UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CAMILA LUCIENE DA SILVA NEVES
LINGERIES FUNCIONAIS:
Desenvolvimento de Coleção Inspirada no Grupo de Dança Contemporânea
Deborah Colker
Balneário Camboriú
2008/II
1
CAMILA LUCIENE DA SILVA NEVES
LINGERIES FUNCIONAIS:
Desenvolvimento de Coleção Inspirada no Grupo de Dança Contemporânea
Deborah Colker
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito final para a obtenção do título
de Bacharel em Design de Moda pelo Curso
de Design com Habilitação em Design de
Moda da Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI), campus Balneário Camboriú.
Orientação: Profª.
Borges Schaefer.
Balneário Camboriú
2008/II
Msc.
Egéria
Hoeller
2
RESUMO
O universo da lingerie no mercado feminino está em expansão, trazendo vários
modelos diferenciados ao mercado. A história da lingerie é longa, porém teve
crescimento de mercado no século XX, onde muitas empresas iniciaram no ramo, e
atualmente ditam moda e trazem tecnologias inovadoras para a área. A proposta
para este projeto é criar lingeries funcionais, com design diferenciado, propondo
peças confortáveis e sensuais, utilizando a temática do grupo de dança
contemporânea carioca Deborah Colker, utilizando as formas dos cenários dos
espetáculos da companhia, além de itens do figurino e movimentos dos corpos dos
bailarinos. Os conjuntos de lingeries que compõem a coleção são fabricados com
materiais como o cotton de malha e a microfibra, proporcionando conforto e
transpiração para a pele, e aviamentos delicados, proporcionando estética
diferenciada para a coleção, que conta com dezesseis looks finais. Quatro desses
looks foram confeccionados, utilizando alguns materiais alternativos, podendo
chegar a um resultado próximo ao que era esperado. E, para ilustrar a divulgação da
nova coleção, foi criada uma marca, a Desedeo, Design de Lingeries. Então, um
composto de marketing foi desenvolvido, onde foi realizada uma produção
fotográfica, com uma modelo utilizando as peças de lingerie. Depois disso foram
utilizadas essas fotos para campanhas de publicidade como catálogos, campanhas
em revistas e outdoor. Cartões de visita, folha timbrada, sacolas, embalagens, tags e
etiquetas da empresa também foram criados, proporcionando ao consumidor um
composto de marketing com a mesma linguagem trabalhada desde o começo da
criação da coleção. Enfim, pode-se dizer que o universo das lingeries é bastante
vasto, tendo muitos detalhes para se cuidar, sendo prazeroso de trabalhar, pois o
retorno é bastante satisfatório.
Palavras-chaves: Lingerie, Funcionalidade, Design diferenciado.
3
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Metodologia aplicada na elaboração do trabalho .................................. 09
Figura 02: Deusa com Serpentes ........................................................................... 17
Figura 03: Atletas romanas treinando com alteres e discos ................................... 18
Figura 04: Eva, painel direito do políptico O cordeiro místico, de Van Eyck ........... 20
Figura 05: Maria Madalena. Detalhe de A deposição da cruz de Saint Barthélemy,
1505 ........................................................................................................................ 22
Figura 06: A virgem de Melun de Hean Fouquet, 1420 – 1477 .............................. 22
Figura 07: Retrato de Agnès Sorel (Castelo de Loches) ........................................ 23
Figura 08: Diana de Poitiers ................................................................................... 23
Figura 09: Jane Seymor, esposa do Rei HenriquE VIII da Inglaterra ..................... 24
Figura 10: Colete de Ferro, século XV (Museu de Cluny, Paris) ............................ 25
Figura 11: Lingerie da época do Renascimento ...................................................... 25
Figura 12: Bucs ...................................................................................................... 27
Figura 13: Molde de espartilho, segunda metade do século XVII............................ 28
Figura 14: O “traje do alfaiate”................................................................................. 28
Figura 15: “O alfaiate para damas”, gravura de Cochin .......................................... 30
Figura 16: Bombacha (calcinha) do século XVIII .................................................... 31
Figura 17: Espartilho da primeira metade do século XVIII ...................................... 31
Figura 18: “Interior de Cozinha”, pintura de Joachim Beuckalaer, detalhe ............. 32
Figura 19: Vestidos para a manhã de 1799 e vestido de baile de 1800 ................. 33
Figura 20: “A comissão de Supervisão dos Costumes”, gravura de 1798 .............. 33
Figura 21: Publicidade inglesa para o espartilho “Spécialité” ................................. 34
Figura 22: Fecho de espartilho (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris) .............. 35
Figura 23: Damas vestindo-se. Espartilhos de 1834 .............................................. 36
Figura 24: “Suspeita”, ilustração pondo em cena a desconfiança da traição .......... 37
Figura 25: Polaire, atriz em 1890 ............................................................................ 38
Figura 26: Margareta Gertruida Zelle, esposa de um oficial do exécito holandês .. 40
Figura 27: Logotipo original da loja Cadolle ............................................................ 40
Figura 28: Poiret, com quatro de suas modelos ..................................................... 41
4
Figura 29: Espartilho da moda de 1913 .................................................................. 42
Figura 30: Jovem atriz inglesa em demonstração de tango ................................... 42
Figura 31: Anúncio publicitário para o corponho redutor “Junon” ........................... 44
Figura 32: Sutiãs dos anos de 1930 (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris) ...... 45
Figura 33: Janeth Leigh durante as filmagens de Psicose ..................................... 47
Figura 34: “Réard, o sutiã das que se destacam, vai destacar seu busto” ............. 47
Figura 35: Sinta modeladora cintura-de-vespa, “Star”, de renda preta, 1956 ......... 48
Figura 36: Sutiã dos anos 1970 .............................................................................. 49
Figura 37: Calcinha dos anos de 1950 ................................................................... 50
Figura 38: Lingeries “Aubade” ................................................................................ 51
Figura 39: Lingerie para adolescentes, modelo “Warner” (1965, foto, J.J. Bugat) .. 51
Figura 40: Campanhas da Playtex nos anos 1969, 1971, 1973, 1985,
respectivamente ...................................................................................................... 53
Figura 41: O famoso filet de Lou, modelo “Paprika” ............................................... 53
Figura 42: Sutiã Titcha, da Huit, anos de 1970 ....................................................... 54
Figura 43: Lingerie da Princesse Tam Tam ............................................................ 56
Figura 44: Sutiã “La Perla”, 1992 ............................................................................ 57
Figura 45: Bergère, obra do escultor Rajdar Coll-Part ............................................ 58
Figura 46: Martha Grahan, 1935 ............................................................................ 60
Figura 47: Isadora Duncan ..................................................................................... 61
Figura 48: Grupo de dança contemporânea ........................................................... 62
Figura 49: Dança Contemporânea ......................................................................... 63
Figura 50: Espaço da Companhia Deborah Colker ................................................ 65
Figura 51: Espetáculo Casa (1999) ........................................................................ 66
Figura 52: Espetáculo 4 por 4 (2002) ..................................................................... 67
Figura 53: Painel Semântico da Temática .............................................................. 68
Figura 54: Tecido em tons de terra, com superfície lisa ......................................... 70
Figura 55: Rendas, transparências e brilhos .......................................................... 70
Figura 56: Lingerie Eloeth, divulgando lingerie fabricada com fibra de bambu ....... 71
Figura 57: Estampas de animais e geométrica ....................................................... 71
Figura 58: Peças em cetim plissado, com babados na saia ................................... 72
Figura 59: Aviamentos em metal envelhecido e esmaltado .................................... 73
5
Figura 60: Cartela de Cores Verão 2008/2009 ....................................................... 73
Figura 61: Painel de Tendências ............................................................................ 74
Figura 62: Cotton .................................................................................................... 79
Figura 63: Microfibra ............................................................................................... 79
Figura 64: Tule estampado ..................................................................................... 80
Figura 65: Renda .................................................................................................... 81
Figura 66: Tecido listrado com lurex ....................................................................... 81
Figura 67: Cetim ..................................................................................................... 82
Figura 68: Fios de poliamida .................................................................................. 83
Figura 69: Elástico para embutir ............................................................................. 83
Figura 70: Alça elástica .......................................................................................... 83
Figura 71: Alça elástica com detalhe ...................................................................... 84
Figura 72: Alças elásticas diferenciadas ................................................................. 84
Figura 73: Alça elástica para sustentação .............................................................. 84
Figura 74: Alça elástica com lurex .......................................................................... 84
Figura 75: Elásticos Personalizados ....................................................................... 85
Figura 76: Bico de Pato .......................................................................................... 85
Figura 77: Bicos de Pato Diferenciados .................................................................. 85
Figura 78: Alça elástica fina .................................................................................... 86
Figura 79: Vieses elásticos ..................................................................................... 86
Figura 80: Viés curvo para arco .............................................................................. 86
Figura 81: Alça de silicone com gancho ................................................................. 87
Figura 82: Entremeio .............................................................................................. 87
Figura 83: Bojos pré-moldados com enchimento ................................................... 87
Figura 84: Bojos pré-moldados ............................................................................... 88
Figura 85: Barbatanas ............................................................................................ 88
Figura 86: Reguladores .......................................................................................... 89
Figura 87: Fechos ................................................................................................... 89
Figura 88: Fecho triplo ............................................................................................ 90
Figura 89: Ilhós de plástico ..................................................................................... 90
Figura 90: Apliques de metal .................................................................................. 91
6
Figura 91: Termocolante de Strass ........................................................................ 91
Figura 92: Lantejoulas ............................................................................................ 91
Figura 93: Aplique em Juta ..................................................................................... 91
Figura 94: Tule bordado ......................................................................................... 92
Figura 95: Bordado ................................................................................................. 92
Figura 96: Bordados em tecidos nobres ................................................................. 93
Figura 97: Bordados (passafitas, entremeio) .......................................................... 93
Figura 98: Renda com poliamida ............................................................................ 94
Figura 99: Renda de nylon ..................................................................................... 94
Figura 100: Rendas com elastano .......................................................................... 94
Figura 101: Fita de cetim drapeada ........................................................................ 95
Figura 102: Modelos de etiquetas .......................................................................... 96
Figura 103: Etiqueta de composição ....................................................................... 96
Figura 104: Painel de Estado do Design – Fruit de la Passion ............................... 99
Figura 105: Loja Frui de la Passion, no Morumbi Shopping, São Paulo – SP ...... 100
Figura 106: Painel de Estado do Design – DeMillus ............................................. 101
Figura 107: Propaganda da empresa De Millus ................................................... 102
Figura 108: Empresa DeMillus ............................................................................. 102
Figura 109: Painel de Estado do Design – Valisère ............................................. 103
Figura 110: Painel de Estado do Design – Hope .................................................. 105
Figura 111: Loja Hope .......................................................................................... 106
Figura 112: Painel de Estado do Design – Eloeth ................................................ 106
Figura 113: Loja e fábrica Eloeth Lingerie ............................................................ 107
Figura 114: Painel de Estado do Design – Piccolo Peccato ................................. 108
Figura 115: Painel de Estado do Design – Darling ............................................... 109
Figura 116: Painel de Estado do Design – Liz ...................................................... 110
Figura 117: Painel de Estado do Design – Duloren .............................................. 111
Figura 118: Painel de Estado do Design – Cadolle .............................................. 112
Figura 119: Painel de Estado do Design – Triumph ............................................. 113
Figura 120: Painel de Estado do Design – LOU ................................................... 115
Figura 121: Painel de Estado do Design – La Perla ............................................. 116
Figura 122: Painel de Estado do Desing – Victoria´s Secret ................................ 117
7
Figura 123: Loja Victoria´s Secret ........................................................................ 118
Figura 124: Catálogo Victoria´s Secret ................................................................. 119
Figura 125: Painel de Estado do Design – Free Voogue ...................................... 119
Figura 126: Painel de Estado do Design – Gossard ............................................. 120
Figura 127: Sutiã SuperSmooth ........................................................................... 122
Figura 128: Painel de Estado do Design – Rosy .................................................. 122
Figura 129: Imagens da história da empresa Rosy .............................................. 123
Figura 130: Painel de Estado do Design – Margherita Mazzei ............................. 124
Figura 131: Painel de Estado do Design – Jolidon ............................................... 125
Figura 132: Painel de Estado do Design – Fichissima .......................................... 126
Figura 133: Painel de Estado do Design – Fauve ................................................ 127
Figura 134: Painel de Conceito ............................................................................ 136
Figura 135: Painel de Público Alvo ....................................................................... 138
Figura 136: Cartela de Cores ............................................................................... 141
Figura 137: Cartela de Tecidos .............................................................................142
Figura 138: Cartela de Aviamentos .......................................................................143
Figura 139: Cartela de Aviamentos 2 ....................................................................143
Figura 140: Cartela de estampas ..........................................................................144
Figura 141: Coleção – Look Clássico 01 ...............................................................145
Figura 142: Coleção – Look Clássico 02 ...............................................................146
Figura 143: Coleção – Look Clássico 03 ...............................................................147
Figura 144: Coleção – Look Clássico 04 ...............................................................148
Figura 145: Coleção – Look Clássico 05 ...............................................................149
Figura 146: Coleção – Look Sofisticado 01 ...........................................................150
Figura 147: Coleção – Look Sofisticado 02 ...........................................................151
Figura 148: Coleção – Look Sofisticado 03 ...........................................................152
Figura 149: Coleção – Look Sofisticado 04 ...........................................................153
Figura 150: Coleção – Look Sofisticado 05 ...........................................................154
Figura 151: Coleção – Look Lúdico 01 ..................................................................155
Figura 152: Coleção – Look Lúdico 02 ..................................................................156
Figura 153: Coleção – Look Lúdico 03 ..................................................................157
Figura 154: Coleção – Look Lúdico 04 ..................................................................158
8
Figura 155: Coleção – Look Lúdico 05 ..................................................................159
Figura 156: Coleção – Look Lúdico 06 ..................................................................160
Figura 157: Coleção – Look Lúdico 07 ..................................................................161
Figura 158: Coleção – Look Lúdico 08 ..................................................................162
Figura 159: Painel do look clássico .......................................................................165
Figura 160: Detalhes nos bojos não aprovados ....................................................166
Figura 161: Parte de união tecido/elástico não aprovada ......................................166
Figura 162: Sutiã pronto da linha clássica. Frente e costas ..................................166
Figura 163: Calcinha pronta da linha clássica. Frente e costas ............................167
Figura 164: Painel do look sofisticado 1 ................................................................167
Figura 165: Detalhe sutiã (dobra) ..........................................................................168
Figura 166: Sutiã pronto da linha sofisticada (1). Frente e costas..........................168
Figura 167: Calcinha pronta da linha sofisticada (1). Frente e costas ...................169
Figura 168: Painel do look sofisticado 2 ................................................................170
Figura 169: Sutiã pronto da linha sofisticada (2). Frente e costas .........................170
Figura 170: Calcinha pronta da linha sofisticada (2). Frente e costas ...................171
Figura 171: Painel do look lúdico ..........................................................................172
Figura 172: Costas de sutiã não aceito .................................................................173
Figura 173: Sutiã pronto da linha lúdica. Frente e costas ......................................173
Figura 174: Calcinha pronta da linha lúdica. Frente e costas ................................173
Figura 175: Ficha técnica – sutiã clássico .............................................................175
Figura 176: Ficha técnica – calcinha clássico .......................................................179
Figura 177: Ficha técnica – sutiã sofisticado I .......................................................182
Figura 178: Ficha técnica – calcinha sofisticada I .................................................186
Figura 179: Ficha técnica – sutiã sofisticado II ......................................................190
Figura 180: Ficha técnica – calcinha sofisticada II ................................................194
Figura 181: Ficha técnica – Sutiã lúdico ................................................................198
Figura 182: Ficha técnica – Calcinha lúdica ..........................................................202
Figura 183: Quadro da identidade da marca .........................................................212
Figura 184: Espetáculo Nó (2005) .........................................................................215
Figura 185: Produção fotográfica ..........................................................................216
Figura 186: Campanhas Fotográficas ...................................................................217
9
Figura 187: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. Sobre-capa e capa ................218
Figura 188: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 1ª e 2ª páginas ......................218
Figura 189: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 3ª e 4ª páginas ......................218
Figura 190: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 5ª e 6ª páginas ......................219
Figura 191: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 7ª e 8ª páginas ......................219
Figura 192: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 9ª e 10ª páginas ....................219
Figura 193: Layout da entrada do Site Desedeo ...................................................220
Figura 194: Layout do Site Desedeo .....................................................................220
Figura 195: Outdoor linha clássica ........................................................................221
Figura 196: Outdoor linha sofisticada 2 .................................................................221
Figura 197: Cartão de visita (frente e verso) .........................................................222
Figura 198: Envelope e papel timbrado .................................................................223
Figura 199: Capa e CD com coleção da empresa digitalizada ..............................223
Figura 200: Sacola da marca ................................................................................224
Figura 201: Embalagem para presente .................................................................224
Figura 202: Tag (frente e costas) ..........................................................................225
Figura 203: Etiquetas ............................................................................................225
Figura 204: Seqüência de desfile ..........................................................................226
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Questão n. 01 .................................................................................... 129
Gráfico 02: Questão n. 02 .................................................................................... 130
Gráfico 03: Questão n. 03 .................................................................................... 130
Gráfico 04: Questão n. 04 .................................................................................... 131
Gráfico 05: Questão n. 05 .................................................................................... 131
Gráfico 06: Questão n. 06 .................................................................................... 132
Gráfico 07: Questão n. 07 .................................................................................... 132
Gráfico 08: Questão n. 08 .................................................................................... 133
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Tabela de medidas .............................................................................164
Quadro 02: Formulário utilizado como instrumento de análise de produtos ..........207
Quadro 03: Formulário utilizado como instrumento de avaliação de produtos ......208
Quadro 04: Quadro final de pontos do formulário ..................................................208
Quadro 05: Tabela de preços dos sutiãs ...............................................................228
Quadro 06: Tabela de preços das calcinhas .........................................................228
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................06
2 METODOLOGIA ...................................................................................................08
2.1 Metodologia de pesquisa ....................................................................................08
2.2 Metodologia de design .......................................................................................08
2.3 Pré-concepção ...................................................................................................09
2.4 Concepção .........................................................................................................12
2.5 Pós-concepção ...................................................................................................13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................15
3.1 Design, a razão da moda ...................................................................................15
3.2 Lingerie ...............................................................................................................15
3.3 Inspiração: dança contemporânea .....................................................................59
3.4 Tendências de moda para Verão 2008/2009 .....................................................69
3.5 Ergonomia no vestuário ......................................................................................75
3.6 Pesquisa de materiais ........................................................................................78
4 PESQUISA DE CAMPO ........................................................................................98
4.1 Estado do design ................................................................................................98
4.2 Questionário .....................................................................................................129
4.3 Síntese dos dados ............................................................................................129
4.4 Conclusão da Pesquisa de Campo ..................................................................134
5 CONCEITUAÇÃO ...............................................................................................136
5.1 Briefing .............................................................................................................137
6 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO ................................................................140
6.1 Processo de criação .........................................................................................140
6.2 Cartelas ............................................................................................................140
6.3 Coleção ............................................................................................................144
7 DETALHAMENTO DO PROJETO ......................................................................164
7.1 Look clássico ....................................................................................................164
7.2 Look sofisticado I ..............................................................................................167
7.3 Look sofisticado II .............................................................................................169
13
7.4 Look lúdico .......................................................................................................171
7.5 Fichas técnicas .................................................................................................173
7.6 Formulário Ergonômico ....................................................................................205
8 COMPOSTO DE MARKETING ...........................................................................210
8.1 Desedeo ...........................................................................................................211
8.2 Estratégia de vendas ........................................................................................214
8.3 Formação dos preços finais .............................................................................227
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................230
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................232
APÊNDICES ..........................................................................................................237
6
1 INTRODUÇÃO
A cada ano que passa o mercado catarinense ganha mais confecções que
atendem a públicos populares, ou então que simplesmente tem o foco voltado para a
malharia utilizada nas roupas do dia-a-dia. Uma pequena cidade do estado há
alguns anos, percebeu que a lingerie estava sendo pouco trabalhada. Essa cidade é
Ilhota, pólo Catarinense da Lingerie.
Hoje em dia, quem não usa uma peça íntima? Partindo desse princípio, várias
pessoas começaram a investir nesse ramo, e as mais persistentes estão firmes no
mercado. Porém, ao investigar “in loco” esse mercado regional, é notada a falta de
investimento em design e qualidade, já que existem muitas empresas na área que
são formadas por familiares, delegando as funções entre eles, havendo resistência
em se especializar, ou contratar serviços especializados.
O mercado nacional da lingerie é ergonomicamente deficiente, pois a
dificuldade de encontrar sutiãs que se adaptam às mulheres, tendo funcionalidade e
design, é grande. Ainda existe a questão do preço, já que, os produtos
ergonomicamente corretos têm o custo muito elevado em relação às peças
tradicionais.
Assim, esta pesquisa intenciona gerar uma marca para o nicho de mercado
de lingeries funcionais, com ergonomia elaborada para que a consumidora possa
utilizar sua lingerie da melhor maneira possível, com qualidade, design arrojado, e
valor acessível.
A funcionalidade das lingeries será o foco da coleção. Cada modelo será
específico para uma função, ou seja, um modo de utilização, dando praticidade à
peça, aliando conforto e estética.
O mercado é próspero, visto que são poucas marcas de linha íntima que
vendem peças diferenciadas e com qualidade nesta região. A cidade de Blumenau
foi escolhida para ser a sede dessa nova empresa que propõe trazer para este
mercado qualidade e sofisticação. Além disso, a empresa ficará aproximadamente a
30 minutos de Ilhota, onde são encontrados os serviços necessários para a
confecção de lingeries. Intenciona-se trabalhar com infra-estrutura terceirizada
visando uma logística funcional no setor produtivo.
7
Essa nova marca pretende abranger o estado de Santa Catarina, atingindo
mulheres que se preocupam com a qualidade de uma lingerie, e que usam essa
“roupa” para ajudar a valorizar seu corpo, utilizando conceitos ergonomicamente
corretos. Esses conceitos serão utilizados para a criação da coleção de lingeries que
possam atender com eficácia, especialmente as mulheres que não conseguem viver
sem sutiã, desenvolvendo modelos que a consumidora poderá escolher, para poder
usar com cada tipo de roupa, não sendo necessário deixar de usar uma peça de
vestuário, por que não possui uma lingerie adequada.
A primeira coleção será proposta para a estação Verão 2008/2009, vendendo
as peças em lojas multimarcas de lingeries e afins, focando na venda de peças
avulsas. Assim, a cliente terá maior flexibilidade para a compra de tamanhos e
modelos, sem se prender a obrigação de comprar um conjunto.
Assim, o objetivo geral deste trabalho é desenvolver coleção de sutiãs e
calcinhas com conceito funcional, e design arrojado, propondo preços acessíveis,
tendo como objetivos específicos:
•
Interpretar as tendência de moda 2008/2009, e a temática da dança
contemporânea, voltando para o estudo da companhia carioca de dança
Deborah Colker, para auxiliar na criação das lingeries.
•
Criar uma coleção com três linhas de lingerie, sendo uma clássica, com cores
neutras e formas tradicionais, outra linha lúdica, ousando nas estampas e
aviamentos, e outra linha sofisticada, utilizando rendas, e aviamentos
elaborados.
•
Desenvolver um composto mercadológico para a divulgação da coleção de
lingeries, atendendo o mercado catarinense, e futuramente o mercado brasileiro,
mostrando o desenvolvendo de produtos diferenciados, com preços atrativos e
modelagem confortável aliada à funcionalidade proposta.
8
2 METODOLOGIA
2.1 Metodologia de pesquisa
Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27), afirmam que “pesquisa é um
conjunto de ações, propostas para encontrar solução para um problema, que tem
por base procedimentos racionais e sistemáticos.” Eles complementam dizendo que
existem diversas formas de classificar as pesquisas. As principais pesquisas são em
relação a sua natureza, abordagem do problema e em relação aos seus objetivos.
A metodologia de pesquisa deste projeto é, em relação a sua natureza, to tipo
aplicada. Segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27), a pesquisa aplicada
”objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.”
Em relação à abordagem do problema, a pesquisa realizada nesse projeto é
do tipo quantitativa. Segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 28), a pesquisa
quantitativa “traduz em números opiniões e informações para classificá-los e analisálos”
Os objetivos abordados no projeto são classificados como descritivos, pois,
segundo Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 28), a pesquisa descritiva “visa
descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados”. Essas coletas consistem na aplicação de
questionários e, em geral, assume forma de levantamento.
Após definir as classificações entre as pesquisas científicas e suas relações,
parte-se então para a elaboração da metodologia de design, produzindo uma
metodologia prática para a elaboração do projeto de coleção de lingeries.
2.2 Metodologia de design
Depois de analisar as metodologias propostas por Baxter (1998), Munari
(1991) e MD3E (2005), elaborou-se uma nova metodologia 2P3C, que significa: 2P
de pré e pós, 3C de concepção.
A metodologia segue com:
9
PRÉ-CONCEPÇÃO
(Planejamento)
Cronograma;
Pesquisa Histórica, Lingerie;
Pesquisa Temática; Dança Contemporânea;
Pesquisa de Mercado;
Pesquisa de Materiais;
Pesquisa de Campo;
Pesquisa de Tendências;
Pesquisa de Ergonomia;
CONCEPÇÃO
Painéis Semânticos;
(Desenvolvimento
Briefing;
de coleção)
Brainstorming;
Geração de Alternativa;
MESCRAI;
PÓS-CONCEPÇÃO
Modelagem;
(Detalhamento)
Peça Piloto;
Adequação do Projeto;
Ficha Técnica;
Modelo Final;
Planejamento de Marketing.
Figura 01: Metodologia aplicada na elaboração do trabalho
Fonte: Elaborado pela autora
2.3 Pré-concepção
É onde a definição do problema é feita, através da pesquisa bibliográfica, do
estado do design e tecnologias e processos. É onde a temática é apresentada, e o
conceito do produto é dado.
As definições dos atributos do produto (funcionais, estéticos e simbólicos)
também são apresentadas nessa fase. As características do processo do design são
apresentadas com a metodologia e com as técnicas e ferramentas.
Encontra-se nesta primeira fase as seguintes etapas:
10
2.3.1 Cronograma
Segundo Treptow (2007, p. 96), “um cornograma é uma tabela que cruza
atividades e datas. A elaboração é parte importante em qualquer projeto que se
deseje realizar.” Cronograma de projeto em apêndice (APÊNDICE 01).
2.3.2 Pesquisa Histórica
Segundo Tafner e Silva (2003, p. 33), a pesquisa histórica visa obter
conhecimento sobre “o que já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram
abordados, quais as lacunas existentes na literatura.”. O tema proposto é lingerie,
sendo estudados os principais pontos deste produto, visualizando o que será
aproveitado para o desenvolvimento de coleção.
2.3.3 Pesquisas Temáticas
Segundo Treptow (2007, p. 111), “o tema de coleção pode surgir de qualquer
fonte, cabe ao designer transformar esse elemento inspirador em uma proposta de
moda, chocante ou comercial conforme o objetivo da empresa”. Como tema
inspirador se usou a dança contemporânea, focado na academia carioca de dança
contemporânea Déborah Colker. O tema será melhor detalhado no capítulo 3.3.
2.3.4 Pesquisas de Mercado
Pesquisa realizada para conhecer os produtos já existentes no mercado, no
ramo de lingeries. Observa-se, na análise de estado do design, os diferenciais das
marcas já existentes e os pontos fracos das mesmas, percebendo os concorrentes
possíveis.
Treptow (2007, p. 80), afirma que “concorrente é toda aquela empresa que
visa o mesmo mercado satisfazendo as mesmas necessidades”. A proximidade dos
concorrentes pode ser benéfica, servindo como padrão de comparação de preços.
11
2.3.5 Pesquisas de Materiais
Através dessa pesquisa, é possível estudar melhor os materiais que serão
utilizados na confecção da coleção de lingeries. Entre eles estão a matéria-prima
primária, o tecido, e as secundárias, os aviamentos.
Segundo Treptow (2007, p. 115), os “tecidos são a matéria-prima do designer
de moda. É através dos tecidos que as idéias do designer serão transformadas em
produtos de vestuário”. Ela ainda afirma que os “aviamentos são os materiais
utilizados para a confecção de uma roupa além do tecido base.”
2.3.6 Pesquisa de Campo
Pesquisa aplicada ao público alvo com fins de conhecer melhor o consumidor.
A pesquisa de campo será obtida através de aplicação de instrumento de coleta de
dados. Neste projeto, optou-se pela utilização da aplicação de questionários,
analisando o comportamento das consumidoras, foco desta pesquisa.
2.3.7 Pesquisa de Tendências
Segundo Treptow (2007, p. 108), “nessa fase, o designer deve coletar todo o
tipo de informação e materiais que possam servir de suporte para o desenvolvimento
da coleção.”
A pesquisa é feita para auxiliar na criação de peças de lingerie. Seguindo as
tendências de moda, a venda do produto tem mais chances de ter sucesso no
mercado. Os campos pesquisados incluem forma, cores, aviamentos, etc. que
podem ser usados na coleção.
2.3.8 Pesquisa de Ergonomia
A pesquisa ergonômica objetiva estudar sistemas que possam funcionar
harmoniosamente com o homem, coletando informações necessárias para saber até
onde os produtos serão realmente ergonômicos. (IIDA, 2005)
Pesquisa necessária para obter dados fundamentais para a elaboração da
modelagem do produto, deixando a peça ergonomicamente correta.
12
2.4 Concepção
A concepção do produto é quando a verdadeira “cara” dele começa a
aparecer. O primeiro passo é fazer a geração de alternativas, utilizado diversas
ferramentas, como, por exemplo, a 635. Depois disso são feitas avaliações das
alternativas até chegar à alternativa escolhida que obtém uma definição e
justificativa.
2.4.1 Painel Semântico
Tem a função de auxiliar no desenvolvimento do produto. Isso ocorre através
de imagens anexas a painéis do formato A3. Os painéis contem imagens do público
alvo, temática, imagens dos locais e aplicação de uso para o produto, etc. Podem-se
criar vários painéis semânticos, isso depende da necessidade do projeto.
2.4.2 Briefing
Briefing é um conjunto de instruções que a empresa utiliza para criar uma coleção.
Algumas dessas informações são a estação, público alvo, tema de inspiração, local
de uso, entre outras. O briefing concentra, de forma clara o conceito da coleção
(TREPTOW, 2007).
2.4.3 Brainstorming
O método do Brainstorming é uma técnica de criatividade, criada e divulgada
por Alex Osborn em 1953, autor do livro Applied Imagination, que em português foi
traduzido como “O poder Criador da Mente”, responsável pela grande difusão dos
métodos de criatividade em todos os ramos de atividade. Nos Estados Unidos, em
1960 este livro já havia vendido mais de 100.000 exemplares. (BAXTER, 1998)
O Brainstorming, ou “Agitação de idéias”, consiste em tentar imaginar, sem
limitações, para depois submeter às alternativas encontradas à crítica. Isto não é
fácil, pois o intelecto teima em examinar constantemente as aventuras da
imaginação. No entanto com o exercício pode-se conseguir uma liberdade
condicional da imaginação. Depois do exercício, tem-se uma grande quantidade de
13
alternativas. Aí entra em ação o exame crítico do pensamento judicioso.
Normalmente pouca coisa resiste a esse exame, mas o que ficar é o que
procuramos: uma nova idéia.
2.4.4 MESCRAI
Esta é uma técnica de criatividade que, segundo Baxter (1998, p. 79) “é uma
sigla de ”Modifique (aumente, diminua), Elimine, Substitua, Combine, Rearranje,
Adapte, Inverta”. Assim, é possível, a partir de um produto ou idéia gerada, surgir
vários outros, sempre utilizando um dos verbos da sigla MESCRAI.
2.5 Pós-concepção
Acontece a construção da peça-piloto, onde são feitas as adequações
projetuais, para ver se deve ou não modificar algo no produto.
Depois disso o modelo final é confeccionado e a ficha técnica é elaborada
para que a peça seja fabricada em grande escala.
2.5.1. Modelagem
Antes de confeccionar a peça piloto, a etapa de modelagem tem grande valor.
Segundo Treptow (2007), existem dois processos de modelagem, a moulage, que é
o método característico da alta costura, utilizando um manequim de prova, e a
modelagem plana, que pode ser feita tanto no papel, quanto computadorizada. Ela
ainda afirma que ambos são trabalhados com referências de tabelas de medidas e
cálculos geométricos. O método utilizado no projeto será a modelagem plana feita
com o auxilio de tabela de medidas.
2.5.2 Peça-Piloto
Treptow (2007, p. 158) afirma que a “peça-piloto é confeccionada por uma
costureira polivalente, chamada de pilotista ou piloteira, capaz de discutir com o
designer e o modelista as dificuldades encontradas ao costurar a peça e propor
alterações que a tornem de produção mais fácil”.
14
2.5.3 Adequação do projeto
Após analisar a peça-piloto, pode-se aplicar a adequação. Segundo Treptow
(2007), nesse momento podem ser sugeridas eliminações ou alterações de modelos,
como tamanhos, formatos, cores, tecidos, aviamentos, etc.
2.5.4 Ficha técnica
Segundo Leite e Velloso (2004, p. 147), a ficha técnica “tem como objetivo
informar os dados peculiares do produto, que são o desenho técnico e as
informações sobre a matéria-prima e o modo de produção. A ficha técnica deve
conter toda a memória descritiva do produto.” Não existe um regra geral para a
empresa seguir quando cria a ficha técnica, mas é recomendável que se tenha
cabeçalho, desenho técnico de modelo, dados dos materiais utilizados, etiquetas,
beneficiamento, grade de tamanho, seqüência operacional de montagem da peça,
seqüência operacional, minutagem, modelagem planificada e descrição da peça.
(LEITE; VELLOSO, 2004)
2.5.5 Modelo final
É o produto final pronto, ou seja, confeccionado com os materiais escolhidos
através de pesquisas. Segundo Treptow (2007), é uma réplica do protótipo
aprovado.
2.5.6 Planejamento de Marketing
Treptow (2007, p. 190) diz que “é importante que o designer descreva
claramente qual o tema da coleção e o público a que se destina, pois é preciso que
todos os materiais e eventos de divulgação da coleção transmitam a mesma
mensagem.”
Para o lançamento e divulgação de uma coleção, serão usados diversos
recursos, como catálogos, cartões, folders, campanhas publicitárias para revistas,
etc.
15
16
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Design, a razão da moda
O design muitas vezes é considerado, por algumas pessoas, algo supérfluo,
porém quando alguém vai a um super mercado e visualiza um produto com estética
simples e outro com design diferenciado, irá preferir o produto com a estética
diferenciada, pois este, chama mais atenção dos olhos.
Segundo o site Design, da Universidade Federal do Paraná (2008):
Design é uma atividade cujo objetivo é estabelecer qualidades multifacetadas de objetos, serviços e seus sistemas em ciclos de vida
completos. Portanto, design é o fator central da humanização
inovadora das tecnologias e um fator crucial de intercâmbio cultural e
econômico.
O design tem o poder de enriquecer um produto, se bem usado. Dentro do
segmento de moda, o design tem grande importância, já que uma das primeiras
coisas que um consumidor olha, quando repara em um produto de moda, é se ele é
ou não atraente.
Portanto, hoje em dia, as empresas que não investem em design podem se
ver falidas dentro de alguns anos, já que o futuro não viverá sem a concorrência de
um bom design de produtos.
Na área de design existem várias sub-áreas, entre elas a moda. Dentro da
moda, existe o campo do vestuário onde ainda pode ser focado o nicho das
lingeries, que necessitam receber um vasto investimento em design.
3.2 Lingerie
Bela vestimenta de baixo, que há muito tempo existe para abrilhantar o corpo
da mulher sem que seus segredos sejam revelados. No início não havia uma
preocupação com sua estética, mas ao decorrer da história essas peças vêm
ganhando cada vez mais beleza, funcionalidade e ousadia.
17
O dicionário Aurélio, século XXI, resume a lingerie como sendo uma “roupa de
dormir ou roupa de baixo feminina”. O mesmo dicionário diz que o sutiã é uma
“roupa íntima feminina destinada a sustentar ou modelar os seios”.
Já Catellani afirma que a calcinha é uma roupa feminina que constitui uma
calça sem pernas, ou com pernas bem curtas, variando as alturas de cava. Ela ainda
diz que o sutiã é uma “roupa íntima feminina usada para sustentar ou modelar os
seios”.
A maioria das mulheres não vive sem uma peça íntima, podendo variar os
modelos em pequenas ou grandes modelagens, cores pastéis ou chamativas,
estampadas ou não, com vários aviamentos ou sem costuras.
Algumas utilizam um tipo de lingerie no dia a dia, e outro tipo para dormir.
Além de existirem lingeries próprias para a hora de namorar.
Enfim, para cada tipo de mulher existe uma lingerie, que a auxiliará
modelando o corpo e a deixando com mais autoconfiança, toda vez que a vestir.
3.2.1 Histórico
O sutiã surgiu por que as mulheres estavam cansadas dos incômodos
espartilhos, então a francesa Herminie Cadolle apresentou sua invenção na
exposição universal de 1889, um “corpete para seios”, dando origem ao sutiã.
Segundo Fontanel, Hermine, ao invés de o sutiã apoiar-se sobre os quadris como o
espartilho, e de sustentar os seios por baixo como dentro das taças, o principio era
suspender o busto graças a alças apoiadas nos ombros, precisou-se então inventar
as ombreiras, um dos primeiros acessórios do sutiã.
3.2.1.1 O Início de Tudo
“No início do segundo milênio antes de Cristo, as cretenses usavam um
corpete que sustentava seus seios pela base e que os levantava, espetaculares e
completamente nus”.(FONTANEL. 1998, pág. 09). Nesta época as mulheres
estavam em pé de igualdade com os homens, participando de expedições pelos
mares e caças. Mesmo assim elas formavam uma sociedade de sacerdotisas de
seios nus, que serviam às divindades femininas respeitadas por todos. Nesta época
surgiu a escultura Deusa com serpentes, que é a grande divindade da terra, criada
18
cerca de 1.600 anos a.C. Este símbolo era de grande importância para a população,
sendo um modelo para as mulheres da época. A estatueta não era arrogante e
provocadora, ela mostra seus seios como frutos àqueles que a veneram.
(FONTANEL, 1998).
Köhler (1993) descreve a deusa das serpentes como tendo uma cintura
esguia com um cinto torcido de ouro, a parte superior do corpo está vestida com
uma peça com mangas que, no entanto, deixavam os peitos à mostra.
Provavelmente essa peça de vestuário foi feita em couro.
Figura 02: Deusa com Serpentes
Fonte: <http://greciantiga.org/> (2008)
Creta já desempenhava um papel de líder na moda do Mediterrâneo, e isso
influenciou a moda de Paris dos séculos XIX e XX. Os egípcios e fenícios exerciam a
mesma função que hoje Nova York e Londres fazem: se inspirar em seu pólo líder
da moda para fazer suas próprias criações. As egípcias de alta classe se vestiam
com o busto nu, e um vestido fluido e transparente que se ajustava naturalmente ao
corpo e sob os seios, e suas criadas ficavam nuas ou apenas com uma tanga.
(FONTANEL, 1998).
3.2.1.2 Grécia e Roma
19
A primeira forma de sutiã vem da Grécia antiga, onde as mulheres queriam
evitar os seios flácidos e caídos. Não queriam valorizá-lo, somente tinham paixão
pela harmonia e beleza. Os “proto-sutiãs” existem desde o período arcaico e foram
adotados pelas gregas. Eles eram uma tira de pano, geralmente na cor vermelha
que enrolavam sob os peitos. Já na época clássica, V a. C., essa tira se transformou
em uma larga faixa de tecido que servia para envolver, levantar e sustentar o busto
feminino. (FONTANEL, 1998).
Já no início do império romano, Laver (1989) afirma que a indumentária
feminina era muito semelhante à usada pelos homens, exceto um tipo de corpete
macio sobre o busto, conhecido como strophium, que segundo Fontanel (1998,
p.15), era uma “espécie de écharpe que envolvia os seios, sustentando-os sem
comprimi-los. Era usado sobre uma pequena túnica”.
Fontanel (1998, p.11) diz que as mulheres “também usavam faixas chamadas
fascia, que mantiam os seios e cujo objetivo era diminuir seu crescimento” ela ainda
acrescenta dizendo que “se a natureza predominasse e o busto desenvolvesse
exageradamente, o mamillare, um sutiã de couro macio, esmagava o busto das
mulheres”.
Segundo Reportagem publicada na revista Isto É (1997),
Assim como os homens, as mulheres usavam um tipo de tanga para
manter as partes íntimas protegidas e aquecidas. Tratava-se de um
pedaço de tecido que passava por entre as pernas e era amarrado
na cintura – a exemplo das fraldas de pano usadas nos bebês. A
peça não era considerada roupa de baixo porque no calor era a única
veste no corpo.
20
Figura 03: Atletas romanas treinando com alteres e discos.
Fonte: Fontanel (1998, p. 12-13)
Em escavações no Egito e Grécia, peças de roupas semelhantes a calcinhas
foram encontradas em escavações. Essas peças, possivelmente eram utilizadas
durante a menstruação (DEODORO; ROCHA, 2008).
Para o Estado Romano, os seios flácidos são intoleráveis, sendo que médicos
indicavam receitas curiosas para que as mamas não se desenvolvessem
demasiadamente. Essas estranhas misturas demonstram o fato de que as romanas
deviam abrandar seus atributos femininos e que tinham um status rebaixado ao dos
homens. Mas com a queda do Império Romano, a preocupação de sustentar os
seios apaga-se, sendo que as mulheres bárbaras deixam seus bustos livres sob uma
túnica ou vestido. A preocupação com a sustentação dos seios reaparece na época
gótica, quando a moda das indumentárias colantes deixa o busto novamente
escorarado (FONTANEL, 1998).
3.2.1.3 Idade Média
Köhler (1993, p.159-160) cita que:
Os trajes usados na Idade Média baseavam-se nos tipos que se
tinham desenvolvido próximo a meados do primeiro milênio,
resultantes da mistura de modas nativas com aquelas do final da
Antiguidade. Nos primeiros séculos depois da migração das nações
(600 d.C.), havia pouca diferença entre estilos dos trajes
correntemente usados pelas diversas nações do Ocidente. Sucedeuse então um período de desenvolvimento separado, com cada nação
seguindo seu próprio gosto, até que as Cruzadas colocaram em
contato todos os povos da Europa e reintroduziram uma grande
uniformidade.
A antiguidade greco-romana foi marcada pela compressão dos seios, e
roupas amplas, já nos séculos XII e XIII, a silhueta feminina foi acentuada através do
vestuário, dando lugar à magreza e à verticalidade. As mulheres se assemelhavam
às finas colunas góticas, já que suas roupas eram bem coladas ao corpo e
alongavam a silhueta. (FONTANEL, 1998).
Nessa época, as fantasias eróticas masculinas incluíam igualmente o
arredondado de um ventre, a ponta de um pé ou o contornar de uma perna. Mesmo
21
assim alguns autores perturbam ao evocar acanhados peitos brancos e estáveis
(FONTANEL, 1998).
Figura 04: Eva, painel direito do políptico O cordeiro místico, de Van Eyck
Fonte: Fontanel (1998, p. 17)
Fontanel (1998, p. 17) afirma que:
Com a nova moda das roupas justas, os alfaiates guardavam
ciosamente seus segredos de fabricação. Cortavam diversos
modelos ajustados ao corpo e amarrados na frente, atrás ou às
vezes no lado: a cota, uma túnica com cordões, na qual historiadores
da moda viram um antepassado do espartilho; o bliaud, espécie de
corpete, amarrado por trás ou pelo lado, apertando o busto como
uma couraça e costurado a uma saia plissada; a sorquerie, uma cota
ajustada e que se chama também guarda-corpo ou corpete; o surcot,
um colete por cima do vestido e amarrado.
No século XIII um triângulo intitulado tassel, esconde o decote feminino,
mesmo que os homens de Igreja admitem a moda dos decotes, porém castigam as
mulheres que mostram os pés e panturrilhas, que dizem ser partes eróticas do corpo
feminino. Assim as caldas aumentam e os decotes são aprofundados, deixando,
muitas vezes com que o início dos seios sejam vistos, já que o tassel era feito de
tecido transparente. (FONTANEL, 1998)
22
Segundo Köhler, 1993, p. 200, “ próximo a meados do século XIV, a
indumentária feminina começou a dividir-se em duas partes – um corpete e uma
saia, cada uma de uma cor.” Essa indumentária era construída com pele animal, e
mesmo que não fosse mais necessário as mulheres ainda usavam os cintos, como
ornamento. (KÖHLER, 1993)
Durante o século XV, a moda borgonhesa influenciava todas as cortes do
Ocidente, pois era um dos estados mais ricos da Europa. Suas mulheres usavam um
cinto largo sob os seios, que sustentavam a base dos seios e os realçava, tudo com
muita comodidade. Porém tais adornos deixavam o peito muito levantado. Junto com
o cinto, elas usavam grandes chapéus que chegavam a até 60 cm de altura.
(FONTANEL, 1998)
Analisando a história da moda, é encontrada uma relação muito próxima entre
os estilos de roupa da Idade Média e da indumentária religiosa. A segunda conserva
até hoje as mesmas características, que nos permite imaginar com clareza os
modelos da Idade Média. Porém existem pouquíssimos trajes desse período. As
amostras de tecido e ornamentos entrelaçados resistiram ao tempo. É possível
imaginar melhor como era a indumentária da época através de manuscritos da
ocasião e túmulos ainda existentes. (KÖHLER, 1993)
Em relação às calcinhas da época, o cristianismo trouxe a idéia do pudor. as
vestes eram tão pesadas, que as mulheres, na maioria das vezes não usavam
nenhum tipo de calcinha. Havia somente o cinto de castidade, que era feito de ferro
trancado a chave, para garantir a fidelidade das esposas dos guerreiros que partiam
para a guerra. Sob as saias e vestidos, tecidos eram amarrados ao corpo,
provavelmente no período menstrual. (DEODORO; ROCHA, 2008)
Porém, na mesma época é percebida a crítica dos religiosos em relação a
algumas indumentárias, quando é inaugurado o decote “o sorriso do busto”, que
mostra a parte superior dos seios, sendo evidentemente condenado pelos
pregadores (FONTANEL, 1998).
23
Figura 05: Maria Madalena. Detalhe de A deposição da cruz de Saint Barthélemy, 1505.
Fonte: Fontanel (1998, p. 21)
Depois da guerra dos cem anos, que foi de 1337 a 1453, a tranqüilidade
começou a pairar novamente na vida dos europeus. Esse ar inspirou o miniaturista
Jean Fouquet, que pintou o decisivo quadro A virgem e o meninos, onde apresenta
uma mulher nobre com os seios à mostra. Essa nobre modelo provavelmente é
Agnès Sorel, amante do Rei francês Carlos VII. Foi ela que encorajou Joana d´Arc
na luta contra os ingleses. Um século depois, surgiu através de um pintor anônimo
uma nova representação da pintura de Agnès Sorel, na mesma posição, seio nu,
mas sem o Menino Jesus.
Figura 06: A virgem de Melun de Hean Fouquet, 1420 – 1477
Fonte: Fontanel (1998, p. 22)
24
Figura 07: Retrato de Agnès Sorel (Castelo de Loches)
Fonte: Fontanel (1998, p.23)
3.2.1.4 Renascimento
Nessa época, as mulheres estão cercadas de vaidade. Quando são
retratadas, são mostradas em seus toaletes cercadas de objetos usados para
enfeitá-las, tais como colares de época, pentes e espelho (FONTANEL, 1998).
Figura 08: Diana de Poitiers
Fonte: Fontanel (1998, p. 24)
25
Segundo Fontanel (1998, p. 25),
Os seios, que haviam sido tão adulados pelo homem do século XV,
continuam ainda, como na Idade Média, sustentados por uma peça
de roupa íntima. Mas, com o tempo, essa peça vai se tornar mais
pesada e mais rígida. Sucessor das cotas e similares medievais, o
vasquim é um corpete sem mangas, muito justo, usado por cima da
camisa e amarrado nas costas. Sua rigidez se deve a um forro de
tecido inteiramente pespontado e reforçado por vários fios de latão.
Alguns viram nele mais um ancestral do espartilho.
A roupa feminina dá ênfase à parte superior do corpo, afinando a cintura e
alongando a silhueta, graças à cauda, que evita aos outros verem seus tornozelos
ou suas pernas, quando a dama se abaixa. Porém, a mulher renascentista, ainda
mostra um decote intenso em suas vestimentas. A peça de roupa que se limitava em
moldar o corpo, aos poucos torna-se rígida. Na figura 09, o grande decote quadrado
comprimi o busto como um funil, e lembra a forma geométrica do chapéu. Sua
nobreza é posta em evidência, já que as jóias do modelo estão em destaque. Já a
figura 09, mostra a incrível “gaiola” metálica que era reservada às mulheres vítimas
de malformações (FONTANEL, 1998).
Figura 09: Jane Seymor, esposa do Rei Henrique VIII da Inglaterra.
Fonte: Fontanel (1998, p. 26)
26
Figura 10: Colete de Ferro, século XV (Museu de Cluny, Paris)
Fonte: Fontanel (1998, p. 27)
Durante essa época, os calções bufantes de algodão vestiam, por baixo das
vestes, tanto homens como mulheres. Não se tratava de uma peça com
preocupação estética, seu objetivo era resguardar a intimidade. (DEODORO;
ROCHA, 2008) Segundo reportagem publicada pela Revista Isto É (1997), o calção
“larguinho, era usado debaixo de um camisão. Só depois vinha a saia ou o vestido.
As peças mais antigas de que se tem notícia datam do período Tudor (1485 a 1603),
na Inglaterra.”
Figura 11: Lingerie da época do Renascimento
Fonte: <http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1997/artigo71824-1.htm>
27
“Ao fim do Renascimento, e sob a influência da moda espanhola [...], as
posturas assumem um aspecto altivo, demonstrando as qualidades da alma”. Afirma
Fontanel (1998, p. 29), que ainda diz que “na verdade, é o fim de um tempo de paz
interior, de uma certa alegria de viver humanista e o início das tensões religiosas
entre católicos e protestantes”.
3.2.1.5 Séculos XVI e XVII
No começo do século XVI, os corpetes e vestidos justos até os quadris, bem
como os vestidos amplos e com caldas, foram deixando de ser moda, dando espaço
a um novo estilo de indumentária, justo apenas no busto. Também eram usados os
vestidos feitos com corpete separadamente, porém eles eram mais largos o
fechamento era na parte de trás do corpo feminino. (KÖHLER, 1993)
Laver (2005, p. 107) conta que no século XVII:
O traje feminino consistia em um corpete, anágua e beca. O corpete
costumava ser extravagantemente decotado e amarrado com uma
fita de seda na frente. A parte amarrada era habitualmente coberta
com um piece ou plastron. [...] A gola caída foi se tornando cada vez
mais sofisticada, com as bordas em renda cara.
No reino de Henrique II, é criado um corpete pespontado – corps pique – que
suprimi o ventre, afina a cintura e deixa o busto em forma de cone. Trata-se de um
corpete armado com uma haste chamada busc, que pode chegar a pesar até um
quilo, enfiada em um encaixe costurado no tecido do corpete. Essas hastes eram
feitas de materiais como o marfim, madrepérola gravada, prata adamascada e osso
de peru. Este último material era utilizado pelas mais ricas. Quando a usuária comia
demasiadamente, as hastes incomodavam, então era aceitável retirá-las de seu
encaixe e mostrá-las à sociedade, por isso que, quanto mais valiosa e trabalhada,
mais status a dama tinha (FONTANEL, 1998).
28
Figura 12: Bucs
Fonte: Fontanel (1998, p. 30)
Porém todo esse glamour estava virando um assunto assustador para os
especialistas, que constataram que as mulheres estavam começando a ter diversos
problemas de saúde por causa da exagerada pressão formada pelos corpetes.
(FONTANEL, 1998)
No entanto, o busto torna-se prisioneiro dos caprichos da moda. Fontanel
(1998, p. 31) relata que “o estilo espanhol, com seus vestidos sombrios, fechados
até o queixo por espetaculares golas plissadas, batia de retirada diante dos decotes
com grandes golas armadas”.
Fontanel (1998, p. 32) diz que:
Durante o reinado de Luís XIV, o decote esconde-se sob um fichu de
cambraia, linho fino e transparente, jogado em torno do pescoço. A
gourgandine, sinônimo de meretriz, é um espartilho amarrado e
entreaberto na frente. Os bonitos nós colocados próximo aos seios,
destinados a esconder alguma presilha, respondem por nomes
jocosos como: “galhofeiro”, “apalpe aqui”, ou ainda “consentimento
perfeito”.
O decote foi ficando cada vez mais baixo depois da metade do século XVII.
Por volta de 1670, o espartilho de ascendência espanhola, inventado na metade do
século XVI, reapareceu junto com a cintura mais justa. O espartilho era formado por
um elevado número de barbatanas colocadas bem juntas e acolchoadas com
29
tecidos de ambos os lados. As primeiras peças de espartilhos possuíam um conjunto
duplo de cordões, onde o da frente ficava sempre fechado, e o das costas podia ser
aberto à vontade. Até mesmo as meninas deveriam usar os espartilhos, pois eles
ajudavam a desenhar o corpo quando essa se tornasse mulher. Ela ficaria com a
cintura fina, seios para cima e mantinha a estatura reta abaixo da cintura (KÖHLER,
1993).
Figura 13: Molde de espartilho, segunda metade do século XVII
Fonte: Köhler (1993, p. 389)
Até sete de setembro de 1675, somente os alfaiates fabricavam os corpetes
femininos. Porém, graças aos ataques dos moralistas, que alegavam que os
alfaiates se aproveitavam da hora de tirar as medidas das damas para apalpá-las, o
Parlamento autoriza as costureiras a formar uma coligação para poder fazer
concorrência com os alfaiates. Com isso elas começam a criar corpetes mais leves,
tornando o uso menos duro (FONTANEL, 1998).
Figura 14: O “traje do alfaiate”
Fonte: Fontanel, 1998, p. 32
30
Agora o espartilho substituía o corpete da veste interior. Era fechada ao redor
dos quadris, na frente e nas costas era forçada para baixo pelas duras abas do
espartilho e firmemente mantida nessa posição (KÖHLER, 1993).
Já que o espartilho não poderia ser trazido para cima dos seios, foi
acrescentado um largo e rígido babado de renda em sua parte superior. A robe, que
é um tipo de roupão que vinha da cintura e chegava até os ombros, deixando o peito
descoberto, era complementado por um peitilho, que não deixava essa área
descoberta. Este era luxuosamente bordado com pedrarias preciosas e tinham
detalhes de ouro (KÖHLER, 1993).
As mulheres eram claramente criticadas por seus grandes decotes. Um dos
comentários da época era, quanto maior o tamanho do decote, maior a gripe da
dama, já que normalmente era frio na Europa. Então, a senhora poderia morrer
graças a uma falta de tecido no peito. Entretanto, as damas eram mais condenadas
quando usavam uma cruz entre os seios, já que este era considerado um lugar de
sujeira, não poderia, jamais, estar uma cruz! Além disso, o espartilho apertava tanto
os estômagos, que as mulheres chegavam a desmaiar a troco de nada,
principalmente depois das refeições. Porém logo a razão volta às cabeças de
homens e mulheres, podendo viver e pensar mais livremente.
3.2.1.6 Século XVIII
No século XVIII as polêmicas que cercam o busto feminino são menores, já
que os discursos libertinos começam a florescer e os decotes aumentam. As
mulheres são soberanas, tendo influência na área da filosofia, política e economia,
elas dirigem conversas em elegantes salões. (FONTANEL, 1998).
31
Figura 15: “O alfaiate para damas”, gravura de Cochin
Fonte: Fontanel (2008, p. 37)
A classificação das roupas femininas era em vestidos abertos e fechados. O
fechado consistia em um corpete e uma anágua, e o vestido aberto tinha abertura
em forma de V invertido. Nessa época existia um arranjo semelhante no corpete,
que possuía uma abertura semelhante na frente, preenchida por um peitilho em
desenho de escudo e encorpado por papelão e barbatanas, onde costumava ser
bordado ou enfeitado com vários laços de tamanho decrescente de cima para baixo.
O corpete era amarrado nas costas, havendo barbatanas de baleia (LAVER, 1989).
Sobre a calcinha, Deodoro e Rocha (2008), afirma que “As ancas laterais
deixaram as saias e os vestidos mais rodados. Diante da nova moda, os médicos
advertiam que as mulheres não deveriam “pegar frio” nas partes íntima. Surgiram,
então, as bombachinhas, até os joelhos, com rendas e bordados”.
32
Figura 16: Bombacha (calcinha) do século XVIII
Fonte: <http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1997/artigo71824-1.htm>
“No reinado de Luís XV, se o espírito das mulheres se liberta, o alto de seus
corpos permanece comprimido pelo espartilho”.(Fontanel, 1998, p. 38). Agora as
barbatanas de barba de baleia permitem o aumento de número de lâminas, assim o
espartilho fica menos rígido. Já ao fim do século XVIII, as barbatanas de baleia vão
além da haste central, o busc. Nessa época, o corpete comprime os seios por baixo,
de maneira a salientá-los por cima, parecendo que irão “pular” do decote. Os
artesãos fazem verdadeiras artes, utilizando materiais como o couro branco,
reforçado por hastes de junco (FONTANEL, 1998).
Figura 17: Espartilho da primeira metade do século XVIII
Fonte: Köhler (1993, p. 420)
33
Afinal, por que o espartilho não foi questionado pelas aristocratas e burguesas
entre os séculos XVI e XIX? Uma resposta seria o sinal de superioridade delas, pois
marcava o prestígio da classe dirigente, já que era um limite absoluto ao esforço útil.
O corpo feminino com o espartilho era marcado pela distinção do povo comum. Pelo
contrário das camponesas, por exemplo, que precisavam trabalhar, não usando
roupa de baixo, e sim uma saia e uma camisa sobre a qual vestiam um corselete
amarrado por cordões na frente do corpo e sem ser muito apertado, acentuando a
cintura e levantando os seios (FONTANEL, 1998).
Figura 18: “Interior de Cozinha”, pintura de Joachim Beuckalaer, detalhe.
Fonte: Fontanel (1998, p. 39)
Já em 1750, uma cruzada médico-pedagógica uniu-se contra o espartilho,
atendendo aos apelos de Jean-Jacques Rousseau. Até mesmo as nobres estavam
se sensibilizando, desamarrando seus espartilhos para amamentar seus filhos. A
última confusão do antigo regime foi a incrível forma de ampulheta que o espartilho
tinha, ao qual se prende abaixo dos rins uma almofada pequena, montando um
traseiro inclinado e silhueta para trás (FONTANEL, 1998).
Com a Revolução Francesa, as roupas voltam a ser mais simples e práticas,
e no lugar dos espartilhos, usam um robe em chemise, que realmente pareciam
roupas de baixo, pois se tratava de um vestido branco de cintura alta até os pés, e
às vezes eram transparentes, a ponto de ser necessário o uso de malhas brancas
34
por baixo. Nessa época a diferença entre a roupa para noite e para o dia era vista
somente na qualidade do tecido.
Figura 19: Vestidos para a manhã de 1799 e vestido de baile de 1800.
Fonte: Laver (2005, p. 152)
Fontanel (1998, p. 41) afirma que “as mulheres, nessa época, adoravam os
trajes das criadas: um corpete sem barbatanas vestido sobre vestido sobre a blusa e
um simples saiote.” Assim, fica moderno colocar todo seu guarda-roupa em uma só
bolsa, sendo indispensável um espartilho. Ou seja, por mais que a mulher fica mais
natural, ainda não consegue largar o vício do espartilho, que agora vem sem
barbatanas e coberto de veludo ou de cetim.
Figura 20: “A comissão de Supervisão dos Costumes”, gravura de 1798
Fonte: Fontanel (1998, p. 45)
35
Com a Revolução Industrial e a proliferação das máquinas de costura, o
algodão se popularizou na Europa. As mulheres, no lugar de costurar suas roupas
íntimas em casa, passaram a comprá-las em lojas. As damas usavam um verdadeiro
arsenal de acessórios por debaixo dos vestidos. Eram calçolas (como um short),
calças, petticoats (tipo de saia de baixo) e armações de arame. Nessa época, as
estampas já eram comuns (REVISTA ISTO É, 1997).
3.2.1.7 Século XIX
No século XIX a compostura da burguesia fecha os vestidos até o queixo,
mas durante a noite os decotes são profundos. Nessa época o espartilho reina
absoluto, e a beleza da época são os seios muito separados. Esse aspecto é obtido
graças a um sofisticado sistema de barbatanas arquitetado pelo espartilheiro Leroy.
A cintura desce para o lugar normal, trazendo o encanto das silhuetas finas, e com
isso o uso dos espartilhos mais massacrantes, deixando de lado o conforto
(FONTANEL, 1998).
Figura 21: Publicidade inglesa para o espartilho “Spécialité”
Fonte: Fontanel (1998, p. 47)
36
Segundo Deodoro e Rocha (2008) “as bombachinhas sob as saias começam
a se disseminar além das classes altas. Na era Napoleônica, somem, já que os
vestidos ficam mais retos. São retomadas em seguida, e o comprimento encurta, até
a altura da coxa.”
Com a invenção dos ilhoses de metal, em 1828, acontece uma grande
melhoria nos espartilhos, pois são muito mais fortes que os ilhoses bordados.
Porém, para manter a melhor estética, os fabricantes continuam fazendo bordados
encima dos ilhoses metálicos. Junto com esse aviamento, é inventada a “haste em
duas partes munidas de grampos, que permitem fechar o espartilho com mais
facilidade. Os sistemas de fechos se adicionam, se sobrepõem, às vezes fazendo os
espartilhos parecerem coletes ortopédicos” (FONTANEL, 1998, p. 49).
Figura 22: Fecho de espartilho (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris)
Fonte: Fontanel (1998, p. 49)
Como, além das mulheres as meninas também usam o espartilho, na época
existia um anúncio que aconselha “as mães a deitarem suas filhas de bruços no
chão para que possam colocar um pé nas pequenas costas a fim de puxar os
cordões da maneira necessária”.(LAVER, 1989, p. 162)
Para ajudar a deixar a cintura ainda mais fina, a saia fica mais ampla e as
mangas fofas (LAVER, 1993). Essas mangas eram armadas graças ao vime ou
37
almofadas de pena. A arte dos costureiros podia não só ocultar uma deformidade,
como fazer ofuscar qualquer defeito natural (KÖHLER, 1993).
Figura 23: Damas vestindo-se. Espartilhos de 1834.
Fonte: Köhler, 1993, p. 520
Em 1823 é apresentado à sociedade o primeiro espartilho mecânico, que
possuía, nas costas, polias e minúsculos mecanismos, verdadeiras peças de
relojoaria, que permitem a uma dama desatar o espartilho sozinha. Em 1828
existiam duas marcas de espartilhos contra sessenta e quatro que foram criadas
entre 1828 e 1848 (Fontanel, 1998).
Segundo Fontanel (1998), em 1832 surge a primeira fábrica de espartilhos
sem costura. Esses saem do tear já com barbatanas, hastes, armações, prontos
para a comercialização e uso. A partir daí, os modelos de espartilhos começam a
ficar mais baratos, podendo chegar às classes menos favorecidas.
Fontanel (1998, p. 52) afirma:
1840: outra data importante na história do espartilho. O sistema de
atar à la paresseuse é concebido e realizado. Um sistema de
cordões elásticos permite que a mulher se vista e se dispa sem a
ajuda de um serviçal, do marido ou de um amante. O que é mais
cômodo para as adúlteras.
38
Existiam caricaturas que insinuavam que os maridos, ao despir suas mulheres
de noite, descobriam que os nós estavam diferentes dos que havia feito pela manhã,
ou seja, ela o teria traído durante o dia (FONTANEL, 1998).
Figura 24: “Suspeita”, ilustração pondo em cena a desconfiança da traição
Fonte: Fontanel (1998, p. 53)
Segundo Fontanel (1998, p. 54), “o espartilho desce a ponto de machucar as
coxas”. Na época as fotografias já podiam ser retocadas, por isso na figura nº 24 não
é possível afirmar se a cintura era ou não tão fina quanto se pode ver. Ela ainda
afirma que o busto feminino pende para frente enquanto a traseira se parece com
uma concha de escargot.
39
Figura 25: Polaire, atriz em 1890.
Fonte: Fontanel (1998, p. 55)
De acordo com reportagem publicada pela Revista Isto É (1997), na segunda
metade do século XIX:
As mulheres usavam ceroulas e calças bufantes com renda debaixo
de uma coleção de saias. Com essas calças, que tinham o objetivo
de manter as pernas das moças longe dos olhares curiosos, as saias
puderam encurtar um pouco. O charme, especialmente na era
vitoriana (1837-1901), era a combinação da calça com as saias e os
vestidos.
No início da década de 1880, as damas usavam o espartilho pelo lado de
fora, como parte do corpete terminando em ponta na frente. Sendo a saia que surgia
sob o corpete-espartilho drapeada horizontalmente. Isso tudo era feito para deixar a
cintura ainda mais fina (LAVER, 1993).
Uma espécie de histeria médica é desenvolvida na época, pois certos
médicos dizem que um espartilho poderia trazer terríveis conseqüência para quem
os usasse, tais como, doenças do peito, deformações, peito caído, incapacidades
para a amamentação, entre outras. Entretanto, durante um certo tempo, alguns
doutores não conseguem se decidir a favor ou contra o espartilho. Mesmo assim,
40
esse acessório era tão apertado que as mulheres não podiam mais se abaixar.
(FONTANEL, 1998)
Em 1885, segundo Fontantel (1998, p. 66), “o público descobre os seios
artificiais, em pele de chamois, de cetim matelassê ou de borracha. É apresentado
as “Mammif”, um par de falsos seios adaptáveis aos espartilho.” Neste momento é
notado o início do aparecimento de algo parecido com o sutiã, já que este é um
acessório diretamente relacionado com os seios.
Neste século existiam espartilhos nupciais, para a manhã, com poucas
barbatanas, espartilhos para ama de leite, para viagens, frescos e flexíveis para o
verão, etc. Além dos materiais neles utilizados, que já existiam em grande variedade.
E, quando menos se esperava, surge uma grande novidade para o mundo dos
espartilhos: as barbatanas em aço inoxidável, que não podem mais enferrujar! Essa
invenção é de autoria de Warner (FONTANEL, 1998).
Já no final do século XIX, as mulheres costureiras superam a produção dos
alfaiates, se especializando na fabricação de espartilhos. Esses são moldados com
antecedência e em série, dando início às confecções de espartilhos (FONTANEL,
1998).
Hermine Cadolle expôs, em 1889, o primeiro “corpete para seios”, que era
uma idéia genial e simples, que foi inverter as forças de suporte. Assim, o problema
de sustentação dos seios estava resolvido, pois, segundo Fontanel (1998, p. 77) “ao
invés de apoiar-se sobre os quadris como o espartilhos, e de sustentar os seios por
baixo como dentro de taças, o princípio era suspender o busto graças a alças
apoiadas nos ombros.” Assim foi preciso inventar as ombreiras, e acrescentou-se
partes elásticas. O primeiro modelo chamado de “Bien-être”, ainda não poderia ser
considerado um ingênuo sutiã, pois ainda estava ligado nas costas à um espartilho,
porém, enfim, o diafragma da mulher ficava livre (FONTANEL, 1998).
41
Figura 26: Margareta Gertruida Zelle, esposa de um oficial do exército holandês.
Fonte: Fontanel (1998, p. 76)
3.2.1.8 Século XX
Fontanel (1998, p. 75) diz que:
A casa Cadolle, fundada em 1887 em Buenos Aires, foi transferida
para Paris em 1910. Sua especialidade era, e permanece ainda hoje,
a fabricação de roupas de baixo sob medida. [...] Hermine Cadolle, a
fundadora, era uma pessoa de princípios que tinha idéias de
esquerda combinadas com ambições, sobretudo capitalistas. [...]
Business woman pioneira, percebeu que havia um mercado a
explorar. [...] Teve também a sorte de chegar no momento em que já
se começavam a usar a borracha na indústria têxtil. [...] Sem tecido
elástico, jamais teria sido possível inventar o sutiã.
Figura 27: Logotipo original da loja Cadolle
Fonte: Fontanel (1998, p. 77)
A silhueta das mulheres começa a mudar em 1908. O busto não continua
sendo muito empurrado para frente, nem os quadris para trás, esses começam a
42
ficar mais estreitos. Em 1913 aparece o decote V, criando uma agitação, pois era
considerado indecente pelos peritos da saúde (LAVER, 1989).
Em 1909 os balés russos influenciam as artes e a moda, inspirando um dos
maiores costureiros da história, Paul Poiret. Essa influencia trás de volta a cintura
abaixo dos seios, deixando a mulher mais natural, combatendo o espartilho
(FONTANEL, 1998).
Figura 28: Poiret, com quatro de suas modelos
Fonte: Fontanel (1998, p. 82)
Madeleine Vionnet também bane o espartilho da moda, apresentando suas
manequins descalças, e indumentárias que lembram a época grega. Toda essa
revolução dita a queda do espartilho e a adoção do sutiã, desde então fazendo
fortunas (FONTANEL, 1998).
Fontanel (1998, p. 85) diz que “o espartilho diminui de tamanho e torna-se
mais flexível. Pela primeira vez, a mulher da moda se mantém direita e “quase” livre
em seus movimentos”. Ela afirma que uma nova linha de espartilhos nasce, com
estilo longo descendo até os joelhos, dificultando o movimento da mulher de sentarse.
43
Figura 29: Espartilho da moda de 1913
Fonte: Fontanel, 1998, p. 85
Com o surgimento do tango, em 1911, e a paixão pelas danças latinoamericanas, os espartilhos deveriam desaparecer gradativamente, para dar lugar ao
movimento da dança, porém os fabricantes continuam produzindo espartilhos mais
adequados às condições de vida e às novas modas (FONTANEL, 1998).
Figura 30: Jovem atriz inglesa em demonstração de tango.
Fonte: Fontanel, 1998, p. 87
44
Os americanos começam a se destacar na área de tecnologia da moda,
quando possuem uma máquina que coloca ilhoses dez vezes mais rápido que as
máquinas já existentes, que aplicavam um ilhós de cada vez. A nova máquina fazia
todos os dezesseis ou dezoito furos, e colocava ao mesmo tempo os pedacinhos de
cobre. Fontanel (1998, p. 88) explica que:
Partia-se então para uma participação especial do espartilho, graças
a um banho de goma. Em seguida, procedia-se à colocação das
rendas, dos bordados, etc. Enfim, o espartilho era colocado numa
fôrma quente, que dava às barbatanas sua curva definitiva.
Nos anos 1910, as pratica de esportes se torna uma rotina, especialmente o
velocípede. Para tornar a prática mais confortável, usa-se um corpete de malha para
pedalar sem incômodos. Na América, em 1913, Mary Phelps Jacob (conhecida
também por Caresse Crosby) cria um novo tipo de sutiã, muito macio, curto, e o
design dele separa os seios naturalmente. Ela fez esse “porta-seios” com a ajuda de
sua empregada, e usou como material dois lenços e fita para bebê. Mais tarde sua
invenção começa a fazer sucesso entre suas amigas, convencendo Mary a
confeccionar mais modelos para elas. Em novembro de 1914 ela alcança a patente
de seu produto, porém fracassa e perde muito dinheiro. Assim ela se casa com um
homem muito rico e vende sua patente para a Warner Bros. Mas foi Caresse que
arquitetou o conceito do sutiã moderno e simples, leve e, especialmente encaixando
e ajustando os peitos. Ela morreu com idade avançada, no ano de 1970, podendo
acompanhar os avanços do sutiã (FONTANEL, 1998).
No período anterior à guerra, uma nova fibra artificial é criada, fazendo parte
da indústria têxtil, principalmente na indumentária íntima. Essa fibra é o raiom, assim
denominada em razão de seus reflexos brilhantes.
Esse tecido consegue
democratizar consideravelmente a lingerie, já que, pela primeira vez, o aspecto do
luxo está à disposição de mulheres modestas (FONTANEL, 1998).
Então a Primeira Guerra Mundial chega para aterrorizar o mundo, inclusive a
moda, que é deixada de lado. Existem poucas coisas de interesse para se registrar
até o final do conflito (LAVER, 1993). Os espartilhos começam a incomodar as
mulheres, já que elas precisam trabalhar, e o apetrecho limita os movimentos do
corpo. No entanto aos poucos os espartilhos vão encolhendo centímetro a
centímetro, até serem substituídos pelas cintas, usado mais para baixo, comprimindo
45
o corpo sem erguer os seios. Assim o sutiã se torna realmente necessário
(FONTANEL, 1998). Em 1919, quando a moda retomou seu ritmo, o busto feminino
era de “menino”, e as mulheres começaram até a usar “achatadores”, com a
finalidade de se adaptar à moda da época (LAVER, 1993).
Figura 31: Anúncio publicitário para o corponho redutor “Junon”
Fonte: Fontanel (1998, p. 96)
Esses sutiãs eram feitos de uma única faixa de tecido, com duas pinçazinhas
laterais, amarrando nas costas. As mulheres da época dizem adeus às rendas
pesadas, dando boas vindas aos tecidos leves, como a cambraia e crepe, podendo
ser confeccionado também em jérsei de seda, com motivos de borboletas enfeitadas
de plumas ou com bordados de seda multicores. As cores mais comuns para esses
sutiãs são o branco, preto, creme e cor-de-rosa (FONTANEL, 1998).
Nos anos de 1920, as roupas intimas são formadas por conjuntos, contendo
as cintas, saiotes, corpetes, combinações e espartilhos combinados. Os preços são
bastante elevados, pois os tecidos usados na confecção eram de muita qualidade, e
as roupas íntimas eram feitas à mão (FONTANEL, 1998).
Para a alegria da maioria das mulheres, a garçonee, que achatava os seios,
sai de moda no início dos anos 1930, graças a um decreto da revista Votre Beauté.
Os vestidos de Madeleine Vionnet e os drapeados de Alix, ondulam com fluidez
quando a dama se movimenta (FONTANEL, 1998).
Segundo Braga (2004, p. 76), “o cinema, cada vez mais bem-posicionado,
refletia no comportamento de moda. As grandes atrizes de Hollywood ditavam a
46
moda feminina.” Alguns nomes como o de Greta Garbo, influenciaram o modo de
vestir dessa época. O grande tecido da época foi o cetim. Os toques sedosos,
brilhos e silhueta marcada foram a regra da década (BRAGA, 2004).
O banho de sol, que começou a virar moda na década de 1920, virou um
fervor na década de 1930, fazendo parte do dia-a-dia da população. Assim, as
roupas de banho foram diminuindo de tamanho. Os shorts começam a aparecer na
moda feminina devido ao hábito de tomar banho no mar e de praticar esportes
(BRAGA, 2004).
Fontanel (1998, p. 104) afirma que:
A partir de 1926, o moderno conceito do sutiã se define com mais
precisão. Os fabricantes procuram produzir modelos que seguram e
se ajustam às formas com naturalidade, separando os seios.
Rosalind Klim, diretora da casa Kestos, faz pesquisas para
confeccionar um sutiã com dois lenços, um pouco ao estilo de
Caresse Crosby. Ela os dobra cruzando em diagonal e fazendo com
eles uma única peça, com uma sobreposição no meio.
Figura 32: Sutiãs dos anos de 1930 (Biblioteca das Artes Decorativas, Paris)
Fonte: Fontanel (1998, p. 104)
Em 1930, a casa Charneaux fabrica um espartilho todo de borracha, com
furinhos que ajudam a pele respirar. Este modelo é um pouco mais confortável que
os modelos tradicionais e é usado até os anos 60! Na realidade, os espartilheiros
criam modelos que parecem desajeitados, porém são consideradas roupas intimas
de mulheres modernas (FONTANEL, 1998).
47
Nesta mesma época, são inventados os primeiros tecidos que esticam,
fundamentais na indústria da lingerie. Os espartilhos começam a ganhar movimento,
se tornando uma roupa flexível. Os catálogos dos anos de 1930 dizem que os
melhores fabricantes utilizam látex, o chamado fio maravilhoso. (FONTANEL, 1998)
A partir daí a preocupação com o conforto feminino começa a crescer cada
vez mais. Dois professores da Universidade de Sydney elaboraram um estudo
antropométrico utilizando vinte e seis medidas tiradas de cada uma das cinco mil
mulheres escolhidas para o estudo. Depois de analisar os resultados, os
pesquisadores perceberam que existem cindo tipos de mulheres (FONTANEL,
1998).
Em 1931 os irmãos Warner, que não tem nada a ver com os produtores de
cinema de mesmo nome, inventam um tecido inteiramente elástico. Mais tarde,
criam bojos de profundidade variável, e posteriormente criam também as alças
elásticas. A Warner criará também o bojo moldado, sem costura que terá um grande
sucesso a partir dos anos de 1970 (FONTANEL, 1998).
Embora o uso do sutiã se generaliza, o espartilho ainda tenta inovar para não
sair do mercado. Uma novidade é o espartilho com fecho ecler, mas esse fecho
ameaça abrir a todo instante, além de ser pesado. Esse espartilho não consegue
obter sucesso (FONTANEL, 1998).
Já em 1935, os bojos com enchimento são criados, e três anos depois os
sutiãs com armação, que somem durante a guerra e volta nos anos de 1950, com
muita força. Em 1939, cria-se um dos sutiãs mais vendidos, com bojos mais fundos,
e pespontos circulares, que resultam em seios pontudos e bem torneados. Esse
modelo também tem seu auge nos anos de 1950, voltando nos anos de 1980 nas
mãos de Jean-Paul Gaultier (FONTANEL, 1998).
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Figura 33: Janeth Leigh durante as filmagens de Psicose
Fonte: Fontanel (1998, p. 110)
Figura 34: “Réard, o sutiã das que se destacam, vai destacar seu busto”
Fonte: Fontanel (1998, p. 114)
Em 1929, a empresa Du Pont começou a pesquisar um novo fio sintético,
ainda mais resistente que o látex. Esse novo fio é baseado em fenol, hidrogênio e
ácido cítrico. Somente em 1938 a Du Pont anuncia a descoberta do nylon. Dois anos
depois a empresa apresentou o primeiro conjunto de roupas de baixo em nylon
(FONTANEL, 1998).
Segundo Laver (1989, p. 240), "na década de 30, em especial, as atrizes do
cinema eram quase árbitros da moda, sendo suas roupas criadas por estilistas como
Gilber Adrian.” Na mesma época, a ênfase da beleza mudou das pernas para as
49
costas, sendo desnudadas até a cintura. Os vestidos pareciam ser criados para
serem olhados de trás (LAVER, 1989).
No ano de 1940, Katherine Hepburn vira símbolo de mulher ideal,
interpretando uma mulher jovem, emancipada e de espírito esportivo. A grande
moda de pulôveres e suéteres que moldam o busto vêm dos Estados Unidos,
fascinando os Europeus (FONTANEL, 1998).
Nos anos de 1940 volta à moda de destacar a cintura feminina, insinuando o
uso de espartilhos leves, que delineiam a cintura. Essa moda fica mais forte com a
criação do New Look de Christian Dior. Vive-se uma curta fase de luxo e elegância,
onde o busto é delineado e a cintura apertada. O espartilho curto e o modelador
cintura-de-vespa criado por Marcel Rochas estão no alto da moda (FONTANEL,
1998).
Figura 35: Sinta modeladora cintura-de-vespa, “Star”, de renda preta, 1956
Fonte: Fontanel (1998,p. 115)
Segundo Fontanel (1998, p. 118/119):
As mulheres conseguem arranjar seios em forma de ogiva nuclear
graças ao famoso modelo de epspontos circulares, criado em 1939.
na França, a sechora Fallère, criadora da casa Lou, lança esse
modelo “à americana”. [...] Os sutiãs Lou, afamados por seu encaixe,
dão um contorno bonito ao busto.
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Figura 36: Sutiã dos anos 1970
Fonte: Fontanel (1998, p. 118-119)
Em 1950, Paris vive uma era muito sofisticada, quando as mulheres devem
ter a aparência de quem possui tempo de sobra para cuidar de sua beleza. Esse
tema se tornou importantíssimo depois que terminou a escassez de cosméticos do
pós-guerra. O luxo também predominava, utilizando muitas peles, cashmere,
mohairs e jóias requintadas deveriam fazer parte do closet feminino (LAVER, 1989).
Porém, a moda da década de 1950 marca os protestos norte-americanos em
relação à moda européia, principalmente a moda francesa, onde os gastos com
tecidos era considerado exagerado. Mesmo assim as americanas acabavam
assimilando a essência do New Look ao seu guarda roupas. O estilo americano era
aquele ligado à vida familiar, com requinte. Os bebês que nasciam no pós-guerra
exigiam de suas mães uma vida caseira (BRAGA, 2005).
Em 1950, os seios-globos, bem erguidos, estão na moda. O cinema continua
influenciando fortemente as pessoas. Em Mamell´s story, Chesty Morgan tinha 220
cm de busto, que na estória, sufocava suas vítimas com os seios. Jane Russell,
também é uma atriz com seios fartos, que teve que ter um sutiã especialmente
projetado para ela. Quem fez isso foi o produtor Howard Hugues, que arquitetou um
sutiã aerodinâmico, com armações reforçadas, o único a segurar os seios da atriz
(FONTANEL, 1998).
Após a 2ª Guerra Mundial, as mulheres começam a usar calças compridas e
substituem os homens no trabalho. Com a descoberta de tecido sintéticos, as
calcinhas se tornam mais elásticas, sendo possível ajustar naturalmente ao corpo
feminino, diferente de quando as calcinhas eram feitas de tecido natural, mais rígido,
precisando ser grande, para passar pelas pernas e pelos quadris. Nos anos 50, a
51
lingerie rendada e sensual virou fetiche, ajudando a trilhar o caminho da roupa de
baixo atual (DEODORO; ROCHA, 2008). Os calções encolheram e por volta de 1960
já lembravam as calcinhas de hoje. Nos anos de 1970, o conforto e a durabilidade
ganharam uma atração a mais: a sensualidade (REVISTA ISTO É, 1997).
Figura 37: Calcinha dos anos de 1950
Fonte: <http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1997/artigo71824-1.htm>
Em 1952 é lançado o sutiã “Very secret”, que auxilia no aumento dos seios,
através de almofadas de ar insufláveis. A lingerie fina se desenvolve, trazendo novos
modelos como um de renda preta de nylon. Outro modelo era o peito-de-pombo,
onde a alça se prende à ponta da armação, quase no limite da axila, estufando e
aproximando os seios. (FONTANEL, 1998)
Em 1958, hábitos herdados do século XIX ainda persistiam, como o uso de
espartilhos, tanto para senhoras de idade, bebês (para sustentar a coluna vertebral),
e a partir de 4 anos somente as meninas podiam usá-lo. Nos espartilhos ainda são
usadas as barbatanas de baleia, que depois de algum tempo foi substituída por
lâminas de alço revestidas de papel e barbatanas de penas de peru, e por fim as
barbatanas de nylon ou de plástico que substituem todas as outras.
52
Figura 38: Lingeries “Aubade”
Fonte: Fontanel (1998, p. 123)
Nos anos de 1960 os fabricantes começam a se interessar pelas jovens
freguesas, as adolescentes, que agora ganham mesada. Como esse público estava
se tornando cada vez mais exigente, a indústria teve que produzir produtos que
atendessem a suas expectativas. Então apareceram as alças elásticas reguláveis,
que não caem mais pelos braços. Nessa mesma época surge a pílula
anticoncepcional, que adiciona alguns centímetros ao busto das jovens, tornando-se
uma vantagem inesperada para os fabricantes de sutiãs (FONTANEL, 1998).
Figura 39: Lingerie para adolescentes, modelo “Warner” (1965, foto, J.J. Bugat)
Fonte: Fontanel (1998, p. 128)
53
Em 1960, a França possuía cerca de duzentos fabricantes de lingerie, contra
quinze atuais, porém quem permaneceu no mercado, hoje em dia pode se dizer
satisfeito, pois com o uso da pílula anticoncepcional, os tamanhos dos seios
femininos, “há quinze anos a média era de 85, hoje é de 90, e mesmo 95 nas
mulheres jovens” (FONTANEL, 1998, p. 136).
Em 1962, a empresa Dimanche lança a primeira meia sem costura. Em 1965
ela encurta seu nome para Dim, e a partir de 1968 a empresa é famosa por vender
suas meias por 5 francos, quatro vezes mais barato que um par de meias clássicas.
Em 1970, a empresa cria seu primeiro sutiã, feita em sua fábrica de meias, que era
tricotado, com bojos feitos no calcanhar da meia curta e emendados por pequenos
elásticos de calça. Essa lingerie era vendida enrolada como bola em uma caixa.
Também tinha a calcinha que combinava com o sutiã. Já em 1975, a Dim decide
criar sua própria lingerie, utilizando maquinário apropriado para o mesmo. Depois de
constatar que os sutiãs feitos como meias, somente desvalorizavam os seios,
balançando-os, hoje em dia a empresa valoriza os sutiãs que seguram, enfeitando e
reforçando a parte inferior dos seios (FONTANEL, 1998).
As fibras de poliéster e nylon, possibilitam fazer o bojo moldado, utilizado alta
temperatura. Warner criou esse novo modelo de bojo moldado sem costura, que foi
intitulado de special pull, pois a pessoa que o usava sentia como estivesse com os
seios nus (FONTANEL, 1998).
Uma das empresas mais bem sucedidas no ramo dos sutiãs é a Playter, que
produz modelos de grande sucesso, como o sutiã “Coeur croisé”, modelo 556, que
hoje tem uma imagem envelhecida, porém vende cerca de 800 mil unidades por ano
na França, trazendo 70 milhões de francos à empresa. Um este modelo a Playtex
lucra o mesmo que uma empresa em 15º na França consegue ganhar com toda a
sua linha de lingeries (FONTANEL, 1998).
54
Figura 40: Campanhas da Playtex nos anos 1969, 1971, 1973, 1985, respectivamente.
Fonte: Fontanel (1998, p. 130)
Em 1968 acontece a grande revolta feminista. Durante a eleição de Miss
América, feministas jogam os sutiãs em latas de lixo, queimando-os. Os seios
emancipam-se, não podendo saber se as mulheres usavam ou não sutiãs embaixo
de suas roupas. O abandono do sutiã remete a liberação de todas as barreiras
femininas (FONTANEL, 1998).
Nos anos de 1970, é fabricada uma renda especial, na qual é fabricado o
sutiã filet de Lou, um dos maiores sucessos da história do sutiã. Esta renda é muito
semelhante a uma rede, com uma fina grade que aprisiona os seios. O único
inconveniente desse sutiã são os mamilos marcados, ou seja, quando a usuária
retira seu sutiã, fica impresso um desenho de grade no bico dos seios, mas, para a
mulher da época, isso não importa, pois todas amavam essa lingerie (FONTANEL,
1998).
Figura 41: O famoso filet de Lou, modelo “Paprika”
55
Fonte: Fontanel (1998, p. 119)
É a Huit, marca de lingerie, que fabrica o primeiro sutiã moldado francês. Em
70, a meta da empresa é atingir o público que valorize sutiãs macios e leves como
plumas. É a primeira vez que um sutiã é vendido numa caixa surpresa, uma bolinha
de plástico onde é encontrado o sutiã. Também é a pioneira em anúncio publicitário
de sutiãs no cinema, colocando uma sereia nas telonas, passando a idéia de frescor,
naturalidade e liberdade. Mais tarde a empresa cria um sutiã sem costura e sem fios,
ele é soldado e pespontado a ultra-som. O modelo Titcha vende mais de cinco
milhões de unidades em seis anos. Porém a empresa falhe em 1980, pois não
consegue mais compreender a mentalidade das mulheres evoluídas, que acham os
sutiãs moles, sem segurança, transparentes demais. A ultima pessoa que assumiu a
direção da empresa cria uma linha moderna com itens de algodão estampados
(FONTANEL, 1998).
Figura 42: Sutiã Titcha, da Huit, anos de 1970.
Fonte: Fontanel, 1998, p. 136
Os anos de 1970 são marcados pela referência do New Romantic, que
privilegia o novo romantismo com as estampas florais, acabamentos de renda,
chapéu-de-palha e muitos acessórios com aspectos românticos, com excesso de
tecido nas saias (BRAGA, 2005).
Laver (1989, p. 278), afirma que:
56
As revistas de moda e a imprensa em geral começaram a assumir
um papel muito inovador ao fornecer diretrizes de “bom senso da
moda”, e proliferam os livros sobre como descobrir um estilo pessoal.
Na década de 80, a mística da alta costura evaporou-se. As
mulheres tinham mais conhecimentos sobre corte e tecidos do que
em qualquer época desde a Segunda Guerra Mundial, e toda mulher
estava bem equipada para criar seu próprio look.
Em 1950, a Du Pont, inventa a lycra, malha muito elástica com dois fios, um
sintético a 85%, outro uma fibra elástica muito leve a 15%. Porém somente 30 anos
depois os pesquisadores conseguiram alcançar o resultado esperado, pois antes, a
tintura dos poliésteres a 130 graus destruíam o elastano, e o cloro destruía as fibras,
além de aparecer pontinhos brancos na poliamida sempre que a malha era
tencionada. Mas nos anos 80, o fio mágico chamado lycra, ajuda a inovar no design
das lingeries, que podem dar adeus à pinças, recortes, fechos e colchetes. Esse fio
pode esticar a ponto de ficar até cinco vezes maior. Esse fio também pode ser
associado a tecidos como seda, crepe, tule e renda (FONTANEL, 1998).
Braga (2005, p. 95) afirma que “os anos 80 trouxeram-nos uma verdadeira
profusão de influencias e contrastes, em que os opostos começaram a conviver em
harmonia e ambos sendo aspectos de moda.” A partir desse momento foi possível
verificar que não existem mais uma única verdade na moda, e sim numerosos
caminhos a serem trilhados, criando um leque de possibilidades.
Fontanel (1998, p. 141), descreve os anos 80 como :
A volta dos seios roliços e mulheres cheinhas. Os sutiãs com
armações suplantam os demais. A grande sacerdotisa celebrante
desse culto de seios encaixados em pequenos balcões de renda é a
criadora Chantal Thomass. O setor inteiro reconhece nela a campeã
dessa reconquista. [...] No começo da década, 54% das mulheres
declaram jamais usar lingerie fina, segundo uma sondagem do clube
Expansion. No entanto, em 1983, o mercado explode,
acompanhando os lucros da bolsa. Graças aos criadores, inspirados
nas novas gerações de têxteis, a lingerie experimenta um verdadeiro
big-bang.
Nessa época existiam apenas cinco modelos de lingeries clássicas, e quando
aparecem nas grandes lojas os modelos com ampla variedade de cores, estampas e
texturas, as mulheres são tomadas pela cobiça. Em 1984 as irmãs Louma e Shama
Hiridjee abrem em Paris sua loja, a Princesse Tam Tam, apresentando sutiãs
57
quadriculados, em pois, piquê de algodão, com estampas de frutas como cerejas e
framboesas, criando lingeries para se usar em casa. Na linha ultra-sofisticada, a
marca, La Perla é líder. Marca italiana que atua fortemente na França.
Figura 43: Lingerie da Princesse Tam Tam
Fonte: Fontanel (1998, p. 142)
Braga (2005, p. 97), escreve que:
O que vale a pena ressaltar é que não havia mais tanta diferença
entre as linguagens de moda tanto para os homens quanto para as
mulheres. Todas essas tribos eram compostas por ambos os sexos e
as características visuais pertenciam a todos com sutis
peculiaridades do que era do masculino e do que pertencia ao
feminino.
Nos anos de 1980, os avanços tecnológicos e modernidades foram de grande
importância, pois com isso foram inventados tecidos como a microfibra, que de tão
fina e resistente, eram denominados, segundo Braga (2005, p. 99), “leves como uma
pluma e resistentes como o ferro”. Além disso, esses tecidos não amarrotam, e
secam em tempo reduzido, comparado com outros tecidos. Junto com a criação
desses tecidos “inteligentes”, houve a informatização do setor da moda, como
programas específicos para a criação de modelagens, estamparias, entre outros
recursos que aceleravam a produção de peças de moda.
Então, os tecidos strecht e o brilho invadem o mundo das lingeries,
acompanhando o estilo fitness e os movimentos ecológicos. A vontade obsessiva de
emagrecer, e o frenesi de modelar o corpo, fazem renascer o espírito do espartilho,
trocando as barbatanas por uma musculatura de aço, ou por inibidores de apetite,
geralmente vendidos nas farmácias (FONTANEL, 1998).
58
O novo conceito de utilizar a roupa de baixo aparecendo, cria os bodys,
bustiês, corpetes e sutiãs como roupas de sair. Assim a Huit segue essa onda,
criando o primeiro sutiã de veludo, em 1988, vendendo muito bem, sendo
considerado o sutiã outwear, inaugurado pela cantora Madonna no início de sua
carreira (FONTANEL, 1998).
Os anos de 1990 fazem parte de um caráter de mistura, juntando várias
referencias vindas de diversas realidades, e todas juntas formam uma nova
proposta.
A liberdade
de
se
vestir,
de
expressão
é
muito
grande.
O
desconstrutivismo foi outra idéia criada nos anos de 1990, que passa a idéia de
desconstrução para um novo construir, criando um paradoxo que se firma no mundo
da moda (BRAGA, 2005).
Sobre a fabricação de um sutiã, Fontanel (1998, p. 148) diz que “precisa-se
juntar vinte pedaços diferentes, de tule, malha ou renda, alguns minúsculos. [...]
Costuras quase milimétricas, acabamentos, arremate...”. Ela ainda afirma que “o
sutiã é a peça de roupa mais complexa que existe, tanto que robôs são incapazes
de manipulá-lo.”
A indústria de roupas íntimas, exige um numero grande de funcionários, pois
todas as etapas do trabalho que precedem a montagem já podem ser
informatizadas, como a criação das rendas, os cortes e os moldes. Mas na hora da
costura, cada operária fica encarregada de uma só costura, muitas vezes minuciosa
(FONTANEL, 1998).
Figura 44: Sutiã “La Perla”, 1992.
59
Fonte: Fontanel (1998, p. 148)
Fontanel (1998, p. 152), diz que:
Em escala mundial, a lingerie, com seu universo intimista,
representa, na verdade, um mercado pelo qual os homens de
negócios lutam ferozmente. [...] O prêmio de sutiã-surpresa pertence
provavelmente à filial japonesa da Triumph que, na ocasião do
bicentenário da morte de Mozart, criou um sutiã musical: graças a um
chip eletrônico, esse modelo, ao ser fechado com um colchete,
tocava uma ária do grande compositor.
Hoje em dia, uma lingerie pode até mesmo ser exposta numa galeria de arte,
como é o exemplo da obra do escultor e poeta criador de móveis Rajdar Coll-Part.
Essa obra se chama Bergère, e é feita de aspiradores, tubos de aço, roupas intimas
de mulher, e lâmpada de halogênio (FONTANEL, 1998).
Figura 45: Bergère, obra do escultor Rajdar Coll-Part
Fonte: Fontanel, 1998, p. 153
60
3.3 Inspiração: dança contemporânea
Neste tópico, serão abordados os pontos históricos e os conhecimentos do
tema de inspiração, que é a dança contemporânea, focando no grupo carioca de
dança, Déborah Colker.
Garaudy (1980, p. 13) afirma que “A dança é um modo de existir”. Mas, a
dança é, sobre tudo, uma forma de comunicação. Segundo Siqueira (1996, p. 21),
“comunicação é o termo que ultrapassa o campo acadêmico e se emprega no
cotidiano, na argumentação retórica da publicidade e da política”. Acima de tudo, a
comunicação é um fenômeno cultural, que possibilita a vida em sociedade e não
existe sozinha, ou seja, precisa haver troca de mensagens com significados.
(SIQUEIRA, 1996)
Vale a pena ressaltar, que há algumas décadas, a dança não figurava entre
as artes, e há alguns anos que ela recebe tratamento específico no campo da
comunicação. A dança pode criar tanto linguagens alternativas, gestos corporais fora
das estereotipias coreográficas quanto pode afirmar-se em aliança com ditas novas
mídias (VILLAÇA, 2007).
Siqueira (1996, p. 71), afirma que, “muitas são as definições para dança, já
que são muitos os modos de entendê-la: como forma de expressão, linguagem, arte,
ritual, técnica, meio de comunicação, campo profissional, terapia, espetáculo e
diversão.”.
A dança é uma expressão artística complexa, que vem passando por
períodos de maior ou menor aceitação dentro de determinadas culturas.
Provavelmente, teve início como rito religioso, e posteriormente passou a ser um
ritual profano como celebração associada ao trabalho. No Ocidente tornou-se
mundana, sendo reprimida pela moral cristã medieval. Na renascença, a dança
recupera a popularidade, havendo a fusão da dança com a opereta e a mímica.
Nessa época surge a dança clássica, tendo seu apogeu no século XIX (SIQUEIRA,
2006).
De acordo com Siqueira (1996, p. 93-94):
De origem italiana, o balé desenvolveu-se na França de Luís XIV – o
“Roi Soleil” -, expandiu-se com menos força por países como
Alemanha, Inglaterra e Áutria e teve um considerável
61
desenvolvimento na Rússia imperial, no século XVIII e, em especial,
no XIX, através de contribuições como a do francês Marius Petipa.
A partir daí o balé tornou-se conhecido em diversas partes do mundo. Com as
guerras do início do século as companhias de dança fizeram turnês, sendo que
alguns bailarinos não voltaram para seus países, espalhando a arte de dançar. No
Brasil, a russa Maria Olenewa, da companhia de Anna Pavlova, fundou a escola do
Theatro Municipal do Rio de Janeiro. (SIQUEIRA, 2006)
Depois de quatro séculos de balé clássico e vinte séculos de desprezo do
corpo, pelo cristianismo, a dança moderna simboliza a expressão através dos
movimentos do corpo. (GARAUDY, 1980)
A dança moderna surgiu na América, com a finalidade de rejeitar a dança
clássica. A sua grande iniciadora foi Isadora Duncan, mas quem criou os seus
princípios que codificaram a dança moderna foi Marta Graham, nos anos 20 e 30 do
século XX. Estes princípios centravam-se continuamente na respiração e os
bailarinos dançavam descalços, em movimentos mais livres (SITE DANÇAS DO
MUNDO, 2008).
Nos primeiros anos do século XX, Isadora Duncan começou pela negação do
balé clássico. Ruth Saint-Denis, criou uma arte litúrgica. Martha Graham, mesmo
rejeitando as convenções clássicas, se diz oposta à Isadora e Ruth. (GARAUDY,
1980)
Martha, nascida em Nova Iorque, Estados Unidos, diz que “nada é mais
revelador do que o movimento. O que você é se expressa no que você faz”. As suas
coreografias, com explosões alegres, paradas repentinas, movimentos bruscos,
tentam libertar a alma americana da prisão do puritanismo e da escravidão industrial
(GARAUDY, 1980).
Figura 46: Martha Grahan, 1935
62
Fonte: <http://www.madridiario.es>
Isadora Duncan, nascida em San Francisco, Estado Unidos, divulga a
dança moderna no mundo. Segundo Siqueira (1996, p. 94), “desde Duncan, a dança
entrou em um intenso processo de renovação e até hoje vem assimilando as mais
diversas linguagens.” A dança moderna afirma o poder do corpo em movimento,
versus o mecanismo e o sedentarismo provocados pelo estilo de vida urbano e
industrial (SIQUEIRA, 2006).
Figura 47: Isadora Duncan
Fonte: <http://www.my-forum.org>
Paralelamente ao sucesso da dança moderna, a Dança Expressionista Alemã
começa a destacar-se na Europa. Pina Bausch foi a responsável por esta
transformação da dança alemã tendo sido também a líder deste movimento (SITE
DANÇAS DO MUNDO, 2008)
Segundo o Site Danças do Mundo (2008):
A dança contemporânea evoluiu a partir da dança moderna do início
do século XX. Os cenários e coreografias procuram expressar
sentimentos, confrontos e problemas da sociedade atual; é uma
dança que reflete a vida e o confinamento do ser humano, que
estuda e busca o domínio das formas universais do movimento
observando os seus aspectos corporais e mentais; o seu foco está
63
na compreensão e na prática dos princípios do movimento humano e
das suas infinitas variações.
Figura 48: Grupo de dança contemporânea
Fonte: <http://dancasdomundo.no.sapo.pt/dcontemp.htm>
A dança contemporânea é uma fusão do balé clássico, dança moderna,
dança expressionista, influências orientais, e de formas recentes de se movimentar,
como o hip-hop e street dance. A dança contemporânea, embora difícil conceituar, é
uma construção estética consistente. A formação dos bailarinos e coreógrafos
normalmente reúne experiências corporais com as artes marciais, esportes e outros
estilos de dança, resultando num trabalho que explora tanto a verticalidade quanto o
contato com o chão (Siqueira, 2006).
Na dança moderna procurava-se dar ênfase aos sentimentos, aos sonhos,
tentando deixá-los bastante teatrais através dos movimentos corporais. Na dança
contemporânea existem uma ampla diversidade de elementos e peculiaridades,
tendências e estilos; não há um elemento puro, mas sim um vasto repertório de
dados. Esta multiplicidade e liberdade em aplicar diversos elementos para criar,
pode ser muito rica e criativa, já que o artista pode criar com estilo e óptica própria,
sem ficar preso e limitado a determinada linha ou técnica. (SITE DANÇAS DO
MUNDO, 2008)
A dança contemporânea aparece a partir do contexto da sua época, trazendo
a necessidade de libertação das formas pré-estabelecidas, de novas descobertas da
relação do homem com o seu tempo e com o seu corpo, o que a torna marcada pela
diversidade de técnicas, de formas e de corpos (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008).
64
Figura 49: Dança Contemporânea
Fonte: <http://dancasdomundo.no.sapo.pt/dcontemp.htm>
A companhia brasileira de dança contemporânea mais antiga do Brasil é a
Ballet Stagium, de São Paulo, fundada em 1971, por Décio Otero e Márika Gidali.
Algumas das palavras que podem ser associadas ao seu trabalho são, a cidadania,
olhar crítico, visão política e social e reflexão sobre o cotidiano. A companhia tenta
manter a coerência entre atuação artística e exercício político através da arte. Para
Otero, a dança é um campo que deve ser avaliado além da técnica (SIQUEIRA,
2006).
O grupo Corpo, de Belo Horizonte, MG, é, depois do Ballet Stagium, o mais
antigo em ação no Brasil. Fundado pelos irmãos Pederneiras em 1975, investe em
bailarinos com formação técnica em balé clássico e moderno, e não adota a divisão
entre solistas e corpo de baile (SIQUEIRA, 2006).
O grupo tem vocabulário corporal próprio, onde o movimento acentuado dos
quadris ganha destaque. O movimento parece ser livre e largado, os bailarinos são
flexíveis, tendo ao mesmo tempo movimentos precisos e muito bem planejados.
(SIQUEIRA, 2006)
Segundo Siqueira (2006, p. 113):
Apesar das dificuldades de uma arte que precisa de patrocínio para
se manter, a dança cênica contemporânea no Brasil vem passando
por um momento de profissionalização. As maiores companhias,
como Ballet Stagium, Grupo Corpo, Companhia Deborah Colker e
ainda companhias oficiais (ligadas a governos municipais,
estaduais ou federal), atuam de modo profissional, com pagamento
de encargos por seus bailarinos e busca de patrocínio.
65
A dança contemporânea caminha lado a lado com a humanidade e os seus
progressos, existindo uma enorme procura para manter viva a chama de uma arte
em constante evolução (SITE DANÇAS DO MUNDO, 2008).
3.3.1 Companhia Deborah Colker
Segundo o site Débora Colker (2008) “Bailarina, coreógrafa e diretora da
Companhia de Dança Débora Colker, nasceu no Rio de Janeiro, em 1962. Tem dois
filhos. Foi pianista durante 10 anos.”
Déborah é uma coreógrafa preocupada em estudar movimento, e trazer para
a dança vários assuntos que nem sempre estão presentes no mundo da dança, tais
como: esporte, o cotidiano, cinema, fotografia, jornalismo, televisão. Colker diz:
"Enfim, a dança é a maneira que eu me comunico com o mundo" (SITE DEBORAH
COLKER, 2008).
Segundo o site da Débora Colker (2008):
A diversidade, a inquietação, não são uma marca do trabalho de
Deborah Colker por acaso. Ela cursou Psicologia, foi jogadora de
vôlei e estudou piano durante dez anos, dando vários concertos. A
partir de 1980, Deborah dançou, coreografou e deu aulas durante
oito anos no grupo Coringa, sob a direção de Graciela Figueroa.
No ano de 1984, convidada por Dina Sfat para coreografar a peça "A
Irresistível Aventura", com direção de Domingos de Oliveira, Deborah deu início ao
que seria a vertente mais importante de sua carreira nos dez anos conseqüentes:
diretora de movimento, uma expressão sugerida para definir seu trabalho (SITE
DEBORAH COLKER, 2008).
Débora é também a coreógrafa de shows e videoclips de artistas como
Fernanda Abreu, Kid Abelha, Fausto Fawcett, Legião Urbana e Adriana Calcanhoto.
Também coreografou a Comissão de Frente da Escola de Samba Estação Primeira
de Mangueira. Em 1997, sua coreografia Paixão foi remontada para o Corpo de
Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, passando a fazer parte do repertório
do Theatro (SITE DEBORAH COLKER, 2008).
Em 1994, Deborah abre sua própria companhia, estreando no Theatro
Municipal do Rio de Janeiro, com o espetáculo Vulcão. No ano seguinte, já como
primeira companhia, apoiada pela prefeitura, estreou Velox, que teve grande êxito
66
em público e mídia, sendo o passaporte para participar na Bienal de Dança de Lyon,
em 1996, onde apresentou Mix, uma coletânea dos melhores momentos dos dois
trabalhos realizados pela companhia (SIQUEIRA, 2006)
Com o espetáculo Mix, Deborah Colker foi a primeira brasileira a ganhar o
prêmio Laurence Olivier, um dos mais prestigiados das artes cênicas em Londres.
Deborah foi a vitoriosa da categoria "Outstanding Achievement in Dance" (Destaque
em Dança), na edição 2001 do prêmio (SITE DEBORAH COLKER, 2008).
Segundo o site da Deborah Colker (2008)., “em 1995, devido à repercussão
de seu trabalho, a Companhia conquistou o patrocínio exclusivo da Petrobrás
Distribuidora, o que lhe tem possibilitado alçar grandes vôos e se firmar no
panorama da dança mundial.”
Os espetáculos da companhia são verdadeiros sucessos. Velox e Rota foram
assistidos por mais de 150 mil pessoas, cada um (SIQUEIRA, 2006).
Podendo desenvolver seus trabalhos numa sede própria, a companhia vem
surpreendendo por implantar na dança elementos cênicos jamais antes utilizados e
assegurar sua contemporaneidade, misturando as técnicas de dança com o
cotidiano do público (SITE DEBORAH COLKER, 2008).
Siqueira (2006, p. 190) afirma que “para executar seus trabalhos, que exigem
intenso esforço físico, a coreógrafa diz precisar hoje de intérpretes fortes, flexíveis,
com base técnica em balé clássico, e dispostos a submeter seus corpos a riscos
físicos.” Sendo ela coreógrafa e intérprete, pode experimentar em seu próprio corpo
suas criações e os riscos a que submete seus interpretes.
Figura 50: Espaço da Companhia Deborah Colker
Fonte: <http://www.ciadeborahcolker.com.br>
67
A rotina da companhia não é fácil, já que precisa conciliar diariamente aulas
de balé, dança contemporânea e ensaios do repertório ou novo espetáculo. Para
manter esse esquema de ensaios é preciso uma estrutura sólida, com um local
apropriado, professores e assistentes (SIQUEIRA, 2006).
Para elaborar o espetáculo Casa, a coreógrafa explorou a relação entre
arquitetura e dança, e a construção e ocupação de espaços. A temática é a mesma
do início ao fim, utilizando sub-temas relacionados ao cotidiano doméstico.
Chamando atenção do espectador para a movimentação diária de um lar, os
intérpretes aparecem tomando banho, paquerando pela janela, amando-se,
brigando, assistindo à televisão (SIQUEIRA, 2006).
Figura 51: Espetáculo Casa (1999)
Fonte: <http://www.ciadeborahcolker.com.br>
A arquitetura montada no palco permite que uma intérprete abra o chuveiro e
deixe a água cair, permite que paredes se levantem e abaixem, formando novos
68
ambientes, deixando a casa de três andares e vários cômodos, que ocupa quase
todo o palco, versátil e funcional. Os figurinos reproduzem roupas urbanas, que são
trocadas diversas vezes, mesclando silêncio, música clássica e instrumental
eletrônica, ajudando a compor um ambiente de casa urbana. O passar do tempo
também acontece no espetáculo, pois durante as cenas, é dia, escurece, cai a noite,
nasce o dia novamente (SIQUEIRA, 2006).
Sobre o processo criativo, Colker vai por etapas, diz que surgem idéias na
cabeça e vai trabalhando-as. Cada processo de criação é único. Ela também está
atenta com as novas problemáticas, trabalhando com elas de modo que o público
entenda o conceito trabalhado pela artista (SIQUEIRA, 2006).
Para o espetáculo 4 por 4, em 2002, Colker preparou um espetáculo inspirado
nas artes plásticas. Siqueira (2006, p. 200), afirma ainda que “o trabalho de busca
interdisciplinar de temas e questões, o treinamento corporal intenso, a troca com os
intérpretes levam ao desenvolvimento de linguagem singular da artista. Essa
linguagem torna-se característica em suas obras e pode ser reconhecida.”
Figura 52: Espetáculo 4 por 4 (2002)
Fonte: <http://www.ciadeborahcolker.com.br/>
As obras de Déborah Colker revelam, na aparência e no gestual, um corpo
típico da zona sul carioca, a região das praias. Os figurinos revelam tendências de
moda, a música é up to date, misturando clássicos com ritmos atuais. Em alguns
momentos, a movimentação remete à estilos urbanos como break dance. Siqueira
(2006, p. 206) diz que “o conjunto desses fatores, aliado à intenção da coreógrafa de
69
promover comunicação com o público e à produção de qualidade dos espetáculos,
certamente faz com que suas peças gerem uma forte empatia com as audiências”
Os espetáculos que a companhia teve a oportunidade de criar e ter muito
sucesso são, segundo o site Deborah Colker (2008):
•
Vulcão (1994)
•
Velox (1995)
•
Mix (1996)
•
Rota (1997)
•
Casa (1999)
•
4 por 4 (2002)
•
Nó (2005)
•
Dínamo (2006)
•
Cruel (2008)
Desde a abertura, a companhia se apresentou na Inglaterra, França,
Alemanha, Áustria, Chile, Colômbia, Portugal, Argentina, Canadá, Estados Unidos,
Holanda, Cingapura, Nova Zelândia, Hong Kong, Macau e Irlanda (SITE DEBORAH
COLKER, 2008).
Figura 53: Painel Semântico da Temática
Fonte: Do autor
70
As coreografias da companhia possuem a tendência de serem diferentes do
“normal”, desafiando as leis da gravidade. Seus bailarinos, durante a coreografia,
interagem com materiais diferenciados, prendendo a atenção do espectador. A cada
espetáculo existe uma novidade que surpreende a todos, sempre.
Na coleção de peças de lingeries, serão utilizados os elementos de cena dos
espetáculos (objetos e pessoas), assim como itens dos figurinos. Além de serem
exploradas as formas orgânicas do corpo, quando o bailarino está dançando,
transmitindo o movimento da dança e a contemporaneidade dos elementos dos
espetáculos.
Essas informações são importantes para a elaboração do projeto, pois dão
identidade ao produto, fazendo com que ele seja inovador, podendo utilizar
aviamentos inspirados no Grupo de dança, formas de lingeries originadas a partir
dos elementos de cenário, enfim, inspirando-se em algo contemporâneo e com
estética atraente, transmitindo a força e sensualidade da dança coreografada por
Déborah Colker, para a lingerie.
3.4 Tendências de moda para Verão 2008/2009
Além de utilizar a inspiração temática da companhia de dança contemporânea
Débora Colker, serão utilizadas as tendências de moda para o verão 2009, estação
que a coleção será lançada.
Esta pesquisa de tendências serve para auxiliar na escolha de tecidos e
aviamentos que serão utilizados na coleção, e no desenvolvimento das formas,
tendo maior chance de o produto ser bem aceito no mercado, já que as tendências
de moda indicam o caminho que a moda “deve seguir”.
Os tecidos em tons terra, sol e mar, traduzem a energia natural das fibras
vegetais e animais. A superfície do tecido é extremamente lisa, graças ao
acabamento. Os bordados permanecem tendo seu lugar, até mesmo por cima de
estampas, como o jersey listrado e estampado (SITE SORTIMENTOS, 2008).
71
Figura 54: Tecido em tons de terra, com superfície lisa.
Fonte: Miranda, 2008
O tema Belas Artes é rico em clássicos bordados, rendas e brilhos abusados
pelo efeito de novas tecnologias ou aprimorado artesanato. Alguns insinuando
transparência (SITE SORTIMENTOS, 2008).
Figura 55: Rendas, transparências e brilhos
Fonte: Miranda, 2008
A categoria Multifuncional ressalta a necessidade de proteção, praticidade e
funcionalidade, ganhando mercado e caracterizando coleções com os tecidos antichama, antialérgicos, anti-odor, antimicrobiano, secagem rápida, anti UV e algodão
orgânico colorido, além dos bi-stretch (elasticidade nos dois sentidos) e dos efeitos
72
de estruturas e acabamentos especiais. Também destaca o aumento de novidades
como as fibras de bambu e de curauá, totalmente naturais.
Figura 56: Lingerie Eloeth, divulgando lingerie fabricada com fibra de bambu.
Fonte: <http://www.eloeth.com.br>
Miranda (2008) afirma que as estampas para as coleções Verão 2008/2009,
variam entre expressões nativas e éticas, mergulhando nos símbolos tribais, peles
exóticas (phyton, avestruz, serpente), graúdas flores, frutas nativas e fotos de
minerais esculpidos. Outra influencia na estamparia são as imagens de alquimia,
feitiços, amuletos. Entre as estampas vintage, estão os geométricos e florais,
nostálgicos cenários de férias na praia, resorts e cruzeiros. Estampas contendo
brilhos, pérolas e jóias estarão em alta, assim como toy-art, movimentos néon popart, e texturas em relevo, rebordados, perfurados, camadas e tressê.
Figura 57: Estampas de animais e geométrica
Fonte: Miranda, 2008
73
As formas são fluidas ou contornadas, com jogos de volumes (pregas, rodas,
enviesadas e godês). Os pontos altos da nova estação são laços, babados,
plissados, metalizados, franjas fininhas em camadas aglomeradas em cascata ou
perfiladas, desfiados, corda e palha. As alças são trabalhadas em cetim e em
elástico com brilhos, com pedrinhas, pingentes e lantejoulas. Elásticos lisos,
estampados, listrados, decorativos étnicos com superfícies e bicos trabalhados
também serão tendência para o verão 2008/09, assim como fitas e elásticos
plissados, babadinhos (lisos, estampados, franzidos, sobrepostos), viés (debruns
coloridos, estampados, refletivos e fluorescentes-neons) (MIRANDA, 2008).
Figura 58: Peças em cetim plissado, com babados na saia
Fonte: <http://www.fruitdelapassion.com.br>
Os aviamentos com detalhes de metal podem ter formatos irregulares, efeitos
quebrados e tamanhos variados, nos tons de dourados e ouro alto brilho, prata
intenso, cromado inox, níquel, coloridos esmaltados, perolizados e glitter,
envelhecidos em prata, estanho e bronze (MIRANDA, 2008).
74
Figura 59: Aviamentos em metal envelhecido e esmaltado
Fonte: Miranda, 2008
As cores propostas por Miranda (2008), para a estação verão 2008/2009 são:
Figura 60: Cartela de Cores Verão 2008/2009
Fonte: Miranda, 2008
75
As principais referências para o verão 2008/2009 estão inseridas no painel
abaixo.
Figura 61: Painel de Tendências
Fonte: Do autor
Para a elaboração da coleção de lingeries, serão aproveitadas as tendências
em aviamentos como laços, detalhes em metal, brilhos, pedrarias, etc. Efeitos como
babados e plissados, serão usados, já que valorizam a peça de lingerie, tornando-as
delicadas e diferenciadas. As cores terrosas sempre estão na moda, sendo
aproveitadas tanto para as consumidoras clássicas, quanto para as mulheres mais
contemporâneas, gamas de cores mais vivas são bastante atraentes, pois a atual
tendência é uma cartela alegre, substituindo os tons acinzentados usados no
inverno. Essas cores tendem trazer a alegria da vida para as peças íntimas.
Para a coleção, também serão aproveitados os bordados ingleses, que estão
em evidencia no cenário da lingerie, sendo um artigo delicado e confortável. As fitas
de cetim são indispensáveis, já que esse tecido não para de crescer no ramo, dando
sofisticação às peças. Enfim, as lingeries seguem tendências variadas, mas
universais, conseguindo agradar todo tipo de consumidora.
76
3.5 Ergonomia no vestuário
Além das tendências de moda, algo que não pode faltar em uma peça de
roupa é o estudo ergonômico da mesma. Segundo Borges (2005, p. 51), “a
ergonomia é considerada por alguns autores como ciência enquanto geradora de
conhecimento, para outros como tecnologia, por seu caráter aplicativo de
transformação”. Hoje em dia existem estudos que estão mais abrangentes, criando
novos conceitos da área.
A adaptação ergonômica existe há milhares de anos, desde que o homem
procurava adaptar a natureza às suas necessidades, criando e modificando meios
artificiais. Um exemplo ocorre quando os homens pré-históricos fabricavam armas
que se adaptavam as suas mãos (IIDA, 2005).
A ergonomia evolui durante a segunda metade do século XX, abordando
problemas mais amplos, de forma integrada e interdisciplinar. No começo estudava
apenas uma parte do produto, hoje estuda os produtos inteiros (IIDA, 2005).
Até pouco tempo atrás, os projetos e desenvolvimentos de produtos se
preocupavam principalmente nos aspectos técnicos e funcionais. Os aspectos
ergonômicos e de design, eram pouco considerados, porém nas últimas décadas,
esse panorama transformou-se (IIDA, 2005).
Existem três características básicas desejáveis de um produto. A primeira é a
qualidade técnica (parte que faz funcionar o produto), qualidade ergonômica
(garante uma boa interação do produto com o usuário), e a qualidade estética
(envolve a combinação de formas, cores, materiais, etc. proporcionando prazer ao
consumidor). Uma ou outra qualidade sempre predomina sobre as outras. No mundo
da moda a qualidade ergonômica e estética se destacam, ganhando mais valor na
criação de um produto (IIDA, 2005).
Em relação às áreas de estudo dentro da ergonomia, existe o estudo da física
e percepção. Na física, a antropometria, é muito importante, pois a partir das
medições das medidas de uma amostragem de pessoas pode-se obter uma
representação confiável de uma população, que é composto por indivíduos dos mais
variados tipos e dimensões. Existem também influências das etnias na antropologia,
onde as variações podem ser extremas, como são encontradas entre pessoas da
África, como os pigmeus da África Central, medindo entre 147,8 cm (homens) e
77
137,2 cm (mulheres), e os negros nilóticos, com medidas de 182,9 cm (homens) e
168,9 cm (mulheres) (IIDA, 2005).
Já a área cognitiva (perceptiva), estuda os aspectos sensoriais existentes na
ergonomia. Iida (2005, p. 258) afirma que as “sensações refere-se ao processo
biológico de captação de energia ambiental. Essa energia é captada por células
nervosas dos órgãos sensoriais, sob a forma de luz, calor, pressão, movimento,
partículas químicas e assim por diante”. A percepção envolve processamento, e está
relacionada às recepções e reconhecimento de uma informação, comparando-a com
uma informação anteriormente registrada na memória (IIDA, 2005).
Dentro da moda as características físicas são mais percebidas, já que o
produto possui contato direto com o corpo, tendo que haver estudos antropométricos
para criar o produto ideal. Mas as características cognitivas também estão presentes
na moda, pois quando qualquer produto contraria a forma já existente, a pessoa tem
certa dificuldade em aceitar, pois já está acostumada com o item anterior.
Segundo Radicetti (1999), presente no site Mab Fortuna (2008):
O vestuário, em especial a roupa, é considerado objeto de moda, e o
homem interage na prática do uso por aproximadamente 24 horas
por dia, com o intuito de cobrir o corpo como se fosse um invólucro
ou uma “segunda pele”. Na atualidade, sendo a Ergonomia uma
ciência voltada para o bem-estar, a saúde e o conforto, sua utilização
deve ser consciente e o homem pode ser considerado por sua
interação e adaptação ao produto.
Com apoio na anatomia humana, ciência que avalia minuciosamente a
estrutura dos seres humanos, associada à antropometria, podem ser desenvolvidos
estudos relacionados ao design da modelagem (RADICETTI, 1999).
A ergonomia está inserida dentro do vestuário quando se escolhe um tecido,
por ter um toque agradável, um caimento adequado e se ajustar conforme o calor ou
frio. Outro fator importante para a ergonomia do vestuário é a modelagem, que
auxilia a roupa a ficar confortável e bonita. Outro item são os aviamentos, cada vez
mais desenvolvidos tecnologicamente, dando conforto e praticidade ao vestuário.
O traje ajusta-se ao corpo, procurando reproduzir por meio de cortes
e costuras, a forma corporal como objeto tridimensional. Assim, o
homem se vê obrigado a entender as articulações do seu físico a
perceber a resistência e a plasticidade da matéria-prima, a projetar a
roupa, a planificá-la em um molde, para então construí-la. (LEITE,
2004, p. 120)
78
Quase todos os produtos de moda são feitos industrialmente. Eles são
desenvolvidos através de uma amostragem de população, onde são tiradas as
medidas e feita uma média antropométrica, de onde são feitos os moldes que se
encaixarão a cada biotipo. Tudo isso, tendo em conta a função de uso, a origem do
tecido, que por sua vez exige estudos ergonômicos na sua adequação funcional, de
conforto e segurança (GOMES, 2003).
Jarufe (2007, p. 18-19), diz que: “o processo antropométrico, corresponde as
técnicas de modelagem de acordo com estudos elaborados”. A seguir exemplo, de
como proceder a uma medição de feminino adulto de acordo com Jarufe (2007, p.
08):
1. Circunferência do Tórax
2. Circunferência do Busto
3. Circunferência do Quadril
4. Distância entre bustos
5. Altura da cava
6. Altura da frente (da base do degolo à cintura)
7. Largura do Tórax frente entre axilas (na linha do tórax)
8. Largura das costas entre axilas (na linha do tórax)
Segundo Gomes (2003, p. 143):
O vestuário pode tanto aumentar o volume ocupado pelas pessoas,
como limitar os seus movimentos. Os vestuários pesados, de
inverno, por exemplo, no dimensionamento de volume para cabines
de elevadores ou veículos de transporte coletivo e também limitam o
movimento de alcance em até 5 cm. Os calçados femininos de salto
alto também podem aumentar a estatura das mulheres até 7 cm. Em
alguns casos há também equipamentos de proteção individual de
uso obrigatório, que podem aumentar o volume.
Dentro do vestuário, a roupa íntima tem grande importância para a
ergonomia, já que são empregadas para garantir a proteção e segurança às
mulheres. As roupas íntimas são usadas por vários biotipos e tamanhos variáveis, e
com características corporais que variam expressivamente. São essas variações que
influenciam na diversidade de modelos de lingeries, tais como sutiãs meia taça, com
bojo, tangas, corpetes, meias e outros acessórios (GOMES, 2003).
79
3.6 Pesquisa de materiais
No segmento underwear, a utilização de materiais adequados para a lingerie
é essencial para contribuir com a qualidade ergonômica da peça, ajudando a evitar
transpirações excessivas, proporcionando conforto térmico, e outros problemas que
podem ocorrer, se não for usado tecido adequado. Os aviamentos para lingerie são
escolhidos com muito cuidado, pensando sempre na funcionalidade e conforto que
serão aplicados à peça, porém não deixando de lado a estética, que remete a um
dos conceitos deste projeto.
3.6.1 Tecidos
Os tecidos para a linha íntima são delicados e possuem toque macio, dando
conforto e transpiração à pele. Os tecidos mais conhecidos para a lingerie são a
malha de algodão, microfibra, tule e renda. Todos os tecidos apresentados serão
usados na confecção da nova coleção.
O algodão é originário da Índia, e da Etiópia. É a fibra mais usada no mundo,
e leva vantagem em relação a outras fibras, já que dele tudo se aproveita. O algodão
é a fibra mais resistente, podendo ficar séculos com boa conservação, sendo menos
vulnerável a traças, mofos e fungos (CHATAIGNIER, 2006).
Atualmente os tecidos feitos com algodão são os mais usados na lingerie,
pois possuem o preço baixo, além de serem confortáveis e permitir a respiração da
pele. Pode ser de diferentes gramaturas (sendo mais finos ou mais grossos), cores e
estampas. O cotton, tecido em algodão muito usado na fabricação de roupas íntimas
recebe o fio de elastano, deixando a peça ainda mais confortável, agradando a
maioria das pessoas.
80
Figura 62: Cotton
Fonte: Do autor
A microfibra, segundo Chataignier (2006, p. 113) foi “lançada em 1992, no
Brasil pela Rhodia. Foi, digamos assim, o primeiro tecido inteligente, a começas pelo
fato de ser um tecido aglomerado com partículas que se uniam com o calor.
Praticidade, conforto e beleza, são as suas características principais.” Os fios de
microfibra são muito finos, sendo 60 vezes mais finos que um fio de cabelo,
possuindo excelente caimento, sendo ótimos isolantes térmicos, suportando o calor
e protegendo do frio (CHATAIGNIER, 2006).
Figura 63: Microfibra
Fonte: Do autor
O tule, outro tecido muito usado na fabricação de lingeries, tanto bordados ou
não, é um tipo de renda, com malha redonda ou poligonal, que desenha seus
furinhos característicos. Esse tecido é armado e transparente, produzido em nylon,
algodão ou poliamida. As duas últimos fibras, deixam o tecido mais leve e
requintado. (CHATAIGNIER, 2006)
81
Figura 64: Tule estampado
Fonte: Do autor
A renda é um tecido muito usado no mundo da roupa íntima, tanto como
tecido base, quanto em detalhes. Esse tecido é uma estrutura que tem malhas
abertas e delicadas com fios como a seda, algodão e poliéster. A maioria das rendas
usadas nesse segmento são produzidas em teares de última geração. Dos
entrelaçamentos surgem desenhos diferentes. Entre os principais tipos estão
(CHATAIGNIER, 2006):
•
Renda chantilly, bordada sobre tules e motivos delicados;
•
Renda marescot, os desenhos são contornados com filetes de seda;
•
Renda guipure, mais pesada e cheia, às vezes com bolinhas, enriquecendo o
desenho;
•
Renda valencienne, mais fina e delicada que a chantilly;
•
Renda callais conjuga ações de máquinas com o trabalho manual, possuindo
fundo fino e desenhos que lembram o jacquard;
•
Renda de filé pode ser artesanal, mas a mecanizada é mais comum, podendo
ser feita com nylon e é chamada de renda química, bem mais barata.
82
Figura 65: Renda
Fonte: Do autor
Lurex, segundo Catellani (2003, p. 707) é uma “fibra sintética metálica
lançada na década de quarenta do século XX. Essa fibra, uma vez tecida ou
tricotada com fibras naturais, artificiais ou sintéticas, confere brilho aos materiais.” A
nomenclatura
“lurex”,
é
marca
registrada
da
Companhia
Dow
Badische
(CATELLANI, 2003).
Figura 66: Tecido listrado com lurex
Fonte: Do autor
O cetim não é muito usado no mercado de lingeries, mas está presente em
muitas peças. O cetim peau d´ange é o mais usado na lingerie, pois é mais leve e
fino, com muito brilho do lado direto, e do outro lado é fosco. É usado mais em
detalhes e sutiãs, já que não possui elasticidade. (CHATAIGNIER, 2006)
83
Figura 67: Cetim
Fonte: Do autor
Os tecidos ilustrados aqui serão os utilizados neste projeto, pois possuem
ergonomia adequada para a confecção da lingerie, elasticidade, e caimento perfeito.
Alguns desses serão usados somente nos detalhes das peças, como o cetim, por
exemplo, pois não possui elasticidade e transpiração suficiente para fazer parte de
uma peça íntima inteira.
3.6.2 Aviamentos
Para o desenvolvimento de uma lingerie, podem ser empregados diversos
aviamentos, porém os aviamentos que nunca faltarão na confecção de lingeries é a
linha de costura e elásticos,
No segmento de lingerie, existem elásticos de formas variadas, que podem
ser usados de várias maneiras, como por exemplo, em alças, cós da calcinha,
detalhes, acabamentos, etc.
3.6.2.1 Fio
Os fios para costura, ainda são muito presentes na lingerie, mesmo que já
existam peças sem costura. Os fios de poliamida, ajudam a deixar a lingerie com
melhor acabamentos, segundo o site Estrela (2008), são vendidos em gramas ou
quilo.
84
Figura 68: Fios de poliamida
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
3.6.2.2 Elástico
Os elásticos de embutir são os mais comuns entre esse aviamento.
Normalmente são da cor branca, simples, já que não aparecerão na peça. Segundo
o site da indústria Estrela (2008), pode ter diversos modelos e larguras, sendo feitos
de elastano e poliamida.
Figura 69: Elástico para embutir
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
De acordo com o site da indústria Estrela (2008), as alças elásticas são
produzidas em maquinários de ultima geração, e com matéria-prima como a
poliamida e elastano, oferecendo um único resultado: a elasticidade ideal e
necessária, com muito conforto, qualidade e beleza. Normalmente é vendido em
embalagem de 700 a 2.000 metros, e possui larguras diferentes.
Figura 70: Alça elástica
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
85
Figura 71: Alça elástica com detalhe
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Figura 72: Alças elásticas diferenciadas
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Figura 73: Alça elástica para sustentação
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Figura 74: Alça elástica com lurex
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Segundo o site da indústria Estrela (2008), é possível desenvolver elásticos
personalizados, através de teares computadorizados, que são responsáveis também
pela nitidez e riqueza de detalhes. São produzidos em poliamida e elastano,
normalmente vendido em embalagem com 600 metros. Pode-se também escolher a
largura desse elástico.
86
Figura 75: Elásticos Personalizados
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Outro elástico muito utilizado no ramo da lingerie, é o bico de pato, que,
segundo o site da indústria Estrela (2008), pode ser feito desde formatos tradicionais
até os diferenciados, podendo possuir cores diferenciadas. São produzidos em
teares avançados de alta tecnologia. Também são feitos de poliamida e elastano,
normalmente é vendido em embalagem com 800 a 1.500 metros.
Figura 76: Bico de Pato
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Figura 77: Bicos de Pato Diferenciados
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Dentre os elásticos também é encontrado a alça elástica estreita, podendo ser
usada sozinha, ou com maior número de camadas de alças. Segundo site da
indústria Estrela (2008), são feitas de poliamida e elastano, oferecendo elasticidade
ao produto. Podem ser vendidas em embalagens de 800 metros.
87
Figura 78: Alça elástica fina
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
O viés elástico é muito usado na moda íntima, para poder dar um bom
acabamento. Segundo o site da indústria Estrela (2008), pode ser brilhante, opaco,
listrado, multicolor e com bico. Também existe o viés curvo para arco,
tradicionalmente conhecido como viés meia taça, usado no acabamento de sutiãs
meia taça. É feito de poliamida e elastano, sendo vendido em embalagem de 800
metros.
Figura 79: Vieses elásticos
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
Figura 80: Viés curvo para arco
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
3.6.2.3 Alça
Segundo o site da indústria Estrela (2008), as alças feitas com poliuretano,
também conhecidas como alças de silicone, dão um efeito transparente, porém
nunca invisíveis. São vendidas em embalagem com 100 pares.
88
Figura 81: Alça de silicone com gancho
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
3.6.2.4 Entremeio
Os entremeios são outra opção de aviamento para o acabamento das
lingeries. Segundo o site da indústria Estrela (2008), os entremeios rígidos e
elásticos, produzidos com poliamida, poliéster e elastano, são vendidos em
embalagens de 600 metros.
Figura 82: Entremeio
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
3.6.2.5 Bojo
Outro item muito usado no ramo das lingeries, são os bojos pré moldados,
que proporcionam facilidade para a produção do sutiã. Segundo o site da indústria
Estrela (2008), os bojos permitem a transpiração e o ajuste perfeito no corpo,
podendo ou não ter enchimento. Eles podem ser produzidos desde o tamanho 36
até o 50.
Figura 83: Bojos pré-moldados com enchimento
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
89
Figura 84: Bojos pré-moldados
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
3.6.2.6 Barbatanas
Para acompanhar os bojos moldados, existem as barbatanas, que são
encapadas pelos vieses curvos para arco, dando acabamento. Elas podem ser
vendidas por peça (com pontas arredondadas) ou em metro. Esse aviamento é
quase indispensável nos sutiãs das maiorias das mulheres, já que ajuda a dar
sustentação aos seios.
Figura 85: Barbatanas
Fonte: <http://www.rendasacacia.com.br/>
90
3.6.2.7 Reguladores
Os reguladores são itens essenciais para a fabricação de um sutiã, pois
regulam o tamanho da alça, deixando-a perfeita para o uso feminino. Esse
aviamento é feito, normalmente, de plástico e metal, podendo ser de várias cores e
ter vários modelos.
Figura 86: Reguladores
Fonte: <http://www.piterpan.com.br/>
3.6.2.8 Fechos
Os fechos são usados em sutiãs, e podem ser aplicado tanto na frente quanto
na parte de trás da peça. Também podem ser feitos de vários materiais, sendo que
os principais são o plástico, tecido e metal. As cores são variadas e as formas
podem ser as mais diversas possíveis.
Figura 87: Fechos
Fonte: <http://www.piterpan.com.br/>
91
Figura 88: Fecho triplo
Fonte: <http://www.rendasacacia.com.br/>
3.6.2.9 Ilhós
O ilhós é um aviamento menos usado na roupa íntima, mas pode ser aplicado
para prender uma alça, e principalmente como detalhe. Existem ilhoses de metal e
plástico, em variados tamanhos e cores.
Figura 89: Ilhós de plástico
Fonte: <http://www.piterpan.com.br/>
3.6.2.10 Aplique
Para auxiliar no design da peça existem diferentes apliques e termocolantes
de diferentes formas, materiais e tamanhos. Podem ser aplicados individualmente ou
formando desenhos. Esse recurso ajuda a agregar valor à peça, mas deve-se ter
cuidado com o tamanho do aviamento, para não atrapalhar no conforto da lingerie.
92
Figura 90: Apliques de metal
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br >
Figura 91: Termocolante de Strass
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
Figura 92: Lantejoulas
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
Figura 93: Aplique em Juta
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
93
3.6.2.11 Bordado
Alguns dos recursos mais utilizados para deixar uma lingerie elaborada são
os tules bordados. Cada pessoa pode escolher qual o desenho que deseja bordar no
tecido, ou então, para deixar esse recurso mais barato, escolher o tule já bordado do
portfólio da empresa.
Figura 94: Tule bordado
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
Os bordados podem ser aplicados em vários tipos de tecidos, enriquecendo a
peça. Normalmente são feitos de algodão, deixando o toque macio e agradável. Os
bordados são muito usados na indústria de lingerie.
Figura 95: Bordado
Fonte: Do autor
94
Figura 96: Bordados em tecidos nobres
Fonte: <http://www.hoepckebordados.com.br>
Figura 97: Bordados (passafitas, entremeio)
Fonte: <http://www.hoepckebordados.com.br>
3.6.2.12 Rendas
A renda, aviamento indispensável no mundo da lingerie, é, segundo Catellani
(2003, p. 681) “um tecido leve e transparente de malha aberta fina e delicada,
formando desenhos variados pelo entrelaçamento de fios de algodão, seda, ouro ou
prata. [...] No final do século XVIII, começaram a surgir as primeiras rendas feitas a
máquinas.”
95
Figura 98: Renda com poliamida
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
Figura 99: Renda de nylon
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
As rendas com elastano são muito usadas, já que garantem conforto e
delicadeza. Podem ser feitas com diversos desenhos. Segundo o site da indústria
Estrela (2008), são vendidas em metros, e podem ser feitas em diversas cores.
Figura 100: Rendas com elastano
Fonte: <http://www.estrela.ind.br/>
96
3.6.2.13 Fita de cetim
Outro recurso para valorizar a lingerie são as fitas de cetim. Elas dão brilho,
realçando a beleza da peça. Também pode ser encontradas drapeadas, de várias
formas, podendo variar no design, além de diversificar nas cores e tamanhos.
Figura 101: Fita de cetim drapeada
Fonte: <http://www.renneaviamentos.com.br>
3.6.2.14 Etiqueta
As etiquetas são obrigatórias em um artigo de moda, sendo um aviamento
que pode incomodar ou agregar valor à peça. Segundo o site da Haco (2008), são
produzidas em teares, utilizando como matéria-prima fios a base de fibras naturais,
como o algodão e a viscose, ou sintéticas, como o poliéster e metálica.
De acordo com o site da Haco (2008):
As etiquetas tecidas são produzidas em dois grandes grupos de
teares: os teares de lançadeira e os teares eletrônicos. Como
matéria-prima são utilizados fios à base de fibras naturais, como o
algodão e a viscose, ou sintéticas, como o poliéster e metálica. Como
acabamento podem ser aplicados o recorte laser, relevo, policouro,
fragrance, tubular, adesivo e termocolante.
As etiquetas estampadas são produzidas em diversos fundos, como poliéster
e nylon, resinados e perolados, cetim e tafetá, auto-adesivo e dupla face, com
grande variedade de cores. Seus principais benefícios são a agilidade na produção e
a possibilidade de estampas com detalhes pequenos. Recebe praticamente todos os
tipos de acabamentos aplicados às etiquetas tecidas (SITE HACO, 2008).
Segundo o site Haco (2008), as etiquetas reproduzem desenhos, cores e
formas com alta definição de detalhes, em diversos tipos e fundos, como o PVC,
glicerina, glitter, couro, reflexivo, holográfico, emborrachado, entre outros.
97
Figura 102: Modelos de etiquetas
Fonte: <http://www.haco.com.br/>
As etiquetas de composição são obrigatórias em todas as peças de moda,
devendo conter o tamanho da peça, nome da empresa, CNPJ da empresa, a
composição do tecido e modos de manutenção da peça. Essas etiquetas podem ser
feitas na própria confecção, já que é possível adquirir as “folhas” para imprimir em
impressoras a laser. Assim, fica mais fácil de administrar a produção dessas
etiquetas.
Figura 103: Etiqueta de composição
Fonte: <http://www.apbetiquetas.com.br/>
Os aviamentos exposto neste sub capítulo são os mais significativos no setor
de lingeries, sendo que a maioria deles serão usados na elaboração das peças da
coleção.
Além de todos esses aviamentos, sempre surgem outros, cada vez mais
diferentes e funcionais. A estética é muito trabalhada, já que dentro do mercado da
98
roupa íntima, um aviamento faz toda a diferença. Enfim, é importante citar que a
criatividade faz a marca, assim, a designer deve estar sempre atenta para conseguir
acoplar um aviamento a uma peça de lingerie, fazendo uma união harmoniosa e de
bom gosto.
99
4 PESQUISA DE CAMPO
Depois de analisar as pesquisas teórico ilustrativas sobre lingerie, inspirações
(dança contemporânea e tendência para verão 2009), ergonomia e materiais, a
pesquisa de campo procura buscar no mercado os conhecimentos que irão agregar
valor ao produto que será desenvolvido, percebendo os pontos fortes e fracos do
produto no comércio, podendo criar uma sugestão ainda melhor para a consumidora.
Além de analisar o comércio, é preciso considerar as preferências e necessidades
da pessoa que irá adquirir o produto, visando projetar a lingerie ideal.
4.1 Estado do design
A primeira providência na análise do estado do design é agrupar todos os
fatos disponíveis, abrangendo as principais firmas com aspectos semelhantes,
podendo então, concluir quais mudanças deverão ser feitas para tornar o negócio
mais competitivo. (BAXTER, 1998)
Segundo Baxter (1998, p. 116):
A análise dos concorrentes serve para monitorar as empresas
concorrentes e seus produtos. Procura determinar como elas
conseguiram alcançar o sucesso e onde fracassaram. Essa análise o
ajuda a antecipar como os seus negócios serão ameaçados no futuro
e a desenvolver uma estratégia mais efetiva de competição.
Um ponto a ser observado na hora de analisar os concorrentes, é a qualidade
das informações, que pode ser ou não de fácil acesso. Alguns motivos para analisar
os concorrentes são, aprender com os concorrentes, aperfeiçoando seus próprios
produtos, e deduzir a estratégia dos concorrentes, “adivinhar” o que eles farão
(BAXTER, 1998).
No ramo de lingeries existem diversas marcas nacionais e internacionais, que
podem ser consideradas concorrentes. Serão feitas análises separadamente, de
marcas nacionais e internacionais, a fim de perceber o design utilizado por cada uma
delas, o histórico, plano de marketing e valores aproximados de suas peças.
100
4.1.1 Marcas Nacionais
A maioria das marcas de lingeries nacionais vieram a existir por haver
necessidade de fabricação nacional dessas peças, já que as damas acabavam
comprado esses acessórios na Europa. Com a maior disseminação da lingerie entre
as classes menos favorecidas, nasceram as empresas especializadas em roupas
íntimas, deixando os produtos com preços mais baixos, e com a cara brasileira.
Hoje o país pode ser considerado um dos lideres no mercado da lingerie, já
que suas empresas são ricas em design, modelagem e tecnologia. Neste segmento
existem três grandes pólos brasileiros: Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, Ilhota, em
Santa Catarina, e Juruaia, em Minas Gerais.
Algumas empresas que estão à frente do mercado nacional no que diz
respeito à roupa íntima são:
4.1.1.1 Fruit de la Passion
Figura 104: Painel de Estado do Design – Fruit de la Passion
Fonte: Do Autor
Fundada pelas irmãs Cecília Bourdon e Marie Alba Bourdon, que atuaram
durante 10 anos como consultoras de marketing e estilo em moda íntima para
101
grandes empresas. Perceberam que havia um mercado pouco explorado no Brasil,
que são as lingerie muito elaboradas e usadas como acessório de moda. (SITE
FRUIT DE LA PASSION, 2008)
Após 2 anos morando em Paris, Cecília seus conhecimentos na área de
lingerie, criando em 1994, a Fruit de la Passion, “a mais brasileira lingerie francesa”.
A empresa resgata a sensualidade com refinamento, ousando nas cores, formas e
materiais, transformando a moda intima em “outwear” (SITE FRUIT DE LA
PASSION, 2008).
A empresa sempre está avaliando o “biotipo” feminino brasileiro, tentando
elaborar modelagens apropriadas para todas as raças. Segue uma filosofia de
adaptações de diversos estilos de vida combinados com as variações do universo
feminino. (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008)
Figura 105: Loja Frui de la Passion, no Morumbi Shopping, São Paulo – SP.
Fonte: http://www.fruitdelapassion.com.br/lojas.htm
A empresa possui oito lojas próprias, duas em Recife, duas em São Paulo,
uma em Campinas, uma em Fortaleza e duas no Rio de Janeiro, além de vender em
lojas multimarcas em todo o Brasil (SITE FRUIT DE LA PASSION, 2008).
102
4.1.1.2 DeMillus
Figura 106: Painel de Estado do Design – DeMillus
Fonte: Do autor
Segundo o site da DeMillus (2008):
A DeMillus foi fundada em 1947 por Nahum Manela, em um sobrado
na rua Sete de Setembro, no Centro do Rio de Janeiro. E com menos
de 10 anos a DeMillus conquistou a liderança que mantém até hoje.
Após alguns anos mudou-se para no bairro da Penha. Além da sede,
situada na avenida Lobo Júnior, 1672, a DeMillus conta com mais
duas fábricas: Um complexo têxtil, localizado também na cidade do
Rio de Janeiro e a terceira fábrica no município de Santa Rita, na
Paraíba. Ao todo são três unidades fabris com área total de 300 mil
m2.
103
Figura 107: Propaganda da empresa De Millus
Fonte: <http://www.demillus.com.br>
Em 1985, após 38 anos no mercado e em lojas de todo Brasil, a DeMillus cria
o DeMillus Shopping, um catálogo de venda domiciliar, meio muito utilizado no
mercado internacional. Foi um enorme sucesso que dura até hoje.
A DeMillus é a empresa que mais vende lingerie no Brasil. Mais de 20% do
mercado brasileiro, vendendo mais que a 2ª e a 3ª colocadas juntas, fabricam 44
milhões de peças por ano. Possuem 4.000 funcionários diretos, e quase 100.000
revendedoras espalhadas pelo Brasil, além da parceria de várias lojas e
departamentos especializados em moda íntima.
Figura 108: Empresa DeMillus
Fonte: <http://www.demillus.com.br>
104
A DeMillus é uma empresa verticalizada. Isto é, produz muito dos
componentes necessário para a fabricação de seus produtos. Fabrica muitos de
seus tecidos, rendas, elásticos e bordados. E também muitos de seus acessórios:
argolas e reguladores de plástico, lacinhos, colchetes de metal, entre outros.
Mas a verticalização não torna a DeMillus uma empresa fechada as
inovações externas. A empresa também importa materiais, mantendo fornecedores e
parcerias. Está sempre dentro da Moda, realiza pesquisas de tendências no exterior,
nos principais pólos de moda do mundo. A DeMillus importa tecnologias e exporta
suas lingeries.
As principais linhas da empresa são, Básica, Sofisticada, Sustentação,
Especial, Linha Méd e Maternal, Linha Noite, Linha Infantil e Juvenil, Linha
Masculina, Meias Dantelle, e Cosméticos DeMillus.
4.1.1.3 Valisère
Figura 109: Painel de Estado do Design – Valisère
Fonte: Do autor
A marca Valisère foi fundada no Brasil em 1934, quando os direitos de
comercialização da marca francesa no Brasil foram adquiridos pelo grupo Rhodia.
105
Inicialmente, a empresa possuía 20 funcionários e confeccionava cerca de 20 mil
peças no seu primeiro ano de funcionamento.
Em 1984 possuía três linhas, a lingerie noite, lingerie dia, e linha praia,
fabricando parte dos tecidos que consumia. No mesmo ano, por motivo estratégico a
empresa decidiu desativar a linha noite e praia, concentrando os esforços
publicitários na linha dia, tendo um grande crescimento no mercado.
Em 1986 a empresa foi adquirida pelo Grupo Rosset, fabricante de tecidos de
malharia com lycra. Com essa parceria a empresa começa a ditar moda no mercado
de lingerie. Esse período rejuvenesce a marca, tendo como ícone a campanha “O
primeiro sutiã agente nunca esquece”, produzida pela W/Brasil.
No ano de 1990, a preocupação com pesquisas sobre hábitos de consumo,
testes de produtos e modelagens ergonômicas, elevaram o conceito da marca no
mercado. A marca começa a ter destaque na moda internacional, se firmando como
representante nacional mais importante desse segmento.
O foco principal da marca é espírito contemporâneo, e a partir disso a
empresa investe cerca de 5 milhões em comunicação publicitária e ações
promocionais. Alguns dos lançamentos importantes da marca estão o sutiã Doublé
Effect (1993), calcinha Control Top (1995), Water Bra (1999), lingerie Zero Costura
(2002), amplamente divulgados na mídia.
106
4.1.1.4 Hope
Figura 110: Painel de Estado do Design – Hope
Fonte: Do autor
No mercado há 40 anos, a marca está sempre se renovando, sendo
referência nacional em lingerie para o dia-a-dia. A empresa aposta em materiais de
vanguarda, produção de ponta e uma via de duas mãos com as consumidoras. Com
tecnologia 100% brasileira, a Hope exporta hoje para dezoito países, nos cinco
continentes. A empresa diz vestir mulheres modernas, sensuais, dinâmicas e
autênticas em todo o mundo.
Inaugurada em 1999, a nova fábrica, situada na cidade de Maranguape,
Ceará, tem a capacidade de produzir 1 milhão de peças por mês. É também uma
das mais modernas fábricas de lingerie do Brasil, tendo 700 empregados diretos,
desde a modelagem à embalagem. Os colaboradores participam de vários
programas de educação, cultura, meio ambiente e saúde.
A Hope investe em pesquisas de moda e comportamento, para elaborar
novos materiais, tecnologias e acabamentos. É feita dupla checagem nas peças,
garantindo que o produto tenha um controle de qualidade satisfatório.
107
Figura 111: Loja Hope
Fonte: <http://www.hopelingerie.com.br/space/>
A empresa fechou o ano de 2007 tendo 8 franquias em pontos estratégicos de
São Paulo e Rio de Janeiro. Até 2010, a empresa pretende atingir a casa de 70 lojas
nas cinco regiões do Brasil, em até 40 cidades, com prioridade para Brasília, Belo
Horizonte, Curitiba, Salvador e interior de São Paulo. As lojas seguem uma linha
“bodywear”, oferecendo tudo que a mulher precisa para usar diretamente ao corpo,
como lingerie, beachwear, homewear, até mesmo cosméticos e acessórios.
4.1.1.5 Eloeth
Figura 112: Painel de Estado do Design – Eloeth
Fonte: Do autor
108
Nasceu em 02 de maio de 1991, após o surgimento das indústrias de
confecção de linha praia na região de Ilhota - SC. A Eloeth Lingeries iniciou o
segmento de roupa íntima no município de Ilhota, cidade hoje intitulada “A Capital
Catarinense da Moda Íntima e Moda Praia” onde a empresa tem sede própria,
produzindo e revendendo suas coleções. Inicialmente a empresa possuía a
confecção nos fundos de sua casa, até 2005, quando montaram a nova sede encima
de sua loja.
A empresa possui 54 funcionários, distribuídos entre a loja, confecção, que é
dividida em dois turnos, o financeiro e outros setores.
Oferece uma linha de
produtos diferenciados, onde inclui a linha íntima mais básica até a mais sensual. A
venda à atacadistas é feita através da sócia-proprietária, dando atenção a cada
cliente.
Figura 113: Loja e fábrica Eloeth Lingerie
Fonte: Do autor
A empresa trabalha com a criação e confecção de lingeries e biquínis. Na
linha íntima, a Eloeth trabalha tanto com peças mais básicas, utilizando algodão,
elastano e poliamida, tanto com peças mais ousadas, abusando das rendas e
aviamentos como strass, correntes, lurex, entre outros. A empresa trabalha desde a
criação até a comercialização da peça, que pode ser feita a varejo em sua própria
loja, ou atacado. Hoje a empresa exporta para vários países da América Latina.
109
4.1.1.6 Piccolo Peccato
Figura 114: Painel de Estado do Design – Piccolo Peccato
Fonte: Do autor
Desde 1996, a Piccolo Peccato, empresa de Blumenau, Santa Catarina,
atinge mulheres exigentes e dinâmicas, que vivem um dia de trabalho e uma noite
de glamour. Possuem uma linha de lingeries básica, mas seu principal foco são as
lingeries para a noite, para serem usadas “acompanhadas”. A empresa possui duas
lojas próprias, ambas na cidade de Blumenau.
110
4.1.1.7 Darling
Figura 115: Painel de Estado do Design – Darling
Fonte: Do autor
A Darling possui grande preocupação com o design inovador e conforto das
lingeries, que são reconhecidas pela variedade de estilos, possuindo a linha básica,
clássica e lúdica, explorando a contemporaneidade dos tecidos e aviamentos.A
ultima coleção foi inspirada em um parque de diversões, desenvolvendo peças
lúdicas e funcionais, como o sutiã que nas costas faz um “X”, e possui uma argola no
meio, podendo deixar esse aviamento aparecer ou não.
111
4.1.1.8 Liz
Figura 116: Painel de Estado do Design – Liz
Fonte: Do autor
Mara criada para atender o dinamismo e exigência da mulher contemporânea,
focando totalmente no conforto, praticidade e funcionalidade. A marca possui várias
linhas focando na ergonomia da consumidora. Uma delas é “O oxigênio que você
sente”, feita com supermicrofibra, composta por filamentos 10 vezes mais finos que
um fio de cabelo, possuindo acabamento hidrófilo e mentolado, deixando a pele
respirar, com uma leve sensação de frescor.
Outra linda é a “Shape Control”, que modela o corpo com alta performance e
com conforto. Sua modelagem possui efeito redutor e firmador, auxiliando na postura
e disfarçando a celulute. O tecido também é totalmente antialérgico e inibe o odor.
A linha “Corseteria”, possui produtos estruturados, que valorizam os seios e o
corpo, confeccionado com microfibra soft control, que oferece ajuste intermediário.
As coleções que a Liz possui são: “Sem limites”, “Biosense”, “Undercontrol”,
“O oxigênio que você sente”, ‘Maternity”, “Básica”, “Tato” e “A alquimia do seu
corpo”.
112
4.1.1.9 Duloren
Figura 117: Painel de Estado do Design – Duloren
Fonte: Do autor
A Duloren, foi fundada há 38 anos, com capital 100% nacional gera hoje mais
de 2.000 empregos diretos, produzindo cerca de 1.500.000 peças/mês. Sua unidade
têxtil produz os insumos necessários na confecção de toda sua linha de lingerie.
Com máquinas e equipamentos de última geração, fabrica 170 toneladas de tecidos
por mês, além de rendas, fitas elásticas, colchetes e todos os seus acabamentos. Os
produtos Duloren são encontrados em cerca de 16 mil pontos de venda em todo
Brasil. Hoje, as marcas que a empresa possui são: Duloren (Lingerie Básica e
Fashion) e Femmina (Linha de lingerie natural).
4.1.2 Marcas Internacionais
A maioria das empresas estrangeiras que fabricam lingerie, atuam no
mercado há muitos anos, como, por exemplo, as lojas francesas Cadolle, Lou, entre
outras. Sobreviveram somente as empresas que conseguiram se adequar às
consumidoras, criando novas tecnologias e design diferenciado. Seguem as
principais empresas internacionais em roupas íntimas.
113
4.1.2.1 Cadolle
Figura 118: Painel de Estado do Design – Cadolle
Fonte: Do autor
Fundada em 1887 em Buenos Aires e transferida em 1910 para Paris, a casa
Cadolle foi fundada por Hermine Cadolle, que teve a primeira idéia de um sutiã, em
1889, quando criou seu primeiro “corpete para seios”, sustentando os seios,
deixando os espartilhos “um pouco” de lado (FONTANEL, 1998).
A empresa cria modelos exclusivos para cada cliente, sob medida. As
lingeries são feitas a partir de algum modelo da coleção da marca, ou então de
acordo com o que a cliente deseja. As cores, aviamentos, tecidos e outras
particularidades devem ser decididas por cada peça. Dentre os produtos da empresa
estão: espartilhos, sutiãs, calcinhas e vestidos de casamento, sendo os espartilhos,
os produtos mais vendidos pela empresa.
114
4.1.2.2 Triumph
Figura 119: Painel de Estado do Design – Triumph
Fonte: Do autor
No ano de 1886, enquanto o estilista londrino Charles Frederic Worth, então
radicado em Paris, é o primeiro homem a fazer uso de enchimentos para realçar as
formas femininas, os fundadores da Triumph, dão início as suas experiências no
ramo da moda íntima dentro de um mero celeiro.
Já em 1894, com aguçado tino empresarial, os dois empreendedores assinam
um contrato de fornecimento de espartilhos para a Inglaterra, alavancando, assim,
sua produção. Em 1902 o nome Triumph é registrado como marca.
Nos anos de 1930, a Triumph alcança a posição de maior fabricante de roupa
íntima da Europa, quando em 1933, é lançada a base do que viria a ser a expansão
internacional da empresa com a abertura de sua primeira subsidiária em Zurzach, na
Suíça - hoje, sede financeira e de outros departamentos centrais da empresa.
Mais dinâmica do que nunca, em 1953, a Triumph readquiri sua posição de
líder européia na fabricação de moda íntima e, devido ao seu renome internacional,
passa a se chamar Triumph International. Entre 1954 e 1959, quando a Du Pont
lança a Lycra, a Triumph inaugura subsidiárias na Bélgica, Grã Bretanha, Suécia,
Itália, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Áustria e Holanda.
115
Em 1960 a Triumph inaugura escritórios em Hong Kong, iniciando sua
expansão no comércio asiático e dando seu primeiro grande passo para uma
importante medida que se tornaria o princípio da empresa desde então: uma
estrutura descentralizada. Esta nova estratégia permitiu que as subsidiárias de cada
país cercassem-se de estilistas e parceiros locais com forte comprometimento com
sua própria cultura e tendências de moda. No inicio dos anos 60 a Triumph inaugura
subsidiárias na Espanha, Grécia, França e Portugal e, a partir de 1964, dá
continuidade à expansão para o Extremo e Médio Oriente, instalando-se no Japão,
Singapura, Malásia, Taiwan e alguns países árabes.
Ao passo que os negócios internacionais da Triumph crescem, cresce
também sua importância como empresa do mundo da moda. A Triumph do Japão
cresce tão rapidamente que logo fica entre os três maiores produtores de moda
íntima do mundo.
Em 1972 a empresa entra no mercado brasileiro. Inaugura também novas
subsidiárias de produção, venda e exportação nas Filipinas e Tailândia, um novo
distribuidor licenciado na Indonésia e uma nova subsidiária no Chile. Em 1980,
começa a produzir também na China.
1986: Novos contratos de licença de fabricação são assinados na Colômbia
(em 1982) e na Argentina (em 1983), e a empresa comemora seu 100º aniversário
com a aquisição de uma prestigiada marca internacional de moda íntima masculina.
Há mais de cem anos de funcionamento, a empresa deixa de ser uma
clássica e modesta confecção de espartilhos, na pequena região da Suábia, na
Alemanha, para uma grande empresa multinacional ainda hoje controlada pelas
mãos da iniciativa privada. Quando os fundadores da Triumph aventuraram-se a
produzir espartilhos dentro de um celeiro em Heubach, no estado de Wurttemberg,
em 1886, contavam apenas com um investimento de 2000 marcos de ouro e um
quadro de seis funcionários. Hoje, esta mesma firma que começara tão pequena,
assumi uma venda anual acima de 1,6 bilhões de dólares e emprega mais de 30.000
pessoas por todo o mundo.
116
4.1.2.3 LOU
Figura 120: Painel de Estado do Design – LOU
Fonte: Do autor
LOU é uma marca fabricada e distribuída por VFB roupas intimas, uma
empresa francesa de corseterie. A história de um encontro entre a imaginação e a
ambição, tem inicio quando Lucienne, também conhecida por Lou, professora de
Ginástica, desenha e realiza seu primeiro soutien-gorge.
André Faller, empresário, encontra Lucienne, e é imediatamente seduzido
pelo dinamismo desta desportiva. Decide então dar ao projeto de LOU uma
dimensão industrial.
É em Grenoble que instala-se em 1946 a empresa LOU. André administra a
empresa, e Lou é a estilista chefe dos ateliês de criação. Uma longa história nasceu.
A alegria de viver é o motivo que imprime desde o seu nascimento a alma da
marca LOU, que é dirigida às mulheres cuja beleza é irresistível, e que reinventam a
cada momento a definição da sua própria sedução.
117
4.1.2.4 La Perla
Figura 121: Painel de Estado do Design – La Perla
Fonte: Do autor
A experiência do artesão, o conhecimento detalhado do corpo, a fusão da
inovação e a tradição, a procura contínua pela qualidade, são os elementos que
transformam um pequeno laboratório de espartilhos, fundado por Adam Masotti em
1954 (Bolonha – Itália), em líder no setor de roupas íntimas e de praia.
Nos anos de 1960, seu filho, Alberto Masotti, depois de se formar em
medicina, decidiu-se se dedicar integralmente à empresa da família, e hoje é o
presidente da La Perla. Ao lado dele, sua esposa Olga, é a estilista chefe do
departamento de linha praia, e supervisora da coleção “La perla Prêt-a-Porter”.
Sua filha Ana Masotti, que representa a terceira geração, está a frente da
gerência de comunicação da companhia. Em 2004 a empresa celebrou seus 50
anos, dirigindo sua produção para os vários setores do mercado, colocação a
empresa no topo do mercado e apresentando uma variedade de produtos. Em
agosto de 2007, a empresa juntou-se, estrategicamente, com JH Partners, de São
Francisco – USA, empresa que está estabelecida desde 1986 e focaliza no
investimento em produtos de consumo do mercado e em companhias de
118
serviços médios favorecendo o crescimento com ênfase particular em
mercados luxuosos.
4.1.2.5 Victoria´s Secret
Figura 122: Painel de Estado do Design – Victoria´s Secret
Fonte: Do autor
A primeira loja da Victoria´s Secret foi aberta, pelas mãos de Roy Raymond
em 1977, localizada no Stanford Shopping Center na cidade de San Francisco,
Estados Unidos. Ele se sentia desconfortável nas lojas ao comprar lingeries para sua
mulher.
O nome da marca foi inspirado pela admiração de seu fundador em relação à
Rainha Vitória. O amplo sucesso da loja foi porque a mesma proporcionava
privacidade em adquirir roupas íntimas em um lugar especializado e não em lojas de
departamento, onde o número de indivíduos era assombroso, originando certo
constrangimento. Era o começo da “revolução sexual” que modificaria o segmento
de roupas íntimas nos Estados Unidos.
No ano seguinte é lançado o famoso catálogo da Victoria´s Secret,
acrescentando mais um canal de venda a seus produtos. A resposta do público ao
catálogo foi imediata e enorme. Quando em 1982 a firma foi comprada pela Intimate
119
Brands por US$ 1 milhão, contando com 6 lojas em atividade, um catálogo de 42
páginas e vendas de US$ 6 milhões, a marca já era sinônimo de roupas íntimas
sexy.
Uma das primeiras ações tomadas pelos novos proprietários foi adicionar nas
capas de seus catálogos fotos de casais em poses sensuais e modelos posando e
desfilando com as roupas íntimas da marca. Foi a partir da década de 90 que a
Victoria´s Secret começou a diversificar seus produtos com o lançamento da linha
swimwear (composta de biquínis e maiôs) em 1991; lingeries feitas de cotton em
1993; linha de cosméticos e o sutiã Miracle Bra, que aumentava o tamanho dos
seios, em 1994; a linha de meia-calças em 1998; o perfume Dream Angels em 1999;
o primeiro perfume masculino, chamado Very Sexy for Him, e o perfume feminino
Pink, em 2001. Mas as inovações não pararam por aí. Em 2004 lançou a linha
Victoria´s Secret Pink, composta por pijamas, lingeries, biquínis e acessórios, para
mulheres entre 18-22 anos. Esta linha virou uma sub marca, hoje com três lojas, e
faturando US$ 800 milhões anuais.
Atualmente a Victoria´s Secret, maior rede de lojas especializadas em
lingeries e pijamas dos Estados Unidos, possui mais de mil lojas no país com um
faturamento de US$ 3.7 bilhões. Todos os anos são impressos e distribuídos cerca
de 400 milhões dos famosos catálogos da marca.
-
Figura 123: Loja Victoria´s Secret
Fonte: <http://mundodasmarcas.blogspot.com>
120
Figura 124: Catálogo Victoria´s Secret
Fonte: Victoria´s Secret, 2008, vol. 1.
4.1.2.6 Free Voogue
Figura 125: Painel de Estado do Design – Free Voogue
Fonte: Do autor
A fusão entre inovação e tradição, a pesquisa contínua sobre a qualidade, a
atenção à imagem: estas são as características de distinção que transformaram a
pequena oficina de espartilhos fundado em 1981 pelos italianos Alfio Vicenzi e
121
Luciana Poletti, marido e mulher. A jovem companhia se especializou em roupas
íntimas e roupas de praia.
“Alegria de viver” era o lema do casal, que teve seis filhos que hoje ajudam a
gerenciar a empresa. Em 1984 a empresa fez sua primeira aparição na mostra “Pitti”
em Florence. No ano seguinte, participou da semana de moda de Lion. Em 2004,
depois do sucesso no mercado da Ásia e Rússia, a marca está presente no CPM em
Moscou. Ao celebrar 20 anos, em 2003, a empresa aponta sua produção a uma
escala ampla dos artigos de classe alta. Em poucos anos a marca lança design
glamuroso, que faz sucesso tanto na Itália quando no mundo inteiro.
4.1.2.7 Gossard
Figura 126: Painel de Estado do Design – Gossard
Fonte: Do autor
Fundado por Henry Williamson Gossard, um representante americano. Ele se
inspirou na atriz Sarah Bernhardt, quando visitou Paris, vendo a figura de Sarah
transformada em um espartilho. Henry fundou mais tarde os H.W.Gossard
Companhia em Chicago em 1901, produzindo espartilhos com a propaganda:
“mercadoria de qualidade superior”.
122
Em 1922, a companhia começa a exportar para o Reino Unido, abrindo um
escritório em Londres e produzindo seu primeiro catálogo de vendas para o mercado
britânico, vendendo espartilhos e sutiãs. Alguns anos depois, Gossard revoluciona a
indústria fazendo a etapa radical de mover os laços em um espartilho da parte
traseira do vestuário para a parte dianteira, facilitando a colocação e sendo muito
mais confortáveis.
Nos anos de 1930, H.W.Gossard Companhia, deixa de ser uma companhia
americana e passa a ser britânica. Na década seguinte, durante a segunda guerra
mundial, a produção de Gossard foi voltada à assistência com a guerra, em relação
à Grã-Bretanha. Durante esse tempo sua mão-de-obra estava voltada à fabricação
de pára-quedas, botes salva-vidas dos soldados, entre outros itens.
Já nos anos de 1950, Gossard introduz suas primeiras cintas de pouco peso,
que caracterizam uma fibra inovadora, o nylon da Du Pont. Mais tarde nos anos 60,
a companhia diversifica e tenta voltar sua produção para os sutiãs elegantes,
incluindo o Wonderbra mundialmente famoso.
Em 1994, a Playtex adquire o modelo Wonderbra quando a licença de
produção de Gossard expira. Gossard lança o Ultrabra Superboost logo em seguida,
e a empresa alcança sucesso. Em 2000, a corporação de Sara Lee compra os
materiais têxteis de Courtaulds, sendo assim os novos proprietários da Gossard.
Em janeiro de 2005, a empresa lança a coleção SuperSmooth, com peças
sem costura e nenhum outro tipo de emenda para fornecer a sustentação invisível,
tornando assim uma segunda pele, muito confortável. Os corpos moldados dão uma
silhueta realçada com um estilo ultra moderno e feminino. O modelo de sutiã
Superboost é relançado em 2007.
123
Figura 127: Sutiã SuperSmooth
Fonte: <http://www.gossard.com/page.php?page=2>
4.1.2.8 Rosy
Figura 128: Painel de Estado do Design – Rosy
Fonte: Do autor
Em 1947, na França, surge a empresa de lingerie Rosy. No ano seguinte,
com o lançamento do sutiã Roucouleur, a empresa oferece à cliente a chance de
valorizar os seios com seu sutiã. Sempre sendo lembrada como grande precursora
das roupas íntimas, Rosy está fortemente fixada nos meios de comunicação. Em
124
1963 cria uma campanha, organizada pelo famoso fotógrafo Jean-Lobo Sieff,
mostrando uma mulher nua que esconde seus seios com seus braços e tendo uma
rosa na mão.
É a primeira vez que se fala de roupa íntima sem revelar a mais mínima
renda. Rosy ousa. E para os próximos anos? Como dizem os poetas, sem dúvida,
nada mais bonito resta a escrever.
Figura 129: Imagens da história da empresa Rosy
Fonte: <http://www.rosy.fr/la-marque.html?page=5>
Rosy não espera os anos de 1970 para emancipar a mulher. A partir da sua
criação em 1947, ela afirma seus valores com rigor, assegurando o seu
desenvolvimento internacional. Mas, sobretudo, Rosy defende que todas as
mulheres possam ter uma roupa íntima de qualidade e elegância.
125
4.1.2.9 Margherita Mazzei
Figura 130: Painel de Estado do Design – Margherita Mazzei
Fonte: Do autor
A marca italiana, leva o nome de sua estilista, que é apaixonada pela moda
íntima e moda praia. Através de suas coleções ela tenta transmitir refinamento e
feminilidade. Em 1995 ela dá a vida para a marca INOUI, e sucessivamente à marca
que possui seu nome, Margherita Mazzei.
Inicialmente, a distribuição de seus produtos é feita somente no território
nacional, mas logo começa a vender suas peças para o exterior. A estilista se
reconhece
como
sendo
uma
mulher
culta,
emancipada,
economicamente
independente, moderna, e sempre atualizada com as tendências de moda. As
coleções, de estação a estação, são caracterizadas por uma busca cuidadosa de
materiais e uma atenção às tecnologias.
Em janeiro de 2007, Mazzei entrou no grupo da Intimamoda, oferecendo uma
coleção de lingeries luxuosas e modernas, e uma linha praia seguindo as maiores
tendências de moda. Ambas as linhas valorizam a silhueta feminina, dando glamour
a mulher que veste Marguerita Mazzei.
126
4.1.2.10 Jolidon
Figura 131: Painel de Estado do Design – Jolidon
Fonte: Do autor
Em 1993, a empresa de lingeries Jolidon foi criada em Cluj-Napoca, na
România. No ano seguinte, a empresa introduz o cotton na criação de suas peças.
Em 1995 é lançado seu primeiro catálogo. No mesmo ano a empresa tem sua
primeira aparição em uma feira de moda, e faz seu maior investimento em máquinas
de costura.
No ano de 1998, pela primeira vez a empresa expõe em uma feira no exterior,
em Lion – França. Em 2000 a empresa implanta o sistema de modelagem Lectra,
estando completamente implantado no ano de 2003. Em 2001 a Jolidon tem o maior
número de artigos selecionados para serem expostos como tendência na feira de
Lion, ao todo são 24 artigos.
Em 2007, A Jolidon realiza a aquisição da maior parte do estoque do grupo
Emmeci conhecida no mundo da roupa íntima por pelas marcas Infiore e Luna de
Chiaro.
127
4.1.2.11 Fichissima
Figura 132: Painel de Estado do Design – Fichissima
Fonte: Do autor
Nascido nos primeiros anos da década de 1960, a empresa italiana Lialsport
propõe sempre aos clientes, qualidade e inovação. Esses dois atributo são resultado
da busca contínua por possuir as melhores criações italianas e ter confiabilidade
profissional absoluta.
A companhia comprou a marca Fichissima, Mestre e Corpo Preto, ainda conta
com a colaboração do designer Valeria Meazzo, consolidando sua posição no
mercado, contribuindo para a propaganda do estilo italiano.
A linha Fichissima, passa a sensação de uma lingerie sexy, e lúdica, deixando
o público feminino curioso para saber o que será lançado na próxima estação,
assim, a empresa consegue vender apenas pela imaginação de cada cliente.
128
4.1.2.12 Fauve
Figura 133: Painel de Estado do Design – Fauve
Fonte: Do autor
Fauve é elegante e sensual. Dá atenção aos pequenos detalhes para criar
um produto belo, que dá confiança a consumidora, transformando a cliente numa
pessoa que ela jamais imaginou que seria possível.
Fauve, deriva de Fauvism, vigésimos movimento da arte do século e estilo
adiantados da pintura. A empresa usa telas de alta qualidade, que tentam passar a
consumidora uma sensação de nova mulher, sempre dando valor ao conforto.
4.1.3 Concorrentes
Observando os dados coletado no sub capítulo acima, sobre o estado do
design, é possível afirmar que todas as marcas de lingeries podem ser consideradas
concorrentes indiretas de outra determinada empresa, porém sempre é necessário
estudar um determinado grupo de marcas, pois se deve saber, na realidade quais
são os verdadeiros concorrentes diretos.
129
A partir disso, a análise dos concorrentes é feita, verificando o tipo de produto
das empresas, marketing utilizado por elas, etc., tudo para poder melhorar a
qualidade de produção e outros aspectos da marca estudada.
A marca que está em desenvolvimento neste projeto, tem como concorrentes
diretos as empresas: Eloeth Lingeries, Piccolo Peccato, Fruit de la Passion, Liz,
Hope, Darling e DeMillus.
A companhia Fruit de la Passion é concorrente, pois possui design
sofisticado, preocupando-se com a ergonomia das peças íntimas, porém os valores
da peças são elevados. Segundo o site www.fruitdelapassion.com.br, um sutiã da
marca está por volta de R$ 200,00, e uma calcinha custa na média de R$ 60,00.
A Eloeth Lingeries, possui design inovador, porém a maioria de suas peças
ainda são básica. Não se preocupa muito com a ergonomia de suas lingeries. Os
valores das peças são muito atraentes. Um conjunto de calcinha e sutiã custa na
média de R$ 40,00. Porém são vendidas sempre em conjunto, não podendo mudar
o tamanho de calcinha e sutiã.
A empresa Piccolo Peccato tem a preocupação em manter os preço baixos,
tenta diversificar em design, mas também não possui grande preocupação com a
ergonomia das peças. A empresa foca na linha sensual.
A Liz costuma fabricar lingeries básicas, mas com ênfase na ergonomia das
peças e funcionalidade. De acordo com o site Lingerie Shop (2008), os preços das
lingeries são aceitáveis, como, por exemplo, o valor de R$ 60,00 por um sutiã, e R$
20,00 por uma calcinha.
A companhia Hope, fabrica peças básicas e funcionais, tentando inovar na
cartela de cores. Os valores das lingeries são atrativos. Um sutiã custa em média R$
50,00 , e uma calcinha custa na faixa de R$ 15,00.
A empresa de lingeries Darling fabrica peças sensuais, com design sofisticado
e inovador, abusando de tecidos diferentes. Se preocupa com a ergonomia,
possuindo peças com diferenças na funcionalidade. Os valores são um pouco mais
elevados, como visto no site www.lingerieshop.com.br, onde os preços das calcinhas
variam entre R$ 18,00 e R$ 62,00, e um sutiã está na média de R$ 65,00.
A DeMillus possui design diferenciado, utilizando tecidos menos nobres,
apostando na ergonomia e funcionalidade das peças. Os preços são agradáveis,
estando na média de R$ 10,00 para calcinhas e R$ 30,00 para sutiãs, segundo o
site www.demillus.com.br.
130
Enfim, as empresas abordadas, possuem pontos fortes e fracos a serem
analisados, tendo concorrentes diretos, que já possuem, reunidos em uma só peça,
conforto, estética diferenciada e funcionalidade.
4.2 Questionário
O instrumento de pesquisa utilizado para coleta de dados do projeto, foi o
questionário, o que possibilita conhecer melhor o que a consumidora de lingeries
gosta e quer ter em uma peça. Esse questionário foi aplicado com 42 mulheres das
cidades de Blumenau, Balneário Camboriú, Joinville e Curitiba. Eles foram
respondidos através de e-mails e diretamente, através de um questionário impresso.
Segue modelo de questionário em apêndice 02.
4.3 Síntese dos dados
Na questão número 01, onde é perguntado até quanto a pessoa pagaria
por um sutiã, 7% das consumidoras responderam que o valor máximo a ser pago por
essa peça é de R$ 150,00. 40% das consumidoras pagam até R$ 100,00 em um
sutiã, mas 46% das mulheres pagam até R$ 50,00 e 7% pagam até R$ 25,00 em
uma peça de sutiã.
Até quanto você pagaria por um sutiã?
7%
7%
R$ 150,00
R$ 100,00
46%
40%
Gráfico 01: Questão n. 01
Fonte: Do Autor
R$ 50,00
R$ 25,00
131
Na pergunta de número 02, é perguntado qual tecido a consumidora prefere
em sua lingerie. 31% das mulheres dizem que preferem a microfibra. 48% delas
dizem que o algodão é a melhor alternativa, contra 7% que dizem preferir o tule.
14% das mulheres preferem uma lingerie com renda.
Em relação ao tecido de sua lingerie, prefere que seja de:
14%
31%
7%
Microfibra
Algodão
Tule
Renda
48%
Gráfico 02: Questão n. 02
Fonte: Do Autor
Na questão número 03, é perguntado sobre o modelo do sutiã. 85% das
mulheres preferem sutiãs mia taça com bojo. 10% delas gostam de sutiãs meia taça
sem bojo. 5% preferem sutiãs estilo cortininha. Nenhuma das mulheres que
responderam o questionário optaram por sutiãs tomara que caia.
Em relação ao modelo de seu sutiã, prefere que
seja de:
5%
10%
0%
85%
Meia taça com
bojo
Meia taça sem
bojo
Estilo cortininha
Tomara que
caia
Gráfico 03: Questão n. 03
Fonte: Do Autor
Na questão número 04, é perguntado qual sutiã a consumidora prefere usar.
Entre as respostas, 52% das mulheres preferem sutiãs lisos, contra 17% que
132
preferem sutiãs estampados. 21% das pessoas preferem lingeries com aviamentos
como laços, fitas-bebê, strass, entre outros. E 10% das questionadas responderam
que preferem lingeries rendados, clássicos.
Você costuma usar sutiãs:
Lisos
10%
Estampados
21%
52%
, strass, etc.
Rendados,
cássicos
17%
Gráfico 04: Questão n. 04
Fonte: Do Autor
Na questão número 05, a pergunta é, onde a pessoa costuma comprar sua
lingerie. Dentre questionadas, 50% compram em lojas multimarcas de lingeries e
afins, 21% compram em lojas de marca própria, 19% preferem comprar em lojas de
departamento e 10% das consumidoras compram por catálogos.
Você costuma comprar lingeries em:
Lojas
Multimarcas
10%
19%
50%
21%
Lojas de marca
própria
Lojas de
departamento
Catálogos
Gráfico 05: Questão n. 05
Fonte: Do Autor
Na questão de número 06, é questionado o que a consumidora leva mais em
conta na hora de comprar uma lingerie. 62% das consumidoras dão valor ao
133
conforto, contra 33% delas que preferem dar valor à estética. 5% escolhem por
causa do preço, e nenhuma das consumidoras leva em conta a marca, na hora de
comprar a lingerie.
O que você leva mais em conta na hora de
comprar uma lingerie
0%
5%
Conforto
Estética
Preço
33%
62%
Marca
Gráfico 06: Questão n. 06
Fonte: Do Autor
Na questão de número 07, a pergunta é sobre qual parte do sutiã a
consumidora prefere que apareça. 50% das consumidora gostam que apareça a
alça do sutiã e outras 50% preferem que não apareça nenhuma parte da lingerie.
Nenhuma das questionadas gostaria que aparecesse a parte frontal do sutiã ou a
parte de trás do mesmo.
Você costuma deixar qual parte do seu sutiã
aparecer?
Alça do sutiã
50%
50%
0%
Parte frontal do
sutiã
Parte de trás do
sutiã
Nenhuma parte
0%
Gráfico 07: Questão n. 07
Fonte: Do Autor
134
Na questão número 08, é perguntado qual tipo de vestuário que a
consumidora sente falta de um sutiã, para poder ser usado junto. 24% delas
respondem que as blusas de alcinha necessitam de um modelo de sutiã adequado a
elas. 52% das mulheres querem um sutiã para ser usado com roupas decotadas nas
costas. 10% preferem lingerie para ser usada com roupas com decote nadador nas
costas, contra 14% das questionadas que dizem precisar de um sutiã para ser usado
com blusas frente única.
Você sente mais falta de um sutiã que possa ser
usado com:
Blusas de
alcinha
14%
24%
10%
52%
Roupas
decotadas nas
costas
Decote
nadador nas
costas
Blusas frente
única
Gráfico 08: Questão n. 08
Fonte: Do Autor
Ao final do questionário foi aberto um espaço para sugestão de uma lingerie
perfeita. Muitas pessoas dão ênfase ao conforto, dizendo que a lingerie deve se
adaptar bem ao corpo feminino, juntando o conforto com uma boa modelagem,
durabilidade e estética. Os tecidos que permitem a respiração são muito
importantes, auxiliando no conforto da peça. Outro item citado são as lingeries sem
costura, que não marcam e não machucam a consumidora.
Mulheres com seios pequenos reclamam que o sutiã sobe, pois os seios não
conseguem segurá-los. Ou seja, os sutiãs devem se adequar melhor aos seios, além
de valorizá-los mais. Outro problema citado é que as alças de sutiãs se desprendem
facilmente do corpo do sutiã, dando desconforto e constrangimento. Mulheres com
seios fartos também reclamam, dizendo que falta no mercado um sutiã confortável e
sensual para elas. Outra dificuldade é encontrar sutiãs com diferenciados para
mulheres que usam sutiãs em números maiores. Algumas consumidoras dizem faltar
peças inovadoras nas lojas, assim como cores diferenciadas.
135
A estética é muito citada, já que algumas questionadas dizem usar tops de
viscolycra como sutiã, já que hoje existem muitas roupas decotadas, então, para
deixa aparecer elas prefeririam sutiãs estampados com modelagens de tops. A
estética é a primeira coisa que a consumidora repara, se a peça for feia, ela nem
quer olhar, por mais confortável que seja. Portanto, a lingerie ideal deve aliar visual,
conforto e funcionalidade, já que primeiro a pessoa percebe a beleza da peça, para
então prová-la e sentir o conforto, analisando sua função.
Outro item em destaque são as peças multifuncionais. As mulheres dizem não
gostar muito, pois existe pouca praticidade e pouca eficácia, pois fazem várias
funções ao mesmo tempo, porém nenhuma com excelência. Assim cada vez que a
pessoa desejar mudar a função da lingerie, deverá perder tempo para fazê-lo, no
entanto, ela quer praticidade.
4.4 Conclusão da Pesquisa de Campo
Após fazer a síntese dos questionários, é possível perceber que a maioria das
consumidoras pagam até R$ 100,00 em um sutiã, comprando em lojas multimarca
de lingeries e afins. Normalmente adquirem lingeries feitas com tecidos de algodão,
assim como sutiãs do modelo meia taça com bojo. As preferências são por modelos
lisos e confortáveis, deixando aparecer a alça ou nenhuma parte do sutiã, e sentem
dificuldade em encontrar uma lingerie adequada a roupas decotadas nas costas.
Segundo Treptow (2007, p. 79), “para o desenvolvimento de coleção não
basta conhecer apenas aquilo que o mercado já consome”. A moda é dinâmica e as
mulheres querem estar sempre atualizadas, exigindo um artigo perfeito para seu
biótipo.
O estilo de vida da mulher é cada vez mais acelerado, pois ela trabalha,
estuda, cuida dos filhos, do marido e da casa, além de se divertir e fazer exercícios
físicos. A consumidora não quer “perder” tempo ao procurar uma lingerie ideal, ela
quer encontrar a peça perfeita no primeiro instante. Além de que, ela mesma paga
sua lingerie, portanto exige ainda mais perfeição, desembolsando o valor necessário
para adquirir o produto que vai de encontro às suas expectativas.
A consumidora visa encontrar no mercado o produto que ela julga ser perfeito,
tendo necessidade de comprar lingeries confortáveis, duráveis e com estética
diferenciada. A mulher de hoje quer ser única, deseja encontrar um sutiã e uma
136
calcinha que combinem exatamente com seu jeito de ser, vestindo o seu corpo como
se tivesse sido feita sob medida.
As lingeries, que estão atualmente no mercado, se dividem em duas
propostas. A primeira propõe uma mulher sensual, com desejos lúdicos, querendo
mostrar sua moda underwear onde estiver, ou então uma mulher que se preocupa
com o conforto, mas quer continuar usando uma lingerie sem mostrar a ninguém,
pois são peças com estética simples e cores neutras. Mas o que realmente ela
procura, é a junção das duas, tornando-se sensual e confortável onde quer que
esteja.
É percebida a falta de preocupação da estética por parte das empresas
especializadas em confeccionar lingeries funcionais, precisando haver design
diferenciado, cores diversas e alegres. Os tons neutros ainda são os mais
fabricados, porém a mulher atual quer inovar, usar uma lingerie que esteja seguindo
tendência, deixar de lado o básico.
Aliado a estética será criada uma lingerie confortável incorporando praticidade
à funcionalidade. Este é o ponto crítico das marcas atualmente, já que esses três
itens juntos em uma peça de lingerie estão em falta no mercado. Hoje, as mulheres
preferem pagar um pouco mais para ter uma lingerie perfeita e durável.
137
5 CONCEITUAÇÃO
A coleção de lingeries desenvolvida neste projeto, possui conceitos que se
encaixam com os desejos das mulheres contemporâneas, propondo peças
underwear que unem a funcionalidade, o conforto e o design diferenciado, sem
esquecer de dar um toque de sensualidade às lingeries.
Figura 134: Painel de Conceito
Fonte: Do autor
Os produtos propostos, além de possuírem conceitos funcionais, conforto
extremo e peças diferenciadas, são contemporâneas, oferecendo três propostas:
sofisticada, clássica e lúdica. Além de serem sensuais, colocando-se à frente do
pensamento feminino, precipitando-se a criar o que a cliente deseja. Essa posição
de vanguarda é possível graças as pesquisas realizadas tanto teóricas ilustrativas
quanto de campo.
138
5.1 Briefing
Segundo Jones (2005), o briefing do projeto coloca as condições ou
parâmetros que a pessoa deve seguir para cumprir uma tarefa. Treptow (2007)
acrescenta dizendo que o briefing é uma ferramenta que trata das expectativas de
vendas da coleção, avaliando sucessos e fracassos, fornecendo volumes e margens
de contribuição por linha de produto. Segue briefing do projeto de lingeries:
Nome: Coleção de Lingeries
Categoria: Vestuário
Local de Uso: Dia-a-dia e noite
Estação: Pode ser usada em qualquer época do ano, porém está sendo
desenvolvida para o verão 2008/2009.
Temática: O tema principal é o grupo de dança contemporânea carioca Déborah
Colker.
Pontos positivos: Buscar a funcionalidade em uma peça de sutiã, com design
diferenciado e preços atrativos.
Pontos negativos: Alta competitividade de marcas de lingerie com design
diferenciado, e outras marcas que possuem funcionalidade e modelagem bem
desenvolvida.
Diferencial: Lingerie que possui funcionalidade, estética e conforto em uma só peça.
Necessidades: Ergonomicamente correto, com praticidade e conforto.
Dimensão: Coleção calcinha e sutiãs com 15 looks.
139
Mix de produtos: A coleção é sub dividida em 3 linhas, a básica, sofisticada e
lúdica.
Público: A consumidora valoriza a lingerie, procurando algo funcional, com design
diferenciado e preço acessível. Ela quer se sentir livre e sensual, sempre valorizando
o conforto. Adora fazer compras nas horas vagas, e pode ou não ter uma vida
financeira independente. Possui uma vida social ativa, freqüentando festas, jantares
e happy hours.
Figura 135: Painel de Público Alvo
Fonte: Do autor
5.1.1 Mercado
Concorrentes: Liz, Eloeth, Hope, Piccolo Peccato.
Tamanho do mercado: É grande, pois, atualmente, existem diversas formas de se
comprar lingeries, além da crescente criação de marcas na região de Ilhota.
Preço: Os preços de venda aos lojistas, dos sutiãs desenvolvidos nesse projeto,
variam de R$ 25,00 a R$ 50,00, e as calcinhas de R$ 7,00 a R$ 30,00.
140
5.1.2 Empresa
Porte: É uma empresa de pequeno porte.
Marca: Desedeo design de lingeries.
Sistema de venda: O produto será vendido através de um representante para lojas
multimarcas de lingerie e afins. Ao consumidor final, serão vendidas calcinhas e
sutiãs separadamente.
Distribuição: A distribuição será feita na região de Blumenau, abrangendo o vale do
Itajaí, norte e litoral norte do estado de Santa Catarina.
141
6 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO
Após realizar as pesquisas necessárias para o planejamento da coleção de
lingeries, é feito o desenvolvimento de coleção, que possui as cartelas de
aviamento, tecidos, cores e estampas que serão usadas nas peças de lingerie, além
dos looks escolhidos para a mesma. Para a atual coleção de lingeries funcionais, foi
desenvolvido um processo criativo através de técnicas de criatividade e ferramentas
do projeto, onde foram geradas as idéias para a criação. Então, foram escolhidos
dezoito looks, sendo cinco da linha clássica, cinco sofisticados e oito lúdicos.
6.1 Processo de criação
Para auxiliar no desenvolvimento dos modelos, foi utilizado um processo
metódico de criação. As técnicas de criatividade trabalhadas neste projeto foram o
Brainstorming, que é a explosão de idéias, criando novos modelos, e o MESCRAI,
que é a técnica de criatividade onde existe a modificação, eliminação, substituição,
combinação, rearranjar, adaptação e inverteção do produto já criado. A técnica
Mescrai auxilia na melhoria da estética e funcionalidade das peças criadas através
do brainstorming.
Para auxiliar no processo de criação, um cenário foi criado no ambiente de
trabalho. Os itens que compunham este ambiente são formados por vídeos de
espetáculos de dança da companhia Déborah Colker, imagens dos espetáculos da
mesma e músicas utilizadas nos shows. Também foram utilizadas como ferramenta
os painéis de estado do design, tendência e temática, e as cartelas de cores,
aviamentos, estampas e tecidos, para auxiliar no processo criativo (cronograma e
briefing).
6.2 Cartelas
As cartelas criadas no projeto, auxiliam na criação dos modelos de
lingeries e delimitam o universo da coleção compondo as etapas em relação a
definição dos tecidos, cores, aviamentos e estampas.
142
6.2.1 Cartela de cores
A cartela de cores auxilia na escolha das cores para o desenvolvimento da
coleção de lingeries. A cartela da coleção é formada por cores básicas, que nunca
saem de moda, e cores alegres, que são propostas para a estação verão 2009.
Figura 136: Cartela de Cores
Fonte: Do autor
6.2.2 Cartela de tecidos
Através da cartela de tecidos é possível determinar o caimento da peça,
ajustando o modelo ao tecido escolhido. A cartela proposta para esta coleção, trás
tecidos confortáveis, com fácil transpiração, totalmente adequados à linha íntima.
143
Figura 137: Cartela de Tecidos
Fonte: Do autor
6.2.3 Cartela de aviamentos
Os aviamentos são essenciais para a criação de lingeries, tendo grande
variedade e funcionalidade. Estes são feitos de metais e plásticos, dando foco para
os strass, que estão em evidencia no mercado atual da moda.
144
Figura 138: Cartela de Aviamentos
Fonte: Do autor
Figura 139: Cartela de Aviamentos 2
Fonte: Do autor
145
6.2.4 Cartela de estampas
As estampas foram criadas a partir do espetáculo 4X4, que propões cenário
lúdico, mostrando vários elementos que podem ser transformados em estampas
surreais.
Figura 140: Cartela de estampas
Fonte: Do autor
6.3 Coleção
Os looks escolhido atendem as necessidades do projeto, lembrando que a
proposta de venda é de peças separadas, podendo haver maior flexibilidade na
escolha de tamanhos e modelos das lingeries.
146
6.3.1 Linha clássica
A coleção de lingeries criada para fazer parte da linha clássica, possui
formas tradicionais, cores versáteis, e poucos detalhes, fazendo com que as peças
fiquem com aspecto mais básico.
Figura 141: Coleção – Look Clássico 01
Fonte: Do autor
O primeiro look, é um conjunto de lingeries com variação de cores básicas,
com a funcionalidade em utilizar o sutiã com peças de roupa com decote nadador
nas costas. A calcinha fio dental possui regulagem na lateral, podendo ser adequada
ao corpo da consumidora. A ligação com a temática está nos aviamentos, que foram
feitos inspirados na roda utilizada no espetáculo Rota, da companhia de dança
contemporânea Déborah Colker. O tecido escolhido é a micro fibra, por ser
confortável e facilitar a transpiração da pele.
147
Figura 142: Coleção – Look Clássico 02
Fonte: Do autor
O segundo look foi escolhido, pois é um modelo tomara que caia, peça que
todas as mulheres possuem em seu guarda roupas. A inspiração no espetáculo está
nas tachas termo-colantes, que representam os ganchos da parede de escala
presente no espetáculo Mix. As cores também são neutras, possibilitando a
utilização da lingerie com diversos tipos de roupa. O look é feito de micro fibra,
material confortável, além de facilitar a transpiração da pele.
148
Figura 143: Coleção – Look Clássico 03
Fonte: Do autor
O terceiro look escolhido, também atende ao decote nadador, podendo ser
usado com roupas decotadas nas costas, já que na parte de trás do sutiã, possui
detalhe de um babado feito de tule. Os aviamentos são inspirados na imagem do
espetáculo Rota, onde os bailarinos são representados pelos strass.
149
Figura 144: Coleção – Look Clássico 04
Fonte: Do autor
Este look possui calcinha maior, e sutiã com elásticos nas costas, fazendo
com que a peça se adeqüe melhor ao corpo. A inspiração vem da imagem do
espetáculo nó, utilizando o figurino como principal inspiração, transmitindo os
babados e camadas de tecido para a lingerie.
150
Figura 145: Coleção – Look Clássico 05
Fonte: Do autor
O modelo de sutiã do look numero cinco, possui detalhe nas costas que pode
ser mostrado através de roupas decotadas no dorso, além de poder ser usado com
roupas que possuem decote nadador. O sistema de fechamento do sutiã é frontal,
tornando a hora de vestir a peça em um momento mais prático para a consumidora.
A calcinha é básica, podendo ser usada com a maioria das mulheres.
6.3.2 Linha Sofisticada
A linha sofisticada tenta trazer, além da funcionalidade e conforto, a estética
das rendas e bordado inglês, propondo lingeries com toques refinados e detalhes
sensuais.
151
Figura 146: Coleção – Look Sofisticado 01
Fonte: Do autor
O primeiro look da linha sofisticada possui sutiã com sistema de fechamento
frontal, semelhante ao visto no look de numero cinco da linha clássica. As partes das
costas do sutiã é feita com bordado inglês, trazendo sofisticação à peça, podendo ou
não ser deixada aparecer. A calcinha é fio dental, deixando o conjunto ainda mais
sensual.
152
Figura 147: Coleção – Look Sofisticado 02
Fonte: Do autor
O conjunto número dois, possui detalhes em renda, trazendo a transparência
para auxiliar na sensualidade da peça. Com decote nadador nas costas, o sutiã é
feito de micro fibra como base e renda nas costas para dar o acabamento
sofisticado. A calcinha possui regulagem nas laterais para maior praticidade.
153
Figura 148: Coleção – Look Sofisticado 03
Fonte: Do autor
O terceiro look da linha possui fechamento frontal. O sutiã recebe
revestimento de tule com bolinhas que remetem os gancho da parede de escalada
usada no espetáculo Mix. A calcinha, que possui formato que se adequa a maioria
dos corpos femininos, também possui detalhe deste tule nas laterais.
154
Figura 149: Coleção – Look Sofisticado 04
Fonte: Do autor
O quarto look foi escolhido porque pode ser usado com roupas decotadas nas
costas, sem precisar aparecer nenhum detalhe de sutiã. O modelo é clássico, porém
possui fivelas cravejadas de strass, que trazem a sofisticação às peças. O sistema
para prender o sutiã na calcinha é feito através de uma fivela, na parte das costas.
155
Figura 150: Coleção – Look Sofisticado 05
Fonte: Do autor
O quinto look é formado por um sutiã que pode ser usado com roupas frente
única, tendo detalhe de elásticos entrelaçados nas costas, facilitando a adequação
antropométrica das consumidoras. A calcinha é estilo cuecão, porém possui
drapeados que dão o toque feminino à peça. A inspiração dos elásticos vem da
imagem do espetáculo Nó, onde vários fios interagem com os bailarinos.
6.3.3 Linha lúdica
Esta linha tenta explorar as cores alegres da estação verão, além de formas
diferenciadas e aviamentos em lugares diferenciados. As combinações de cores são
muito usadas, trazendo uma linha com aspecto de brincadeira para a coleção.
156
Figura 151: Coleção – Look Lúdico 01
Fonte: Do autor
O primeiro look da linha lúdica, é feito de microfibra que proporciona conforto
e facilita a transpiração da pele da consumidora. O sutiã é um modelo estilo top, que
pode ser deixado aparecer sem problemas.
157
Figura 152: Coleção – Look Lúdico 02
Fonte: Do autor
O segundo conjunto traz a influencia do espetáculo Nó através dos laços
usados na calcinha e sutiã, além de inspirar no drapeado das duas peças. O modelo
de sutiã é do tipo nadador, com laços, e a calcinha é do modelo fio dental,
proporcionando sensualidade à peça.
158
Figura 153: Coleção – Look Lúdico 03
Fonte: Do autor
O terceiro conjunto possui detalhe de strass e laços nas costas, podendo ser
deixada a mostra. O laço da parte frontal do sutiã é, na verdade, um botton, podendo
ser retirado para a lavagem e outros fins necessários. A calcinha é de modelo maior,
dando conforto à cliente.
159
Figura 154: Coleção – Look Lúdico 04
Fonte: Do autor
O quarto look possui combinações de cores divertidas, ale de possuir detalhe
em tule drapeado nas costas da calcinha e sutiã. O fechamento do sutiã é frontal, e
a calcinha possui regulagem nas laterais. A inspiração para a criação desse look
vem a partir da imagem do espetáculo Nó, traduzindo as camadas do tecido da
bailarina, nos detalhes da lingerie.
160
Figura 155: Coleção – Look Lúdico 05
Fonte: Do autor
O quinto look da linha lúdica propõe um sutiã com fechamento nas costas e
detalhes em strass. O conjunto possui aplicação de laços, inspirado nos itens de
cena do espetáculo Nó.
161
Figura 156: Coleção – Look Lúdico 06
Fonte: Do autor
Este conjunto é formado por um sutiã que possui quatro alças, duas de cada
cor. O detalhe frontal transmite a idéia de um nó, com a sofisticação do strass. A
calcinha possui formato lúdico, com recorte, possuindo o mesmo detalhe que é
encontrado na parte frontal do sutiã.
162
Figura 157: Coleção – Look Lúdico 07
Fonte: Do autor
Este é o único look estampado da coleção final. A estampa foi retirada do
cenário do espetáculo 4X4, que tem aparência lúdica e descontraída. A inspiração
para criar os nós feitos com fita de cetim, aplicado na parte de trás e frente do sutiã,
e parte frontal da calcinha, vem do espetáculo Nó, que utiliza de cordas no cenário.
163
Figura 158: Coleção – Look Lúdico 08
Fonte: Do autor
O último conjunto escolhido é proposto em cores alegres, feito de cotton de
malha. Ele possui laços de tecido transparente, de diferente cor do tecido da lingerie,
proporcionando contraste à peça. Os laços estão localizados tanto na parte frontal
como traseira das peças de sutiã e calcinha. A inspiração para criar o desenho
traseiro do sutiã, vem a partir da imagem do espetáculo Mix, onde o figurino das
bailarinas é composto por várias faixas.
6.3.4 Justificativa da Coleção
A coleção de lingerie criada para a estação Verão 2009, mostra as
inspirações do grupo de dança contemporânea Déborah Colker através dos
aviamentos, inspirando-se nos cenários e figurinos utilizados nos espetáculos,
detalhes das lingeries, como babados sobrepostos, inspirados nos figurinos das
bailarinas, além de formas orgânicas nas roupas de baixo, que fazem releitura aos
movimentos que os dançarinos realizam. Outro item explorado foi o espetáculo 4X4,
onde foram retirados desenhos para a inspiração de três estampas. Além de utilizar
164
tecidos com pois, que transmitem os “pegas” da parede de escalada do espetáculo
Mix.
Além da inspiração da dança, a coleção reúne funcionalidade, com modelos
que se adaptam ao corpo feminino, design diferenciado, podendo mostrar a lingerie,
tornando-a parte da roupa. O conforto foi bastante valorizado, através da utilização
de materiais adequados e modelagens adequadas, além da sensualidade, que é
transmitida através de formas cavadas e cores quentes.
A coleção possui fundamentos ergonômico adequados, utilizando modelagem
anatômica, tecidos que deixam a pele transpirar facilmente, além de aviamentos
apropriados, que dão segurança à usuária e conforto, parecendo que estão nuas,
porém com todos os benefícios da lingerie.
As peças criadas nessa coleção trazem a funcionalidade que o público alvo
está procurando, em cores variadas, sem esquecer das cores neutras. Além da
existência de modelos com design diferenciados, oferecendo diversas opções á
consumidora. Assim, a possibilidade da cliente encontrar na coleção a peça ideal, e
ficar satisfeita, são amplas.
165
7 DETALHAMENTO DO PROJETO
Depois de realizar as pesquisas bibliográficas e de mercado, foi concebida a
coleção “Dança: Desafiando a Gravidade”. Essa coleção de lingeries foi projetada
para a estação verão 2008-2009, e, como já citado, é inspirada no grupo de dança
contemporânea Débora Colker.
Foram escolhidos quatro looks para serem feitas as peças piloto, dentre eles
1 look clássico, 2 looks sofisticados e 1 look lúdico. Para auxiliar na confecção das
peças, foi escolhida uma confecção de lingeries, situada na cidade de Ilhota/SC.
Para serem confeccionados os looks, em primeiro lugar, foi necessário fazer a
modelagem das lingerie. Os dados antropométricos utilizados para desenhar as
modelagens foram baseados na tabela de medidas a seguir:
Quadro 01: Tabela de medidas
Tamanhos
Circunferência do tórax (abaixo do busto)
Circunferência do busto
Circunferência do quadril
Distância entre bustos
Altura de cava
Altura da frente (da base do degolo à cintura)
Largura do Tórax frente entre axilas (na linha do
tórax)
Largura das costas entre axilas (na linha do
tórax)
40
73
84
90
18
20
32
32
42
77
88
94
18,5
20,3
32,5
32,5
44
81
92
98
19
20,6
33
33
46
85
96
102
19,5
20,9
33,5
33,5
35
35,5
36
36,5
Fonte: Compilação de dados organizados pela autora
7.1 Look clássico
Este look, o 4º look da linha clássica, foi escolhido, pois transmite o
movimento do vestido da dançarina através dos babados, que são feitos em
camada, inspirados no vestido da bailarina. Os elásticos na parte das costas do sutiã
foram desenvolvidos para que exista maior número de usuárias, pois com a
utilização dos elásticos o sutiã pode se adequar melhor ao corpo feminino. Segue o
croqui do look:
166
Figura 159: Painel do look clássico
Fonte: Da autora
Na hora de comprar os materiais para a confecção desse look, foi encontrada
certa dificuldade, pois não foi encontrado o cotton de malha que era especificado
para a confecção do mesmo. Portanto, o protótipo foi confeccionado por uma
microfibra, que também não era o tecido adequado, porém estava mais próximo de
alcançar o resultado esperado.
Assim como o tecido, alguns aviamentos escolhidos para a coleção não foram
encontrados, tendo que usar aviamentos alternativos. A cor também foi um
empecilho, já que não foram encontrados o tecido e aviamentos necessários para a
confecção na cor paixão (vermelho), portanto optou-se em fabricá-lo na cor cruel
(preto), que também está presente na cartela de cores desse modelo.
Quando a compra de materiais estava feita, o passo seguinte foi desenvolvida
a modelagem. Após o desenvolvimento, esta foi testada 3 vezes no tecido, até
chegar no resultado final, que foi aprovado. Os erros foram no detalhe em tule na
parte frontal do sutiã, que, primeiro estavam muito pequenos e depois ficaram sem
movimento. O terceiro erro dessa peça foi na parte das costas, que não foi dado
167
acabamento para que o elástico fosse travetado. Enfim chegou-se a um resultado
satisfatório, atendendo aos pré-requisitos das peças.
Figura 160: Detalhes nos bojos não aprovados
Foto: Da autora
Figura 161: Parte de união tecido/elástico não aprovada
Foto: Da autora
Figura 162: Sutiã pronto da linha clássica. Frente e costas.
Foto: Da autora
168
Figura 163: Calcinha pronta da linha clássica. Frente e costas.
Foto: Da autora
7.2 Look sofisticado I
Este conjunto, o 3º look da linha sofisticada, foi escolhido para ser
confeccionado pela relação entre os círculos na parede de escalada do espetáculo
Mix, e os círculos no tecido do bojo e detalhe da calcinha. Outro item pelo qual esse
modelo foi escolhido, é o elástico na parte de trás do sutiã, que permite maior
flexibilidade de biótipos femininos que poderão usar esse modelo. Segue o croqui do
look:
Figura 164: Painel do look sofisticado 1
169
Fonte: Da autora
Este modelo, inicialmente era para ser feito na cor mix (laranja) com
microfibra Santa Constancia e tule com bolinhas, porém só foi possível utilizar
microfibra de outra marca, que lembra lycra®, e o tule foi substituído por cetim com
pois. Todos os materiais só foram encontrados na cor paixão (vermelho). Além do
tecido, alguns aviamentos escolhidos para compor a peça também não foram
encontrados, optando por aviamentos alternativos.
Então foi desenhada a modelagem, que foi testada e somente foi encontrado
dificuldade na construção do bojo, pois como o forro do bojo foi feito com cetim sem
elastano, o mesmo ficou sem movimento, tendo que ter uma pequena dobra no
cetim, para que ele pudesse subir até os ombros.
Figura 165: Detalhe sutiã (dobra)
Foto: Da autora
Figura 166: Sutiã pronto da linha sofisticada (1). Frente e costas.
Foto: Da autora
170
Figura 167: Calcinha pronta da linha sofisticada (1). Frente e costas.
Foto: Da autora
7.3 Look sofisticado II
Este look, o 2º conjunto da linha sofisticada, foi escolhido para confecção
pois, além de possuir renda, material que a maioria das mulheres admiram, ele
possui modelo de sutiã versátil, tendo um recorte nas costas em decote nadador,
que pode ser usado tanto com roupas com esse tipo de decote, quanto com roupas
que deixem o detalhe das costas aparecer. A calcinha possui regulagem na lateral,
adequando-se à vários biótipos femininos, além de possuir formato cavado,
expressando sensualidade. As linhas de inspiração desse look, nascem do
espetáculo rota, onde as várias linhas do cenário sugerem as alças duplas do sutiã e
calcinha, e o drapeado dos vestidos das bailarinas, fazem o babado da parte das
costas da calcinha. Segue o croqui do look:
171
Figura 168: Painel do look sofisticado 2
Fonte: Da autora
Este modelo era para ser confeccionado na cor 4X4 (pérola), porém, não
havia renda no tom do tecido, portanto a peça foi toda confeccionada na cor colker
(branco). Os aviamentos escolhidos para essa peça também não foram encontrados,
sendo necessário utilizar aviamentos alternativos. Não houveram dificuldades na
confecção dessa peça, tanto a modelagem, como o corte e a costura dessa peça
fluíram com muito sucesso. Esse look só possui um porém, que são as alças duplas
que demoram um pouco mais que o normal para serem feitas.
Figura 169: Sutiã pronto da linha sofisticada (2). Frente e costas.
Foto: Da autora
172
Figura 170: Calcinha pronta da linha sofisticada (2). Frente e costas.
Foto: Da autora
7.4 Look lúdico
Este modelo, o 8º look da linha lúdica, foi confeccionado por possuir as
formas de retângulos finos, que obtiveram releitura na lateral da calcinha e na parte
das costas do sutiã, formando um desenho geométrico com simetria, assim como os
figurinos do espetáculo Mix. O modelo de sutiã é estilo decote nadador, assim como
o sutiã do look sofisticado 2. Este modelo é versátil, e foi pensado em ser usado
para aparecer, principalmente com roupas decotadas nas costas, ponto em que foi
constatado na pesquisa de campo falta de opções no mercado. Os oito laços
presentes no look representam o espírito lúdico que a autora quis passar através da
lingerie. Segue o croqui do look:
173
Figura 171: Painel do look lúdico
Fonte: Da autora
Quando foi feita a compra de materiais para esse modelo, era esperado
encontrar cotton na cor velox, porém só tinha microfibra (com aspecto de lycra®)
disponível. Os laços de fita transparente não foram encontrados na cor roxa,
portanto foram comprados laços na cor verde, que também resultou em um
contraste bonito. O fecho frontal também não foi encontrado, optando por um
aviamento alternativo.
O desenvolvimento da modelagem da calcinha foi bem sucedida, porém a
parte das costas do sutiã foi repensada e chegou-se a uma nova idéia, que
introduziu uma fivela com strass no meio das costas. Porém quando a peça foi
confeccionada, foi percebido que a idéia inicial cabia melhor na temática, então foi
descartada a primeira modelagem, e partiu-se para a modelagem do modelo inicial,
que obteve sucesso e foi aceita.
174
Figura 172: Costas de sutiã não aceito
Fonte: Da autora
Figura 173: Sutiã pronto da linha lúdica. Frente e costas.
Foto: Da autora
Figura 174: Calcinha pronta da linha lúdica. Frente e costas.
Foto: Da autora
7.5 Fichas técnicas
Segundo Treptow (2007, p. 165), “a ficha técnica é o documento descritivo de
uma peça de coleção”. O preenchimento da ficha técnica é, normalmente, destinado
ao designer. Existem diversos formatos de fichas, que mudam de uma confecção
175
para outra. Os erros de preenchimento da ficha técnica podem acarretar em diversos
problemas, como a compra errada de materiais, e falta de determinação de custo do
produto (TREPTOW, 2007).
Seguem as fichas técnicas de produtos:
176
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Sutiã Clássico
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 001
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
177
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
178
Costura / Acabamento
( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Montagem
Acabament
o
Embalage
m
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
Operação
Modelagem
Risco
Corte
Acabamento bojo
Acabamento tule
Unir tule frente
Unir frente ao bojo
Acabamento costas
Aplicar viés elástico
Travetar com argola
Travetar elástico pela argola
Travetar elásticos meio
Unir costas à frente (bojo)
Aplicar viés curvo
Colocar arco
Travetar fecho
Montar alça
Travetar argola (com alça) à frente
Revisão
Máquina
Manual
Manual
Manual
Overlock
Overlock
Overlock
Overlock
Reta
Cobertura
Travete
Travete
Travete
Overlock
Cobertura
Manual
Travete
Travete
Travete
Manual
20
Aplicar tag
Manual
21
Embalar
Aparelho
Lápis e papel
Giz
Tesoura
p/ viés
p/ viés
Manual
Custo de mão de obra (R$): 3,00
Materiais
Tecido
Composição
Tule
Poliamida
Elastano
Micro fibra
Poliamida
Elastano
Fornec
edor
Santa
Constan
cia
Santa
Constan
cia
Cruel
Consum
o (kg/m)
10 gr
Preço Unitário/
Metro (R$)
56,00
Total
(R$)
0,56
Cruel
60 gr
40,50
2,43
Cor/Código
Total:
2,99
179
aviamento
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Consumo
(un.)
Bojo
Poliuretano
Poliéster
Metal
Metal
Poliéster
Poliamida
Elastano
Metal
Poliéster
Algodão
Plástico/Stras
Poliéster
Elastano
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Metal
Plástico
Conformatec
8983
1 par
Preço
Unitário /
Metro (R$)
1,89
Estrela
Estrela
Zanotti
4322
4322
7485
4
2
40 cm
0,09
0,10
0,14
0,36
0,20
0,06
Estrela
Sancris
Sancris
Estrela
Zanotti
4345
6545
6524
2345
7938
1
10 mt
5 mt
1
90 cm
0,16
0,00092
0,00078
0,72
0,56
0,16
0,0092
0,0039
0,72
0,50
Zanotti
5443
60 cm
0,36
0,22
Zanotti
5432
50 cm
0,24
0,12
Metax
HS
Embalagens
5676
9646
1 par
1
0,29
0,50
0,29
0,50
Argola P
Argola M
Alça
Regulador P
Fio ballon
Fio algodão
Fecho
Elástico
Viés curvo
Viés elástico
Arco
Embalagem
c/ botão
Total:
Custo total da peça: R$ 11,02
Figura 175: Ficha técnica – sutiã clássico
Fonte: Da autora
Total
(R$)
1,89
5,03
180
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Calcinha Clássica
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 101
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
181
Desenho das partes do molde
Escala: 1:2
182
Costura / Acabamento
( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( ) Travete ( X ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Orde
m
1
2
3
4
5
6
Preparação
Montagem
7
8
9
Acabamento
Embalagem
10
11
12
13
14
15
Operação
Máquina
Aparelho
Modelagem
Risco
Corte
Unir forro com fundo e frente
Unir forro com fundo e costas
Passar viés elástico frente e
costas
Acabamento ponto luxe nos
tules
Unir tule à lateral
Passar viés elástico nas
laterais
Unir laterais à frente
Unir laterais às costas
Aplicar lacinhos
Revisão
Aplicar tag
Embalar
Manual
Manual
Manual
Overlock
Overlock
Cobertura
Lápis e papel
Giz
Tesoura
p/ viés
Overlock
Overlock
Cobertura
p/ viés
Overlock
Overlock
Lacinho
Manual
Manual
Manual
Custo de mão de obra (R$): 1,00
Materiais
Tecido
Microfibra
Tule
Meia malha
aviament
o
Fio ballon
Fio
algodão
Lacinho
Viés
Elástico
Embalage
m
Composiç
ão
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Algodão
Fornecedor
Santa
Constancia
Santa
Constancia
Renaux
Composiçã
o
Poliéster
Algodão
Fornecedor
Poliéster
Poliamida
Elastano
Plástico
Cor/Có
digo
Cruel
Consumo
(kg/m)
35 gr
40,50
Total
(R$)
1,41
Cruel
10 gr
56,00
0,56
Cruel
5 gr
20,00
0,00092
0,00078
0,10
2,07
Total
(R$)
0,0092
0,0047
Preço/ Metro (R$)
Total:
Preço/ Metro (R$)
Sancris
Sancris
Cor/
Código
6545
6524
Consumo
(un.)
10 mt
3 mt
Laçotex
Zanotti
3273
5432
2
1 mt
0,04
0,24
0,08
0,24
HS
Embalagens
9847
1
0,05
0,05
Total:
Custo total da peça: R$ 3,45
Figura 176: Ficha técnica – calcinha clássico
Fonte: Da autora
0,38
183
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Sutiã Sofisticado I
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 002
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
184
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
185
Costura / Acabamento
( X ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( X ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Ordem
Operação
Máquina
Aparelho
Preparação
1
Modelagem
Manual
Papel e lápis
2
Risco
Manual
Giz
3
Corte
Manual
Tesoura
Montagem
4
Acabamento bojo
Overlock
5
Montagem alças
Travete
6
Unir partes costas embutindo
Overlock
alça
7
Unir costas com frente (bojo)
Overlock
8
Unir cetim com bojo
Overlock
9
Unir alça com cetim
Travete
10
Passar alça (acabameto) parte
Cobertura
de baixo do sutiã
11
Travetar fivela frente
Travete
12
Unir partes do centro costas
Overlock
13
Embutir elástico
Manual
14
Costurar meio costas franzindo
2 agulhas
15
Unir costas com meio costas
Overlock
Acabamento
16
Revisar peça
Manual
Embalagem
17
Aplicar tag
Manual
18
Embalar
Manual
Custo de mão de obra (R$): 3,00
Materiais
Preço/
Consumo
TECIDO
Composição Fornecedor Cor/Código
Total(R$)
Metro
(kg/m)
(R$)
Cetim
Poliamida
Santa
Paixão c/
25 gr
10,20
2,51
Elastano
Constancia
pois branco
Microfibra
Poliamida
Santa
Paixão
60 gr
40,50
2,43
Elastano
Constancia
Total:
4,94
186
AVIAMENTO
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Consumo
(un.)
Bojo
Poliuretano
Poliéster
Metal
Metal
Plástico/Stras
Poliéster
Poliamida
Elastano
Poliéster
Algodão
Plástico
Conformatec
8987
Estrela
Estrela
Estrela
Zanotti
Sancris
Sancris
HS
Embalagens
Argola M
Regulador P
Fecho
Alça
Fio ballon
Fio algodão
Embalagem c/
botão
Total
(R$)
1 par
Preço/
Metro
(R$)
2,35
4322
4345
2348
7456
2
2
1
2 mt
0,10
0,16
0,72
0,14
0,20
0,32
0,72
0,28
6545
6524
9646
10 mt
5 mt
1
0,00092
0,00078
0,50
0,0092
0,0039
0,50
Total:
Custo total da peça: R$ 12,32
Figura 177: Ficha técnica – sutiã sofisticado I
Fonte: Da autora
2,35
4,38
187
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Calcinha Sofisticada I
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 102
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Unidade: cm. Escala: 1:6
Costas
188
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
189
Costura / Acabamento
( X ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( ) Travete ( X ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Montagem
Acabamento
Embalagem
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Operação
Modelagem
Risco
Corte
Unir frente com forro e fundo
Unir costas com forro e fundo
Passar viés elástico
Fechar laterais
Embutir elástico laterais
Delimitar elástico
Unir laterais à frente
Unir laterais às costas
Aplicar lacinhos
Revisão da peça
Aplicar Tag
Embalar
Tempo
Máquina
Aparelho
Manual
Lápis
Manual
Giz
Manual
Tesoura
Overlock
Overlock
Cobertura p/ viés
Overlock
Manual
Reta
Overlock
Ovelock
Lacinho
Manual
Manual
Manual
Custo de mão de obra: 1,10
Materiais
Tecido
Cetim
Microfibra
Meia
malha
Composição
Fornecedor
Cor/Código
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Algodão
Santa
Constancia
Santa
Constancia
Renaux
Paixão c/
pois branco
Paixão
Movimento
10 gr
Preço
Unitário/
Metro (R$)
10,20
Total
1
(R$)
1,02
35 gr
40,50
1,41
5 gr
20
0,10
Consumo
(kg/m)
Total:
2,53
190
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Fio ballon
Poliéster
Sancris
6545
5 mt
Preço
Unitário/
Metro
(R$)
0,00092
Fio algodão
Algodão
Sancris
6524
3 mt
0,00078
Lacinho
Viés elástico
Poliéster
Poliamida
Elastano
Plástico
Laçotex
Zanotti
3273
5432
2
1,30 mt
0,04
0,24
0,004
6
0,002
3
0,08
0,31
HS
Embalagens
9847
1
0,05
0,05
Aviamento
Embalagem
Consumo
(un.)
Total:
Custo total da peça: R$ 3,69
Figura 178: Ficha técnica – calcinha sofisticada I
Fonte: Da autora
Total
1 (R$)
0,45
191
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Sutiã Sofisticado II
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 003
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
192
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
193
Costura / Acabamento
( ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Montagem
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Acabamento
Embalagem
14
15
16
17
18
19
20
21
Operação
Modelagem
Tempo
Máquina
Manual
Aparelho
Lápis
e
papel
Giz
Tesoura
Risco
Manual
Corte
Manual
Acabamento bojo
Overlock
Unir frente bojo
Overlock
Unir parte costas
Overlock
Unir detalhe costas
Overlock
Passar
elástico
costas
Cobertura
(embaixo)
Unir costas à frente (bojo)
Overlock
Aplicar viés curvo
2 aguhas
Colocar arco
Manual
Passar viés elástico frente e
Cobertura p/ viés
costas
Passar viés elástico (encima)
Cobertura p/ viés
costas
Montar alça
Travete
Aplicar alça com argola costas
Travete
Aplicar alça frente
Travete
Aplicar laço
Lacinho
Aplicar strass
Manual
Revisão
Manual
Aplicar tag
Manual
Embralar
Manual
Custo de mão de obra (R$): R$ 3,50
Materiais
Tecido
Renda
Microfibra
Composição
Fornecedor
Cor/Código
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Rendas
Acacia
Santa
Constancia
Colker
Consumo
(kg/m)
50 cm
Colker
60 gr
Preço /
Metro(R$)
2,40
Total
(R$)
1,20
40,50
2,43
Total:
3,63
194
Aviamento
Bojo
Laço
Strass
Alça Rabo
de Rato
Regulador
P
Argola P
Elástico
bico
Viés
elástico
Viés curvo
Linha
ballon
Linha
algodão
Fecho
Arco
Embalagem
c/ botão
Composição
Fornecedor
Conformatec
Cor/
Código
8983
Consumo
(un./mt)
1 par
Preço/Metro
(R$)
1,89
Total 1
(R$)
1,89
Poliuretano
Poliéster
Pliéster
Poliamida
Poliéster
Poliamida
Elastano
Metal
Laçotex
Swarovski
Zanotti
3273
0098
7485
2
2
1 mt
0,04
0,03
0,18
0,08
0,06
0,18
Estrela
4345
2
0,16
0,32
Metal
Poliéster
Elastano
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Poliéster
Estrela
Zanotti
4322
7554
2
50 cm
0,09
0,16
0,18
0,08
Zanotti
5432
1 mt
0,24
0,24
Zanotti
5443
60 cm
0,36
0,22
Sancris
6545
10 mt
0,00092
0,0092
Algodão
Sancris
6524
5 mt
0,00078
0,0039
Plástico/Stras
Metal
Plástico
Estrela
Metax
HS
Embalagens
2345
5676
9646
1
1 par
1
0,72
0,29
0,50
0,72
0,29
0,50
Total:
Custo total da peça: R$ 10,89
Figura 179: Ficha técnica – sutiã sofisticado II
Fonte: Da autora
3,76
195
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Calcinha Sofisticada II
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 103
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
196
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
197
Costura / Acabamento
( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( X ) Cobertura aberta ( ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Ordem
1
Montagem
2
3
4
5
6
7
8
Acabamento
Embalagem
9
10
11
12
13
14
Operação
Modelagem
Tempo
Risco
Corte
Unir forro com fundo e frente
Unir forro com fundo e costas
Unir detalhe à frente
Passar viés elástico frente e
costas
Passar viés parte de cima
frente
Passar viés parte de cima
costas, embutindo fita frufru
Colocar argola
Montar alça lateral
Aplicar alça lateral
Revisão
Aplicar tag
Embalar
Máquina
Manual
Manual
Manual
Overlock
Overlock
Aparelho
Lápis
e
Papel
Giz
Tesoura
Cobertura p/ viés
Cobertura p/ viés
Cobertura p/ viés
Travete
Travete
Travete
Manual
Manual
Manual
Custo de mão de obra: 1,00
Materiais
35 gr
Preço
Unitário/
Metro (R$)
40,50
Total
1
(R$)
1,41
Colker
14 cm
2,40
0,33
Colker
5 gr
20,00
0,10
TECIDO
Composição
Fornecedor
Cor/Código
Consumo
(kg/m)
Microfibra
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Algodão
Santa
Constancia
Rendas
Acacia
Renaux
Colker
Renda
Meia
malha
Total:
1,84
198
Aviamento
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Consumo
(un.)
Regulador P
Argola P
Alça Rabo de
Rato
Metal
Metal
Poliéster
Poliamida
Elastano
Poliéster
Algodão
Poliamida
Elastano
Poliamida
Plástico
Estrela
Estrela
Zanotti
4376
4232
7924
2
4
50 cm
Preço/
Metro
(R$)
0,16
0,09
0,18
Sancris
Sancris
Zanotti
6545
6524
5432
5 mt
3 mt
1,25 mt
0,00092
0,00078
0,24
0,0046
0,0023
0,30
Zanotti
HS
Embalagens
5482
9847
23 cm
1
0,48
0,05
0,11
0,05
Fio ballon
Fio algodão
Viés elástico
Fita Frufru
Embalagem
Total:
Custo total da peça: R$ 4,08
Figura 180: Ficha técnica – calcinha sofisticada II
Fonte: Da autora
Total
(R$)
0,32
0,36
0,09
1,24
199
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Sutiã Lúdico
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 004
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
200
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
201
Costura / Acabamento
( ) Reta ( X ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( X ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Montagem
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Acabamento
Embalagem
17
18
19
20
21
22
Operação
Modelagem
Tempo
Risco
Corte
Acabamento bojo
Unir frente com bojo
Passar viés elástico frente
Unir partes detalhe costas
Unir base costas embutindo
detalhe
Unir costas frente (bojo)
Passar viés curvo
Colocar arco
Aplicar fecho
Montar alça
Travetar alça frente
Acabamento detalhe costas
Passar viés elástico detalhe
costas
Travetar alça com argola
Aplicar laços costas
Aplicar laços frente
Revisão
Aplicar tag
Embalar
Máquina
Manual
Aparelho
Lápis
e
Caneta
Giz
Tesoura
Manual
Manual
Overlock
Overlock
Cobertura p/ viés
Overlock
Overlock
Overlock
2 agulhas
Manual
Travete
Travete
Travete
overlock
Cobertura p/ viés
Travete
Lacinho
Lacinho
Manual
Manual
Manual
Custo de mão de obra (R$): 3,00
Materiais
Tecido
Composição
Fornecedor
Cor/Código
Microfibra
Poliamida
Elastano
Santa
Constancia
Velox
Consumo
(kg/m)
60 gr
Preço
Unitário/
Metro (R$)
40,50
Total:
Total
1
(R$)
2,43
2,43
202
Aviamento
Lacinho
Bojo
Fio ballon
Fio algodão
Alça
Viés curvo
Viés elástico
Fecho
Argola M
Regulador M
Arco
Embalagem c/
botão
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Consumo
(un.)
Poliéster
Poliuretano
Poliéster
Poliéster
Algodão
Poliéster
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Poliamida
Elastano
Plástico/Stras
Metal
Metal
Metal
Plástico
Laçotex
Conformatec
3253
8932
5
1 par
Preço/
Metro
(R$)
0,04
1,89
Sancris
Sancris
Zanotti
6543
6578
7485
10 mt
5 mt
80 cm
0,00092
0,00078
0,14
0,0092
0,0039
0,11
Zanotti
5443
60 cm
0,36
0,22
Zanotti
5432
70 mt
0,24
0,16
Estrela
Estrela
Estrela
Metax
HS
Embalagens
2345
4322
4345
5676
9646
1
2
2
1 par
1
0,72
0,10
0,18
0,29
0,50
0,72
0,20
0,36
0,29
0,50
Total:
4,66
Custo total da peça: R$ 10,09
Figura 181: Ficha técnica – Sutiã lúdico
Fonte: Da autora
Total
(R$)
0,20
1,89
203
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO
Produto: Calcinha Lúdica
Coleção: Dança: Desafiando a gravidade. Verão 2008-2009
Data: 01/05/08
Tam.: M
Facção: MBK Têxtil
Ref.: 104
P
M
G
GG
Grade
40
42
44
46
Desenho Técnico
Frente
Costas
Unidade: cm. Escala: 1:6
204
Desenho das partes do molde
Escala 1:2
205
Costura / Acabamento
( ) Reta ( ) 2 Agulhas ( X ) Overlock Ponto fechado ( ) Overlock Ponto aberto
( ) Cobertura aberta ( X ) Cobertura fechada ( ) BT ( ) Zig ( X ) Travete ( X ) Lacinho
Seqüência Operacional
Descrição
Preparação
Ordem
1
Montagem
2
3
4
5
6
7
Acabamento
Embalagem
8
9
10
11
12
Operação
Modelagem
Tempo
Risco
Corte
Unir forro com fundo e frente
Unir forro com fundo e costas
Passar viés elástico frente e
costas
Unir tecido lateral embutindo
elástico
Aplicar laços costas
Aplicar laços frente
Revisão
Aplicar tag
Embalar
Máquina
Aparelho
Manual
Lápis
e
Caneta
Manual
Giz
Manual
Tesoura
Overlock
Overlock
Cobertura p/ viés
Overlock
Lacinho
Lacinho
Manual
Manual
Manual
Custo de mão de obra (R$): 1,00
Materiais
Tecido
Composição
Fornecedor
Cor/Código
Consumo
(kg/m)
Microfibra
Poliamida
Elastano
Algodão
Santa
Constancia
Renaux
Velox
Velox
Meia
malha
35 gr
Preço
Unitário/
Metro (R$)
40,50
Total
1
(R$)
1,41
5 gr
20
0,10
Total:
1,51
206
Aviamento
Lacinho
Elástico
Fio ballon
Fio algodão
Viés elástico
Embalagem
Composição
Fornecedor
Cor/
Código
Consumo
(un.)
Poliéster
Poliéster
Elastano
Poliéster
Algodão
Poliamida
Elastano
Plástico
Laçotex
Zanotti
3283
7074
3
40 cm
Preço/
Metro
(R$)
0,04
0,16
Sancris
Sancris
Zanotti
6945
6324
5452
5 mt
3 mt
80 cm
0,00092
0,00078
0,24
0,0046
0,0023
0,19
HS
Embalagens
9847
1
0,05
0,05
Total:
0,44
Total
(R$)
0,12
0,07
Custo total da peça: R$ 2,95
Figura 182: Ficha técnica – Calcinha lúdica
Fonte: Da autora
7.6 Formulário Ergonômico
Na criação de todos os produtos de moda, deve existir uma preocupação
ergonômica, principalmente quando se trata de uma lingerie, que tem contato direto
com a pele da consumidora.
De acordo com Iida (2005), todos os produtos são destinados a satisfazer
certas necessidades humanas, e, para que esses produtos tenham um bom
desempenho em suas interações com seus consumidores, devem ter a qualidade
técnica, qualidade ergonômica e qualidade estética.
A qualidade técnica é a parte que faz funcionar o produto, deve-se verificar
com qual eficiência o produto executa a função proposta, facilidade de limpeza,
manutenção, entre outros. Já a qualidade ergonômica garante a boa interação do
produto com o usuário, incluindo a facilidade de manuseio, informações claras,
conforto e segurança. A ultima qualidade é a estética, que proporciona prazer ao
consumidor, envolvendo itens como formas, cores, materiais, texturas, fazendo com
que o produto seja considerado fascinante pelos olhos do consumidor (IIDA, 2005).
Quando se fala de um produto, não se pode esquecer da usabilidade. Dentro
da ergonomia, a usabilidade significa facilitar o uso do produto, e é relacionada ao
conforto e eficiência. Porém a usabilidade não depende somente das características
do produto, depende também do consumidor, dos objetivos pretendidos e ambientes
207
em que o produto é usado. Ou seja, a usabilidade depende da influência mútua
dentre o produto, usuário, tarefa e ambiente. Assim, um produto pode ser
considerado adequado para uns e inadequado a outros (IIDA, 2005).
Existem dois tipos de características quando se diz respeito à usabilidade.
Essas são as características físicas e características cognitivas. As características
físicas dizem respeito às dimensões, pesos, formas, resistência e outros fatores do
produto. Já as características cognitivas referem-se aos conhecimentos do usuário
sobre o modo de usar o produto, baseando-se em suas experiências anteriores
(IIDA, 2005)
Além das qualidades e características citadas acima, existem vários critérios
para avaliar os produtos, no entanto, geralmente podem ser classificado em três
aspectos, o aspecto técnico, usabilidade e estético. Do ponto de visto do aspecto
técnico, os produtos são avaliados quanto às suas características físicas, como
dimensões, peso, dureza, resistência, estabilidade e durabilidade. Já o aspecto de
usabilidade avalia o desempenho homem-máquina-tarefa, como, por exemplo,
posturas corporais, dores e conforto. Já a estética avalia os aspectos sensoriais,
amocionais, sociais e culturais que influenciam na aceitação do produto pelo
consumidor. (IIDA, 2005)
Para analisar melhor a questão da ergonomia na coleção de moda íntima
criada neste trabalho, foi optado em usar dois formulários ergonômicos, onde são
colocados pontos de prioridade dentro dos aspectos ergonômicos ligados às
qualidades,
formulários:
características
e
aspectos
citados
anteriormente.
Seguem
os
208
Quadro 02: formulário utilizado como instrumento de análise de produtos
Formulário para avaliação ergonômica de produto
DESCRIÇÃO
DO PRODUTO:
Coleção de Lingeries funcionais com inspiração do
grupo de dança contemporânea Déborah Colker.
Ótimo
Muito Bom
Bom
Regular
Ruim
1 – Função Técnica
MATERIAIS (rendimento, ausência de
ruídos e vibrações, facilidade de limpeza
e manutenção)
TECNOLOGIAS (grau de avanço
tecnológico)
FUNCIONALIDADE (eficiência que
executa sua função)
X
X
X
2 – Função Ergonômica
USABILIDADE (boa interação com o
usuário, fornecimento claro de
informações, facilidade de navegação e
facilidade de manuseio)
ANTROPOMETRIA (adequação das
medidas humamas ao produto)
BIOMECÂNICA (adequação e
compatibilidades de movimentos e bom
nível de conforto e segurança)
X
X
X
3 – Função Estética
FUNÇÃO ESTÉTICO-FORMAL (boa
combinação de formas, cores, materiais,
texturas e acabamentos)
SIMBÓLICA (proporciona prazer ao
consumidor, produtos considerados
atraentes e desejáveis aos olhos do seu
consumidor potencial)
X
X
4 – Função Cognitiva
FUNÇÃO INFORMACIONAL (adequação
quanto ao nível de clareza de
informações sobre o produto suas
propriedades e origem e também quanto
aos conhecimentos do usuário sobre o
modo de usar o produto e conhecimentos
de suas restrições e limitações)
IDENTIDADE VISUAL (qualidade gráfica
e estética de logomarca, tags,
embalagem, site e demais atributos
visuais do produto)
Fonte: Schaefer (2008), adaptado de Iida, 2005
X
X
209
Quadro 03: formulário utilizado como instrumento de avaliação de produtos
Produto: Coleção de Lingeries funcionais com inspiração do grupo de dança contemporânea
Déborah Colker.
Caracterísiticas
Pouco importante
Muito importante
Pontos
1
2
3
4
5
Critérios Técnicos
Dimensões
Peso
Dureza
Resistência
Estabilidade
Durabilidade
X
Total:
5
4
3
5
5
4
26
X
4
5
X
5
X
Total:
5
19
X
X
5
5
4
5
19
X
X
X
X
X
Critérios de Usabilidade
Posturas corporais
Pontos
de
estresse/dores
Índice
de
erros/acidentes
Conforto
X
Critérios Estéticos
Aspectos sensoriais
Aspectos emocionais
Aspectos sociais
Aspectos culturais
X
X
Total:
Fonte: Schaefer (2008), adaptado de Iida, 2005
Quadro 04: Quadro final de pontos do formuário
Critério Técnica
26 pontos
6 itens
Critério de Usabilidade
19 pontos
4 itens
Critério Estético
19 pontos
4 itens
Média (pontos/itens):
26/6 =
Média (pontos/itens):
19/4 =
Média (pontos/itens):
19/4 =
4,33
4,75
4,75
Fonte: Da autora
Segundo Iida (2005, p. 316), “As três qualidades do produto são genéricas e
estão presentes em praticamente todos eles. Em cada tipo de produto há,
naturalmente, uma ou outra qualidade que pode predominar sobre as outras”. Ou
seja, em todos os produtos todas as qualidades estão presentes, porém o que varia
é a intensidade relativa de cada um deles.
Mas o ideal é haver um equilíbrio entre as qualidades, características e
aspectos da ergonomia do produto, devendo solucionar de forma integrada, desde a
fase inicial de sua concepção, quaisquer problemas que possam existir sobre este,
210
pois quando o produto já estiver definido, fica mais difícil encontrar as soluções
necessárias (IIDA, 2005).
Após perceber que o produto necessita de um equilíbrio para obter mais
sucesso, é possível fazer a análise dos formulários ergonômicos, e chegar a
conclusão se há ou não um equilíbrio entre os aspectos ergonômicos dos produtos,
abordados neste projeto.
O primeiro formulário mostra que o único item que não foi tão explorado no
projeto, foi a tecnologia, pertencente aos critérios técnicos. Os demais itens
obtiveram pontuação máxima, ou seja, as funções cognitiva, estética e ergonômica
foram abordadas com muita importância na criação da linha de lingeries, e a função
técnica também foi muito importante, sendo que a tecnologia teve importância,
porém não tanta quanto os demais itens.
No segundo formulário, foram pontuados os critérios técnicos, de usabilidade
e estético, e foi percebido que a média dos critérios de usabilidade e estético foram a
mesma, e o critério técnico ficou um pouco abaixo da média das demais. Isso quer
dizer que o equilíbrio existe, já que a diferença de pontos entre os três critérios é
pequena.
Podem-se relacionar também, os três critérios ergonômicos com os três focos
que a coleção de lingeries almeja alcançar, o conforto, funcionalidade e design
diferenciado. O conforto está relacionado com o critério de usabilidade, que teve
ótima pontuação no formulário. A funcionalidade está ligada tanto ao critério técnico
quanto estético. E o design relaciona-se com o critério estético.
Portanto é possível dizer que o objetivo do projeto está sendo alcançado, e
com equilíbrio entre os três critérios que movimentam a coleção. Assim, os lingeries
têm maiores chances de obter sucesso no mercado, dispondo de todos os critérios
ergonômicos necessários para a aprovação da cliente.
211
8 COMPOSTO DE MARKETING
Após o planejamento e desenvolvimento da coleção, é necessário elaborar
um composto de marketing para que as peças de lingerie sejam melhor divulgadas e
valorizadas, pois é através de um catálogo bem feito, um cartão de visitas com
leitura atraente, um desfile de lançamento de coleções, por exemplo, que é passada
a primeira impressão da coleção e da marca, e se essa for positiva, as
possibilidades do produto ser aceito no mercado são maiores.
Este projeto constrói um plano de marketing compacto, chamado de
composto de marketing. Segundo Cobra (1993), o primeiro passo para a criação de
um composto mercadológico, é avaliar as forças do mercado, reunindo as
informações necessárias, processando-as para então avaliar qual é a melhor
estratégia de um composto de marketing bem sucedido.
O composto mercadológico deve ser feito depois de analisar o mercado,
público alvo, ambiente organizacional interno (empresa), pontos fortes e fracos do
mercado, oportunidades e ameaças, tipo de comunicação com o cliente e controle
de marketing (COBRA, 1993). O resultado dessas análises resulta no que
chamamos de composto de marketing, onde são encontrados os produtos finais
utilizados na divulgação de uma marca, tais como outdoor, etiquetas, sacolas, etc.
De acordo com Jones (2005, p. 74):
Todo negócio de moda quer ter uma etiqueta, uma logomarca ou
uma identificação na fachada do estabelecimento que promovam
seus produtos e encorajem e recompensem a fidelidade do
consumidor. Às vezes, usar uma marca ou etiqueta conhecida é
mais importante para o consumidor do que a própria peça de moda.
Nomes de marcas, marcas registradas e logomarcas são registrados
após o pagamento de determinadas taxas, o que garante à empresa
seu uso exclusivo. As marcas registradas também podem ter um
registro internacional. As empresas podem registrar até algumas
características de seus modelos: a Chanel, por exemplo, registrou
sua típica bolsa de matelassê com correntes douradas, e a Levi
Strauss registrou a característica dupla costura nos bolsos de trás
de seus jeans. Os registros não custam muito, e com o tempo a
marca ou a logomarca pode se tornar um ativo da empresa,
agregando um valor considerável a peças tão simples como uma
camiseta ou roupa de baixo.
212
Para construir uma nova marca deve-se ter um detalhado estudo sobre a
mesma. Quando se escolhe um nome, este tem um significado. Sempre deve estar
relacionado ao tipo de produto que a empresa produz, e ao mesmo tempo deve ter
certa expressividade, para então poder marcar bem a nova marca na mente do
consumidor. A marca escolhida para poder ilustrar o cenário das lingeries para o
público feminino, deve ser muito analisada. O nome fantasia dessa nova empresa é
Desedeo, Design de Lingeries, e foi criada a partir de um brainstorming relacionando
palavras que traduzissem o espírito da nova marca.
8.1 Desedeo
A palavra Desedeo significa “desejo” em latim. Esse nome foi escolhido para
simbolizar a empresa de lingeries, que tem como conceito a funcionalidade, design
diferenciado, conforto e sensualidade. A justificativa para a escolha do nome é a
seguinte: quando uma mulher pensa em uma lingerie, acima de tudo ela possui
desejo em obter a lingerie ideal, então, por que não criar a lingerie ideal, intitulada
Desedeo? E por que não utilizar o latim para transmitir a sensação de desejo? Afinal,
a maioria dos idiomas falados nas Américas e Europa são descendentes do latim,
assim, é possível a fácil compreensão do significado da marca para quem entende
os idiomas provenientes do latim, facilitando uma futura exportação das lingeries da
marca para países com línguas descendente do latim.
8.1.1 Identidade da Marca
Através da criação da marca (Desedeo) é necessária a criação de uma
identidade visual, que deve ser muito analisada. O correto é efetuar a criação de
vários modelos de identidade para que se escolha um. Assim a qualidade do serviço
é mais facilmente garantida.
Sobre o significado da marca, o Site Designato (2008) diz que:
Marca é uma conexão emocional. Pessoas se apaixonam pelas
marcas. Confiam nelas, se tornam leais, compram e acreditam na sua
superioridade. Boas marcas constroem empresas. Uma marca forte e
uma boa estratégia para sua divulgação significam que uma
companhia ou seus produtos vão se sobressair num mercado
saturado.
213
O Site Designato diz que “a Identidade da Marca é a expressão visual e
verbal da marca. Ela representa, sintetiza e sustenta um empreendimento ou
produto. É a forma mais curta e rápida de comunicação disponível.”
A identidade da marca Desedeo foi feita através de testes de formas de
textos, além formatos possíveis para a colocação do nome. Então foi escolhida uma
fonte para representar a marca, assim como a companhia das palavras “Design de
Lingerie”. A marca ainda conta com uma marca d´água com vários “D”s. tornando a
identidade visual sonhadora, pois os “D”s estão flutuando no fundo do cenário.
Figura 183: Quadro da identidade da marca
Fonte: Da autora
Depois de a identidade da marca ser definida (
), ela já pode ser aplicada
ao composto mercadológico.
8.1.2 P´S
O composto mercadológico segundo Kotler e Armstrong (2003), foi formulado
primeiramente por J. McCarthy em seu livro Basic Marketing, e trata do conjunto de
pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas para atingir
214
seus objetivos de marketing. O composto é dividido em 4 tópicos freqüentemente
chamadas dos “4 P´s”: produto, preço, local (place) e promoção.
O primeiro dos “P”s, o produto, do inglês product, lida com especificações do
bem em questão e as formas como eles se relacionam com as necessidades que o
usuário tem. Sendo assim, o responsável por essa área deve cuidar da embalagem
do produto, da marca, das cores, das quantidades por caixa, do empilhamento
máximo, etc. Para o cliente seu produto deve ser a melhor opção (KOTLER;
ARMSTRONG, 2003).
Dentro desse conceito, o projeto tende atender as especificações do bem com
sucesso, já que o composto de marketing valoriza o produto com eficácia, traduzindo
desejo de compra desde a hora que a lingerie é vista em um outdoor até o momento
da utilização da mesma pela cliente.
O segundo item do composto mercadológico é o preço, (do inglês price). O
processo da definição de um preço para o produto inclui descontos e financiamento,
e tem em vista o impacto, não apenas econômico, mas também psicológico de uma
precificação. O responsável por essa área deve cuidar da lista de preços aos
vendedores, os descontos por quantidades adquirida e, principalmente, se o preço
será competitivo diante da concorrência. Para o cliente seu preço deve oferecer o
melhor custo/benefício (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
O preço das lingeries é fechado a partir do custo da peça vinda da facção
(material e mão de obra), acrescendo valores de custo variável e fixo da empresa,
transporte, e impostos que devem ser pagos ao governo. Além, claro, de incluir no
preço o lucro que a empresa terá com a venda do mesmo.
O local (do inglês place), terceiro “P” do composto de marketing, preocupa-se
com a distribuição e refere-se aos canais através dos quais o produto chega aos
clientes, inclui pontos de vendas, pronta entrega, horários e dias de atendimento e
diferentes vias de conta. Além disso, o responsável por essa área deve saber
exatamente quais canais de distribuição utilizará, o seu tamanho e área geográfica
que será coberta logisticamente. (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
O gerente da marca Desedeo é responsável pela questão de datas e locais
para onde serão mandados os produtos, vendidos, principalmente, pelos
representantes da empresa. Os locais de venda direta à consumidora das lingeries
são lojas multimarcas especializadas em lingeries e afins, que terão um ambiente da
loja reservado para a coleção de lingeries da marca Desedeo.
215
Por fim, a promoção (do inglês promotion), último “P” do composto de
marketing, inclui a propaganda, a publicidade, as relações públicas, assessoria de
imprensa, boca-a-boca, venda pessoal e refere-se aos diferentes métodos de
promoção do produto, marca ou empresa. Para seu cliente sua promoção deve ser a
mais agradável e presente (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
A marca Desedeo oferece propagandas em revistas, outdoors e catálogos,
além do site da empresa, que mostra a identidade das lingeries, os catálogos e
últimas coleções. A propaganda boca-a-boca é uma das promoções mais
ambiciosas da empresa, já que, quanto maior essa for, melhor a aceitação do
produto no mercado.
Os profissionais de marketing usam essas variáveis para estabelecer um
composto de marketing. Para este ser bem sucedido, a estratégia traçada para os 4
P´s, deve refletir a melhor proposta de valor para as consumidoras do mercado de
lingeries, satisfazendo o público alvo em todos os sentidos.
8.2 Estratégia de vendas
Segundo Melozi (2004), é através do planejamento de vendas que é possível
direcionar e controlar as atividades de vendas de uma organização. Ela ainda afirma
que os responsáveis pelo marketing de uma empresa estejam conscientes,
identificando as incertezas econômicas, sociais, demográficas e políticas existentes
no mercado alvo, além de determinar os fatores que podem ocorrer para mudar a
demanda do setor, trabalhando sempre com pressuposições. O responsável por
essa área também deve analisar como a estrutura da empresa será impactada por
cada pressuposição, prevendo os resultados de cada ambiente que o marketing da
sua empresa irá atingir.
Além disso, os representantes e vendedores devem estar sempre “estudando”
o cliente, conhecendo melhor suas necessidades, podendo então empregar os
argumentos adequados à efetivação da venda.
Para a divulgação dos produtos da marca, a empresa investirá em alguns
artifícios de design gráfico, tais como:
216
•
Implantar campanhas fotográficas em revistas de circulação privada, circulação
regional (Revista Catarina), e nacional (Revistas Elle e Claudia);
•
Distribuir catálogos da empresa em lojas que irão vender seus produtos;
•
Implantar um site da empresa;
•
Colocar outdoor em locais estratégicos, com a produção fotográfica da marca;
•
Desenvolver cartões de visita, para que os representantes possam estar
entregando às lojistas;
•
Desenvolver sacolas e embalagens personalizadas, assim como etiquetas e tags
na mesma linguagem visual;
•
Organizar um desfile de lançamento da coleção.
8.2.1 Campanha fotográfica
Será montada uma série de imagens para ilustrar a nova coleção da marca
Desedeo, mostrando algumas das lingeries que compõem a coleção. A produção
fotográfica é baseada na temática trabalhada para inspiração das peças. Portanto, a
campanha fotográfica é inspirada no espetáculo Nó da companhia de dança carioca
Déborah Colker.
Figura 184: Espetáculo Nó (2005)
Fonte: <www.deborahcolker.com.br>
217
A partir a imagem acima, optou-se em desenvolver um ambiente semelhante
para a produção fotográfica. Um tecido preto foi colocado no fundo e ao chão para
que fosse possível dar maior ênfase a modelo e às cordas. Então foram amarradas
cordas e pedaços de tecido cru num pilar existente no ambiente. A modelo e
dançarina, Priscila Vasconcelos de Macedo, pôde, então, realizar movimentos de
dança contemporânea que valorizaram a lingerie, sendo fotografada por Ricardo
Weber.
Figura 185: Produção fotográfica
Foto: Ricardo Weber
8.2.2 Revistas, Catálogo
Existirão quatro campanhas a serem inseridas nas revistas, ilustrando quatro
modelos diferentes de lingerie. As campanhas irão figurar página inteira da revista,
tendo ênfase à produção fotográfica, contendo os dados da empresa na parte lateral
da página. Segue modelo de campanha fotográfica:
218
Figura 186: Campanhas Fotográficas
Fonte: Da autora
O catálogo da coleção possui a mesma leitura gráfica mostrada até o
momento, figurando os quatro modelos escolhidos pela designer para estarem
sendo divulgados. Cada modelo aparecerá no catálogo mais de uma vez, podendo
transmitir movimento, já que ele estará aparecendo em mais de um movimento da
modelo. O catálogo está em versão impressa no apêndice 04. Segue modelo de
catálogo:
219
Figura 187: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. Sobre-capa e capa.
Fonte: Da autora
Figura 188: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 1ª e 2ª páginas.
Fonte: Da autora
Figura 189: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 3ª e 4ª páginas.
Fonte: Da autora
220
Figura 190: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 5ª e 6ª páginas.
Fonte: Da autora
Figura 191: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 7ª e 8ª páginas.
Fonte: Da autora
Figura 192: Catálogo Desedeo, Verão 2008-2009. 9ª e 10ª páginas.
Fonte: Da autora
221
8.2.3 Site
O site da empresa é um ponto estratégico, já que hoje em dia a maioria das
pessoas estão conectadas ao mundo virtual. O site conta com o histórico da
empresa, apresentação das coleções, assim como as campanhas em revistas e
catálogo. Existirá também o link para contato com a empresa e localização das lojas
que vendem a marca. Segue modelo de site:
Figura 193: Layout da entrada do Site Desedeo
Fonte: Da autora
Figura 194: Layout do Site Desedeo
Fonte: Da autora
222
8.2.4 Outdoor
O outdoor, importante ferramenta de comunicação, será implantado em locais
estratégicos, onde mulheres passam com freqüência, podendo admirar a lingerie
exposta. Seguem dois modelos de outdoors:
Figura 195: Outdoor linha clássica
Fonte: Da autora
Figura 196: Outdoor linha sofisticada 2
Fonte: Da autora
223
8.2.5 Composto gráfico (cartão de visita, sacolas, tags, etc.)
O composto gráfico é composto por cartão de visita, que será entregue aos
lojistas pelos representantes, para maior facilidade de contato entre empresa/loja.
Para ampliar a relação entre empresa/cliente, sacolas da marca Desedeo serão
entregues quando a pessoa adquirir um produto da coleção, assim como a
embalagem adequada para a cliente manter sua lingerie. Para a consumidora
entender melhor a forma de manutenção de suas peças, serão anexados tags e
etiquetas a lingerie, que serão desenvolvidos com a linguagem visual utilizada em
toda a coleção. Além de existirem papéis timbrados da empresa, envelope e CD
(com a coleção), que será entregue ao lojista. O tag e cartão de visitas seguem
impressos em apêndice 05. Seguem modelos de composto gráfico:
Figura 197: Cartão de visita (frente e verso).
Fonte: Da autora
224
Figura 198: Envelope e papel timbrado
Fonte: Da autora
Figura 199: Capa e CD com coleção da empresa digitalizada
Fonte: Da autora
225
Figura 200: Sacola da marca
Fonte: Da autora
Figura 201: Embalagem para presente
Fonte: Da autora
226
Figura 202: Tag (frente e costas)
Fonte: Da autora
Figura 203: Etiquetas
Fonte: Da autora
8.2.6 Desfile de lançamento de coleção
O Desfile de lançamento de coleção será acompanhado com um coquetel.
Para este evento as lojas e representantes receberão convites, prestigiando um
desfile de moda com o lançamento da coleção de lingeries Desedeo, e logo após o
espaço ficará aberto para um coquetel e negociações. Esta é uma forma de
prestigiar os clientes revendedores da marca e valorizar o serviço dos
representantes. Esses eventos contarão com um fotógrafo contratado pela empresa,
227
e ficarão disponíveis no site da empresa e das lojas multimarcas que comparecerem
ao evento. Segue seqüência de desfile da primeira coleção, organizado por linhas,
vindo primeiro os looks da linha clássica, depois lúdica e por último as lingeries
sofisticadas:
Figura 204: Seqüência de desfile
Fonte: Da autora
228
8.3 Formação dos preços finais
Segundo Treptow (2007), o preço de venda é fundamental em relação a
competitividade da empresa, controlando os custos, evitando qualquer forma de
desperdício ou improdutividade, para que a margem de lucro seja atraente num
mercado cada vez mais competitivo.
Os preços foram formados com base nos materiais gastos para a confecção,
mão de obra, imposto, transporte, embalagem, marketing, criação e lucro. Todos
esses itens são importantíssimos, pois se algum calculo for mal concebido, a
empresa poderá falir, tanto por cobrar de mais, supervalorizando um produto que na
concorrente é mais barato, como cobrar menos, fazendo com que o produto não dê
lucratividade á empresa.
Cada uma das peças de lingerie possui um custo, que engloba todas as
despesas de fabricação do produto. O controle dos custos deve ser rigoroso, pois se
é esquecido de considerar alguma despesa, o calculo final mostrará uma margem de
lucro ilusória, pois as despesas não deixarão de existir, mesmo que não calculadas
(TREPTOW, 2007).
Segundo Treptow (2007) os custos envolvidos na fabricação e venda de um
produto são: custo fixo, custo variável e despesa de comercialização. O custo fixo
engloba todas as despesas relacionadas ao funcionamento de uma empresa,
independente do volume de sua produção. O custo variável depende do volume de
produção, variando de acordo com a quantidade produzida. As despesas de
comercialização são compostas por comissão de representantes, ICMS (Imposto
sobre circulação de mercadorias e serviços) e tributos diversos.
A partir desses conhecimentos, foram montadas duas tabelas de preços para
venda das peças aos lojistas. A primeira tabela retrata os valores dos sutiãs, e a
segunda tabela mostra os preços das calcinhas. A opção por calcular os preços das
peças separadas é, por que, as peças de lingeries serão vendidas separadamente,
mesmo sendo criadas em conjunto, pois, muitas vezes, as pessoas querem comprar
somente uma das peças, ou então comprar um sutiã de um tamanho e calcinha de
outro. Portanto, seguem tabelas com estimativa de preços das lingeries:
229
Quadro 05: Tabela de preços dos sutiãs
Tecidos
Aviamentos
Mão de obra
total
Refº 001
R$
R$
R$
R$
2,99
5,03
3,00
11,02
Refº 002
R$
R$
R$
R$
4,94
4,38
3,00
12,32
Refº 003
R$
R$
R$
R$
3,63
3,76
3,50
10,89
Refº 004
R$
2,43
R$
4,66
R$
3,00
R$
10,09
Custo fixo e
variável 10%
total
R$
R$
1,10
12,12
R$
R$
1,23
13,55
R$
R$
1,09
11,98
R$
R$
1,01
11,10
Icms 17%
total
R$
R$
2,06
14,18
R$
R$
2,30
15,85
R$
R$
2,04
14,02
R$
R$
1,89
12,99
Imposto simples
7,5%
total
R$
R$
1,06
15,25
R$
R$
1,19
17,04
R$
R$
1,05
15,07
R$
R$
0,97
13,96
Lucro 100%
total
R$
R$
15,25
30,50
R$
R$
17,04
34,08
R$
R$
15,07
30,14
R$
R$
13,96
27,92
Comissão do
Representante 5%
R$
1,52
R$
1,70
R$
1,51
R$
1,40
Valor total para
venda - atacado
R$ 32,02
R$ 35,78
R$ 31,65
R$ 29,32
Fonte: Da autora
Quadro 06: Tabela de preços das calcinhas
Tecidos
Aviamentos
Mão De Obra
total
Refº 101
R$
R$
R$
R$
2,07
0,38
1,00
3,45
Refº 102
R$
R$
R$
R$
2,53
0,45
1,10
4,08
Refº 103
R$
R$
R$
R$
1,84
1,24
1,00
4,08
Refº 104
R$
R$
R$
R$
1,51
0,44
1,00
2,95
Custo Fixo e
variável 10%
total
R$
R$
0,35
3,90
R$
R$
0,41
4,49
R$
R$
0,41
4,49
R$
R$
0,30
3,25
Icms 17%
total
R$
R$
0,66
4,56
R$
R$
0,76
5,25
R$
R$
0,76
5,25
R$
R$
0,55
3,80
Imposto simples
7,5%
total
R$
R$
0,34
4,91
R$
R$
0,39
5,64
R$
R$
0,39
5,64
R$
R$
0,28
4,08
Lucro 100%
total
R$
R$
4,91
9,82
R$
R$
5,64
11,28
R$
R$
5,64
11,28
R$
R$
4,08
8,16
Comissão do
Representante 5%
R$
0,49
R$
0,56
R$
0,56
R$
0,41
Valor total para
venda - atacado
R$ 10,31
Fonte: Da autora
R$ 11,85
R$ 11,84
R$ 8,57
230
Após o cálculo dos preços finais das lingeries, foi percebido que, por causa do
material usado ser de alta qualidade, os preços ficaram na média dos concorrentes,
sendo o esperado, já que, segundo Treptow (2005), é preciso considerar que a peça
será revendida pelo lojista, e este aplicará um acréscimo de 80% a 100% sobre o
valor do produto. Desta forma, uma calcinha que será vendida pela Desedeo por R$
10,31, será revendida pela loja por aproximadamente R$ 20,60.
Esses valores foram satisfatórios, pois mantêm bom nível para que o produto
tenha preço de venda competitivo no mercado, já que os principais concorrentes da
empresa possuem a média de valores nessa faixa. Sem esquecer da valorização do
produto, já que, se esse fosse muito mais barato que os produtos da concorrência,
as consumidoras poderiam desvalorizar a marca, e se fosse muito mais caro, não
teria mercado para ele. Tendo um valor semelhante ao aplicado pelas concorrentes,
a empresa consegue adquirir um bom lugar no mercado.
231
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O universo das lingeries necessita de muitas pesquisas e muitos
conhecimentos, estudando desde a história da moda íntima, passando pelo estado
do design, até os aviamentos, tecidos, modelagens, formas e tecnologias. Através
das pesquisas de campo realizadas nesse projeto, foi percebido que o mercado da
moda íntima no Brasil está em expansão, principalmente no pólo de Ilhota - SC,
onde muitas empresas do ramo estão instaladas, e em poucos meses já estão
obtendo sucesso profissional.
É importante citar que quando uma peça de lingeries é criada, todo um estudo
ergonômico deve ser feito, para que essa peça se ajuste perfeitamente ao corpo
feminino, criando também uma grade de tamanhos, propiciando lingeries para o
maior número de biótipos femininos possíveis.
A primeira coleção de lingeries da marca Desedeo atingiu seus objetivos,
criando peças com design diferenciado, graças à inspiração no grupo de dança
contemporânea Déborah Colker, além de serem lingerie funcionais, com diversidade
de modelos que podem ser usados com vários estilos de roupa, podendo deixar a
lingerie aparecer, ou não. E, os tecidos escolhidos para compor a coleção, com fácil
transpiração e toque agradáveis, ajudam a tornar a peça confortável. E claro, a
sensualidade da lingerie Desedeo está presente desde as cores quentes das peças,
até as formas cavadas.
O composto de marketing criado nesse projeto atingiu às expectativas iniciais,
transmitindo o universo dos espetáculos de Déborah Colker, através de um cenário
diferente do comum, com a modelo fazendo movimentos com a corda onde ela fica
suspensa, mostrando um ambiente de dança junto com a lingerie da marca. Além da
campanha fotográfica, o composto de marketing também contou com vários outros
itens que foram criados a partir da mesma linguagem, deixando a marca Desedeo
bem explícita no mercado. Assim, tanto a pessoa que vê um cartão da marca,
quanto uma sacola, saberá que se trata da empresa Desedeo.
Enfim, é possível dizer que o trabalho de graduação interdisciplinar explorou
ao máximo o que diz respeito às lingeries funcionais, trabalhando com sucesso a
temática, chegando a um resultado com peças elaboradas, podendo facilmente,
232
agradar ao maior número de consumidoras possível, provocando nas clientes o
desejo de posse das lingeries Desedeo.
233
10 REFERÊNCIAS
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238
APÊNDICES
239
APÊNDICE 01
Cronograma de Atividades
240
CRONOGRAMA DE
ATIVIDADES
Cronograma
Pesquisa Lingerie
Primeira parte de
relatório
Pesquisa de dança
contemporânea
Aplicar questionários
Analise completa dos
questionários
Elaborar painéis
Pesquisa do estado de
design
Pesquisa de
tendências
Pesquisa ergonômica
Pesquisa materiais
Conceituação
Correções
Apresentação da
primeira banca
Geração de
alternativas
Escolha das
alternativas
Apresentação da
segunda banca
Desenvolver peças
piloto
Adequação peça piloto
Fabricação das peças
finais
Ficha técnica
Produção de Moda
Elaboração do plano
de marketing
Finalização do projeto
Entrega do projeto
Apresentação do
Projeto Final
MARÇO
ABRIL
1 2 3 4 1 2
X
X X X
X X
3
MAIO
4
1
2
3
JUNHO
4
1
2
JULHO
3 4 1
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X X X
X
X
X
X X
X
X
X
X
X
X
X
241
APÊNDICE 02
Modelo de Questionário
242
QUESTIONÁRIO
(escolha uma única opção de cada pergunta)
1.
a)
b)
c)
d)
Até quanto você pagaria por um sutiã?
Mais de R$ 150,00
R$ 100,00
R$ 50,00
R$ 25,00
2.
a)
b)
c)
d)
Em relação ao tecido de sua lingerie, prefere que seja de:
Microfibra
Algodão
Tule
Renda
3.
a)
b)
c)
d)
Em relação ao modelo de seu sutiã, prefere que seja de:
Meia taça com bojo
Meia taça sem bojo
Estilo cortininha
Tomara que caia
4.
a)
b)
c)
d)
Você costuma usar sutiãs:
Lisos
Estampados
Com aviamentos como laços, fitas-bebê, strass, etc.
Rendados, clássicos
5.
a)
b)
c)
d)
Você costuma comprar lingeries em:
Lojas multimarcas
Lojas de marca própria
Lojas de departamento
Catálogos
6.
a)
b)
c)
d)
O que você leva mais em conta na hora de comprar uma lingerie:
Conforto
Estética
Preço
Marca
7.
a)
b)
c)
d)
Você costuma deixar qual parte do sutiã aparecer?
Alça do sutiã
Parte frontal do sutiã
Parte de trás do sutiã
Nenhuma parte
8. Você sente mais falta de um sutiã que possa ser usado com:
a) Blusas de alcinha
b)
Roupas decotadas nas costas
c)
Decote nadador nas costas
d)
Blusas frente única
Sugestões para uma lingerie perfeita: ______________________________
243
APÊNDICE 03
Geração de Alternativas – Looks
244
245
246
247
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
APÊNDICE 04
Catálogo
266
APÊNDICE 05
Cartão de Visitas e Tag
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Trabalho de Conclusão de Curso - Camila_1_