ADIANTA SER DONO DO MUNDO?
Reflexões sobre o sentido da vida
José Lisboa Moreira de Oliveira*
O ser humano, desde as suas origens, vem colocando para si mesmo uma
pergunta fundamental. Trata-se da pergunta sobre o sentido da vida. De acordo
com os antropólogos, há pelo menos 150 mil anos tal pergunta já estaria na
origem da experiência religiosa. Terrin, por exemplo, afirma que as religiões
surgiram da perplexidade do homem e da mulher diante de situações de medo, de
manifestação de potências da natureza e da busca de sentido para a existência1.
Essa última se manifestaria como necessidade de salvação que sentem os seres
humanos. Trata-se, segundo Terrin, da busca da própria totalidade, do conjunto de
impulsos que levam as pessoas na direção da “completude”, da procura de algo
que preencha a própria existência. Essa busca de completude vai desde o desejo
de resolver pequenos problemas, pessoais e sociais, até a necessidade de
encontrar meios para enfrentar situações desastrosas e complicadas.
1. A busca pelo sentido da vida
Assim sendo, a busca de sentido para a existência é tão antiga quanto a
humanidade. Ninguém consegue viver bem e feliz sem se perguntar com
sinceridade para que serve a sua vida, qual a razão do seu existir, qual o
significado de sua passagem por esse mundo. Infelizmente existem pessoas que
nunca conseguem respostas para tais perguntas. Por esse motivo passam a vida
inteira no vazio, entregue a futilidades, de modo que se pode afirmar que a sua
existência e o nada são a mesma coisa.
Há pessoas que, no desespero da busca de sentido para a própria vida,
acabam se entregando a um estilo de vida ordinário e vulgar. Outras acabam na
droga, inclusive na droga da religiosidade. Estas últimas são “os drogados
espirituais”, os quais, abdicando da própria responsabilidade, realizam certa
“despossessão de si”, tornam-se alheios a si mesmos e projetam na divindade a
própria essência2. Existem ainda aqueles e aquelas que não encontrando nenhum
sentido no seu existir desistem de viver, passando a vegetar. Por fim, há aqueles e
aquelas que se percebendo completamente sem sentido acabam com a própria
vida, resolvem se suicidar.
*
Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília, graduado em Teologia pela Universidade
Gregoriana de Roma, Mestre em Teologia pela Pontifícia Faculdade Teológica da Itália Meridional (Nápoles
– Itália), Doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma. Autor de 13 livros e dezenas de artigos
sobre o tema da vocação e da animação vocacional. Foi assessor do Setor Vocações e Ministérios da CNBB
(1999-2003) e Presidente do Instituto de Pastoral Vocacional (2002-2006). Atualmente é gestor do Centro de
Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília, onde
também é professor de Antropologia da Religião e Ética. Para contato: [email protected]
1
Cf. TERRIN, Aldo Natale. Antropologia e horizontes do sagrado. Culturas e religiões. São Paulo: Paulus,
2004, pp. 227-230.
2
Cf. COLLIN, Denis. Compreender Marx. Petrópolis: Vozes, 2008, pp. 28-34.
Encontrar o sentido para a própria vida significa, antes de tudo, descobrir
que o conhecimento da realidade e da verdade não é fim em si mesmo. Significa
descobrir que a pessoa conhece para ser mais. Portanto, o objetivo do
conhecimento é o bem do ser humano. Todavia o ser humano é uma realidade
complexa e tal complexidade se acentua ainda mais quando se passa do plano da
ação ao plano do ser. Assim sendo, o sentido da vida não está relacionado
apenas às ações que praticamos. Ele está relacionado em primeiro lugar à própria
existência, à própria identidade pessoal, ao dar-se conta de que posso não
apenas viver como os outros animais, mas pensar a minha existência e a minha
vida3.
Por essa razão é legítimo perguntar: quem é esse indivíduo singular a que
chamamos de “eu” e que qualificamos como pessoa? Por que desde cedo
desenvolveu a capacidade de pensar sobre si mesmo? Qual é a essência da
pessoa humana? Quais os elementos constitutivos dessa essência? O que dá
sentido à vida humana?
A Antropologia afirma que desde o momento em que, no processo
evolutivo, um ramo dos primatas foi caminhando na direção da hominização,
começou também o processo de definição-separação do hominídeo dos demais
animais. E, segundo Rampazzo, essa definição-separação vai se caracterizando
pela “autonomia no ser, domínio de si mesmo, inviolabilidade, individualidade,
incomunicabilidade, unicidade”4. Em outras palavras: para Rampazzo o que faz a
pessoa diferente dos demais animais é o fato de que ela possui um ato próprio de
ser, isto é, uma consciência de sua individualidade e de sua existência. Para o
filósofo Kant é a consciência da singularidade, da individualidade, e a consciência
de que ela própria é um fim em si e nunca um meio. O que faz a pessoa e o que a
faz dar sentido à existência é a abertura intencional, ou seja, a capacidade de
comunicação que a leva buscar relacionamentos com os outros e com o Outro. É
a capacidade de ir além dos limites do corpo e permanecer sempre insatisfeita em
todas as suas realizações5.
Este ser humano que tem corpo, que conhece, é livre, capaz de amar, de
se comunicar, é também um ser social. Ele não pode viver sozinho; precisa
colocar-se em contato. Do contrário põe em risco a sua sobrevivência. É um ser
culto que produz, produz cultura, trabalha, modifica o ambiente, aprende, se
diverte. É alguém que sente prazer, que admira, que contempla. Um ser capaz de
desenvolver habilidades com alegria, satisfação e liberdade. E nisso está também
o sentido da vida.
Rampazzo afirma que a dimensão religiosa faz parte da identidade do ser
humano, entendendo isso como abertura ao Infinito. Uma insaciabilidade que o
leva à busca permanente, a ponto de ir até realidades fora de si mesmo. Por isso
ele é um ser autotranscendente, capaz de superar a si mesmo. Diferente dos
outros animais possui uma “alma”, isto é, uma realidade profunda e singular que
não pode ser totalmente conhecida pelos outros, uma interioridade que não pode
ser violada. Portanto, um ser que possui algo a mais, além daquilo que aparece.
3
Cf. RAMPAZZO, Lino. Antropologia, religiões e valores cristãos. São Paulo: Loyola, 1996, pp. 31-66.
Ibid., p. 65.
5
Cf. ibid., pp. 62-66.
4
Possui o desejo de sobreviver, de não morrer. Um ser que traz em si um elemento
de espiritualidade: consciência de que nele habita um “Si mais profundo”
(Radhakrishnan), uma “luz” que nenhuma potência pode extinguir. Isso tudo,
portanto, encontra-se relacionado com a busca de sentido da vida6.
2. Momento de crise de sentido
Todas essas considerações nos colocam em sérias dificuldades, pois, se
levarmos em conta o que acabou de ser dito, podemos deduzir que há no mundo
de hoje uma total crise de sentido da vida. Com Terrin entendo o termo “crise”
como o momento “da necessidade urgente, do dilema, do mistério da vida que
poderia tomar uma direção que não é a desejada e em que vemos abrir-se diante
de nós o precipício e o abismo da nossa impotência”7. De fato, nota-se por toda
parte que o conhecimento da realidade e da verdade é fim em si mesmo. Hoje as
pessoas não conhecem para ser mais, mas para ter mais. A civilização tecnicista
está agravando cada vez mais as condições de vida no planeta Terra, destruindo
a vida e colocando em risco a sobrevivência da humanidade8. Estando dentro da
universidade posso perceber tal realidade. A maioria dos que formam a
universidade (professores e estudantes) não está preocupada em beneficiar a
humanidade, mas em encontrar “fórmulas mágicas” de entrar no mercado de
trabalho e assim ganhar muito dinheiro.
Do mesmo modo notamos em quase todas as pessoas a falta de uma
abertura intencional, ou seja, a falta de capacidade de comunicação. Estamos
cada vez mais isolados e sozinhos, mesmo morando em grandes aglomerados e
cruzando diariamente com milhares de pessoas. O ser humano, diz
acertadamente Bauman, se tornou alguém sem vínculos, sem ligações
indissolúveis e definitivas. As relações são cada vez mais ambíguas, são
“relacionamentos de bolso”, das quais se pode dispor quando necessitamos para
satisfazer nossos caprichos egoístas9.
Percebemos também que esse sujeito “líquido” é igualmente alguém sem
autonomia, sem liberdade, sem habilidade e sem competência para intervir no
momento certo e transformar a realidade. Portanto, um sujeito sem sentido e com
uma vida sem sentido. E, por essa razão, diz ainda Bauman, um ser humano
paralisado, incapaz de decidir e de agir. Por esse motivo, alguém refém do temor
e sem esperança: um permanente fugitivo. Para esse “fugitivo” a única atração é a
ausência de qualquer tipo de compromisso e a vida não tem nenhum sentido
porque ela é apenas a somatória de momentos e nada mais10.
Por fim, damo-nos conta de que o ser humano atual, de um modo geral, é
alguém sem “alma”. Está desprovido de abertura ao infinito. Perdeu aquela
insaciabilidade que leva o sujeito à busca permanente. A única insaciabilidade que
6
Cf. ibid., pp. 61-62.
TERRIN, Aldo Natale. Antropologia e horizontes do sagrado, p. 230.
8
Cf. OLIVEIRA, Jelson; BORGES, Wilton. Ética de Gaia. Ensaios de ética socioambiental. São Paulo:
Paulus, 2008, pp. 49-60.
9
Cf. BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido. Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar,
2004.
10
Cf. ID. Comunidade. A busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003, pp. 49-55.
7
permanece é a do consumo. Por essa razão encontramos cada vez mais pessoas
incapazes de sair de si mesmas, incapazes de transcendência, de superação de
obstáculos.
Segundo Bauman o ser humano “sem alma” é alguém incapaz de
apaixonar-se. É um “desapaixonado”. E essa falta de paixão retira do sujeito todo
o sentido da vida, uma vez que tal sentido está intimamente relacionado com a
capacidade de amar, De fato, amar “significa abrir-se ao destino, a mais sublime
de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num
amálgama irreversível”11. Por essa razão é cada vez mais comum encontrarmos
pessoas cansadas, fracas, debilitadas. Jovens que até parecem cadáveres
ambulantes, já destruídos e sem ânimo. Até a religião perdeu a sua capacidade de
estimular os homens e as mulheres na direção do Infinito. Ela se transformou num
“supermercado da fé”, voltada única e exclusivamente para a satisfação das
necessidades egoístas das pessoas12. O absurdo do absurdo!
3. Redescobrindo o sentido da vida
Diante de tal constatação, fica uma pergunta: o que fazer? Conseguiremos
reverter essa situação, ou caminhamos para o fim da humanidade. Sinceramente
falando, a sensação que fica é de que a humanidade está falida. As pessoas e os
grupos humanos parecem ter perdido por completo o sentido da vida.
Porém, não precisamos ser tão pessimistas. Não é a primeira vez que se
constata isso. A história da humanidade é uma história de altos e baixos. De
vitórias e de fracassos. Bauman, por exemplo, afirma que toda época de
saturação é também “época de maturação” e a própria decadência já aponta para
a sua superação13. Sabemos também que em cada época surgiram profetas e
profetisas que foram capazes de sacudir as consciências e de convocar a
humanidade para dar a volta por cima. Na história do judaísmo e do cristianismo
isso é muito evidente. Porém, todo problema está em saber qual vai ser a resposta
que daremos aos apelos dos profetas e profetizas. Por essa razão, no meu
entender, é preciso levar a sério a atual crise e começarmos o quanto antes uma
mobilização em favor da sensatez e da lucidez. Não podemos ficar atrelados ao
que Bauman chama de “bênção problemática” ou “bênção enfeitada”, ou seja,
atrás de soluções mágicas, mentirosas, que servem somente para camuflar ou
esconder a crise de sentido da nossa existência14.
Não podemos continuar sendo presas fáceis daquilo que Oliveira e Borges
chamam de “surdez contemporânea”, de “processo de embotamento da
humanidade” que “impulsiona as chamadas desordens do caráter, criando ideais
narcisistas de sucesso profissional e social baseado na visibilidade, no ímpeto, na
manipulação das relações interpessoais, no desencorajamento de ligações
pessoais mais profundas, numa aprovação pessoal pela via da auto-estima e do
11
ID. Amor líquido, p. 21.
Cf. HERVIEU-LÉGER. O peregrino e o convertido. A religião em movimento. Petrópolis: Vozes, 2008, pp.
139-174.
13
Cf. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade, pp. 40-48.
14
Cf. ibid., pp. 42-44.
12
sucesso, agora baseado na fama, na acumulação e na ausência de convicções,
princípios e valores”15
Penso que a esse ponto convém resgatar a proposta feita pelo cristianismo
primitivo a respeito do sentido da vida. Bastaria aqui recordar brevemente um
texto do Evangelho de Marcos. Segundo esse evangelista Jesus foi taxativo,
radical e implacável quando falou do sentido da vida. Para Marcos Jesus foi
categórico em afirmar que para ganhar o sentido da vida é preciso perdê-lo!
Verdadeiro paradoxo! Vejamos o texto na versão da Tradução Ecumênica da
Bíblia: “Quem quiser salvar sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por
causa de mim e do Evangelho salvá-la-á. E que proveito terá o homem em ganhar
o mundo inteiro, se o paga com a própria vida? Que daria o homem que tenha o
valor de sua vida?” (Mc 8,35-37).
Alguns exegetas, como, por exemplo, o cardeal Martini16, acreditam que
essa afirmação de Jesus é colocada pelo evangelista Marcos no contexto da
assim chamada “crise da Galiléia”. Jesus tinha começado a sua pregação de uma
maneira bastante eufórica, mas aos poucos ele se dá conta de que a “galera” que
o acompanha não está com nada. Os discípulos pensam em sucesso e fama (Mc
1,37), os fariseus entram em conflito com ele por “picuinhas eclesiásticas” (Mc
7,23), as pessoas portadoras de verdadeira fé são “estrangeiras” (Mc 7,24-37), os
discípulos não entendem as ações do Mestre (Mc 8,14-21) e até Pedro se atreve a
censurá-lo por causa de sua obstinada decisão de enfrentar em Jerusalém o
poder religioso e civil (Mc 8,31-33).
Diante disso, Jesus chama a multidão e os discípulos e resolve abrir o jogo,
deixando bem claro que para ele o sentido da vida estava em outra direção. De
acordo com o texto citado, para dar sentido à vida é indispensável, antes de tudo,
perdê-lo. Trata-se, é claro, de deixar de lado certo sentido que se fundamenta na
lei da eficiência, na busca do sucesso e do poder, para abraçar um modo de vida
que se pauta pelo encontro com o Outro e com os outros. Uma vida que abre mão
de privilégios, de títulos, de honras e busca apenas a simplicidade e a pequenez.
Conseqüentemente a perda de sentido, conforme acabamos de explicar, é
exatamente aquilo que dá sentido a vida. De fato o sentido não está no ganho,
quando esse ganho significa um preço amargo para a própria existência. E
quando alguém percebe isso, logo descobre que não há nada nesse mundo que
tenha valor maior do que esse tipo de sentido da vida. Como diz acertadamente o
cardeal Martini, trata-se de deixar de lado, corajosamente, todos os falsos sonhos
e projetos que podem facilmente, a qualquer momento, se desmanchar como
castelos de areia atingidos pela força das ondas do mar. Por essa razão a
proposta de Jesus encontra fortes resistências17.
Conclusão: busca de sentido em tempos de “amor líquido”
15
OLIVEIRA, Jelson; BORGES, Wilton. Ética de Gaia, p. 37.
MARTINI, Carlo Maria. L’itinerario spirituale dei Dodici nel Vangelo di Marco. Roma: Borla, 1983, 2ª
edição, pp. 51-61.
17
Cf. ibid., pp. 71-81.
16
Dessa rápida reflexão pode-se concluir que não é fácil encontrar pleno
sentido para a nossa vida numa época em que o amor, a paixão, o compromisso
sério e a determinação se dissolvem rapidamente como a água colocada sobre
um ferro incandescente. Além disso, como diz acertadamente Bauman, a nossa
época perdeu a “inocência paradisíaca”, ou seja, tornou-se arrogante e pretende
saber tudo e explicar tudo18. Num ambiente como esse, as pessoas estão cada
vez mais perdidas e sem rumo. Nada as satisfaz. Correm sempre atrás da
felicidade, mas essa foge cada vez mais delas, uma vez que os seres humanos
estão indo em outra direção, que não é aquela do verdadeiro sentido da vida.
Por isso, segundo Bauman, é preciso recuperar a inocência perdida, pois só
podemos ser verdadeiramente felizes “enquanto não se sabe quão feliz se é”19.
Isso quer dizer que o sentido da vida só pode ser encontrado quando as pessoas
abandonam a pretensão de serem como deuses (cf. Gn 3,5). O sentido da vida
não vem por meio de uma vida fácil e descompromissada, mas pelo caminho mais
difícil do empenho, do esforço, da luta e do engajamento em projetos sérios em
favor da vida e da humanidade. O sentido da vida não é, como muitos pensam,
um “circulo aconchegante”, como diz Bauman, citando Rosenberg, estudioso
sueco. Não é fruto de uma lógica social, de um acordo feito uma vez para sempre,
procurando adaptar o mundo e a realidade ao tamanho e à medida que
queremos20.
Para se adquirir o sentido da vida é indispensável reflexão, crítica e
compromisso de participação. Não pode haver sentido para a vida quando se vive
na mesmice e quando vivemos fechados em falsas fortalezas que criamos para
combater falsos inimigos. O lugar do sentido pleno da vida é a trincheira, a
vanguarda, a insatisfação. Sim, a insatisfação, uma vez que o sentido de nossa
vida só aparece quando nos dispomos a lutar contra tudo aquilo que
consideramos desagradável, injusto e desumano21.
O sentido da vida só aparece quando nos comprometemos a combater
todas aquelas situações que causam sofrimento aos seres humanos. Por essa
razão pode-se muito bem afirmar que o sentido da vida está no outro. E para
encontrar esse sentido eu preciso me encontrar com o outro e cuidar desse outro.
Hoje são muitos aqueles que, como Caim, se recusam a ser o guarda dos próprios
irmãos (cf. Gn 4,9). Por isso vivem como errantes e vagabundos (cf. Gn 4,12), não
encontrando o mínimo sentido para a própria existência. Só quando somos um
“être pour l’autre” (ser para o outro), como dizia Lévinas, é que encontramos
sentido pleno para a nossa existência. Sem isso a vida é solidão, indiferença e
indolência22.
18
Cf. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade, pp. 14-17.
Ibid., p. 15.
20
Cf. ibid., pp. 19-20.
21
Cf. ibid., pp. 21-24.
22
Acerca do pensamento de Lévinas veja-se BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus,
1997, pp. 58-65.
19
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