PARASITOSES
INTESTINAIS
www.paulomargotto.com.br – Brasília, 17/9/2015
Acadêmica: Natália
Cristina Moreira Neves
Coordenação: Carmen
Lívia
Internato em Pediatria6ª Série
PARASITOSES INTESTINAIS
Constituem um importante problema de saúde pública
 Principalmente em países subdesenvolvidos
Prevenção:
 Saneamento básico, acesso à alimentação saudável e educação continuada
da população.
PARASITOSES INTESTINAIS
HELMINTOS
• Ascaridíase
• Ancilostomíase
• Tricuríase
• Enterobíase
• Estrongiloidíase
• Esquistossomose
PROTOZOÁRIOS
• Giardíase
• Amebíase
HELMINTOS
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
EPIDEMIOLOGIA
 É a helmintíase humana mais prevalente no mundo
 A OMS estima-se que existam cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados no mundo
 A alta prevalência da infecção resulta pela grande produção de ovos pelas fêmeas fecundadas e pela
resistência dos ovos em condições ambientais extremas
MODO DE TRANSMISSÃO
 Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos
contaminados com fezes humanas
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
MORFOLOGIA:
 Ovo
 Os ovos férteis tem a forma oval
 Verme adulto
 Longo, cilíndrico e com as extremidades afiladas
 Habitam o lúmen do intestino delgado
 Fêmea:
 Mede em torno de 25 a 40 cm
 Põe em média 200 mil ovos por dia
 Macho:
 Mede cerca de 15 a 20 cm
 Apresenta um enrolamento ventral da cauda
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
CICLO BIOLÓGICO:
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
QUADRO CLÍNICO:
 Depende da intensidade da infecção e dos órgãos comprometidos
 Assintomática
 Carga parasitária leve ou moderada
 Manifestações pulmonares
 Ciclo da larva
 Síndrome de Loeffler: febre, tosse, dispnéia e EOSINOFILIA
 Intestino delgado
 Dor abdominal, diarréia, náuseas e anorexia
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
QUADRO CLÍNICO:
 Complicações:
 Obstrução intestinal
 Grande número de parasitas
 Enovelamento dos parasitas na luz do intestino – “Bolo de áscaris”
 Sintomas da obstrução/semiobstrução:
 Vômitos; cólicas intensas; distensão abdominal; eliminação dos parasitos nas fezes ou pelo
vômito.
 Volvo, perfuração intestinal, colecistite, pancreatite
 Ação espoliativa
 O verme adulto pode consumir proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C do
hospedeiro. Isto pode resultar em subnutrição e baixo desenvolvimento físico e mental
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Laboratorial
 Exame Parasitológico de Fezes
 Presença de ovos do parasita
 Hemograma
 Eosinofilia na fase se invasão larvária
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
TRATAMENTO:
 Albendazol 400mg, 10mg/kg, VO, dose única
 Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias
 Levamizol:
 <8 anos: 40mg, VO, dose única
 >8 anos: 80 mg, VO, dose única
 OBSTRUÇÃO INTESTINAL
 Piperazina 100mg/kg/dia + óleo mineral (40 a 60ml/dia) + antiespasmódicos +
hidratação.
 Neste caso estão indicados sonda nasogástrica e jejum + mebendazol 200mg/dia de
12/12hrs por 3 dias.
ASCARIDÍASE
ASCARIS LUMBRICOIDES
PROFILAXIA:




Higiene pessoal
Educação sanitária
Saneamento básico
Tratamento dos doentes
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
Conhecida como amarelão ou doença do Jeca Tatu
EPIDEMIOLOGIA:
 São parasitas de região quente e úmida, portanto, predominam-se em áreas rurais,
estando muito associado a áreas sem saneamento e cujas populações tem hábito de
andar descalças.
 A. duodenale mais prevalente na Europa e na Ásia e o N. americanus, na África e nas
Américas
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
MODO DE TRANSMISSÃO
 A infecção pelo N. americanus só ocorre por via percutânea. Já a transmissão pelo A.
duodenale se dá, além da percutânea, pela via oral, por água e por alimentos
contaminados com ovos ou larvas.
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
MORFOLOGIA:
 Ovo
 São ovóides, medem 40-60 µm
 Verme adulto
 Cilíndrico, medindo cerca de 5 a 13 mm.
 A. duodenale – Cápsula bucal possui dentes
 N. americanos - Cápsula bucal com placas cortantes
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
CICLO BIOLÓGICO:
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
QUADRO CLÍNICO:
 Os sintomas dependem da carga parasitária, do estado nutricional e da
etapa de migração do parasita.
 Infecções leves podem apresentar-se assintomáticas
 Dermatite pruriginosa – “Coceira do solo” quando invadem a pele
 Fase pulmonar: tosse, laringotraqueobronquite, faringite
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
QUADRO CLÍNICO:
 Infecção intestinal:
 Sintomas inespecíficos: dor, anorexia, diarréia
 As principais manifestações clínicas estão relacionados à perda intestinal de sangue
 Alta carga intestinal:
 Anemia ferropriva, desnutrição protéica
 Déficit pôndero-estatural, baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento psíquico.*
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Devido ao prurido característico
 Laboratorial
 EPF
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
TRATAMENTO:
 Albendazol 400mg, VO, em dose única
 Mebendazol 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias
 Pamoato de pirantel 20-30 mg/kg/dia durante 3 dias
ANCILOSTOMÍASE
ANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
PREVENÇÃO:




Educação sanitária
Uso de calçados
Saneamento básico
Tratamento de pessoas infectadas
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
EPIDEMIOLOGIA:
 Acomete comunidades rurais com instalações sanitárias inadequadas e solo
contaminado com fezes humanas ou de animais.
 5 a 15 anos de idade
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
MODO DE TRANSMISSÃO:
 Ingestão de ovos embrionados
 Contaminação direta das mãos, alimentos ou bebidas
 Pode ocorrer também a transmissão indireta através de moscas ou outros insetos
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
MORFOLOGIA:
 Ovo:
 Ovos embrionados em forma de barril
 Verme Adulto:
 Filiforme, cilíndrico
 Habita o ceco e o cólon ascendente
 A parte anterior do parasita é afilada e ocupa 3/4 de seu corpo – Porção semelhante a um
chicote
 1/4 posterior é curto e alargado
 O macho é menor que a fêmea e possui uma curvatura ventral acentuada, enquanto a fêmea
termina de forma reta.
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
CICLO BIOLÓGICO:
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
QUADRO CLÍNICO:
 Assintomáticos
 Baixa carga parasitária
 Alguns indivíduos podem apresentar um histórico de dor no quadrante
inferior direito ou na região periumbilical
 Infecção maciça:
 Disenteria crônica, prolapso retal, anemia, retardo no crescimento, déficits cognitivos e do
desenvolvimento.
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
DIAGNÓSTICO:
 EPF
 Ovo característico em forma de barril
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
TRATAMENTO:
 Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias
 Reduz a produção de ovos em 90-99%
 Taxa de cura de 70-90%
 É eficaz em parte por ser pouco absorvido no TGI
 Mebendazol 500mg, VO, em dose única
 Albendazol 400mg, VO, em dose única
 Atualmente, os esquemas recomendados com dose única de mebendazol e albendazol NÃO
tem eficácia na cura de infecções por Trichuris.
 Nitazoxanida
 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – crianças entre 1 a 3 anos
 200mg, 2x/dia, VO, por 3 dias - crianças entre 4 a 11 anos
 500mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – adolescentes e adultos
 Resultam em taxa de cura superior ao albendazol em dose única
TRICURÍASE
TRICHURIS TRICHIURA
PREVENÇÃO
 Higiene pessoal
 Melhora das condições sanitárias
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
Infecção por oxíurus (oxiuríase)
EPIDEMIOLOGIA
 Acomete indivíduos de todas as idades e de todas as classes sociais
 NÃO está relacionado com o nível socioeconômico da população
 Mais frequente na idade escolar
 Afeta mais de um membro da família
 Implica no seu controle, que deve ser dirigido a pessoas que vivem no mesmo domicílio
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
MODO DE TRANSMISSÃO
 Fecal-oral
 Autoinfecção externa ou direta:
 Do ânus para a cavidade oral por meio das unhas

Autoinfecção indireta:
 Ovos presentes na poeira, roupa, roupa de cama ou alimentos atingem o mesmo indivíduo
que o eliminou
 Heteroinfecção:
 Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro
 Retroinfecção:
 Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do intestino grosso,
chegando até o ceco, onde se tornam adultas
 Autoinfecção interna:
 Processo raro na qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e depois migram até o ceco,
transformando-se em vermes adultos
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
MORFOLOGIA
 Verme adulto:
 Nematódeo pequeno (1cm de comprimento),
branco, semelhante a um fio ou com a forma
cilíndrica, que habita o ceco, o apêndice e
áreas adjacentes ao íleo e cólon ascendente.
 Ovos:
 São convexos em um lado e achatados no
outro
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
CICLO BIOLÓGICO
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
QUADRO CLÍNICO
 Assintomático
 Principal sintoma: Prurido perianal
 É mais exacerbado à noite
 Acompanhado de irritabilidade e sono intranquilo
 As escoriações decorrente ao ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno
do ânus
 Sintomas inespecíficos:
 Vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e raramente fezes sanguinolentas
 Complicações:
 Salpingites, vulvovaginites, granulomas pelvianos  Esporadicamente
 Infecções secundárias às escoriações.
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
DIAGNÓSTICO
 Clínico
 Prurido característico
 Laboratorial
 Identificação de ovos ou vermes adultos
 Swab anal
 Método da fita
 Leitura em microscópio
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
TRATAMENTO





Deve-se tratar os pacientes infectados e todos os membros de sua família
Pamoato de Pirvínio 10mg/kg, VO, dose única
Pamoato de Pirantel 10mg/kg, VO, dose única
Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, durante 3 dias
Albendazol 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg
ENTEROBÍASE
ENTEROBIUS VERMICULARIS
PROFILAXIA
 Orientar a população sobre os hábitos de higiene pessoal
 Boa higiene das mãos
 Tratar todos os membros da família
 Trocar roupas de cama e toalhas de banho diariamente
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
EPIDEMIOLOGIA
 A transmissão requer solo quente e úmido
 Fatores de risco:
 Condições ambientais precárias
 Aglomerações humanas
 Cães e gatos podem ser reservatórios
 Hiperinfecção acomete indivíduos imunodeprimidos
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
MODO DE TRANSMISSÃO
 Via percutânea
 As larvas infectantes (filarióides) penetram a pele do indivíduo
 Auto-endoinfecção
 Quando as larvas passam a ser filarióides no interior do próprio hospedeiro, sem passar pela
fase evolutiva no meio externo
 Auto-exoinfecção
 Quando as larvas filarióides se localizam na região anal ou perianal, onde novamente
penetram no organismo do hospedeiro
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
MORFOLOGIA
 Verme adulto cilíndrico
 Fêmea – Habita o intestino delgado e por partogênese libera ovos na luz intestinal
 Macho – Habita o solo (forma livre)
 Larva rabiditiforme
 Não infecciosas
 Larva filarióide
 Forma infectante
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
CICLO BIOLÓGICO
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
QUADRO CLÍNICO
 Assintomático
 Sintomas relacionados aos três estágios de infecção:
 Invasão da pele
 Lesões urticariformes ou maculopapulares ou por
serpiginosa ou linear pruriginosa migratória (larva currens)
lesão
 Migração das larvas através dos pulmões
 Tosse seca, dispnéia, broncoespasmo ou
(síndrome de Löffler)
edema pulmonar
 Parasitismo do intestino delgado pelos vermes adultos
 Diarréia, dor abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de
anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica que pode simular
quadro de úlcera péptica.
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
QUADRO CLÍNICO
 Hiperinfecção
 Indivíduos imunocomprometidos
 Febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarréias profusas, manifestações
pulmonares (tosse, dispnéia e broncoespasmos, e raramente, hemopise e angústia respiratória).
 Na radiografia pode-se observar até cavitação
 Podem ainda ocorrer infecção secundárias como meningite, endocardite, sepse e peritonite,
mais frequentemente por enterobactérias e fungos.
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
DIAGNÓSTICO
 Parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
TRATAMENTO
 Cambendazol 5mg/kg, dose única, VO
 Tiobendazol, VO, em vários esquemas terapêuticos:
 25mg/kg/dia durante 5 a 7 dias – esquema muito utilizado
 50mg/kg/dia dose única, à noite (A dose máxima recomendada é de 0,3g)
 10mg/dia por 30 dias - Recomendado para situações de auto-endoinfecção e deficiência
da imunidade celular
 Albendazol 40mg/dia durante 3 dias
 Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso:
 15 a 24kg: ½ comprimido
 25 a 35kg: 1 comprimido
 36 a 50kg: 1 ½ comprimidos
ESTRONGILOIDÍASE
STRONGYLOIDES STERCORALIS
PROFILAXIA
 Saneamento básico
 Uso de calçados
 Tratar os animais domésticos infectados
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
EPIDEMIOLOGIA
 No Brasil é considerada uma endemia que atinge 19 unidades federadas
 É endêmico do Maranhão até Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito federal e Rio Grande do Sul
 Possui baixa letalidade e as principais causas de óbitos estão relacionadas às formas
clínicas graves.
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
MODO DE TRANSMISSÃO
 A transmissão depende do destino dado aos excrementos, da presença dos
caramujos hospedeiros intermediários específicos e dos padrões de contato
com a água e dos hábitos sociais da população.
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
MORFOLOGIA
 Cercárias:
 Forma infectante de vida livre
 Caramujo
 São hospedeiras intermediárias específicas que vivem em água doce, e se dividem
assexuadamente
 Miracídios:
 Móveis, emergem, infecta as lemas dos caramujos
 Verme adulto:
 Ao atingirem a maturidade, migram para locais anatômicos específicos (Veias mesentéricas
inferiores)
 Os esquistossomas adultos (1 a 2 cm de comprimento) são adaptados para uma existência
intravascular.
 A fêmea acompanha o macho dentro de um sulco formado pelas bordas laterais do corpo
dele.
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
CICLO BIOLÓGICO
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
QUADRO CLÍNICO
 Depende do seu estado de evolução no homem
 Fase aguda:
 Assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção
papular, eritema, edema e prurido até 5 dias após a infecção.
 Febre de Katayama
 Após 3 a 7 semanas de exposição pode evoluir para a esquistossomose aguda
caracterizada por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser
acompanhados de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia.
 Fase crônica:
 Após 6 meses pode evoluir para a fase crônica
 Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarréias e epigastralgia. Ao exame, o
paciente apresenta fígado palpável , com nodulações que, nas fases avançadas dessa forma
clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose
de Symmers.
 Hepática: Pode ser assintom[atica ou com sintomas hepatointestinal. Ao exame, o fígado é
palpável e endurecido, à semelhança do que ocorre na forma hepatoesplênica.
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
QUADRO CLÍNICO
 Hepatoesplênica compensada: Presença de hipertensão portal, levando à
esplenomegalia e ao aparecimento de varizes de esôfago.
 Hepatoesplênica descompensada: Considerada uma das formas mais
graves. Caractetiza-se por diminuição acentuada do estado funcional do
fígado.
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
DIAGNÓSTICO
 Clínico
 EPF
 A USG pode ajudar a identificar hepatooesplenomegalia
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
TRATAMENTO
 Praziquantel 26 mg/kg, VO, dose única
 Oxamniquina, cápsula com 250mg e a solução de 50mg/ml para uso
pediátrico
ESQUISTOSSOMOSE
SCHISTOSOMA MANSONI
PROFILAXIA
 Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento domiciliar e
ambiental nos focos de esquistossomose.
PROTOZOÁRIOS
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis
Protozoário flagelado que infecta o duodeno e o intestino delgado
EPIDEMIOLOGIA
 Doença de distribuição mundial, mais prevalentes em países subdesenvolvidos (áreas
com saneamento básico pobre)
 Podem ocorrer epidemias em instituições fechadas (creches, pré-escola)
 Grupo etário mais acometido: entre 8 meses e 10 a 12 anos
 “Diarréia dos viajante em zonas endêmicas”
 Ingestão de água contaminada
 Atividade sexual resultante do contato oro-anal
 É significativo em pessoas com desnutrição, certas imunodeficiências e fibrose cística
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
MODO DE TRANSMISSÃO
Fecal-oral
Direta
 Contaminação das mãos e consequente ingestão de cistos
existentes em dejetos de pessoa infectada
Indireta
 Ingestão de água e alimentos contaminados
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
MORFOLOGIA:
 Trofozoítos
 Apresenta simetria bilateral e um achatamento dorsoventral que lhe confere um aspecto piriforme
 Contém dois núcleos ovais anteriormente, um disco
ventral grande, um corpo mediano curvado
posteriormente e quatro pares de flagelos
 Cistos
 Apresenta um formato oval que contém quatro núcleos
 Cada cisto ingerido produz dois trofozoítos no duodeno
 Forma infectante encontrada no ambiente
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
CICLO BIOLÓGICO:
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
QUADRO CLÍNICO:
 Assintomática (maioria)
 Diarréia aguda
 Fezes líquidas, explosivas e fétidas, com curso auto-limitado
 Diarréia crônica
 A diarréia se torna persistente ou intermitente
 Diarréia, cólica, distensão abdominal, sensação de plenitude gástrica, mal-estar, flatulência, náuseas,
anorexia e perda de peso
 As fezes ficam gordurosas, com odor fétido e podem flutuar na água (esteatorréia)
 Síndrome da má absorção





Complicação!!!
Pode ou não estar associada
Má absorção de açúcares, gorduras e vitaminas lipossolúveis
Deficiência de ferro
Perda de peso e anemia
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Laboratorial
 Presença de trofozoítos ou cistos nas amostras de fezes (3 amostras)  Método tradicional
 Métodos imunológicos
 Detecção de antígenos pelo ELISA
 Em raros casos pode ser feito biópsia duodenal com a identificação de trofozoítos
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
TRATAMENTO:
 Tinidazol
 30mg/kg/dia, dose única
 Secnidazol
 30mg/kg ou 1ml/kg, dose única, tomar após uma refeição
 Metronidazol
 15mg/kg/dia (máximo 250mg), VO, dividida em 2 tomadas por 5 dias
GIARDÍASE
GIARDIA LAMBLIA
PREVENÇÃO:
 Filtração da água potável
 Saneamento básico
 Creches ou orfanatos
 Adequadas instalações sanitárias
 Enfatizar a necessidade de higiene pessoal
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
EPIDEMIOLOGIA




10% da população mundial
50 milhões de casos invasivos/ano
Frequente em áreas com baixos padrões socioeconômicos e sanitários
3º maior causa de óbito por infecção parasitária no mundo. (Nelson)
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
MODO DE TRANSMISSÃO
 Fecal-oral: Ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes
contendo cistos amebianos maduros
 Transmissão sexual (contato oral-anal) – Mais raramente
 Este parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecidos, originando as formas
intestinal e extra-intestinal da doença.
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
MORFOLOGIA
 Cisto
 É a forma infectante
 Esférico ou oval, contém quatro núcleos
 São resistentes a condições ambientais hostis, incluindo o cloro
utilizado para a purificação da água, acidez gástrica, enzimas
digestivas
 Podem ser mortos por aquecimento a 550C
 Trofozoíto
 Uninucleado e móveis (se locomovem pela emissão de
pseudópodes)
 Colonizam o lúmen do intestino grosso
 Podem invadir o revestimento mucoso e acometer fígado,
pulmão, pele e até cérebro
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
CICLO BIOLÓGICO
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
QUADRO CLÍNICO
 Assintomática
 Colite amebiana: É a forma clássica com invasão parasitária da mucosa
intestinal e caracteriza-se por dor abdominal em cólica, diarréia com fezes
mucosanguinolentas, tenesmo. Apresenta febre em apenas um terço dos
pacientes.
 Abcesso hepático: É a segunda forma mais comum da doença. Ocorre com
a disseminação dos parasitas para o fígado. É incomum em crianças. Nas
crianças manifesta-se com febre, dor abdominal, distenção abdominal e
hepatomegalia dolorosa.
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
DIAGNÓSTICO
 Presença de trofozoítos e cistos presentes nas fezes; em aspirados ou
raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados
de abcesso ou biópsia de tecidos
 Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no
diagnóstico do abcesso hepático amebiano
 A USG e TC são úteis no diagnóstico de abcesso hepático amebiano
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
TRATAMENTO
 1º opção
 Formas intestinais: Secnidazol 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de 2g/dia
 2º opção
 Metronidazol 35mg/kg/dia, 3 tomadas, durante 5 dias
 Formas graves: amebíase intestinal sintomática ou extra-intestinal.  Metronidazol
50mg/kg/dia durante 10 dias
 3º opção
 Formas extra-intestinais: Tinidazol 50mg/kg/dia durante 2 a 3 dias a depender da forma
clínica
 4º opção
 Somente para formas leves ou assintomáticas: Teclozam 15mg/kg/dia durante 5 dias. Em
alguns casos podem ser necessários a aspiração do abcesso.
AMEBÍASE
ENTAMOEBA HISTOLYTICA
PROFILAXIA
 Medidas de saneamento e educação em saúde
CASO CLÍNICO
IDENTIFICAÇÃO:
J.M.S., sexo feminino, 4 anos, paraense, procedente do bairro
do Guamá, Belém, Pará. Foi admitida na UTI deste em
15.09.2010, acompanhada por um conselheiro tutelar, que de
as informações.
ANAMNESE:
Há apenas referência sobre quadro de febre há 5 dias, tosse
e dispnéia, além de uma queixa de abuso que foi descartada
pelo médico do PROPAZ que atendeu a criança e a
encaminhou para o hospital.
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO
Ao exame de admissão criança encontrava-se em consciente,
acianótica, anictérica, afebril, eupneica, hidratada, porém
hipocorada (1+/4+).
A avaliação de orofaringe foi prejudicada, ausculta cardíaca sem
alterações e ausculta pulmonar apresentando roncos e sibilos.
Abdome normotenso, indolor, sem visceromagalias e com massa
móvel. Extremidades com lesões de mordedura sem outras alterações.
CONDUTA
Foi prescrito Penicilina G Cristalina (PGC) e solicitado exames
(hemograma, EAS, urocultura, PPF, Anti-HIV, VDRL, BAAR no lavado
gástrico e RXTorax).
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CASO CLÍNICO
EVOLUÇÃO
No dia seguinte a criança foi transferida para a enfermaria
onde a mãe referiu que há 7 dias da internação criança iniciou
quadro de febre, que durou por 4 dias, tosse com
expectoração hialina e diarréia, sendo as fezes líquidas e
claras sem muco ou sangue. Criança apresentou também queda
do estado geral e recusa alimentar.
No momento da admissão na enfermaria mãe negava febre,
vômitos ou diarréia. Referindo apenas tosse e constipação
intestinal (2 dias sem evacuar).
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CASO CLÍNICO
ANTECEDENTES
Criança apresentava uma internação anterior, com mais ou
menos 1 ano de idade, devido “infestação por parasitas”.
De antecedentes de gestação parto e nascimento, mãe era
G8P8A0, sendo 1 natimorto, a criança é a 5ᵃ filha, mãe
realizou pré-natal incompleto e sem exames, apresentou
leucorréia e sangramento, parto foi vaginal e domiciliar.
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CASO CLÍNICO
EXAMES
Hemograma
que
evidenciou
eosinofilia importante (3159 cels 27%), EAS com presença de 1015piocitos por campo, parasitológico
de fezes apresentando Ascaris
lumbricóides (ovos) e Giardia lamblia
(cistos) e RX-tórax que apresentou
infiltrado peri-hilar e hilar difuso
(Figura 1).
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CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA??
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA??
 Síndrome de Loeffler
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA??
 Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE ESTÁ MAIS FREQUENTEMENTE
ASSOCIADA À SÍNDROME??
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA??
 Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE
ESTÁ
ASSOCIADA À SÍNDROME??
MAIS
FREQUENTEMENTE
 Ascaris lumbricoides
QUAIS
PARASITOSES
ENVOLVIDOS?
TAMBÉM
PODERIAM
ESTAR
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA??
 Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE
ESTÁ
ASSOCIADA À SÍNDROME??
MAIS
FREQUENTEMENTE
 Ascaris lumbricoides
QUAIS
PARASITOSES
ENVOLVIDOS?
 Necator americanus
 Ancylostoma duodenale
 Strongyloides stercoralis
TAMBÉM
PODERIAM
ESTAR
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
• SAÚDE, Ministério da. Guia de bolso: Doenças infecciosas e
parasitárias. 8. ed. Brasília: 2010.
•NELSON, Tratado de Pediatria: Kliegman et al. 19ª Edição. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2010
• Tratado de pediatria: sociedade brasileira de pediatria. 2º
ed. Barueu, SP: Manole 2010.
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CASO CLÍNICO - Paulo Roberto Margotto