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Sergio Ballouk
Dados biográficos
Sergio Ballouk, pseudônimo de Sergio da
Silva, nasceu na cidade de São Paulo, durante o
carnaval de fevereiro de 1967. Possui graduação
em Publicidade e Propaganda pela Fundação
Cásper Líbero e pós-graduação na área de
Gestão Pública pela Universidade Mogi das
Cruzes. Começou a escrever motivado pelas
lembranças da infância humilde vivida no bairro
de Vila Guilherme, onde o convívio em meio a
lagoas, campos de futebol e aterros fez com que
nascessem em sua imaginação histórias e
poemas. Desde 2005, é presença constante nos
volumes de Cadernos Negros, do grupo
Quilombhoje Literatura, com poemas e contos.
Participou, ainda, de outras publicações, com
destaque para os livros Bailes: soul, samba-rock,
hip hop e identidade em São Paulo (2007) e
Contos Afros (2009). Seu primeiro livro de
poemas – Enquanto o tambor não chama –
apresenta textos marcados tanto pela afirmação
identitária, quanto pelo lirismo colhido no cotidiano
da metrópole. A produção de Ballouk presta tributo à oralidade herdada dos
ancestrais, fato que influencia sua escrita em diversos momentos e que o leva às
declamações públicas em saraus e eventos. Esse aspecto, dialoga com atributos
semânticos da linguagem, consoante as reflexões de Hugo Mari (1969, p. 13), que
reforça a idéia de que todo enunciando é algo da ordem do coletivo. Visto que é
linguagem, consiste em uma espécie de tessitura: atravessado sempre por outras
vozes, ao mesmo tempo em que individual, já que carrega consigo marcas e
resquícios relacionados às condições de produção, caracteres específicos e
localizados que, em grande medida, dizem muito das condições da produção do
enunciador.
Tais aspetos encontram-se na escrita poética de Ballouk, à medida que a leitura
de seus poemas revela um caráter dialético com as suas próprias origens, dado
evidenciado seja no relato de fatos corriqueiros, trabalhados por meio de uma
linguagem ancorada na sensibilidade, seja nas referências anteriores e imagens
evocadas, sobretudo em sua obra mais recente. Enquanto o tambor não chama
consiste numa experiência poética, tendo em vista a forma de se apresentar o
texto e o arranjo formal da escrita, que dialoga com elementos que evocam traços
culturais e étnicos, sustentados pela sonoridade dos versos e pelo emprego de
alguns léxicos. Conforme reitera o próprio autor, “Continuo compromissado com a
palavra/ marca crua, prego na tábua/ é dela a minha farra no papel/ o pequeno
risco que faço no céu...”
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