UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O SENSO COMUM PEDAGÓGICO E A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL.
Por: Sandra Pereira dos Santos Mizael
Orientadora
Professora Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O SENSO COMUM PEDAGÓGICO E A EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO BRASIL.
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Docência superior.
Por: Sandra Pereira dos Santos Mizael
Ao meu marido José Mizael, meus filhos Antonio, Arthur e Isabella Mizael , com todo
meu amor e carinho.
AGRADECIMENTOS
À Professora Mary Sue
Às amigas Aninha, Ellen, Rosane, Stella e Patrícia.
A toda turma T020 de Docência Superior, em especial ao “Grupo dos 13”
A Deus que, sem a crença em algo acima do bem e do mal não conseguiria chegar até aqui.
“Em vez de procurar
ser uma pessoa de
sucesso, procure ser
uma pessoa de valor. O
sucesso é
conseqüência.”
(Albert Einstein)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1. O QUE É SENSO COMUM PEDAGÓGICO
1.1 A Ética como exercício de responsabilidades
1.1.1. Fundamentos e reflexões sobre Ética e Moral
1.2 A Prática educativa e sua importância na formação do educando
2 O SENTIDO DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL
3 REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DO PROFESSOR
3.1. O aluno e o seu papel na educação
4 A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL E A ATUAÇÃO DO
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ATIVIDADES CULTURAIS
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇAO
INTRODUÇÃO
Aristóteles foi um dos primeiros filósofos a pensar a ética, fazendo uma análise
do agir do ser humano que mudou o modo de pensar ocidental. Ensinava que todo
trabalho visa a algum bem. E é isso que difere o ser humano dos outros animais.
Os tempos modernos, entretanto mostram que o ser humano não é mais o centro do
processo do desenvolvimento de uma sociedade e sua cultura, mas, sim, o capital ou
relações de lucro. E a pergunta básica que se faz para planejar uma ação é: “o que eu vou
ganhar com isso?”.
Um dos maiores desafios atualmente é fazer tudo que for possível em favor da ética,
e, é deixando sempre claro que a ética está ligada à concepção do ser humano e da
natureza, sem cair num moralismo hipócrita.
No decorrer da investigação proposta desta monografia procuraremos, evidenciar os
vários pontos da reflexão da prática docente e da aceitação (ou não) do educando, em
relação ao senso comum pedagógico.
Destacaremos como a sociedade atual analisa e atua (interfere/influência) nos
vários processos educativos do professor e também no agir do aluno em busca da sua
autonomia em sala de aula, na sociedade, e ainda na formação da sua própria identidade
através da dimensão ética da competência que não está presente somente na competência,
do educador, mas também na competência do profissional da educação.
A filosofia, quando se volta para a educação como prática humana, o faz numa
perspectiva ética de problematização
dos valores que fundamentam esta prática, tão
importante para a conscientização do ser humano, ou seja, os questionamentos de
problemas que poderão surgir durante esse processo.
No primeiro capítulo, apresentaremos o que é o senso comum pedagógico, como
surge e como forma padrões pré-estabelecidos na sociedade atual. Mostraremos também
como a ética é tão importante no exercício de responsabilidades, e que é preciso
transformar nossa consciência em projetos para a educação. E que a prática educativa
precisa ser coerente e racional. Neste sentido, mostrar ao educando que ele é um ser
pensante, capaz de construir um raciocínio lógico e fundamental para produção de novas
formas de conhecimento.
No segundo capítulo, falaremos sobre o sentido da educação atual, mostrando que
um dos principais caminhos para o processo de melhoria da educação é a interação entre
professor – aluno, sociedade-escola.
No terceiro capítulo destacaremos a desmistificação do conceito de educador e
professor, que a principal tarefa coerente do educador é estimular o aluno a produzir sua
própria compreensão do que lhe foi dado, para que haja um melhor entendimento das
propostas “conteúdistas” dadas pelo professor.
Enfim, no quarto capítulo, destacaremos a Educação Superior no Brasil e a atuação
do professor universitário.
Esperamos que este trabalho seja um convite à leitura para que todos possam ter
acesso, interagir, sobretudo, refletir conosco. Aceita o convite?
O QUE É SENSO COMUM PEDAGÓGICO
Num pensamento filosófico que questiona o que é o formar, esta (presente)
pesquisa propõe o tema senso comum pedagógico, da seguinte forma: o senso comum
surge do processo de acostumar-se a uma explicação ou compreensão da realidade, sem
que ela seja questionada. Mais do que uma interpretação adequada da realidade, ela é
uma “forma de ver” a realidade mítica, espontânea, acrítica, conforme nos indica
LUCKESI (1994), no qual envolve a aceitação do que já vem pronto, sem
questionamentos; fazendo uma analogia entre a atualidade e como eram os mitos no
passado, que serviam de resposta para toda e qualquer questão, já que não existia uma
forma de comprovar as ações.
O senso comum pedagógico não somente aparece como padrões de conduta pré –
estabelecidos acriticamente sem julgamentos, mas também de compreender e agir dentro
das nossas exigências pessoais, sem levar em conta as exigências e necessidades do
educando numa forma de organizar as ações diárias, as relações entre as pessoas e a
“realidade”. Como se tudo fosse padronizado.
LUCKESI (1994) nos indica que o senso comum pedagógico significa que
“Para ser professor, basta tomar um certo conteúdo, apresentá-lo, ir para
uma sala de aula, tomar conta de uma turma e efetuar o ritual de docência:
apresentação de conteúdos, controle da turma, avaliação da aprendizagem,
disciplinamento etc”. (p.94)
Podemos perceber que a prática pedagógica do professor tornou-se uma rotina
comum, sem que se pergunte se ela traz como resultado algumas decisões de
continuidade durante o processo educativo na sociedade e, não, como ponto de partida
para adquirir novos conhecimentos e transformar o que se traz de bagagem em
mudanças. Dentre muitas questões que emergem nesta discussão, podemos dizer que
estão em jogo o conformismo, a adaptação, o ato constante em não superar o próprio
cotidiano.
Muitas vezes, percebe-se que a prática profissional traduz em alienação tudo
que acontece a sua volta,e que não se dá conta do quanto isso pode ser prejudicial na
tarefa docente. Os Educadores mostram-se despreparados para a tarefa de fazer o aluno
aprender direito e a refletir, já que isso pode interferir nas suas aulas, que preferem,
então, encobrir os problemas, em vez de enfrentá-los; afinal, é mais cômodo continuar
dando a mesma “aulinha” de sempre e com os mesmos conteúdos, sem admitir que
muitos alunos querem apenas esse tipo de aula também para não terem que se dedicar
mais.(Demo, 2002 )
O senso comum pedagógico não existe apenas nas escolas do ensino fundamental
e médio, existem também nas universidades, seja pública, seja privada na qual muitos
educadores estão preocupados em transmitir logo os conteúdos para que o tempo passe,
para que a aula termine.
Rubem Alves em Fomos Maus Alunos conta uma história:
“Anos atrás, um professor universitário me contou que havia feito um
programa de suas leituras para os 10 anos seguintes (...) queria ser um
erudito... Eu fiquei perplexo: Meu Deus do céu! Será que ele não pensa
que pode surgir algum imprevisto, alguma coisa mais interessante no
caminho?”.(p. 54)
Faz-se necessário esclarecer que o professor, em alguns casos, evita buscar
inovações pelo simples fato de que elas podem vir a escapar do controle, e, na dúvida,
ficam com o que tem e continua a fazer as mesmas coisas.
Como esclarece Demo (2002) em Ironias da Educação:
“É arriscado entregar-se a inovações que nos escapam ao controle. Por
via das dúvidas, ficamos com o velho e vamos andando, dentro do que o
mercado e a sociedade permitem ou pedem. As mudanças parecem
óbvias, mas não menos óbvias as tendências a resistir”. (p. 46)
A mudança está presente, porém a resistência se faz presente com muito mais
intensidade. O conceito de resistência aparece como outra peça-chave de boa parte de
nossa historia. Resistência operária, mulheres que resistem em atos cotidianos, velhos
que resistem através de suas memórias, culturas populares que resistem à massificação e
uma série sem fim de resistências apontadas pelos quatro cantos das sociedades. Mas o
conceito de resistência acaba sendo utilizado em detrimento da consideração de que as
pessoas criam práticas. Há uma diferença essencial entre resistir a algo e criar atitudes.
A prática pedagógica não tem levado em conta a reflexão crítica do que é o
conhecimento e, muito menos, dando chance ao aluno na questão de estimular a
curiosidade e a pesquisa. Na maioria das vezes, o professor acredita que o conhecimento
é somente aquele em que o senso comum se fundamenta. Como se o aluno não trouxesse
com ele algum conhecimento e fosse uma “tabula rasa” (folha em branco) pronta pra ser
preenchida.
O senso comum pedagógico manifesta um entendimento idealista do que seja o
conhecimento. É como se não tivesse erros e acertos, ele simplesmente acontece.
É neste contexto que ouvimos dizer “foi sempre assim: por que agora teria que
ser diferente?”, “Meus avós fizeram assim; meus pais fizeram do mesmo modo. Então,
não está certo?” é o seu rolo compressor, que nos envolve, nos retira a possibilidade do
questionamento em tudo, inclusive,nas questões pedagógicas educacionais.(LUCKESI
1994)
O professor não se sente um aprendiz há mais tempo. E como não acredita
nele como um aprendiz, também não acredita no estudante. Como não
cultiva a incógnita dentro dele, também não cultiva no estudante.
Geralmente o professor não é um curioso. Então o círculo vicioso vai se
formando. Dimenstain em Fomos Maus Alunos-p.66
Entendemos que o senso comum pedagógico não é a melhor forma de compreensão da realidade. O senso comum só pode
estar, na verdade, a serviço de uma sociedade dominante e de sua ideologia. Na visão Marxista, a palavra “ideologia” tem um sentido
mais profundo e nos mostra que as idéias cristalizadas em sistemas que governam as sociedades nada mais são do que uma ocultação da
realidade. (Ma Luiza Silveira teles – Filosofia para Jovens –p. 68)
1.1
A Ética como exercício de responsabilidades
A Ética refere-se a uma essência que vem antes de valor; por este motivo é
permanente e inalterável. Um desses valores é a verdade de que é um valor eterno e está
presente em todas as épocas e culturas, como honestidade, sinceridade e lealdade e que
parecem ser deixadas de lado.
Quando se fala em ética, envolvemos algo indispensável à convivência humana, na
qual a partir dela podemos ter um diálogo mais profundo com o “outro”. Os valores dentro
de um grupo indicam os limites com os quais podemos medir nossas possibilidades. Como
podemos perceber em Caetano Veloso e Gilberto Gil, na Música “ Panis et circensis”
Eu quis cantar, minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer, de puro aço luminoso punhal...
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na Avenida Central
Mas as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar, folhas de sonho no jardim do solar...
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas da sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer.
Na atualidade existe um questionamento do que é essencial, porque só sustentado
por uma ética firme, da essência, de se colocar no lugar do outro, é que o homem pode
ter coragem de agir de forma criadora e reflexiva. É sua inteligência aguardando para
ser desenvolvida.
A ética é o exercício da responsabilidade ligada à concepção do ser e da natureza.
Isto, está intrínseco no ser humano esta relação da conformidade ou não, com a razão
que nos torna bons ou maus, de modo incondicional. Neste aspecto, o mais importante é
deixar clara a necessidade da ética na vida do homem.
A ética surge quando sentimos necessidade de responsabilidade pelo nosso
destino e pelo do outro. Ser ético é assumir para si mesmo os interesses do outro até
quando não coincidem com os nossos. Neste caso, é lembrar que o educando também
tem seus próprios interesses e valores. Para ser ético é preciso ser livre, respeitando o
outro e impondo limites ao próprio poder. Sem agir com preconceitos. Sem ética nada
tem valor. O ser humano é um ser criativo; e, se não consegue pensar, ele levanta e
protesta. É sua essência que lhe dá essa liberdade criativa. E quando a opressão lhe pesa,
ele protesta e se opõe. Pode até ser torturado, mas nada lhe tira a capacidade de se opor.
Tanto na escola, na educação quanto, com a família e religiões. Sempre mantendo sua
capacidade de desejar. (BOFF, 2000)
Precisamos transformar nossa consciência num projeto pessoal e cultural. É
fazer com que a sociedade, a cultura e a educação reservem espaços para a integração
com a natureza, numa eterna interação com o outro.
Cada pessoa tem que construir o novo a partir do seu lugar de origem; é pegar o
que já existe e transformar em algo para novas mudanças, sonhar com as potencialidades
e apostar nelas.
A ética está aberta às mudanças, às mentalidades e às sensibilidades e
transformações sociais, a fim de tornar a moradia humana mais honesta e saudável. É
um conjunto de atividades sempre abertas à vida e suas possibilidades. Dá-nos
coragem de expulsar elementos obsoletos e confere-nos a ousadia de assumir com
responsabilidades e projetar novos valores. Como respeito, dignidade, compaixão.
Valores que nos tornam sensíveis, com responsabilidades e seriedades. BOFF (1997)
No cotidiano, vemos que os conceitos de ética e de moral se confundem ou se
identificam. Não sem razão. Se recorrermos à origem etimológica das palavras, vamos
encontrar os vocábulos ethos (grego) e Mores (latim) que significam, ambos,
“costumes”, “jeito de ser”.(RIOS, 2004)
Devemos a Aristóteles a definição do campo das ações éticas. Este não é só
definido pela virtude, pelo bem e pela obrigação, mas também pertencem àquela esfera
da realidade na qual cabem a deliberação e a decisão ou escolha. Não deliberamos sobre
as estações do ano, o movimento dos astros, não decidimos sobre aquilo que é regido
pela natureza. Mas decidimos sobre tudo aquilo que, para acontecer, depende da nossa
vontade e de nossa ação. Decidimos sobre o possível, isto é, sobre aquilo que pode ser
ou deixar de ser, porque, para ser e acontecer, depende de nós, de nossa vontade e da
nossa ação(CHAUÍ, 2004).
A essência do homem é eterna e , por isso, a ética refere-se a uma essência que
precede qualquer valoração e, de certa forma, é permanente, eterna e inalterável
(TELES, 1996).
“ A qualidade de um ato eticamente bom independe de qualquer
consideração de vantagem, utilidade, prazer, pressões, emoções e
aspirações” (p.27)
Para Schopenhauer, um sistema ético reconhece que o individuo é parte de uma
comunidade e ele é , de fato, seu guardião. Ele defendia a compaixão (Mannion, 2004).
O filósofo Jean-Paul Sartre dizia que, quando elejo a mim mesmo, estou
escolhendo toda humanidade. Escolho todos os outros que são tão humanos quanto eu, o
que faz com que eu deva aceitar que a singularidade seja possível para todos, e a
sociedade torna-se uma multiplicidade de diferentes indivíduos criativos. Afirmando que
compreender a ética não deve ser vista como uma atitude solitária, particular, mas, sim,
como um empreendimento coletivo, solidário: buscar o meu prazer, minha realização,
mas também o prazer e a realização do “outro” (GALLO, 2003).
1.1.1
Fundamentos e Reflexões sobre a Ética e Moral
Muitas pessoas confundem ética e moral, e é a partir das perguntas “o que é
ética? O que é moral?”, tentaremos um pequeno esclarecimento:
Na linguagem comum, ética e moral são sinônimos; porém, se nos
aprofundarmos na questão, perceberemos que ética e moral não os são. Partiremos pela
definição de ética feita por BOFF (2004)
Ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo acerca da vida,
do universo, do ser humano e de seu destino, estatui princípios e valores
que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta
por princípios e convicções. Dizemos então que tem caráter e boa índole.
(p.37)
Como vimos no capitulo anterior ethos vem do grego de onde se deriva ética, que
significa morada humana e também caráter, jeito de ser, modo de ser. Para que a
morada seja morada, é necessário, porém, organizar o espaço físico e o espaço humano
(relações entre os moradores entre si e os vizinhos), ou seja, o conjunto organizado dos
princípios, valores, das práticas humanas, pessoais e sociais (BOFF, 2004).
Moral, vem de mores do latim que significa costumes, tradições, hábitos,
maneiras e usos de organizar as refeições, os encontros, as festas, estilos de
relacionamento e os comportamentos concreto das pessoas.
A moral é parte da vida concreta. Trata da prática real das pessoas que se
expressa por costumes, hábitos e valores culturalmente estabelecidos.
(Boff, 2004 p.37)
Porém, estes valores culturalmente estabelecidos podem ser questionados pela
ética, porque uma pessoa pode seguir os costumes até por conveniência, mas não são
éticos.
Imaginemos como seriam uma casa e uma sociedade (ethos) que tivessem tais
costumes e produzissem caracteres humanos (mores) e a partir desta compreensão,
poderemos ajuizar as várias éticas e morais existentes nas culturas mundiais. BOFF
mostra em Ética e Moral 2004.
A ética capitalista diz: bom é o que permite acumular mais com menos
investimento e em menos tempo possível. A moral capitalista concreta
reza: empregar menos gente possível, pagar menos salários e impostos e
explorar melhor a natureza para acumular mais meios de vida e riqueza
(p.41)
E essa é uma das razões da grave crise atual, de valores, crise de uma visão mais
humanitária e generosa da vida, crise de ótica que, como diz Leonardo Boff, gera uma
crise de ética.
A responsabilidade revela o caráter ético das pessoas. Se assumirmos nossa
responsabilidade, tudo que vem de encontro com as nossos questionamentos pode servir
de estímulo para novos e melhores caminhos.
BOFF finaliza: Talvez não saibamos teoricamente o que é bom ou ruim, nem
tenhamos o mapa da viagem da vida. Mas identificamos nessas pessoas, verdadeiros
caracteres, um dos sentidos originais de ethos. Neles a ética e a moral emergem como
praticas vivas e convincentes, ou também como sua fragorosa negação, como aquilo que
não deve ser. Elas mostram a possibilidade com a qual todo ser humano sonha, a de se
realizar como pessoa. Essa realização vale mais que a pura e simples busca da
felicidade.
Em nossas reflexões, tentaremos refazer a experiência da qual se constrói a ética
e moral. Mas não basta compreendermos. Temos que nos transformar em pessoas éticas
como dizia Aristóteles “ não filosofamos para saber o que seja virtude, mas para nos
tornamos pessoas virtuosas” BOFF, 2004. Assim sendo, o sentido de felicidade é a nossa
satisfação em ser melhores pessoas e bons profissionais e pensarmos no outro como
parte de nós.
1.2
A Prática Educativa e sua Importância na Formação do
Educando.
A prática educativa deve ser rigorosamente decente e “pura”, pois o educador
lida com seres humanos com anseios e desejos e, por esse motivo, tem que ter uma
permanente crítica aos desvios que somos, quase sempre, induzidos a seguir. Ou seja,
quando resolvemos -como seres históricos, capazes de escolher e decidir- seguir as
vontades e desejos para uma educação melhor, somos obrigados a nos desviar e ter que
seguir regras pré-estabelecidas.
Como diz claramente Carlos Rodrigues Brandão em O Que é Educação:
“(...) A ideologia que fala através de leis, decretos e projetos da educação
autoritária nega, acima de tudo que ela seja uma pedagogia contra o
homem - contra a verdadeira liberdade do saber, liberdade que existe
através da verdadeira igualdade entre os homens” (p.96)
Se a tarefa coerente do educador é estimular o educando a produzir sua própria
compreensão do que lhe foi dado, então seu momento fundamental é a reflexão crítica
da prática de hoje, rever a de ontem e melhorar a próxima, propiciando aos educandos
uma relação com os outros e, todos os outros com o professor, assumindo para sempre
um status de um ser pensante, transformador, criador e realizador de sonhos.
Ensinar não é transferir conhecimentos, e, sim, uma troca em que o educador
pega o que tem de melhor e, ao mesmo tempo, recebe do seu aluno o que ele traz. O
professor, que não valoriza a curiosidade do aluno, o seu gosto estético, a sua inquietude
e sua linguagem, que o minimiza, que manda que ele se ponha em seu lugar ao menor
sinal de sua rebeldia, transgride os princípios éticos da nossa existência (FREIRE, 1996)
É preciso deixar claro que não existem justificativas para explicar a
superioridade do professor em relação ao aluno. Na verdade, o professor não é superior,
ele é apenas um intermediário entre o conhecimento (científico) e o educando. O bom
professor é aquele que faz com que o aluno chegue até o seu pensamento e se
surpreenda com suas curiosidades, dúvidas e incertezas. Citando Pedro Demo, em
Ironias da Educação:
“O professor precisa ser o exemplo consumado de quem sabe aprender
para poder fazer o aluno aprender. É a ponta de lança dos trabalhadores
do conhecimento e deve servir à causa maior da geração de oportunidades
para as novas gerações” (p. 91)
Pensando no agir como professor e no agir do aluno em busca da sua autonomia e
sua identidade, deve pensar numa reflexão crítica permanente sobre sua prática em sala de
aula. É um trabalho interativo entre professor e aluno, com qualidades que são construídas
para diminuir a distância entre a teoria e a prática. E uma dessas qualidades é a coerência.
Se continua ironizando e inibindo o aluno com arrogância, não pode querer respeito e
responsabilidade.(Freire, 1996)
Há professores e professoras cientificamente preparados, mas autoritários a toda
prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade
do professor. Não há nada que mais inferiorize a tarefa formadora da autoridade do que
a mesquinhez com que se comporte. (Freire,1996)
A esperança de que alunos e professores possam aprender, ensinar, produzir e
resistir juntos aos obstáculos que podem vir, a esperança é indispensável à experiência
histórica, sem ela não haveria história, mas puro determinismo.
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL
Na sociedade atual, um dos maiores objetivos da educação é (a de) criar novas
formas de ajuda aos jovens para olharem a escola como apenas um primeiro ciclo na
educação; e essa missão é uma das mais difíceis.
Para LUCKESI a educação tem elos entre o passado e o futuro, entre os sujeitos
e a sociedade, entre as competências e a formação de identidades. É o caminho pelo
qual várias gerações construíram os momentos da história, visando, assim, um
compartilhar de saber, entre encontros com outros saberes. O resultado deste trabalho é
uma educação que interage, ensina e aprende, podendo se considerar a atividade de
responsabilidade das famílias, da sociedade e do Estado.
Como esclarece Luckesi em Filosofia da Educação:
“A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em
si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou
transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressuposto, de
conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos. A sociedade da
qual ela deve possuir alguns valores norteadores da sua prática”. pág 31
E já que ninguém escapa da educação, podemos até pensar sobre ela. Não há
uma só forma de educação, ela pode acontecer em vários lugares, e o professor não é o
único a praticá-la. Existe educação de vários tipos e categorias, inclusive a educação que
é usada como dominação de uma sociedade. Porém, podem existir livres e podem criar
incontáveis práticas do saber. A educação é um modo de vida dos vários grupos sociais
que criam e recriam uma cultura na sociedade. E sua missão é transformar o mundo em
alguma coisa melhor. BRANDÃO (2004)
Uma melhor maneira de compreender o que é a educação é procurar ver o que
dizem as várias pessoas da sociedade, estudantes e outros sujeitos que compõem a nossa
sociedade. Na verdade, a educação é uma socialização das futuras gerações de uma
sociedade e por esse motivo conserva e repassa os mesmos valores. Todos nós
envolvemos pedaços da vida com ela. E já que temos alguma coisa a dizer sobre a
educação, por que não pensar sobre ela?
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada
povo e entre os povos que se encontram. Existem povos que dominam outros, usando a
educação como um recurso a mais da sua dominação. A educação existe difusa em todos
os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios de aprender.
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as
pessoas criam para tornar comum, como saber, como idéia, como trabalho ou como vida.
E pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o
controle sobre o saber. É uma fração de modo de vida dos grupos sociais que a criam e
recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Ela ajuda a
pensar tipos de homens. Ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber
que constitui e legitima. A educação participa do processo de produção de crenças e
idéias, de qualificações que , em conjunto constrói tipos de sociedades. E esta é a sua
força. BRANDÃO (2004)
A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e,
ali, sempre se espera sua missão de transformar sujeitos e mundos em alguma coisa
melhor, de acordo com as imagens que se tem um dos outros.
Uma maneira de se compreender o que é a educação é procurar ver o que dizem
sobre ela, as pessoas como legisladores, pedagogos, professores, estudantes e outros
sujeitos um tanto mais tradicionalmente difíceis de entender, como filósofos e cientistas
sociais.
Citaremos Gilberto Dimenstain em Fomos Maus Alunos:
“(...) a escola só funciona se for lugar de experimentação, de curiosidade e
o que o professor só funciona se for em gestos de experiências, de
curiosidades. E mais: a cidade deve ser incorporada à sala de aula. As
aulas devem ser dadas também fora da escola (...)”( p.69)
Na lei , ao pretenderem estabelecer os fins da educação no país, nossos
legisladores, pelo menos em teoria, garantem para todos o melhor. De certo modo falam
da educação através de uma ideologia.
Mas entre o passado e o vivido há diferenças, as pessoas do país protestam e
cobram, de quem faz a lei, que, pelo menos, ela seja cumprida: que haja liberdade na
educação e, através dela, que a escola exista para todos e seja distribuída por igual entre
todos.
Não há apenas idéias opostas ou diferentes a respeito da educação, a sua essência
e seus fins. Há interesses econômicos, políticos, que se projetam também sobre a
educação.
Do ponto de vista de quem responde por fazer a educação funcionar, parte do
trabalho de pensá-la implica justamente desvendar o que faz com que a educação, na
realidade, negue e renegue o que oficialmente se afirma dela na lei e na teoria.
“A educação é uma prática social, cujo fim é o desenvolvimento na
pessoa humana que pode ser aprendido entre os tipos de saber
existentes em uma cultura, para afirmação de tipos de sujeitos, de
acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade”.(Brandão,
2004 p.73)
E em qualquer tipo de ordem social, quanto mais a educação autoritária e
classicista é expressão de um poder autoritário de uma sociedade , tanto mais ela procura
apresentar-se como uma práticas humanamente legítima, exercida em nome de leis
legítimas e “para o bem de todos”. A ideologia que fala através de leis, decretos e
projetos da educação autoritária nega acima de tudo que ela seja uma pedagogia contra
os homem-contra a verdadeira liberdade do homem através do saber, liberdade que
existe através da verdadeira igualdade entre os homens (BRANDAO, 2004).
REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DO PROFESSOR
É fundamental refletir sempre o papel do educador e, às vezes, temos que
reconhecer que podíamos ter feito melhor ou, ao menos, compreender porque não
conseguimos. O julgamento moral não imuniza totalmente a culpa, mas faz o
profissional a aceitar que não é uma máquina infalível e com fraquezas inerentes à
condição humana (PERRENOUD 2001).
Quando refletimos sobre uma determinada prática, também refletimos sobre
nossa história, nossa família, cultura, gostos e nossa relação com o outro, nossas
angústias e obsessões. A formação deve ter um olhar sobre si mesmo, um pouco de
sociologia e psicologia. Devemos buscar a compreensão de onde vem nossa relação com
as outras pessoas (PERRENOUD 2001).
Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da
reflexão
crítica crítica sobre a prática. E pensando criticamente a prática
de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.-Freire
Pedagogia da Autonomia p.39.
O professor tem que repensar o seu papel, é certo que continuam a ser fontes de
informação, porém tem que ter consciência que são apenas uma fonte de ligação, entre
muitas outras. Haverá alunos que não vão precisar muito da informação substantiva dos
professores, embora precisem da informação processual no sentido de digerirem e
criticarem (ISABEL ALARCAM).
Uma prática reflexiva não se limita apenas a ação, ela tem que ter vínculos com
suas finalidades e com seus valores. A prática reflexiva não é o suficiente, mas é uma
condição necessária para enfrentar a complexidade que o estudo e a pesquisa requerem.
Nenhum envolvimento com pessoas, em um grupo, é simples. Existem várias
divergências que provocam sensações de injustiças, exclusão, revolta e humilhação. É
preciso antes de tudo, acima de tudo, conversar de tal forma com os educandos para
que não haja tensões, os não ditos ou as mágoas, mas que permita sejam explicados.
O fato de saber refletir sobre a prática, seria uma atitude digna do educador. Mas
será que todos os profissionais refletem sobre o que fazem? A reflexão na e sobre a
ação seria uma atitude própria da espécie humana.
É verdade que os futuros professores precisam menos de uma formação
profissional para aprender a pensar, pois seu caminho prévio já providenciou isso. No
entanto será que eles possuem as posturas e os hábitos mentais próprio de um
profissional reflexivo?
O profissional pode se voltar a seus próprios valores se eles forem capazes de
guiá-lo sem hesitação e de fazê-lo investir na luta contra o fracasso, contra o elitismo, na
educação para a cidadania ou na instrução propriamente dita. Eles não têm certeza de
saber que linha de conduta devem adotar. Eles precisam dispor de recurso intelectual
capaz de reconstruir certezas provisórias (Perrenoud, 2001)
O grande desafio para os professores, vai ser ajudar, a desenvolver nos alunos,
futuros cidadãos a capacidade de trabalho autônomo e colaborativo, mas também o
espírito critico. E este se faz a partir do diálogo e no confronto de idéias e de práticas e
na capacidade de ouvir o outro, mas também em ouvir a si próprio e de se auto criticar
o que só é possível num ambiente saudável e de compreensiva aceitação. O que não quer
dizer que haverá perda de autoridade do professor e da escola (ALARCAM).
A competência do educador, na medida que reflito sobre uma prática que é a
minha e da qual tenho que estar mais próxima. É preciso pensar que o educador
competente é um educador comprometido com uma sociedade justa, na qual saber e
poder tenham um mesmo valor e não de denominação entre os homens (RIOS).
O saber fazer bem tem uma dimensão técnica, a do saber e do saber
fazer, isto é, do domínio dos conteúdos de que o sujeito necessita para
desempenhar seu papel, aquilo que se requer dele socialmente, articulado
com o domínio das técnicas, das estratégias que permitam que ele,
digamos, dê conta do recado, em seu trabalho.Terezinha Azeredo Rios p.
47
A prática reflexiva é uma prática cujo domínio é conquistado mediante a prática.
É aprender a operar até a fazer malabarismo com idéias, hipóteses, a seguir intuições, a
superar contradições.
A relação escolar com o saber, quando é séria e dependente, sem distanciamento
crítico e sem espírito lúdico, não é favorável a uma prática reflexiva, a qual exige que se
pense por si mesmo e que se utilizem os saberes de forma pragmática e ousada.
(Perrenoud)
Para PERRENOUD qualquer reflexão sobre a pratica mobiliza uma teoria da
prática do ator. Ela pode ser erudita, ou ingênua, explicita ou implícita e está relacionada
as causas da ação, a consciência ou a inconsciência, a parcela de responsabilidade e de
dependência, ao determinismo e ao livre arbítrio. O saber analisar só se deteriora se não
for utilizado.
3.1
O Aluno e Seu Papel na Educação
De acordo com ALARCAM o professor não é o único transmissor do saber e
tem que aceitar situar-se nas suas novas circunstancias que, por sinal, são bem mais
exigentes. O aluno já não é mais o receptáculo a deixar-se rechear de conteúdos. O seu
papel impõe-lhe mais exigência. Tem que gerir e transformar seu conhecimento e seu
saber. O professor tem que ser um pesquisador, um eterno aluno.
São muitas as competências desejadas, que assentam num conjunto de
capacidades. Valoriza-se a curiosidade intelectual, a capacidade de utilizar e recriar o
conhecimento, de questionar e indagar, de ter um pensamento próprio e desenvolver um
mecanismo de auto-aprendizagem. A competência não existe sem os conhecimentos.
Para ISABEL ALARCAM a vértice do saber é como um botão que se abre
numa variedade de fontes e informações. O aluno tem que se assumir como um ser
(mente num corpo com alma) que observa o mundo e observa a si mesmo, se questiona e
procura contribuir sentidos aos objetos, aos acontecimentos e as interações. Ir a procura
do saber. Busca ajuda nos livros, nas discussões, nas conversas, no pensamento e no
professor.
Não é fácil, nem para o professor, nem para os alunos de repente pensar e agir
desta maneira. Porém algumas experiências mostram que é possível e reconfortante. Não
há que declarar morte ao professor. Pelo contrário, na era da informação, ele é o
timoneiro na viagem da aprendizagem em direção ao conhecimento ALARCAM.
Uma das crenças é de que o educador tem que dar ao aluno a “certeza” sobre
alguma coisa (resposta pronta), pois ele não deve ter independência para buscar
respostas. É como se conseguisse que o educando “não tem querer”, o seu querer deve
depender do critério do professor.
Será mesmo que o educando é tão dependente assim? Será que ele não pode ter
um “querer diferente”, que lhe desenvolva a autonomia? Será que o querer do professor
e do educando não pode ser permeado pela busca de um entendimento novo e superior,
através da discussão entre ambos? LUCKESI, 1994.
A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL E A ATUAÇÃO
DO
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Acredita-se que o professor de ensino superior não necessita de qualquer formação
didática. De acordo com tal raciocínio, para que haja um bom resultado, o professor
universitário precisa somente do conhecimento referente à sua disciplina.
Entretanto o professor precisa possuir, além da sua especialização, uma cultura
geral. Essa cultura é muito importante para todas áreas de conhecimento. Verifica-se que
por mais específico que seja, ele apresenta inúmeros condicionamentos. Econômicos,
sociais, políticos entre outros.
Muitos professores se colocam como fornecedores e como principal responsável
pelos resultados. Principalmente se forem favoráveis.
Podemos perceber que ao se falar do ensino, o professor é o elemento principal do
processo, como: Instrução, orientação, comunicação e transmissão de conhecimento.
Já ao se falar de aprendizagem, evidenciam-se conceitos como: descoberta,
apreensão, modificação de comportamento e aquisição de conhecimento, que se referem
diretamente ao aluno.
Na verdade essas idéias foram aceitas desde os primeiros cursos. Acreditava-se que
como os alunos eram de uma classe social mais alta, seu comportamento era considerado
adequado. Tanto assim, que o desempenho do professor do ensino superior não era
questionado.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB- 9394/96), contribuiu
muito para que esse processo não se alterasse.
“Art.66 – A preparação para o exercício do magistério Superior, far-se-á em nível
de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.
Parágrafo único – o notório saber, reconhecido por faculdade com curso de
doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título acadêmico.”
CONCLUSÃO
O que percebemos durante a elaboração desta monografia é que o professor tem
sua própria identidade e sendo assim, tende a guiar seus alunos de acordo com seus
valores. Valores esses que podem não ser os mesmos dos seus alunos. Que na maioria
das vezes não é.
Consciente ou não, o professor-educador transmite seus valores em sala de aula
como uma verdade certa e inalterável. O mais importante é que o professor tenha uma
interação com seus alunos e possa transmitir, não apenas o seu conhecimento, mas que
consiga proporcionar o entendimento de idéias, valores e ajudar, além de formar a
personalidade do educando, trazer um estímulo para os estudos e pesquisas.
Observamos que ao falar de ética na educação e querer que os educadores ajam
de maneira ética, percebemos que estes confundem muito com moral. Por esse motivo
colocamos os fundamentos de ética e moral de uma forma muito simples.
Não estamos aqui, querendo fazer uma crítica dura contra os professores, apenas
questionando o agir do educador – lembrando que a crítica não é uma coisa ruim, pelo
contrário, ela serve como calibrador das atitudes do professor e do seu agir em sala de
aula. O principal é que os profissionais da educação vejam com os olhos de quem já foi
também aluno.
Fazendo estágios em escolas públicas e particulares, percebemos que pouco
mudou, vimos que esta profissão se prende muito ao poder. Ao manipular o agir do
aluno, ela consegue manipular também a alma humana e com isso dar continuidade a sua
tendência ideológica.
Entretanto não há como deixar de lembrar que existem professores que de maneira
elegante e educada, nos deixavam falar, questionar e até mesmo criticar algumas
atitudes e a partir dessas mesmas críticas, rever e até mesmo melhorar seu agir.
Precisamos, como professores e alunos, aceitar as novas tendências, tecnologias
e novidades que essa área nos proporciona e tentar adaptá-la ao nosso agir. Pois somente
nos colocando no lugar do outro podemos mudar nossa sociedade que anda tão sem
interesse com o próximo, e a partir da educação é que podemos seguir em frente com
muita dignidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALARCÃO, I. Professores Reflexivos Em Uma Escola Reflexiva - São Paulo, SP:
Cortez, 2003.
BOFF, L. A Águia e a Galinha – Uma Metáfora da Condição Humana – Petrópolis,
RJ: Vozes, 1997.
_____. A Voz do Arco-Íris - Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2004.
_____. Ética e Moral: A Busca dos Fundamentos – Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
_____. Tempo de Transcendência – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ: Sextante,
2002.
BRANDÃO, C. R. O Que é Educação – São Paulo, SP: Brasiliense, 2004.
CHAUI, M. Filosofia: Série Novo Ensino Médio – São Paulo, SP: Ática, 2004.
DEMO, P. Ironias da Educação: Mudança e Contos Sobre Mudança – Rio de Janeiro,
RJ: DP&A, 2002.
DIMENSTEIN, G. /ALVES, R. – Fomos Maus Alunos – Campinas, SP: Papirus,
2003.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa – São
Paulo, SP: Paz e Terra, 1996.
GALLO, S. Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia: Elementos Para o Ensino de
Filosofia – Campinas, SP: Papirus, 2003.
GIL, A.C – Metodologia do Ensino Superior. SP: Atlas
LUCKESI, C. Filosofia da Educação: São Paulo, SP: Cortez, 1994.
MANNION, J. O Livro Completo da Filosofia: Entenda os Conceitos Básicos dos
Grandes Pensadores: de Sócrates a Sartre; trad. Fernanda Monteiro dos Santos – São
Paulo, SP: Mandras, 2004.
PERRENOUD, P. A Prática Reflexiva no Ofício do Professor: Profissionalização e
Razão Pedagógica; trad Cláudia Schilling- Porto Alegre: Artmed, 2002
RIOS, T. A. Ética e Competência – São Paulo, SP: Cortez, 2004
TELES, M. L. S. Filosofia para Jovens: Uma Iniciação à Filosofia – Petrópolis, RJ:
Vozes, 1996.
ATIVIDADES CULTURAIS
“A LIBERTAÇÃO DE PROMETEU DIONYSOS & ARIADNE”
SESC – Rio de Janeiro - 08/04/2006
O espetáculo narra as experiências de amor, prisão e liberdade de um casal,
fazendo uma analogia com a libertação do titã Prometeu do rochedo em que estava
acorrentado, no monte Cáucaso, onde uma águia lhe devorava o fígado sem cessar.
Uma outra cena mostra o casamento de Dionysos e Ariadne. Abandonada por
Teseu, a quem ajudara a sair do labirinto de Minos, Ariadne lamenta a sua sorte.
Dionysos ouve seu lamento e arrebatado de súbita paixão toma-a como esposa. “De
tanto correr me perdi de mim mesma”.
“CHORA, CORPO CHORO”
CENTRO COREOGRÁFICO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO – Secretaria
Municipal das Culturas – RJ - 07/2006
Espetáculo de dança sobre o Chorinho e o preconceito que havia na sociedade, sobre
esse gênero musical, nas décadas passadas.
Este espetáculo foi criado para Trabalho de Conclusão de Curso da UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro de Carolina Boa Nova.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO....................................................................................................................
........07
CAPÍTULO I
...............................................................................................................................11
O QUE É SENSO COMUM
PEDAGÓGICO.............................................................................11
1.1 A Ética como exercício de
responsabilidades.......................................................................14
1.1.1. Fundamentos e reflexões sobre Ética e
Moral................................................18
1.2 A Prática educativa e sua importância na formação do
educando........................................21
CAPÍTULO II
.............................................................................................................................24
O SENTIDO DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE
ATUAL.....................................................24
CAPÍTULO III
...........................................................................................................................26
REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DO
PROFESSOR..............................................................26
3.1. O aluno e o seu papel na
educação.......................................................................................27
A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL E A ATUAÇÃO DO PROFESSOR
UNIVERSITÁRIO....................................................................................................................
...29
CONCLUSÃO..........................................................................................................................
...34
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................36
ATIVIDADES
CULTURAIS......................................................................................................38
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O SENSO COMUM PEDAGÓGICO E A EDUCAÇAO
SUPERIOR NO BRASIL.
Por
Sandra Pereira dos Santos Mizael
Orientadora: Mary Sue
Aprovada em ___/____/___
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universidade candido mendes pós-graduação “lato sensu” projeto a