DESENVOLVIMENTO DO
APARELHO FARINGEO
E DA FACE
José Eduardo Baroneza
Arcos Faríngeos
Bolsas Faríngeas
Membranas Faríngeas
Desenvolvimento da Tireóide
Desenvolvimento da Língua
Desenvolvimento da Face
Desenvolvimento das Cavidades nasais
Desenvolvimento do Palato
ARCOS, BOLSAS
E MEMBRANAS
FARÍNGEAS
A base embriológica da
formação da face, pescoço e
órgãos anexos
Arcos Faríngeos (Branqueais)
Os arcos faríngeos começam a se desenvolver devido a
células da crista neural ,
migração de
derivadas do processo de neurulação no local
onde a futura região da cabeça e do pescoço irão se desenvolver
Visualisação do processo
de migração de células da
crista neural para formar os
arcos faríngeos
As cristas neurais que migram para formar as estruturas da face são derivadas
ROMBENCÉFALO, que no inicio do desenvolvimento corresponde a uma parte
segmentada do tubo neural onde cada segmento é denominado ROMBÔMERO .
As células da crista neural saem da região dos rombômeros, migram e
estacionam na futura região da face onde se diferenciam em tecido conjuntivo
embrionário (mesênquima)
O mesenquima prolifera e o resultado são saliências na região da futura face do
embrião conhecidas como arcos faríngeos ou branqueais
Arco faríngeo
VENTRAL
LATERAL
Os arcos faríngeos são formados em pares, um de cada lado do embrião. O
Primeiro par se forma no início da quarta semana de desenvolvimento e ao final,
4 pares já estão formados e são visiveis. O 5º e o 6º arco são rudimentares.
Os genes HOX 1-4 estão envolvidos na migração de células da crista neural e na
diferenciação dos 4 pares de arcos faríngeos
O 3º e o 4º arcos faríngeos são envolvidos no decorrer do desenvolvimento pelo
segundo arco faríngeo dando um aspecto liso ao pescoço
Cada arco faríngeo contém em seu interior:
-Uma artéria, originada do tronco arterial do coração primitivo
-Um bastonete cartilaginoso, que forma o esqueleto do arco
-Um componente muscular que transforma em músculos da cabeça e pescoço
-Nervos sensores e motores
Derivados dos Arcos Faríngeos
OSSOS
O Primeiro arco faríngeo é o único a formar duas saliências:
-A SALIENCIA MAXILAR, que origina a maxila, o osso zigomático e a porção
escamosa do vômer por ossificaçao intramembranosa
-A SALIENCIA MANDIBULAR, que origina a mandíbula e o osso temporal
escamoso por ossificação intramembranosa
Identificando ossos derivados do 1º arco
O segundo arco faríngeo contribui, junto com o terceiro e o quarto arco para a
formação do osso hióide
Derivados dos Arcos Faríngeos
CARTILAGENS
1º ARCO – Orelha e cartilagens molde dos ossículos da orelha média: martelo e
bigorna
2º ARCO – Cartilagens molde do estribo (na orelha) e processo estiloide do osso
temporal
4º e 6º ARCO – As cartilagens se fundem para formar as cartilagens laríngeas
A –Vista lateral das regioes da cabeça, pescoço e torax de embriao, ilustrando a
localizacão das cartilagens dos ossos faríngeos
B – Vista de um feto ilustrando os derivados adultos das cartilagens
Derivados dos Arcos Faríngeos
MÚSCULOS
Os músculos que povoam os arcos faríngeos se originam dos derivados de
somitos (miotomos) que migram pra região dos arcos em desenvolvimento e
formam:
1º ARCO – Músculos da mastigação
2º ARCO – Estapédio, estiloióideo, auricular e músculos da expressão facial
3º ARCO – Estilofaríngeo
4º ARCO – Cricocoreóidio, elevadores da faringe
6º ARCO – Músculos intrínsicos da laringe
A -Vista lateral das regiões da cabeça pescoço e torax mostrando músculos
derivados dos arcos faríngeos
B – Desenho das regiões da cabeça e do pescoço de um feto de 20 semanas
mostrando os músculos derivados dos arcos faríngeos
Derivados dos Arcos Faríngeos
NERVOS
Cada arco é suprido pelo seu próprio nervo craniano. Os dois ramos caudais do
nervo trigêmeo inervam as saliencias maxilar e mandibular do primeiro arco. O
nervo facil, o glossofaríngeo e o vago inervam o segundo e terceiro arco e os arcos
caudais respectivamente
A -Vista lateral das regiões da cabeça
pescoço e torax mostrando a inervaçao
dos arcos faríngeos
B – Distribuição dos dois ramos caudais
do nervo trigêmeo
C – Distribuiçao Profunda das fibras
sensitivas dos nervos que suprem os
dentes, a mucosa da lingua, a faringe a
cavidade nasal, o palato e a laringe
BOLSAS FARÍNGEAS
A faringe primitiva, derivada do intestino anterior, alarga-se cefalicamente onde
encontra-se com a boca primitiva e estreita-se caudalmente onde se liga ao
esôfago. O Endoderma da faringe reveste a superfície interna dos arcos faríngeos
em divertículos semelhantes a balões denominados bolsas faríngeas
Cabeças de
setas mostram
as bolsas
faríngeas
O revestimento epitelial endodérmico das bolsas faríngeas da origem a importantes
órgãos da cabeça e do pescoço:
1ª BOLSA – recesso tubotimpânico, cavidade do timpano, tuba auditiva
2ª BOLSA – seio tonsilar, nódulos linfáticos da tonsila palatina
3ª BOLSA – TIMO e SUPERFÍCIE VENTRAL DA PARATIREÓIDE
4ª BOLSA – SUPERFÍCIE DORSAL DA PARATIREÓIDE
Um único par de sulco
faríngeo contribui para a
formação de estruturas
adultas. O 1º par persiste
como meato acústico
externo
DEFEITOS CONGÊNITOS RELACIONADOS
Defeitos na formação de arcos faríngeos resultam nas principais malformações da
face, entre elas:
-Persistência de Partes do Segundo Arco (Cisto branqueal)
-Síndrome do Primeiro arco
CISTO BRANQUEAL
SÍNDROME DO PRIMEIRO ARCO
DESENVOLVIMENTO DA
TIREÓIDE
TIREOIDE
A Tireóide começa a se formar cerca de 24 dias após a fecundação a partir de um
espeçamento endodermico mediano no assoalho da faringe primitiva
O espessamento forma em seguida uma pequena saliencia, denominada
primórdio da tireóide
Após a formação do primórdio da tireóide, este desloca-se ventralmente no
pescoço. Por um curto período a tireóide fica conectada a língau em
desenvolvimento pelo ducto tireogrosso
Inicialmente o primórdio da tireóide é oco, mas logo divide-se em dois lobos, direito
e esquerdo, unidos pelo istmo da tireóide
Na 7ª semana a tireóide assume sua posição e forma final no pescoço e o ducto
tireoglosso desapareçe
Malformações na tireóide podem existir devido a:
-Persistencia do ducto tireoglosso
-Tireóide Ectópica
-Hipotireoidismo congênito
DESENVOLVIMENTO DA
LÍNGUA
LINGUA
No final da quarta semana uma elevação triangular mediana aparece no assoalho
da faringe primitiva. Esta elevação corresponde ao broto lingual e é a primeira
indicação do desenvolvimento da língua
Na seguida dois brotos linguais distais se desenvolvem lateralmente ao broto
lingual mediano. Os 3 brotos resultam da proliferação do mesênquima da porção
ventro medial do primeiro par de arcos faríngeos
A região lingual mais próxima a faringe se desenvolve do 2º 3º e 4º par de arcos
faríngeos
DESENVOLVIMENTO DA
FACE
FACE
Os primórdios da face começam a aparecer no início da quarta semana. São eles:
-UMA SALIENCIA FRONTONASAL
-UM PAR DE SALIÊNCIAS MAXILARES
-UM PAR DE SALIÊNCIAS MANDIBULARES
A saliência frontonasal (SFN) circunda a parte ventrolateral do encéfalo anterior,
que origina as vesículas ópticas, formadoras dos olhos. A parte frontal da SFN
forma a testa enquanto a parte nasal forma o limite da boca e do nariz.
Ao final da 4ª semana, espaçamentos ovalados bilaterais do ectoderma superfícial
denominados placódios nasais desenvolvem-se das partes infero-laterais da SFN
Posteriormente forma-se uma depressão plana em cada placódio denominada
fosseta nasal enquanto as margens proliferam produzindo as saliencias nasais
mediais e laterais
A proliferação do tecido que constitui as saliências maxilares faz com que estas
cresçam em direção uma a outra e as saliências nasais.
A migração medial das saliências maxilares desloca as saliências nasais mediais
em direção ao plano mediano e uma em direção a outra
Cada saliência nasal é separada
por uma fenda, o sulco
nasolacrimal
Ao final da 5ª semana os
primórdios
dos
pavilhoes
auriculares começam a se
desencolcer
EMBRIÃO DE 30-32 DIAS
EMBRIÃO DE 33 DIAS. Observar o desenvolvimento das fossetas nasais
DESENVOLVIMENTO DO
NARIZ
CAVIDADES NASAIS
A medida que se desenvolve, os placódios nasais tornam-se deprimidos formando
as fossetas nasais. Com o tempo, estas de afundam devido a proliferaçao do
mesenquima circundante formando os sacos nasais.
Inicialmente os sacos nasais são separados da cavidade oral pela membrana
oronasal. Esta membrana se rompe na 6ª semana fazendo que as cavidades oral e
nasal se comuniquem
As regiões de continuidade entre as cavidades oral e nasal são as coanas
primitivas. Após o desenvolvimento do palato as coanas se localizam na junção da
cavidade nasal com a faringe
O epitélio ectodermico do teto da cavidade nasal se especializa para formar o
epitélio olfatório. O epitélio olfatório é formado por células receptoras olfativas
(neurônios), cujos axônios constituem os nervos olfatórios, que crescem para os
bulbos olfatórios do encéfalo
Corte frontal das regiões das cavidades oral e nasal em desenvolvimento. Observar
a ligação entre as duas cavidades e o epitélio olfatório
DESENVOLVIMENTO DO
PALATO
PALATO
O Palato se desenvolve em dois estágios:
-Desenvolvimento do Palato Primário
-Desenvolvimento do Palato Secundário
A palatogênese inicia-se no final da 5ª semana e se completa na 12ª semana
PALATO PRIMÁRIO
O Palato primário é originado do processo palatino mediano, uma massa
mesenquimatosa que se localiza entre as saliências maxilares e abaixo das
saliências nasais. O processo forma a parte pré maxilar da maxila e uma pequena
parte do palato duro no adulto
PALATO SECUNDÁRIO
O Palato secundário é o primórdio das partes duras e moles do palato e começa a
se desenvolver a partir da 6ª semana a partir de duas projeções que se estendem
das faces internas das saliências maxilares até se fundirem e formar o “céu da
boca”
Seqüencia de cortes mostrando o desenvolvimento dos processos palatinos
DEFEITOS NA
FORMAÇÃO DA FACE
FENDAS LÁBIO-PALATAIS
-Mais comuns anomalias craniofaciais
-Podem decorrer da falta de fechamento das saliencias maxilar ou mandibular e
assim formar defeitos na formação dos lábios, palatos ou ambos
Úvula, lábio e palato
normais
Fenda palatina unilateral
Fenda da úvula
Fenda palatina
bilateral
Fenda labial unilateral
Fenda labial bilateral
Fenda labiopalatina
Fenda labiopalatina
bilateral
FENDA LABIAL UNILATERAL
FENDA LABIAL BILATERAL
FENDA LABIOPALATINA UNILATERAL
FENDA LABIOPALATINA BILATERAL
Boa noite!
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bolsas faríngeas