G5, G7, G8, G9 ou G20?
G7
• G7 – Trata-se de um fórum de chefes de
Estado de sete países desenvolvidos:
Estados Unidos, Canadá, Alemanha,
França, Reino Unido, Itália e Japão. Foi
constituído no início da década de 1970.
O G5, incluindo os sete países anteriores
menos Itália e Canadá, é considerado por
alguns o núcleo mais importante do G7.
• G8 – estes países mais a Rússia.
G7
• Durante muito tempo, o G7 definiu os termos da
agenda mundial, impondo os interesses desses
sete países desenvolvidos sobre o restante do
mundo.
• O G7, como outras instituições multilateriais
(ONU, FMI, Banco Mundial),
tornou-se
anacrônico no mundo atual, segundo alguns
especialistas, pois não incorpora o peso
crescente de países em desenvolvimento, como
Brasil, Índia e China. Essas instituições
refletiriam uma estrutura de relações de poder
herdada da II GM.
BRICS
• Junto com a Rússia, esses países inspiraram a
criação do termo BRICs, no início da década
atual, por analistas financeiros. Os BRICs
respondem por cerca de 15% do PIB mundial
atualmente.
• A agência Goldman Sachs projeta que os BRICs
serão os únicos responsáveis pelo crescimento
da demanda interna mundial em 2009 e, que
por três anos seguidos, liderarão o crescimento
mundial. Ao final da década, podem responder
por cerca de 20% do PIB mundial e, em 2035,
podem se tornar, coletivamente, maiores que o
G7.
G7 e BRICS
• G7 responde (final de 2007) por cerca de
40% da economia mundial. Abrigam cerca
de 11% da população mundial.
• BRICS – Abrigam quase metade da
população mundial, 20% da superfície
terrestre, recursos naturais abundantes.
G20
• O G20 inclui o G7, mais os BRICS e também
Argentina, Austrália, Indonésia, Coréia do Sul,
Turquia, México, Arábia Saudita e África do Sul,
além da União Européia. Responde por cerca
de 90% do PIB mundial.
• Esse grupo foi criado no final da década de
1990, em resposta às crises financeiras
ocorridas nesse período bem como às pressões
dos países em desenvolvimento por maior
participação no processo de tomada de
decisões no plano internacional.
G20
• Em geral, trata-se de um fórum de
Ministros de Finanças e presidentes de
bancos centrais, o que, de certa forma,
limita a importância das decisões aí
tomadas para as políticas dos países
membros. No entanto, no contexto da
crise mundial, alguns analistas ressaltam
que pode ter ocorrido uma mudança
importante: o G20 pode se tornar um
fórum de chefes de Estado.
G20
• O que muda? Transformar o G20 um fórum de
chefes de Estado pode torná-lo uma arena de
discussão e tomada de decisões mais relevante.
Além disso, transformar o G7 em G20 pode
tornar
o
sistema
internacional
mais
representativo e multilateral, abrindo mais
espaço para os países em desenvolvimento e
expressando a nova geopolítica e geografia
econômica mundial no mundo atual. Alguns
sugerem simplesmente um G9: G5 mais os
BRICS.
G20: realidade ou ficção?
• “Será que a pressão por uma presença
mais ampla nas instituições mundiais
desaparecerá à medida que o crescimento
perder o ímpeto ou 2009 será enfim o ano
em que o G7 e o G8 desaparecerão da
agenda, o G20 assumirá o comando e
veremos o início de uma nova realidade?”
G20: realidade
• Para alguns, a eleição de Obama e a
formação e consolidação do G20 dão
início ao século XXI. O G20 se tornará,
progressivamente, a principal arena de
discussão de questões globais em que
serão definidas as diretrizes para as
políticas nacionais dos principais países
(questões relacionadas com política,
economia, meio-ambiente, etc.)
G20: ficção
• O G20 não conseguirá avançar em
relação às questões mais prementes
atualmente: a solução da crise, a
regulação dos mercados financeiros, etc.
Além
disso,
as
decisões
mais
importantes continuarão a ser tomadas
no âmbito mais restrito do G5 ou
simplesmente do G2 (Europa e Estados
Unidos).
Bom, mas, e daí?
• Por que trazer a discussão do G20? Porque a
crise econômica, cujo epicentro foi os EUA, teve
um impacto mundial, afetando todos os cantos
do mundo, embora com consequências e
profundidades diferentes. O G20, mais
representativo no plano internacional, seria um
fórum mais adequado para lidar com as
consequências da crise e para propor soluções
(nova arquitetura financeira mundial, novos
papéis para as instituições multilateriais,
limitação dos paraísos fiscais, economia mais
verde).
“Etapas” da crise mundial
• Numa primeira etapa, a crise afetou os
sistemas financeiros dos EUA e Europa.
Numa segunda etapa, a partir de meados
de 2008, a crise passou a afetar mais
fortemente a chamada “economia real”, as
atividades
produtivas
dos
países
desenvolvidos. Na terceira etapa, a crise
se espalhou pela periferia do sistema
capitalista
(especialmente
Europa
Oriental, mas também América Latina).
Projeções FMI
• Projeção para crescimento mundial: 0,5%;
• Há uma projeção de recessão para todos os
países desenvolvidos. Para o conjunto das
economias avançadas, a projeção é de
contração de 2% - a primeira queda anual
desde a Segunda GM.
• As
projeções
para
os
países
em
desenvolvimento são relativamente melhores,
mas ainda ruins: crescimento de 3,3% em 2009.
No Brasil, a projeção de crescimento é de 1,8%
em 2009 (otimista em comparação a outras que
projetam crescimento zero ou próximo a isso).
Por que a crise nos afetou?
• Mundo crescentemente globalizado:
integração crescente de economias
nacionais ao sistema capitalista mundial;
maior interdependência das economias
nacionais em termos funcionais; aumento
dos fluxos de capital através dos sistemas
financeiros;
aumento
do
comércio
internacional; elevação dos fluxos de
investimento
estrangeiro
(paradigma:
empresas em rede).
Mas o que é crise econômica?
CONSUMO
PRODUÇÃO
Explicando o ciclo de reprodução
• Um indivíduo compra meios de produção,
emprega trabalhadores e passa a produzir. O
dinheiro obtido com a venda do produto ou
serviço é, em parte, investido novamente na
produção, com o pagamento dos trabalhadores,
compra de matéria-prima e recuperação dos
meios de produção.
• Os salários dos trabalhadores são usados para
o consumo. Como o salário se esgota, o
trabalhador precisa continuar empregando sua
força-de-trabalho na produção.
O impacto da crise no Brasil
• Uma crise econômica ocorre quando, por um
conjunto de razões, o ciclo reprodutivo do
capital é dificultado.
• Nem as autoridades governamentais nem
especialistas conseguiram prever o impacto da
crise econômica mundial no Brasil.
• "Ela [crise] é lá [EUA] um tsunami, e aqui vai
chegar uma marolinha, que não vai dar nem
para esquiar. Os Estados Unidos deram um
rumo ao sistema financeiro, na agiotagem e no
cassino que foi feito", disse o presidente Lula.
(FSP, 05 de outubro de 2008).
Impacto da crise no Brasil
• Como a crise econômica mundial
impactou sobre nós?
• A crise econômica mundial torna o crédito
interbancário mais escasso e, portanto,
mais caro. O crédito doméstico e externo
minguam.
• A escassez de crédito e as incertezas
geradas pela crise reduzem a confiança
dos agentes econômicos (capitalistas,
consumidores, credores, etc.)
Impacto da crise no Brasil
• A
redução
da
confiança
leva
a
comportamentos
preventivos,
mais
cuidadosos, menos agressivos. Os bancos
relutam em emprestar dinheiro, temendo a
inadimplência. Se emprestam, cobram juros
elevadíssimos.
Os
capitalistas
adiam
investimentos na produção, reduzem o nível
da produção, liquidam estoques. Os
consumidores, por sua vez, tornam-se menos
propensos a gastar sua renda com consumo.
Como consequência, há um desaquecimento
da atividade econômica.
Números da crise no Brasil
• Taxa Selic – taxa de juros básica da economia.
Definida pelas autoridades governamentais
(Comitê de Política Monetária do Banco
Central).
• Spread – diferença entre quanto os bancos
pagam para captar recursos no mercado
(determinado pela taxa Selic) e quanto cobram
ao tomador de empréstimo (pessoa física ou
jurídica). O “spread” no Brasil é o mais alto do
mundo, tornando o crédito muito caro.
Números da crise no Brasil
• Produção industrial caiu 12% no último
trimestre de 2008 na comparação com
dezembro. De outubro a dezembro, a
indústria acumulou queda de quase 20%.
A atual crise bateu com mais força e mais
rapidamente na indústria do que a do
governo Collor, em 1992, a do México, em
1995, a do racionamento de energia, de
2001, e a da eleição de Lula, em 2002.
Números da crise no Brasil
• Queda de 3,6% do PIB em dezembro de
2008 em comparação com o trimestre
anterior. Apenas cinco outros países
(Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia,
Indonésia e Estônia), em um conjunto de
37, tiveram uma queda tão ou mais
profunda que o Brasil. Ainda assim, o
crescimento econômico do Brasil no ano
de 2008 foi ao redor de 5%, cerca de
1,6% acima do crescimento mundial.
Números da crise no Brasil
Variação do PIB real
8
7
6
6,81
6,14
5,67
5,08
5
6,13
6,2
5,38
4
3
2
1,28
1
0
2007
2008
2007 T3 2007 T4 2008 T1 2008 T2 2008 T3 2008 T4
Números da crise no Brasil
• Redução dos investimentos para elevação
da capacidade produtiva em cerca de
9,8% no último trimestre de 2008 em
comparação com o trimestre anterior,
interrompendo um ciclo de nove meses de
alta.
• Aumento do desemprego e subemprego,
adoção crescente de layoffs e férias
coletivas e de medidas de redução de
jornada de trabalho.
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