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5 mar 2015 O Globo LUIZ GUSTAVO SCHMITT gustavo. schmitt@ oglobo.com. br
Crise leva a corte de subsídio em
tarifas do metrô
Passageiros que usam apenas o transporte, sem integração, pagarão R$ 3,70 a
partir de abril, um reajuste de 15%
A crise nas finanças do estado levou a administração do governador Luiz Fernando Pezão a cortar o
subsídio na passagem do metrô para economizar R$ 22 milhões por ano. A medida de austeridade
impactará os passageiros que utilizam somente o metrô com o cartão do bilhete único. O reajuste da
tarifa será equivalente a 15,62%: saltará dos R$ 3,20 para R$ 3,70, a partir de 2 de abril. Mas para quem
usa o cartão no sistema de integração com outros modais (trem, ônibus, barca ou van legalizada), o valor
permanecerá o mesmo: R$ 5,90.
Com isso, valor da passagem passará a ser o mesmo para quem paga em dinheiro ou com o bilhete
único. Atualmente, quem tem o cartão paga R$ 3,20 e o estado subsidia os R$ 0, 30 da “tarifa modal”,
que é cobrada de quem não tem o bilhete único e que custa R$ 3,50.
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, a medida impactaria
menos da metade dos 223 mil usuários do metrô por dia (que usam bilhete único):
— Esse corte afeta os passageiros que usam somente o metrô, sem fazer integração com nenhum
outro meio de transporte. Quem usa o bilhete único e faz integração com outro modal não será
impactado. Esses passageiros representam 60% do total.
Na quinta­ feira passada, a Agência Reguladora dos Transportes do estado (Agetransp) autorizou o
reajuste da tarifa modal de R$ 3,50 para R$ 3,70. O aumento, de 5,71%, acompanha a variação da
inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP­M), calculado pela Fundação Getulio Vargas.
Em dezembro, o governo estadual já havia reduzido o subsídio para passagens de ônibus
intermunicipais, trens e barcas. A tarifa social dos trens já aumentou de R$ 2,90 para R$ 3,20. A tarifa de
equilíbrio, autorizada pela Agência Reguladora do Transporte Público no Rio (Agetransp), saltou de R$ 3,20
para R$ 3,30. Ou seja, o subsídio a ser pago pelo governo por passageiro sofreu queda de R$ 0,30 para R$
0,10.
Já no transporte feito por barcas, o preço para o passageiro aumentou de R$ 3,10 para R$ 3,50. Como
a tarifa permitida pela agência subiu de R$ 4,80 para R$ 5, o governo passou a pagar à concessionária R$
1,50 por passageiro, sendo que anteriormente o valor era R$ 1,70.
De acordo com Osorio, o subsídio ao metrô foi criado ainda na gestão de Sérgio Cabral. A intenção era
manter os preços dos diversos modais para os usuários do bilhete único depois do reajuste de 2014.
O benefício contempla três milhões de passageiros por dia. No ano passado, os subsídios de todos os
modais do bilhete único somaram R$ 543 milhões, sendo R$ 402 milhões com ônibus intermunicipais.
O governador Luiz Fernando Pezão defendeu, na tarde de ontem, a redução do subsídio ao metrô sob
o argumento de que o estado está se ajustando ao cenário de crise econômica. O governador disse ainda
que não serão feitos mais cortes no benefício:
— Não haverá mais cortes de subsídio. O estado está se adequando à crise. Perdemos R$ 5 bilhões da
receita prevista em 2014. Isso não é trivial.
AUDITORIA NO BILHETE ÚNICO
Pezão ainda anunciou que o governo estadual contratou a empresa PricewaterhouseCoopers ( PWC)
para fazer uma auditoria no bilhete único e verificar se há fraude no sistema. O resultado deve ser
divulgado em abril. O estado estuda ainda a instalação de pontos biométricos nos ônibus para evitar
falsificações. Contudo, a proposta passa por análise da Casa Civil, já que a medida possivelmente
demandaria a elaboração de um projeto de lei.
— O corte foi só de R$ 0,30 no metrô. O estado faz um esforço para ter um dos maiores programas de
transferência (de renda), que é o bilhete único. Gastamos quase R$ 600 milhões com barcas, ônibus,
trens e vans legalizadas. E não pode haver fraude. Estou tomando uma série de medidas para melhorar o
gasto público — disse Pezão.
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