FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Título: A Importância dos Produtos Orgânicos na Saúde
Autor
Disciplina/Área
Escola de
Implementação
do Projeto e sua
localização
Município da
escola
Núcleo Regional
de Educação
Professor
Orientador
Instituição de
Ensino Superior
Resumo
Valdirene Domingues Freire
Ciências/Biologia
Colégio Estadual „‟Vera Cruz‟‟
Mandaguari
Núcleo Regional de Maringá
Carlos Moacir Bonato
Universidade Estadual de Maringá
Alimentos produzidos através da agricultura convencional podem
conter resíduos de agrotóxicos podendo levar a problemas
hepáticos e oftalmológicos, distúrbios do sistema nervoso central,
do sistema reprodutivo, câncer e efeitos mutagênicos e
teratogênicos. A produção orgânica de alimentos surge como uma
alternativa ao quadro de contaminação química dos alimentos,
buscando oferecer produtos isentos de resíduos químicos. A
agricultura orgânica é um sistema de produção que não faz uso de
produtos químicos, tendo como princípios e práticas, produzir
alimentos de boa qualidade em quantidade suficiente. O objetivo
deste projeto baseia-se no suposto de que o ensino de Biologia
propõe-se o método da prática social, que decorre das relações
dialéticas entre conteúdo de ensino e concepção de mundo; entre a
compreensão da realidade e a intervenção nesta realidade. A
estratégia metodológica empregada consistirá na apresentação
deste projeto aos alunos do primeiro ensino médio noturno do
Colégio Estadual „‟Vera Cruz‟‟. Os alunos realizaram pesquisas
sobre os males causados pelos agrotóxicos e os benefícios dos
alimentos orgânicos, e será feita a escolha de uma cultura orgânica
de hortaliça para realizar o cultivo em copos descartáveis e terra
vegetal em sala de aula. Dessa maneira, pretende-se desenvolver
um conhecimento sobre a importância do alimento orgânico na
saúde do homem, priorizando o saber do aluno, na perspectiva de
uma apropriação da concepção deste tipo de sistema e os seus
benefícios à sociedade como um todo.
Palavras-chave
agrotóxicos, alimentos, sistema de produção.
Formato do
Material Didático
Público Alvo
Unidade didática
Alunos do 1o Ensino Médio Noturno
APRESENTAÇÃO
As muitas dificuldades encontradas como docente da Educação Básica e
vivenciadas em sala de aula por mais de 10 anos de trabalho dedicados ao ensino de
Ciências e Biologia, nos deparamos com muitas preocupações relacionadas a conteúdos,
encaminhamentos metodológicos, avaliações, dentre outras, que nos fazem interrogar
quais estratégias pedagógicas poderiam mediar e se tornar aliadas do processo ensino
aprendizagem, no momento em que o professor propõe um conteúdo planejado e
sistematizado.
Ao buscar maior envolvimento dos alunos e consequentemente a aprendizagem,
surgem inúmeros questionamentos provocadores e estimulantes que favoreceram o
desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica e da Produção de Material
Didático, resultando na Unidade Pedagógica: A importância dos Produtos Orgânicos na
Saúde, oportunizado pelo Programa de Desenvolvimento do Estado do Paraná, PDE/PR,
que tem por objetivo proporcionar aos professores da rede pública estadual, subsídios
teórico-metodológicos para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, e
que resultem em redimensionamento de sua prática.
Concomitante ao desenvolvimento do projeto, optamos por produzir como
material didático-pedagógico para implementar o projeto na escola, a Unidade
Pedagógica, em que os alunos possam visualizar as fotografias que fizeram, ler e
acompanhar os textos a serem estudados e desenvolver as atividades propostas no
próprio material. Esse se torna viável para o desenvolvimento da referida proposta, pois
o aluno terá em mãos o material para acompanhar todo o trabalho com maior facilidade.
Para o desenvolvimento e aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica,
juntamente com o Material Didático, optamos por uma dos 1os anos do Ensino Médio
do período noturno, do Colégio Estadual Vera Cruz.
O conteúdo selecionado será trabalhado não somente no que se refere aos males
causados pelos agrotóxicos a saúde humana, mas também sobre os benefícios que a
agricultura orgânica poderá contribuir a sociedade como um todo.
É nosso objetivo refletir sobre o método de cultivo orgânico como benefício para
a saúde humana, habilitando o indivíduo a absorver as informações e projetá-las em
uma perspectiva de construção de conhecimentos e de transformação social.
Para auxiliar o desenvolvimento da pesquisa, propomos dois temas, a fim de
organizar tanto o fazer pedagógico, quanto o processo gradativo de apropriação de
conhecimentos.
O tema 1 será subdividido em duas etapas, enfocando os males dos agrotóxicos a
saúde humana, tendo em vista o uso indiscriminado nas lavouras, bem como os seus
resíduos nos alimentos que consumimos.
No tema 2 trabalharemos com a Agricultura Orgânica, seus benefícios e
contribuições a saúde humana. Enfoca ainda os métodos de produção orgânica, selos de
certificação e a qualidade superior dos produtos orgânicos comparados com os
cultivados de forma tradicional.
Esperamos que os alunos se apropriem dos conhecimentos propostos e que
venha despertar no mesmo, a conscientização dos benefícios dos produtos orgânicos, de
maneira que contribua para as melhorias na sua qualidade de vida.
.
.
Orientações Metodológicas
As estratégias serão trabalhadas com os alunos em sala de aula utilizando
materiais como: uso da TV, visitas, pesquisas, entrevistas, relatórios, seminários,
documentários, confecção de painel, textos, reportagens, vídeos, sementes de hortaliças,
terra orgânica e copos descartáveis.
Para desenvolvimento do ensino aprendizagem, serão trabalhados os seguintes
objetivos:

Identificar as consequências do uso de agrotóxicos nos alimentos, seus males a
saúde humana e o desenvolvimento de doenças que podem causar ao homem;

Ampliar a fonte de conhecimentos dos alunos sobre a agricultura orgânica, de
forma a conscientizar para o desenvolvimento deste tipo de cultivo, e os seus
benefícios que poderão gerar na sociedade como um todo.

Conhecer a forma de plantio de uma cultivar orgânica de hortaliça;

Escolher uma cultura de hortaliça adaptada ao sistema orgânico para realizar
com os alunos o plantio em copos descartáveis, onde os alunos poderão levar
para casa e plantar nos quintais de suas casas.
Após a contextualização do tema serão desenvolvidas ações que auxiliarão no
desenvolvimento do ensino aprendizagem, onde serão feitas várias atividades:

Apresentação do projeto, falando da sua importância e de seu desenvolvimento;

Após a introdução do conteúdo os alunos farão uma pesquisa sobre a
Agricultura orgânica e uma cultura de hortaliça adaptada ao sistema de cultivo
orgânico, trazendo para a sala de aula, recortes de revista, jornais, textos
pesquisados pela internet, entre outros. Ao concluir esta atividade, cada aluno
comentará o que pesquisou fazendo um debate sobre o assunto pesquisado, em
seguida farão um relatório;

Será feita a interpretação e reflexão sobre os males causados por agrotóxicos a
saúde humana;

Os alunos farão pesquisas, e assistirão documentários para identificar às
consequências de agrotóxicos nos alimentos e os males causados a saúde
humana;

Os alunos escolherão uma cultivar orgânica de hortaliça para realizar o plantio
em copos descartáveis e terra orgânica, de modo a mostrar que pode ser
cultivada até nos quintais de casa;
Ao concluir cada atividade, cada aluno fará um relatório, que será avaliado.
O referido projeto será desenvolvido em 32 aulas de 50 minutos cada, sendo
distribuídas em: pesquisa, estudos, seminários, atividades, debates, aulas práticas.
Todo o material pesquisado ficará disponível na internet para professores
interessados em participar do GTR (Grupo de Estudo em Rede), e ao final dos estudos
será redigido um artigo sobre a importância dos produtos orgânicos na saúde do
homem.
TEMA 1 – OS MALES CAUSADOS PELOS AGROTÓXICOS A SAÚDE HUMANA
Primeira etapa: Agricultura moderna x Utilização de agrotóxicos
O processo de modernização da agricultura no Brasil tem origem na década de 1950
com as importações de meios de produção mais avançados. No entanto, é só na década de 1960
que esse processo vai se dar concretamente, com a implantação no país de um setor industrial
voltado para a produção de equipamentos e insumos para a agricultura (Teixeira, 2005).
Todo esse processo pretendia passar de uma agricultura tradicional, totalmente
dependente da natureza e praticada por meio de técnicas rudimentares, para uma agricultura
mecanizada, visando à produtividade das culturas, porém gerou incontáveis problemas
ambientais, como degradação do solo, aumento de resistência de pragas e doenças, poluição do
meio ambiente e contaminação de alimentos e trabalhadores rurais através dos agrotóxicos e
fertilizantes.
Atualmente os alimentos produzidos de acordo com os princípios e práticas da
agricultura convencional, normalmente apresentam resíduos dos compostos químicos utilizados,
seja pela intensidade da aplicação, seja pelo não cumprimento dos prazos de carência.
A produção de alimentos por sistema convencional pode acarretar resíduos de
agrotóxicos em níveis preocupantes para a saúde pública. Segundo dados da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Observatório da Indústria dos Agrotóxicos da UFPR,
divulgados durante o 2º Seminário sobre Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado em
Brasília (DF), em abril de 2012, enquanto, nos últimos dez anos, o mercado mundial de
agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os
Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos.
Na última safra, que envolve o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de
2011, o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos,
sendo 833 mil toneladas produzidas no País, e 246 mil toneladas importadas (ANVISA e UFPR,
2012).
De acordo com o estudo, existe uma concentração do mercado de agrotóxicos em
determinadas categorias de produtos. Os herbicidas, por exemplo, representaram 45% do total
de agrotóxicos comercializados. Os fungicidas respondem por 14% do mercado nacional, os
inseticidas 12% e as demais categorias de agrotóxicos 29% (ANVISA e UFPR, 2012).
Com base nos dados do Censo Agropecuário Brasileiro (IBGE, 2006), Bombardi (2011)
indica a intensidade do uso de agrotóxicos por municípios no Brasil (Figura 2). Verifica-se que
27% das pequenas propriedades (0 – 10 hectares) usam agrotóxicos, 36% das propriedades de
10 a 100 hectares, e nas maiores de 100 hectares 80% usam agrotóxicos.
O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da
ANVISA (2011), realizou um estudo sobre a contaminação de alimentos agrotóxicos, avaliando
2.488 amostras de dezoito tipos de alimentos, abacaxi, alface, arroz, batata, beterraba, cebola,
cenoura, couve, feijão, laranja, maça, mamão, manga, morango, pepino, pimentão, repolho e
tomate. Os resultados mostraram que 63% das amostras analisadas apresentaram contaminação
por agrotóxicos, sendo que 28% apresentaram ingredientes ativos não autorizados (NA) para
aquele cultivo e/ou ultrapassaram os limites máximos de resíduos (LMR) considerados
aceitáveis. Outros 35% apresentaram contaminação por agrotóxicos, porém dentro destes
limites.
Destaca-se também que o nível médio de contaminação das amostras está distribuído
pelas culturas agrícolas da seguinte maneira: pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino
(57,4%), alface (54,2%), cenoura (49,6%), abacaxi (32,8%), beterraba (32,6%) e mamão
(30,4%) (ANVISA, 2011).
O problema dos produtos agrícolas contaminados por resíduos de agrotóxicos é uma
constante diariamente, onde doses cumulativas de compostos químicos, podem causar diversos
problemas de saúde, especialmente na terceira idade, podendo levar ao desenvolvimento de
câncer, distúrbios neurológicos, alergias, fibrose pulmonar e entre outros.
O Quadro 1 mostra os sintomas de intoxicação aguda e crônica dos principais grupos
químicos de agrotóxicos.
Figura 2. Utilização de agrotóxicos por municípios brasileiros em 2006
Fonte: Carneiro et al., (2012)
Quadro 1 - Classificação e efeitos e/ou sintomas agudos e crônicos dos agrotóxicos
Classificação
Classificação quanto ao Sintomas
de Sintomas
de
quanto à praga
grupo químico
intoxicação aguda
intoxicação crônica
que controla
Inseticidas
Fungicidas
Herbicidas
cólicas
e Fraqueza,
abdominais, vômitos,
espamos musculares
e convulsões
Efeitos
neurotóxicos
retardados,
alterações
cromossomais
e
dermatites de contato
Organoclorados
Náuseas,
vômitos,
contrações
musculares
involuntárias
Lesões
hepáticas,
arritmias
cardíacas,
lesões
renais
e
neuropatias periféricas.
Piretróides Sintéticos
Irritações
das Alergias,
asma
conjuntivas, espirros, brônquica, irritações nas
excitação, convulsões mucosas,
hipersensibilidade
Ditiocarbamatos
Tonteiras, vômitos, Alergias respiratórias,
tremores musculares, dermatites, Doença de
dor-de-cabeça
Parkinson, cânceres
Fentalamidas
-
Organofosforados
carbamatos
Dinitroferóis
pentaciclorofenol
e Dificuldade
respiratória,
hipertermia,
convulsões
Teratogenes
Cânceres
(PCPformação de dioxinas),
cloroacnes
Fenoxiacéticos
Perda de apetite, Indução da produção de
enjôo,
vômitos, enzimas
hepáticas,
fasciculação
cânceres, teratogeneses
muscular
Dipiridilos
Sangramento nasal, Lesões
hepáticas,
fraqueza, desmaios, dermatites de contato,
conjutivites.
fibrose pulmonar
Fonte: OPAS/OMS, (1996).
Fonte: Carneiro et al., (2012).
Atividade 1 – Painel Problematizador
Você já parou para pensar na quantidade de agrotóxicos são aplicados nas culturas?
Com base no texto da página anterior, reflita e analise:
 A produção de alimentos por sistema de cultivo agrícola convencional pode acarretar
resíduos de agrotóxicos nos alimentos?
 Quais os problemas ocasionados à saúde humana pelo uso indiscriminado de
agrotóxicos?
 Quais os alimentos que mais apresentam resíduos de agrotóxicos?
Utilize o espaço abaixo para anotar as suas reflexões.
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Atividade 2 – Produção de texto
Junte-se a um colega da sala de aula e produza um texto, identificando, analisando e
comparando as diferentes informações levantadas e decodificadas através do estudo sobre a
quantidade de agrotóxicos aplicados na agricultura e quais os males que os agrotóxicos
causam à saúde humana.
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Etapa 2: Tudo o que comemos está contaminado com agrotóxicos?
Reportagem publicada no site do Jornal Nacional na edição de 07/12/2011 informa
sobre o uso excessivo de agrotóxicos no município de Lucas do Rio Verde no estado do
Mato Grosso no ano de 2010. Para entendermos melhor sobre os males causados pelos
agrotóxicos a saúde humana, é necessária a compreensão de estudos de seus reais efeitos.
Mais de 5 milhões de litros de agrotóxico foram despejados em 2010
O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Os efeitos do uso exagerado nas
lavouras chegam rapidamente às cidades.
O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Os efeitos do uso
exagerado nas lavouras chegam rapidamente às cidades.
É soja a perder de vista. Lucas do Rio Verde é um dos cinco maiores produtores
agrícolas de Mato Grosso e um grande consumidor de agrotóxicos: em 2010, mais de cinco
milhões de litros foram despejados nas lavouras.
Em Lucas do Rio Verde, a distância entre a zona rural e a zona urbana é muito pequena.
O que uma pesquisa mostrou é que os agrotóxicos usados na lavoura já não ficam mais só no
campo. Já chegaram à cidade.
O sinal de alerta foi dado pelo pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso,
Wanderlei Pignati.
Ele contou com a ajuda de estudantes de escolas públicas. Durante três anos, entre 2007
e 2010, eles coletaram amostras de água. Dos 12 poços de água potável analisados, 83%
estavam contaminados com resíduos de vários tipos de agrotóxicos.
Na avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, não há risco para a população. “Os
resíduos encontrados estão dentro do permitido pela legislação. Estão próprios para consumo
humano”, disse Pascoal de Oliveira Júnior, secretário de Saúde. Mas a pesquisa foi além:
constatou que não era só a água potável que estava contaminada. Mais da metade das amostras
de água da chuva, também.
O que mais impressionou foi o resultado da análise do leite materno de 62 mulheres que
estavam amamentando. Todas as amostras tinham presença de pelo menos um tipo de
agrotóxico. Leydiane foi uma dessas mulheres. “A gente nunca imaginava que poderia pegar no
leite uma coisa que vem do ar, e ir para no sangue. A gente fica surpreso”, contou a dona de
casa Leydiane de Amorim dos Santos.
Para o pesquisador da Universidade Federal do Mato Grasso (UFMT), Wanderlei
Pignati, a contaminação das mulheres pode ter provocado problemas nas gestações. “A gente
verificou que um percentual bastante elevado já tinha tido algum aborto”.
O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. No ano passado, ultrapassamos
a marca de um milhão de toneladas, segundo dados da Anvisa.
A indústria de defensivos agrícolas tem uma explicação: “Um país tropical tem a
possibilidade de produzir duas safras dentro de um ano calendário, coisa que os países que têm
inverno rigoroso não têm. Mas se eu faço duas safras ou até três safras irrigadas, eu não consigo
eliminar a existência de pragas e ervas daninhas, e aí o nosso consumo é maior”, afirmou
Eduardo Daher, diretor executivo da Andef.
Não é só a quantidade. O perigo também pode estar nos tipo de agrotóxicos usados no
Brasil. Muitos deles já foram banidos em outros países. São 14 os ingredientes ativos,
substâncias usadas nas fórmulas dos agrotóxicos que estão na mira da Anvisa.
Mas de 2008 até agora, a agência conseguiu proibir apenas dois e determinou a retirada
progressiva do mercado de outros dois. E enfrenta 11 ações na Justiça movidas pelos fabricantes
de agrotóxicos.
Essa nova geração quer que a vida no campo seja diferente. “A conscientização é da
população e dos agricultores a fim de que eles venham a utilizar esses defensivos de forma
racional e na dosagem certa em vez de pensar que precisa produzir mais e não importa o resto”,
afirmou Bruno Felipe Camara, de 17 anos. Disponível em: http://g1.globo.com/jornalnacional/noticia/2011/12/mais-de-5-milhoes-de-litros-de-agrotoxico-foram-despejados-em2010.html
Atividade 3 – Ver e explorar
Realizar uma pesquisa dos principais alimentos contaminados por agrotóxicos e monte um
mural informativo com imagens desses alimentos, após, analise e responda:
1 – Quais os principais alimentos contaminados por agrotóxicos?
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2 – Dos alimentos pesquisados e apontados como os principais alimentos contaminados por
agrotóxicos, quais você ingere diariamente?
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3 – Qual atitude você indicaria como fator minimizador da utilização de agrotóxicos nos
alimentos?
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TEMA 2 – A AGRICULTURA ORGÂNICA
Porque a alimentação também é qualidade de vida humana
A agricultura orgânica tem como princípios e práticas encorajar e realçar ciclos
biológicos dentro do sistema de agricultura para manter e aumentar a fertilidade do solo,
minimizar todas as formas de poluição, evitar o uso de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos,
manter a diversidade genética do sistema de produção, considerar o amplo impacto social e
ecológico do sistema de produção de alimentos, e produzir alimentos de boa qualidade em
quantidade suficiente (IFOAM, 1998).
De acordo com a Lei no 10.831 de 23 de dezembro de 2003, Art. 1o: Considera-se
sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas,
mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito
à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica
e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia
não- renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos,
em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos
geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção,
processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio
ambiente. § 1º A finalidade de um sistema de produção orgânico é:
I - a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais;
II - a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a
recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados
em que se insere o sistema de produção;
III - incrementar a atividade biológica do solo;
IV - promover um uso saudável do solo, da água e do ar; e reduzir ao mínimo
todas as formas de contaminação desses elementos que possam resultar das
práticas agrícolas;
V - manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo;
VI - a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego
de recursos não-renováveis;
VII - basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados
localmente;
VIII - incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e
de consumo de produtos orgânicos e a regionalização da produção e comércio
desses produtos;
IX - manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração
cuidadosos, com o propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do
produto em todas as etapas. (BRASIL, Congresso Senado 2003).
O princípio de agricultura orgânica pode variar de região para região, mas há um
princípio mínimo que deve ser seguido conforme os regulamentos do Codex Alimentarius
(Heyes e Bycroft, 2002; Liu, 2012) que define agricultura orgânica como um sistema de
produção integrado o qual promove e realça agrossistemas saudáveis, incluindo biodiversidade,
ciclos biológicos e atividade biológica do solo. Este sistema enfatiza o uso de práticas de
administração que adotem preferencialmente o uso de baixa quantidade de insumo, levando em
conta que condições regionais requerem sistemas adaptados localmente.
Desde 1990 a agricultura orgânica vem crescendo rapidamente, tanto em área cultivada
como em número de produtores e mercado consumidor. O crescimento da agricultura orgânica
se deve, principalmente, ao fato da agricultura convencional basear-se na utilização intensiva de
produtos químicos e à maior consciência de parcela dos consumidores quanto aos efeitos
adversos que os resíduos de produtos químicos podem causar à saúde. No entanto, o mercado de
produtos orgânicos apresenta algumas dificuldades como a baixa escala de produção e, ainda, a
necessidade do pagamento da certificação, fiscalização e assistência técnica que, diferentemente
do sistema convencional, representam custos adicionais aos produtores (Darolt, 2000) Mesmo
diante de tais dificuldades, alguns estudos comparativos entre os sistemas orgânico e
convencional mostraram que o sistema orgânico pode ser vantajoso à saúde humana e ao meio
ambiente.
Atividade 4 – Pesquisa de campo
Pesquisar quais são os agricultores e quais as propriedades onde se cultivam produtos
orgânicos. Cole sua pesquisa no espaço abaixo, relatando oralmente as informações para todos
os alunos da sala de aula, objetivando socialização, troca de informações e de conhecimentos.
Fonte:
Como cultivar produtos orgânicos?
Métodos de produção orgânica
As formas de plantio são práticas de suma importância, com o objetivo de perturbar o
mínimo possível à estrutura física e a vida do solo. O plantio direto é uma forma de plantio em
que o solo sofre o mínimo distúrbio possível. O plantio pode ser feito diretamente sobre os
restos culturais da lavoura anterior, sobre adubos verdes ou sobre ervas espontâneas em áreas de
pousio temporário (Souza e Resende, 2003).
A adubação deverá ser orgânica, podendo ser de origem animal, vegetal ou
agroindustrial, devendo-se atentar para a origem e qualidade destes. Por este motivo,
recomenda-se empregar sistemas de compostagem no processo produtivo (Souza e Resende,
2003).
A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e
estrume, em materiais orgânicos, envolvendo transformações realizadas por microrganismos
presentes no solo, que convertem a matéria orgânica em nutrientes para as plantas (Planeta
Orgânico, 2002).
A escolha de cultivares é de estrema importância, de maneira que os materiais de
propagação originários de espécies vegetais adaptadas às condições edafoclimáticas locais e
tolerantes a pragas e doenças são adequadas para este sistema de cultivo.
Para a produção de mudas de hortaliças, a propagação pode ser realizada via semente
botânica ou utilizando-se de partes das plantas do cultivo anterior como: rebentos, bulbos,
tubérculos, ramas entre outros, a qual chamamos de propagação vegetativa. Geralmente, a
produção de mudas é realizada em ambiente protegido, utilizando estufas. (Souza e Resende,
2003).
Deve ser feito durante o cultivo orgânico a reciclagem de matéria orgânica como base
para a manutenção da fertilidade do solo e a nutrição das plantas e, a manter a atividade
biológica do solo, equilíbrio de nutrientes e qualidade da água.
Com relação ao manejo de pragas e doenças deve-se:
a) respeitar o desenvolvimento natural das plantas;
b) respeitar a sustentabilidade ambiental;
c) respeitar a saúde humana e animal, inclusive em sua fase de armazenamento;
d) privilegiar métodos culturais, físicos e biológicos (Fonseca et al., 2010).
O manejo de pragas e doenças do sistema produtivo orgânico deve buscar o equilíbrio
ecológico e a prevenção de problemas fitossanitários, através do emprego de técnicas como:
- A escolha de espécies e variedades resistentes;
- O manejo correto do solo;
- A adubação orgânica, com fornecimento equilibrado de nutrientes para as plantas;
- O manejo correto das ervas nativas;
- A irrigação bem feita; e
- O uso de rotação e consorciação de culturas (Souza e Resende, 2003).
O controle através do manejo integrado de pragas pode auxiliar de forma marcante, de
maneira que as táticas adequadas devem ser: reconhecimento das pragas-chave da cultura,
reconhecimento dos inimigos naturais da cultura, amostragem e implantação de táticas de
controle (Souza e Resende, 2003).
Os métodos de controle podem ser: biológico, substâncias inseticidas, fungicidas e
repelentes a base de extratos de plantas, armadilhas e iscas e o controle mecânico (Souza e
Resende, 2003).
Para áreas que apresentam infestação de ervas invasoras, o controle é feito através da
técnica de solarização do solo. Esta técnica consiste no uso de plástico em cobertura sobre o
solo, após ter sido preparado e saturado com irrigação, deixando o mesmo coberto por um
período de 40 dias (Souza e Resende, 2003).
Atividade 6 – Questionando os métodos de produção orgânicos
A partir de agora estaremos desenvolvendo
atenção, dentro da temática discutida, no
atividade em grupo, para produzir alguns
momento das entrevistas.
questionamentos referentes aos métodos de
produção orgânica, aos recursos
usados,
Grupo 1 ______________________
mão-de-obra empregada, preço de produtos,
consumo, entre outros. Discuta e monte
Grupo 2 ______________________
questões para entrevista com agricultores,
Grupo 3 ______________________
levando em consideração as informações do
Grupo 4 ______________________
texto anterior. Leve a máquina fotográfica e
Grupo 5 ______________________
capture imagens de tudo o que lhe chamar a
Utilize o espaço abaixo para registrar as questões elaboradas pelo grupo de estudo.
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Atividade 7 - Resultado das discussões
Após as entrevistas, cada grupo deverá apresentar uma síntese dos resultados, devendo utilizar a
TV Multimídia para socializar o trabalho, incluindo as imagens fotográficas que capturaram.
Anote todas as reflexões feitas pelos grupos sobre a temática levantada e não deixe de dar
sua opinião.
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Certificação dos produtos orgânicos
Todo produtor orgânico deve apresentar uma certificação do seu produto
cultivado e comercializado, de modo a garantir a qualidade do produto que é
disponibilizado ao consumidor. O agricultor deve respeitar as normas durante todas as
etapas de produção, desde a preparação do solo à embalagem do alimento, sempre
preservando os recursos naturais (Dulley, 2003).
Para isso existem certificadoras que possuem diretrizes próprias devendo exercer
controle apropriado sobre o uso de suas licenças, certificados e marcas de certificação
(MAPA, 2002).
No Brasil usam-se “Selos de Qualidade” (selo de certificação) juntamente à
marca específica de cada produtor para indicar a concordância com as diretrizes, que
são atestadas por certificadoras credenciadas junto ao Colegiado Nacional para a
Produção Orgânica (CNPOrg) (IBD, 2002).
A Figura 1 apresenta os principais selos de certificação usados em produtos
orgânicos.
Figura 1 – Principais selos de certificação usados em produtos orgânicos
Fonte: Quem certifica, (2012).
Para que um produtor possa usar o selo de certificação, deve se submeter a
inspeções periódicas.
As certificadoras devem possuir políticas e procedimentos regulamentados para
as análises de resíduos, testes genéticos e demais análises, além de um sistema de
inspeção que evite o uso de produtos geneticamente modificados. As análises devem ser
executadas por laboratórios credenciados por órgãos oficiais (MAPA, 2002).
O tempo decorrido entre o início do manejo orgânico de culturas ou criações
animais e sua certificação como processos orgânicos é chamado de período de
conversão (MAPA, 2002). Ele é necessário para a descontaminação do solo dos
resíduos de agrotóxicos e não poderá ultrapassar cinco anos. Esse período deverá ser
suficiente para o estabelecimento de um sistema produtivo viável e sustentável,
econômico, ecológico e socialmente correto (IBD, 2002).
As inspeções são efetuadas durante o período de conversão e posteriormente,
pelo menos uma vez ao ano nas unidades já certificadas, nas fases de produção, no
produto embalado, nos depósitos e armazéns, nas transportadoras e nos insumos. sendo
que o intervalo entre as inspeções programadas não poderá ter uma regularidade que as
tornem previsíveis. Tais inspeções também são feitas nas entidades subcontratadas, que
são empresas contratadas pelo produtor orgânico para realização do processamento,
produção da embalagem ou para o transporte (Santos e Monteiro, 2004).
Atividade 8 – Registro visual
Fotografem em feiras do produtor e mercados os produtos orgânicos com seus selos de
certificação. Escolha uma das imagens e cole abaixo. Não esqueçam de registrar, junto à foto,
seu nome, local e ano como fontes de identificação, pois você é o autor da imagem.
Fonte:
A qualidade superior dos alimentos orgânicos
Para entendermos melhor sobre os alimentos orgânicos, é necessário compreender
características dos alimentos orgânicos. O texto abaixo retrata por meio da comparação a
qualidade do alimento orgânico versus o alimento cultivado por sistema de cultivo
convencional.
Comparação entre a qualidade do alimento orgânico e convencional
Moacir R. Darolt
A maioria dos estudos sobre a qualidade nutricional de alimentos orgânicos e
convencionais faz comparativos de teores de nutrientes e outros elementos entre os dois
sistemas, entretanto são praticamente inexistentes os estudos de cunho epidemiológico
que fazem uma associação com a saúde humana.
A comparação é difícil de ser realizada quando pensamos no ser humano, pois os
hábitos de consumo e estilos de vida de consumidores orgânicos e convencionais
também são diferenciados. Provavelmente, consumidores orgânicos que apresentam
hábitos de vida mais saudáveis (Darolt, 2002; Cerveira e Castro, 1999) – de forma geral
– teriam uma saúde mais equilibrada. Numa visão sistêmica ou mais ampliada desta
questão, poderíamos dizer que os benefícios dos alimentos orgânicos podem não estar
diretamente associados à questão nutricional em si, mas a mudança de hábitos
alimentares e estilo de vida desse tipo de consumidor, que é sabidamente mais
informado.
Segundo Williams (2002) um número limitado de estudos, com bom controle de
variáveis, comparou as composições de nutrientes produzidos organicamente e
convencionalmente e um número ainda menor pesquisou produtos de origem animal.
Na tabela 2 foram compilados quantitativamente os principais estudos comparativos em
termos nutricionais. O que se observa, de forma geral, é uma tendência na redução do
teor de nitratos e aumento no teor de vitamina C em alimentos produzidos
organicamente.
Tabela 2 – Número de estudos que comparam proteínas, nitratos, vitaminas e minerais
entre a produção orgânica e convencional.
NUTRIENTE
AUMENTO EM
IGUAL
DECRÉSCIMO
ORGÂNICOS
EM ORGÂNICOS
Proteína (qualidade)
3
0
0
Nitratos
5
10
25
Vitamina C
21
12
3
B-caroteno
5
5
3
Vitamina B
2
12
2
Cálcio (Ca)
21
20
6
Magnésio (Mg)
17
24
4
Ferro (Fe)
15
14
6
Zinco (Zn)
4
9
3
Fonte: Williams (2002)
NOTA: Os valores são referentes ao número de estudos encontrados na literatura que mostram que houve
um aumento, decréscimo ou valor semelhante para os nutrientes pesquisados, quando comparados ao
sistema convencional.
Texto: Agricultura Orgânica: inventando o futuro. Moacir R. Darolt, Engenheiro
Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Instituto Agronômico do Paraná e Presidente da
ACOPA, Curitiba,PR. E-mail : [email protected] . Londrina: IAPAR, 250 p. 2002.
Atividade 9 - Reflexão
Após a leitura do texto e discussão dos textos sobre a qualidade do alimento orgânico e
convencional, reflita e responda:
Os produtos orgânicos são realmente superiores em qualidade comparados com os
convencionais?
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Atividade 10 – Pesquisa
 Pesquisem na Internet, trabalhos que demonstrem que os orgânicos são
superiores ao convencional, socialize sua pesquisa com a turma, por meio da
TV Multimídia, com objetivo de destacar a importância dos orgânicos.
 Após as entrevistas, cada aluno deverá realizar uma síntese da sua pesquisa no espaço
abaixo.
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Cultivares adaptadas para o cultivo orgânico de Hortaliças
A escolha da cultivar é um dos pontos básicos nos sistemas alternativos. Devem
ser escolhidas as cultivares mais rústicas e com maior resistência a pragas e doenças
(Souza e Resende, 2006).
É fundamental que as cultivares para os sistemas alternativos de produção
possam produzir bem, absorver e utilizar os nutrientes de forma eficiente e conviver em
equilíbrio com os agentes causadores de doenças. Assim, na implantação de lavouras
em sistemas orgânicos, deve existir a preocupação da escolha da cultivar mais
apropriada, preferencialmente resistente, ou tolerante, a doenças e pragas (Lima, et al.
2003).
Na Tabela 3, apresenta as características de algumas cultivares de hortaliças
disponíveis no mercado convencional de sementes, em relação à resistência a doenças.
Tabela 3 – Cultivares de hortaliças com resistência genética a doenças.
Espécie
Doença/Patógeno
Cultivar/Híbrido resistente
Mosaico
Alface
Batata
Vírus do mosaico da alface
(LMV)
Brasil 303, Carolina, AG-576,
Regina 71, Madona AG-605,
Monalisa AG-819
Pinta preta (Alternaria
salomi)
Aracy, Apuã, Itararé, Monte
Bonito, catucha
Mela ou Requeima
(Phytophthora infestans)
Matilda, Itararé, Monte
bonito, Catucha
Vírus do enrolamento das
folhas (PLRV)
Contenda e Catucha
Murcha bacteriana (Ralstonia
solanacearum)
Achat
Antracnose (Colletotrichum
gloeosporioides)
Ciça
Podridão de Phomopsis
(Phomopsis vexans)
Ciça
Mal-das-sete-voltas
Pira Ouro, Roxa do Barreiro
Beringela
Cebola
(Colletotrichum
gloeosporiodes) f. sp. Cepae
Raiz rosada (Pyrenochaeta
terrestris)
Texas Grano 502 PRR
Vírus do nanismo amarelo
(OYDV)
Granex Precoce*, Pera 3*,
Roxa do Barreiro*, São
Paulo, Texas Grano 502 PRR.
Queima das folhas
(Alternaria dauci)
Brasília, Carandaí AG-106,
Kuroda Nacional, Kuronan,
Uberlândia.
Nematoide das galhas
(Meloidogyne spp.)
Brasília, IPA-5, IPA-6.
Oídio (Erisyphe pisi)
Samba, Maria
Míldio (Pseudoperonospora
cubensis)
Jóia AG-454
Mancha angular
(Pseudomonas syringae pv.
Lachrymans)
Jóia AG-454
Oídio (Erysiphe
cichoracearum)
Jóia AG-454
Mosaico ou Vírus Y da
Batata (PVY)
Agronômico 10G, Apolo AG511, Cascadura Ikeda,
Continental AG-498,
Hércules AG-672, Itaipú.
Requeima (Phytophthora
infestans)
Apolo AG-511, Continental
AG-498, Hércules AG 672,
Nacinal AG-506, Atenas AG
322.
Míldio (Peronospora
parasitica)
Hibrido Matsukase SK
Podridão negra
(Xanthomonas campestres pv.
Campestris)
Hibrido Fuyutoyo SK, Cv.
Louco, H. Master AG-590,
Roquesso AG-591.
Cancro bacteriano
(Clavibacter Michiganensis
subsp. Michiganensis)
Barão vermelho AG-561,
Jumbo AG-592, Príncipe
Gigante AG-590, Roquesso
AG-591
Cenoura
Ervilha
Pepino
Pimentão
Repolho
Tomate
Pinta bacteriana
(Pseudomonas syringae pv.
Tomato)
Agrocica Botu-13
Mancha de Stenfilium
(Stenfilium solani)
Angela Gigante I-5100, Barão
Vermelho Ag-561, Concorde
Ag-595, Jumbo AG-592,
TSW-10, IPA-5.
Murcha bacteriana (Ralstonia
solanacearum)
C38-D
Nematóide das galhas
(Meloidogyne spp.)
Nemadoro
Murcha de Fusarium
(Fusarium oxysporum f. sp.
licopersici)
Angela Gigante I-5100, Barão
Vermelho Ag -561, Concorde
AG-595, Jumbo Ag-592,
TSW-10, Nemadoro, IPA-5,
IPA-6, Agrocica Botu-13.
Murcha de verticilium
(Verticilium alboatrum)
Príncipe Gigante Ag-590,
Roquesso AG-591, Santa
Clara I-5300, Tropic, TSW10, Nemadoro, IPA-5,
Agrocica Botu-13, Jumbo
Ag-592.
Risca ou Mosaico Y (PVY)
Angela Gigante I-5100, Santa
Clara I-5300
Vira-cabeça (TSWV)
TSW-10
Fonte: Guia Técnico de Hortaliças/Agroceres (1995/96); citado por Zambolim (1997).
Atividade 11 – Aula prática
Para visualizar, analisar e compreender melhor o que está sendo estudado, convido
toda a turma para realizar a atividade prática do plantio de uma cultivar orgânica de
alface.
Escolha uma semente de cultivar de alface para realizar o plantio.
Materiais:
- Copo descartável
- Terra orgânica
- Semente de alface
Após o plantio da cultivar registre com imagens a experiência no quadro abaixo.
Fonte:
Atividade 12 – Produção de texto
Realize a produção de um texto, identificando, analisando e comparando as diferentes
informações levantadas através do estudo sobre os alimentos orgânicos, seus benefícios,
vantagens e importância para a saúde humana.
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Atividade 13 – Mural informativo
Para que o trabalho realizado possa ser socializado com toda a comunidade escolar,
propomos a vocês alunos do 1o Ensino Médio, que disponibilizem no pátio da escola, as
imagens registradas durante o desenvolvimento do conteúdo, destacando a importância
dos produtos orgânicos para a saúde humana. Cada imagem capturada deve acompanhar
de texto explicativo e objetivo do trabalho elaborado.
Fonte:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica e da Produção de
Material Didático, a Unidade Pedagógica: A importância dos Produtos Orgânicos na
Saúde, oportunizado pelo Programa de Desenvolvimento do Estado do Paraná, PDE/PR,
proporcionou ao professor da rede pública estadual, subsídios teórico-metodológicos
para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, e que resultem em
redimensionamento de sua prática, e do seu processo de ensino-aprendizagem de
maneira que venha proporcionar ao aluno um melhor entendimento dos conteúdos
trabalhados em Biologia, contribuindo para integração destes conhecimentos a uma
prática sócio-educacional.
Esperamos que os alunos se apropriem dos conhecimentos propostos e que
venha despertar no mesmo, a conscientização dos benefícios dos produtos orgânicos, de
maneira que contribua para as melhorias na sua qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
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Brasilia, 11 abril de 2012.
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em: www.anvisa.gov.br/relatorio2010. Acesso em: 23 março 2012.
ANVISA. Programa de Análise de Resíduo de Agrotóxico em Alimentos (PARA),
dados da coleta e análise de alimentos de 2010, ANVISA, dezembro de 2011.
Disponível em: www.anvisa.gov.br . Acesso em 21de março de 2012.
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