XLV CONGRESSO DA SOBER
"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"
ANÁLISE PRELIMINAR DA PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DE
CELULOSE NO BRASIL: CAMINHOS E DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DE
ÁLCOOL NO RIO GRANDE DO SUL.
OMAR INÁCIO BENEDETTI SANTOS; GUSTAVO PASQUALI STEINHORST;
FELIPE CASAGRANDE RODRIGUES; ANTONIO DOMINGOS PADULA;
RODOLFO OLIVEIRA BORBA.
UFRGS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
[email protected]
APRESENTAÇÃO ORAL
SISTEMAS AGROALIMENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Análise preliminar da produção de etanol a partir de celulose no Brasil: Caminhos e
Desafios para a Produção de Álcool no Rio Grande do Sul.
Grupo de Pesquisa: Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais
RESUMO
A produção de etanol a partir da cana de açúcar no Brasil tem contribuído nos últimos anos
para a substituição dos combustíveis fósseis. As vantagens do Brasil em relação a outras
potências no setor se dão principalmente por questões de clima favorável, solos férteis,
base tecnológica e o aprendizado da cadeia produtiva em seus mais de 30 anos de
desenvolvimento. A evolução do balanço energético em favor do etanol tem incentivado
novas pesquisas para a obtenção desse combustível a partir de outras matérias-primas.
Dentre essas iniciativas, tem-se a produção de etanol a partir de celulose como uma das
áreas que estão despertando o interesse dos diferentes centros de pesquisas nos países
desenvolvidos. Essa celulose pode ser derivada de resíduos agrícolas e produtos e resíduos
florestais. Assim, a produção de etanol a partir de celulose abre novas perspectivas para
estados brasileiros até então fora do eixo produtivo do etanol (PR, RS e outros). Diante
dessa problemática, o presente trabalho objetiva a caracterização e entendimento do estado
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da arte das diferentes rotas tecnológicas e alternativas de configurações produtivas ora
existentes em diferentes partes do mundo para a produção de etanol a partir de celulose.
Para isso foram pesquisadas as principais empresas do setor madereiro e industrial ligados
a produção de álcool a partir de celulose. A introdução dessa cadeia produtiva no sul do
Brasil vem gerando discussões na sociedade gaúcha, muitas são as razões apresentadas, no
entanto é necessário que aconteça o debate para que se evite tomar decisões apressadas
sem a necessária reflexão. A capacidade das florestas planejadas em fornecer energia tem
se mostrado em outros lugares do globo como promissora, pois o balanço energético é
positivo, além do aumento do seqüestro de carbono, importante em tempos de aquecimento
global. O consórcio com outras culturas agrícolas poderá tornar-se fonte de diversificação
produtiva para pequenos produtores que residem em área degradadas ou com baixo
dinamismo econômico. Existe a necessidade de novas pesquisas e um aprofundamento das
pesquisas das questões ambientais envolvidas, além de uma melhor verificação da
viabilidade econômica e social desses projetos.
Palavras chave: Etanol, Biorefinaria, Biomassa, Agroenergia, Bioenergia.
Preliminary Analysis of Cellulose-based Ethanol Production in Brazil: Pathways and
Challenges in the Rio Grande do Sul Alcohol Production.
ABSTRACT
The production of ethanol from sugarcane in Brazil has contributed towards the
replacement of fossil fuels over the past few years. Brazil has advantages over the other
powerhouses in the industry due to its favorable climate, fertile land, technological base,
and the expertise acquired by the production chain over the 30 years of its development.
The evolution of the energy balance in favor of ethanol has encouraged new research
dedicated to obtaining this fuel from other sources. Among those initiatives, the production
of ethanol from cellulose is one of the areas drawing the interest of different research
centers in developed countries. Such cellulose can be obtained from agricultural waste and
forest products and waste. Hence, the production of ethanol opens up new perspectives for
Brazilian states that have up to the moment been left outside the ethanol production axis
(Paraná, Rio Grande do Sul and others). In light of this backdrop, this paper aims at
characterizing and understanding the state of the art in different technological courses and
production configuration alternatives present in different parts of the world regarding
cellulose-based ethanol production. To that end, research was conducted at the lumber and
industrial companies connected to cellulose-based ethanol production. The introduction of
this production chain in southern Brazil has generated discussions among the Rio Grande
do Sul population, and many are the reasons presented; however, the debate is necessary to
prevent us from making hasty decisions without the required consideration. In other parts
of the globe, the ability of planned forests to provide energy is promising, given the
positive energy balance and the increase in carbon dioxide sequestering, paramount in
times of global warming. The association with other crops may become a source of
productive diversity for small farmers residing in degraded areas or those presenting low
economic dynamism. There is the need to develop new research efforts and look more
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deeply into the environmental issues involved, as well as further assessment on the
economic and social viability of such projects.
Keywords: cellulosic ethanol. Biorefinery, Biomass, agrienergy, bioenergy.
1. INTRODUÇAO
Os desenvolvimentos tecnológicos para melhorar a qualidade de vida iniciaram-se
com a revolução industrial no final do século XVIII. A produção de bens e serviços para
atender as necessidades das pessoas tem negligenciado os impactos negativos sobre o meio
ambiente (OVEREND,2004).
O consumo total de energia tem aumentado num ritmo muito forte nos últimos
anos. Com o crescimento e desenvolvimento dos países, cada vez mais energia é requerida,
mesmo com os avanços tecnológicos que aumentaram a eficiência das máquinas.
A partir da percepção de que um padrão de crescimento e desenvolvimento que
agrida a natureza não é sustentável, entendendo a sustentabilidade como o atendimento das
condições econômicas, sociais e ambientais, começou-se a pensar alternativas que
mantivessem o padrão de crescimento, aliado a um menor impacto ambiental, que pudesse
comprometer as futuras gerações. Em termos gerais sustentabilidade é atender os objetivos
das gerações atuais sem comprometer as futuras gerações (OVEREND,2004).
Pode-se dizer que a emergência de um desenvolvimento sustentável têm requerido
o desenvolvimento de políticas econômicas, sociais e ambientais para estabelecer uma
nova perspectiva que possa responder de forma direta aos problemas ecológicos,
econômicos e sociais de nossa era.
Uma das questões que serão discutidas nesse artigo é a oportunidade de investir em
projetos de produção de etanol a partir de celulose, que poderá aumentar a inserção
internacional do Estado do Rio Grande do Sul (RS).
Para exemplificar a situação do RS, os 10 maiores municípios gaúchos, segundo a
participação do Valor Agregado Bruto da Agropecuária, respondiam em 2003 por
aproximadamente 10% do PIBpc do RS. Além disso, os Conselhos de Desenvolvimento
(COREDES) Central, Campanha, Fronteira Oeste e Fronteira Noroeste respondiam em
2003 por apenas 10,8% do PIB gaúcho (FEE, 2007).
Essas regiões correspondem a áreas de alto nível de analfabetismo, e menor
dinamismo econômico. Em todo o estado existem problemas econômicos, mas nessas
regiões a falta de empreendimentos industriais aliada a uma produção agrícola ligada ao
mercado de commodities torna o pequeno produtor vulnerável às oscilações nesses
mercados.
Por outro lado, os COREDES Metropolitano, Serra e Vale do Rio do Sinos
respondiam por 50 % da economia gaúcha em 2003. Nesses lugares encontramos
empreendimentos industriais diversificados, e uma agricultura voltada para a exportação,
principalmente de produtos acabados como o vinho, além de frutas de alto valor agregado
nos mercados internacionais (FEE,2007).
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Nada pode justificar a introdução de empreendimentos que agridam o meio
ambiente e não tragam nenhum beneficio para as regiões em que se instalam, pois é
consenso que é preciso aplicar as novas tecnologias de forma a evitar a degradação dos
solos, a contaminação das águas, enfim, evitar que se percam os recursos naturais
necessários ao bem estar de toda a humanidade. Esse processo também passa por uma
oferta sustentável de energia. Para promover uma qualidade de vida sustentável para todos
é preciso que se oferte alimento, energia, fertilizantes, enfim tudo o que é necessário, mas
sem afetar o meio ambiente de forma negativa (OVEREND,2004; ALAIN, 2006).
As questões envolvidas com a produção de combustíveis renováveis são muitas e
com muitas conseqüências. A integração entre a produção agrícola e industrial corresponde
a uma nova forma de organização da produção. Existem muitas incertezas associadas à
produção industrial, tais como tecnologias de obtenção de etanol a partir de celulose
(ALAIN,2006).
Esse novo padrão ira afetar as sociedades de diferentes maneiras: no estilo de vida,
nas cadeias de valor industriais e agrícolas, enfim a economia como um todo
(ALAIN,2006).
Em vista dessas questões, e da complexa rede de relações que a produção de
combustíveis renováveis envolve, e dado também o limite dos agentes econômicos para
processar as informações, torna-se importante desenvolver ferramentas analíticas, que
contenham as mais diferentes disciplinas e experiências de seus pesquisadores.
Além dessas ferramentas o desenvolvimento de instituições locais que apóiem os
projetos de produção de energia renovável, pode tornar-se um fator de competitividade da
produção de energia renovável (FAUCHEAUX e O’CONNOR, 2004).
Essas novas ferramentas precisam superar as limitações de abordagens que
privilegiam aspectos isolados, isto é, não é possível compreender a produção de energia
renovável (combustíveis, por exemplo) sem levar em consideração aspectos ambientais,
sociais , técnicos, econômicos e financeiros de maneira integrada. Ou seja, não é prudente
levar adiante um projeto de produção de etanol a base de celulose, por exemplo, sem que
se verifiquem questões agroclimáticas, sociais, tecnológicas e financeiras, pois cada um
desses aspectos tem uma dinâmica que pode inviabilizar essa produção.
A partir da constatação da emergência de um novo padrão de produção de
energia e da configuração de um novo arranjo produtivo, voltado para a produção de
energia a partir de biomassa, em especial para a produção de etanol a partir de celulose,
fica a dúvida sobre os desdobramentos sociais, econômicos e ambientais da decisão de
implantação dos projetos de reflorestamento no sul do Brasil.
Além disso, quais são as condicionantes que viabilizariam a implantação de
uma usina de produção de etanol a partir de celulose, derivada de produção
especificamente destinada ou fornecimento de resíduos florestais e culturais(casca de
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arroz, de milho, etc) para a produção de etanol. As dúvidas centrais referem-se
principalmente a aspectos tecnológicos e produtivos (organização da produção).
Diante dessas questões o objetivo desse artigo é a caracterização e entendimento do
estado da arte das diferentes rotas tecnológicas e alternativas de configurações produtivas
ora existentes em diferentes partes do mundo para a produção de etanol a partir de
celulose. Para isso foram pesquisadas as principais empresas do setor madeireiro e
industrial ligados a produção de álcool a partir de celulose. Além disso, será abordado de
maneira introdutória a viabilidade de instalação dos arranjos produtivos de reflorestamento
em andamento no sul do país, e as possibilidades de introdução da produção de álcool a
partir dessa produção. Além da revisão da literatura foi efetuada uma pesquisa com os
responsáveis pelo projeto de reflorestamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul,
e pesquisa de dados junto às empresas envolvidas com esses projetos, para a obtenção de
informações sobre a configuração produtiva e seus elementos viabilizadores.
Um dos principais impactos sobre o meio ambiente é a emissão de gás carbônico –
CO2 – resultante da utilização de combustíveis não renováveis. O aumento das emissões
de CO2 pode colocar e risco o equilíbrio entre economia e meio ambiente. A função
econômica é movida por três variáveis: força de trabalho, recursos e produtividade. Se os
recursos começarem a escassear, pelo uso não sustentável , poderemos chegar a um
impasse que poderá comprometer a sobrevivência do atual padrão de acumulação de
capital e a própria sobrevivência humana (ALAIN,2006).
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
A produção de etanol começou no Brasil em 1975 com a introdução do
PROALCOOL, para a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. Nos anos de 1990 os
produtores precisaram reorganizar-se em virtude de problemas com a demanda de álcool
no país. O aumento na adição de etanol anidro na gasolina trouxe novas oportunidades de
negócio para os produtores rurais e industriais. Esse programa também foi afetado pelas
condições no mercado de açúcar, elevada produção e instabilidade nos preços levaram a
desestruturação do setor. Após 30 anos o setor comemora aumentos seguidos de produção
e produtividade.
No ano de 2005 a produção de etanol baseado na cana-de-açucar foi de
aproximadamente 410 milhões de toneladas no mundo todo. A produção de etanol do
Brasil e dos Estados Unidos representam 72% do Mercado mundial de etanol
(WALTER,2007).
A produção de etanol, no entanto, pode ser obtida de várias matérias-primas.
Temos a possibilidade de obter esse combustível a partir de celulose, que pode ser obtida
de palha de cana-de-açucar, resíduos de produção agrícola e de florestas planejadas.
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Apesar de todos os desenvolvimentos tecnológicos, a produção de biomassa
necessita ainda que se aumente a produtividade , por exemplo, do etanol, no caso de
obtenção a partir de celulose, pois as rotas tecnológicas ainda estão em fase de
amadurecimento e desenvolvimento de novas tecnologias para obtenção desse combustível
no Brasil. Além disso, é necessário, para uma maior difusão dessa produção, o aprendizado
da cadeia para a redução nos custos e conseqüentemente no preço final ao consumidor.
Essa redução dos custos de obtenção poderá se tornar uma fonte de competitividade
dos combustíveis renováveis em relação aos combustíveis fósseis. Essa redução de custos
torna-se fator importante de aceitação da introdução de novos combustíveis, como o
biodiesel e o etanol, em paises que ainda não desenvolveram uma consciência ecológica
capaz de fazê-los pagar mais por um produto, mesmo que esse produto consiga reduzir os
efeitos negativos da emissão de CO2 na atmosfera. Em síntese é preciso aumentar a oferta
de energia sem aumentar o uso dos recursos naturais e ainda reduzir os atuais níveis de
impacto negativo sobre o meio ambiente (HARRISON, 2004).
A atual postura do governo Americano frente a problemas como o aquecimento
global e a dependência de petróleo de regiões conflituosas do planeta, tem trazido à tona na
imprensa mundial a questão energética, o que leva a criação de outras iniciativas pelo
mundo (CLERY,2007).
Em todo o mundo grandes investimentos estão sendo efetuados para viabilizar a
produção de etanol a partir de celulose, estimando-se que, em 2020, apenas nos EUA,
cerca de 30 bilhões de litros de álcool poderiam ser obtidos dessa fonte (PLANO
NACIONAL DE AGROENERGIA,2006).
No contexto de uso de petróleo e aumento das emissões de CO2 e seus efeitos sobre
o meio ambiente, é necessário considerar seriamente que as sociedades precisam
desenvolver alternativas energéticas sustentáveis, ou seja, que atenda as necessidades
energéticas, econômicas e ambientais.
Um dos problemas enfrentados para a adoção de um padrão de produção de energia
sustentável é o lobby feito por empresas produtoras de petróleo. Essas barreiras contam
com financiamentos substanciais, fornecendo elementos de pesquisa para comprovar que
os efeitos sobre o meio ambiente não são consideráveis e que não há problema nenhum no
uso de petróleo (ALAIN,2006).
Em termos gerais é preciso aplicar as novas tecnologias de forma a evitar a
degradação dos solos, a contaminação das águas, enfim, evitar que se percam os recursos
naturais necessários ao bem estar de toda a humanidade. Esse processo também passa por
uma oferta sustentável de energia. Para promover uma qualidade de vida sustentável para
todos é preciso que se oferte alimento, energia, fertilizantes, enfim tudo o que é necessário,
mas sem afetar o meio ambiente de forma negativa (OVEREND, 2004).
2.1 BIOMASSA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE CELULOSE
No Brasil, o consumo de madeira é de 300 milhões de m3/ano, sendo cerca de 100
milhões m3/ano de florestas plantadas para uso industrial. Em 2001, o consumo industrial
foi estimado em 166 milhões de m3/ano, compreendendo: 32 milhões de m3 para papel e
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celulose; 45 milhões de m3 para carvão vegetal; 29 milhões de m3 para lenha industrial; e
60 milhões de m3 para produtos sólidos (serrados, laminados, painéis, etc.).
No Brasil, a participação das florestas plantadas cresceu sensivelmente nos últimos
anos. No segmento de papel e celulose, 100% da madeira provêm do reflorestamento. Para
a indústria de carvão vegetal, a área de florestas plantadas cresceu de 34% (1990) para
72% (2000). No setor de produtos sólidos, de 28% (1990) para 44% (2000). Estima-se em
6,4 milhões de hectares as florestas plantadas no Brasil, sendo 4,8 milhões de hectares de
eucaliptos e pínus e cerca de 2,6 milhões de hectares adicionais de florestas nativas
intercaladas.
Segundo dados do Censo Agropecuário de 1995/96, os plantios de eucalipto, nos
principais estados produtores, se concentram em áreas superiores a 1,0 mil hectares tais
como nos estados de Minas Gerais (83%), São Paulo (63%), Espírito Santo (79%), a
exceção de Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde predominam em áreas inferiores a 50
hectares (52% e 46%, respectivamente). Segundo a Embrapa floresta as estimativas de
crescimento da produção de eucalipto são otimistas (IBGE, 2007).
No Estado do Rio Grande do Sul, se inicia atualmente um projeto de expansão de
fronteira silvícola com previsão de aumentar as áreas reflorestadas para cerca de 900.000
ha, sobretudo com floresta de eucalipto. Do beneficiamento dessa madeira resultará uma
quantidade considerável de matéria-prima para as indústrias de base florestal que estão
realizando vultosos investimentos no setor, assim como resíduos florestais que, se não
tiverem destino adequado poderão causar sério impacto ao meio ambiente (ABRAF, 2006).
Existem dois grandes temas que precisam ser melhor analisados para que se
entenda o que vem ocorrendo no Brasil e no Rio Grande do Sul: o desenvolvimento local e
a geração de energia. O impacto ambiental da implantação de uma área com cultivos
extensivos de árvores exóticas (eucalipto e pinus) têm dominado a discussão sobre o
“crescimento da metade sul”. É preciso que se amplie esse debate, para que novas
alternativas possam surgir.
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Produtos
Madeireiros
Consumo Industrial
Lenha
Consumo Doméstico
Sementes e
Mudas
Usinas Integradas
Produto Ferro Gusa
Fertilizantes
PRODUÇÃO
FLOREST AL
Siderurgia
Carvão Vegetal
Agroquímicos
Forjas Artesanais
Produto de Ferro
Ligas
M
E
R
C
A
D
O
Consumo Doméstico
Máquinas e
Equipamentos
Produtos
Não-madeireiros
Serrarias
I
N
T
E
R
N
O
Indústria de Móveis
Indústria de Papel
Borracha
Celulose
Outros Usos
Gomas
Indústria
Química,
Farmacêutic a,
Automobilística
Alimentícia, etc.
e
Cêras
Produtos de
Madeira Sólida
Fibras Tanantes
Madeira Im unizada
Madeira Serrada
Aromáticas,
Medicinais e
Corantes
MDF
Aglomerado
Madeira
Processada
Painéis de Madeira
Reconstituídos
Chapa de Fibra
Compensado
OSB
E
X
T
E
R
N
O
Figura 1. Cadeia produtiva do setor florestal
Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas- ABRAF - Anuário estatístico da
ABRAF : ano base 2005. Brasília, 2006.
Na figura 1 tem-se a configuração da cadeia produtiva da madeira no Brasil.
Existem possibilidades de aproveitamento dos resíduos para a produção de etanol, além da
destinação da produção de cavacos para esse fim.
FOTOSSÍNTESE
O CO2 liberado pela
Biorefinaria e pelos
veículos e reabsorvido
pela próxima safra
Plantas absorvem
energia solar e CO2
para crescer
COMBUSTÍVEL
COLHEITA
Os resíduos agrícolas e
florestais são coletados
e levados até a
indústria
O etanol de celulose é
misturado a gasolina
Biorefinarias convertem
a celulose em etanol,
eletrecidade e CO2
CONVERSÃO
Figura 2. Ciclo Limpo de Produção de Combustível
Fonte: adaptado de IOGEN - Etanol Process Overwiew. Canadá. (2007).
A figura 2 demonstra o ciclo de produção de combustível a partir das plantas.
Resíduos agrícolas, resíduos florestais e produtos florestais representam uma nova
fronteira em termos de produção de combustível renovável.
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O Brasil reúne condições agrícolas e econômicas propícias para desenvolver e se
beneficiar das tecnologias de utilização de lenha e outras biomassas para fins energéticos,
por ser privilegiado em termos de extensão territorial, insolação e água, fatores essenciais
para produção de biomassa em grande escala.
Neste mesmo sentido, uma grande quantidade e variedade de resíduos florestais são
geradas anualmente pelas diversas indústrias de base florestal, por exemplo, a geração de
resíduos na cadeia produtiva de serrados de Pinus é da ordem de 75%, ou seja, apenas 25%
do volume total de uma árvore é colocado no mercado na forma de tábuas, caibros, ripas,
etc (BRAND,2004).
Segundo a ABRAF (2006) as florestas plantadas são atualmente a principal fonte
de matéria-prima florestal e importante fator de competitividade para os segmentos de
celulose e papel, painéis de madeira, siderurgia a carvão vegetal, energia industrial,
produtos sólidos de madeira, móveis de madeira, entre outros, conforme Figura 1.
No estado do rio Grande do Sul temos também a produção e exportação de cavacos
de madeira, principalmente para o Japão. Essa produção poderia atender a uma usina de
produção de etanol a partir de celulose no Estado. A exportação de cavacos em 2005 foi de
380.968 toneladas (SAA,2006).
2.2 ETANOL A PARTIR DE CELULOSE
A produção de etanol a partir de celulose depende do processo de pré-tratamento,
pois isso evita a perda da fermentação. Essa etapa irá determinar a produtividade de álcool
nas outras etapas, pois um processo efetivo converte o substrato em açucares mais simples
(USDA, 2007).
A fermentação dos açúcares produz etanol. Esse açúcar pode ser derivado de
inúmeras fontes, inclusive de madeira e resíduos agrícolas. O material que formam esses
compostos é feito de lignocelulose e hemi-celulose, que em essência são longas cadeias de
açucares, protegidas pela lignina. A separação da lignina é normalmente feita por hidrólise
ácida. Essa separação produz uma grande variedade de açucares, e alguns deles não são
fermentáveis, como a pentose. A indústria americana tem procurado alternativas de uso
desses sub-produtos (WER,1999).
Segundo Carlos Eduardo Vaz (2007) pesquisador da Universidade de Campinas a
produção de etanol a partir da celulose contida no bagaço da cana pode atingir 200 bilhões
de litro por ano em 20 anos. Essas pesquisas também poderiam ser direcionadas para
outras fontes de celulose, como as que estamos tratando aqui.
Esse aproveitamento de todos os produtos poderá tornar a indústria de etanol a
partir de celulose competitiva em relação a outras indústrias de produção desse
combustível. O volume produzido de etanol a partir de 1 tonelada de celulose é de 340
litros, dados referentes a empresa IOGEN(2007).
A tecnologia para produzir etanol a partir de celulose possui características
próprias, pois cada processo consegue obter maior ou menor produtividade de açúcares
fermentáveis. A empresa IOGEN S/A desenvolveu a hidrólise enzimática. Esse processo
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obtém glucose, a partir da enzima desenvolvida pela empresa, o processo continua para a
separação da lignina e depois é fermentado a glucose que produzirá álcool (WER,1999).
Esse processo é chamado de hidrolise enzimática ácida porque o pré-tratamento é
realizado a alta temperatura e na presença de ácido sulfúrico. Esse processo é amplamente
utilizado nos Estados Unidos e Europa (WER,1999).
FIBRAS/
CELULOSE
Enzimas
Pré-tratamento
Hidrólis e Enzim ática
Produção de
Enzimas
Separação
Geração de Força
Fermentação do Etanol
Des tilação
Etanol de
celulose
Eletricidade
Figura 3 : Produção de Etanol a partir de Celulose.
Fonte: Adaptado de IOGEN- Etanol Process Overwiew. (2007).
De maneira geral podemos observar a produção de madeira como tendo algumas
destinações, dentre elas a produção de etanol. Na figura 3 temos a produção agrícola, e a
rota tecnológica de produção de etanol. A hidrólise representa a tecnologia internacional de
obtenção de etanol.
O Brasil detêm a tecnologia de obtenção de álcool a partir da palha da cana-deaçucar, que também é feita por hidrolise enzimática ácida. Segundo alguns pesquisadores o
que precisamos é adaptar os processos para a produção com outras fontes de celulose. No
Brasil existem empresas que já desenvolveram os projetos de produção de etanol a partir
de celulose usando a hidrolise enzimática.
Questões tecnológicas provavelmente não são
um impedimento ao
desenvolvimento da cadeia produtiva de etanol a partir de celulose, dado que existem
empresas solicitando recursos ao BNDES para financiar a implantação de uma biorefinaria
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de produção de produtos a base de cana-de-açucar, segundo Pedro Wongstchowski ,
presidente da OXITENO (INOVAÇÃO, 2007)
Talvez ainda estejamos longe de implantar unidades em escala comercial, mas há a
necessidade de discutirmos á exaustão os projetos, para que se minimize os riscos e
incertezas associados a esta produção.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta seção tem por objetivo apresentar o conceito de biorefinaria, biomassa e
bioenergia, que são a base das futuras pesquisas a serem realizadas.
Pode-se entender a configuração da indústria de etanol como uma biorefinaria e,
portanto esse conceito será explorado, como forma de estabelecer um marco teórico para
futuras discussões.
Outro assunto tratado nessa seção é a de desenvolvimento regional, dando ênfase
na articulação que precisa existir entre poder público e as empresas para a transformação
do crescimento econômico em desenvolvimento efetivo.
2.1 BIOREFINARIA, BIOMASSA E BIOENERGIA
O aumento da população mundial torna necessário praticar uma agricultura
sustentável com o máximo de aproveitamento, sem afetar os recursos do meio ambiente.
Dentro desse contexto surge a produção de energia renovável. Há tempos os pesquisadores
vêm se dedicando à obtenção de produtos químicos a partir de plantas de lavoura, que em
essência representa o conceito de agroenergia. A produção de produtos químicos derivados
de plantas de lavoura é realizada em uma biorefinaria ou bioindústria. (DOELLE,2003).
O conceito de agroenergia é um pouco diverso do conceito de bioenergia, que
representa todas as formas de energia renovável, incluindo a eólica, hidrogênio e outras.
Essa distinção precisa ser feita em debates acadêmicos mais especializados.
O conceito de biorefinaria é essencialmente interdisciplinar, ele envolve desde
engenharia civil, química, economia, gestão, agronomia, enfim, todas as disciplinas
envolvidas na criação e gestão da produção de combustíveis renováveis.
Esse conceito baseia-se no renascimento do uso de biomassa para produzir
combustiveis, produtos químicos e outros materiais. Essa integração representa uma nova
fronteira, seja econômica ou mesmo tecnológica. Essa produção voltada para o
fornecimento de combustíveis e produtos tem sido organizada tendo um vista um equilíbrio
econômico e ecológico. Tem havido uma integração entre pequenas propriedades agrícolas
e médias e pequenas indústrias.
Uma biorefinaria depende da oferta regional de insumos para funcionar, e a partir
dessa organização ela consegue dinamizar a produção agrícola, tornando-a independente
de flutuações nos preços, pois essa produção deixa de ser uma commoditie para se tornar
insumo industrial(DOELLE,2003).
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Um arranjo produtivo baseado em uma “biorefinaria” não é apenas um desafio
em termos tecnológicos, mas também em termos de estrutura organizacional (unidades
centralizadas e descentralizadas) além de toda a integração com a produção agrícola e com
o meio ambiente. Os efeitos encadeadores da produção de produtos industriais a partir de
produtos agrícolas e restos de culturas poderá substituir o petróleo, desde que se consiga
integrar de maneira efetiva a produção industrial e agrícola (KROMUS et al, 2004).
A proposta básica de uma biorefinaria é integrar, dependendo do objetivo, a
produção agrícola e a indústria química, ou a produção agrícola e a indústria de
combustíveis, ou mesmo a farmacêutica (LEITSINGER, 2003).
Nesse artigo estamos propondo que se estabeleça uma correspondência teórica
entre a biorefinaria e a usina produtora de etanol a partir de celulose. Ao fazer isso temos
condições de definir elementos capazes de avaliar a implantação e desenvolvimento das
cadeias produtivas de etanol a partir de celulose no Brasil.
Esse procedimento se faz necessário como ponto de partida, dado que no Brasil
a atividade é recente e ainda não dispõe de uma estrutura produtiva formalizada e acabada,
capaz de fornecer elementos para o desenvolvimento de aportes teóricos. As principais
variáveis que podem ser utilizadas para se buscar entender essa produção no Brasil são:
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
Produção Florestal para a produção de etanol;
Volume de insumos para atender a indústria;
Distâncias da produção agrícola e do fornecimento de insumos;
Mão-de-obra para atender a operação da indústria;
Mão-de-obra envolvida na produção agrícola;
Estruturas de Distribuição e Logística de Suprimentos;
Estruturas de Comercialização;
Fatores de Localização.
Esses dados irão compor um conjunto de informações que poderão ser capazes
de determinar os impactos, tanto na estrutura da empresa e suas decisões, quanto os
impactos sobre a economia local.
Como ressaltado antes, esses elementos servirão para futuras pesquisas em
relação à viabilidade técnico econômica das biorefinarias de etanol. Não se trata apenas de
aplicar ferramentas de viabilidade financeira, no inicio desse artigo chama-se a atenção
para o desenvolvimento de ferramentas interdisciplinares, capazes de auxiliar os agentes
econômicos em suas decisões, reduzindo ao máximo as incertezas e riscos inerentes.
2.2 DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
O desenvolvimento econômico tem sido estudado sob diversas abordagens. Muitos
teóricos relegam ao segundo plano a componente “espaço”, que representa a localização
das atividades humanas, em seus estudos sobre impactos econômicos.Existe uma
diversidade de situações que não podem ser agrupadas em simples modelos
macroeconômicos de desenvolvimento. Cada região guarda interrelações que podem levar
certos “planos” a não atingirem o efeito desejado pelos governantes (LOPES,1980).
A localização, que acontece no espaço, condiciona o desenvolvimento e este é
condicionado pelas localizações, ou seja, pelas características espaciais. Em vista dessa
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organização espacial impõem-se novas políticas de médio e longo prazo, novas formas de
gerir esse desenvolvimento. O desenvolvimento regional não pode ser confundido com a
organização das sociedades em termos espaciais, esse último assunto tem sido estudado a
exaustão desde os tempos de Cantillon (LOPES,1980).
Entende-se desenvolvimento como o atendimento das condições de sobrevivência
de todas as pessoas, ou seja, não interessa apenas o crescimento econômico, embora esse
seja meio de atingir o desenvolvimento, mas o acesso de todos as riquezas sem esquecer de
atender os aspectos ambientais (LOPES,1980).
A maior parte das teorias que trata sobre desenvolvimento econômico enfatizam a
dinâmica do crescimento, paradoxalmente um tanto mecânica, pois não abordam a história
completa do desenvolvimento e respondem mais ao “como” do que o
“porquê”(BOISIER,1989).
O desenvolvimento a longo prazo de uma região, e não apenas seu crescimento
econômico, pode ser explicado como resultado da interação de três forças. Primeiramente o
desenvolvimento depende de sua participação relativa no uso de recursos nacionais. O
segundo aspecto são os efeitos (regionais) implícitos ou indiretos das políticas
macroeconômicas e setoriais. Em terceiro lugar temos a capacidade de internalizar
regionalmente o próprio crescimento. Em linguagem econômica significa a capacidade de
reter e reinvestir na região uma parcela do excedente gerado pelo crescimento econômico.
Implica também em transformar em benefícios sociais o crescimento econômico,
estabelecendo um padrão endógeno de desenvolvimento (BOISIER,1989;
BARQUERO,2001).
Barquero (2001) sustenta, ao contrario dos modelos neoclássicos, que cada fator e o
conjunto de fatores determinantes da acumulação de capital criam um entorno no qual
tomam forma processos de transformação e de desenvolvimento das economias. As
economias locais e regionais desenvolvem-se e crescem quando se difundem as inovações
e o conhecimento entre as empresas e os territórios, de tal modo que aumenta o número e a
diferenciação dos produtos, diminuem os custos de produção e se consolidam as
economias de escala.
O autor afirma ainda que quando as economias locais conseguem criar sistemas de
alianças e redes de cooperação, novas formas de organização do sistema produtivo surgem
, trazendo para a região um diferencial competitivo baseado em economias internas de
escala, economias externas e economias em termos de redução de custos de transação, pela
redução dos chamados custos de transação entre os atores, em virtude do aumento da
confiança, proporcionado pela maior interação entre as empresas(BARQUERO,2001).
Assim como Boisier (1989) Barquero(2001) traz em primeiro plano a articulação
entre a sociedade e os sistemas econômicos, são abordagens voltadas para a ação, para a
busca dos fatores que podem diferenciar uma região e com isso aumentar a capacidade de
aumentar o bem-estar dessa mesma sociedade, que materializa-se na distribuição de renda
e aumento do poder de participação social. A luz desses conceitos pode-se tentar entender
o atraso relativo de algumas regiões tanto no Brasil, quanto no mundo.
3. DISCUSSÃO PRELIMINAR
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3.1 DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL
Em 2003 o governo estadual lançou o programa Proflora, dentre outros objetivos o
programa prevê fomentar o florestamento comercial em municípios da Metade Sul através
do Programa Florestal da Região Sul. O projeto prevê a implantação de 40 mil hectares de
eucaliptos, gerando, até 2014, receita bruta de R$ 200 milhões para os produtores. Está
prevista a integração de 7,5 mil pequenos produtores de 27 municípios das regiões Zona
Sul e Campanha à base de produção agroflorestal em implantação na Metade Sul. Essa
integração se dará também com a participação de pequenos e médios agricultores - com
áreas de até 300 hectares - ao investimento de implantação de base florestal da VCP na
região(SEDAI,2006).
O clima e solo adequados, assim como condições de logística, com estradas de
ferro e portos, foram fundamentais para a escolha da Metade Sul para receber o
investimento. Conforme a Emater, o setor de florestamento participa com 4% no PIB
nacional e fatura US$ 21 bilhões. Os agricultores receberão capacitação, projeto e
assistência técnica da Emater para o plantio das florestas. Além disso, serão orientados
quanto à preservação ambiental da propriedade, recebendo para isso, gratuitamente da
VCP, mudas de árvores nativas para reflorestamento, especialmente das matas
ciliares(SAA,2006).
O eucalipto poderá ocupar até 10% da propriedade, evitando a concentração em
apenas uma atividade produtiva. A medida também visa à manutenção do equilíbrio
ambiental da região. De acordo com a Emater, o projeto poderá se expandir para a
Fronteira Oeste do estado do Rio Grande do Sul.
Foram disponibilizados algumas linhas de crédito como o PROPFLORA (Programa
de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas ) do BNDES, o PRONAF floresta do
governo federal com juros de 4% a.a , e o BB florestal vinculado ao Banco do Brasil. O
governo do estado do RS também disponibilizou uma linha de crédito de R$30 milhoes,
para projetos de até R$ 150 mil por safra, prazo de amortização de até 12 anos, carência
máxima de oito anos e encargos financeiros de 8,75% ao ano, fixos, sem
indexação(SAA,2006).
Segundo o Engenheiro Agrônomo Floriano Isolan, que é diretor do Departamento
de Fomento Econômico e Social da Caixa-RS, e coordenador do Programa de
Financiamento Florestal Gaúcho (Proflora Caixa-RS) o projeto gaúcho esta todo assentado
sobre o eucalipto. Segundo Floriano teremos menos de 5% do território gaúcho ocupado
com eucalipto. Os dados abaixo resumem a entrevista feita com o Engenheiro.
Os custos de florestas energéticas no estado de São Paulo são de US$ 1,16/ GJ para
a situação hoje (com 44,8 m3/ha.ano, e 21,4 km de média de transporte) e de US$ 1,03 no
futuro (com 56 m3/ha.ano, mesma distância). Estes valores dão uma idéia das vantagens
comparativas do Brasil, vez que os parâmetros de campo do Brasil, em 2000, representam
o ponto futuro projetado para o hemisfério norte, no ano de 2020 (BRACELPA, 2006).
Ainda não se tem todos os dados disponíveis para se realizar semelhante análise
para o estado do RS, mas os dados apresentam uma perspectiva positiva em relação aos
custos de implantação dessas florestas.
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3.1.1 REFLORESTAMENTO NO RS – ALTERNATIVA ECONÔMICA ?
Segundo a empresa Votorantim a geração de empregos, na nova unidade industrial,
será de 3,4 mil vagas, diretas e indiretas. No período de implantação da fábrica, entre 2009
a 2011, outras seis mil vagas serão abertas. As atividades florestais gerarão cerca de 2,3
mil empregos diretos e indiretos, trazendo como vantagem adicional a geração de renda no
campo e a fixação do trabalhador rural à terra. No total, a empresa estima que cerca de 34
mil empregos serão gerados em todas as cadeias produtivas afetadas pelo empreendimento,
o que ainda precisa de verificação.
As novas operações exigirão a contratação de serviços como manutenção,
assistência médica, alimentação, segurança e transportes. Os salários pagos aos contratados
irão movimentar o mercado imobiliário, o comércio, a indústria, os serviços e a agricultura.
A empresa irá investir continuamente em suas atividades e contribuirá com os impostos e
tributos municipais, estaduais e federais. A previsão da empresa é de que essa cadeia de
geração e distribuição de riqueza alcance todos os municípios onde atua no RS.
Aproximadamente 30% da madeira a ser consumida na nova fábrica da VCP no Sul
será produzida em pequenas e médias propriedades, com a oferta de financiamento e
garantia de compra da madeira. O plantio do eucalipto deverá ser feito de forma
consorciada a outras culturas de ciclo curto e à criação de animais. A agrossilvicultura
permitirá aos parceiros do programa a oportunidade de diversificação da produção, geração
de trabalho e renda durante todo o ano e ao longo do ciclo da floresta. A VCP e o Instituto
Votorantim também deverão implementar projetos sociais e ações de responsabilidade
social corporativa, enfatizando a relação com fornecedores e clientes. Outros cuidados são
apontados pela empresa, como a redução dos poluentes químicos, pela adoção de praticas
de produção limpa.
Segundo José de Castro Silva, da Universidade de Viçosa, a agrossilvicultura é a
integração da silvicultura (cultura de florestas) com a agricultura e a pecuária. Além de
produzir madeira de boa qualidade, gera ainda outras receitas durante o ciclo da madeira. A
técnica resume-se a plantar árvores em espaçamentos mais abertos, suficientes para a
circulação de máquinas para a preparação do solo, plantio e colheita dos grãos (SILVA,
2007).
Os primeiros experimentos da VCP começaram a ser implantados em outubro de
2004, na Fazenda Aroeira (município de Candiota – RS), onde cerca de 1,5 mil hectares
foram destinados à prática: a área de plantio de eucalipto é consorciada, de acordo com a
estação do ano, com sorgo, soja, melancia, abóbora, melão, trigo e girassol, com bons
resultados na colheita.
Além dessa receita com a venda dos produtos plantados, a produção de resíduos no
manejo da plantação de eucalipto poderá fornecer matéria prima para a produção de
briquetes,laminados de madeira e etanol de celulose.
A questão é verificar quais as melhores opções de localização dessas empresas na
região, de forma a minimizar os custos de logística.
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Outro elemento introduzido na região é a poupança florestal , que prevê moldes de
integração entre o produtor e a empresa à semelhança da produção de fumo. O agricultor,
pequeno em especial, recebe garantias de preço (R$18/m3 – cotação atual) e tem acesso a
financiamento bancário com taxas reduzidas. Ainda não se pode verificar se todos estes
elementos irão realmente impulsionar a atividade na região integrando totalmente o
pequeno e médio produtor,no entanto a proposta das empresas que atuarão na região traz
boas perspectivas.
Segundo Rodiguieri (1997) além da rentabilidade econômica e menor uso de
agroquímicos, o plantio de árvores apresentam as seguintes vantagens:
•
•
•
•
•
Podem ser implantados em áreas de menor valor da propriedade;
Em sistemas agroflorestais (combinação de cultivos simultâneos e seqüenciais
de espécies arbóreas nativas e/ou introduzidas com cultivos agrícolas,
hortaliças, fruteiras, criação de animais, etc.) produzem alimentos e madeira na
mesma área;
Contribuem para a redução da erosão do solo;
Apresentam maior flexibilidade de calendário das operações de cultivo como:
preparo do solo, plantio, tratos culturais, manejo e exploração;
Apresentam menores riscos técnicos de produção.
Como dito antes, mesmo que a produção da região se concentre apenas na celulose,
o volume de resíduos é muito grande na produção de eucalipto. A vantagem é que o
resíduo da celulose é padronizado, o que facilita a produção de etanol e outros produtos.
Os dados apresentados pelas pesquisas indicam um percentual de resíduos entre
32% e 70%, dependendo do tipo de eucalipto. Esses dados são apenas indicativos, pois não
existe consenso sobre as metodologias de calculo de resíduos na produção florestal
(VIEIRA,2006).
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(EMBRAPA) a receita por
hectare para a plantação de eucalpto na regiao sudeste é de R$ 9.059,09. Esse valor
corresponde a receita com a venda após 7 anos de implantação. O custo total esta em R$
7.257,36, também para todo o período. O que indica um lucro de R$ 1.801,73. A taxa de
retorno é de 11,26 % a.a. (EMBRAPA,2006).
Segundo Rodighieri (1997) a receita total no RS é menor que os dados
apresentados para o Centro-Oeste e o Sudeste, no entanto o custo também é menor. Isso
indica uma rentabilidade financeira por hectare maior, sem considerar as receitas de
consorciação, que não foram consideradas aqui.
Comparativamente podemos verificar que a região em que estão sendo implantadas
os projetos de reflorestamento são historicamente regiões de produção de agropecuária,
com destaque para algumas regiões produtoras de frutas, recentemente implantadas na
metade sul, mas que ainda não foram capazes de superar a inércia da região em termos
econômicos e sociais.
Se considerarmos o intervalo de lucratividade da pecuária veremos que a
agrosilvicultura possui uma tendência positiva, pela diferença de custos e rendimentos da
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produção. É preciso levar em conta também que esses projetos prevêem a diversificação da
pequena produção rural.
Tabela 1 . Índices zootécnicos da pecuária atual e da Tecnificada/intensificada.
Pecuária*
Índices de produtividade
Tradicional
Tecnificada/Intensiva
Produção por área (kg/ha/ano)
70 a 160
2540 a 720
Receita bruta por hectar (R$/ha/ano)
126 a288
288 a1.152
108
108 a 432
18 a180
180 a 720
Custo (R$/ha/ano)
Lucratividade (R$/ha/ano)
*Considerando rebanho estabilizado
Fonte: EMBRAPA. (2007).
Embora não se afirme com certeza que a produção gaúcha é qualitativamente
melhor do que o resto do país, os projetos no RS indicam uma maior preocupação com a
renda ao longo dos projetos para o pequeno produtor, ao invés do modelo de grande
empresa do sudeste e centro-oeste.
As indicações dadas pela rentabilidade das atividades apontam uma
lucratividade positiva para a agrosilvicultura. O que indica também que um aumento na
demanda por produtos derivados de celulose, por meio da instalação de uma biorefinaria
de produção de etanol, poderá vir a beneficiar a economia gaúcha.
Embora muitas iniciativas estejam sendo postas em andamento, como o caso dos
projetos de reflorestamento, ainda não se tem dados para verificar se houve ou não
melhoras nas condições de vida das populações residentes. Estes dados são apenas
indicativos que alguma ação precisa ser tomada, visando a inclusão dessas populações
de produtores rurais, sem esquecer as questões ambientais, que esta na base de qualquer
empreendimento responsável.
3.2PROPOSTA DE ESTRUTURA ANALÍTICA PARA O ETANOL DE CELULOSE
Para finalizar as principais discussões tem-se uma proposta de estrutura
analítica, que resume o que foi abordado ao longo do artigo. No Brasil temos uma
lógica dual nas cadeias voltadas para a produção de combustíveis renováveis.
Apesar de estar em atualização essa estrutura analítica deixa indicados alguns
desafios a serem enfrentados pela produção de biomassa florestal e etanol de celulose.
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Quais serão os impactos sobre a economia local? Como irá se desenhar a estrutura de
produção e distribuição do etanol? Ainda restam dúvidas, mas espera-se que com o
desenvolvimento de novas pesquisas elas possam ser respondidas.
Etanol de
Celulose
IMPACTOS
IMPACTO S
REGIONAIS /
NACIONAIS
LO CAIS/
REGIO NAIS
Aspectos
Institucionais
Financiamento
ESCALA
USINAS
TECNOLOGIA
PRODUÇÃO LOCAL
Regulação
Inve stime ntos:
Infraestrutura
Logística
DIFERENTES
CULTURAS
- EMPRESAS
- SINDICATOS
- GOVERNOS
- COOPERATIVAS
- ONG`S
Impactos na
Estrutura Agrária
Impactos na
Estrutura
Tecnológica
Impactos na
Estrutura
Econômica Regional
DISTRIBUIÇÃO
LOGÍSTICA
Impactos na
Sociedade : Re nda e
Empre go, Be m Estar
Redes de Pesquisa
Impactos na Estrutura
Distribuição/Logística
Figura 4 : Estrutura Analítica para o Etanol de Celulose no Brasil.
Fonte: Elaboração dos autores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em todo o mundo busca-se uma saída para reduzir a dependência do petróleo, pela
introdução, em escalas significativas e competitiva, de energias renováveis como a solar,
eólica e biomassa. Esforços nesses sentidos têm origem expressiva desde o primeiro
choque no preço do petróleo na década de 70. Os investimentos em pesquisa e
desenvolvimento de alternativas energéticas, entretanto caíram entre as décadas de 80 e 90
e desde então têm permanecido em níveis relativamente estagnados.
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Nos Estados Unidos, os gastos em P&D na indústria energética têm estado abaixo
da média dos gastos em outros negócios, o que vem afugentando talentos em pesquisa
desse setor. O que também ocorre em outros países (CLERY,2007).
Será necessário investir recursos elevados em PD&I, especialmente na hidrólise da
celulose. Em função disso, e para evitar choque de competitividade, o Brasil necessita
investir na mesma linha, com potencial altamente promissor (PLANO NACIONAL DE
AGROENERGIA,2006).
O benefício ambiental associado ao uso de álcool é considerável: cerca de 2,3 t de
CO2 deixam de ser emitidas por tonelada de álcool combustível, utilizado em lugar do
combustível fóssil, sem considerar outras emissões, como o SO2 (ABRAF,2006) .
Devido à alta do preço do petróleo, os investimentos em plantas de produção de
etanol têm crescido de maneira vertiginosa. A viabilidade da produção de etanol é
condicionada a limitações de ordem tecnológica, seja no cultivo da matéria prima, seja no
seu processamento e transformação em álcool. As condicionantes residem principalmente
no processo de separação da lignina da celulose. Já existem iniciativas de empresas de
biotecnologia no desenvolvimento de enzimas que tornem o processo e viabilizem a
produção de etanol (WALD, 2007).
A maioria desses esforços e projetos ainda são financiados pelo poder público.
Muitas das dificuldades em implantar tais iniciativas provêm da incerteza quanto ao preço
do petróleo, que pode baixar e inviabilizar a busca por alternativas energéticas, dado que se
tornam não competitivas (CLERY, 2007).
O estudo da viabilidade técnica, econômica, e social da implantação de uma usina
produtora de etanol a partir de celulose fica como sugestão de novas pesquisas. Nosso
objetivo era o de apresentar elementos que apontem caminhos de diversificação
econômica, tendo em vista o movimento internacional de investimentos na área de
combustíveis renováveis, reduzindo com isso a dependência de recursos e promovendo a
inserção da economia gaúcha no mercado internacional de etanol.
Podemos dizer que a emergência de um desenvolvimento sustentável têm requerido
o desenvolvimento de políticas econômicas, sociais e ambientais para estabelecer uma
nova perspectiva que possa responder de forma direta aos problemas ecológicos,
econômicos e sociais de nossa era (CLERY,2007).
5. REFERÊNCIAS
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