Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006/07
2007, Ano de Recuperação ?
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entrevista
Dr. JOÃO CURTO
Director da Unidade de
Desabituação do IDT de
Coimbra
8
contratação
CONTRATAÇÃO PARA TODOS,
É O NOSSO OBJECTIVO
9
MAG
CONSELHO NACIONAL
APROVA ORÇAMENTO E
PLANO DE ACTIVIDADES 2007
12
horas livres
ROTA DA FARINHA E DA BROA
Passeio Etnográfico
VISITA AO AQUEDUTO DAS
ÁGUAS LIVRES
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BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
índice
CAIXA ABERTA Nº13
NOVEMBRO - DEZEMBRO - JANEIRO
2006 / 07
3
caixa com história
• A HISTÓRIA DO COMPUTADOR
5
caixa entrevista
• Dr. JOÃO CURTO - DIRECTOR DA UNIDADE DE
DESABITUAÇÃO DO IDT DE COIMBRA
8
caixa contratação
• CONTRATAÇÃO PARA TODOS, É O NOSSO OBJECTIVO
9
caixa MAG
• CONSELHO NACIONAL APROVA ORÇAMENTO E PLANO
DE ACTIVIDADES PARA 2007
10
caixa sindical
• O STEC CONTINUA A CRESCER
• TRABALHO SUPLEMENTAR NÃO REMUNERADO
11
caixa opinião
• REFERENDO NACIONAL - 11 FEVEREIRO DE 2207
12
caixa horas livres
• ROTA DA FARINHA E DA BROA - Passeio Etnográfico
• VISITA AO AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES
13
caixa cultural
• DIVULGAÇÃO
14
caixa protocolos
• PROTOCOLOS
16
protocolos
•caixa
INSÓLITO
• CONT(R)A-CORRENTE
editorial
2007, ANO DE RECUPERAÇÃO ?
Com a entrada de um novo ano, repetem-se e
permutam-se os votos de felicidade para os 12 meses
que se seguem. A Administração do Grupo CGD não
fugiu a esta regra de bom comportamento social e lá
compareceu a distribuir prodigamente os seus votos.
Assim e renovados que estão os sentimentos de esperança
no surgimento de condições que conduzam a uma vida melhor, para todos, distribuem-se os desejos de uma justiça mais
célere e mais justa, de um apoio efectivo na saúde, de uma
melhor educação, mas também de uma maior igualdade na
distribuição da riqueza que todos produzem, de modo a que
a solidariedade e a fraternidade deixem de ser palavras vãs
em Portugal.
A CGD, que ao longo da sua existência sempre soube cultivar
internamente uma atitude de solidariedade e de aproximação
entre os milhares de trabalhadores que a integravam, começou
ultimamente a perfilhar as ideias neoliberais que ignoram e
repudiam tudo o que “cheire” a preocupações sociais e que
perfilham a desigualdade e o nepotismo como os seus modelos de gestão.
Esta constatação explica muitas das preocupações e dos nervosismos que começam a proliferar entre os trabalhadores do
Grupo e muito especialmente no seio das Agências da CGD.
O preocupante número de situações de baixa por doença, em
que as depressões e outras afecções de ordem psíquica são
dominantes e com tendência para aumentarem, mostra bem
que a gestão tem de rever a sua política social, de inverter o
seu caminho e de regressar ao modelo que ao longo de gerações a Empresa cultivou e que a tornaram a Instituição de
referência do sistema financeiro em Portugal.
É com esta expectativa positiva que devemos encarar o ano
de 2007, acreditando que os tempos das desigualdades e das
injustiças vão ser ultrapassados, que os trabalhadores vão
voltar a ser reconhecidos como o principal activo do Grupo
CGD e que um novo ciclo de esperança se vai iniciar.
A melhoria do nível de vida de todos e as medidas de âmbito
social que nos comecem a aproximar, de facto, da realidade
europeia é o que queremos esperar de 2007.
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CAIXA ABERTA
história
A HISTÓRIA DO COMPUTADOR
Computador, é “aquele ou o que faz cômputos, que calcula”.
Na verdade, originalmente, o termo referia-se a uma
profissão, à pessoa que contava e que, no início, eram,
predominantemente, mulheres.
Hoje em dia, as operações que podem ser realizadas por um
computador vão bem além das contas “triviais” que marcaram
o seu início, e que motivaram a sua construção.
Historicamente, o primeiro artefacto humano utilizado para realizar contas foi o ábaco. A sua origem remonta à Ásia Menor,
300 anos A.C. Existiram várias formas de ábacos, idealizados
pelas várias culturas em que foram usados/criados.
No entanto, o seu uso sofreu franca diminuição, sobretudo
na Europa, a partir da consolidação do uso do papel e da
caneta.
Seguindo a linha histórica, e lidando com “engenhocas” mais
sofisticadas, é criada por Pascal, em 1642, a primeira máquina
de calcular de que se tem notícia. Ela funcionava através de
engrenagens mecânicas, e conseguia realizar somente a soma.
No entanto, 52 anos depois, Leibniz aprimora o invento de
Pascal, de tal forma que a nova “calculadora” mecânica já era
capaz de realizar a multiplicação, além da soma.
A "Pascaline" aberta, revela as engrenagens e cilindros que
rodavam de modo a apresentar o resultado numérico.
Apesar disso, é somente a partir de 1820
que as máquinas de calcular mecânicas
começam a ser amplamente utilizadas.
Já nesta época, Charles de Colmar inventa uma nova calculadora, que consegue realizar todas as quatro operações
aritméticas básicas: soma, subtração,
divisão e multiplicação.
E este era o estágio em que se estava
até a I Guerra Mundial, na era da computação mecânica.
dade europeia da época. Segundo observou Babbage, as operações matemáticas
repetitivas poderiam ser desenvolvidas
com mais agilidade e confiabilidade pelas
máquinas do que pelos homens.
Estimulado por isso, ele idealizou uma
máquina a vapor, que seria capaz de realizar cálculos matemáticos mais complexos do que as quatro operações aritméticas básicas. Esta máquina, maior do que
uma locomotiva, nunca foi construída na
prática, mas as ideias do seu idealizador
Mas o início real do desenvolvimento foram fundamentais para os progressivos
dos computadores como os conhecemos avanços na computação mecânica.
hoje deve-se a Charles Babbage, matemático inglês que, em 1812, percebe Em 1889, Herman Hollerith, inventor
uma “harmonia natural entre máquinas e americano, e fundador da empresa que
matemática”.
deu origem à IBM, estava às voltas com
um problema norte-americano: estava a
ser realizado um censo demográfico no
país, mas temia-se pela quantidade de
tempo necessário para apurar todos os
resultados desejados. Para piorar o caso,
no censo realizado 10 anos antes, foram
necessários sete anos para se chegar
aos reultados pretendidos.
Por conta disso, acreditava-se que, para
este novo censo, seriam necessários 10
anos de análise.
Não se deve perder de vista que Babbage
vivia no contexto da Revolução Industrial No entanto, com a máquina inventada por
Inglesa, que estava mudando radicalmen- Hollerith, o resultado do censo foi apute a forma de ver, pensar e agir da socie- rado em apenas seis semanas. Além da
agilidade que conferiu ao processo, a máquina deste americano trazia consigo a
ideia de cartões perfurados para amazenar dados. Ou seja, os cartões perfurados
seriam naquela época algo parecido ao
que são agora as disquetes (guardadas
as devidas proporções).
Um tipo de cartão perfurado, utilizado
para armazenar dados ou introduzi-los
nos "computadores" .
Mas um problema que estes computadores mecânicos apresentavam, é que as
suas engrenagens eram muito numerosas e complexas. Por conta disso, em
1903, é proposto um computador 100%
electrónico, e que utilizava a álgebra booleana. A álgebra booleana é a famosa
álgebra binária, do verdadeiro ou falso,
do 0 ou 1, e é a base de todos os sistemas computacionais de hoje em dia.
continua
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BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
história
continuação
Mas foi a partir da II Guerra Mundial que o
desenvolvimento dos computadores electrónicos ganhou mais força, quando os
governos perceberam o potencial estratégico que estas máquinas ofereciam.
Assim, os alemães desenvolveram o Z3,
computador capaz de projectar aviões e
mísseis. Pelo lado britânico, foi desenvolvido o Colossus, utilizado para a decodificação das mensagens alemães.
ENIAC:
Com o fim da guerra, e o início da Guerra
Fria, a corrida pelo desenvolvimento de
novos e mais poderosos computadores
aumentou. Um marco neste desenvolvimento foi a construção do ENIAC. Ele era
tão grande, que consumia energia equivalente a um bairro inteiro da cidade de
Filadélfia. A importância do ENIAC é que
ele, diferentemente de todos os computadores que foram desenvolvidos anteriormente, não era destinado a uma operação específica (projectar aviões/mísseis,
ou decodificar códigos), mas poderia ser
usado de maneira geral, parecido com o
que fazem os computadores hoje.
Em meados dos anos 40, John von Neumann, juntamente com uma equipa da
Universidade da Pensilvânia, propõe a
arquitectura de computadores, que marcaria (e alavancaria) o desenvolvimento
destas máquinas até aos dias de hoje.
Esta arquitectura era formada por uma
unidade que centralizaria o processamento da máquina (a CPU), e por uma
outra que armazenaria os programas (as
funções a serem realizadas), que era a
unidade de memória.
Com o tempo, os componentes do computador foram mudados das dispendiosas
válvulas, para os mais baratos, económicos e “miniaturizáveis” transistores. Com
isso, os computadores puderam diminuir
de tamanho, e consumir menos energia.
Isto tornava-os mais acessíveis, física e
economicamente, para outras pessoas e
instituições.
Uma vista do ENIAC - Electronic Numerical Integrator and Calculator.
A reprogramação do ENIAC podia envolver "longos passeios".
com o tempo, as liguagens foram se tornando mais claras para os homens, o que
motivava a utilização do computador por
mais gente.
Mas se os computadores, como aconteceu, se foram tornando mais poderosos e
utilizados, também cresceu enormemente a quantidade de dados espalhados
pelo mundo, e a necessidade/possibilidade de pessoas se comunicarem com
outras virtualmente (à distância).
Esta é a base, então, do surgimento e
da consolidação do uso das redes de
computadores, e da internet, no mundo
de hoje.
O último marco nesta evolução, para chegarmos aos computadores como os conhecemos hoje, foi a invenção dos sistemas operacionais, dos quais o Windows
é um exemplo. Estes sistemas permitem
Além disso, para fazer com que a máquina que vários programas estejam a correr ao
executasse as funções que se desejava, mesmo tempo, conferindo grande flexibiretirado dos sites
era necessário que isto “lhes fosse infor- lidade ao uso do computador.
www.abacohp.hpg.com.br
mado”. Da mesma forma como uma pessoa se comunica com outra, através de Por conta disso tudo, os computadores www.computersciencelab.com
alguma linguagem (oral, escrita ou gestu- começaram a tornar-se mais baratos,
al) que ambas dominam, era necessário mais “amigáveis” e mais “úteis” às pesque o programador “comunicasse com a soas comuns. Por isso, sobretudo a partir
máquina” através de uma linguagem que da década de 80, os computadores começaram a popularizar-se, e hoje são uma
os dois “entendessem”.
Nos primeiros computadores, esta lin- realidade para milhões de pessoas no
guagem era demasiadamente complica- mundo inteiro.
da para os seres humanos. No entanto,
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CAIXA ABERTA
entrevista
Dr. JOÃO CURTO
Director da Unidade de Desabituação
do IDT - Coimbra
Dr. JOÃO CURTO
Director da Unidade de Desabituação
do Instituto das Drogas e
Toxicodependência - Coimbra
O uso e abuso de substâncias
lícitas ou ilícitas acaba,
inevitavelmente, em dependência,
afectando a saúde e qualidade
de vida do próprio e de quem o
rodeia.
Pela sua experiência, considera
que a comunidade - família,
escola, local de trabalho - está
suficientemente atenta a esta
questão ou ainda se verifica um
choque, quando o problema é
"descoberto"?
JC: É um facto que ainda se verifica
um choque, ou seja, como a toxicodependência ainda é uma área marginal, de
grandes atribulações, de evolução longa,
quando a família, amigos ou colegas tomam conhecimento, ainda acontece estupefacção, pelo inesperado, em relação
a quem lhe está próximo. É um problema
real, apesar de, hoje em dia, as famílias
e as pessoas em geral estarem mais bem
informadas, mas quando é o nosso filho,
amigo, colega, fica-se realmente chocado. Sobre a informação, hoje quem a quer
ter tem-na, e tem nos dois sentidos - positivo e negativo. No sentido positivo pode
aceder à informação preventiva, técnica e
profissional, sob o ponto de vista da ajuda
que pode ser dada. Tem havido muitas
campanhas, umas mais bem conseguidas
do que outras, mas, de alguma forma, há
muita informação espalhada. Pode é não
estar sistematizada e correctamente dirigida, mas isso já é um problema que diria
respeito aos especialistas dessa área, de
apurarem a informação que se pretende
passar para o público. Também aqui os
meios de comunicação social são fundamentais.
Nem sempre estes meios difundiram
esta problemática da melhor forma; lembro-me daquela imagem clássica em que
aparece uma pessoa a injectar-se, com a
seringa na mão ou a queimar o produto
na colher. Essa imagem, que até na televisão aparecia, nunca foi, a meu ver, a
melhor forma de alertar.
Depois temos a informação negativa,
como o que se passa na Internet. Há
Sites que explicam como se consome e
até como se fazem, caseiramente, essas substâncias. Hoje, os consumos das
substâncias de abuso, genericamente,
sejam ilícitas ou lícitas, estão muito as-
sociados à aceleração da sociedade de
consumo (como qualquer outro produto
“fascinante”) que, praticamente, transforma uma substância em si mesma num
consumo que se julga dar mais capacidade disto ou daquilo, transformando a
pessoa, desinibindo-a, tornando-a mais
sociável. Por exemplo as novas drogas
estão muito associadas aos meios sociais
onde os jovens se encontram, como as
raves, festas, discotecas, bares, existindo
até uma ligação de certos locais a certas
drogas - num local consome-se a droga
X, noutro local já é a Y, isto funciona com
promoção própria, como se a ´modernização´ da pessoa, dependesse, para estar
´in´, de consumir alguma coisa.
Quais são os sinais que alertam
para o que poderá acontecer, que
possam ajudar à prevenção? Os
meios que têm sido usados na
prevenção são suficientes e eficazes
ou deveriam ser mais vísiveis?
JC: Habitualmente os consumos começam na adolescência, entre os 13/15
anos, com o álcool, haxixe, ecstasy e
outros estimulantes. Isto não quer dizer
que quem começa assim acaba, forçosamente, nas drogas mais “duras”, como a
heroína ou cocaína. Não é uma linha directa, isso não é verdade. No entanto os
consumidores de drogas “duras”, esses
sim, fizeram um percurso prévio de consumos mais ´leves´. No caso dos jovens,
como ainda não têm a sua personalidade
estabilizada, notam-se muitas alterações
de comportamento.
Seja pela falta de rentabilidade nos estudos, pelo incumprimento de horários, às
vezes o desleixo em casa (não arruma o
quarto, etc), chegando mesmo ao ponto
do desleixo com a higiene pessoal. Há
ainda alterações ao nível da psique do
indivíduo - a pessoa torna-se irascível,
principalmente em relação aos familiares
e pessoas mais próximas, já que é aí,
também, que existe maior proximidade
e confiança. Podem ainda notar-se alterações nas amizades ou tendência ao
isolamento.
Em resumo, começamos a ver alterações
de comportamento ao nível pessoal e relacional, ao nível da atitude. Por aqui se
começa a notar que algo não está bem,
se as pessoas estiverem atentas. Fisicamente, apesar de menos expressivos,
também há sinais como o emagrecimento
e a expressão no olhar.
Quanto aos meios, até os considero suficientes. Como já referi atrás não se fazem as campanhas apropriadas, já que
os meios existem. A prevenção deve ser
feita em conjunto com a prevenção geral
de saúde, ou seja, quando se faz prevenção ela não deve ser logo direccionada
para as drogas ou toxicodependência,
antes, deve ser feita na educação e na
promoção da saúde das pessoas. Logo,
na escola primária, deve estimular-se o
que faz bem, na saúde, no divertimento com prazer, na ligação aos outros, é
aí que, idealmente, começa a ser feita a
prevenção. Muitas vezes não se faz correctamente, talvez por falta de formação
adequada e disponibilidade dos educadores.
A prevenção dirigida a determinadas zonas ou populações, no caso das drogas,
precisa de estar mais atenta às mudanças nos padrões sociais, talvez mesmo
mais refinada. O que aconteceu com a
publicidade ´a droga mata´, foi um fracasso, os miúdos deixaram de ter medo
ou aversão e passaram a ter curiosidade
e fascínio, por isso se prescindiu desse
tipo de publicidade. Hoje focam-se mais
continua
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BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
entrevista
continuação
os valores saudáveis da vida, ensina-se
a pessoa a aproveitar as coisas boas da
vida, numa perspectiva pessoal e social.
E não falo só em termos de coisas materiais, falo do espírito, do divertimento,
do lazer.
6
Nota que existe algum sentimento
de pseudo-controle que se julga
ter sobre o consumo, como uma
ideia de que se pode parar quando
se quer?...
JC: Quando assim é, ainda se torna
mais difícil intervir. A própria adolescência, que é onde se processam a maior
parte das novas experiências, é uma idade já por si instável, não havendo uma
definição de identidade própria, ou seja,
há uma tentativa de afirmação de todos
os indivíduos, um procura de individuação que está por fazer - nessa fase “estamos sujeitos ao dom da evidência”. Há
profissionais que intervêm nessa área,
tentando que os adolescentes não se
agarrem a amuletos, soluções mágicas. É
uma luta contra a socialização do tal consumo, porque a pressão do grupo está lá:
- “não faz mal, é só uma pastilha, ficas até
animado toda a noite, isto depois passa,
a gente deixa quando quiser...”
Esta mentalidade está muito associada à
vida de hoje, da noite, do momento, dos
locais de lazer que proliferam por aí. O
mercado invadiu também o divertimento,
a sua parte social... por isso hoje tornase essencial sensibilizar os empresários
da noite, para que eles próprios impeçam
que os seus estabelecimentos se tornem
locais de troca de substâncias de abuso.
tico. Compreensivelmente para as pessoas mais chegadas ao doente trata-se
de um grande drama, o que pode levar
a atitudes muito conflituosas.
A ajuda especializada não substitui uma
conversa franca e directa se existem indícios de consumos, procurando estar
informado e atento. Naturalmente, se se
está perante uma dependência instalada
a ajuda especializada torna-se imperiosa, eventualmente pode chegar ao internamento ou encaminhamento para uma
comunidade terapêutica, nos casos em
que outras técnicas de intervenção se
mostram já insuficientes. Mas quero frisar que a maior parte do tratamento se
faz em ambulatório.
Uma vez detectada a dependência,
a quem/onde pode o doente dirigir-se, com vista a um tratamento ou
internamento, se este chegar a ser
necessário?
JC: O doente pode dirigir-se à rede
de Unidades do Estado, CAT's, (que vão
agora mudar de nome...) que é gratuita, e
em algumas regiões às Instituições Privadas de Solidariedade Social e Equipas de
Rua. Um familiar, um amigo, um colega
pode também vir pedir informação. Claro
que, muitas vezes, há um certo constrangimento em se dirigirem a estas Instituições, não querem ser estigmatizados ou
rotulados. Existem também as linhas telefónicas de ajuda - Linha Vida. No caso
de se dirigirem aos CAT´s é feito o atendimento à pessoa e familiares, marcadas
consultas e acordado um plano terapêu-
Que taxas de sucesso na
recuperação se conseguem,
se é que há estatísticas, do
acompanhamento dos casos?
JC: Tem-se a ideia de que a taxa de
sucesso na recuperação de toxicodependentes é sempre baixa. Mas não devem
ser só os números que nos devem nortear, porque então nunca interviríamos. O
resultado não pode ser só medido pela
quantidade de indivíduos que recuperam
do abuso de substâncias. A toxicodependência tem à sua volta uma panóplia de
efeitos que compromete a interacção com
o resto da sociedade - famílias, emprego, estudos. Estamos a falar duma das
doenças mais complexas e que mobiliza
meios muito diversificados (Saúde, Justiça, Serviço Social, Educação, Finanças,
etc.), cujo conhecimento científico está
longe duma compreensão completa, e falamos duma população maioritariamente
jovem. Por isso, devemos pensar o que
seria se não houvesse ajuda especializada. Mesmo que apenas se conseguisse
recuperar um em cada cem, já teria valido a pena. Em termos médios poderá falar-se de uma taxa de recuperação entre
30 a 40% /ano, o que já considero muito
bom. Quem já é dependente, dificilmente
sairá dessa situação sem ajuda médica
especializada.
Na sua opinião, as ´salas de chuto´
diminuem as doenças e o consumo
das várias drogas? O que nos
pode dizer sobre a legalização e
despenalização de consumos?
JC: Quanto às salas de consumo assistido concordo plenamente. São uma
forma de evitar problemas derivados dos
consumos de rua, em que, devido às más
condições de higiene e conspurcação
conduzem ao aparecimento de doenças
graves, nomeadamente o HIV.
É uma forma de minimizar os possíveis
danos numa certa população toxicodependente, evitando maior degradação.
Para além disso, um dos objectivos destas salas é actuar junto de pessoas que
não recorrem logo aos centros de atendimento, podendo estes espaços servir
para sensibilização e esclarecimento dos
utentes quanto a um possível programa
de tratamento. Temos que distinguir entre legalização e despenalização. Sou,
por exemplo, a favor de tratamentos com
heroína para tratamento de determinados
CAIXA ABERTA
Dr. João Curto
casos de heroínómanos, de programas
controlados, temporários, mas não de
uma legalização de acesso público. Não
estamos a falar de distribuir heroína ao
acaso, mas com prescrição médica. Há
sempre a esperança de um tratamento
resultar.
A legalização, em termos de mercado, do
consumo de haxixe, não seria um problema. O problema reside no controlo apertado de quem vende, a quem se vende
e como se vende. Nunca poderia ser tão
simples como a compra de um maço de
cigarros. O impacto da cannabbis não
pode ser comparado ao da nicotina. Teria
de haver informação complementar sobre este tipo de consumos. Enfim, teria
que existir clara definição de regras. Aqui
podemos aproveitar experiências já existentes, como por exemplo na Holanda.
Quanto à despenalização, um consumidor de substâncias de abuso necessita
de ajuda com profissionais de saúde. Um
toxicodependente é um doente.
Despenalizamos o consumo, não os crimes praticados em nome desse consumo.
Nota algumas diferenças entre o
doente/utente dos Serviços por
onde tem passado, desde há 20
anos atrás até hoje?
JC: Nos primeiros tempos (quase há
vinte anos) em que entrei para este Serviço, notava-se que eram as pessoas
com mais posses que mais consumiam
drogas. Agora está generalizado, pois
o tráfico e a oferta proliferaram. Facilmente se encontram locais onde adquirir, como podemos ver pela quantidade e
frequência das apreensões. No entanto
assistimos a uma diminuição de novos
consumidores de heroína principalmente
injectável, mas a um aumento do consumo de álcool e cocaína, muitas vezes
associados.
Os nossos utentes mudaram, quer na
forma como consomem quer nas substâncias. Hoje em dia atendemos os heroinómanos, gente até com 50 anos, que
nunca abandonaram, como os novos consumidores de outro tipo de substâncias,
que surgiram entretanto (como o ecstasy
e outras pastilhas) muitas vezes associados ao álcool e à cocaína, produtos que
aumentaram a sua disseminação. Há vinte anos atrás as pessoas consumidoras
imaginavam a diferença, a libertação, as
aventuras do cérebro, hoje a novidade, a
displicência, as aparências.
proximidade no acompanhamento especializado, ou seja, não há dados quanto
às dificuldades de percurso, nem quanto
aos resultados conseguidos.
Para concluir, com tantas
dificuldades que esta temática
levanta temos que nos resignar à
ideia de que a toxicodependência
é um problema sem solução ou
podemos esperar, um dia, uma
cura milagrosa?
JC: Não se pode dizer que este é um
combate sem fim, mas podemos dizer
que é um combate longo. Para já, não há
uma receita milagrosa, definitiva. Neste
momento, apesar dos avanços no conhecimento do Sistema Nervoso Central (sabemos por ex. alguns dos mecanismos
cerebrais envolvidos nas dependências),
ainda nos falta conhecer por ex. por que
perdura o desejo do consumo. No entanto, um dia podemos vir a conhecê-lo de
tal forma que nos permita arranjar mecanismos de actuação mais eficazes.
Como lidar com o doente após a
recuperação? Tem conhecimento
de dificuldades na reintegração
nos locais de trabalho, quando o
doente já tinha emprego?
Ao nível da legislação existente,
considera que é suficiente o que
temos, ou deveriam ser dados
outros passos?
JC: A minha experiência pessoal diz-me que há sempre dificuldades. Normalmente os utentes que nos aparecem, ou
perderam trabalho, ou deixaram os estudos, ou têm trabalhos precários. Nestes
casos a reintegração é sempre difícil. Os
empregadores ainda têm muita dificuldade em aceitar este tipo de pessoas como
empregados. Neste capítulo há ainda
muito a fazer no sentido de sensibilizar
o mundo de trabalho e os empresários, e
ao mesmo tempo oferecer um apoio mais
próximo através dos centros de toxicodependência.
Existe um programa público, chamado ´VIDA EMPREGO´ que é promovido
pelo IEFP, que, através de estágios, faz
a reinserção social e profissional como
parte integrante do processo de tratamento. Estes estágios têm por objectivo
a inserção na vida activa de toxicodependentes em recuperação ou recuperados,
através de uma formação prática em contexto real de trabalho. Este programa, na
minha opinião, peca por falta de maior
Mais informações sobre o IDT, em
www.idt.pt
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BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
contratação
CONTRATAÇÃO PARA TODOS,
É O NOSSO OBJECTIVO
No final do passado mês de Novembro, o STEC
apresentou à Administração da CGD a sua proposta de
revisão do Acordo de Empresa que, desde Abril de 2005,
vigora na Empresa.
Temos consciência da especial responsabilidade que o STEC
tem nesta revisão, já que o Acordo de Empresa em vigor foi
alcançado na sequência de um processo de contestação interna liderado pelo STEC e que pôs em causa matéria do Acordo
assinado anteriormente, em Julho de 2003, pelos Sindicatos
dos Bancários do Norte, Centro e Sul e Ilhas.
Partimos, assim, para estas negociações, com confiança e
convictos de que, mais uma vez, soubemos apresentar uma
proposta negocial inovadora, credível e equilibrada.
É cada vez mais um dado adquirido, o reconhecimento de que
o mais importante activo de qualquer Empresa é o seu capital
humano, são os seus trabalhadores. Ainda muito recentemente o actual Presidente da República veio a público reafirmá-lo. Vamos assim esperar que a Administração da CGD saiba
reconhecer isto mesmo à mesa das negociações e tenha a
atitude positiva que o empenho dos trabalhadores merece e
os resultados da Empresa justificam.
no caminho de aproximação às condições contratuais que vigoram na Empresa leader do Grupo.
Relativamente a outras Empresas do Grupo, onde temos associados e onde é manifesta uma saudável situação financeira,
mas onde continua a não existir qualquer instrumento de reO STEC está também a finalizar, para entregar muito em bre- gulamentação colectiva, o STEC já apresentou propostas de
ve, uma proposta de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho revisão salarial e vai continuar a insistir na abertura de negoque celebrou com várias das Empresas do Grupo CGD, no- ciações que conduzam a um Acordo Colectivo de Trabalho.
meadamente Caixa Leasing & Factoring, Fundimo, Caixagest,
CGD Pensões, Caixa Capital, Caixanet, Caixaweb, Imocaixa e Iniciamos assim 2007 com determinação e confiança, consSogrupo IV. Aguardamos depois a resposta das várias Empre- cientes das dificuldades quanto ao objectivo a que nos proposas a esta proposta, para dar início ao processo negocial que, mos, mas, igualmente certos do apoio que os trabalhadores do
esperamos, possa continuar a saldar-se em passos positivos Grupo CGD nos continuam, em crescendo, a manifestar.
Foto de Arquivo - Negociações
8
CAIXA ABERTA
MAG
CONSELHO NACIONAL
APROVA ORÇAMENTO E
PLANO DE ACTIVIDADES PARA 2007
Reunião do Conselho Nacional
Dando cumprimento ao estabelecido no Artigo 27º dos Estatutos do STEC, vem a MAG dar conhecimento a todos os
associados, das deliberações do Conselho Nacional, que
decorreu em Lisboa, no dia 28 de Novembro de 2006.
Para além dos membros do Conselho Nacional, estiveram ainda presentes, a convite da Direcção, representantes da Comissão Nacional de Trabalhadores e da Direcção dos Serviços
Sociais da CGD.
A MAG deu posse aos representantes dos reformados ao
Conselho Nacional, eleitos em Assembleia Eleitoral de 20 de
Novembro, bem como aos Delegados efectivos que ainda não
tinham tomado posse. Depois de lida e aprovada a acta da
reunião anterior, entrou-se na Ordem de Trabalhos:
PONTO 1
Discussão e votação do
Regulamento do Conselho Nacional
A proposta, distribuída antecipadamente pelos membros
do Conselho Nacional, foi debatida, tendo, depois de
prestados alguns esclarecimentos pela MAG, sido aprovada por unanimidade.
PONTO 2
Discussão e votação da proposta de Orçamento
e Plano de Actividades para o ano de 2007
A Direcção abordou os aspectos principais contidos na
proposta do Plano de Actividades e Orçamento para
2007. Após diversas intervenções dos Conselheiros
acerca da matéria em discussão e prestados os devidos
esclarecimentos, o Plano de Actividades e Orçamento
para o ano de 2007 foi aprovado por unanimidade.
PONTO 3
Informações
A Direcção, por intermédio do seu Presidente, prestou
diversas informações sobre os fundamentos e conceitos
da proposta da nova tabela salarial para o ano de 2007,
entregue à Administração da CGD, da qual foi dado conhecimento aos sócios, através do comunicado nº 23, de
Dezembro de 2006.
PONTO 4
Adenda
Foi apresentada pela Direcção a seguinte proposta:
- Considerando a evolução crescente de custos, do contrato de locação financeira que o STEC tem com o Banco
Comercial Português, com a finalidade da futura aquisição de um imóvel para a sua nova Sede;
- Considerando, ao invés, que as aplicações financeiras
do STEC na CGD, não estão a ter uma rentabilidade minimamente correspondente ao aumento de custos atrás
referidos;
- Considerando que, nestas circunstâncias, a manutenção
de tal situação deixa de fazer qualquer sentido e é mesmo contrária aos interesses do Sindicato.
O Conselho Nacional do STEC,
reunido no dia 28 de Novembro de 2006 delibera:
1 - Autorizar a Direcção do STEC, a utilizar as verbas necessárias à renegociação do contrato de locação financeira
existente entre o STEC e o BCP, relativamente ao prédio
urbano sito na Praceta Machado de Assis número 1 à
Rua Conde de Sabugosa, Freguesia de S. Jorge de Arroios, Concelho de Lisboa, descrito na Conservatória do
Registo Predial de Lisboa sob o número 1147 e inscrito
na matriz sob o artigo 567, de forma a permitir que, no
mais curto espaço de tempo, o STEC adquira a propriedade deste imóvel.
2 - Logo que o STEC tome posse do imóvel, a Direcção
fica igualmente autorizada a negociar um empréstimo
para obras de adaptação destas instalações, referenciadas em um, até ao montante de setecentos mil euros,
recorrendo à hipoteca do imóvel, ou, em alternativa, a
um novo contrato de «leasing», consoante as condições
apresentadas o aconselharem.
O Presidente da Direcção abordou os fundamentos da proposta apresentada. Seguiram-se diversas intervenções dos
Conselheiros, solicitando alguns esclarecimentos, aos quais
a Direcção respondeu.
Não se verificando mais intervenções, a Mesa da Assembleia
Geral pôs à votação a proposta da Direcção a qual foi aprovada
por unanimidade.
Lisboa, 15 de Dezembro de 2006
A Mesa da Assembleia Geral
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BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
sindical
O STEC CONTINUA A CRESCER
Nas deslocações aos locais de trabalho, que
regularmente realizamos, é muito o alento e a motivação
que aí continuamos a recolher, de apoio crescente a este
projecto de sindicalismo que privilegia o contacto directo
com os trabalhadores.
O STEC tem pautado a sua intervenção pelo dinamismo e pela
prática de um sindicalismo de proximidade, que nos tem dado
visibilidade e prestígio junto dos trabalhadores. Esta linha de
conduta que temos vindo a perfilhar desde a nossa criação em
Novembro de 2001, foi recentemente reforçada no programa
Nos Açores e na Madeira onde nos deslocámos em Outubro, da Direcção eleita em 2006 e continuará a ser praticado dentro
fomos recebidos de uma forma extremamente interessada, o das nossa possibilidades.
que se traduziu num elevado número de adesões ao STEC e
na eleição de diversos delegados sindicais. A semente que Assim, dentro em breve voltaremos a encontrar-nos.
deixámos nesta primeira visita às Ilhas, já está entretanto a Até lá estaremos à disposição nos contactos habituais.
germinar e o exemplo disso são as várias sindicalizações que
daí nos continuam a chegar.
É também através destas visitas que logramos identificar os
problemas e conhecer os anseios dos trabalhadores, o que
nos permite a seguir encontrar as formas de intervenção e as
soluções mais capazes de lhes responder positivamente.
O STEC esteve presente na manifestação
sindical de Estrasburgo
TRABALHO SUPLEMENTAR
NÃO REMUNERADO
O STEC está determinado a continuar esta
luta contra o Trabalho Suplementar Não
Remunerado, por várias e óbvias razões.
• O Horário de trabalho é para cumprir e não há
nenhuma razão para ser aumentado;
A situação do Trabalho Suplementar Não Remunerado
continua a ser uma prioridade para o STEC.
Temos entretanto de ser justos e reconhecer que depois das
várias formas de intervenção do STEC, junto da Administração, da Inspecção Geral do Trabalho e fundamentalmente pela
denúncia das situações através da informação, a situação na
CGD melhorou significativamente.
Contudo, em alguns locais de trabalho das empresas do grupo CGD esta prática persiste com contornos éticos e legais
graves, tendo, por isso, o STEC participado à Inspecção Geral
do Trabalho e ao Ministério Público das respectivas comarcas,
os locais de trabalho prevaricadores.
10
• A Lei e os trabalhadores têm de ser
respeitados;
• O trabalho suplementar define-se por ter
natureza extraordinária;
• Trabalhar muitas horas não é sinónimo
de trabalhar bem e conduz ao desgaste
psicológico e físico dos trabalhadores;
• Os trabalhadores têm que poder conciliar o
trabalho com o acompanhamento familiar e a
sua vida privada;
• Quem gere tem de ser capaz, de organizar o
trabalho de forma eficaz, com os meios ao seu
dispor ou exigindo os meios adequados.
CAIXA ABERTA
opinião
REFERENDO NACIONAL
11 de Fevereiro 2007
Pergunta do Referendo :
Concord a com a despenal ização da Interrupç ão Voluntári a da Gravidez
(IVG), se realizada , por opção da mulher, nas dez primeiras semanas , em
estabelec imento de saúde legalmen te autorizad o?
ALGUNS ARGUME NTOS PARA A DEFESA DA DESPENA LIZAÇÃO DA IVG
A legislação portuguesa - uma das mais retrógradas legislações penais da Europa - trata as
mulheres que recorrem à interrupção voluntária da gravidez (IVG) como criminosas, sujeitandoas a
serem punidas com pena de prisão até três anos.
No entanto, as mulheres que decidem interromper uma gravidez continuam a fazê-lo,
independe ntemente da lei, das suas crenças religiosas, das concepçõe s filosóficas, das classes
sociais ou das opções políticas ou partidárias respectivas.
Em resultado, a saúde sexual e reprodutiva e mesmo a própria vida das mulheres que abortam
(em particular das de mais fracos recursos económico s) são postas em causa pela ausência
de alternativa ao aborto clandestino, correndo o risco de serem perseguida s e de verem a sua
intimidade exposta na praça pública e nos bancos dos tribunais. Nos últimos anos, tem crescido
o
número de processos judiciais.
Fazem-se, por ano, milhares de abortos, em Portugal. E dado que os abortos clandestin
os
provocam mortes de mulheres, riscos de mortes e graves doenças físicas e psíquicas,
tem de
se concluir que a lei que ameaça as mulheres com penas de prisão não é adequada .
Por outro lado, restringin do a liberdade da mulher, a lei restringe os seus direitos (o direito
à
saúde reprodutiva, o direito à maternida de conscient e, o direito à liberdade de consciênc
ia, o
próprio direito à sexualidad e).
O Estado não pode adoptar, na lei penal, códigos morais de alguns para os impor a todos
os
cidadãos, neste caso a todas as cidadãs. O Direito Penal não pode ser um direito moral.
Ele
deve permitir a convivênc ia de todas as concepçõ es perante a vida, quando elas não ponham
em causa (como é o caso) a sociedade .
Reclamam os uma lei que despenalize a IVG para que haja justiça. Uma lei que não obrigará
ninguém a recorrer à IVG.
POR QUE ESTAMOS EM MOVIMEN TO PELO SIM! À DESPENA LIZAÇÃO DA IVG
• Porque as principais razões que determinam o recurso à IVG
não estão contempladas na lei
• Porque defendem os o fim da perseguiç ão judicial às mulheres
• Porque queremos acabar com o flagelo do aborto clandestino
• Porque respeitam os a vida e queremos proteger a saúde da mulher
• Porque uma lei de despenalização não se imporá à consciênc ia
e à decisão de nenhuma mulher
• Porque a IVG não é um método de planeame nto familiar, mas um último recurso
• Porque nenhum anticonce pcional é 100% seguro
• Porque defendem os a maternidade e a paternidad e livres, conscientes e responsáveis.
11
BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
horas livres
VISITA AO AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES
UM PASSEIO HISTÓRICO, BELÍSSIMO E
INESQUECÍVEL …
No dia de S. Martinho, cheio de sol, a fazer juz ao dito popular do Verão de S. Martinho, partiu o grupo do STEC, de
trinta e uma pessoas, ao encontro da história do Aqueduto das
Águas Livres, que se funde com a história do abastecimento
de água à cidade de Lisboa e com a forma de vida da sua
população.
Depois da deslocação em autocarro, partindo das Amoreiras,
a visita iniciou-se em Caneças, local de convergência de várias nascentes da região, canalizadas através das galerias do
aqueduto, que se assemelham mais às alas de um convento do
que a simples condutas de água. Os jogos de luz e sombra e a
nobreza da pedra tocam a nossa imaginação e levam-nos até
à “Rainha refresca-se”, reconstituição histórica (por um grupo
de animação e teatro) das paragens de D. Carlota Joaquina
para se refrescar, nas deslocações de Mafra a Sintra ou de
Lisboa a Queluz.
Os participantes puderam ver e cumprimentar D. Carlota e o
seu cocheiro-mor, habitual acompanhante da mesma, e também confraternizar com as lavadeiras de Caneças, que lhes
ofereceram uma merenda de pão, queijo, castanhas, chouriço,
uvas e água fresca servida directamente das bilhas de barro
e água-pé apropriada ao dia, o que permitiu aguentar a fome
até ao almoço. Durante o percurso a pé pelo cimo da arcaria
do Vale de Alcântara, com 35 arcos, o maior dos quais tem 65
metros de altura e 29 de largura, o “terrível e histórico Diogo
Alves”, perigoso salteador daqueles que entravam na cidade
pelo aqueduto (último assassino a ser punido com a pena de
morte em Portugal), ainda fez “das suas”, surpreendendo os
que calmamente passeavam atentos à paisagem…
O Aqueduto das Águas livres é classificado como monumento
nacional, tem uma extensão de 58 Km e levou 102 anos a ser
construído.
O passeio terminou com um almoço volante no Museu da Mãe
d’Água, onde a Arte está sempre presente em exposições temporárias, num ambiente onde a água, a pedra, as condições
acústicas e os efeitos de luz e sombra transmitem uma impressão de grandiosidade e uma vontade de voltar, a quem
participou na visita.
Até sempre! E havemos de voltar!
12
CAIXA ABERTA
Rota da Farinha e da Broa
Passeio Etnográfico
Março. 2007
O STEC vai realizar no mês de Março, em dia ainda a
confirmar, um passeio etnográfico com visita guiada a
Penacova que inclui a ida ao Museu e Moinho Vitorino
Nemésio e almoço regional junto ao rio Mondego.
Da parte da tarde os participantes terão oportunidade
de aprender ou reviver o fabrico tradicional da broa na
região centro, na povoação do Lorvão, onde existe um
forno comunitário com cerca de 600 anos de história,
feito pelas Freiras do Mosteiro do Lorvão.
Enquanto as broas cozem no forno, visitam-se moinhos
em funcionamento na Serra de Gavinhos (moinhos de
vento) ou na ribeira do Lorvão (moinhos de água). No
final cada participante leva uma broa para casa e realiza-se um lanche à porta do forno. Oportunidade ainda
de conhecer o fabrico artesanal de palitos e o Mosteiro
do Lorvão.
Mais pormenores sobre as inscrições, dia e preço por
pessoa, serão divulgados em comunicado do STEC a
sair brevemente.
Fica atento!
“Penacova é luz e penedia, com o que quer que
seja de pirenaico, trazido às proporções da ternura e
rusticidade portuguesa”.
Vitorino Nemésio
cultural
DIVULGAÇÃO
Novo Livro de Costa Neves
A Biblioteca de Autores e Assuntos
Amarantinos é responsável pela
edição do mais recente livro de
Costa Neves – “Do Terreiro das
Navarras ao Terreiro do Paço”.
Aposentado da Caixa Geral de Depósitos, onde trabalhou durante 36 anos,
homem de ideias e de ideais, sobejamente conhecido, Costa Neves sempre
desenvolveu intensa actividade, em especial ao nível da intervenção política e
cultural, sendo uma figura incontornável
no universo dos que dedicam a vida a
lutar por um mundo melhor.
Costa Neves colabora com diversos jor- O livro de Costa Neves “…é cheio de hisnais, sendo colunista assíduo do Boletim tórias de Amarante, do Covelo, de muitas
partes da nossa cidade, onde se retratam
dos Serviços Sociais da CGD.
muitas das figuras que por aí andaram
Do jornal “Tribuna de Amarante” extra- nos tempos áureos (para o tempo) de
ímos um excerto do artigo do jornalista Amarante e também de outras histórias
António Pedro, sobre o livro de Costa onde se refere a sua vida na Caixa Geral
Neves, que nos conta, com talento e de Depósitos, e daí o título. Quem o ler,
emoção, Histórias do Covelo e outros vai recordar pessoas que conheceu, histórias em que tomou parte, vai chorar de
“retratos” de uma vida tão vivida.
Escreve António Pedro: “ António Peixo- alegria e de tristeza, vai rir, certamente
to da Costa Neves, Costa Neves assim noutras ocasiões e vai dizer, quando acalhe chamam os grandes amigos, Né do bar de o ler, que valeu a pena alguém «vir
Covelo, assim era conhecido nos seus a terreiro» com tanta coisa que estava
tempos de rapaz pelos seus colegas de esquecida…”
toda a espécie, quando se ganhavam e Resta-nos agradecer ao Costa Neves e
perdiam as “guerras” na ínsua dos Frades dizer-lhe que ficamos à espera do próximo. Parabéns!
- o paraíso da ganapada…”
13
BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
protocolos
DESCONTOS E CONDIÇÕES ESPECIAIS
PARA ASSOCIADOS DO STEC
ensino
ISLA- Santarém
www.islasantarem.pt
Descontos:
10% na mensalidade de Bacharelatos e Licenciaturas.
5% nas mensalidades de Pós-Graduações e Doutoramentos.
Descontos especiais nas propinas dos cursos de Formação
de Formadores.
INFANTÁRIO “GOTA DE MEL”
Rua General Norton de Matos, 55
Gueifães 4470-001 MAIA
Descontos:
Inscrição: grátis
Mensalidades: 10% de desconto.
Descontos para irmãos.
Praia (15 dias em Junho e Julho) com desconto de 30%
ACADEMIA DE LÍNGUAS DA MADEIRA
Rua do Ribeirinho de Baixo, 33B-2º
9050-447 FUNCHAL
Tel. 291 231 069
Fax. 291 230 211
[email protected]
Descontos:
10% nos seus serviços aos sócios do STEC, extensivo
aos cônjuges e filhos dos mesmos.
Apresentamos os novos protocolos
estabelecidos entre o STEC e outras entidades.
Para qualquer esclarecimento complementar
é favor contactar a Sede, em Lisboa, ou as
Delegações de Coimbra e Porto.
CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO E CHECK-UP
- Lisboa e Sintra
Clínica Diagnóstico e Check-Up - Roma
Av. de Roma, 19 - 2º Esqº
1000-261 LISBOA
Tel. 217 958 312 /3 /4
Clínica de Reabilitação de Sintra
Rua Câmara Pestana, 31 A e B
2710-546 Sintra
Tel. 219 233 100
Estas duas clínicas praticam, para os associados do STEC,
seus cônjuges e filhos, a seguinte tabela de preços, para a
especialidade de Psicologia Clínica:
• 1ª Consulta – 40,00 €
• Psicoterapia – 35,00 €
• Massagem para Bebés – 4 sessões x 50,00 €
• Preparação para o parto – 8 sessões - 170,00 €
Avaliação Neuropsicológica e Psicológica:
• Relatórios para avaliação do “Desenvolvimento Global”
do ponto de vista cognitivo/neurológico e emocional para
efeitos Escolares, por exemplo para definir: transição de
ano, antecipação de matrícula, necessidades educativas
especiais, entre outros - 153,00 €
• Relatórios de avaliação cognitiva/neurológica e emocional
para colaborar nos pedidos de “processos de Reforma”
para os quais a legislação determina a necessidade de
exames psicológicos – 153,00 €
A Clínica de Sintra não possui as valências de Massagem
para Bebés e Preparação para o Parto.
turismo
HOTEL OFIR, HOTEL DO GOLFE e CASA DO ANQUIÃO
desporto e saúde
HOTEL OFIR - Ofir - Esposende
Tel. 253 989 806
Reservas. hotelofi[email protected]
www.hotel-ofir.com
ACADEMIA DE BAILADO FERNANDA CANOSSA
Rua Sto. Isidro, 134 R/C
4000-473 PORTO
Tel. 225 180 938
HOTEL DO GOLFE - Campo de Golfe de Ponte de Lima
Tel. 258 900 250
Fax. 258 900 259
Reservas. [email protected]
www.hoteldogolfe.com
Descontos:
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Isenção de audição preliminar, integrando de imediato a
turma e grau para o qual será encaminhado.
10% de desconto nas mensalidades.
CASA DO ANQUIÃO
Turismo de Habitação - Ponte de Lima
Tel. 258 900 250
Fax. 258 900 259
Reservas. [email protected]
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unidades hoteleiras.
14
CAIXA ABERTA
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que incluem pequeno-almoço e garagem.
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a 500m da praia do Camarido, a 4Kms da praia de Moledo
do Minho e a 10mins de Espanha, com travessia em Ferry
Boat, o Hotel dispõe de 93 quartos, dos quais 4 são suites,
2 piscinas exteriores, Court de Ténis, Garagem, Discoteca,
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do Hotel.
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Armações – 30%
Lentes Oftálmicas Graduadas – 30%
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Produtos de Manutenção da Área de Contactologia – 10%
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4475-076 MAIA
Sede STEC - LISBOA
Av. Guerra Junqueiro, nº 14 - 3º Dto, 1000-167 LISBOA
tel 21 845 4970/1 - móv 96 853 8123 - fax 21 845 4972
Delegação STEC - PORTO
R. do Bolhão, nº 53 - 4º Dto, 4000-112 PORTO
tel 22 338 9076, 22 338 9128 - fax 22 338 9348
Delegação STEC - COIMBRA
R. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRA
tel 23 982 8554, 23 982 7686 - fax 23 982 6802
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15
BOLETIM INFORMATIVO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS EMPRESAS DO GRUPO CGD
Nº13 | NOV - DEZ - JAN 2006 / 07
insólito
O Seleccionador Nacional de Futebol vem dando a cara
a uma campanha publicitária sobre o "Caixa Fã", ao que
parece, nada bem sucedida, tanto mais, se tivermos em
conta os gastos com a montagem de uma super-produção
desta envergadura (basta ver a página 15 da "caixa EM
REVISTA", de Novembro / Dezembro de 2006).
• Matam a amizade e a solidariedade quando praticam uma
política que leva a que cada trabalhador encare o outro
como concorrente e não como companheiro;
• Tratam mal a família, pressionando trabalhadores a praticar horários de trabalho muito para além do razoável e
perpetuando vínculos de trabalho precário;
É, no mínimo, muito discutível se os “ovos” que a Caixa
vem pondo no cesto dos negócios do futebol, trarão o re- • Destroem o espírito de grupo, baseando a política salatorno que se esperaria, tendo em conta os milhões que são rial em injustiças flagrantes, pensando apenas em reduzir
investidos nestas coisas.
custos, nem que seja retirando direitos adquiridos ao longo
de anos de trabalho;
A publicidade do "Caixa Fã" baseia-se no grupo, na solidariedade, na família, na amizade e no amor. Usa o coração • Tratam mal, muito mal, o coração dos trabalhadores,
como símbolo da campanha.
porque, em especial nas agências, já não há coração que
Não deixa de ser insólito que, utilizando, para fora, uma aguente os ritmos de trabalho que são impostos!
imagem de marca com base numa linguagem amiga, fraterna, que apela a valores importantes da vida em sociedade, Mas para uma "gestão moderna" a componente humana
as mesmas pessoas não se coíbam de, para dentro, se pouco ou nada importa... o que conta são fundamentalmencomportarem precisamente ao contrário:
te os resultados do negócio, não é verdade?!
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Sede STEC - LISBOA
Av. Guerra Junqueiro, nº 14 - 3º Dto, 1000-167 LISBOA
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R. do Carmo, nº 54 - 3º Letra Q, 3000-098 COIMBRA
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Boletim Informativo Caixa Aberta Nº 13 , Novembro-Dezembro-Janeiro de 2006/07 - Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 6500 Exemplares
Direcção e Redacção: Departamento de Comunicação do STEC - Concepção Gráfica: Hardfolio - Impressão: M2-Artes Gráficas, Lda.
CAIXA ABERTA
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caixa aberta 13