1
CADERNO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DA V JORNADA DE NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA E III
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ALERGIA ALIMENTAR DO INSTITUTO GIRASSOL
ALERGIA AO OVO: IMPORTÂNCIA DA PUERICULTURA NO DIAGNÓSTICO
PRECOCE
Ieda Regina Lopes Del Ciampo, Luiz Antonio Del Ciampo, Patrícia Schiavotello Stefanelli, Regina Sawamura,
Maria Inez Machado
Fernandes. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO CONSUMO DE SOJA EM MULHERES EM
MENOPAUSA
Daniela Ruybal Lucci, Débora Silva, Sheila Maria Castro, Monise Nardi Ávila, Fátima Sardinha
Universidade Paulista (UNIP) - campus São José dos Campos
ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA GESTÃO DA COZINHA EM UM CENTRO DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
INTRODUÇÃO:A soja, considerada como alimento funcional devido a sua alta
concentração de isoflavona, fitoestrógeno que tem sido indicado para algumas
mulheres com o intuito de melhorar sintomas de climatério, além de outros
efeitos como melhorar perfil lipídico e auxiliar na perda de peso dessas
mulheres, passa a ter importância, uma vez que estudos parecem indicar o
consumo do grão como mais efetivo para garantir estes efeitos do que o uso da
isoflavona isolada. Se por um lado, os estudos mostram resultados interessantes,
por outro, pouco se discute sobre os seus efeitos adversos no organismo, fato
que merece atenção, desde que o consumo começa a ser mais expressivo entre
o sexo feminino, frente às vantagens descritas.
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do consumo da soja no
perfil lipídico e na composição corporal de mulheres em menopausa.
MATERIAIS E MÉTODOS: foram avaliadas 22 mulheres em menopausa
freqüentadoras do Serviço de Saúde da Mulher, da Unidade Básica de Saúde do
Vista Verde (Prefeitura de São José dos Campos), sendo sorteadas
aleatoriamente, 10 mulheres no grupo controle (GC) e 12 mulheres no grupo
soja (GS). A soja orgânica foi incorporada à alimentação usual em substituição ao
feijão ou em forma de salada, utilizando temperos caseiros habituais na porção
de 60g crua (8 colheres de sopa cozida) ao dia, por um período de 83 dias. As
coletas dos dados ocorreram em dois momentos: inicial (PI), após a seleção das
mulheres e final (PF), após 83 dias de estudo, e constou dos seguintes itens:
Anamnese, Medidas Antropométricas (IMC; RCQ; Perímetro da Cintura (PC),
Somatória de 5 DC (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal e coxa medial
(Costa, 2001), %GC (equação de Guedes, 1985) e Parâmetros Bioquímicos: FSH,
Triglicerídeos (TG), Colesterol Total (CT), HDL - colesterol, LDL – colesterol, VLDL.
O protocolo foi submetido ao Comitê de Ética (CONEP), todas as participantes
assinaram termo de consentimento. A análise estatística utilizada foi a descritiva,
a partir dos valores médios e desvio-padrão encontrados.
RESULTADOS: No que se refere aos parâmetros antropométricos, no GS houve
uma maior tendência para redução do peso corporal em relação ao GC (27,4 x
2
2
26,9kg/m , GS e 28,5 x 28,4kg/m , GC), no entanto, os seus valores médios são
semelhantes. Já na análise individual dos dados, pode-se observar tendência de
um efeito mais intenso nas mulheres do GS em relação a perda de peso corporal.
Com relação a  das 5 dobras cutâneas, na avaliação individual também pode
ser verificada uma tendência ao aumento em ambos os grupos. No entanto, esse
aumento foi mais intenso no GS, chegando até 30,2%. Os valores médios
encontrados foram: 127,7 X 136,4mm, GS e 142,7 X 153,3mm, GC. Quanto ao %
GC os resultados foram: 27,8 X 29,8%, GS e 28,8 X 29,6%, GC, verificando que o
aumento foi mais intenso no GS. Quanto aos valores de PC, verificou-se 90,4 X
90,6cm, GS e 91,2 X 90,7cm, GC, mostrando tendência de aumento no GS. Com
referência ao perfil lipídico avaliado, os resultados são os seguintes: Para o GS
(TG - 153,7 X 145,7mg%; CT - 220,7 X 210,6mg%; HDL - 38,3 X 45,4mg/%; LDL 151,9 X 143,6mg%; VLDL - 30,6 X 29,1mg%) e para o GC (TG - 174,5 X 109,5mg%;
CT - 222,6X 215,4 mg%; HDL - 44,2 X 43,8mg%; LDL - 170,0 X 149,6mg%; VLDL 31 X 28,5mg%). Observou-se tendência semelhante na redução desses
parâmetros entre os grupos e maior tendência de aumento no valor de HDL para
o GS.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que a soja em grão poderia ser uma alternativa para
contribuir com o aumento do HDL- colesterol nessas mulheres. Porém,
possivelmente, nem todas seriam beneficiadas, como já se tem relatado em
outros estudos. É importante ressaltar que neste estudo, duas mulheres foram
afastadas por apresentarem sintomas de alergia à soja. Além disso, na 2ª
avaliação das dobras cutâneas dessas mulheres, encontrou-se certa dificuldade
para a aferição das mesmas, o que sugeriu, possível retenção hídrica. Por não ter
sido objetivo deste estudo e não havendo equipamento adequado, não foi
possível constatar este fato, porém, indicando a necessidade de estudos que
avaliem este efeito adverso do consumo da soja. Diante desses dados, sugeriu-se
que a quantidade diária de 60g de soja em grão, não seja a mais indicada para
mulheres em menopausa, devido a modificação da composição corporal,
aumentando os parâmetros de PC e  5DC verificada neste estudo.
AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO DA DIETA HOSPITALAR EM PACIENTES
PEDIÁTRICOS INTERNADOS EM HOSPITAL PÚBLICO
Carla Aline Satiro¹, Elaine Fernandes Nascimento, Carmem Peres Maldonado¹, Michel Kfouri Filho¹, Dirce
Akamine¹
¹ Farmoterápica - SP
INSTITUIÇÃO: Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro - RJAUTORES: Bianca
Amaral dos Santos Silva,
Célia Regina Chaves, Carolina Valente de Freitas, Thuany da Silveira Jesus, Mirian Martins Gomes
O profissional nutricionista está em ascensão em diversas áreas e no
gerenciamento de unidades tem apresentado resultados positivos nos últimos
anos. O objetivo deste estudo foi verificar os pontos de atuação do nutricionista
na gestão da cozinha de um centro de educação infantil (CEI). Foi realizado um
A dieta hospitalar tem como objetivo garantir o aporte de nutrientes para o
paciente internado, preservando seu estado nutricional e desempenhando papel
co-terapêutico em doenças crônicas e agudas. Por outro lado encontra-se
associação entre a redução do consumo e o aumento da morbi-mortalidade. O
Introdução: A alergia alimentar é um problema crescente e os serviços de
atenção básica à saúde devem estar atentos para sua identificação precoce.
Objetivo: relatar caso de alergia alimentar ao ovo, diagnosticada aos 6 meses de
idade. Metodologia: relato de caso. Descrição: DHSL, M, negro, natural e
procedente de Ribeirão Preto-SP. Nascido de parto natural, a termo, sem
intercorrências. PN= 3310g, C= 49,5cm. Sem referência de alergia em familiares.
Atendido no ambulatório de Puericultura do Centro Médico Social Comunitário
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, desde os 3 dias de vida, em
aleitamento materno complementado com fórmula alimentar de partida,
retirada com boa evolução do peso. Aos 2 meses: regurgitação (grande volume)
após leite materno (ganho ponderal 49,7 g/dia). Mantida orientação postural e
amamentação. 3 meses: ranitidina e domperidona prescritas em outro serviço,
sem queixas e ganho 22 g/dia. 4 meses: aleitamento materno e ganho 17 g/dia.
Introduzida fórmula alimentar de partida complementando leite materno (mãe
retorna ao trabalho). 5 meses: sem ranitidina ou domperidona, assintomática.
Há 4 dias apresentou edema nos olhos com vermelhidão, associados à
introdução da fórmula alimentar no dia anterior ao evento. Ganho 16 g/dia, sem
valorização da queixa. 6 meses: peso = 7.735g, comprimento = 66,5 cm (P/I e C/I
= p50-CDC). Há 4 dias apresentou edema peri-orbital, “manchas avermelhadas”
pelo corpo e “chiado no peito”. Medicado com anti-histamínico e
broncodilatador. Ganho ponderal de 19 g/dia. Insistindo na anamnese, foi
referida ingestão de recheio de bolo e também, sobre a grande probabilidade de
ter ingerido outros alimentos quando do episódio anterior. Suspeitou-se de
alergia a ovo ou trigo. Prick teste (leite de vaca, soja, ovo, trigo, amendoim, soja)
fortemente positivo para ovo, excluído da dieta materna e da criança,
mantendo-se demais alimentos, com boa evolução. Conclusão: a Puericultura é
importante tanto para a manutenção da saúde quanto para a identificação
precoce de problemas, permitindo rápida intervenção, sem prejuízo ao estado
nutricional. Neste caso, anamnese adequada, antropometria e exame físico
foram fundamentais para a suspeita de outro alérgeno desencadeante da alergia
alimentar diferente da proteína do leite de vaca, visto que este é o principal
desencadeante nessa faixa etária. Por se tratar de manifestação IgE mediada, o
Prick teste foi oportuno para a confirmação da alergia ao ovo e será importante
para avaliar momento adequado da provocação.
2
estudo prospectivo entre novembro de 2009 e novembro de 2010 em um CEI,
localizado na zona sul da cidade de São Paulo, que atende aproximadamente 160
crianças anualmente, de 1 a 5 anos, que permanecem no CEI em período
integral. No início do estudo observou-se um cardápio monótono, com
porcionamento inadequado e desperdício de alimentos. Todos os manipuladores
foram orientados previamente sobre higiene e segurança alimentar, mas todas
essas normas eram reforçadas constantemente. Os alimentos oferecidos no CEI
eram fornecidos pela prefeitura, de acordo com o custo e a sazonalidade.
Utilizando os alimentos disponíveis, foram realizadas modificações na forma de
preparo e apresentação dos pratos; também com os alimentos consumidos
habitualmente, novas receitas foram testadas e catalogadas em formato de ficha
técnica. Esse novo cardápio teve ótima aceitação pelas crianças. Em relação ao
desperdício, o resto de alimentos dos pratos das crianças era pesado nas duas
principais refeições do dia, almoço e jantar, para melhor visualização dos
funcionários sobre a situação de desperdício. A pesagem da sobra nos pratos das
crianças ocorreu durante 5 meses, e foi utilizada balança digital com precisão de
1g e peso máximo de 5 kg. No início 209,562 kg/mês eram descartados, e após
este período esse valor foi reduzido para 129,711 kg/mês, ou seja, uma redução
de 79,851 kg (38,1%). Com a redução no desperdício, a variação do cardápio e
conseqüente melhor aceitação das crianças, pode-se comprovar a importância
da atuação do nutricionista, e que o investimento em treinamentos e recursos
técnicos deve acontecer rotineiramente, pois tem impacto positivo na gestão da
cozinha, com resultados satisfatórios e baixo custo adicional.
AVALIAÇÃO DA ACEITABILIDADE DA MERENDA ESCOLAR EM UMA ESCOLA DE
GUARAPUAVA – PR
objetivo do presente trabalho foi avaliar os fatores que interferem na aceitação
da dieta hospitalar em pacientes pediátricos (1 a 10 anos de idade) internados
em hospital público infantil. Foi avaliado um total de 439 refeições. As avaliações
ocorreram durante o período de internação. Cada criança foi acompanhada
durante 5 dias não consecutivos. Foi aplicado questionário semi-aberto de forma
a registrar os fatores que interferiram no consumo alimentar. O questionário foi
respondido pela própria criança ou seu responsável. Ao avaliar os fatores para o
não consumo/aceitação integral das refeições, o apetite foi o fator mais
prevalente na recusa do desjejum, colação, merenda e nas mamadeiras
oferecidas às 6h, 21h e 24h, enquanto a quantidade excessiva da dieta ofertada
foi o mais freqüente no almoço e jantar. Apesar do almoço e jantar
apresentarem um percentual de aceitação maior (entre 50 a 100% da refeição
servida), foram as refeições com menor percentual de aceitação e de recusa
totais. A mamadeira oferecida às 15h foi a única refeição que obteve uma
aceitação de 100%. O planejamento de refeições no ambiente hospitalar deve
levar em consideração as alterações fisiológicas inerentes ao processo de
adoecimento principalmente no que diz respeito a paladar, apetite e alterações
de rotina. Refeições mais atrativas e variadas podem melhorar a aceitação
facilitando o alcance das necessidades nutricionais.
Rubia Camila Sehnem, Morgana Keiber, Daniele Gonçalves Vieira (Orientadora).
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) – Guarapuava, PR
Carla Aline Satiro¹, Elaine Fernandes Nascimento, Carmem Peres Maldonado¹, Michel Kfouri Filho¹, Dirce
Akamine¹
¹ Farmoterápica - SP
Introdução: O Teste de Aceitabilidade é o conjunto de procedimentos
metodológicos cientificamente reconhecidos destinados a medir o índice de
aceitabilidade da alimentação oferecida aos estudantes atendidos pelo
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), conforme resolução
FNDE/CD/nº 38, de 16 de julho de 2009. O PNAE tem como propósito
complementar a alimentação dos alunos, o que contribui para que permaneçam
na escola, tenham bom desempenho escolar e bons hábitos alimentares (BRASIL,
2005). Segundo Oliveira (2007), o apoio na promoção da saúde no âmbito da
escolar pode e deve ser realizado através de atividades educativas em nutrição.
O ambiente de ensino, englobando alunos, familiares, professores e
funcionários, proporciona condições para desenvolver atividades que podem
transformar a escola em um local favorável à convivência saudável, constituindo
um núcleo de promoção de saúde local. O papel da equipe da escola na
alimentação e na educação nutricional das crianças assume grande importância,
oferecendo uma aprendizagem formal do conhecimento de alimentação
saudável (MARIN, 2009). Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo a
avaliação da aceitabilidade da merenda escolar de uma escola pública de
Guarapuava, PR. Metodologia: A avaliação da aceitabilidade da merenda
realizou-se no período de cinco dias úteis, onde foi aplicada a Escala Hedônica
Mista, que possuía as seguintes classificações: “detestei”, “não gostei”,
“indiferente”, “gostei” e “adorei”. Foram avaliadas as seguintes preparações:
cachorro quente com chá, batata doce caramelizada com leite, polenta com
proteína texturizada de soja, cereal de chocolate com leite e pudim com maçã
picada. O índice de aceitabilidade é calculado considerando a somatória das
porcentagens de respostas dadas as classificações “gostei” e “adorei”. A
aceitabilidade é considerada quando o resultado do cálculo apresentar, no
mínimo 85% para Escala Hedônica, segundo a resolução FNDE/CD/nº 38.
Resultados: A amostra foi composta por 95 alunos, de terceiro e quarto ano,
incluindo duas turmas de quarta série, onde 55,8% (53) eram do gênero
masculino. De acordo com a análise dos dados, o cachorro quente com chá
apresentou 96% de aceitação, a batata doce caramelizada com leite obteve
47,3% de aceitação, a polenta com proteína texturizada de soja 54,8%, o cereal
de chocolate com leite 86,9% e o pudim com maçã picada 50,6%. Sendo assim,
apenas o cachorro quente com chá e o cereal de chocolate com leite
apresentaram um índice maior que 85%, sendo considerado uma boa aceitação,
sendo notável a preferência dos alunos por alimentos industrializados e de alto
valor energético. A média semanal de aceitação da merenda foi considerada
baixa, apresentando um índice de 67,12%. Conclusão: Conclui-se que a aceitação
da merenda não foi muito alta, já que dos cinco dias avaliados, apenas dois
apresentaram uma aceitação adequada. A principal estratégia para melhor
aceitação de alimentos é a promoção de educação nutricional com os alunos na
escola, para elucidar a importância de uma alimentação saudável. A alteração do
cardápio ou mesmo da forma de preparo das preparações também são
sugestões simples e que fazem diferença na melhora da aceitação da merenda
dessa escola.
AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DA DIETA HOSPITALAR OFERECIDA COM
RELAÇÃO ÀS RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS
INTERNADOS EM HOSPITAL PÚBLICO
INSTITUIÇÃO: Instituto Fernandes Figueira/ Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro - RJ
AUTORES: Bianca Amaral dos Santos Silva, Mirian Martins Gomes, Carolina Valente de Freitas, Thuany da
Silveira Jesus, Célia Regina Chaves
IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM UM CENTRO DE EDUCAÇÃO
INFANTIL
A atuação do profissional nutricionista na faixa pediátrica é de extrema
importância, considerando a transição nutricional que este público vem
passando nos últimos anos. O objetivo deste estudo foi demonstrar a
importância da atuação do nutricionista em um centro de educação infantil. Foi
realizado um estudo prospectivo durante os meses de novembro de 2009 a
novembro de 2010, em um CEI localizado na zona sul da cidade de São Paulo que
atende aproximadamente 160 crianças anualmente, com idade entre 1 e 5 anos,
em período integral. As principais atuações foram referentes à educação
nutricional e a gestão da cozinha. Diversas atividades de educação nutricional
foram realizadas com sucesso com as crianças: decoração do refeitório, roda de
conversa, oficinas, dinâmicas em grupo sendo abordados temas como:
conhecendo os alimentos, higienização de mãos, uso de mamadeiras e
importância da alimentação saudável. Com os pais e professores foram
realizadas atividades individuais, pois se adequavam melhor ao perfil da
população atendida, e abordados assuntos referentes à alimentação infantil e
adulta. Em um questionário preenchido pelos pais, as verduras e legumes foram
citados como as principais aversões alimentares infantis, com 29,3 e 19,5%
respectivamente; durante o ano observou-se aumento significativo na aceitação
destes alimentos. Houve melhora no estado nutricional das crianças, com
redução de 7% no número de crianças obesas. O índice de crianças desnutridas
foi zerado. Pelos bons resultados obtidos neste estudo foi possível comprovar a
importância da educação nutricional na melhora dos hábitos alimentares e no
estado nutricional destas crianças, sendo estes fatores impactantes na melhora
da saúde e da qualidade de vida atual e a longo prazo.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DE
PACIENTES COM OSTEOPOROSE
Daniele Machado, Simone Guerra Lopes da Silva, Michelle Cavalcante Caetano, Thaís Tobaruela Ortiz, Maria
Teresa R. A. Terreri, Roseli O. S. Sarni. Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
Introdução: O período da infância e adolescência é considerado o mais
3
O fornecimento da alimentação hospitalar de boa qualidade e o cuidado
nutricional são alguns dos vários critérios estabelecidos com a finalidade de
recuperar a saúde do paciente. O atendimento de suas necessidades nutricionais
irá ajudá-lo com uma boa evolução clinica. O objetivo do presente trabalho foi
avaliar a adequação da dieta hospitalar em relação às recomendações
nutricionais (macro e micronutrientes) segundo a faixa etária em pacientes
pediátricos (1 a 10 anos) internados em hospital público. Foi avaliado um total
de 509 refeições durante o período de internação. Cada criança foi
acompanhada durante 5 dias não consecutivos. A comparação segundo a
recomendação foi realizada por faixa etária. A composição nutricional de macro
e micronutrientes do cardápio oferecido pelo hospital foi obtida por meio do
software Programa de Apoio à Nutrição, versão 1.5 utilizando-se as fichas
técnicas de preparação de alimentos disponibilizadas pela empresa responsável
pela produção das refeições. A média do valor energético diário oferecido pela
dieta hospitalar foi 2803,77Kcal. Comparando-se as médias da relação entre o
valor oferecido e recomendado de energia, macro e micronutrientes de acordo
com a faixa etária, observou-se que a dieta oferecida excedeu a recomendação
para todos os nutrientes havendo diferença significativa na relação de acordo
com a idade. Foi observada uma relação inversamente proporcional entre a
relação acima descrita e as faixas etárias avaliadas no que diz respeito a
carboidratos, ferro e vitamina A. Ressalta-se que a oferta do valor energético, de
proteína e vitamina A excederam em média 470%, 363,12% e 993,81%,
respectivamente, o valor recomendado. Conhecida a importância da dieta
hospitalar no prognóstico e duração da internação, torna-se de suma
importância o atendimento individualizado da população internada. Deve-se
valorizar a adequação dos serviços de alimentação à população atendida no que
diz respeito a hábitos alimentares e porcionamento. A oferta de quantidades
excessivas pode gerar a falsa impressão de consumo inadequado, além de gerar
desperdício e aumento do custo.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
ASMA
Juliana Takiguti Toma, Carla Acatauassú Ferreira, Roseli Oselka Saccardo Sarni, Dirceu Solé
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por
hiperreatividade da via aérea podendo ser classificada segundo sua gravidade
em Asma Intermitente (AI), Asma Persistente Leve (APL) e Asma Persistente
Moderada Grave (APMG). A associação entre asma e obesidade tem sido
enfaticamente citada na literatura, estudos relatam a associação e o risco
aumentado de obesos em adquirir a doença. A asma, assim como outras
doenças crônicas pediátricas, pode levar à déficit do crescimento e alterações na
composição corporal (CC) decorrentes de distúrbios inflamatórios e endócrinos
não específicos Objetivo: Avaliar o estado nutricional (EN) de crianças e
adolescentes asmáticos e relacioná-lo com a gravidade da doença e com o uso
de corticosteróides inalatórios. Casuística e Métodos: Por meio de estudo,
tranversal e prospectivo, conduzido no ambulatório de Alergia, Imunologia
Clínica e Reumatologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP/EPM), foram avaliados 78 pacientes com diagnóstico de
asma segundo os critérios do International Study of Asthma and Allergies na
faixa etária de 2 a 19 anos. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) da UNIFESP/EPM com o parecer de nº 1692/09. Por
meio de questionário padronizado foram levantados dados familiares e pessoais,
sobre o diagnóstico e tratamento. A partir dos dados de peso e estatura foram
calculados, pelo programa WHO Anthro Plus, o índice de massa corporal (IMC) e
o índice estatura para idade (E/I), sob a forma de escore z (ZBMI e ZEI),
adotando-se como referencial o proposto pela Organização Mundial da Saúde
(OMS 2006 e 2007). A prega cutânea tricipital, a circunferência abdominal e a
circunferência braquial foram aferidas e classificadas segundo Frisancho. O
estadiamento puberal foi realizado de acordo com o proposto por Marshall &
Tanner. Resultados: Dos 78 pacientes avaliados, 60,3% (n=47) eram do sexo
masculino, com média de idade de 9,48 anos. . Em relação à gravidade
verificamos que 17,9% dos pacientes eram portadores de forma persistente
moderada/grave. O uso de corticosteroide inalatório foi observado em 74% dos
pacientes. Observamos: baixa estatura em 7,1%, obesidade grave (ZEI>3) em
13,2%, obesidade em 20,6%, sobrepeso em 16,2% e eutrofia em 50,0% dos
pacientes avaliados. Foram observadas associações entre o ZEI e asma (p=0,04) e
entre ZEI e o uso de corticosteróide inalatório (p=0,01). Não verificamos
associação entre a gravidade da asma e excesso de peso (p=0,31), assim como
não observamos associações entre ZIMC (p=0,31)= ZCB (p=0,22) ZPCT(p=0,88).
Conclusões: Observamos no presente estudo elevada prevalência de excesso de
peso em crianças asmáticas, com associação do uso de corticosteróide inalatório
e baixa estatura.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO CONSUMO DE LANCHES DE PRÉ-ESCOLARES DE
UMA ESCOLA PARTICULAR DE CAXIAS DO SUL, RS.
Autores: Luciana Trintin Soares, Ana Carolina Pio da Silva, Karina Giane Mendes, Juliana Rombaldi Bernardi.
Local onde foi realizada a pesquisa: Escola de Educação Infantil Caminhos da Vida Atividades Infan tis Ltda.
Universidade de Caxias do Sul (UCS) - Caxias do Sul - RS.
Endereço: Rua Fernão Dias 550, CEP: 95052-250, Caxias do Sul, RS- Brasil.
Telefones: (54) 9122-0072 / (54) 9142-6757.
importante para a aquisição do pico da massa óssea. Fatores hormonais,
genéticos, doenças e medicamentos, assim como os hábitos alimentares e estilo
de vida, podem interferir na massa óssea. Descreve-se na literatura associação
entre o índice de massa corporal e a densidade mineral óssea (DMO). Objetivo:
Descrever o estado nutricional crianças e adolescentes com osteoporose e
relacioná-lo com a DMO. Métodos: Por meio de estudo transversal e
prospectivo, foi avaliado o estado nutricional e a DMO, em L1-L4, de 50 crianças
e adolescentes de ambos os sexos acompanhados no Ambulatório Osteoporose
da Disciplina de Reumatologia Pediátrica da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp/EPM). Para classificação antropométrica foi utilizado o índice de massa
corporal, sob a forma de escore Z, adotando-se o referencial da Organização
Mundial da Saúde, 2007 e pontos de corte de escore z entre ≥ -2 e ≤ 1+, como
adequados. Foram consideradas DMOs adequadas aquelas > -2 DP para a idade.
Análise estatística: teste exato de Fischer adotou-se p<0,05. Resultados: a
mediana de idade foi de 15 anos e 46% dos pacientes eram do sexo feminino.
Obesidade, baixa estatura e baixa massa óssea para a idade foram observadas
em 6, 16 e 52% dos pacientes, respectivamente. A doença observada com maior
frequência foi à asma, em 38% dos adolescentes. Não houve associação
significante entre obesidade/desnutrição e a DMO baixa (p=0,327). Conclusão:
Embora não tenha sido encontrada relação entre o estado nutricional
inadequado (obesidade/desnutrição) e a DMO baixa, é preocupante a elevada %
de crianças e adolescentes com o estado nutricional inadequado e já com
alteração da massa óssea.
ACEITABILIDADE DE BOLO CHOCOLATE ENRIQUECIDO COM CARNE DE FÍGADO
Mirela Douradinho Fernandes, Caryna Eurich Mazur (acadêmicas de Nutrição – UNICENTRO), Daniele
Gonçalves Vieira
(Docente – UNICENTRO), Indiomara Baratto (Mestranda em Obstetrícia – UNIFESP)
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) – Guarapuava, Paraná
O bolo de chocolate é uma das preparações mais bem aceitas entre a população
infantil; as crianças apresentam aversão ao consumo de carne e derivados o que
pode levar facilmente ao desenvolvimento de anemia por deficiência de ferro
(SANT’ANA, 2006). As carnes e derivados são os alimentos mais biodisponíveis
em ferro (MAHAN,2005). A falta deste micronutriente pode acarretar em vários
déficits na saúde sendo um deles a anemia ferropriva, sendo constantemente
observada nessa população.O objetivo deste trabalho foi verificar a
aceitabilidade de bolo de chocolate com carne de fígado como forma de
enriquecer a alimentação com ferro. Participaram do estudo 43 crianças de 6 a
10 anos de idade, todas internadas na ala de pediatria de um hospital público da
cidade de Guarapuava, Paraná. O estudo foi realizados entre março de 2008 à
junho de 2009. Os critérios de inclusão foram as crianças em que os pais ou
responsáveis aceitaram a participação na pesquisa. E os critérios de exclusão
foram as crianças que eram diabéticas, com diarréia, aquelas que estavam em
jejum ou em dieta de exclusão e aquelas que tinham diagnóstico de
disfagia/odinofagia. Utilizou-se a escala hedônica facial. Este método utiliza
como forma de avaliação desenhos expressando o quanto gostou ou desgostou
da amostra e é recomendado para análise de produtos destinados ao consumo
infantil (KIMMEL; SIGMAN-GRANT; GUINARD, 1994; KOIVISTO HURSTI, 1999). Em
seguida a degustação cada criança individualmente assinalava o desenho que
expressava sua satisfação e aceitabilidade, os participantes foram
acompanhados constantemente pelas pesquisadoras, para que não houvesse
influência nas respostas. As crianças não eram informadas antes de darem as
respostas sobre a receita real do bolo. Após a coleta de dados, procedeu-se
®
análise estatística, de forma descritiva, por meio do software Microsoft Excel . A
população do estudo foi constituída por 43 crianças, sendo 53,46% (n=23) eram
meninas, e o restante 46,51% (n=20) eram meninos. Quanto à avaliação da
aceitação do bolo de chocolate enriquecido com fígado, aproximadamente
48,84% (n=21) responderam a opção 4, que considerava que a criança tinha
gostava da preparação; 44,19% (n=19) afirmaram que adoraram a preparação
oferecida; e o restante (6,98%; n=3) responderam que detestaram o bolo
oferecido. A aceitabilidade do bolo de chocolate com carne de fígado mostra que
esta preparação pode ser uma forma de enriquecer a refeição com o objetivo de
ofertar ferro, para prevenir o desenvolvimento de doenças decorrentes
principalmente da população infantil.
COMPORTAMENTO DOENTIO EM CAMUNDONGOS OBESOS
Débora Cristina da Cunha; Fabiana Cardoso Vilela, Alexandre Giusti-Paiva.Departamento de Ciências
Biológicas. Universidade Federal de Alfenas.
A obesidade é considerada uma doença inflamatória, pelo aumento de citocinas
inflamatórias, o qual também ocorre com a administração de LPS, gerando
sintomas como: anedonia, fadiga, letargia, depressão, sono e anorexia. Assim,
4
E-mail de contato: [email protected]
RESUMO
A fase pré-escolar compreende crianças de 2 a 6 anos. É nesta fase que a criança
desenvolve os seus sentidos, diversifica os sabores, e com isso formam suas
próprias preferências. A criança apresenta ritmo de crescimento regular e
inferior ao lactente. A velocidade de crescimento estatural e o ganho de peso
são menores do que nos dois primeiros anos de vida, consequentemente há uma
diminuição das necessidades nutricionais e do apetite. A avaliação do padrão
alimentar dos pré-escolares é de primordial importância, face à relevância da
composição da dieta infantil para a manutenção de um estado nutricional
adequado. Alterações do aprendizado e da atenção, aumento do número de
repetências, carências nutricionais específicas ou decorrentes do excesso de
alimentos como sobrepeso e obesidade e o aparecimento de doenças crônicodegenerativas são conseqüências principais da alimentação inadequada no
período escolar. Além do papel importante da escola na alimentação do préescolar, as preferências alimentares também são influenciadas pelas escolhas e
pelos hábitos alimentares dos pais. A família desempenha importante função no
que diz respeito à compra e ao preparo dos alimentos, além do controle da
qualidade dos alimentos ingeridos. Soma-se ao processo de construção dos
hábitos alimentares da criança e do adulto, a influência da mídia, a rede social,
as condições socioeconômicas e culturais da família. Esse trabalho teve como
objetivo avaliar o estado nutricional, a quantidade e qualidade do lanche da
tarde de pré-escolares de uma escola particular de Caxias do Sul, RS. Foram
avaliadas 82 crianças entre o período de março a maio de 2011. Após a
assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e o questionário
socioeconômico ABEP (Associação Brasileira de Pesquisa) preenchido, foram
coletados os dados antropométricos de peso e altura e o consumo do lanche da
tarde, por meio de pesagem direta, durante o período de 5 dias consecutivos de
uma mesma semana escolhida aleatoriamente. Constatou-se que 61,5% das
famílias pertenciam à classe socioeconômica elevada. De acordo com o índice de
massa corporal pela idade (IMC/I) observou-se que 18,3% dos pré-escolares
estavam acima do peso. Em relação à classificação dos lanches, 65,9%
consumiram lanches não saudáveis. Os lanches consumidos na escola eram
constituídos em sua maioria por alimentos industrializados. As calorias
consumidas no lanche foram em média 366,2Kcal atingindo 30% do valor
calórico total recomendado. O lanche da tarde das crianças entre 2-3 anos
contribuiu com 18,4% do consumo de sódio diário recomendado e 13% para as
crianças entre 4-6 anos. Diante da importância da contribuição do lanche da
tarde para o atendimento das necessidades nutricionais dos pré-escolares e os
achados no presente estudo, sugere-se que medidas educativas e preventivas
devam ser propostas para a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a
infância.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE PACIENTES
PEDIÁTRICOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Autores: Miriam Hashimoto, Soraya Pereira Zanatta Nicolosi, Grasiela Bossolan, Tattiana Marques Alvarez,
Tabata Ribeiro Lino, Cláudia Rucco Penteado Detregiachi, Maria Rita Marques de Oliveira, Francisca Teresa
Veneziano Faleiros.
Instituição: Faculdade de Medicina de Botucatu –Universidade Estadual Paulista (UNESP) - SP
Introdução: A avaliação do estado nutricional e dos indicadores da qualidade da
dieta é fundamental para estabelecer medidas de intervenção e prevenção em
pacientes pediátricos hospitalizados.
Objetivo: Avaliar o estado nutricional e recordatório de consumo alimentar de
pacientes pediátricos hospitalizados.
Método: Estudo prospectivo e descritivo envolvendo pacientes pediátricos
internados em um hospital terciário entre maio e setembro de 2010. O estado
nutricional foi avaliado pelo índice de massa corporal (IMC) para idade
utilizando-se o escore Z de acordo com as curvas e classificação da OMS
2006/2007. O recordatório alimentar foi avaliado por meio de aplicação de
questionário elaborado a partir de formulários de marcadores do consumo
alimentar proposto pelo Ministério da Saúde 2008.
Resultados: Foram avaliados 85 pacientes sendo que 51,7% eram do sexo
feminino. Quanto à faixa etária: 26% tinham entre 1 e 24 meses, 28%, entre 25 e
60 meses, 22% entre 61 e 120 meses e 23,4% eram maiores de 120 meses,
sendo a média de idade 71 meses (±5,6) e mediana de 52 meses. O tempo médio
de internação foi de 5 (±3,9) dias. As principais causas de internação foram
doenças respiratórias (26%) e correções cirúrgicas (15%). Quanto à avaliação do
estado nutricional, 55% eram eutróficos (escore Z ≥ -1 e  +1), 7% com
sobrepeso (1 a 60 meses: escore Z > +2; >60 meses: escore Z >+1), 9% eram
obesos (1 a 60 meses: escore Z > +3; >60 meses: escore Z >+2),10% eram
desnutridos leves (escore Z<-1) e 6% apresentavam desnutrição moderada
(escore Z<-2). Quanto ao recordatório alimentar verificou-se que metade dos
pacientes receberam aleitamento materno exclusivo por um período máximo de
3 meses, sendo que em 20% por período < 1 mês. Nas crianças acima de um ano
(n=70) somente 12% consumiam diariamente verduras/legumes e em 36% dos
pacientes, estes não estavam presentes na dieta. Verificou-se o consumo diário
de frutas em 30% dos pacientes e de 2 a 4 vezes por semana em 40%. O
consumo diário de carnes e feijão ocorria em 60% e de leite em 80% dos
pacientes. Doces e refrigerantes eram consumidos mais de 4 dias na semana em
considera-se pertinente analisar a influência da obesidade e seu estado
inflamatório sobre o comportamento de animais obesos, com ou sem
administração de LPS, relacionando-os ao comportamento característico de ‘flu
like syndrome’. O trabalho teve como objetivo avaliar comportamento doentio
em camundongos obesos. Para tal, camundongos foram mantidos sob
alimentação controlada. Metade dos animais recebeu, por dia, durante 30 dias,
dieta de cafeteria, composta por 25g de chocolate Nestré Classic ao leite, 25g de
wafer Bauducco de chocolate, 25g bacon Perdigão, 25g de queijo parmesão, 25g
de batata Ruffles original), 25g de ração comercial e água “ad libitum”.
Enquanto outra parte alimentou apenas de ração comercial e água “ad libitum”,
à vontade. Durante esse período foi realizada avaliação ponderal. Após esse
período, 2 horas antes da realização dos testes, metade dos animais tratados
com a dieta de cafeteria recebeu injeção intraperitoneal de LPS e a outra, injeção
de salina. O mesmo foi realizado com os animais que receberam dieta padrão.
Após 2 horas do tratamento foram submetidos ao Teste do Campo Aberto e
Teste de Nado Forçado. Ao fim de cada experimento foram sacrificados,
realizando-se coleta e pesagem do tecido adiposo epididimal e retroperitoneal.
Após o período de ingestão dos dois tipos de dieta observou-se aumento de
peso (p<0,01), gordura epididimal (p<0,001) e retroperitoneal (p<0,001) no
grupo de dieta de cafeteria em relação ao de dieta normal. A aplicação de LPS
intraperitoneal apresentou efeito considerável em todos os casos, sendo mais
acentuada no grupo de dieta de cafeteria, com diminuição do número de
entradas na periferia (p<0,05) e no centro (P<0,01), assim como no número total
de entradas (p<0,05) e rearings (p<0,001), no teste de campo aberto, havendo
também aumento do tempo boiando no teste de nado forçado (p<0,05). Concluise, portanto que o acúmulo de gordura corporal, gerado pela ingestão de dieta
hipercalórica, potencializa o estado inflamatório ocasionado pelo LPS, levando a
um comportamento doentio.
TEMPO DE ALEITAMENTO MATERNO E INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES AUTISTA DE MONTES CLAROS-MG
Autores: Silvia Cristina da Silva Gonçalves Souza, Suzi Graciela Dias da Costa Albertini, Ana Lúcia Pires
Augusto, Carla Ribeiro Nogueira Franca.
UFF-Niterói-RJ
Introdução: Estudos têm demonstrado que lactentes amamentados ao seio
apresentam score significativamente maior para o desenvolvimento cognitivo do
que crianças alimentadas com fórmulas. Objetivo: Avaliar o desenvolvimento
cognitivo de crianças e adolescentes autista que foram amamentadas
exclusivamente com leite materno até os seis meses ou mais.Métodologia:
Estudo descritivo e prospectivo realizado com crianças e adolescentes autistas
na faixa etária de 1 a 12 anos, oriundas de uma instituição em Montes ClarosMG. Foi aplicado um questionário aberto. Foram respeitadas as questões éticas
cabíveis ao estudo em questão. Resultados: De 28 mães entrevistadas, 22 eram
crianças e 6 adolescentes, 21,42% não foram amamentados, 28% foram
amamentados por menos de 6 meses e 58,25% foram amamentados por 6
meses ou mais. Os dois primeiros grupos apresentaram maiores dificuldades no
desenvolvimento cognitivo e faz maior uso de medicamentos de uso controlado.
Enquanto o grupo que foi amamentado por 6 meses ou mais teve melhor
desenvolvimento cognitivo e faz menos uso de medicamentos de uso
controlado. Conclusão: Os resultados apontam e confirmam o que a literatura
tem demonstrado que o aleitamento materno deve ser incentivado e traz
inúmeras vantagens para o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial da
criança e do adolescente. O profissional de nutrição pode e deve contribuir com
diversas questões sociais usando recursos simples do cotidiano, visando sempre
melhorar a qualidade de vida dos grupos sociais.
5
um terço dos pacientes sendo que em 24%, o consumo de refrigerante era
diário. Salgadinhos e embutidos são consumidos de uma a duas vezes por
semana em 40% e não há consumo destes em 45% dos pacientes pediátricos
internados.
Conclusão: A avaliação do estado nutricional e do recordatório alimentar de
pacientes pediátricos internados constituem um importante instrumento para
identificar os desvios nutricionais e hábitos alimentares permitindo a
determinação da melhor estratégia nutricional.
CADASTRADOS NA ADEFA(AÇÃO EM DEFESA DO AUTISTA) EM MONTES
CLAROS-MG
Autores: Silvia Cristina da Silva Gonçalves Souza, Suzi Graciela Dias da Costa Albertini, Ana Lúcia Pires
Augusto, Carla Ribeiro Nogueira Franca. UFF-Niterói-RJ
Introdução: Estudos mostram que o Brasil passa atualmente por um momento
de transição nutricional, que se caracteriza pela diminuição na prevalência de
desnutrição e aumento de sobrepeso e obesidade, tanto na população infantil
como em adultos. Que não é diferente em crianças e adolescentes autistas, visto
que esta população vem aumentando significativamente. Objetivo: O objetivo
deste de trabalho foi avaliar o perfil antropométrico de crianças e adolescentes
autistas de 1 a 12 anos de idade cadastrados na ADEFA (AÇÃO EM DEFESA DO
AUTISTA) em Montes Claros-MG. Métodos: Estudo descritivo e prospectivo
realizado com crianças e adolescentes na faixa etária de 1 a 12 anos , oriundas
de uma instituição de um bairro com famílias que variam de empresários há a
famílias que vivem abaixo da linha da pobreza. A avaliação antropométrica
utilizou as variáveis peso, altura, circunferência do braço; (circunferência da
cintura e circunferência do quadril para crianças acima de 10 anos) dobra
cutânea tricipital e (dobra cutânea subescapular para crianças acima de 10anos).
Na aferição da massa corporal e estatura foi utilizado balança digital modelo GTECH Glass 4 FB, adipômetro da marca cescorf clínico e
estadiômetro portátil
da marca avanutri. Foram utilizadas as novas curvas de crescimento publicadas
pela OMS em 2007. Os índices antropométricos utilizados foram: peso/idade
(P/I), altura idade(A/I), peso altura(P/A) e IMC/idade e pontos de corte do
SISVAN2007. Resultados: 28 autistas foram avaliados, sendo 24 crianças e 4
adolescentes.Em relação a DCT 10,72 apresentaram risco de obesidade, 3,57%
baixa reserva adiposa, 75% adequação e 3,57% DII. Em relação a CMB 25%
apresentaram risco de obesidade, 14,28% baixa reserva muscular e 60,71%
adequação.
Em relação ao P/I 17,85 apresentaram sobrepeso, 3,57%
apresentaram baixo peso e 60,71% apresentaram adequação. Em relação P/A
7,14% apresentaram sobrepeso, 3,57% apresentaram baixa estatura, 25%
apresentaram adequação e 42,85% sem referência para OMS. Em relação A/I
53,57% apresentaram adequação, 25% apresentaram acima da estatura para
idade e 3,57% baixa estatura para idade. Em relação ao IMC/idade 21,42%
apresentaram sobrepeso, 3,57% apresentaram risco de obesidade, 3,57
apresentaram obesidade, 10,72% apresentaram baixo peso e 60,71%
apresentaram adequação Conclusão:O sobrepeso apresentou-se de forma
moderada e a obesidade e o baixo peso não foi um problema de grande
magnitude Mas vale ressaltar que a modificação de práticas alimentares e as
modificações na qualidade de vida como estratégia de tratamento para a criança
e o adolescente autista é de estrema importância e deve ser objeto de reflexão,
para que possam se tornar elementos efetivos de transformação de hábitos
alimentares adequados
COMPARAÇÃO DE DOIS MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE COMPOSIÇÃO
CORPORAL EM PACIENTES COM ATAXIA-TELANGIECTASIA
Rosangela da Silva
1, 2
2
2
, Itana Gomes Alves Andrade , Carla Acatuassu Ferreira , Daniele Gonçalves Vieira
2,4
2
, Roseli Oselka Saccardo Sarni , Beatriz Tavares Costa Carvalho
1 - Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL – MG)
2 - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
3 – Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO-PR)
4 – Faculdade de Medicina do ABC (FMABC- Santo André-SP)
2,
Michele Cavalcante Caetano 3
Introdução: A ataxia-telangiectasia (A-T) é uma doença rara, degenerativa e que
cursa com imunodeficiência em graus variáveis, com exacerbação do estresse
oxidativo e com desnutrição em mais de 50% dos pacientes. Objetivos:
Comparar dois diferentes métodos utilizados para estimar a composição
corporal em pacientes com A-T. Métodos: Por meio de estudo transversal,
prospectivo e controlado, foram avaliados 13 pacientes com A-T e 13 controles
saudáveis quanto ao escore-Z de IMC, classificado de acordo com o proposto
pela OMS 2006/07, e composição corporal estimada por meio dos métodos de
bioimpedância elétrica (BIA) e soma das pregas cutâneas (SPC) tricipital e
subescapular, sendo o percentual de gordura corporal (%G) classificado de
acordo com os pontos de corte propostos por Deurenberg (1990). Resultados: A
média de idade dos grupos foi de 13,5 ± 4 anos; 53,8% (7/13) dos pacientes eram
PERFIL NUTRICIONAL E INFLAMATÓRIO DE ADOLESCENTES COM FIBROSE
CÍSTICA – RESULTADOS PRELIMINARES
Ana Lúcia Pereira da Cunha, Zilton Vasconcelos, Carlos Valentim Magalhães Aquino, Ricardo Alves Luz,
Juliana Cantagalli Pfisterer, Maria das Graças Tavares do Carmo, Célia Regina Moutinho de Miranda Chaves
Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e Adolescente Fernandes Figueira/ Fiocruz - Rio de
Janeiro/RJ
Instituto de Nutrição - Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro/RJ
Introdução: o aumento das citocinas circulantes devido à inflamação pulmonar
está associado com a elevação do metabolismo basal, a perda de peso,
mudanças na composição corporal e deterioração da função pulmonar, uma das
principais causas de morte na fibrose cística (FC). Apesar dos avanços no
tratamento clinico e nutricional, a desnutrição ainda é prevalente afetando o
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes com fibrose cística.
Desta forma a detecção precoce de alterações do estado nutricional, possibilita
uma intervenção mais efetiva e reflete positivamente no prognóstico da doença.
Objetivo: avaliar o perfil nutricional e inflamatório, e a correlação destes, em
adolescentes fibrocísticos. Método: estudo seccional que incluiu pacientes entre
10 e 18 anos, com diagnostico de FC pelo Teste do Suor (> 60 mEq/L de cloro)
e/ou pela presença de pelo menos uma mutação genética, atendidos no
Ambulatório de Nutrição de um Centro de Referência no Rio de Janeiro. Foram
aferidos peso, estatura, dobras cutâneas triciptal (DCT) e subescapular (DCS),
circunferência braquial (CB) para cálculo do índice de massa corporal (IMC/I) e
circunferência muscular de braço (CMB).
A composição corporal foi
determinada com a equação de Slaugther e o total de massa livre de gordura
(MLG) após o cálculo do percentual de gordura. O IMC/I foi analisado segundo o
Consenso de Nutrição para FC (risco nutricional percentil entre 10 e 25 e
desnutrição p<10). A CMB foi avaliada de acordo com Frisancho. Os marcadores
inflamatórios séricos dosados foram: proteína C reativa (PCR), interleucinas (IL1β, IL-6 e IL-8), TNF-α, PGE2 e LTB4, sendo a PCR por nefelometria e as demais
por Elisa. Para as análises estatísticas utilizou-se média, mediana e a correlação
(Pearson e Spearman) com o software SPSS 17. Resultados: participaram do
estudo 14 pacientes, sendo oito do gênero feminino, com idade média 13,3  2,2
2
anos e IMC/I de 17  2,6 kg/m . Três adolescentes apresentaram risco nutricional
e cinco desnutrição pelo IMC/I. Cinco possuíam CMB p 5 e dois DCT p 5. A
média de MLG foi de 30,2  4,3kg e a mediana do percentual de gordura
corporal 16,2%. PCR>0,5mg/dl foi encontrada em 28,6% pacientes, sendo que
75% destes apresentaram CMB p 5 e IMC/I p<10. Os demais marcadores
inflamatórios IL-1 β, IL-6, IL-8, TNF-α, PGE2, LTB4 apresentaram mediana de
13,3pg/ml, 11,4pg/ml, 2,4pg/ml, 7,5pg/ml, 642,2pg/ml e 336,5pg/ml
respectivamente. A IL-6 apresentou correlação moderada negativa com o IMC e
CMB (p<0,05 r=-0,5 e p0,01 r=-0,7, respectivamente), assim como a PGE 2 com a
CMB e a MLG (p<0,05 r=-0,7 e p<0,05 r=-0,6, respectivamente) e LTB 4 com
estatura e MLG (p<0,05 r=-0,6). Conclusão: a prevalência de alterações no perfil
nutricional e indicação de inflamação foi elevada nos pacientes adolescentes
fibrocísticos estudados. A massa magra corporal (CMB e MLG) apresentou
correlação significativa com várias citocinas inflamatórias. A avaliação
nutricional, com ênfase na composição corporal, é um método de baixo custo e
fácil realização na prática clínica, que pode auxiliar na detecção precoce de
alterações inflamatórias nos pacientes com Fibrose Cística. Um estudo
longitudinal, tanto em adolescentes quanto em crianças, complementará estes
resultados preliminares.
PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO E DISLIPIDEMIA EM CRIANÇAS DE 7 A 8
ANOS DE BAIXO NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Julia Luzzi Valmórbida, Maria Laura da Costa Louzada, Fernanda Rauber, Paula Dal Bó Campagnolo, Márcia
Regina Vitolo
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – RS
Introdução: Há evidências concretas de que obesidade e dislipidemia são fatores
preditivos do desenvolvimento de doenças coronarianas. Estudos
epidemiológicos demonstram que o excesso de peso e os valores de lipídios
séricos alterados na infância tendem a permanecer ou se agravar com o passar
dos anos, evidenciando a importância da avaliação de fatores de risco
cardiovascular entre as crianças. Objetivos: Avaliar a prevalência de excesso de
peso, obesidade e dislipidemia em crianças de 7 a 8 anos de baixo nível
socioeconômico. Métodos: Análise transversal de um estudo de coorte com
crianças de 7 a 8 anos que foram selecionadas ao nascimento no setor do
serviço único de saúde da maternidade de São Leopoldo/ RS., RS. Entre maio de
2009 e outubro de 2010, estudantes de graduação em nutrição realizaram visitas
domiciliares para as crianças para obtenção das medidas antropométricas de
peso e altura. Índice de massa corporal para idade foi estimado com base na
referência de escore z da Organização Mundial da Saúde (IMCz). Crianças com
6
desnutridos de acordo com IMC. Em relação à composição corporal, pelo
método SPC observou-se %G adequado em 76,9% (10/13) dos pacientes e
controles, sendo que em relação à BIA os controles mantiveram a mesma
frequência de adequação, porém entre os pacientes observou 46% (6/13) de %G
elevado. O percentual de gordura nos pacientes foi significativamente maior
quando estimado pelo método de BIA, p=0,02. Conclusão: Na avaliação do
estado nutricional dos pacientes com A-T, bem como em outros pacientes cuja
doença curse com estresse oxidativo exacerbado, é importante associar um
método de estimativa de composição corporal, porém a bioimpedância elétrica
não se mostrou um bom método, uma vez que ela superestima o percentual de
gordura corporal nesses pacientes.
COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA EM ADOLESCENTES ATENDIDOS NO
INSTITUTO DA CRIANÇA - HCFMUSP
IMCz >+1 e >+2 foram classificadas, respectivamente, como tendo excesso de
peso obesidade. Amostras de sangue para avaliação do perfil lipídico foram
obtidas em visita agendada à Unidade de Saúde após jejum de 12 horas. Análises
séricas de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL) e
triglicerídeos (TG) foram realizadas pelo laboratório do Instituto de Cardiologia
do Rio Grande do Sul. Lipoproteína de baixa densidade (LDL) foi calculada de
acordo com a fórmula de Friedewald (todas as concentrações de triglicerídeos
foram <400mg/dL). Os pontos de corte da I Diretriz de prevenção de
Aterosclerose na Infância e na Adolescência foram utilizados para avaliação da
presença de dislipidemia: CT > 150mg/dL, LDL > 100mg/dL, HDL ≥ 45mg/dL e TG
> 100mg/dL. Resultados: Avaliaram-se 304 crianças com idade média de 7,7
anos. A prevalência de excesso de peso foi de 27,9%, sendo que desse
percentual, 12% dessas crianças apresentaram obesidade. Em relação ao perfil
lipídico, 64,3% das crianças apresentaram alteração nos níveis de CT e 47% nos
níveis de LDL. Mais da metade das crianças (58,7%) apresentaram valores abaixo
do recomendado para HDL, enquanto que 12,1% excederam a recomendação
para triglicerídeos. Conclusão: Os resultados demonstraram alta prevalência de
excesso de peso, obesidade e alterações nos valores séricos de lipídios entre
crianças em idade escolar pertencentes à famílias de baixo nível
socioeconômico.
ESTÁGIO MOTIVACIONAL MATERNO EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS ALIMENTARES
NO PRIMEIRO ANO DE VIDA
Maria Aparecida Carlos Bonfim*, Lenycia de Cassya Lopes Neri, Susana Hisamitsu de Oliva, Maisa de Grande
dos Santos, Gabriela Taciro, Adriana Servilha Gandolfo
Mônica Cristina Broilo, Priscila Souza da Silva, Caroline Sangalli, Lúcia Stenzel, Márcia Regina Vitolo.
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - RS
Introdução: A compulsão alimentar periódica (CAP) é caracterizada pela ingestão
de uma grande quantidade de alimentos em um período de tempo delimitado,
acompanhada da sensação de perda de controle sobre o que ou o quanto se
come. Em indivíduos obesos, comportamentos de compulsão alimentar são mais
frequentes e parecem ser, em parte, responsáveis pelos fracassos observados no
tratamento da obesidade. Objetivo: Avaliar a frequência de compulsão alimentar
periódica em adolescentes do Ambulatório de Endocrinologia do Instituto da
Criança – HCFMUSP. Método: No período de outubro/2010 a junho/2011,
utilizou-se a Escala de Compulsão Alimentar Periódico (ECAP) - um questionário
de autopreenchimento validado para identificar a presença de CAP nos
adolescentes. O escore obtido pelo ECAP classifica como CAP moderada a partir
de 18 pontos e grave a partir de 26 pontos. Dados socioeconômicos foram
coletados com os responsáveis. Adotou-se o escore z de índice de massa
corporal para idade (zIMC/I), para realizar a classificação do estado nutricional
segundo os critérios da OMS, 2007. Os resultados foram expressos em médias e
desvios padrão. Todos pacientes assinaram termo de consentimento e
assentimento livre e esclarecido. Resultados: 74 adolescentes, sendo 38
pertencentes ao gênero masculino e 36 feminino, com idade média= 12,68 ±
2,01 anos. Nesta amostra 5 (6,76%) foram classificados como sobrepeso, 27
(36,47%) obesidade e 42 (56,76%) como obesidade grave. Os participantes
preencheram a ECAP, obtendo escore médio de 12 ± 6,02 pontos (mínimo=0 e
máximo=29 pontos). 58 foram classificados como sem CAP (78,37%), 15 com CAP
moderada (20,27%) e 1 com CAP grave (1,35%). Entre as adolescentes 9 (25%)
apresentam CAP moderada e 1 CAP grave (2,8%), já no gênero masculino, 15,7%
apresentou CAP moderada. Conclusões: A frequência de CAP encontrada no
presente estudo é considerada relevante, porém pode ter sido subestimada
devido à compreensão inadequada da linguagem do questionário ou não
preenchimento de algumas das questões, ou até mesmo alguma forma de
constrangimento em responder o questionário. Ao obter diagnóstico de CAP,
uma abordagem terapêutica específica deve ser realizada para atingir eficácia no
tratamento.
Introdução: O Modelo Transteórico é um instrumento utilizado para
compreender mudanças de comportamento em diversas áreas, entre elas,
mudanças no comportamento alimentar. Conforme este modelo é possível
classificar um paciente entre cinco estágios distintos de motivação: précontemplação, quando a mudança comportamental ainda não foi considerada
pelo indivíduo, que muitas vezes ignora a necessidade da mudança;
contemplação, quando o indivíduo começa a considerar a mudança, mas não
define um prazo de tempo para essa mudança; preparação, quando o indivíduo
pretende mudar o comportamento em um futuro próximo; ação, quando o
indivíduo altera seu comportamento de fato; e manutenção, quando o indivíduo
mantém a modificação no comportamento. Objetivos: Verificar o estágio
motivacional de mães que relataram não aderir às orientações dietéticas de
profissionais de saúde e sua associação com fatores socioeconômicos e
demográficos e com o número de consultas de puericultura. Métodos: Análise
transversal de dados coletados em ensaio de campo randomizado por
conglomerados sobre a atualização de profissionais de saúde quanto ao
programa “Dez Passos para uma alimentação saudável para crianças menores de
dois anos” em Unidades de Saúde (US) de Porto Alegre – RS. Durante o
recrutamento nas US as gestantes responderam questionário contendo dados
sócioeconômicos e demográficos. Ente 6 e 9 meses de idade da criança foi
realizada visita domiciliar, em que as mães responderam à questão referente
adesão às orientações dietéticas. As mães que relataram não seguir as
orientações dos profissionais de saúde responderam à questão específica com a
finalidade de classificar seu estágio de motivação para a mudança em relação à
adoção de práticas alimentares adequadas para seu filho. No mesmo momento
foi realizada aferição de peso e altura maternos. O número de consultas de
puericultura foi obtido na Caderneta de Saúde da Criança. Resultados: Foram
entrevistadas 631 mães, entre as quais 46,7% relataram não seguir as
orientações dietéticas dos profissionais de saúde. Dentre estas, 45,7% das mães
encontram-se em estágio de pré-contemplação, 24,9% contemplação, 10,4%
preparação, 3,5% ação e 15,6% manutenção. Fatores socioeconômicos e
demográficos, estado nutricional materno e o número de consultas em
puericultura não foram associados ao estágio de motivação materno para a
mudança. Conclusão: A partir do presente estudo foi possível observar que
grande parcela das mães encontra-se em estágios motivacionais pouco
favoráveis à mudança, o que pode ser um fator limitante na adesão às
orientações dietéticas de profissionais de saúde. Para que as ações destes
profissionais sejam efetivas, os mesmos devem observar os aspectos
motivacionais e agir sobre eles quando possível.
ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DOS CEMEIs, ANTES E APÓS
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL, DO MUNICÍPIO DE ALFENAS-MG
DESENVOLVIMENTO DE ALGORITMO PARA TERAPIA NUTRICIONAL EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
Juliana Moura Nabarrete*, Karina Helena Canton Viani*, Fabíola Cristiane Rachid*, Rubens Feferbaum**,
Vanessa da Cunha Oliveira*
* Nutricionistas da Divisão de Nutrição do Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança (ICr) do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – SP
** Médico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo – SP
Introdução: O câncer é uma doença catabólica, em que o tumor maligno atua de
forma a consumir as reservas nutricionais do hospedeiro, levando ao prejuízo
nutricional. A desnutrição em pacientes oncológicos pediátricos agrava ainda
mais o quadro clínico, prejudicando a resposta terapêutica. Um bom estado
nutricional é essencial para reduzir o risco de infecções e evitar constantes
internações. De forma geral, o maior risco para desnutrição durante o
tratamento está associado à terapia com múltiplas drogas quimioterápicas em
Camila Ribeiro Silva , Carolline Ilha Silvério, Mariana Heloisa de Moura, Iana Canavez, Rosangela da Silva
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL – MG)
Introdução: O período entre o desmame e os 5 anos de idade é,
nutricionalmente, o mais vulnerável segmento do ciclo de vida.Detectar casos de
desnutrição em pré escolares a fim de recuperar o estado nutricional, se faz
necessário uma vez que a desnutrição ainda é um problema de saúde pública.
Objetivo: Avaliar a evolução do estado nutricional de pré-escolares desnutridos
antes e após intervenção. Métodos: Estudo retrospectivo realizado com 20
crianças desnutridas participantes do Programa de Intervenção Nutricional
“Nutrição Perto de Você” do município de Alfenas – MG em 2010. As crianças
foram avaliadas quanto ao estado nutricional por meio da aferição de peso e
estatura antes e após receberem suplemento nutricional, o qual foi oferecido
7
altas doses e sua combinação com radioterapia. A alimentação tem papel
relevante na recuperação destes pacientes, porém há necessidade de aumentar
o aporte calórico oferecido. Objetivo: Elaborar um algoritmo para tomada de
decisão da terapia nutricional em pacientes oncológicos pediátricos. Método:
Pesquisa bibliográfica em materiais disponíveis de instituições de referência em
Oncologia Pediátrica e artigos científicos nos últimos 10 anos e adaptação à
realidade da Instituição em questão. Resultados: Inicialmente, os pacientes serão
triados de acordo com a classificação do Estado Nutricional (EN) segundo
parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), para peso e estatura, e de
Frisancho, para circunferência do braço (CB). De acordo com a classificação do
estado nutricional e do CB são tomadas decisões para terapia nutricional. Em
caso de diagnóstico de sobrepeso e CB acima de p5, deve-se monitorar peso e
aceitação alimentar e intervir caso necessário. Quando o diagnóstico for
eutrofia, CB acima de p5 e houver perda de peso maior que 5%, avalia-se se a
ingestão calórica está acima de 50% e se o tratamento atual prejudicará a
ingestão oral ou EN para dessa maneira avaliar tolerância do Trato
Gastrointestinal (TGI) e decidir por terapia nutricional adequada, conduta
tomada também ao diagnóstico de magreza ou CB menor que p5 juntamente
com EN de eutrofia ou sobrepeso/obesidade. Ao diagnóstico de magreza
acentuada ou magreza juntamente com CB menor que p5 avalia-se
funcionamento do TGI e o tempo necessário para suporte nutricional, indicando
nutrição parenteral ou sonda. Para decisão do suporte nutricional sempre é
levado em conta o tempo necessário para sua utilização, acima de sete dias é
indicado Nutrição Parenteral quando o TGI não está funcionante, quando TGI
está normalizado é indicado suplementação via oral (VO) por duas semanas e
reavaliação do EN após esse período, optando por manter o suplemento por
mais duas semanas caso a recuperação do EN esteja satisfatória; em caso de
recuperação insatisfatória, avaliar a aceitação do suplemento e indicar sonda
caso a aceitação alimentar e do suplemento seja ruim. Conclusão: A implantação
de um algoritmo para escolha da terapia nutricional auxilia na intervenção
precoce, minimizando os efeitos nutricionais do tratamento e colaborando para
a melhora do EN.
DIFICULDADES DE ADESÃO À DIETA SOB A ÓTICA DE ADOLESCENTES OBESOS
UTILIZANDO MAPA CONCEITUAL
por dois meses. Os índices antropométricos avaliados foram estatura/idade (E/I)
e índice de massa corporal (IMC) expressos em escore Z, calculados pelo
programa WHO Anthro Plus, sendo consideradas desnutridas ou com baixa
estatura as crianças com índice inferior a –2 escore Z. Resultados: Das 1053
crianças avaliadas 1,3% (14/1053) apresentavam baixa estatura e 0,6% (6/1053)
apresentavam desnutrição aguda. Entre as crianças que foram suplementadas
68,2% (13/20) eram do sexo masculino e média de idade foi de 2,6 ±1,1 anos (2 a
5 anos). Antes da suplementação observou-se média de peso de 11,2 kg ± 2,4,
estatura de 85 cm ±12,7, z E/I de -1,9 ±1,5 e z IMC/I de -0,3 ±1,8. Após a
suplementação a média de peso foi 12,8 kg ±2,6, estatura de 92,5 cm ±11, z E/I
de -1,5 ±1,4 e z IMC/I de -0,5 ±0,9. Dessa forma após a suplementação observouse redução de 64,3% da frequência de baixa estatura passando para 25% (5/20).
Em relação a desnutrição aguda, não se observou nenhum caso após
suplementação. Conclusão: As crianças que foram acompanhadas nesse
programa obtiveram melhora do estado nutricional. Este achado demonstra que
a estratégia de intervenção nutricional nessa faixa etária é de grande
importância para garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado. A
suplementação utilizada foi efetiva, porém essa é uma medida emergencial,
sendo necessárias ações de promoção à saúde.
Silvana Lima Guimarães França*,Viviane Sahade**, Luis Fernando Fernandes Adan***
*Universidade Federal da Bahia (UFBA) - Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde
*UFBA - Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde, UFBA – Escola de Nutrição
***UFBA - Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde, Departamento de Pediatria da Faculdade de
Medicina, Centro de Diabetes e Endocrinologia do estado da Bahia (CEDEBA) / Secretaria da Saúde do
estado da Bahia (SESAB)
Autores: Carolina De Marchi, Fernanda de Oliveira Marques, Juliana Rombaldi Bernardi.
Local aonde foi realizada a pesquisa: Universidade de Caxias do Sul (UCS) - Caxias do Sul - RS.
Endereço: Rua Irma Valieira, 272/301, São Pelegrino. CEP: 95020-060 Caxias do Sul, RS- Brasil.
Telefones: (54) 9924-0335 / (54) 9142-6757.
E-mail de contato: [email protected]
Introdução: A literatura afirma a complexidade e ainda a insuficiência de estudos
sobre adesão ao tratamento da obesidade, necessitando de novas publicações
que possam melhor esclarecer os aspectos psicossociais envolvidos sobre o
fenômeno de baixa adesão. Objetivo: identificar a percepção de adolescentes
obesos sobre dificuldades de adesão à dieta. Método: Trabalho, de natureza
qualitativa, realizado com seis adolescentes obesos atendidos em um
ambulatório de obesidade do CEDEBA, na cidade de Salvador. Foi utilizado o
mapa conceitual, espécie de cartografia das representações da natureza e
organização dos conhecimentos a partir de um tema central. Este foi
dificuldades de adesão à dieta. O mapa foi construído no momento das
entrevistas gravadas durante aproximadamente trinta minutos. Para a análise
foram considerados os conceitos expressos, as ligações e o domínio de
conhecimento categorizando-os conforme os campos conceituais presentes nos
mapas. Resultados: Os adolescentes expressaram suas percepções e
conhecimentos a partir de suas experiências sobre dificuldades de adesão à
dieta. Estas últimas foram expressas, inicialmente, através de conceitos como:
fome, ansiedade, gula, festas, frituras, doces, televisão, computador, falta de
esporte. Estes conceitos foram categorizados em cinco campos conceituais
distintos: a dimensão sócio-cultural que expressa como estes adolescentes tem
dificuldade em manter a dieta no processo de socialização da qual faz parte o
alimento através das festividades, lazer com a família e amigos, e na própria
escola no momento do lanche, bem como a dimensão psico-afetiva, a qual
afirmam sentirem bastante fome, que alguns chamam de “gula”, “olho grande”,
“usura” associada à ansiedade, além da dimensão da estrutura da dieta,
expressando suas dificuldades quanto à quantidade, qualidade e fracionamento.
Na dimensão da tecnologia eles expressam o tempo que passam comendo
diante da TV e computador. Finalmente, a dimensão da atividade física,
afirmando a falta de esporte como entrave para a adesão. Conclusão: Os
adolescentes expressaram que além da estrutura da dieta, os fatores sócioculturais e psico-afetivos representam elementos fundamentais no processo de
adesão. O mapa conceitual mostrou-se um instrumento capaz de auxiliar na
identificação das representações e conhecimentos dos adolescentes obesos
sobre o tema dificuldades de adesão à dieta.
EFETIVIDADE DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO, POR MEIO DAS AÇÕES
DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, NA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS
NÃO RECOMENDADOS PARA LACTENTES
REVISÃO SOBRE A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E O CONSUMO ALIMENTAR EM
INDIVÍDUOS COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é um distúrbio genético ligado ao
cromossomo X, que afeta principalmente crianças do sexo masculino.
Caracteriza-se pela degeneração progressiva e irreversível da musculatura
esquelética, levando a uma fraqueza muscular generalizada, devido à ausência
da proteína distrofina na membrana muscular. Os sinais iniciais da DMD incluem
debilidade ou fraqueza muscular da cintura pélvica, principalmente dos
músculos extensores e abdutores do quadril, e atingem posteriormente os
músculos da cintura escapular (região do ombro). Diante deste caso, a nutrição
do paciente visa à melhora geral do estado nutricional, além de ter um papel
importante em relação à promoção de hábitos alimentares saudáveis, à
eliminação de práticas dietéticas insatisfatórias, à prevenção de doenças e o uso
mais eficiente dos recursos disponíveis para a alimentação. Nestes pacientes, é
comum encontrar alguns problemas nutricionais, constipação, dificuldade de
deglutição, desnutrição, obesidade, deficiências de cálcio e ferro. Este trabalho
teve o objetivo de revisar os artigos mais relevantes sobre Distrofia Muscular de
Duchenne (DMD) e sua relação com a nutrição, especialmente, em relação ao
estado nutricional e hábitos alimentares. Trata-se de uma revisão bibliográfica
sistemática da literatura, em que foi realizada busca de artigos científicos através
das bases de dados MEDLINE, Lilacs e Scielo. As palavras-chave utilizadas para a
pesquisa foram: Distrofia Muscular de Duchenne; Estado nutricional; Hábitos
alimentares; Nutrição. Dentre as pesquisas provenientes da busca incluíram-se
os artigos de pesquisas originais, dissertações de mestrados, teses de doutorado
e trabalhos de conclusão de curso. Percebida a relevância, também se buscou
diretamente referências indicadas. Os materiais pesquisados limitaram-se ao
período de 1998 a 2011. Dentro dos critérios estabelecidos, encontrou se cinco
artigos na literatura. Entre os vários achados do estudo, verificou-se que o
estado nutricional e o consumo alimentar dessa população são muito relativos,
envolvendo diversos fatores externos como fatores sociais, patologias
associadas, estilos de vida, entre outros, mostrando assim que é essencialmente
ideal manter um adequado acompanhamento nutricional. Esse artigo possibilita
a atualização dos profissionais de saúde quanto ao tema. Há poucos artigos
científicos na literatura que estudam a relação entre a DMD e a nutrição. Devido
à importância que o estado nutricional tem na sobrevivência do indivíduo com
DMD, e a falta de estudos envolvendo estes indivíduos, torna-se importante
verificar o estado nutricional e o consumo alimentar dessa população para que
se possa fazer um adequado acompanhamento nutricional.
AVALIAÇÃO QUALITATIVA NO SEGMENTO DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA
SOBRE O RECONHECIMENTO DOS CRITÉRIOS ESPECÍFICOS PARA ATENDER
CONSUMIDORES COM ALERGIA ALIMENTAR
8
Gabriela Possa, Mônica Broilo, Márcia Regina Vitolo
Núcleo de Pesquisa em Nutrição – NUPEN
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – Porto Alegre – RS.
Introdução: Estudos no Brasil e em outros países demonstram elevado consumo
de alimentos não recomendados para lactentes, o que associa-se positivamente
à redução da qualidade da dieta. Desta forma, os esforços para a promoção de
práticas alimentares saudáveis devem iniciar cedo. Estudos anteriores
demonstraram que programas de intervenção podem melhorar as práticas
alimentares das crianças nos primeiros anos de vida. Objetivo: Avaliar a
efetividade do programa “Dez Passos da Alimentação Saudável para Crianças
Menores de 2 anos de idade”, por meio das ações dos profissionais de saúde, na
redução do consumo de alimentos não recomendados para lactentes.
Metodologia: Ensaio de campo randomizado por conglomerados realizado na
cidade de Porto Alegre. Vinte Unidades de Saúde (US) foram randomizadas em
grupo intervenção e controle. Profissionais de saúde do grupo intervenção
receberam atualização quanto ao programa citado anteriormente. Gestantes
foram recrutadas nas US selecionadas. Os dados dietéticos das crianças de
ambos os grupos, intervenção e controle, referentes ao consumo de alimentos
não recomendados para lactentes, foram obtidos aos 6-9 meses e aos 12-15
meses da criança por meio de visitas domiciliares. Resultados: O número de
crianças avaliadas aos 6-9 meses e aos 12-15 meses foram 619 e 532,
respectivamente. A idade média de introdução do açúcar de adição, da bolacha
recheada e da gelatina foi maior no grupo intervenção quando comparado ao
grupo controle (açúcar: 3,17 v. 2,65 meses, P = 0,007; bolacha recheada: 5,29 v.
4,99 meses, P = 0,008; gelatina: 4,71 v. 4,35 meses, P = 0,004). Além disto, este
grupo apresentou uma proporção significativamente menor de consumo de
queijo petit Suisse (RR = 0,86; IC 95%: 0,76-0,98), refrigerante (RR = 0,67; IC 95%:
0,55-0,81) e chocolate (RR = 0,67; IC 95%: 0,54-0,84) aos 6-9 meses de idade.
Entretanto, o consumo de alimentos não recomendados para lactentes foi
semelhante entre os grupos intervenção e controle aos 12-15 meses de idade.
Conclusão: A implementação do programa nutricional foi efetivo na redução do
consumo de alimentos de baixo valor nutricional aos 6-9 meses de idade. No
entanto, este efeito não foi observado quando as crianças atingiram a idade de
12-15 meses de idade.
ESTUDO DA OBESIDADE E DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES ASSISTIDOS PELA APAE DE ALFENAS-MG
Isabela de Siqueira Carvalho¹, Juliana Cristina Gomes¹, Cristiane da Silva Marciano Grasseli¹, Simone Cardoso
Lisboa Pereira², Cibele Marli Cação Paiva Gouvêa¹, Roberta Ribeiro Silva¹
1-Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL – MG)
2-Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
A APAE é uma instituição que busca promover o bem estar, a proteção e o
ajustamento em geral de indivíduos especiais. Em virtude de alterações
nutricionais, que levam a obesidade e deficiência de vitaminas, minerais e da
falta de estudos com esses grupos, são importantes pesquisas, para conhecer as
alterações metabólicas e nutricionais que podem alterar o crescimento e
desenvolvimento de indivíduos especiais. O objetivo do presente trabalho foi
realizar o estudo sobre a prevalência de obesidade e verificar os hábitos
alimentares de assistidos pela APAE de Alfenas por meio de aplicação de
questionário socioeconômico e clínico-nutricional, medidas antropométricas,
utilizando as variáveis de peso e estatura e os indicadores peso/idade,
estatura/idade, peso/estatura e IMC/idade, avaliação dietética (Pesagem Direta
dos Alimentos, Questionário de Freqüência Alimentar e o de Registro Alimentar),
avaliação qualitativa e quantitativa do cardápio oferecido pela instituição. As
informações coletadas foram codificadas e analisadas, utilizando os softwares
EpiData versão 3.2 para entrada e EpiInfo 2002 para a análise dos dados. Estão
sendo estudados 87 indivíduos que freqüentam, regularmente a APAE, estes
moram com pai, mãe e irmãos, sendo que 87% dos pais são alfabetizados.
Possuem renda baixa, porém vivem em condições de saneamento adequadas.
Observa-se a presença de vários diagnósticos clínico. Utilizam os serviços do PSF.
Relatam que quem decide a alimentação é a mãe ou pediatra e que as crianças e
adolescentes não fazem alimentação especial apesar das limitações, 100% das
mães dizem estar satisfeitas com a alimentação oferecida na APAE. Os
resultados demonstraram que 11,3% dos indivíduos estudados encontram-se
desnutridos, 52,5% em eutrofia, 17,5% com sobrepeso e 18,7% com obesidade.
Observou-se por meio do questionário de frequência alimentar que o consumo
de frutas, folhosos, legume, leite e carne é baixo, segundo a quantidade de
porções estabelecidas pela pirâmide alimentar. A análise quantitativa do
cardápio demonstrou que somente no café da manhã, almoço e lanche a
quantidade de carboidrato, proteína, lipídeos, quilocalorias totais e vitamina A
ultrapassam a recomendação dietética diária, enquanto as quantidades de ferro,
Sueli Essado Pereira, Alinne Fernandes Maciel, Ivone Gonçalves, Karine Mendanha, Leorenia Alves de Sousa,
Lidiane Victor Rodrigues Oliveira, Lorrany Aparecida de O. Belo, Ludmilla Prado Alves, Priscilla Rhayanne e
Silva,
Liga Acadêmica para Educação Nutricional nas Alergias e Intolerâncias Alimentares (NUTRIALI) – Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (cidade de GOIÂNIA - Go).
Quando uma pessoa ingere, inala ou tem outro tipo de contato com
determinado antígeno alimentar, havendo manifestações clínicas com reações
imunológicas, caracteriza-se como reação adversa ao alimento, do tipo alergia
alimentar. A prevalência hoje está em torno de 4% na população adulta e cerca
de 8% em crianças. Aproximadamente 90% dessas reações adversas são
causadas pelos seguintes alimentos: ovo, leite, trigo, soja, peixe, moluscos,
amendoim e nozes. O ovo e leite de vaca e seus derivados fazem parte de muitos
alimentos no Brasil, principalmente preparados em panificadoras, dificultando
para os pais e cuidadores a substituição adequada de alimentos quando alguém
da família passa a receber uma dieta de exclusão. O objetivo deste trabalho foi
levantar em diversas panificadoras de Goiânia, de médio e grande porte, sobre
os diversos tipos de pães fabricados e comercializados, e sobre o
reconhecimento da necessidade de produzir produtos específicos para
população alérgica, e de como perceber as exigências sobre critérios e condições
higiênico-sanitárias para a produção de tais produtos. Na seleção, 12
estabelecimentos participaram do inquérito, através de um questionário e visita
in loco. Os resultados evidenciaram que 50% das panificadoras utilizam o mesmo
funcionário para preparação e para limpeza do ambiente, e cerca de 25% das
panificadoras não tem espaço físico separado para a preparação dos pães,
apesar de que no levantamento constatou-se que 75% possui manual de boas
práticas com o respectivo profissional dando assistência. Quanto ao interesse da
clientela sobre produtos especiais nas panificadoras (sem leite, sem ovos e/ou
sem glúten), houve confirmação de 75% dos padeiros, sendo que 91,3% tem
interesse de participar de oficinas para preparações de receitas especiais, mas
apenas 58,3% reconhecem ser necessário um sala e equipamentos especiais
para tal, com finalidade de evitar contaminação cruzada. Outro dado investigado
foi sobre a receita de pães tradicionais, e seus respectivos ingredientes.
Verificou-se uma grande divergência de informações, quando comparado às
receitas padrões originais, desde o pão francês, pão integral, pão italiano, pão
sírio, bisnaga, baguete, brioche, entre outros. Com esses dados, verificou-se que
a maioria das panificadoras deverá refazer estrutura física e de equipamentos,
assim como adaptar-se de forma mais adequada ao manual de boas práticas,
para garantir um produto inócuo e sem “traços” de alérgenos à clientela
especial. Por outro lado, a clientela com problemas de alergias alimentares
deverá exigir melhores informações, tanto nos rótulos de alimentos
manufaturados, e através de placas sinalizadoras nos balcões das panificadoras,
sobre os ingredientes incluídos nas receitas preparadas, evitando assim maiores
transtornos causados pelas manifestações clínicas da alergia alimentar.
PREVALÊNCIA DE ALERGIA ALIMENTAR EM CRIANÇAS DE ZERO A TRINTA E SEIS
MESES EM DUAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE POUSO ALEGRE - MG
Nelson Inácio Pinto Neto, Ana Carolina Franco
Universidade do Vale do Sapucaí-Pouso Alegre-MG.
Introdução: Estima-se que em torno de 6% dos menores de três anos são
afetados por alguma alergia alimentar, entretanto, estudos indicam que alguns
profissionais de saúde não possuem conhecimentos específicos sobre essa
patologia, fato que dificulta o estabelecimento do diagnóstico e tratamento
adequados. Ressalta-se a necessidade de padronização desse diagnóstico, a fim
de detectá-los precocemente e tratá-los corretamente. Sendo assim, os
questionários apresentam-se como uma ferramenta interessante para promover
o diagnóstico de alergia no ambulatório, pois são práticos, de fácil aplicação,
reprodutíveis e não onerosos. Objetivo: Identificar a prevalência de alergia
alimentar em crianças de zero a trinta e seis meses por intermédio de um
protocolo composto por identificação dos sinais e sintomas relacionados à
possível alergia com posterior confirmação através de exames clínicos
laboratoriais. Métodos: O estudo está sendo realizado em duas unidades básicas
de saúde (UBS) localizadas no bairro São João do município de Pouso Alegre/MG.
A população estudada compreendeu crianças de ambos os gêneros, na faixa
etária de zero a trinta e seis meses. Para o diagnóstico, foi elaborado um
instrumento de coleta de dados desenvolvido a partir do Protocolo Clínico para
Normatização de Dispensação de Fórmulas Infantis e do Formulário para
Pesquisa de Reações Adversas a Alimentos e Alergia Alimentar. O protocolo
resultante explora pontos-chave para diagnóstico de alergia alimentar e
identificação do alimento que desencadeou a reação, assim como, sinais e
sintomas clínicos, a história alimentar, avaliação do estado nutricional e exames
subsidiários. Até o momento, o protocolo foi aplicado em 136 indivíduos e
aqueles que apresentaram sintomas característicos de um quadro alérgico foram
submetidos ao teste cutâneo (prick test) para confirmação da presença de
alergia aos alimentos suspeitos. Vale destacar que esse teste indica a existência
de sensibilização e não permite o estabelecimento fidedigno do diagnóstico
definitivo de alergia alimentar, mas ainda é o teste mais comumente empregado
devido à facilidade na sua realização e baixa ocorrência de efeitos adversos.
Resultados: Apresentamos os resultados preliminares de 136 indivíduos, de uma
amostra estimada de 300. Até o momento a prevalência de alergia alimentar foi
9
vitamina C e cálcio não atingem o recomendado. Os dados do presente trabalho
permitem conluir que apenas 52,5% dos indivíduos analisados possuem estado
nutricional adequado, a prevalência de obesidade é muito alta sendo que a
intervenção nutricional é necessária para auxliar na correção dos desbalanços
observados. Não parece haver deficiências severas porém foram identificados
hábitos alimentares inadequados.
FREQUÊNCIA DE ALERGIAS ALIMENTARES EM FUNCIONÁRIOS DE UM HOSPITAL
PÚBLICO EM GOIÂNIA E ASSOCIAÇÃO COM HÁBITOS ALIMENTARES E ESTILO
DE VIDA
2
3
Juliana de Moraes Santos¹, Edna Cunha Vieira , Sueli Essado Pereira
1
Discente do 8º período Curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
2
Nutricionista (UFG), Especialista em Nutrição Humana e Saúde (UFL-MG), Especialista em Nutrição
Ayurvédica, Mestre em Nutrição e Saúde (UFG).
3
Nutricionista (UnB), Especialista em Docência Superior (CEUB-DF), Especialista em Ativação de Mudanças
(FIOCRUZ/MS), Especialista em Administração e Mkt (ESAB-RJ), Mestre em Biologia Molecular (UFG),
Professora Efetiva da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) – Goiânia, GO.
IES: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Local da pesquisa: HUGO – HOSPITAL DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA
Introdução: A Alergia Alimentar é uma resposta adversa a um antígeno alimentar
intercedidas por mecanismos basicamente imunológicos. Dentre as reações
adversas aos alimentos, ela tem-se destacado tanto pelo aumento na
prevalência como no aumento de antígenos presentes na alimentação brasileira
e mundial. É um enigma nutricional que vem se alastrando nas últimas décadas,
possivelmente devido à maior exibição da população a um número maior de
alérgenos alimentares disponíveis. Objetivo: Foi analisado a frequência de
servidores com Alergias Alimentares Referidas, e a correlação de hábitos
alimentares e estilo de vida de um hospital de urgências de Goiânia, Goiás.
Método: estudo transversal para caracterizar a prevalência de Alergias
Alimentares e associação com fatores demográficos e estado nutricional dos
servidores. Resultados: Dos 128 servidores entrevistados, 5,5% apresentam
Alergias Alimentares. Deste grupo destacaram-se as alergias ao camarão e ao
ovo. As manifestações clínicas mais frequentes foram coceiras na garganta, pele
e olhos, diarréia e gases. Conclusão: esta prevalência encontrada em adultos é
preocupante e mostra a necessidade de maiores pesquisas, assim como de
alertas tanto aos profissionais da saúde como para a população em geral, a fim
de que se possa fazer diagnósticos mais precisos, evitando maiores
complicações.
IMPACTO DE ACONSELHAMENTO DIETÉTICO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA NO
CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO ATÉ OS 7 A 8
ANOS DE IDADE
Maria Laura Louzada, Mônica Cristina Broilo, Fernanda Rauber, Paula Dal Bó Campagnolo, Márcia Regina
Vitolo. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - RS
Introdução: Há evidências de que as práticas alimentares do primeiro ano de
vida determinam os hábitos alimentares da infância e que esses podem se
prolongar até a vida adulta, influenciando condições de saúde em curto e longo
prazo. Intervenções para promoção da alimentação saudável no início da vida,
dessa forma, apresentam potencial para influenciar condições de saúde durante
toda a vida. Objetivo: Avaliar o impacto de visitas domiciliares para orientar
mães sobre alimentação no primeiro ano de vida no consumo alimentar, estado
nutricional e perfil lipídico até os 7 a 8 anos de idade. Métodos: Ensaio de campo
randomizado realizado com mães de crianças que nasceram a termo e com peso
≥2500g entre outubro de 2001 e junho de 2002 em São Leopoldo, RS. Mães do
grupo intervenção receberam aconselhamento sobre aleitamento materno e
alimentação complementar baseado nos “Dez passos para alimentação saudável
para crianças menores de dois anos”. Alunos de graduação em nutrição
realizaram o aconselhamento dietético em visitas domiciliares mensais até o 6º e
bimestrais até 12º mês de vida das crianças. Entrevistadores coletaram dados
dietéticos e antropométricos aos 12 a 16 meses, 3 a 4 anos e 7 a 8 anos e
avaliaram o perfil lipídico aos 3 a 4 anos e 7 a 8 anos. O perfil lipídico foi o
desfecho primário do estudo. Resultados: Das 500 (intervenção: 200; controle:
300) crianças inicialmente recrutadas, avaliaram-se 397 aos 12 a 16 meses, 354
aos 3 a 4 anos e 315 aos 7 a 8 anos. Aos 12 a 16 meses da idade, o consumo
calórico de alimentos de alta densidade de gordura foi menor no grupo
intervenção em relação ao controle para ambos os sexos e a ingestão de energia
de alimentos de alta densidade de açúcar foi menor no grupo intervenção, mas
de 4,4% em relação ao total da população estudada. Os alimentos que
desencadearam o processo alérgico foram: trigo (16,7%); ovo (33,3%) e leite de
vaca (50%). Em relação a eficácia do instrumento de triagem, tem-se que, dos
8(5,9%) indivíduos que foram encaminhados para realização do prick test,
6(75%) tiveram confirmação. Conclusão: Conforme constatado em outros
estudos, a grande incidência de alergia alimentar pode ser consequência da
introdução precoce de alimentos. Os valores obtidos são satisfatórios visto que
vários autores indicam uma frequência bem próxima a encontrada nesse estudo
em crianças dessa mesma faixa etária. Portanto, o protocolo está se mostrando
sensível e efetivo, indicando que futuramente poderá ser utilizado em serviços
ambulatoriais como ferramenta para o auxílio do diagnóstico de alergia
alimentar.
Avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes com rinite alérgica e
dermatite atópica
Marcia Yumi Matsui, Michelle Caetano, Raquel Bicudo Mendonça, Carla Acatauassu Ferreira, Dirceu Solé,
Roseli Oselka Saccardo Sarni.
Universidade Federal de São Paulo
Introdução: Doenças alérgicas são reações de hipersensibilidade, podendo ser
mediadas por imunoglobulinas do tipo E (IgE). Sua prevalência é de cerca de 20%
na população ocidental. Entre estas doenças pode-se citar a Dermatite Atópica
(DA) e a Rinite Alérgica (RA). Crianças e adolescentes com doenças crônicas,
como as alérgicas, podem apresentar déficit no crescimento estatural e
alterações na composição corporal. Objetivos: Avaliar o estado nutricional de
crianças e adolescentes com RA e/ou DA e relacioná-lo com gravidade e com o
tratamento da doença. Casuística e métodos: Por meio de estudo transversal
foram avaliadas 75 crianças e adolescentes com RA e/ou DA acompanhadas no
ambulatório da Disciplina de Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia do
Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/
EPM). Os dados de identificação e relacionados à doença foram obtidos do
prontuário do paciente. O peso e a estatura foram aferidos segundo o
preconizado pelo Ministério da Saúde. A partir dos dados de peso e estatura
foram calculados, pelo programa WHO Anthro Plus, o índice de massa corporal
(IMC) e o índice estatura para idade (E/I), sob a forma de escore z (ZIMC e ZEI),
adotando-se como referencial o proposto pela Organização Mundial da Saúde
(OMS 2006 e 2007). A dobra cutânea tricipital (DCT), a circunferência abdominal
(CA) e a circunferência braquial (CB) foram aferidas e classificadas segundo
Frisancho. O estadiamento puberal foi realizado de acordo como proposto por
Marshall & Tanner. Resultados: Dos 75 pacientes avaliados, 58,7% eram do sexo
masculino, com mediana de idade de 7,35 anos (1 ano 5 meses – 18 anos e 7
meses). Os diagnósticos mais frequentes foram a RA associada a outras doenças
alérgicas (44,6%) e DA isolada (37,8%). A mediana do escore Z do IMC e E/I foi de
- 0,22 (-3,62; 2,45) e 0,42 (-2,11; 5,37), respectivamente. Em relação ao
diagnóstico nutricional, com base na antropometria, observamos: excesso de
peso em 32,4%, baixa estatura em 7,4%, DCT > percentil 85 em 24,6% e CB <
percentil 5 em 12,7%. Não se observou a associação entre a gravidade e o
tratamento da DA ou RA e alterações nos parâmetros antropométricos
analisados (p > 0,05). Conclusão: O presente estudo aponta para a elevada
freqüência de distúrbios nutricionais em crianças e adolescentes com doenças
alérgicas (DA e RA). Estratégias de orientação nutricional apropriada devem ser
implementadas nesses indivíduos.
CONSUMO ALIMENTAR DE PACIENTES COM IMUNODEFICIÊNCIA COMUM
VARIÁVEL
1
1
3
Talita Lemos Paulino , Marina Neto Rafael , Elisangela Calheiro dos Santos Valente , Roseli Oselka Saccardo
2
2
1, 2
Sarni , Beatriz Tavares Costa Carvalho , Rosangela da Silva
1 - Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL – MG)
2 - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM)
3 - Center for Molecular Medicine of the Austrian Academy of Sciences - CeMM
Introdução: A Imunodeficiência Comum Variável (ICV) é uma imunodeficiência
primária que se caracteriza por alterações na função imunológica de células T e
B, levando à redução da concentração sérica de imunoglobulinas. Dessa forma os
pacientes com ICV apresentam infecções de repetição, as quais associadas a um
consumo alimentar inadequado, podem comprometer o estado nutricional dos
mesmos. Objetivo: Avaliar o consumo alimentar e o estado nutricional de
pacientes com ICV. Métodos: Estudo realizado com 17 pacientes com
diagnóstico de ICV acompanhados regularmente no serviço de Imunologia
Clínica da UNIFESP/EPM. Foram realizados recordatório alimentar de 24 horas,
em dois momentos, e coletados dados de peso e altura. A análise quantitativa do
consumo alimentar foi realizada através do programa DietWin®, sendo avaliado
de acordo com as DRIs (Dietary Reference Intake). Para o diagnóstico do estado
nutricional, crianças e adolescentes foram avaliados utilizando-se os indicadores
índice de massa corporal (IMC) e estatura para a idade (E/I), expressos em
escore-Z, utilizando o referencial da Organização Mundial de Saúde (OMS) de
2007. Para os adultos foram utilizados os pontos de corte de IMC recomendados
pela OMS de 1998. Resultados: Os pacientes avaliados apresentaram mediana
de idade de 28,3 anos (8,9-52,7); 47% (8/17) eram do sexo masculino e 23,5%
(4/17) eram crianças ou adolescentes. Quanto ao estado nutricional, a mediana
2
do IMC foi de 18,9 kg/m (14,1-28,9), sendo observado baixo peso em 23,5%
(4/17), excesso de peso em 17,6% (3/17) e nenhuma baixa estatura. Em relação
10
somente entre as meninas (P<0,05). Aos 3 a 4 anos, o consumo calórico de
alimentos de alta densidade de açúcar e de gordura foi menor entre os meninos
do grupo intervenção em comparação àqueles do grupo controle (P<0,05), sem
diferença entre as meninas. O impacto da intervenção no consumo alimentar
não se manteve até os 7 a 8 anos. As prevalências de excesso de peso e
obesidade foram semelhantes entre os grupos durante todo o estudo. Aos 3 a 4
anos, os valores de lipídios séricos não diferiram entre os grupos. Aos 7 a 8 anos,
os níveis de HDL foram 0.11mmol/L maiores (IC95%0.01,0.20) e de triglicerídeos
0.13mmol/L menores (IC95%-0.25,-0.01) nas crianças do grupo intervenção
quando comparadas ao grupo controle, porém somente entre as meninas.
Conclusões: O aconselhamento dietético para mães durante o primeiro ano de
vida das crianças foi efetivo em reduzir o consumo de alimentos de alta
densidade energética até a idade pré-escolar e melhorar o perfil lipídico das
meninas aos 7 a 8 anos de idade, reforçando a importância de ações de
promoção à saúde no início da vida.
ao consumo alimentar, observou-se mediana de energia de 1799,2 kcal (1106,92797,7), sendo que 47% (8/17) dos pacientes apresentaram consumo
insuficiente e 6% (1/17) elevado. Observou-se mediana de consumo de proteína
de 1,4 gramas por quilo de peso (0,8-2,6), sendo que quase a totalidade dos
pacientes apresentou consumo excessivo, 94,1% (16/17). A frequência de risco
de inadequação no consumo de micronutrientes antioxidantes foi de 41,2%
(7/17) para zinco, 100% para selênio, 76,5%(13/17) para retinol, 41,2% (7/17)
para vitamina C e 6% (1/17) para vitamina E. Com exceção do retinol, todos os
elementos avaliados apresentaram consumo inferior a EAR (Estimated Average
Requirement), necessidade média estimada, ou seja metade da população teria,
a esse nível, uma ingestão abaixo de suas necessidades. Conclusão: O estudo
apontou para um elevado risco de consumo inadequado de micronutrientes
antioxidantes nos pacientes com ICV, o que pode contribuir para piora do
funcionamento imunológico. Dessa forma a orientação nutricional, com ênfase
no consumo de alimentos fonte de antioxidantes, é de extrema importância para
essa população.
NEUROPATAS INTERNADOS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE CURITIBA: PERFIL
NUTRICIONAL MEDIANTE DUAS CURVAS DE CRESCIMENTO
CRIANÇAS COM ESTADOS NUTRICIONAIS DIFERENTES APRESENTAM HÁBITOS
ALIMENTARES COMPATÍVEIS?
Ana Paula Fadoni, Jocemara Gurmini, Maria Emília Suplicy Albuquerque, Rosa Marquesi, Mirella Aparecida
Neves, Bruna Mansur Lago, Karen Knabben Souza, Ana Claudia Cruz Dos Santos, Lucy Gonçalves
Rosana Gomes de Torres Rossi, Adriana Paulino Pagano
Universidade do Grande ABC
Introdução: doenças neurológicas podem causar disfagia comprometendo
estado nutricional, crescimento, saúde e qualidade de vida e muitos se
beneficiam de sondas alimentares. Objetivo: conhecer perfil antropométrico de
neuropatas internados. Metodologia: Estudo transversal prospectivo aprovado
pelo comitê de ética, realizado com pacientes maiores de 2 anos internados nas
enfermarias e acompanhados pelo Suporte Nutricional no período de julho/09 a
julho/11. Os neuropatas foram classificados em 5 grupos (G1 ao G5) conforme
capacidade motora onde o G5 compreendia aqueles com mais limitações físicas
não sendo capazes de deambular, engatinhar, sustentar cabeça nem auto
alimentação. Estatura/I (E/I) e Índice de Massa Corporal (IMC/I) foram
codificados como Abaixo, Adequado e Acima conforme escore z da OMS
(2006/07) (<-2, >-2 e <+2, > +2) e percentis das curvas de crescimento norte
americanas propostas para neuropatas (2007) (<P10, P10-P90, >P90)
respectivamente. Resultados: foram realizadas 185 avaliações, a idade média foi
de 101,55 meses (24 a 217 meses), das quais 98(53%) eram meninos e 87(47%)
meninas. A maioria (113-61%) assistida pelo SUS, tempo médio de internamento
foi de 16,53 dias (2-102 dias), ocorreram 6 óbitos (3,2%) e 21(11,4%)
necessitaram de terapia intensiva. Quanto à capacidade motora, a maioria (17695,1%) foi condizente ao G5, 8(4,3%) ao G4 e apenas 1(0,5%) avaliado era G1.
Em se tratando de via de acesso: gastrostomia (130-70,3%), sonda nasoenteral
(32-17,3%), suplemento oral (15-8,1%) e associação de sonda/via oral em 8
avaliados (4,3%). Apesar de os avaliados eutróficos permanecerem menos dias
internados, não houve diferença significativa entre estado nutricional e tempo
de hospitalização (p=0,577). Conforme OMS, E/I (escore z médio: -1,95) foi
classificada adequada em 97(52,4%) avaliações, baixa estatura em 30(16,2%) e
muito baixa estatura em 58(31,4%). IMC (escore z médio: -1,2) sugestivo de
eutrofia em 94(50,8%) e subnutrição em 67(36,2%). Excesso de peso também foi
verificado de modo que ocorreu risco de sobrepeso em 7(3,8%), sobrepeso em
3(1,6%), obesidade em 11(5,9%) e obesidade grave em 3(1,6%). A partir do
modelo americano de crescimento de neuropatas, pôde-se observar que a
maioria dos avaliados situava-se dentro da adequação tanto em relação a
estatura (181-97,8%) quanto IMC (132-71,4%). Subnutrição foi verificada em
48(25,9%) e apenas 5(2,7%) encontravam-se com peso excessivo. A comparação
entre os diagnósticos permitiu constatar maior freqüência de avaliados
considerados Abaixo para E/I (p<0,05) e IMC/I (p<0,05) nos critérios da OMS.
Outro achado importante refere-se ao fato de que avaliados com excesso de
peso pela OMS foram considerados eutróficos nos padrões americanos. Houve
associação entre via de alimentação e estado nutricional (p=0,0004) visto que
gastrostomizados foram, na maioria, classificados eutróficos e aqueles com
magreza e magreza acentuada não tinham gastrostomia. Conclusão: houve
divergência de diagnóstico nutricional entre os métodos. Estado nutricional e
crescimento foram satisfatórios e ganho de peso deve ser monitorado
principalmente naqueles com via alternativa de alimentação.
PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS FREQUENTADORAS DE UM CENTRO
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE GUARAPUAVA, PARANÁ
Introdução: Hábitos alimentares e de vida saudáveis, são essenciais para o
crescimento e desenvolvimento da criança. O consumo alimentar inadequado
pode acarretar alterações nutricionais e maior vulnerabilidade a infecções,
comprometimento do desenvolvimento mental e doenças crônicas não
transmissíveis. Objetivo: Relacionar os hábitos alimentares de crianças
eutróficas, desnutridas e obesas. Método: Trata-se de um estudo transversal e
comparativo com 45 crianças matriculadas em uma creche no município de
Santo André, SP, sendo 15 de cada estado nutricional (eutrofia, desnutrição e
obesidade) pareadas por gênero e faixa etária. Um protocolo com questões
referentes ao consumo alimentar, estado nutricional e hábitos alimentares foi
aplicado aos pais, juntamente com o protocolo de registro alimentar de três dias,
avaliado com o auxilio do programa Dietpro (versão 5.i), analisados segundo os
valores médios e desvio-padrão. Resultados: Destaca-se o consumo de vitamina
A, com diferença estatisticamente significante (p= 0,022), onde as crianças
desnutridas apresentaram um consumo inferior. O hábito de repetir as refeições
também apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos
(p=0,041), com predomínio para as crianças obesas (46,66%), relação não
confirmada quanto ao consumo de energia que não foi significativa (p=0,6333).
Conclusão: As diferenças nos hábitos alimentares entre os grupos, em geral, não
são estatisticamente significantes, provavelmente devido à alimentação
oferecida na creche. As diferenças no estado nutricional podem estar
relacionadas aos hábitos alimentares e de vida da família e/ou a questões
relacionadas ao desenvolvimento da criança antes do período que esteve
matriculado na instituição.
Palavras chave: Obesidade infantil. Desnutrição infantil. Hábitos alimentares.
Mirela Douradinho Fernandes, Caryna Eurich Mazur, Vania Schmitt (graduandas do curso de Nutrição –
UNICENTRO), Daniele Gonçalves Vieira (Docente – Orientadora)
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) – Guarapuava, Paraná
Priscila Souza da Silva, Caroline Sangalli, Fernanda Rauber, Maria Laura Louzada, Júlia Valmórbida, Márcia
Regina Vitolo. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - RS
A participação em programas de cuidado à criança desde os primeiros meses de
vida pode evitar problemas como a desnutrição e a obesidade (ARAÚJO; LEMOS;
CHAVES, 2006). O estado nutricional influencia o crescimento e desenvolvimento
infantil, tornando a avaliação nutricional importante para detectar grupos de
risco e as intervenções adequadas (CASTRO, 2005). Objetivo deste trabalho foi
verificar o perfil nutricional de uma amostra de crianças da cidade de
Guarapuava, Paraná. Participaram do estudo 39 crianças de 1 a 3 anos de idade,
frenquentadoras do maternal de um Centro Municipal de Educação Infantil da
cidade de Guarapuava, Paraná. O estudo foi realizado entre abril e maio de 2011.
IMPLEMENTAÇÃO DOS DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
PARA CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS EM UNIDADES DE SAÚDE
Introdução: O Programa “Dez Passos para uma alimentação saudável para
crianças menores de dois anos” é um manual elaborado pelo Ministério da
Saúde, que tem por objetivo subsidiar os profissionais de saúde a promoverem
práticas alimentares saudáveis para crianças, apresentando atualizações sobre o
tema e sugestões de como transmitir as orientações. Objetivo: Avaliar impacto
de atualização sobre o manual “Dez Passos” realizada com profissionais de
atenção primária em saúde nas práticas de aleitamento materno entre crianças
atendidas em unidades de saúde (US) de Porto Alegre que possuem diferenças
na equipe de trabalho. Métodos: Trinta e duas US participaram do estudo, 20
11
Os critérios de inclusão foram os pais ou responsáveis aceitarem a participação
das crianças na pesquisa e as crianças permitirem que fossem efetuadas as
medidas antropométricas de peso e comprimento/estatura necessárias para
determinação do perfil nutricional. Os critérios de exclusão foram a não
aceitação dos critérios de inclusão. Utilizou-se para classificação do perfil
nutricional das crianças as tabelas da Organização Mundial de Saúde do ano de
2006 e 2007, para o peso para idade, estatura para idade, peso para estatura e
Índice de massa corporal para idade. Classificando o perfil nutricional em
adequado ou inadequado. Dentre as 39 crianças avaliadas, 59% (n=23) eram do
gênero feminino. A média de idade encontrada foi de 27,69±6,64 meses (mínimo
18 meses; máximo 39 meses). A estatura média encontrada foi de 89,01±7,97
cm; enquanto que o peso médio foi de 13,51±2,54 Kg. O diagnóstico da
classificação de peso por idade em sua maioria foi considerado todas as crianças
(100%; n=39) como adequado. Grandes partes das crianças integrantes do
estudo tiveram o diagnóstico de estatura adequada para idade (92,3% ; n=36).
Enquanto que a classificação peso para estatura foi, em sua maioria de eutrofia
(53,8%; n=21). O IMC por idade, um dos melhores parâmetros para a
investigação de estado nutricional entre crianças, foi averiguado entre o grupo a
presença maior de eutrofia (56,4%; n=22), seguido por sobrepeso (38,5%; n=15).
O resultado positivo da avaliação nutricional leva a crer que a maioria das
crianças estão sendo bem cuidadas e recebendo alimentação adequada tanto no
Centro de Educação Infantil quanto em seus domicílios.
RELAÇÃO TRIGLICÉRIDES/HDL E PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES COM
EXCESSO DE PESO
ANDRÉ MANSO, FERNANDA MARTINS ROSSIN, APARECIDA MARIA GOMES DE SOUZA, CRISTIANE KOCHI,
CARLOS ALBERTO LONGUI, OSMAR MONTE, JOSÉ RAUL CISTERNAS.
Unidade de Endocrinologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo
Pacientes com excesso de peso apresentam maior associação com dislipidemia e
risco cardiovascular. A relação triglicérides(TG)/HDL tem sido descrita em
adultos como preditora de risco aterogênico e associada à resistência insulínica.
Objetivo: avaliar o perfil lipídico e a relação TG/HDL em adolescentes com
excesso de peso. Casuística e metodologia: foram avaliados prospectivamente
80 adolescentes de idade cronológica média de 13,6 (1,9)a, sendo coletados os
seguintes dados: peso e estatura (zIMC – CDC 2000), relação circunferência
abdominal (CA)/estatura, glicemia, insulina de jejum, colesterol total (CT), HDL,
LDL, triglicérides (1ª Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose em
crianças e adolescentes) e relação TG/HDL. Resultados: a média do zIMC foi de
2,1 (0,3); 53,2% dos pacientes apresentavam valores inadequados de CT; 36,3%
de LDL; 60% de HDL e 56,2% de TG. A relação TG/HDL não apresentou associação
com CA/E ou valores de insulinemia; teve correlação positiva com o zIMC
(r=0,231 e p<0,05). Conclusão: encontramos alto percentual de valores
inadequados de HDL e TG nessa amostra de pacientes com excesso de peso. A
relação TG/HDL não apresentou associação com a insulina basal, diferentemente
do descrito na população adulta.
sob administração do município e 12 do governo federal. Entre as municipais
foram elegíveis as que apresentaram mais de 100 atendimentos de crianças
menores de 1 ano em 2006 e que não participavam do Programa de Saúde da
Família. As US municipais foram alocadas em dois grupos, 9 US para intervenção
e 11 para controle. Todas US federais de Porto Alegre foram alocadas para
receberem a intervenção. O estudo contou com três grupos: IntervençãoMunicipal, Intervenção-Federal e Controle-Municipal. Os grupos Intervenção
receberam atualização em relação às diretrizes do manual "Dez Passos” com
duração de 1 hora, mediada pelo investigador principal. O grupo ControleMunicipal não recebeu atualização. Entrevistadores compareceram às US para
identificar gestantes no último trimestre de gestação, potenciais mães que
receberiam orientações dos profissionais. Aos 6 meses da criança, realizou-se
visita domiciliar para obtenção das variáveis relacionadas à duração do
aleitamento materno. Aleitamento materno exclusivo (AME) foi considerado
quando a criança recebia apenas leite materno, sem consumo de líquidos ou
sólidos, sendo exceção medicamentos e suplementos vitamínicos e minerais.
Resultados: Entre as crianças avaliadas (n=906), 27,8% receberam AME até os 4
meses e 4,7% até os 6 meses. A prevalência de AME por 4 meses ou mais foi
significativamente maior no grupo Intervenção-Federal (35,9%) em relação ao
grupo Intervenção-Municipal (27,4%) e ao Controle-Municipal (20,6%).
Comparando os grupos, observa-se que o tempo médio de duração do AME foi
significativamente maior nos grupos Intervenção-Federal e Municipal (2,56±1,91
e 2,32±1,63 meses) quando comparados ao grupo Controle-Municipal (1,91±1,60
meses; p=0,01). Conclusão: Apesar das práticas de aleitamento materno estarem
aquém do recomendado, foi possível observar que a atualização dos
profissionais de saúde teve impacto positivo nas práticas de aleitamento
materno, contribuindo efetivamente para promoção da saúde infantil.
Relato de caso clínico: importância da Terapia Nutricional adequada
Silvana Piorelli Viana¹, Janete Barbosa Hung¹, Cinthia Marques de Castro¹. ¹ Grupo Sempre Vita
Paciente D.G.B.B, sexo masculino, 86 anos, diagnosticado com Doença de
Alzheimer há seis anos. Apresentou comprometimento da musculatura para
realizar deglutição, e risco de broncoespasmo aspirativo. Prevendo-se a
necessidade de terapia nutricional, foi indicada a colocação de sonda com
posicionamento gástrico para nutrição através de terapia nutricional enteral
exclusiva. Durante internação hospitalar apresentou perda de peso de 21,1% em
período de 20 dias, bem como a presença de ulceras por pressão na região
sacral, grau I. A solicitação para o fornecimento de dieta enteral foi feita em
20/12/2010, após negativa e nova solicitação o paciente teve acesso a dieta
fornecida pelo Sistema Único de Saúde em 11/03/2011. Evoluiu de maneira
desfavorável, sem responder às medidas terapêuticas e faleceu em jul/2011.
Introdução: A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é o conjunto de procedimentos
terapêuticos que visam manutenção ou recuperação do estado nutricional por
meio de nutrição enteral (NE). A NE é de importância fundamental para prevenir
e tratar as deficiências nutricionais que além de estarem associadas a
comprometimento do estado nutricional, contribuem de maneira negativa no
quadro clínico geral do paciente. Nos países desenvolvidos, é comum o uso de
dietas enterais, no Brasil, a prescrição da TNE vem aumentando gradativamente,
entretanto o acesso é para uma parcela mínima e privilegiada da população
brasileira.
Objetivo: Exaltar a importância da terapia nutricional adequada no manejo do
paciente critico.
Metodologia: Foi feita uma pesquisa do caso clínico de 01 paciente cuja
alimentação foi feita através da terapia nutricional enteral, com descrição da
evolução em fotocópia do prontuário fornecido por seus familiares.
Resultados: Associada à evolução clínica do paciente foram relatados os
seguintes pontos: dificuldade de acesso ao tratamento dietoterápico justificado
pela falta de recursos financeiros; falta de conhecimento dos
cuidadores/familiares sobre o manejo do tratamento; remoção acidental da
sonda com colonização bacteriana; jejum prolongado (3 dias) em regime
hospitalar; constipação intestinal; perda de peso intensa, mais de 20% em 20
dias.
Discussão: De acordo com determinação de nossa Constituição Federal em seu
artigo 196º “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.” Sendo assim é de extrema importância o
acesso ao tratamento, o mais precocemente possível, de maneira a garantir a
continuidade do tratamento integral prescrito. Além disso, o reconhecimento
das causas das complicações relacionadas à TNE poderão auxiliar na tomada de
decisões para que seja reduzida a sua incidência, visto que intercorrências (jejum
prolongado, remoção da sonda, colonização bacteriana, perda contínua de peso,
constipação, etc.) ocasionadas por falhas na realização dos procedimentos
podem ser minimizadas com o monitoramento adequado, adequação da
terapêutica nutricional, prescrição e orientação aos cuidadores/familiares sobre
correto o manejo do tratamento.
Conclusão: É muito importante que seja garantido o acesso a Terapia Nutricional,
e que esta seja acompanhada do devido monitoramento e orientação aos
12
cuidadores/familiares sobre o seu manejo uma vez que, ao paciente desnutrido
e sem a intervenção necessária está associado a hospitalização prolongada e
onerosa, bem como o aumento da taxa de morbimortalidade.
Síndrome de Marfan e Obesidade
Autores: Adriana Machado Torres Schwarzer, Mariana Porto Zambon, Roberto Teixeira Mendes, Antonio de
Azevedo Barros Filho, Maria Ângela Reis de Góes Monteiro Antonio. Instituição: Faculdade de Ciências
Médicas da Unicamp. Departamento de Pediatria. Ambulatório de Obesidade na Criança e no Adolescente
Objetivo: Demonstrar a influência do meio, dos hábitos alimentares inadequados
e da falta de atividade física em criança com Síndrome de Marfan evoluindo com
obesidade.
Descrição do caso: menina, 4 anos e 2 meses, encaminhada ao ambulatório de
obesidade na infância e adolescência para acompanhamento de ganho de peso
há um ano. Refere alimentação excessiva e nega atividade física regular. Pais
obesos, pai com diagnóstico de Síndrome de Marfan há 8 anos após aneurisma
dissecante de aorta. O diagnóstico da síndrome na criança foi confirmado com 1
ano e 8 meses. Tem ainda, refluxo vesico-ureteral grau III (RVU III) em
seguimento. Exame físico: Peso >p97, Estatura >p97 e IMC >p97. BEG, leve ptose
palpebral, estrabismo, escoliose, leve aracnodactilia em mãos e pés, cintura
escapular estreita, olhos com subluxação de cristalino e vício de refração,
acantose nigricans em região cervical +/+4 e exame neurológico normal. Exames
Complementares: Ecocardiograma: ectasia aórtica discreta e prolapso
competente de valva mitral. Diagnósticos: obesidade exógena, alta estatura,
Síndrome de Marfan, RVU III.
Comentários: A obesidade não faz parte das manifestações clínicas da Síndrome
de Marfan, pois esta tem como característica indivíduos esguios, altos e com
menor quantidade de gordura subcutânea. Crianças com Síndrome de Marfan e
alteração cardíaca, necessitam de acompanhamento longitudinal com análises
de gráficos de crescimento para diagnóstico precoce de obesidade. A orientação
alimentar, o estímulo à prática de atividade física e a proposta de mudanças de
hábitos são fundamentais para o acompanhamento das crianças, principalmente
aqueles com sobrepeso, obesidade e doenças associadas.
TÍTULO: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DO PROGRAMA
DE ALERGIA ALIMENTAR DO MUNICÍPIO DE BELÉM - PA.
INSTITUIÇÃO: SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE (SESMA)
NOME DOS AUTORES: RENATA PINTO DE OLIVEIRA VASCONCELOS, LIDIANE DA SILVIA SABATHÊ, LIANE
MONTEIRO LOPES FLEXA, MARINÉIA PORTO DE OLIVEIRA.
INTRODUÇÃO: A alergia ao leite de vaca acomete cerca de 2% a 6% dos
lactentes. A única forma de tratamento conhecida atualmente é a dieta de
exclusão da proteína causadora da hipersensibilidade, por determinado período
de tempo. Na prática, as crianças portadoras de alergia ao leite de vaca, nas
quais o aleitamento materno foi interrompido, necessitam de fórmula infantil
especial como substituto, com a introdução gradativa de alimentação
complementar. OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional (EN) e a indicação de
fórmulas especiais nas crianças acompanhadas pelo Programa de Alergia
Alimentar do Município de Belém - PA. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram
estudados 134 pacientes de ambos os gêneros, incluídos no programa no
período de janeiro de 2010 a janeiro de 2011. Para avaliação do EN foram
coletados dados de peso/idade. O peso das crianças com idade até 2 anos foi
mensurado através de uma balança mecânica pediátrica com capacidade até
16kg e, nos maiores de 2 anos, em balança mecânica antropométrica adulto com
capacidade até 150kg. A classificação do EN foi realizada através de gráfico do
crescimento adaptado da OMS. A indicação inicial de fórmula para tratamento, a
idade, o tempo de aleitamento materno exclusivo (AME) e a evolução do
tratamento foram coletados dos prontuários de atendimento. RESULTADOS:
Participaram do estudo 70 meninos (52%) e 64 meninas (48%) com idade entre 1
mês e 5 anos. A faixa etária (FE) mais freqüente foi entre 1 e 6 meses,
correspondendo a 43% dos pacientes. Quanto ao AME, 10% das crianças
realizaram até 6 meses de idade, 10% até 5 meses e 34% até 4 meses ou menos,
enquanto 30% não realizaram AME. Ao entrar no programa, 20% das crianças de
1 a 6 meses eram eutróficas e 7% apresentavam risco nutricional (RN). Durante o
seguimento, 16% das crianças maiores de 2 anos eram eutróficas e na FE de 1 a 6
meses apenas 3%; na FE de 13 a 18 meses 4% no RN; e em risco de sobrepeso
4% em maiores de 2 anos. No início do tratamento, 53% dos pacientes
receberam fórmula extensamente hidrolisada (FEH), e 31%, fórmula de
aminoácidos livres. Das crianças acompanhadas 25% (n=34) obtiveram alta do
tratamento, das quais 15% a partir da transição de FEH. CONCLUSÃO: A maioria
das crianças na FE até 6 meses recebiam AME e apresentavam-se eutróficas ao
ESTABELECIMENTO DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO-CITOGENÉTICO DE SÍNDROME
DE DOWN E DETERMINAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DA APAE-ALFENAS
Juliana Cristina Gomes¹, Isabela de Siqueira Carvalho¹, Marcos Kasai¹, Cristiane da Silva Marciano Grasseli¹,
Simone Cardoso Lisboa Pereira², Roberta Ribeiro Silva¹, Cibele Marli Cação Paiva Gouvêa¹.
1-Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL – MG)
2-Universidade federal de Minas Gerais (UFMG)
A síndrome de Down é a cromossomopatia mais freqüente na espécie humana e
é caracterizada pela presença de um cromossomo 21 extra (trissomia livre do
21), translocação Robertsoniana ou Mosaicismo. A Síndrome de Down causa nos
indivíduos afetados atraso no desenvolvimento intelectual, além de uma
diversidade de problemas físicos. A APAE-Alfenas é uma entidade que trabalha
com crianças e adolescentes que possuem esta cromossomopatia além de
indivíduos com outros distúrbios e patologias. Dentre os indivíduos que
freqüentam a APAE-Alfenas (cerca de 400) menos de 5% possuem diagnóstico
genético da patologia que os acomete. A epidemiologia consiste no estudo dos
padrões e causas relacionadas a patologias que acometem uma determinada
população definida, sendo assim é necessário e fundamental a atuação
multiprofissional para uma intervenção correta das patologias que atuam sobre
as espécie humana. Desta maneira o presente trabalho teve como objetivo
realizar o diagnóstico citogenético por meio de procedimentos da genética
clássica bem como determinar a prevalência de anemia falciforme (HbS) em
indivíduos com Síndome de Down. Foram analisados 11 indivíduos dos quais foi
coletado sangue para análise citogenética, determinação dos índices
hematimétricos e eletroforese de hemoglobina. Os resultados demonstraram a
presença da trissomia livre do cromossomo 21 em todos os indivíduos analisados
e um indivíduo traço falcêmico, o mesmo apresentou positividade para o
diagnóstico de anemia. É importante ressaltar que os indivíduos analisados não
possuíam diagnóstico citogenético. Os resultados permitem concluir que o
diagnóstico citogenético confirmou a presença de Síndrome de Down e ocorreu
a presença de HbS em heterozigose em um indivíduo, que apresenta também
anemia. Será assim, necessário o esclarecimento e o aconselhamento genético
para esses indivíduos. O trabalho realizado é pioneiro em relação a Síndrome de
Down e anemias hereditárias na cidade de Alfenas. O trabalho possui extrema
importância para o estabelecimento preliminar da epidemiologia da Sídrome de
Down na região além da possibilidade da utilização de tratamentos adequados
aos indivíduos acometidos por tal patologia, bem como para a prevenção de
patologias recorrentes.
PREVALÊNCIA DE INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES REFERIDAS ENTRE OS
SERVIDORES DE UM HOSPITAL PÚBLICO E ASSOCIAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS
DEMOGRÁFICAS E ANTROPOMÉTRICAS
1
2
3
Kênia Maia Ferreira , Edna Cunha Vieira , Sueli Essado Pereira
Acadêmica de Nutrição, 8º período, PUC-GOIÁS
Nutricionista (UFG), Especialista em Nutrição Humana e Saúde (UFL-MG), Especialista em Nutrição
Ayurvédica, Mestre em Nutrição e Saúde (UFG).
Nutricionista (UnB), Especialista em Docência Superior (CEUB-DF), Especialista em Ativação de Mudanças
(FIOCRUZ-MS), Especialista em Administração e MKT (ESAB-RJ), Professora Mestre em Biologia Molecular
(UFG) Professora Efetiva – PUC-GOIÁS
IES: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Local da pesquisa: HUGO – HOSPITAL DE URGÊNCIA DE GOIÂNIA
Introdução: Intolerância alimentar é toda reação adversa a alimentos, cuja
patogenia deste distúrbio não está relacionada ao sistema imunológico. Nos dias
atuais a intolerância alimentar tem sido abordada de forma muito freqüente,
devido à grande importância para a manutenção da saúde, assim como pelas
implicações nutricionais, e sua prevalência tem sido significativa tanto em
crianças como em adultos. Objetivo: foi investigar a prevalência de intolerâncias
alimentares referidas nos servidores de um hospital público de Goiânia-Goiás e
associação com características demográficas e antropométricas. Métodos:
Realizou-se um estudo epidemiológico do tipo transversal, em 128 servidores.
Resultados: Deste número de servidores investigados, foram detectados 5,5% de
prevalência de intolerância alimentar, sendo maior na faixa etária de 36 a 49
anos. O índice de massa corporal e circunferência da cintura estão adequados
nas pessoas com intolerância, assim como a renda familiar e escolaridade está
diretamente relacionada. Conclusão: os servidores são susceptíveis a reações
adversas aos alimentos, necessitando de investigação e exames mais detalhados,
uma vez que na literatura a prevalência de intolerância no Brasil varia de 15 a
20%, sendo que intolerância a lactose gira em torno de 46 a 67%, dependendo
da etnia, e significativo número de servidores apresenta manifestações clínicas
que corroboram este distúrbio.
13
entrar no programa; no decorrer do período a FE com maior número de eutrofia
foi em maiores de 2 anos. A FEH foi a mais utilizada no início do tratamento,
sendo que esta fórmula apresentou melhor resultado na fase de transição e
conseqüente alta do tratamento.
Download

CADERNO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DA V