COMUNICAÇÕES LIVRES
08:30 | 10:30
OFTALMOLOGIA PEDIÁTRICA
Sala 3B
Mesa | Chair: Isabel Garcia, Dalila Coelho, Ana Paixão
CL16 - 09:00
REFERENCIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS NÃO INSULINODEPENDENTE PARA
OFTALMOLOGIA NO SNS
Filipe Fraga Freitas; Teresa Varandas; Rita Pinto; Ivo Silva; Teresa Quintão
(Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto)
Introdução:
Não existem números precisos sobre a prevalência de cada um dos subtipos de RD (retinopatia
diabética) em Portugal. Desconhece-se de igual modo a percentagem de cada estadio de RD com
que os doentes chegam aos cuidados de saúde terciários. Tal informação tem implicações
organizacionais em termos de alocação de recursos evidentes. No entanto, apesar de existirem em
implementação em Portugal vários programas de rastreio, a maior parte dos doentes não está por
estes abrangida. Assim, a referenciação de doentes com DM II para observação oftalmológica está
ao cargo de três tipos fundamentais de proveniências: doente com médico de medicina geral e
familiar (MGF) pertencente a um Centro de Saúde Clássico, doente sem médico pertencente a um
Centro de Saúde Clássico e doente pertencente a uma Unidade de Saúde Familiar (USF). Pretendese com este estudo identificar os diferentes estadiamentos de RD aquando da primeira referenciação
a oftalmologia no IOGP, e saber se existem assimetrias de RD em termos de diferentes proveniências
de referenciação.
Material e Métodos:
Durante 9 meses todos os doentes de primeira consulta no IOGP com o diagnóstico de DM tipo II
foram encaminhados para a realização de retinografia dos 45º do fundo ocular centrado à fóvea,
amidriática. Destes foram apenas incluídos os que desde o diagnóstico eram observados pela
primeira vez por um oftalmologista.
Resultados:
A amostra obtida ao longo de 6 meses incluiu 90 indivíduos, 50% do sexo feminino. 86,7% não
apresentavam evidência de RD, 7,8% tinham RDNP grave, 3,3% RDNP moderada e 2,2% RDNP
ligeira, verificando-se concordância entre OD e OE. Relativamente à proveniência de referenciação,
35,6% veio de uma USF, 64,4% de um centro de saúde clássico. Quanto ao tempo de referenciação
após o diagnóstico, verificou-se uma média de 56 meses +/- 92 no caso das USF, versus 48 meses
+/-39 meses nos CSC. Apesar de não existir significância estatística (teste de Wilcoxon-MannWhitney), parece existir uma tendência para que existam diferenças entre os dois tipos de
referenciação. Existem diferenças estatisticamente significativas na distribuição das proporções dos
níveis das classificações de RD pelos níveis das classificação de EM (p-value<0,05) nos dois grupos
de referenciação.
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Conclusão:
Trata-se do primeiro estudo, tanto quanto nos foi possível apurar, com estes objectivos. São os
primeiros números de estádio de RD aquando do acesso a uma consulta de oftalmologia após o
diagnóstico de DM não insulinodependente no SNS. Encontrou-se assimetria apenas ao nível de
edema macular cistóide, uma marca de referenciação tardia por parte dos CS. Será necessário
reavaliar o sistema USF Vs. CS de modo ao viés da implementação recente de USF não ter influência
nos resultados, e assim poder-se comparar melhor estes dois sistemas de cuidados de saúde
primários.
Referências:
Observatório da Diabetes. Relatório Anual do Observatório da Diabetes 2011;
http://www.spd.pt/images/relatorioanualdiabetes fev 2011.pdf;
Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal – PREVADIAB 2009 Direcção Geral de Saúde;
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