2º anos
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Fé e Razão
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Fé e Razão
Introdução
Da antiguidade, passando pela Idade Média e
alcançando a Idade Contemporânea, fé e razão é um
tema bastante controverso.
Por quê?
Mas o que é a fé?
E a razão?
Podemos conciliar fé e razão?
Como?
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Conceito
Do latim fides. O termo é empregado em muitas acepções que
poderiam ser divididas em profanas e religiosas. No sentido
profano, significa dar crédito na existência do fato, fazer bom
juízo sobre alguém, expressar sinceridade no modo de agir etc.
Quando o testemunho no qual se baseia a confiança absoluta é
a revelação divina, fala-se de Fé no seu sentido religioso. A Fé,
neste sentido, não é um ato irracional. Com efeito, o espírito
humano só pode aderir incondicionalmente a um objeto quando
possui a certeza de que é verdadeiro. (Pequena Enciclopédia
de Moral e Civismo)
Significa a faculdade de "bem julgar". Tem relação com o
raciocínio discursivo. É conhecimento natural enquanto oposto
ao conhecimento revelado, objeto da fé.
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Histórico
Há duas correntes de pensamento que se cruzam: cristianismo e filosofia
grega. Na antiguidade clássica grega prevalecia a filosofia e o pensamento,
calcado na razão.
Na Idade Média
prevaleceu a teologia,
que é a fé na revelação.
A filosofia era
considerada a ancilla
theologiae (“serva da
teologia”). Embora os
medievais fossem mais
teólogos do que filósofos,
eles se esforçaram muito
para encontrar uma
síntese entre a fé e a
razão.
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No final da Idade
Média, este equilíbrio
se rompe e a filosofia
torna-se independente
da fé e da revelação. É
o aparecimento do
iluminismo, em que
tudo deveria ser
explicado à luz da
razão. É nessa época
que surgem as ciências
e o método teóricoexperimental.
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Pascal, mesmo
sendo homem de
ciência, se rebelara
contra a suprema
autonomia da
ciência. Para ele,
embora a ciência
tenha um poder
extraordinário, ela
não é capaz de
explicar a origem do
Espírito e do
Universo.
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Fé Religiosa
Fé religiosa é a crença nos dogmas das diversas religiões. A
fé católica é a crença nos dogmas estabelecidos pela Igreja católica.
Nesse caso, a fé
pode ser
cega ou raciocinada. Há um
dogma, por exemplo, o da “Santíssima
Trindade”. Podemos crer cegamente,
ou raciocinar em cima dele. A fé cega,
não examinando nada, aceita tanto o
falso quanto o verdadeiro.
Como a maioria das
religiões pretende
estar de posse da
verdade, convém
verificar se os seus
dogmas tendem para
a verdade ou para o
erro.
Paulo resumiu as características fundamentais da fé religiosa nos
seguintes termos: “Fé é a garantia das coisas esperadas e a prova
das que não se veem” (Hebr., II, 1)
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Fé Humana
De acordo com a teologia, a fé é um assentimento da
inteligência, motivado na autoridade alheia: se essa
autoridade é humana, a fé chama-se humana.
Um exemplo: o homem
de gênio que persegue a
realização de alguma
grande empresa triunfa
se tem fé, porque sente
em si que pode e deve
alcançar, e essa certeza
lhe dá uma força imensa.
De acordo com o
Espiritismo, a fé
humana é
caracterizada pela
aplicação de nossas
faculdades às
necessidades terrestres.
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Fé Divina
A fé é divina quando aplicamos as nossas faculdades às
aspirações celestes e futuras. Ela diz respeito à crença, à
adoração de um ente superior.
Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, explicanos que embora queiramos separar didaticamente a fé humana
da fé divina, ela é ao mesmo tempo humana e divina, pois a
nossa confiança em algo não está separada da confiança em
Deus.
Isto simplesmente porque a fé, em primeiro lugar, é
inata. Somente depois é que se torna humana, cega,
raciocinada, religiosa. (1984, cap. XIX, item 12)
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Razão: Inversão de Valores
Na antiguidade, a razão estava aliada ao raciocínio, à
dialética, no sentido de se buscar a verdade das coisas.
Se ela tivesse seguido o
seu curso normal, teríamos
o ser humano voltado para
Deus e não para matéria,
como vemos hoje.
Endeusamos a razão e
não o raciocínio, a
inteligência, a consciência,
o autoconhecimento.
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A razão humana
deveria ser aplicada
para formar o homem
integral, o homem
cósmico e não o
homem-máquina, o
homem-técnica,
desprovido de valores
morais superiores.
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Iluminismo
O iluminismo francês está centrado em Voltaire, Montesquieu e
Rousseau, entre outros.
Apesar das
diferenças de
abordagem de cada
pensador, há pelo
menos dois pontos
em comum:
confiança na
razão e repúdio
à religião.
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Immanuel Kant (1724-1804) é o
representante máximo do
iluminismo alemão. O
iluminismo kantiano é a saída
dos homens do estado de
minoridade devido a eles
mesmos. A minoridade é a
incapacidade de utilizar o
próprio intelecto sem a
orientação de outro. O sapere
aude! kantiano tornou-se o lema
do iluminismo.
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Razão e Ciência
A razão
suspeitava de tudo.
Para a comprovação dos
fatos, precisava de provas,
de fórmulas matemáticas.
Daí, o aparecimento das
diversas ciências, cujo
conhecimento, que se
tornava específico, ia cada
vez mais se desmembrando
do tronco comum da
filosofia.
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O método teóricoexperimental, em todos
os campos do saber, prepara
a revolução industrial. É de
se notar que a revolução
científica, que nasce com o
renascimento, foi uma
revolução do saber; a que
nasce com a revolução
industrial, é uma revolução
da energia.
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Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
Fé, Razão e Revelação são os pontos fundamentais de
suas teorias.
Santo Agostinho
Santo Tomás consegue, por seu
demonstra
claramente sua
vocação filosófica na
medida em que, ao
lado da fé na
revelação, deseja
ardentemente
penetrar e
compreender com a
razão o conteúdo da
mesma.
turno, estabelecer o perfeito equilíbrio
nas relações entre a Fé e a Razão, a
teologia e a filosofia, distinguindo-as
mas não as separando
necessariamente. Ambas, com efeito,
podem tratar do mesmo objeto: Deus,
por exemplo. Contudo, a filosofia
utiliza as luzes da razão natural, ao
passo que a teologia se vale das
luzes da razão divina manifestada na
revelação.
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Fides et Ratio
Para o papa João Paulo II, em sua décima segunda Encíclica,
Fides et Ratio, de 14 de setembro de 1998, fé e razão constituem
as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a
contemplação da verdade.
Segundo o seu ponto de vista, foi
Deus quem colocou no coração
do ser humano o desejo de
conhecer a verdade.
Para provar a sua tese, faz
uma síntese das interrelações entre filosofia,
ciência e religião.
Conclui que nem a ciência e nem a razão (filosofia)
podem prescindir da fé, sob pena de se desviarem da
própria verdade.
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Razão, Fé e Espiritismo
Para o Espiritismo, Razão e Fé pertencem à
essência da natureza humana.
São potências que se atualizam no decurso das
existências.
Parte do geral indiferenciado (reino mineral) para a
diferenciação progressiva (reino vegetal, animal e
hominal), buscando, sempre, a perfeição. A Razão e a
Fé estão centradas no eixo, que é a Vontade. Esta,
por sua vez, assenta-se no Livre-Arbítrio, princípio de
liberdade, sem o qual a Razão de nada serviria e a Fé
não teria sentido. (Pires, 1983, p. 47)
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Conclusão
A fé, direcionada pela razão, encaminha-nos
para a atualização do nosso ser.
Para a realização de nossas tarefas,
creiamos em nossas próprias forças.
Não nos esqueçamos, contudo, de pedir
humildemente o beneplácito do divino amigo.
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Bibliografia Consultada
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e
Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed.
São Paulo: IDE, 1984.
PIRES, J. H.. Introdução à Filosofia Espírita. 1.ed., São
Paulo, Paideia, 1983.
Texto em HTML
http://www.sergiobiagigregorio.com.br/filosofia/fe-erazao.htm
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