão de 𝐿𝑝+1 (π΄π‘š ) Λ“β†’ 𝐿2 (π΄π‘š ), obtemos que
‖𝑒𝑗 β€–2,π΄π‘š ≀ 𝐢‖𝑒𝑗 ‖𝑝+1,π΄π‘š ≀ 𝐢,
e portanto {𝑒𝑗 } é limitado em 𝐿2 (π΄π‘š ). Usando (4.21) e a limitação de {𝑒𝑗 } em 𝐿2 (π΄π‘š )
obtemos que {βˆ‡π‘’π‘— } é limitado em 𝐿2 (π΄π‘š ) e, portanto, que {𝑒𝑗 } é limitado em 𝑉 (π΄π‘š ).
Assim {𝑒𝑗 } possui uma seqüência fracamente convergente em 𝑉 (π΄π‘š ) de modo que
𝑒𝑗 ⇀ 𝑒 fraco em 𝑉 (π΄π‘š ),
𝑒𝑗 β†’ 𝑒 forte em 𝐿2 (π΄π‘š ),
𝑒𝑗 β†’ 𝑒 q.t.p. em π΄π‘š .
Mostraremos agora que a sequência {𝑒𝑗 } converge fortemente para a 𝑒 em 𝑉 (π΄π‘š ).
Seja
𝑣𝑗 = 𝑒𝑗 βˆ’ 𝑒,
então
𝑣𝑗 ⇀ 0 fraco em 𝑉 (π΄π‘š ),
𝑣𝑗 β†’ 0 forte em 𝐿2 (π΄π‘š ),
(4.22)
𝑣𝑗 β†’ 0 q.t.p. em π΄π‘š .
Um resultado de Brézis e Lieb (ver Capítulo 2, Teorema 2.12), nos garante
1 = ‖𝑒𝑗 β€–2𝑝+1,π΄π‘š = ‖𝑒‖2𝑝+1,π΄π‘š + ‖𝑣𝑗 β€–2𝑝+1,π΄π‘š + π‘œ(1),
(4.23)
substituindo 𝑣𝑗 na desigualdade (4.18) obtemos
(οΈƒ
‖𝑣𝑗 ‖𝑝+1,π΄π‘š ≀
22/𝑁
+πœ€
𝑆
)οΈƒ 1
2
β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–2,π΄π‘š + π‘€πœ€ ‖𝑣𝑗 β€–2,π΄π‘š ,
e segue que
(οΈƒ
‖𝑣𝑗 β€–2𝑝+1,π΄π‘š
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘€πœ€2 ‖𝑣𝑗 β€–22,π΄π‘š
≀
𝑆
⎑(οΈƒ
⎀
)οΈƒ 1
2/𝑁
2
2
+ 2⎣
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–2,π΄π‘š π‘€πœ€ ‖𝑣𝑗 β€–2,π΄π‘š ⎦ .
𝑆
(4.24)
Como β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–2,π΄π‘š é limitado e 𝑣𝑗 β†’ 0 em 𝐿2 (π΄π‘š ), assim se observarmos as duas últimas
partes da desigualdade acima, teremos
⎑(οΈƒ
π‘€πœ€2 ‖𝑣𝑗 β€–22,π΄π‘š
22/𝑁
+ 2⎣
+πœ€
𝑆
)οΈƒ 1
⎀
2
β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–2,π΄π‘š π‘€πœ€ ‖𝑣𝑗 β€–2,π΄π‘š ⎦ = π‘œ(1).
Substituindo o resultado acima na desigualdade (4.24), obtemos
(οΈƒ
‖𝑣𝑗 β€–2𝑝+1,π΄π‘š
≀
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
𝑆
44
Agora substituindo a desigualdade acima em (4.23) e multiplicando por πΆπœ† produzimos
(οΈƒ
πΆπœ† ≀
πΆπœ† ‖𝑒‖2𝑝+1,π΄π‘š
+ πΆπœ†
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
𝑆
(4.25)
Por outro lado obtemos, a partir de (4.21), que
πΆπœ† = β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š + β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
(4.26)
Substituindo (4.26) em (4.25), obtemos que
β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š + β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š
(οΈƒ
≀
πΆπœ† ‖𝑒‖2𝑝+1,π΄π‘š
+ πΆπœ†
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
𝑆
Por outro lado, pela definição de πΆπœ† temos
πΆπœ† ‖𝑒‖2𝑝+1,π΄π‘š ≀ β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š ,
e segue que,
β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š + β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š
(οΈƒ
≀ β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š + πΆπœ†
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1),
𝑆
e portanto,
(οΈƒ
β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š ≀ πΆπœ†
)οΈƒ
22/𝑁
+ πœ€ β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
𝑆
𝑆
Como πœ† < πœ‡π‘š , pelo Lema 4.4, temos que πΆπœ† < 2/𝑁 , desta forma garantimos a
2
existência de uma constante positiva 𝐢 de modo que
β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š ≀ (𝐢 + πΆπœ† )β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š + π‘œ(1).
Tomando πœ€ > 0 suficientemente pequeno concluímos que β€–βˆ‡π‘£π‘— β€–22,π΄π‘š = π‘œ(1), e portanto
‖𝑒𝑗 βˆ’ 𝑒‖22,π΄π‘š = ‖𝑣𝑗 β€–22,π΄π‘š β†’ 0 quando 𝑗 β†’ ∞. Conseqüentemente 𝑒𝑗 β†’ 𝑒 forte em 𝑉 (π΄π‘š ),
𝑒 é de fato um minimizador de (4.6) e
πΆπœ† = β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š .
(4.27)
Além disso, como ‖𝑒‖𝑝+1,π΄π‘š = 1, concluímos que 𝑒 ̸≑ 0.
Agora mostraremos que πΆπœ† > 0.
Pelo lema (4.5) (ii), sabemos que πΆπœ† β‰₯ 0. Suponhamos que πΆπœ† = 0, então por (4.27),
β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’β€–22,π΄π‘š = 0.
(4.28)
Por outro lado,
{οΈƒ
πœ‡π‘š = inf
𝑒̸≑0
β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š
‖𝑒‖22,π΄π‘š
}οΈƒ
≀
β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š
,
‖𝑒‖22,π΄π‘š
deste modo temos que
πœ‡π‘š ‖𝑒‖22,π΄π‘š β‰₯ β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š .
(4.29)
45
Por (4.28) e (4.29), temos:
βˆ’ β€–βˆ‡π‘’β€–22,π΄π‘š β‰₯ 0 e segue que 0 β‰₯ (πœ‡π‘š βˆ’ πœ†)‖𝑒‖22,π΄π‘š β‰₯ 0. Como πœ‡π‘š > πœ†, temos
= 0 e portanto 𝑒 = 0. Absurdo, pois 𝑒 ̸≑ 0.
πœ‡π‘š ‖𝑒‖22,π΄π‘š
que ‖𝑒‖2π΄π‘š
Podemos ainda supor que 𝑒 β‰₯ 0, caso contrário, podemos substituir 𝑒 por |𝑒|.
Isto é possível, pois {|𝑒𝑗 |} é também uma sequência minimizante, logo podemos trocar a
sequência minimizante {𝑒𝑗 } por {|𝑒𝑗 |}.
Com efeito:
Pelo Teorema de Stampacchia,
|βˆ‡|𝑒|| = (𝑠𝑖𝑔𝑛 𝑒)βˆ‡π‘’ se 𝑒 ΜΈ= 0.
Além disso, βˆ‡π‘’ = 0 sobre o conjunto [𝑒 = 0], então |βˆ‡|𝑒|| = |βˆ‡π‘’| q.t.p em π΄π‘š , assim
β€–βˆ‡|𝑒𝑗 |β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–|𝑒𝑗 |β€–22,π΄π‘š = β€–βˆ‡π‘’π‘— β€–22,π΄π‘š βˆ’ πœ†β€–π‘’π‘— β€–22,π΄π‘š β†’ πΆπœ† ,
e portanto {|𝑒𝑗 |} também é uma sequência minimizante, como queríamos verificar.
Podemos ainda garantir, por um refinamento do Teorema de Hopf (ver apêndice
C, Teorema C.11), que 𝑒 > 0.
Agora, sejam 𝐺(𝑀) =
∫︁
|𝑀|𝑝+1 𝑑π‘₯ e 𝑄(𝑀) =
∫︁
|βˆ‡π‘€|2 𝑑π‘₯ βˆ’
πœ†|𝑀|2 𝑑π‘₯, onde
π΄π‘š
π΄π‘š
π΄π‘š
∫︁
𝑀 ∈ 𝑉 (π΄π‘š ).
Dado 𝑀, πœ™ ∈ 𝐻 1 com π‘₯ ∈ Ξ© e 0 < |𝑑| < 1, e utilizando o Teorema do Valor Médio
(ver apêndice B, Teorema B.7), existe um πœƒ ∈ (0, 1) tal que:
|𝑀(π‘₯) + π‘‘πœ™(π‘₯)|𝑝+1 βˆ’ |𝑀(π‘₯)𝑝+1 |
(𝑝 + 1)|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘‘πœ™(π‘₯)|π‘βˆ’1 (𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘‘πœ™(π‘₯))π‘‘πœ™(π‘₯)
=
.
|𝑑|
|𝑑|
Assim,
βƒ’
βƒ’ |𝑀(π‘₯) + π‘‘πœ™(π‘₯)|𝑝+1
βƒ’
βƒ’
βƒ’
|𝑑|
βƒ’
βˆ’ |𝑀(π‘₯)𝑝+1 | βƒ’βƒ’
βƒ’
βƒ’
= (𝑝 + 1)|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘‘πœ™(π‘₯)|𝑝 πœ™(π‘₯)
≀ (𝑝 + 1)(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|)𝑝 |πœ™(π‘₯)|.
Desde que 𝑀, πœ™ ∈ 𝐻 1 (Ξ©) temos que 𝑀, πœ™ ∈ 𝐿𝑝+1 (Ξ©), pois 𝐻 1 (Ξ©) está imerso
𝑝+1
continuamente em 𝐿𝑝+1 (Ξ©), onde 𝑝 + 1 = 𝑝* , decorre disto que (|𝑀| + |πœ™|)𝑝 ∈ 𝐿 𝑝 já que
βŽ›
⎞
∫︁
⎜
⎝
[(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|)𝑝 ]
𝑝+1
𝑝
𝑑π‘₯⎠
⎟
π΄π‘š
1
𝑝+1
𝑝
=
βŽ‘βŽ›
∫︁
⎒⎜
⎒⎝
⎣
⎞
(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|𝑝+1 )𝑑π‘₯⎠
⎟
1
𝑝+1
βŽ€π‘
βŽ₯
βŽ₯
⎦
.
π΄π‘š
1
1
𝑝
1
=
+
= 1, temos pela desigualdade de Hölder que
Como 𝑝 + 1 +
𝑝+1
𝑝+1 𝑝+1
𝑝
βŽ›
∫︁
π΄π‘š
𝑝
(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|) |πœ™(π‘₯)|𝑑π‘₯ ≀
⎞
∫︁
⎜
⎝
π΄π‘š
𝑝
[(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|) ]
𝑝+1
𝑝
𝑑π‘₯⎟
⎠
1
𝑝+1
𝑝
⎞1
βŽ›
·βŽœ
⎝
𝑝
∫︁
π΄π‘š
𝑝
|πœ™(π‘₯)|
𝑑π‘₯⎟
⎠
.
46
Logo
(|𝑀(π‘₯)| + |β„Ž(π‘₯)|)𝑝 |πœ™(π‘₯)| ∈ 𝐿1 (Ξ©).
Consideraremos agora a seguinte sequência em 𝐿1 (Ξ©).
𝑓𝑛 (π‘₯) = (𝑝+1)|𝑀(π‘₯)+πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|𝑝 [𝑀(π‘₯)+πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)]πœ™(π‘₯) com 1 > 𝑑𝑛 β†’ 0 quando 𝑛 β†’ +∞,
logo
𝑓𝑛 (π‘₯) β†’ 𝑓 (π‘₯) = (𝑝 + 1)|𝑀(π‘₯)|π‘βˆ’1 𝑀(π‘₯)πœ™(π‘₯).
Como
(𝑝 + 1)|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|π‘βˆ’1 (𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯))πœ™(π‘₯)|
(𝑝 + 1)(|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|)π‘βˆ’1 |((𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯))||πœ™(π‘₯)|
(𝑝 + 1)(|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|)𝑝 |πœ™(π‘₯)|
(𝑝 + 1)(|𝑀(π‘₯)| + |πœƒπ‘› ||𝑑𝑛 ||πœ™(π‘₯)|)𝑝 |πœ™(π‘₯)|
(𝑝 + 1)(|𝑀(π‘₯)| + |πœ™(π‘₯)|𝑝 |)|πœ™(π‘₯)|,
|𝑓𝑛 (π‘₯)| =
=
=
≀
≀
pelo Teorema da Convergência Dominada (ver apêndice A, Teorema A.7), segue
lim
∫︁
𝑛→+∞
π΄π‘š
𝑓𝑛 (π‘₯)𝑑π‘₯ = (𝑝 + 1)
∫︁
|𝑀(π‘₯)|π‘βˆ’1 𝑀(π‘₯)πœ™(π‘₯).
π΄π‘š
Por outro lado,
|𝑀(π‘₯) + 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|π‘βˆ’1 βˆ’ |𝑀(π‘₯)|𝑝+1
= (𝑝 + 1)|𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|π‘βˆ’1 (𝑀(π‘₯) + πœƒπ‘› 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯))πœ™(π‘₯),
𝑑𝑛
isto é,
⎞
βŽ›
∫︁
∫︁
1 ⎜ ∫︁
⎟
𝑝+1
π‘βˆ’1
|𝑀(π‘₯)|π‘βˆ’1 𝑀(π‘₯)πœ™(π‘₯)𝑑π‘₯.
lim
|𝑀(π‘₯)
+
𝑑
πœ™(π‘₯)|
𝑑π‘₯
|𝑀(π‘₯)|
𝑑π‘₯
=
(𝑝
+
1)
⎠
⎝
𝑛
𝑛→+∞ 𝑑𝑛
π΄π‘š
π΄π‘š
π΄π‘š
Logo,
βŽ›
1⎜
lim ⎝
𝑑→+∞ 𝑑
⎞
∫︁
π‘βˆ’1
|𝑀(π‘₯) + 𝑑𝑛 πœ™(π‘₯)|
π΄π‘š
∫︁
𝑑π‘₯
𝑝+1
|𝑀(π‘₯)|
𝑑π‘₯⎟
⎠
= (𝑝 + 1)
π΄π‘š
∫︁
|𝑀(π‘₯)|π‘βˆ’1 𝑀(π‘₯)πœ™(π‘₯)𝑑π‘₯
π΄π‘š
e concluímos que
∫︁
𝐺′ (𝑀) · πœ™ = (𝑝 + 1)
|𝑀(π‘₯)|π‘βˆ’1 𝑀(π‘₯)πœ™(π‘₯)𝑑π‘₯.
π΄π‘š
Tomando 𝑀 = πœ™ = 𝑒, segue que
β€²
𝐺 (𝑒) · 𝑒 = (𝑝 + 1)
∫︁
π΄π‘š
π‘βˆ’1 2
|𝑒|
𝑒 𝑑π‘₯ = (𝑝 + 1)
∫︁
|𝑒|𝑝+1 𝑑π‘₯.
π΄π‘š
Assim, 𝐺′ (𝑒) · 𝑒 = 𝑝 + 1 ΜΈ= 0, e 𝑒 é um minimizador do problema (4.6), pelo Teorema de
Multiplicadores dos Lagrange (ver apêndice B, Teorema B.4), existe um numero real 𝛼
de modo que:
𝑄′ (𝑒) · πœ™ = 𝛼 𝐺′ (𝑒) · πœ™, βˆ€πœ™ ∈ 𝑉 (π΄π‘š ).
47
Colocando 𝐼(𝑒) =
∫︁
∫︁
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ e 𝐽(𝑒) =
π΄π‘š
|𝑒|2 𝑑π‘₯, utilizando o mesmo raciocínio
π΄π‘š
da derivada anterior temos que
𝐽 β€² (𝑒) · πœ™ = 2
∫︁
π‘’πœ™π‘‘π‘₯
π΄π‘š
e
1
𝐼 β€² (𝑒) · πœ™ = lim {𝐽(𝑒 + π‘‘πœ™) βˆ’ 𝐽(𝑒)}
𝑑→0 𝑑 ⎑
⎀
∫︁
∫︁
1
= lim ⎒
|βˆ‡(𝑒 + π‘‘πœ™)|2 𝑑π‘₯ βˆ’
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯βŽ₯
⎣
⎦
𝑑→0 𝑑
= lim
𝑑→0
1
𝑑
1
𝑑→0 𝑑
= lim
= 2
∫︁
π΄π‘š
βŽ‘π΄π‘š
∫︁
∫︁
⎒
⎣ (βˆ‡π‘’ + π‘‘βˆ‡πœ™)(βˆ‡π‘’ + π‘‘βˆ‡πœ™)𝑑π‘₯ βˆ’
βŽ‘π΄π‘š
∫︁
⎒
⎣
⎀
βˆ‡π‘’βˆ‡π‘’ 𝑑π‘₯⎦
βŽ₯
π΄π‘š
⎀
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯ + 2𝑑
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ™π‘‘π‘₯ + 𝑑2
π΄π‘š
π΄π‘š
∫︁
∫︁
|βˆ‡πœ™|2 𝑑π‘₯ βˆ’
π΄π‘š
|βˆ‡π‘’|2 𝑑π‘₯βŽ₯
⎦
π΄π‘š
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ™ 𝑑π‘₯.
π΄π‘š
Assim,
⎞
βŽ›
β€²
𝑄 (𝑒) · πœ™ =
2⎜
⎝
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ™ 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†
∫︁
π‘’πœ™
𝑑π‘₯⎟
⎠
|𝑒|𝑝 πœ™ 𝑑π‘₯ = 𝛼𝐺′ (𝑒)πœ™,
βˆ€πœ™ ∈ 𝑉 (π΄π‘š ).
π΄π‘š
π΄π‘š
π΄π‘š
=πœ†
∫︁
Tomando πœ™ = 𝑒, temos que
∫︁
2
|βˆ‡π‘’| 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†
π΄π‘š
∫︁
π΄π‘š
𝑒2 𝑑π‘₯ =
𝛼(𝑝 + 1)
.
2
Por outro lado, 𝑒 é o minimizador, assim por (4.27), obtemos que 𝛼 =
2πΆπœ†
> 0 e desta
𝑝+1
forma temos que
∫︁
βˆ‡π‘’βˆ‡πœ™ 𝑑π‘₯ βˆ’ πœ†
π΄π‘š
∫︁
π΄π‘š
πΆπœ† ∫︁ 𝑝
𝑒 πœ™,
π‘’πœ™ 𝑑π‘₯ =
𝑝+1
π΄π‘š
e assim, 𝑒 é solução fraca da equação
(π‘ƒπΆπœ† )π‘š
⎧
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎨
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
βŽͺ
⎩
πΆπœ† 𝑝
𝑒 em π΄π‘š ,
𝑝+1
= sobre Ξ“0,π‘š ,
βˆ’Ξ”π‘’ βˆ’ πœ†π‘’ =
𝑒
πœ•π‘’
πœ•πœ‚
= 0 sobre Ξ“1,π‘š .
Como 𝑒 ∈ 𝑉 (π΄π‘š ), 𝑒 satisfaz a condição de Dirichlet em Ξ“0,π‘š e a condição de Neumann
em Ξ“1,π‘š . Agora vamos encontrar uma contante 𝜏 de modo que 𝑣 = πΆπœ†πœ 𝑒 seja solução do
48
problema (π‘ƒπ‘š ). Subtituindo 𝑣 = πΆπœ†πœ 𝑒 em (π‘ƒπ‘š ) e usando o fato de que πΆπœ† > 0 temos
βˆ’Ξ”(πΆπœ†πœ 𝑒) = (πΆπœ†πœ 𝑒)𝑝 + πœ†(πΆπœ†πœ 𝑒), assim, πΆπœ†πœ (βˆ’Ξ”π‘’) = πΆπœ†πœ 𝑝 𝑒𝑝 + πœ†πΆπœ†πœ e desta forma
βˆ’Ξ”π‘’ = πΆπœ†πœ 𝑝 πΆπœ†βˆ’πœ 𝑒𝑝 + πœ†πΆπœ†πœ πΆπœ†βˆ’πœ 𝑒
= πΆπœ†πœ π‘βˆ’πœ 𝑒𝑝 + πœ†πΆπœ†πœ βˆ’πœ
𝜏 (π‘βˆ’1) 𝑝
= πΆπœ†
𝑒 + πœ†π‘’.
Portanto 𝑒 satisfaz a equação:
𝜏 (π‘βˆ’1) 𝑝
βˆ’Ξ”π‘’ = πΆπœ†
𝑒 + πœ†π‘’,
por outro lado, 𝑒 satizfaz (π‘ƒπΆπœ† )π‘š , isto é,
βˆ’Ξ”π‘’ βˆ’ πœ†π‘’ =
πΆπœ† 𝑝
𝑒.
𝑝+1
𝜏 (π‘βˆ’1)
Comparando as duas equações em que 𝑒 é solução, concluímos que πΆπœ†
=
πΆπœ†
, ou
𝑝+1
1
, como os termos da igualdade são positivos, podemos tomar o
𝑝+1
(οΈƒ
)οΈƒ
1
𝜏 (π‘βˆ’1)βˆ’1
) = ln
e obtemos que
logaritmo natural, assim ln(πΆπœ†
𝑝
+
1
(οΈƒ
(οΈƒ
)οΈƒ
)οΈƒ ⎞
βŽ›
1
1
ln
ln
⎜
⎟
π‘βˆ’1
𝑝+1 ⎟
1 ⎜
⎜1 +
⎟.
, portanto 𝜏 =
𝜏 (𝑝 βˆ’ 1) βˆ’ 1 =
ln(πΆπœ† )
π‘βˆ’1⎜
ln πΆπœ† ⎟
⎝
⎠
𝜏 (π‘βˆ’1)βˆ’1
seja πΆπœ†
=
Logo concluímos que 𝑣 = πΆπœ†πœ 𝑒, para a constante 𝜏 obtida acima, é uma solução
para o problema (π‘ƒπ‘š ).
4.3 Solução para o Problema Crítico
Agora nos resta mostrar o Teorema 4.1. A técnica é fazer um tipo de β€œcolagem”
de soluções obtidas pelo Teorema 4.2.
Demonstração: Teorema 4.1
Seja πœ† ∈ R e seja πœ‡π‘š o primeiro autovalor do problema (4.4). Como πœ‡π‘š β†— ∞ quando
π‘š β†’ ∞, é possível obter um menor número natural π‘š0 de modo que πœ† < πœ‡π‘š0 . Para cada
número natural π‘š β‰₯ π‘š0 , consideremos π‘’π‘š a solução positiva referente ou problema (π‘ƒπ‘š )
obtida no Teorema 4.2. Agora consideremos π΄β€²π‘š a reflexão de π΄π‘š sobre uma das fronteiras
planas. Sobre π΄π‘š βˆͺ π΄β€²π‘š definiremos a função π‘’Λœπ‘š , de modo que π‘’Λœπ‘š = π‘’π‘š em π΄π‘š e π‘’Λœπ‘š é a
função antisimétrica de π‘’π‘š com respeito ao plano de reflexão em π΄β€²π‘š . Seja π΄β€²β€²π‘š a reflexão
˜ π‘š uma função definida em π΄π‘š βˆͺ π΄β€²π‘š βˆͺ π΄β€²β€²π‘š
de π΄π‘š βˆͺ π΄β€²π‘š sobre uma das fronteiras planas e 𝑒
˜ π‘š = π‘’Λœπ‘š em π΄π‘š βˆͺ π΄β€²π‘š e 𝑒
˜ π‘š é antisimétrica com respeito ao plano de reflexão.
de modo 𝑒
Repetindo este procedimento m vezes, finalmente se obtem uma função 𝑒 definida em
toda bola 𝐡. É claro que 𝑒 satisfaz a condição de Neumann na fronteira πœ•π΅ e, portanto, é
49
uma solução do problema (4.1). Esta solução é positiva em 2π‘šβˆ’1 componentes conexas e
negativa em 2π‘šβˆ’1 componentes conexas, ou seja, a solução obtida muda de sinal. Usando
o resultado de regularidade de Cherrier [14], temos que estas soluções pentencem a 𝐢 2 (Ξ©).
No caso π‘š = 2, veja como exemplo a figura seguinte:
Figura 3 – β€œColagem” da solução do setor 𝐴2
Fonte: o autor
Apêndices
51
APÊNDICE A – Resultados Gerais do
Capítulo 3
A.1 Teorema da Função Implícita.
Sejam π‘š, 𝑛 inteiros positivos.
Notação. Escreveremos um ponto em R𝑛+π‘š como
(π‘₯, 𝑦) = (π‘₯1 , · · · , π‘₯𝑛 , 𝑦1 , · · · , π‘¦π‘š )
para π‘₯ ∈ R𝑛 , 𝑦 ∈ Rπ‘š .
Seja π‘ˆ βŠ‚ R𝑛+π‘š um conjunto aberto, e suponhamos 𝑓 : π‘ˆ β†’ R de classe 𝐢 1 , onde
escreveremos 𝑓 = (𝑓 1 , · · · , 𝑓 π‘š ). Assumiremos (π‘₯0 , 𝑦0 ) ∈ π‘ˆ, 𝑧0 = 𝑓 (π‘₯0 , 𝑦0 ).
Notação.
βŽ›
⎜
⎜
⎝
𝐷𝑓 = ⎜
𝑓π‘₯11 · · · 𝑓π‘₯1𝑛 𝑓𝑦11 · · · 𝑓𝑦1π‘š
..
..
.
.
𝑓π‘₯π‘š1 · · · 𝑓π‘₯π‘šπ‘› π‘“π‘¦π‘š1 · · · π‘“π‘¦π‘šπ‘š
⎞
⎟
⎟
⎟
⎠
π‘š×(𝑛+π‘š)
= (𝐷π‘₯ 𝑓, 𝐷𝑦 𝑓 ) = matriz gradiente de 𝑓.
Definição A.1
𝐽𝑦 𝑓 = | det 𝐷𝑦 𝑓 | =
βƒ’
βƒ’
βƒ’ πœ•(𝑓 1 , · · · , 𝑓 π‘š ) βƒ’
βƒ’
βƒ’
βƒ’
βƒ’.
βƒ’ πœ•(𝑦1 , · · · , π‘¦π‘š ) βƒ’
Figura 4 – Funcional 𝑓 em uma determinada vizinhança
Fonte: Evans [22]
52
Teorema A.2 (Da Função Implícita) (Ver [22]).
Suponhamos 𝑓 ∈ 𝐢 1 (π‘ˆ ; Rπ‘š ) e
𝐽𝑦 𝑓 (π‘₯0 , 𝑦0 ) ΜΈ= 0,
então existem conjuntos abertos 𝑉 βŠ‚ π‘ˆ, com (π‘₯0 , 𝑦0 ) ∈ 𝑉 e π‘Š βŠ‚ Rπ‘š com π‘₯0 ∈ π‘Š, e uma
aplicação de classe 𝐢 1 𝑔 : π‘Š β†’ Rπ‘š , de modo que:
(i) 𝑔(π‘₯0 ) = 𝑦0 ,
(ii) 𝑓 (π‘₯, 𝑔(π‘₯)) = 𝑧0
(π‘₯ ∈ π‘Š ),
(iii) se (π‘₯, 𝑦) ∈ 𝑉 e 𝑓 (π‘₯, 𝑦) = 𝑧0 , então 𝑦 = 𝑔(π‘₯),
(iv) se 𝑓 ∈ 𝐢 π‘˜ , então 𝑔 ∈ 𝐢 π‘˜ (π‘˜ = 2, · · ·).
A aplicação 𝑔 é definida implicitamente perto de π‘₯0 pela equação 𝑓 (π‘₯, 𝑦) = 𝑧0
Figura 5 – Teorema da Função Implicita
Fonte: Evans [22]
A.2 Princípio Variacional de Ekeland
Teorema A.3 Seja 𝑋 um espaço métrico completo e Ξ¦ : 𝑋 β†’ R βˆͺ {+∞} semicontínua
inferiormente e limitada inferiormente.
Sejam πœ€ > 0, e 𝑒 ∈ 𝑋 dados, tal que:
(1)
Ξ¦(𝑒) ≀ inf Ξ¦ +
Então dado πœ† > 0, existe π‘’πœ† ∈ 𝑋 tal que:
(2) Ξ¦(π‘’πœ† ) ≀ Ξ¦(𝑒),
𝑋
πœ€
2
53
(3) 𝑑𝑖𝑠𝑑 (π‘’πœ† , 𝑒) ≀ πœ†,
πœ€
(4) Ξ¦(π‘’πœ† ) < Ξ¦(𝑒) + 𝑑𝑖𝑠𝑑 (π‘’πœ† , 𝑒)
2
βˆ€ 𝑒 ΜΈ= π‘’πœ†
A.3 Fórmulas de Green e Resultados de Medida
Teorema A.4 (Fórmulas de Green) (ver [22], pág 628).
Sejam 𝑒, 𝑣 ∈ 𝐢 2 (Ξ©). Então:
(i)
∫︁
Δ𝑒 𝑑π‘₯ =
πœ•Ξ©
Ξ©
(ii)
∫︁
∫︁
πœ•π‘’
𝑑𝑆,
πœ•πœ‚
𝐷𝑣.𝐷𝑒 𝑑π‘₯ = βˆ’
∫︁
Ξ©
(iii)
∫︁
𝑒Δ𝑣 𝑑π‘₯ +
∫︁
πœ•Ξ©
Ξ©
𝑒Δ𝑣 βˆ’ 𝑣Δ𝑒 𝑑π‘₯ =
∫︁
πœ•Ξ©
Ξ©
𝑒
πœ•π‘£
𝑒 𝑑𝑆,
πœ•πœ‚
πœ•π‘£
πœ•π‘’
βˆ’π‘£
𝑑𝑆.
πœ•πœ‚
πœ•πœ‚
Lema A.5 (Lema de Fatou) (Ver [9] página 90).
Seja (𝑓𝑛 ) uma sequência de funções de 𝐿1 tal que
(a) Para cada 𝑛, 𝑓𝑛 (π‘₯) β‰₯ 0 q.t.p em Ξ©.
(b) sup
∫︁
𝑛
𝑓𝑛 (π‘₯)𝑑π‘₯ < ∞.
Para cada π‘₯ ∈ Ξ© ponha 𝑓 (π‘₯) = π‘›β†’βˆž
lim 𝑓𝑛 (π‘₯). Então
𝑓 ∈ 𝐿1 (Ξ©) e
∫︁
𝑓 (π‘₯)𝑑π‘₯ ≀ lim inf
π‘›β†’βˆž
∫︁
𝑓𝑛 (π‘₯)𝑑π‘₯.
Teorema A.6 (Teorema da Convergência Monótona) (Ver [9] página 90).
Seja (𝑓𝑛 ) uma sequência de funções de 𝐿1 satisfazendo
(a) 𝑓1 ≀ 𝑓2 ≀ ... ≀ 𝑓𝑛 ≀ 𝑓𝑛+1 ≀ ... quase sempre em Ξ©,
(b) sup
𝑛
∫︁
𝑓𝑛 (π‘₯)𝑑π‘₯ < ∞. Então 𝑓𝑛 (π‘₯) converge em quase todo ponto de Ξ© para um limite
finito denotado por 𝑓 (π‘₯); e a mais ainda
𝑓 ∈ 𝐿1 e ‖𝑓𝑛 βˆ’ 𝑓 ‖𝐿1 β†’ 0, quando 𝑛 β†’ ∞.
54
Teorema A.7 (Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue) (Ver [9] página 90).
Seja (𝑓𝑛 ) uma sequência de funções em 𝐿1 . Suponhamos que
(a) 𝑓𝑛 (π‘₯) βˆ’β†’ 𝑓 (π‘₯) em quase todo ponto de Ξ©
(b) Existe uma função 𝑔 ∈ 𝐿1 tal que para cada 𝑛, |𝑓𝑛 (π‘₯)| ≀ 𝑔(π‘₯) para quase todo ponto
em Ξ©.
Então
𝑓 ∈ 𝐿1 e ‖𝑓𝑛 βˆ’ 𝑓 ‖𝐿1 βˆ’β†’ 0, quando 𝑛 β†’ ∞.
Teorema A.8 (Lusin) (Ver [23]).
Seja 𝑓 : R𝑁 β†’ R uma função mensurável, então para cada πœ€ > 0, existe um
conjunto compacto 𝐾 βŠ‚ 𝐴, com med(𝐴) < ∞, tal que med(𝐴 βˆ’ 𝐾) < πœ€ e 𝑓 |𝐾 é contínua.
55
APÊNDICE B – Resultados Gerais do
Capítulo 4
B.1 Algumas Funções Especiais
Proposição B.1 (ver [16]. Proposição 3.2) Seja πœ‚(|π‘₯|) uma função suave.
(a) Se 𝑁 = 3, então
∫︁
πœ‚(|π‘₯|)𝑑π‘₯ = πœ‹
π‘…π‘š
∫︁
πœ‚(π‘Ÿ)π‘Ÿ3 π‘‘π‘Ÿ.
0
Ξ£π‘š
(b) Se 𝑁 β‰₯ 4, então
∫︁
Ξ£π‘š
π‘…π‘š
πœ”π‘ βˆ’1 ∫︁
πœ‚(π‘Ÿ)π‘Ÿπ‘ (1 + β„Ž(π‘Ÿ))π‘‘π‘Ÿ,
πœ‚(|π‘₯|)𝑑π‘₯ =
2
0
onde β„Ž(π‘Ÿ) é uma função suave de π‘Ÿ, com β„Ž(π‘Ÿ) = 𝑂(π‘Ÿ2 ) quando π‘Ÿ β†’ 0 e πœ”π‘ βˆ’1 é a área
da bola unitária em R𝑁 βˆ’1 .
Definição B.2 (ver [34]) Se 𝑛 > 0, definimos a função gama por
Ξ“(𝑛) =
∫︁∞
π‘’π‘›βˆ’1 π‘’βˆ’π‘’ 𝑑𝑒.
0
Propriedades da função gama
(1) Ξ“(𝑛 + 1) = 𝑛Γ(𝑛), se 𝑛 > 0.
Assim como Ξ“(1) = 1, temos Ξ“(2) = 1, Ξ“(3) = 2!, Ξ“(4) = 3! e, de um modo geral,
Ξ“(𝑛 + 1) = 𝑛!, se 𝑛 é inteiro positivo. Por essa razão, a função é algumas vezes
chamada função fatorial.
√
1
(2) Ξ“( ) = πœ‹.
2
(3) Ξ“(𝑝)Ξ“(1 βˆ’ 𝑝) =
πœ‹
, 0 < 𝑝 < 1.
senπ‘πœ‹
56
√
(4) Para 𝑛 grande, Ξ“(𝑛 + 1) β‰ˆ 2πœ‹π‘› 𝑛𝑛 π‘’βˆ’π‘› .
Aqui β‰ˆ significa "aproximadamente igual a, para 𝑛 grande". Mais exatamente, es𝐹 (𝑛)
crevemos 𝐹 (𝑛) β‰ˆ 𝐺(𝑛) se lim
= 1. Essa é chamada fórmula de Stirling.
π‘›β†’βˆž 𝐺(𝑛)
(5) Para 𝑛 < 0, podemos definir Ξ“ por
Ξ“(𝑛) =
Ξ“(𝑛 + 1)
.
𝑛
Definição B.3 (ver [34]) Se π‘š > 0, 𝑛 > 0, definimos a função beta como
𝐡(π‘š, 𝑛) =
∫︁1
π‘’π‘šβˆ’1 (1 βˆ’ 𝑒)π‘›βˆ’1 𝑑𝑒
0
A função beta pode em alternativa ser definida utilizando a mudança de variável
𝑒
𝑠=
, como
1+𝑒
𝐡(π‘š, 𝑛) =
∫︁∞
π‘ π‘šβˆ’1 (1 + 𝑠)βˆ’(π‘š+𝑛) 𝑑𝑠
0
Propriedades da função beta
(1) 𝐡(π‘š, 𝑛) =
(2)
∫︁1
0
Ξ“(π‘š)Ξ“(𝑛)
.
Ξ“(π‘š + 𝑛)
1
Ξ“(π‘š)Ξ“(𝑛)
sen2π‘šβˆ’1 πœƒcos2π‘šβˆ’1 πœƒ π‘‘πœƒ = 𝐡(π‘š, 𝑛) =
.
2
2Ξ“(π‘š + 𝑛)
B.2 Multiplicadores de Lagrange, Identidade de Pohozaev e
Desigualdade de Cherrier
Teorema B.4 (Multiplicadores de Lagrange) (Ver [32]). .
Suponha 𝐹, 𝐺 : 𝑋 β†’ R funções de classe 𝐢 1 e 𝑋 um espaço de Banach. Se para π‘₯0 ∈ 𝑋
tivermos 𝐺(π‘₯0 ) = 0, e π‘₯0 extremo local da 𝐹 quando restrita a 𝐢 = {π‘₯ ∈ 𝑋; 𝐺(π‘₯) = 0},
então
(i) 𝐺′ (π‘₯0 ) = 0 ou
(ii) βˆƒ πœ‡ ∈ R tal que 𝐹 β€² (π‘₯0 )𝑣 = πœ‡πΊβ€² (π‘₯0 )𝑣, βˆ€π‘£ ∈ 𝑋.
Identidade de Pohozaev
Considere o seguinte problema de Dirichlet não linear
⎧
⎨
⎩
βˆ’Ξ”π‘’ = 𝑓 (𝑒), em Ξ©,
𝑒 = 0, sobre πœ•Ξ©.
(B.1)
57
Seja 𝐹 (𝑒) =
∫︁ 𝑒
𝑓 (𝑠) 𝑑𝑠.
0
Teorema B.5 (Identidade de Pohozaev) (Ver [31]).
Seja Ξ© um domínio limitado em R𝑛 e seja 𝜈 o vetor unitário normal exterior a πœ•Ξ©. Se
𝑒 é uma solução clássica (𝑒 ∈ 𝐻 2 (Ξ©) ∩ 𝐻01 (Ξ©)) de (B.1) então a seguinte identidade é
válida:
∫︁
1 ∫︁
𝑛 βˆ’ 2 ∫︁
𝑒𝑓 (𝑒) 𝑑π‘₯ =
𝑒2 (π‘₯.𝜈)π‘‘πœŽ,
(B.2)
𝑛 𝐹 (𝑒) 𝑑π‘₯ βˆ’
2
2 πœ•Ξ© 𝜈
Ξ©
Ξ©
πœ•π‘’
onde π‘’πœˆ =
.
πœ•πœˆ
Lema B.6 (Desigualdade de Cherrier) (Ver [13]).
Se Ξ© é um domínio em R𝑁 , que é limitado e de classe 𝐢 1 , então para cada πœ€ > 0, existe
uma constante π‘€πœ€ , de modo que para todo 𝑒 ∈ 𝐻 1 (Ξ©) :
βŽ›
‖𝑒‖𝑝+1 ≀
onde 𝑝 =
⎝
⎞1
2
𝑁
2
2
+ πœ€βŽ  β€–βˆ‡π‘’β€–2,Ξ© + π‘€πœ€ ‖𝑒‖2,Ξ© ,
𝑆
𝑁 +2
.
𝑁 βˆ’2
Teorema B.7 (Valor Médio) (Ver [25]).
Seja 𝑓 : π‘ˆ β†’ R definida no aberto π‘ˆ βŠ‚ R𝑛 . Suponhamos que o segmento de reta [π‘Ž, π‘Ž + 𝑣]
esteja contido em π‘ˆ, que a restrição 𝑓 |[π‘Ž,π‘Ž+𝑣] seja contínua e que exista derivada direcional
πœ•π‘“
(π‘₯), segundo 𝑣, em todo ponto π‘₯ ∈ (π‘Ž, π‘Ž + 𝑣). Então existe πœƒ ∈ (0, 1) tal que
πœ•π‘£
πœ•π‘“
𝑓 (π‘Ž + 𝑣) βˆ’ 𝑓 (π‘Ž) =
(π‘Ž + πœƒπ‘£).
πœ•π‘£
B.3 Resultados Importantes Sobre as integrais em π΄π‘š, π΅π‘š, e Ξ£π‘š
Lema B.8 Se 𝑁 β‰₯ 4, então, quando πœ€ β†’ 0,
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁
𝑁 βˆ’2
,π΄π‘š
=
onde
𝐿=
𝐾2
2
⎧
⎨
𝑂(| log πœ€|)
⎩ 𝑂(πœ€ 4βˆ’π‘
2 )}
𝑁 βˆ’2 πœ€
𝑁
1
𝐾1 2βˆ’π‘
πœ€ 2 {1 βˆ’ πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€)},
2
2βˆ’π‘
2
{οΈ‚
1βˆ’
(οΈ‚
se
se
(B.3)
𝑁 = 4,
𝑁 β‰₯ 4,
(B.4)
1
𝑁 βˆ’3
πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€) ,
𝑁 +1
)οΈ‚
(𝑁 βˆ’ 2)2 ∫︁
|π‘₯|4
𝑑π‘₯.
𝐾1
R𝑁 βˆ’1 (1 + |π‘₯|2 )𝑁
}οΈ‚
(B.5)
(B.6)
58
Demonstração: Temos que
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
∫︁
1 ∫︁
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)|2 𝑑π‘₯ βˆ’ |βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)|2 𝑑π‘₯.
2
π΅π‘š
(B.7)
Ξ£π‘š
Pelo lema 4.6, o primeiro termo após a igualdade acima é dado por:
1 ∫︁
𝐾1 2βˆ’π‘
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)|2 𝑑π‘₯ =
πœ€ 2 + 𝑂(1).
2
2
(B.8)
π΅π‘š
Para calcular o segundo termo, utilizamos a proposição (B.1), que diz
∫︁
Ξ£π‘š
π‘…π‘š
πœ”π‘ βˆ’1 ∫︁
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘Ÿ)|2 π‘Ÿπ‘ (1 + β„Ž(π‘Ÿ))π‘‘π‘Ÿ.
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)| 𝑑π‘₯ =
2
2
0
Como πœ™ ≑ 1 em uma vizinhança da origem, a integral torna-se
∫︁
Ξ£π‘š
π‘…π‘š
(𝑁 βˆ’ 2)2 πœ”π‘ βˆ’1 ∫︁ π‘Ÿπ‘ +2 (1 + β„Ž(π‘Ÿ))
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)| 𝑑π‘₯ =
π‘‘π‘Ÿ + 𝑂(1).
2
(πœ€ + π‘Ÿ2 )𝑁
2
0
Usando que β„Ž(π‘Ÿ) = 𝑂(π‘Ÿ2 ), quando π‘Ÿ β†’ 0, encontramos
∫︁
Ξ£π‘š
π‘…π‘š
3βˆ’π‘
4βˆ’π‘
(𝑁 βˆ’ 2)2 ∫︁
|π‘₯|4
𝑑π‘₯ πœ€ 2 + 𝑂(πœ€ 2 ).
|βˆ‡π‘’πœ€ (π‘₯)| 𝑑π‘₯ =
2
𝑁
2
(1 + |π‘₯| )
2
(B.9)
0
Substituindo as expressões (B.8) e (B.9) em (B.7), e em vista da definição (B.6), obtemos
β€–βˆ‡π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š =
1
𝐾1 βˆ’ 2βˆ’π‘
πœ€ 2 {1 βˆ’ πΏπœ€ 2 + 𝑂(πœ€)}.
2
Para β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š , temos
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š
∫︁
1 ∫︁ 2
π‘’πœ€ (π‘₯) 𝑑π‘₯ βˆ’ 𝑒2πœ€ (π‘₯) 𝑑π‘₯,
=
2
π΅π‘š
Ξ£π‘š
pelo Lema (4.6)segue-se que
⎧
⎨
𝑂(| log πœ€|)
β€–π‘’πœ€ β€–22,π΄π‘š = ⎩
4βˆ’π‘
𝑂(πœ€ 2 )
se
se
𝑁 = 4,
𝑁 β‰₯ 4,
(B.10)
o que prova (B.4).
Finalmente, para β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁
𝑁 βˆ’2
β€–π‘’πœ€ β€–22𝑁
𝑁 βˆ’2
,π΄π‘š
=
,π΄π‘š
⎧
βŽͺ
⎨ 1 ∫︁
βŽͺ
⎩2
π΅π‘š
temos
2𝑁
𝑁 βˆ’2
π‘’πœ€
(π‘₯) 𝑑π‘₯ βˆ’
∫︁
Ξ£π‘š
2𝑁
𝑁 βˆ’2
π‘’πœ€
(π‘₯) 𝑑π‘₯
⎫ 𝑁 βˆ’2
𝑁
βŽͺ
⎬
βŽͺ
⎭
.
(B.11)
59
Utilizando o lema (4.6), o primeiro termo à direita da desigualdade pode ser substituído
por
𝑁
∫︁
π΅π‘š
2𝑁
𝑁 βˆ’2
π‘’πœ€
𝐾 𝑁 βˆ’2 𝑁
(π‘₯) 𝑑π‘₯ = 2 πœ€βˆ’ 2 + 𝑂(1),
2
(B.12)
assim pela proposição (B.1), pelo fato de πœ™ ≑ 1 perto da origem, e β„Ž(π‘Ÿ) = 𝑂(π‘Ÿ2 ) quando
π‘Ÿ β†’ 0, vemos que
2𝑁
𝑁 βˆ’2
∫︁
π‘’πœ€
π‘…π‘š
3βˆ’π‘
π‘Ÿπ‘
πœ”π‘ βˆ’1 ∫︁
(π‘₯) 𝑑π‘₯ =
π‘‘π‘Ÿ + 𝑂(πœ€ 2 )
2
𝑁
2
(πœ€ + π‘Ÿ )
0
1βˆ’π‘
3βˆ’π‘
1 ∫︁
|π‘₯|2
=
𝑑π‘₯πœ€ 2 + 𝑂(πœ€ 2 ).
2
𝑁
2 𝑁 βˆ’1 (1 + |π‘₯| )
Ξ£π‘š
(B.13)
𝑅
Afirmamos que
(οΈ‚
)οΈ‚ (οΈ‚
)οΈ‚
𝑁
𝑁
𝑁 βˆ’3
|π‘₯|2
1 ∫︁
𝑁 βˆ’2
𝑑π‘₯
=
𝐿𝐾
.
2
2 𝑁 βˆ’1 (1 + |π‘₯|2 )𝑁
𝑁 βˆ’2
𝑁 +1
(B.14)
R
Provando a desigualdade acima, podemos substituir (B.12), (B.13) e (B.14) em (B.11) e
obtemos,
{οΈ‚
}οΈ‚
𝑁 βˆ’3 1
𝐾2 βˆ’ 2βˆ’π‘
2
2
2
β€–π‘’πœ€ β€– 2𝑁 = 𝑁 βˆ’2 πœ€
1βˆ’
πΏπœ€ + 𝑂(πœ€) ,
𝑁 βˆ’2
𝑁 +1
2 𝑁
assim, (B.5) estará provado.
Para provar (B.14) utilizaremos a função Beta 𝐡(π‘Ž, 𝑏) : (B.3)
𝐡(π‘Ž, 𝑏) =
∫︁∞
π‘ π‘Žβˆ’1 (1 + 𝑠)βˆ’(π‘Ž+𝑏) 𝑑𝑠
0
definida para π‘Ž, 𝑏 > 0. Recordamos que 𝐡(π‘Ž, 𝑏) pode ser expressa em termos de Funções
Gamma: (B.2)
Ξ“(π‘Ž)Ξ“(𝑏)
𝐡(π‘Ž, 𝑏) =
(B.15)
Ξ“(π‘Ž + 𝑏).
Observe que
π‘…π‘š
𝑁 βˆ’1
1 ∫︁
|π‘₯|2
πœ”π‘ βˆ’1 ∫︁
𝑑π‘₯ =
𝑠 2 (1 + 𝑠)βˆ’π‘ 𝑑𝑠.
2
𝑁
2
(1 + |π‘₯| )
2 𝑁 βˆ’1
0
R
Usando (B.15), obtemos que
∫︁
R𝑁 βˆ’1
𝑠
𝑁 βˆ’1
2
(1 + 𝑠)βˆ’π‘ 𝑑𝑠 = 𝐡( 𝑁2+1 , 𝑁2βˆ’1 )
Ξ“( 𝑁2+1 )Ξ“( 𝑁2βˆ’1 )
Ξ“(𝑁 )
𝑁 βˆ’ 3 Ξ“( 𝑁2+3 )Ξ“( 𝑁2βˆ’3 )
=
𝑁 +1
Ξ“(𝑁 )
𝑁 +1
𝑁 βˆ’ 3 ∫︁
=
𝑠 2 (1 + 𝑠)βˆ’π‘ 𝑑𝑠.
𝑁 + 1 𝑁 βˆ’1
=
R
60
assim,
∫︁
R𝑁 βˆ’1
|π‘₯|2
|π‘₯|4
𝑁 βˆ’ 3 ∫︁
𝑑π‘₯
=
𝑑π‘₯.
(1 + |π‘₯|2 )𝑁
𝑁 + 1 𝑁 βˆ’1 (1 + |π‘₯|2 )𝑁
(B.16)
R
Da mesma forma, podemos mostrar que
∫︁
R𝑁 βˆ’1
|π‘₯|2
𝑁 βˆ’ 2 ∫︁
1
𝑑π‘₯
=
𝑑π‘₯.
2 )𝑁
(1 + |π‘₯|2 )𝑁
𝑁
(1
+
|π‘₯|
𝑁 βˆ’1
R
ou
𝑁
𝐾1 = 𝑁 (𝑁 βˆ’ 2)𝐾2𝑁 βˆ’2 .
Combinando (B.16) e (B.17) obtemos (B.14).
(B.17)
61
APÊNDICE C – Princípio de Máximo
Neste apêndice iremos desenvolver Príncipios de Máximo para Equações Diferenciais Parciais Elípticas. Os resultados aqui enunciaremos podem ser vistos em Evans [22].
C.1 Introdução
Os métodos de Princípios de Máximo estão baseados sob um conjunto aberto Ξ©
em um ponto π‘₯0 ∈ Ξ©, então:
𝐷2 𝑒(π‘₯0 ) ≀ 0,
𝐷𝑒(π‘₯0 ) = 0
onde esta desigualdade significa que a matriz simétrica 𝐷2 𝑒 = ((𝑒π‘₯𝑖 π‘₯𝑗 )), não é positiva
definida em π‘₯0 . Vamos considerar operadores elípticos L, tendo a forma
𝐿𝑒 = βˆ’
𝑛
βˆ‘οΈ
π‘Žπ‘–,𝑗 𝑒π‘₯𝑖 π‘₯𝑗 +
𝑛
βˆ‘οΈ
𝑏𝑖 𝑒π‘₯𝑖 + 𝑐𝑒,
𝑖=1
𝑖,𝑗=1
onde os coeficientes π‘Žπ‘–π‘— , 𝑏𝑖 , 𝑐 são contínuos e satisfazem a condição de elipticidade uniforme, a qual definiremos a seguir. Vamos assumir, sem perda de generalidade, a condição
de simetria π‘Žπ‘–π‘— = π‘Žπ‘—π‘– (𝑖, 𝑗 = 1, ..., 𝑁 ).
Definição C.1 Dizemos que o operador diferencial 𝐿 é (uniformemente) elíptico se existir uma constante πœƒ tal que
𝑛
βˆ‘οΈ
π‘Žπ‘–π‘— (π‘₯)πœ‰π‘– πœ‰π‘— β‰₯ πœƒ|πœ‰|2 ,
q.t.p
π‘₯∈Ω
e
βˆ€πœ‰ ∈ R𝑁 .
𝑖,𝑗=1
C.2 Princípios de Máximo Fraco
Primeiramente, vamos identificar sob quais circunstâncias uma função deve atingir
seu máximo (ou mínimo) na fronteira. Estamos assumindo sempre que Ξ© ∈ R𝑁 é aberto
e limitado.
62
Teorema C.2 Assuma que 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e 𝑐 = 0 em Ξ©.
(i) Se 𝐿𝑒 ≀ 0
em
Ξ©,
então
max 𝑒 = max 𝑒.
πœ•Ξ©
Ξ©
(ii) Se 𝐿𝑒 β‰₯ 0
em
Ξ©,
então
min 𝑒 = min 𝑒.
πœ•Ξ©
Ξ©
Observação C.3 Uma função 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) satisfazendo 𝐿𝑒 ≀ 0 em Ξ© é chamada
de subsolução. Analogamente uma função 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) satisfazendo 𝐿𝑒 β‰₯ 0 em Ξ© é
chamada de supersolução.
Teorema C.4 Assuma 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e 𝑐 β‰₯ 0 em Ξ©.
(i) Se 𝐿𝑒 ≀ 0
em
Ξ©,
então
max 𝑒 ≀ max 𝑒+ .
πœ•Ξ©
Ξ©
(ii) Se 𝐿𝑒 β‰₯ 0
em
Ξ©,
então
min 𝑒 β‰₯ βˆ’ min π‘’βˆ’ .
πœ•Ξ©
Ξ©
Observação C.5 Em Particular, se 𝐿𝑒 = 0 em Ξ© então
max |𝑒| = max |𝑒|.
Ξ©
πœ•Ξ©
C.3 Princípios de Máximo Forte
Lema C.6 (Lema de Hopf para Subsoluções)
Assuma 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢 1 (Ξ©) e que 𝑐 = 0 em Ξ©. Suponha ainda 𝐿𝑒 ≀ 0 em Ξ©, e que exista
um ponto π‘₯0 ∈ πœ•Ξ© tal que
𝑒(π‘₯0 ) > 𝑒(π‘₯), βˆ€π‘₯ ∈ Ξ©.
Assuma, finalmente que Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π‘₯0 , isto é, existe uma
bola aberta 𝐡 βŠ‚ Ξ© com π‘₯0 ∈ πœ•π΅.
(i) Então
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) > 0,
πœ•πœˆ
onde 𝜈 é o vetor unitário normal exterior a bola 𝐡 em π‘₯0 .
63
(ii) Se
𝑐β‰₯0
em
Ξ©,
a mesma conclusão é válida desde que 𝑒(π‘₯0 ) β‰₯ 0.
Lema C.7 (Lema de Hopf para Supersoluções)
Assuma 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢 1 (Ξ©) e que 𝑐 = 0 em Ξ©. Suponha ainda 𝐿𝑒 β‰₯ 0 em Ξ©, e que exista
um ponto π‘₯0 ∈ πœ•Ξ© tal que
𝑒(π‘₯0 ) < 𝑒(π‘₯), βˆ€π‘₯ ∈ Ξ©.
Assuma, finalmente que Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π‘₯0 , isto é, existe uma
bola aberta 𝐡 βŠ‚ Ξ© com π‘₯0 ∈ πœ•π΅.
(i) Então
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) < 0,
πœ•πœˆ
onde 𝜈 é o vetor unitário normal exterior a bola 𝐡 em π‘₯0 .
(ii) Se
𝑐β‰₯0
em
Ξ©,
a mesma conclusão é válida desde que 𝑒(π‘₯0 ) ≀ 0.
Teorema C.8 (Princípio do Máximo Forte com 𝑐 = 0)
Seja 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e que 𝑐 = 0 em Ξ©. Suponha ainda que Ξ© é conexo, aberto e
limitado.
(i) Se
𝐿𝑒 ≀ 0
em
Ξ©
e 𝑒 atinge seu máximo sobre Ξ© em um ponto interior, então 𝑒 é constante em Ξ©.
(ii) Analogamente, se
𝐿𝑒 β‰₯ 0
em
Ξ©
e 𝑒 atinge seu mínimo sobre Ξ© em um ponto interior, então 𝑒 é constante em Ξ©.
Teorema C.9 (Princípio do Máximo Forte com 𝑐 β‰₯ 0)
Seja 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e que 𝑐 = 0 em Ξ©. Suponha ainda que Ξ© é conexo.
(i) Se
𝐿𝑒 ≀ 0
em
Ξ©
e 𝑒 atinge seu máximo não-negativo sobre Ξ© em um ponto interior, então 𝑒 é constante em Ξ©.
64
(ii) Analogamente, se
𝐿𝑒 β‰₯ 0
Ξ©
em
e 𝑒 atinge seu mínimo não-positivo sobre Ξ© em um ponto interior, então 𝑒 é constante em Ξ©.
Observação C.10 No próximo Lema não estaremos fazendo nenhuma hipótese com respeito ao sinal de 𝑐.
Lema C.11 (Um Refinamento do Lema de Hopf)
Suponha que Ξ© βŠ‚ R𝑁 seja um aberto, 𝑒 ∈ 𝐢 2 (Ξ©), e 𝑐 ∈ 𝐿∞ (Ξ©). Assuma
⎧
⎨
βˆ’Ξ”π‘’ + 𝑐(π‘₯)𝑒 β‰₯ 0
⎩
𝑒 β‰₯ 0
em
em
Ξ©,
Ξ©.
Suponha ainda 𝑒 ΜΈ= 0.
(i) Se π‘₯0 ∈ πœ•Ξ©, 𝑒(π‘₯0 ) = 0, e Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π‘₯0 , então
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) < 0.
πœ•πœˆ
(ii) Mais ainda
𝑒>0
em
Ξ©.
Demonstração: Seja 𝑀 := π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1 𝑒, onde 𝛼 > 0 será selecionado mais abaixo. Então
𝑒 = 𝑒𝛼π‘₯1 𝑀, e assim
𝑐𝑒 β‰₯ Δ𝑒 = Ξ”(𝑒𝛼π‘₯1 𝑀) = 2𝛼2 𝑒 + 𝛼𝑒𝛼π‘₯1 𝑀π‘₯1 + 𝑒𝛼π‘₯1 Δ𝑀.
Portanto
βˆ’Ξ”π‘€ βˆ’ 2𝛼𝑀π‘₯1 β‰₯ (𝛼2 βˆ’ 𝑐)𝑀 β‰₯ 0
em
Ξ©,
pois como 𝑀 = π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1 𝑒 β‰₯ 0 em Ξ© e 𝑐 ∈ 𝐿∞ (Ξ©), segue que β€–π‘β€–πΏβˆž = sup |𝑐(π‘₯)| β‰₯ 𝑐(π‘₯) βˆ€π‘₯ ∈
π‘₯∈Ω
1
2
2
Ξ©. Disto segue-se que se tomar-mos 𝛼 = β€–π‘β€–πΏβˆž teremos 𝛼 βˆ’ 𝑐 β‰₯ 0 em Ξ©. Consequentemente 𝑀 é uma supersolução para o operador elíptico 𝐿𝑀 := βˆ’Ξ”π‘€ βˆ’ 2𝛼𝑀π‘₯1 , o qual não
tem termo de ordem zero. Pelo Princípio do Máximo Forte (C.8), segue que 𝑀 > 0 em
Ξ©. Com efeito, suponha que exista 𝑦0 ∈ Ξ© tal que 𝑀(𝑦0 ) = 0. Então como 𝑀 = π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1 𝑒 e
π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1 > 0 segue que existe 𝑦0 ∈ Ξ© tal que 𝑒(𝑦0 ) = 0. Mas como 𝑒 β‰₯ 0 em Ξ©, segue que
𝑦0 é um ponto de mínimo para 𝑀 em Ξ©. Portanto por (C.8) parte (𝑖𝑖), concluímos que
𝑀 é constante em Ξ©. Mas como 𝑀(𝑦0 ) = 0, segue que 𝑀(𝑦) = 0 para todo 𝑦 ∈ Ξ©. Pela
continuidade de 𝑀 em Ξ© segue que 𝑀 = 0 em Ξ© e isto implica em 𝑒 = 0 em Ξ©. Absurdo,
pois por hipótese 𝑒 ΜΈ= 0. Portanto segue que 𝑀 > 0 em Ξ©. Agora, por hipótese, existe
π‘₯0 ∈ πœ•Ξ© tal que 𝑀(π‘₯0 ) = 0, e Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π‘₯0 , além disso pelo
65
que mostramos acima temos 𝑀(π‘₯0 ) < 𝑀(π‘₯), βˆ€π‘₯ ∈ Ξ©. Pelo lema de Hopf (C.6) concluímos
πœ•π‘’
que
(π‘₯0 ) < 0. Como
πœ•πœˆ
πœ•π‘’
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) = 𝑒𝛼π‘₯1 Δ𝑀(π‘₯0 )𝜈(π‘₯0 ) = π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1 (π‘₯0 )
πœ•πœˆ
πœ•πœˆ
e 𝑒(π‘₯0 ) = 0, segue que
Como 𝑀 > 0 em Ξ© e π‘’βˆ’π›Όπ‘₯1
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) < 0.
πœ•πœˆ
> 0, concluímos finalmente que 𝑒 > 0 em Ξ©.
Teorema C.12 Suponha 𝑣 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e 𝑑 ∈ 𝐿∞ (Ξ©) satisfaça
⎧
⎨
⎩
βˆ’Ξ”π‘£ + 𝑑(π‘₯)𝑣 β‰₯ 0
𝑣 ≀ 0
em
em
Ξ©,
Ξ©.
Se 𝑣 se anula em um ponto 𝑦0 ∈ Ξ©, então 𝑣 ≑ 0.
Antes de demonstrar-mos o Teorema acima, demostraremos o seguinte Lema que
é essencialmente o Lema (C.11) com uma mudança de sinal.
Lema C.13 Suponha 𝑣 ∈ 𝐢 2 (Ξ©) ∩ 𝐢(Ξ©) e 𝑑 ∈ 𝐿∞ (Ξ©) satisfaça
⎧
⎨
βˆ’Ξ”π‘£ + 𝑑(π‘₯)𝑣 β‰₯ 0
⎩
𝑣 ≀ 0
em
em
Ξ©,
Ξ©.
Suponha ainda que
(i) Ξ© satisfaça a condição da bola interior em π‘₯0 ∈ πœ•Ξ©,
(ii) 𝑣(π‘₯0 ) = 0
(iii) 𝑣 ΜΈ= 0
Então
πœ•π‘£
(π‘₯0 ) > 0, onde 𝜈 é o vetor unitário normal exterior a bola em π‘₯0 .
πœ•πœˆ
Demonstração: Façamos 𝑣 = βˆ’π‘’ e βˆ’π‘(π‘₯) = 𝑑(π‘₯) para π‘₯ ∈ Ξ©. Portanto temos que
𝑒(π‘₯) > 0, para todo π‘₯ ∈ Ξ©. Logo,
Ξ” + 𝑑(π‘₯)𝑣 = Ξ”(βˆ’π‘’) βˆ’ 𝑑(π‘₯)𝑒 = βˆ’Ξ”π‘’ βˆ’ 𝑑(π‘₯)𝑒 = βˆ’Ξ”π‘’ + 𝑐(π‘₯)𝑒 β‰₯ 0.
Assim temos que
⎧
⎨
βˆ’Ξ”π‘’ + 𝑐(π‘₯)𝑒 β‰₯ 0
⎩
𝑒 β‰₯ 0
Além disso, segue de (𝑖), (𝑖𝑖) e (𝑖𝑖𝑖) que
em
em
Ξ©,
Ξ©.
66
(iv) Ξ© satisfaz a condição da bola interior em π‘₯0 ∈ πœ•Ξ©,
(v) 𝑒(π‘₯0 ) = 0,
(vi) 𝑒 ΜΈ= 0.
Então Aplicando o Teorema (C.11) parte (𝑖), concluímos que
πœ•π‘’
(π‘₯0 ) < 0.
πœ•πœˆ
Portanto,
πœ•π‘£
(π‘₯0 ) > 0.
πœ•πœˆ
Além disso, pela parte (𝑖𝑖), do Teorema (C.11), concluímos ainda que 𝑒 > 0 em Ξ© de
modo que 𝑣 < 0 em Ξ©.
Demonstração: do Teorema C.12
Suponha que 𝑣 ΜΈ= 0. Pela demostração do Lema (C.13), temos que 𝑣 < 0 em Ξ©.
Absurdo, pois, por hipótese, existe 𝑦0 ∈ Ξ© tal que 𝑣(𝑦0 ) = 0. Logo 𝑣 ≑ 0.
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