A importância histórica do desenho
e sua interface com o mercado no
mundo contemporâneo
Mariana da Silva Cruz
Orientador : Kleber Mazziero de Souza
Graduanda em Comunicação
Social pela Escola Superior
de Propaganda e Marketing –
ESPM.
Email:
[email protected] e
Silva, Mariana da Cruz. A importância histórica do desenho e sua interface com o mercado
no mundo contemporâneo. São Paulo: Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM,
2012.
Resumo
O presente artigo aborda a história do desenho desde seu surgimento, na pré-história, até a
atualidade de um mundo conectado, na qual o desenhista encontra uma ampla gama de opções de
expressão. Além da forma de expressão, o Desenho passou por mudanças no material utilizado
começando pela invenção do papel, da pena e da caneta esferográfica, que substituíram a pedra e
o osso, até a arte gráfica produzida diretamente no computador. Fazendo uso da técnica
metodológica da Análise do Discurso, pode-se evidenciar a evolução do Desenho enquanto Arte
e suas funções práticas, sua aplicação na vida cotidiana da antiguidade (como a utilização para a
confecção de mapas) e da sociedade contemporânea (que convive com o grafite utilizado por
artistas como forma de exposição de condições sociais específicas). Para concluir, é trazida em
coleção a realidade do mercado brasileiro, com um enfoque primordialmente voltado para a
história em quadrinhos, primeira forma de representação mercadológica do Desenho no Brasil.
Abstract
This article discusses the Drawing history from its beginnings in prehistory to the actuality, in a
connected world which the designer is a wide choice of expression. More than a form of
expression, the Drawing has undergone changes in the starting material used: since the invention
of paper, pen and ballpoint pen, which replaced the stone and bones, to the artwork produced
directly on the computer. Using the methodological technique of Discourse Analysis, we can see
the Drawing evolution as an Art and its practical functions, its application in daily from antiquity
(such as the use for making maps) and of contemporary society (living with graffiti, used by
artists as a way of exposing specific social conditions). To conclude, the article looks into the
Brazilian market reality, with a primarily focus on the comic book, first marketing representation
form of the Drawing in Brazil.
Introdução
O Desenho é a forma mais primitiva de comunicação, como nos é mostrado por
Giulio Carlos Argan em História da Arte Italiana, volume 1; é anterior, inclusive, à
escrita. Na qualidade de manifestação artística o desenho é, em sua instância primal,
uma arte universal e que precede todas as outras. Seus primeiros relatos são os desenhos
produzidos na pré-história, encontrados em cavernas.
As primeiras manifestações artísticas remontam, todavia, a uma época
muito mais longínqua, ao fim do Paleolítico. Dezenas de milênios a. C.
os homens. Que viviam da caça e da coleta ocasional de frutas
silvestres, já conheciam o valor da imagem ou da figuração. Pertence,
de fato, ao Paleolítico superior toda uma série de figurações tão
sintéticas e intensamente expressivas que alguns dos maiores artistas
modernos (antes de todos, Picasso) as consideraram obras de arte
perfeitas, chegando mesmo a propô-las como modelos de absoluta
autenticidade da expressão artística. São imagens de animais selvagens
(bisões, renas, mamutes, etc.) grafitadas e pintadas sobre as paredes e
sobre as abóbodas das grutas naturais disseminadas na Europa
mediterrânea, principalmente na zona franco-cantábrica (Lascaux,
Altamira, Montignac, Polignac etc.). São traçadas com os dedos ou com
instrumentos elementares pelos caçadores que ppor muitos séculos
frequentaram aquelas grutas, às quais atribuíam o valor de locais
sagrados. Foram consideradas muitas vezes como extraordinárias
manifestações de uma atividade artística instintiva, não condicionada
por uma precedente experiência figurativa ou técnica, nem por uma
finalidade prática. Foi, porém, demonstrado que essas figurações,
embora revelando com extrema vivacidade a imagem que o homem do
Paleolítico tinha do mundo e de sua presença nele, têm um caráter
mágico e uma finalidade prática. Representando, ou melhor,
prefigurando o encontro com o animal na floresta, o caçador imaginava
garantir, com uma operação mágica, o sucesso da luta da qual dependia
sua existência. Fazendo realizar através da imagem o evento desejado,
de qualquer forma o subtraía à incerteza do acaso: sua esperança
transformava-se no projeto da ação.
Não é verdade que essas figurações sejam independentes de qualquer
interesse técnico, mas elas não devem ser consideradas em relação com
a técnica da fabricação de objetos e utensílios (ainda não existente), mas
com a técnica da caça, a única possuída pelo homem do Paleolítico.
(ARGAN, p. 21 e 24).
As obras de arte relacionadas àquilo a que hoje conhecemos como desenho
foram primeiramente produzidas pelo Homem pré-histórico com o intuito de narrar
cenas, de caracterizar representações de fatos da vida cotidiana. Os mais antigos
registros datam de 15.000 A.C. e permeiam todo o período histórico até a Idade Média,
passando pelas civilizações egípcia, mesopotâmica e chinesa, em cada uma deles
representando algo diferente.
Após a primeira fase nitidamente representativa, o Desenho passou, no Egito
antigo, a ser utilizado na decoração de tumbas e templos. Nascia, aí, o Desenhoenquanto-Arte, pois adquiria relevância social. Um exemplo do quão importante era o
Desenho no antigo Egito era o valor dado a eles nas tumbas, era considerada uma
condenação gravíssima para qualquer indivíduo que seus desenho e inscrições fossem
raspados, significava que o morto não possuía mais status e valor na sociedade egípcia.
Os gregos, na antiguidade, utilizavam o Desenho como uma forma de
representar suas divindades, como forma de manifestar graficamente a religiosidade do
povo e de seus governantes.
Na Mesopotâmia, o Desenho foi o precursor da cartografia, sendo assim
utilizado para criar representações da terra e de rotas de viagens. Contudo, foi no
Império Romano que a cartografia ganhou uma conotação funcional voltada
especificamente para uma questão político-mercadológica, pois servia para representar
as rotas comerciais e o domínio do Império.
Evolução Histórica
Como nos foi mostrado por Caroline Faria em História do desenho, todas as
Sete Artes tiveram, em suas histórias, momentos de revolução a caracterizar sua
evolução. O grande salto material e conceitualmente do Desenho deu-se quando da
invenção do papel pelos chineses. Antes desse acontecimento os materiais usados para a
realização dos desenhos eram blocos de barro ou argila, couro, tecidos, folhas de
palmeiras, pedras, ossos de baleia, papiro (papel utilizado pelos egípcios), entre outros.
Apesar da maneira de realizar a técnica de obtenção de papel ter evoluído, ela se
mantém muito próxima da original, partindo da extração da fibra vegetal, prensagem e
secagem da folha.
Concomitantemente com a evolução material do objeto no qual se produziam os
desenhos, deu-se a evolução do material utilizado com os quais se produziam os
desenhos. Até a criação da caneta esferográfica pela segunda metade do século XX,
foram utilizados diversos outros materiais que sucederam o uso dos dedos na Idade da
Pedra: na Babilônia o uso de pedaços de madeira e de ossos que eram usados para
desenhar em tábuas de argila, madeira e ossos embebidos em tinta vegetal para imprimir
os traços no papiro do Egito Antigo, a pena, o carvão – apesar de seu uso rudimentar já
aparecer nas produções do Homem pré-histórico. Vale ressaltar que a pena mencionada
acima é a pena simples, a pena com ponta metálica surgiu apenas no século XVIII e a
caneta tinteiro foi criada em 1884, já na era do papel chinês.
Transformando Arte em Utilidade
As escolas de artes dedicaram-se, em favor da economia, a lecionar o Desenho
com interesses comerciais, para auxiliar as profissões que necessitavam de uma
aprendizado mais apurado, como citado no livro Academias de Arte: Passado e
Presente, de Nikolaus Pevsner. É possível, também, perceber a sutil diferença entre a
pintura e o desenho, visto que, o desenho é considerado um pré-requisito para a pintura,
no período histórico conhecido como Mercantilismo.
Em 1757 houve a inauguração da escola de Mainz, destinada “ao
desenvolvimento da arte do desenho tão necessária a todos os ofícios
especializados”. No mesmo ano surgiu a escola de Hanau “em
consideração do grande benefício que a ciência tira do desenho e de seu
papel indispensável para a maioria dos artistas, fabricantes e artesãos”.
Em 1758, sugiu em Viena a Manufaktur-Schule, que foi mais tarde
absorvida pela academia da cidade e remodelada em 1770. A Trustees’
Academy de Edimburgo, dedicada à promoção das manufaturas
escocesas, surgiu em 1760. Em 1769, a duquesa de Massa patrocinou a
criação da Academia de Carrara, consagrada à formação profissional de
arquitetos, pedreiros e escultores, a fim de apoiar a indústria local do
mármore. Em 1770, a Handwerkerschule de Karlsruhe instalou-se no
prédio da prefeitura da cidade. Em Barcelona, em 1775, foi inaugurada
a escola de desenho da Câmara de Comércio local. Em Frankfurt, por
volta de 1780, foi instituída uma escola “para estudantes que desejavam
se dedicar às profissões que exigem domínio da arte do desenho”.
(PEVSNER, p. 206).
Ao longo do tempo o desenho foi utilizado como base para outras artes, mas
também como base de profissões muito antigas, como a arquitetura, que antes mesmo
de ser considerada uma das Sete Artes, já contava necessariamente com o Desenho para
a estruturação das primeiras plantas a serem edificadas. Também os artesãos e
escultores valiam-se do Desenho como pedra fundamental para a construção de seus
objetos, aparecendo nas aulas dos mestres a seus aprendizes, para que estes
aprendessem a visualizar seus trabalhos antes de realizá-los de fato.
Contudo, segundo Giulio Carlo Argan, é no Renascimento que o Desenho
realmente ganhou contornos de uma Arte Nobre. O aparecimento do conceito aplicado
da perspectiva, que diferencia e muito o desenho das ilustrações da Idade Média,
juntamente com o maior conhecimento da anatomia humana, acrescentam aos desenhos
renascentistas um toque de Arte mesclado a um toque de realidade. Assim, é possível
afirmar que os grandes mestres de pintura da época eram também grandes desenhistas,
pois utilizavam de suas técnicas de Desenho para a realização de imagens quase
perfeitas, a cada traço mais próximas do real.
Os grandes acontecimentos históricos também influenciaram o Desenho. A
Revolução Industrial fez surgir o desenho industrial, para a projeção de máquinas e
equipamentos. Após a Primeira Guerra Mundial houve a popularização das caricaturas e
charges, assim como a Segunda Guerra Mundial fez com que as animações fossem
utilizadas – tanto por americanos quanto por nazistas –; fosse para exaltar as qualidades
de seus sistemas ou para apontar mazelas dos sistemas de governos de seus rivais. Um
episódio marcante dessa espécie de “guerra visual” é o episódio da personagem Pato
Donald denominado “Der Fuehrer’s Face” (Na Cara do Fuehrer), no qual é mostrado o
quanto os americanos consideravam seu próprio método de governo superior ao regime
nazista. Todavia, vale ressaltar que “Der Fuerhrer’s Face”, feita pela Disney, foi
considerado de grande qualidade, sendo o 22ºcolocado na lista do livro The 50 Greatest
Cartoons de Jerry Beck, publicado em 1994, no qual temos outros desenhos como
“Felix in Hollywood”, “The Skeleton Dance” e “Little Red Riding Rabbit”.
Transformando o desenho em quadrinhos
No ano de 1890 surgiu a primeira revista em quadrinhos semanal do
mundo, chamada Comic Cuts, dedicada exclusivamente ao desenho. Antes dessa data,
os quadrinhos faziam parte de revistas mistas, que tratavam de diversos assuntos em
uma mesma publicação, ou ainda, estavam presentes em jornais, nas famosas “tirinhas”.
Antes disso, em 1869, no Brasil, o jornal “Vida Fluminense” passa a publicar as tiras de
Ângelo Agostini com o título de “As Aventuras de Nhô Quim”, este mesmo artistas fez
outros trabalhos como “As Cobranças” e “Zé Caipora”.
Apesar dos grandes trabalhos realizados por Ângelo Agostini, foi com o
cartunista Mauício de Sousa que os quadrinhos ganharam destaque no Brasil. Segundo
Ana Lúcia Santana, o pai da Turma da Mônica começou sua trajetória em 1959, com
uma publicação na qual o cão Bidu, seu primeiro personagem, era o protagonista. O
primeiro núcleo criado por Maurício foi feito a partir da união do cãozinho Bidu e de
seu dono, o garoto Franjinha, desse momento em diante foi possível anexar novos
personagens, como a famosa menina gorducha Mônica, o troca-letras Cebolinha, a
comilona Magali e o “porquinho” Cascão, além de personagens feitos para possuírem
histórias independentes, como Chico Bento, que possuí seu próprio gibi e suas próprias
histórias, que se passam bem longe da famosa Rua do Limoeiro. Além da Turma do
Chico Bento, existem outros personagens, como a Tina, com histórias que envolvem
adolescentes e seus problemas, o Penadinho, com seu ambiente bem peculiar, o
cemitério, Piteco, o homem das cavernas, Horário, o pequeno dinossauro, o Astronauta,
o Papa-Capim, entre tantos outros, cada personagem dedicado a interagir com um
público diferente através da mesma linguagem, a linguagem dos desenhos.
Considerações Finais
No Brasil, o Desenho ganhou força e pujança quando relacionado diretamente às
histórias em quadrinhos. O salto qualitativo do Desenho enquanto Arte dá-se no
momento em que este adquire capacidade mercadológica.
Como foi mencionado acima, a transformação da arte do desenho nas famosas
histórias em quadrinhos, sejam estas chamadas de Gibis, Mangás ou Historiestas, faz
com que estas agradem a um público mais diversificado, de todas as idades e classes
sociais, possuindo uma linguagem simples, objetiva, que não busca apenas divertir, mas
que pode, em muitos casos, nos ensinar muita coisa, mas de uma maneira não tão
intensa quanto um texto complexo, cheio de referências, com um toque mais delicado.
Além disso, o desenho em si não é apenas a Arte pela Arte, mas sim uma arte acessível
e de fácil entendimento, no qual é possível divertir, como é mostrado no curta “The
Skeleton Dance”, ou ainda, trazer uma abordagem política como mostrado em “Der
Fuerhrer’s Face”, sem perder o ar de inocência.
O surgimento de segmentos e públicos específicos a partir da década de
20, merece um capítulo a parte, pela complexibilidade de fatos. O
quadrinho se expandiu pelo mundo de maneira industrial e autoral,
assumindo vários nomes como quadrinhos e gibi (Brasil); banda
desenhada (Portugal); bande dessinée (França); fumetti (Itália); tebeos
(Espanha); historietas (Argentina); manga (Japão); e encantando
gerações e destacando grandes artistas. (REBOUÇAS).
Assim sendo, podemos concluir que o desenho, ao ser utilizado na produção de
histórias em quadrinhos, tornou-se uma arte de consumo mais amplo e mais fácil, pois
não faz uso de sua forma mais crua, mais estritamente ligada à arte-primeira; ao
contrário, tornou-se uma arte de mais fácil compreensão, tornou-se popular, e, em
alguns casos, fez do desenho um traço peculiar de algumas culturas (como no caso
específico do Mangá, por exemplo), o que o caracteriza como uma manifestação
artística clássica, mas com um toque contemporâneo, posto seguir as mudanças que
ocorrem no mundo, tratando de todos os assuntos possíveis, tornando-se sempre um
produto novo, com novos conteúdos e novas formas, sendo sempre acrescido de valor,
tanto comercial quanto cultural.
No anexo 1 do presente artigo, apenas para ilustrar o aqui exposto, a lista
dos 50 mais importantes cartoons da história da produção gráfica norte-americana,
segundo o livro The 50 Greatest Cartoons.
Referências Bibliográficas
FARIA,
Caroline.
História
do
Desenho,
publicado
em
http://www.infoescola.com/artes/historia-do-desenho/ . Acessado em 23 de julho de
2012.
SANTANA, Ana Lúcia. A Obra de Maurício de Sousa, publicado em
http://www.infoescola.com/literatura/a-obra-de-mauricio-de-sousa/. Acessado em 02 de
agosto de 2012.
REBOUÇAS,
Fernando.
História
dos
Quadrinhos,
publicado
em
http://www.infoescola.com/desenho/historia-dos-quadrinhos/. Acessado em 02 de
agosto de 2012.
PEVSNER, Nikolaus. Academias de Arte: Passado e Presente, 1ª edição, Companhia
das Letras, São Paulo, 2005.
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana, Volume 1: Da Antiguidade a
Duccio, Cosac Naify, São Paulo, 2003.
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana, Volume 2: De Giotto a Leonardo,
Cosac Naify, São Paulo, 2003.
Tabela Anexo:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_50_Greatest_Cartoons, lista do livro The 50 Greatest
Cartoons. Acessado em 02 de agosto de 2012.
Anexo 1
Order
Title
Studio
Year
Director
1
What's Opera, Doc?
Warner Bros. 1957
Chuck Jones
2
Duck Amuck
Warner Bros. 1953
Chuck Jones
3
The Band Concert
Disney
Wilfred Jackson
4
Duck Dodgers in the
th
24½ Century
Warner Bros. 1953
Chuck Jones
5
One Froggy Evening
Warner Bros. 1955
Chuck Jones
6
Gertie the Dinosaur
Winsor
McCay
1914
Winsor McCay
7
Red Hot Riding Hood
MGM
1943
Tex Avery
8
Porky in Wackyland
Warner Bros. 1938
Bob Clampett
9
Gerald McBoing-Boing
UPA
1951
Robert Cannon
10
King-Size Canary
MGM
1947
Tex Avery
11
Three Little Pigs
Disney
1933
Burt Gillett
12
Rabbit of Seville
Warner Bros. 1950
Chuck Jones
13
Steamboat Willie
Disney
Walt Disney and Ub Iwerks
1935
1928
Order
Title
Studio
Year
Director
14
The Old Mill
Disney
1937
Wilfred Jackson
15
Bad Luck Blackie
MGM
1949
Tex Avery
16
The Great Piggy Bank Robbery
Warner Bros. 1946
Bob Clampett
17
Popeye the Sailor Meets
Sindbad the Sailor
Fleischer
1936
Dave Fleischer
18
The Skeleton Dance
Disney
1929
Walt Disney
19
Snow White
Fleischer
1933
Dave Fleischer
20
Minnie the Moocher
Fleischer
1932
Dave Fleischer
21
Coal Black and de Sebben
Dwarfs
Warner Bros. 1943
Bob Clampett
22
Der Fuehrer's Face
Disney
1941
Jack Kinney
23
Little Rural Riding Hood
MGM
1949
Tex Avery
24
The Tell-Tale Heart
UPA
1953
Ted Parmelee
25
The Big Snit
NFB
1983
Richard Condie
26
Brave Little Tailor
Disney
1938
Bill Roberts
27
Clock Cleaners
Disney
1937
Ben Sharpsteen
Order
Title
Studio
Year
Director
28
Northwest Hounded Police
MGM
1946
Tex Avery
29
Toot, Whistle, Plunk and Boom
Disney
1953
Ward Kimball and Charles A.
Nichols
30
Rabbit Seasoning
Warner Bros. 1952
Chuck Jones
31
The Scarlet Pumpernickel
Warner Bros. 1950
Chuck Jones
32
The Cat Came Back
NFB
1988
Cordell Barker
33
Superman
Fleischer
1941
Dave Fleischer
34
You Ought to Be in Pictures
Warner Bros. 1940
Friz Freleng
35
Ali Baba Bunny
Warner Bros. 1957
Chuck Jones
36
Feed the Kitty
Warner Bros. 1952
Chuck Jones
37
Bimbo's Initiation
Fleischer
1931
Dave Fleischer
38
Bambi Meets Godzilla
Independent
1969
Marv Newland
39
Little Red Riding Rabbit
Warner Bros. 1944
Friz Freleng
40
Peace on Earth
MGM
1939
Hugh Harman
41
Rooty Toot Toot
UPA
1952
John Hubley
Order
Title
Studio
Year
Director
42
The Cat Concerto
MGM
1946
William Hanna and Joseph
Barbera
43
The Barber of Seville
Lantz
1944
James Culhane
44
The Man Who Planted Trees
Frédéric
Back
1987
Frédéric Back
45
Book Revue
Warner Bros. 1946
Bob Clampett
46
Quasi at the Quackadero
Independent
Sally Cruikshank
47
A Corny Concerto
Warner Bros. 1943
Bob Clampett
48
The Unicorn in the Garden
UPA
William T. Hurtz
49
The Dover Boys
Warner Bros. 1942
Chuck Jones
50
Felix in Hollywood
Pat Sullivan
Otto Messmer
1975
1953
1923
Download

A importância histórica do desenho e sua interface com o mercado